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novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam
criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes que
estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe."
(Jean Piaget)
Direcção Executiva
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Desenvolvimento, nas disciplinas de Matemática, Língua Portuguesa e Inglês,
respectivamente.
Este facto implicou, no terceiro ciclo, uma alocação de três docentes por disciplina (a
Turma Fénix, ninho de recuperação “Chaminha” e ninho de desenvolvimento “Luz”),
que têm desenvolvido um trabalho cooperativo e integrado, com vista à
operacionalização de estratégias que garantam o sucesso e o desenvolvimento nas
disciplinas contratualizadas.
No 1º ciclo a equipa é formada pelo docente titular da Turma Fénix e pelo docente que
assegura as aprendizagens no ninho de recuperação (Chaminha e Esperança).
No 3º ciclo foi criada a figura do Coordenador de Ninho por disciplina enquanto que no
1º Ciclo, esta função é assumida pelo Coordenador do Departamento. O Coordenador de
Ninho é responsável pelas reuniões semanais da equipa de trabalho, que integra os
docentes Fénix e docentes Ninho da disciplina e, sempre que necessário, os Directores
de Turma, com os seguintes objectivos:
decidir, com base na avaliação diagnóstica, os alunos que integram os Ninhos –
início do ano;
articular as planificações da Turma Fénix/Ninho;
produzir materiais pedagógicos que se ajustem às características dos alunos e
que ajudem à transição harmoniosa dos alunos;
articular horizontal e verticalmente o currículo, promovendo e assegurando a
interdisciplinaridade;
elaborar e ajustar os testes em conjunto;
monitorizar e avaliar os resultados escolares, para tomar decisões e
(re)equacionar estratégias.
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Acções e Metodologia de Docentes de Ninho, Docentes da Turma Fénix e
Coordenador de Ninhos
Docentes
Directores Docentes Avaliação dos Ninho Desenvolvimento
Turma Turma alunos e Recuperação de ING.,
Fénix Fénix dos ninhos MAT e LPO
O trabalho da equipa disciplinar (TEQ) será intercalado, sempre que se justifique, por
reuniões de supervisão pedagógica, monitorização e a avaliação, a realizar pelo
Coordenador do Projecto Fénix e/ou pela equipa supervisora.
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O departamento coordena também a metodologia de avaliação diagnóstica das
disciplinas que integram o projecto, que pode ser realizada em diversos momentos do
ano lectivo e reveste-se de particular importância neste processo, devendo ser a mais
completa possível, abrangendo diversas áreas e instrumentos. É a partir dela que se
constituem os primeiros grupos de alunos que integram os Ninhos ou se poderá
determinar a mobilidade dos mesmos entre os Ninhos e a Turma Fénix.
Conselho Pedagógico
Metodologia:
Reuniões de
Departamento
Departamentos Curriculares
Contactos infor-
mais
Instrumentos:
Registos
Relatórios
Planificações
Actas
A avaliação dos alunos dos Ninhos é uma responsabilidade partilhada entre o docente
da Turma Fénix e os docentes dos Ninhos. As fichas de avaliação resultam da
articulação dos docentes, sendo adaptadas às características dos alunos pelo docente do
ninho. Não obstante, existirão momentos em que se realizarão fichas de avaliação
comuns.
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Acções e Metodologia de Actuação dos Técnicos Socioeducativos e
Directores de Turma
Metodologia: - Apoio psico-social (de carácter individual e/ou
- Reuniões familiar)
- Grupos online
- Contactos - Avaliação e intervenção em situações de risco - Acompanhamento do
Informais - Programas de intervenção de: promoção e percurso escolar dos seus
desenvolvimento educandos
Instrumentos: cognitivo, competências sociais e de estudo… - Envolvimento no projecto
- Registos - Apoio em sala de aula (gestão comportamental)
- Relatórios
- Específicos das
- Articulação com instituições da comunidade: CPCJ,
Segurança Social; outras IPSS´
áreas da Encarregados de Educação
psicologia e
serviço social
Instituições Técnicos
Comunidade Sociais
Directores
Turma
Fénix
A função destes técnicos não deve descorar o apoio aos alunos com maiores
capacidades de aprendizagem, orientando docentes e discentes sobre a forma de
explorar as aptidões reveladas, e que requeiram desenvolvimento.
Neste momento o Coordenador do Projecto Fénix dispõe de três horas semanais para a
coordenação do projecto, retiradas da componente de trabalho de escola.
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Perspectiva Global de Operacionalização do Projecto
UCP
Conselho
Pedagógico
Direcção
Executiva
Coordenação
Projecto
Fénix
Coordenador de
Departamentos Directores de
Conselho de Turma e de Ciclo
D t Representante
Encarregados
Educação
Directores
Turma
Coordenadores Fénix Encarregados
Ninhos Educação
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Apostar na melhoria da qualidade do sucesso desde o 1.º Ciclo
A Escola, instituição que durante séculos foi uma organização quase hermética, que
centralizou saberes, deixa de ter, em exclusivo, essa função, na sociedade pós industrial
da informação e comunicação. A esta instituição, pilar da sociedade, é pedido que
mobilize esses saberes, que providencie um ensino transversal para a vida, centrado na
acção, focalizado em processos, integrado multidisciplinarmente, contextualizado, auto-
construído e que recrie contextos da vida real, de forma a dotar os alunos de
competências transversais que possam ser aplicadas nos mais variados contextos, num
percurso que não se esgota na escola, mas que se prolonga ao longo da vida.
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contratação de um professor de Apoio); promover um ensino individualizado e centrado
no aluno e nas suas potencialidades; criar estratégias de motivação nos alunos;
reconhecer e premiar o esforço e evolução dos alunos através da atribuição de
certificados de mérito, prémios de desempenho e Vouchers quinzenais.
Com base nestas estratégias e no trabalho desenvolvido desde o início do ano lectivo,
notam-se mudanças quantitativas e qualitativas no progresso escolar dos alunos.
Neste momento não existem alunos com nív eis insatisfatórios/inferiores a 3, nem
alunos em risco de retenção.
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Mais do que um programa de turma ou de ano contratualizado, o Projecto Fénix é para
este Agrupamento um Projecto de Escola. Este testemunho não ficaria completo se não
fossem auscultados diversos grupos de alunos.
Assim, os alunos do 6.º ano depois de consideram que: “menos alunos por turma e/ou
por grupo permitem um maior e melhor esclarecimento de dúvidas e uma melhor
aprendizagem”; “a possibilidade de mudar de ninho e poder avançar nos conhecimentos
é uma mais-valia”; “com grupos mais pequenos o professor tem mais tempo e
disponibilidade para cada aluno”. Dos 21 alunos que compõem esta turma, 18
afirmaram querer integrar este projecto no próximo ano lectivo.
Os alunos do 8.º ano (não abrangidos pelo projecto) referiram que “formar grupos de
trabalho mais pequenos possibilita menos indisciplina, um melhor ritmo de
aprendizagem e uma melhor consolidação de conhecimentos”.
No 7.º ano, no Ninho Chaminha1, o João explica que este ano gosta mais das aulas, “eu
gosto de trabalhar nas aulas, somos poucos, se fossemos muitos havia mais confusão”;
Patrícia C. refere que “num grupo mais pequeno aprendemos melhor e percebemos
muito melhor o que a professora explica” e considera que “os que estão mais avançados
devem transitar de ninho para deixar aprender aqueles que têm mais dificuldades”;
Rogério referiu “primeiro não estudava, mas agora gosto do tipo de exercícios que a
professora dá e gosto de estar num grupo pequeno para estar mais concentrado”;
Patrícia P. sente que “este ano é mais fácil…”.
A Margarida, aluna do 7.º ano da Turma Fénix2 acha “o Projecto Fénix muito
interessante e notou mudanças na forma de aprender”; João Pedro verbaliza que “este
ano é diferente… gosto muito dos meus colegas e ajudamo-nos uns aos outros…
interesso-me pelo trabalho, pois aprendo melhor com a turma mais pequena…”.
“Já não tenho dificuldades na leitura e na escrita e sou o maior a Matemática”, afirma
Rodrigo em tom de brincadeira e com a simplicidade que todos lhe reconhecemos…
“Não noto muita diferença comparativamente ao ano passado”, refere o Eduardo que
frequenta a Turma Fénix nalgumas disciplinas, mas quando integrado no Ninho Luz a
sua opinião é diferente “sinto que estou a aprender mais rápido… e a aprender mais”.
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Ninho Chaminha – Ninho de Recuperação.
2
Turma Fénix – Turma Mãe.
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“No ano passado éramos mais na mesma sala, agora com o Projecto Fénix estamos
divididos em grupos mais parecidos… os professores dos ninhos são adequados a cada
grupo”, refere Daniel do Ninho Luz.3
No Ninho Luz, João J. diz “sinto-me lá bem… para continuar a evoluir o meu
conhecimento”. “Dão mais atenção ao nosso trabalho e às nossas capacidades”, afirma a
Mariana.
No entender do Alexandre, o Ninho Luz é mais difícil, mas diz que aprende melhor
porque são menos alunos.
No 2.º ano, a noção de integração num Projecto chamado Fénix não se encontra bem
delineada. O nível etário dos alunos não lhe permite uma visão totalmente esclarecedora
dos reais contornos do Projecto. Sabem que são especiais e que fazem parte de uma
metodologia de ensino diferente da dos seus colegas, sabem que existem ninhos onde os
“meninos” com mais dificuldades vão recuperar as matérias de algumas disciplinas e
que podem regressar à turma mal consigam acompanhar o seu ritmo de aprendizagem.
O elo estabelecido entre os professores e os alunos, especialmente os dos ninhos,
faculta-lhes a possibilidade de crescer enquanto crianças e desenvolver a sua maturidade
com vista a alcançar o sucesso pretendido por todos.
Um factor fundamental para que todo este projecto seja bem sucedido é a cumplicidade
que se tem criado com os pais e Encarregados de Educação. Desde a implementação do
Projecto Fénix foram realizadas reuniões periódicas com os Encarregados de Educação
no sentido de aferir as suas opiniões e as suas sugestões com o intuito de melhorar os
resultados alcançados. Nessas reuniões, sempre foi reconhecido e partilhado o trabalho
efectuado, as estratégias encontradas e a evolução que os alunos têm evidenciado. No
entanto, alguns Encarregados de Educação, em especial do 7.º ano ainda mostram
algum cepticismo em relação ao funcionamento e transição entre ninhos, sentindo que o
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Ninho Luz – Ninho de Desenvolvimento.
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seu educando pode ser prejudicado em temos de avaliação quando comparado com
outros alunos da escola e de outros ninhos. Mas essa dúvida desvanece-se quando é
explicado que o grau de aquisição/complexidade de conhecimentos/competências é
variável de ninho para ninho e que a preparação dos seus educandos para a vida activa
irá com toda a certeza ser diferente, pois este é claramente um projecto integrador que
vai ao encontro das necessidades de cada discente.
Existe um outro conjunto de elementos que não pode ser descurado - os instrumentos
de monitorização internos (fichas de observação oral e de leitura de Língua Portuguesa
e Inglês; fichas de avaliação escritas; ficha de avaliação mensal; mapa de aquisição de
competências; ficha de reposicionamento nos ninhos e na turma Fénix; relatório de
avaliação diagnóstica, intercalar e final de período feito por todos os intervenientes no
Projecto) que seguem em anexo à presente reflexão. Estes instrumentos servem para
aferir e avaliar o progresso feito pelos alunos e para delinear as estratégias de acção,
pois só deste modo se poderá promover um Sucesso Educativo de Qualidade.
Relembrando Aristóteles, nada há de mais injusto do que considerar igual aquilo que é
desigual…
O Projecto Fénix só faz sentido se houver interacção clara e coerente entre todos os
agentes envolvidos, começando por uma sensibilização profunda nos pais e
encarregados de educação, passando pelos alunos, técnicos e por toda a comunidade
educativa de modo a formar uma rede capaz de gerir com eficácia todos recursos
disponíveis.
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