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Diretor Executivo

DAVID LIRA STEPHEN BARROS


Diretora Editorial
ANDRÉA CÉSAR PEDROSA
Projeto Gráfico
MANUELA CÉSAR ARRUDA
Autor
EDUARDO NASCIMENTO DE ARRUDA
Desenvolvedor
CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS
Os Autores
JÉSSICA LAISA DIAS DA SILVA
Olá. Sou a Jéssica Possuo graduação em Sistema da Informação
e Mestrado em Sistema e Computação na UFRN. Tenho experiência na
área de Informática na educação, com ênfase em Mineração de Dados
Educacionais como também atual no estímulo dos jovens e crianças no
estudo de ensino a programação. Realizo trabalhos e pesquisas voltados
ao universo dos jogos digitais inseridos no contexto educacional, como
incentivo deles no ensino dos jovens e aos professores. Atualmente
realizo pesquisas no contexto de disseminação do pensamento compu-
tacional. para crianças e jovens. As áreas de interesse de estudo são:
Educação, Engenharia de Software, Mineração de dados, Pensamento
Computacional, Jogos Digitais Educativos, Gerenciamento de projeto.

MARCELO DALSOCHIO DIPP


Olá. Meu nome Marcelo Dalsochio Dipp. Sou formado em Técnico
de Redes de Dados e Técnico em Informática pelo CTT Maxwell, Gestão de
Tecnologia da Informação na UNISUL, onde atualmente estou cursando a
segunda graduação de Licenciatura em Matemática, assim como possui
certificação em ITIL, com uma experiência técnico-profissional na área
de Tecnologia de mais de 25 anos. Passei por empresas como a Tim
Celular, Spread, Sonda do Brasil, SENAC, Instituto Federal do Sul do Brasil,
Alcides Maya entre outros. Escrevo livros didáticos na área de informática,
já tenho registrado o livro “Guia Básico de Informática para Iniciantes”
e atualmente estou escrevendo um segundo livro sobre Introdução às
Redes de Comunicações de dados, o qual ainda está em processo de
desenvolvimento. Ministro aulas há 7 anos. Sou apaixonado pelo que faço
e adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando
em suas profissões. Por isso fui convidado pela Editora Telesapiens a
integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder
ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo!
Iconográficos
Olá. Meu nome é Manuela César de Arruda. Sou a responsável pelo pro-
jeto gráfico de seu material. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de
aprendizagem toda vez que:

INTRODUÇÃO: DEFINIÇÃO:
para o início do houver necessidade
desenvolvimen- de se apresentar
to de uma nova um novo conceito;
competência;
NOTA: IMPORTANTE:
quando forem as observações
necessários obser- escritas tiveram
vações ou comple- que ser prioriza-
mentações para o das para você;
seu conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e
algo precisa ser indagações lúdicas
melhor explicado sobre o tema em
ou detalhado; estudo, se forem
necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a neces-
bibliográficas e sidade de chamar a
links para aprofun- atenção sobre algo
damento do seu a ser refletido ou
conhecimento; discutido sobre;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso aces- quando for preciso
sar um ou mais sites se fazer um resumo
para fazer download, acumulativo das
assistir vídeos, ler últimas abordagens;
textos, ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma ativi- quando o desen-
dade de autoapren- volvimento de uma
dizagem for aplicada; competência for
concluído e questões
forem explicadas;
SUMÁRIO
Compreendendo a diferença entre o Som e o Áudio 10
Compreendendo o que é Som 10
Propagação do som pelo ar 13
Velocidade do som 13
Amortecimento do som no ar 14
Como são as ondas sonoras 15
O que é Áudio 16
Sistema auditivo humano 16
Outros aparelhos auditivos 17
Frequências sonoras 21
Edição de Áudio 22
Fundamentos de Edição de um áudio 22
Captura do som 22
Ferramentas para Edição de Áudio 24
Melhorando o seu áudio 26
Efeitos de Áudio 26
Amplitude 27
Delay 30
Filtros 30
Efeitos de correção de Áudio 31
Ecos 32
Reverberações 32
Técnica do Ventríloquo 33
Finalização das edições 34
Tipos de arquivos 34
WAV 35
FLAC 35
MP3 35
AAC 35
Taxa de compressão 36
Psicofarmacologia
Sistemas e Multimídia
Clínica 7

01
UNIDADE
8 Sistemas e Multimídia

INTRODUÇÃO
Você sabia que a área de Sistemas de Multimídia está crescendo
cada vez mais, e que sua abrangência vai muito além de editoração
de fotos ou montagem de áudio? Profissionais de Multimídia estão
conseguindo empregos desde a área de criação e desenvolvimento
gráficos, passando pelo setor de jogos digitais, com manipulação de
imagens em 2D e 3D, assim como trabalhos na área de cinematografia.
Nesta unidade começaremos a mergulhar neste novo universo
de multimeios, iniciando com a parte de som e áudio. Será uma jornada
bastante empolgante e com várias descobertas para que possa ter as
ferramentas e formas certas para trabalhar!
Sistemas e Multimídia 9

OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 1. Nosso objetivo é auxiliar
você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o
término desta etapa de estudos:
1. Compreender o que é áudio e a diferença para o som;
2. Aplicar técnicas de edição;
3. Identificar e corrigir problemas de áudio;
4. Compreender e saber como aplicar efeitos de áudio nas edições.
Então? Preparado? O conhecimento é uma passagem sem volta
para um mundo de pensamentos. Vamos juntos nessa viagem e ótimo
estudo!
10 Sistemas e Multimídia

Compreendendo a diferença entre o Som


e o Áudio
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender como
funciona e o que é o áudio digital, assim como a diferença
entre áudio e som. Este conhecimento será amplamente
utilizado não só na profissão de Multimídia como também
para profissão de sonoplasta. Vamos lhe mostrar um caminho
divertidíssimo para novas descobertas neste universo
mágico do som. Siga sempre em frente! Vamos inicialmente
compreender o conceito primordial de som e de que forma
ele se propaga, para que assim possa reduzir custos e
aumentar em muito a qualidade do seu produto final.

Entenderemos também como o som pode afetar o nosso corpo


de maneira nociva e como evitar isso e trabalhar de maneira saudável.

Compreendendo o que é Som


Para entendermos a diferença entre áudio e som, vamos voltar
aos tempos de escola, onde aprendemos os nossos cinco sentidos, a
visão (vamos trabalhar com ela mais adiante quando estudarmos os
vídeos e as imagens estáticas), o paladar, o tato, o olfato e a audição.
Figura 1 – Imagem representativa da audição.

Fonte: pixabay
Sistemas e Multimídia 11

Com a audição podemos sentir emoções, fazer energias aflorarem,


pessoas podem chorar ao ouvir uma música ou uma voz de um ente
querido que já não está mais vivo, outras podem extravasar e trazer uma
quantidade de alegria que nem imaginavam que possuíam, fazendo
com que dancem, pulem ou se abracem. Ou ainda tem quem prefira
apenas ouvir algo para esquecer do mundo por alguns instantes.
Então, nosso sistema auditivo é uma máquina maravilhosa e que
está diretamente ligada aos nossos sentimentos e ao nosso cérebro.
Segundo uma criança de 10 anos, som é tudo que podemos ouvir,
e de acordo com engenheiros, som é o resultado de ondas emitidas em
determinadas frequência.
Para que o som possa produzir todas essas sensações, senti-
mentos e emoções, são necessários alguns elementos, tais como a FONTE
SONORA (de onde está vindo o som), o MEIO POR ONDE SE TRANSMITE e
também o DESTINO do som.

EXPLICANDO MELHOR:
Fonte sonora está ligado diretamente a origem do som,
de um instrumento, das bocas das pessoas, do cantar de
pássaros, um aparelho de som e inúmeras outras formas
de se emitir uma onda de som. O meio de transmissão
mais comum é o ar, é onde o som se propaga com melhor
qualidade e fluidez, mas é possível ouvir sons debaixo da
água ou até mesmo através de um cordão colocado em
um telefone sem fio de brincadeiras de crianças. E para
finalizar é necessário falar do destino, sempre que falamos
algo, tocamos um instrumento, produzimos algum som, até
mesmo quando a natureza produz os seus magníficos sons,
tem um destino, que é justamente alguém fazer uso de seu
aparelho auditivo, mas em alguns casos podemos fazer
com que o destino seja um meio artificial de audição, como
o microfone por exemplo.

Comentamos que o som cria sensações de energia nas pessoas,


e isso não é apenas um emocional, vai muito além. Para que possamos
reproduzir um som em uma caixa de som, é necessário que esta esteja
conectada à energia elétrica para gerar as devidas frequências e
transformar a eletricidade em som. Imagine a situação de estar fazendo
12 Sistemas e Multimídia

uma caminhada e ao seu lado passa um carro tocando uma música do


estilo funk com um volume muito alto. O nosso corpo não se limita a
apenas ouvir a música, mas também a sentir as batidas da música, as
vezes até parecendo que nosso coração ou entra no mesmo ritmo da
batida ou que vai descompassar o nosso batimento.
Tente fazer um experimento simples para entender a energia do
som, e desta vez não será necessário estar conectado à energia elétrica.
Pegue uma barra de metal e segure-a com muita força. Agora peça para
que alguém com um pedaço de madeira golpeiar a barra de metal, além
do som, você sentirá nas suas mãos e braços a intensidade do golpe
naquela barra de metal que estava segurando. A esta intensidade e este
efeito chamamos de vibração.
Este experimento é como dar uma palmada em uma água
parada, esta gerará uma série de ondas que irão se propagar ao longo
de toda a água. Isso tudo que falei, trata-se de ondas sonoras, onde as
moléculas vibram e passam essa vibração para as moléculas vizinhas
e assim por diante. É por este motivo que em um lugar onde se tenha
vácuo (câmaras de vácuo ou espaço [lugar fora da atmosfera do planeta
Terra]) o som não terá como se propagar.
Voltando ao nosso aparelho auditivo, ele recebe as informações
sonoras através de vibrações do meio em que ele está, é por este motivo
que não é possível ouvir nenhum som no espaço, pois naquele meio
(sem matéria) torna-se impossível a propagação do som. Vamos analisar
a imagem abaixo que mostra as ondas de propagação do som:
Figura 2 - Como são as ondas sonoras

Fonte: pixabay
Sistemas e Multimídia 13

Note que as moléculas de ar se comprimem (gerando a


compressão) a cada emissão de som e se afastam (gerando a rarefação)
quando o som “para”. Podemos sentir exatamente isso ao colocar a mão
sobre uma caixa de som, onde sentiremos a vibração das moléculas da
caixa.
Esta compressão e rarefação chamamos de comprimento da onda,
e ao completarmos um ciclo completo da onda, teremos um fenômeno

SAIBA MAIS:
O Físico alemão Henrich Hertz, foi quem descobriu estas
ondas de energia e após sua morte, aos 36 anos de idade,
estas ondas passaram a serem chamadas de Hertz. Então
a frequência de ondas é medida em quantos Hertz tem
dentro do tempo de 1 segundo.

conhecido na física como frequência.

Propagação do som pelo ar


Quando ouvimos qualquer som ou emitimos qualquer som, e
sabemos que o som segue como uma onda de energia, ficamos então
com a pergunta: Porque motivo o som vai ficando mais fraco?
O que ocorre é que o som possui velocidade de deslocamento,
amortecimento da onda sonora no ar pela ficção das moléculas, além
do som se propagar de forma esférica. A propagação do som também é
influenciada pela diferença de temperatura e muitos outros fatores. Por
este motivo, vamos ver todos estes fatores de modo isolado para que
você possa entender melhor o que estou querendo lhe passar.

Velocidade do som
Entenda que a velocidade de propagação do som varia de acordo
com o meio que porta estas ondas de energias (ondas sonoras). Sabemos
que a velocidade do som é maior nos sólidos que nos líquidos, e estes têm
uma velocidade maior que nos gases. No caso da propagação no ar (que
são vários gases juntos), a velocidade tem como variante a temperatura.
Se medirmos a velocidade do som em uma condição onde a
temperatura seja de 0ºC (zero graus Celsius), teremos o valor de 331 m/s
14 Sistemas e Multimídia

(331 metros por segundo), e para cada grau que a temperatura aumentar
a velocidade aumentará aproximadamente 0,6 m/s.

Amortecimento do som no ar
Como vimos o som tem uma velocidade constante, variando

REFLITA:
Segundo Antoine Laurent Lavoisier, químico do século XVIII,
disse a frase “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo
se transforma!”, e assim são com nossas ondas sonoras.

apenas de acordo com a temperatura, porém o que é que ocorre que


vamos perdendo o som de um cômodo da casa para outra, chegando ao
ponto de não ser possível ser escutado?
Neste ponto entram os fenômenos mecânicos da física, e quanto
temos ondas de som propagadas pelo ar, estas vão transformando essa
energia em outras formas.
Sabemos que quando emitimos um som (exceto caixas de som
direcionais), o som tende a seguir um curso esférico, ou seja, sendo
enviado a todas as direções, e desta forma a intensidade dele cai o
equivalente ao quadrado da distância da fonte de som.
Além da propagação esférica como fator de perda de “sinal” sonoro,
temos um outro fator conhecido como Amortecimento Hidráulico, que
nada mais é do que a fricção entre as moléculas do ar. O valor desta fricção é
maior quanto maior for a velocidade das partículas em oscilação (frequência).
Em suma, o que foi dito acima, diz que o som, ao ter o ar como
meio de transporte, produz um amortecimento que será maior para as
frequências mais agudas. Podemos vivenciar isso ao escutarmos alguma
banda de música, principalmente rock, onde de longe conseguimos ouvir
os sons mais graves, como dos baixos e baterias e ao nos aproximarmos
conseguiremos escutar com melhor definição os sons mais agudos.
Outro fator que tem que ser levado em conta é, como já foi iniciada
a explicação logo acima, a temperatura e o fator dia versus noite.
Quando durante o dia, e como sabemos que o ar quente tende a subir
com relação ao ar frio que tende a descer, temos que o sol esquenta o
Sistemas e Multimídia 15

Planeta e as massas de ar tendem a se deslocarem para cima, por este


motivo que temos propagação de som inferior à noite, uma vez que o ar
não tende a subir e sim a descer e mantendo-se no solo.
Analisando este último caso, podemos entender o motivo de a
maioria dos shows de bandas serem a noite, pois facilita a propagação do
som. Não temos como parar por aqui nas coisas que podem influenciar a
propagação do som pelo nosso ar.
Influência da vegetação e do solo sobre o som é muito evidente,
em um meio onde possuem muitas folhas caídas, estas folhas irão
trabalhar de forma a criar um isolamento acústico e absorver a energia
de vibração do som. A intensidade do som decai com uma relação maior
que a do quadrado da distância ao ar livre.
Voltemos ao nosso exemplo de um show de bandas. A maioria
dos shows se dá em estádios ou locais com muito espaço aberto, pois
arvores, folhas soltas e solo macio serviriam de amortecimento acústico,
e desta forma o som não alcançaria grandes distâncias.
Você estudou no seu ensino médio, em física, sobre propagação
de ondas (mas normalmente fala-se de ondas de água), onde fizeram
uma experiência de bater na água e a onda produzida ao se chocar
contra uma parede voltava. Para o som não muda em nada e a este
fenômeno damos o nome de Reflexão da onda sonora.
A origem emite uma série de ondas e ao se chocar contra um
obstáculo (imagine que é um espelho), a onda que retornará, será na
verdade como se fosse a onda que continua indo para frente sempre, esta
será a imagem que veremos em um espelho com ondas se chocando.

Como são as ondas sonoras


Em todo o som emitido, de acordo com sua amplitude do momento
em relação ao tempo, existem três fases: ataque, dinâmica interna e
caída.
A fase de ataque está determinada pelo início do som até atingir
seu ápice de amplitude. A dinâmica interna é o tempo em que a
16 Sistemas e Multimídia

amplitude permanece mais estável. Já a caída/saída é quando o som


começa a perder amplitude e vai se extinguindo até sumir, como pode
ser visto na figura 2.
Figura 3 - Características de ataque, dinâmica interna e caída do som “É”
e as diferentes mudanças de amplitudes para estes diferentes momentos”.

Fonte: o autor.

Quando um ataque e caída tem características bruscas, em tempos


muito curtos, são típicos de sons de percussão e/ou golpes. Já quando
temos tempos longos destes inícios e finais de sons, nos passam as
ideias de coisas mais suaves. Por este motivo que dependendo de como
o som, ruído e efeitos sonoros são apresentados temos percepções e
sensações diferentes. Neste momento, não estamos levando em conta
uma edição, pois este processo pode mudar ataque, corpo (dinâmica
interna) e ou a caída e dar lugar a distorções e sensações diferentes.
Estamos falando do som puro.
Som é um tipo de energia que é transmitida na forma de ondas
e para que possa ser ouvido é necessário levar em conta origem, local,
temperatura, distância e vários outros fatores como vimos até agora
neste capítulo.

O que é Áudio
Como vimos anteriormente o que é o som, que é a emissão de
uma quantidade de ondas de energia, mas então o que é áudio? É a
mesma coisa? Vamos iniciar ententendendo o que é áudio pela origem
da palavra, que vem de audição, do nosso aparelho auditivo, ou seja, um
receptor do som.
Sistemas e Multimídia 17

Sistema auditivo humano


O nosso sistema auditivo é composto de três partes: Ouvido
externo; ouvido médio e ouvido interno.
A orelha, faz apenas o papel de captação do som, como se
fosse uma antena parabólica para pegar um sinal (no caso sonoro), e
vai direcionar este sinal por um canal (chamado de conduto externo
auditivo) até chegar em uma membrana. Esta membrana tem o nome
de tímpano, e a partir dela (contando com ela) inicia-se o ouvido médio.
Ele é composto pelo Tímpano, Martelo, Bigorna e Estribo. Basicamente
o que este ouvido faz é receber o som na membrana (como se fosse um
tambor invertido) esta membrana baterá no martelo que realizará toques
na bigorna e passará as vibrações para o estribo (estes três últimos são
ossos muito pequenos localizados dentro do aparelho auditivo).
Como vimos anteriormente, o som propaga-se muito melhor em
um meio sólido, e como o ouvido médio é composto basicamente de
meios sólido, a velocidade de transporte deste som é muito mais rápida.
No ouvido interno, o som é transformado em impulsos nervosos
e elétricos, amplificam o som cerca de cento e oitenta (180) vezes até
chegar no nervo acústico, que levará a informação ao cérebro.

Outros aparelhos auditivos


Quando falamos de aparelhos auditivos, estamos nos referindo a
formas de captação de som.
Vamos conhecer alguns outros aparelhos auditivos e suas
principais características:
Aparelho auditivo auricular: Este é um aparelho eletrônico e é
colocado dentro do ouvido externo, para que possa captar as ondas
sonoras e amplifica-las para o ouvido médio e interno. Amplamente
utilizado por pessoas que tem perda de audição, seja por idade ou por
traumas no aparelho auditivo natural. Além de pessoas com problemas
18 Sistemas e Multimídia

de audição, o aparelho auditivo é utilizado no meio artístico para que


cantores e apresentadores tenham um retorno de seu som vocal mais
claro, uma vez que os alto-falantes (caixas de som) são direcionados
para o público e estes personagens quase não se ouvem.
Figura 4 – Caixas de som

Fonte: pixabay

Coloque um fone de ouvido (mesmo sem estar reproduzindo


nada) e conversem com uma pessoa. Esta é a mesma sensação que
algum apresentador e cantor tem ao não ter um retorno de como está
a sua voz, e assim você passará a falar cada vez mais alto. Se estiver
ouvindo uma música certamente tentará falar mais alto que a música
que está ouvindo (para você não estará tão alto, porém para quem lhe
ouvirá, você estará gritando).
Aparelho de microfone: O microfone nada mais é do que um
aparelho auditivo, porém terá como finalidade captar o som e transformá-
lo de analógico (ondas sonoras) para digital (sistema elétrico).
Existem atualmente inúmeros tipos de microfones, mas citaremos
alguns tipos e suas características:
Unidirecionais: captam os sons vindos apenas de uma única direção,
muito indicado para youtubers, gravação em estúdios, dubladores, etc.
Sistemas e Multimídia 19

Figura 5 – Microfone unidirecional

Fonte: https://bit.ly/3599HmQ

Bidirecionais: captam o som vindo de direções opostas (frente


e atrás, direita e esquerda, em cima e em baixo. Normalmente, utilizado
por repórteres de rua que fazem entrevistas, para que possam captar
tanto a voz do repórter como do entrevistado.
Figura 6 – Microfone bidirecional

Fonte: https://bit.ly/2yM2YTS

Omnidirecionais: são equipamentos que captam o som vindo de


todas as direções, amplamente utilizado em shows onde quer se captar
20 Sistemas e Multimídia

tanto a voz dos artistas como a reação do público.


Figura 7 – Microfone Omnidirecional

Fonte: https://bit.ly/3bIUs6L

Dinâmicos: são microfones que são capazes de suportar altas


pressões sem interferências, diminuem significativamente a captação de
ruídos. Normalmente, estes aparelhos não produzem o efeito chamado de
microfonia (falaremos sobre isso mais adiante). Estes têm uma resistência
física maior, não estraga tão facilmente caso ocorram quedas.
Figura 8 – Microfone dinâmico

Fonte: https://bit.ly/3eY8yDp

Condensadores: Estes microfones distinguem sons com maior


riqueza de detalhes. Um ponto negativo deste equipamento é que é
mais frágil que os dinâmicos, e necessita de energia elétrica para seu
funcionamento.
Sistemas e Multimídia 21

Figura 9 – Microfone condensador

Fonte: https://bit.ly/2SayLF2

Obviamente dentre os inúmeros tipos de microfones além de


suas marcas (fabricantes) e os tipos, é necessário também saber qual
a finalidade a qual ele será utilizado para que você tenha uma melhor
captura. Temos então que o áudio nada mais é do que o som captado,
tanto pelo aparelho auditivo natural como por microfones ou aparelhos
auditivos artificiais.

Frequências sonoras
Como já dito algumas vezes anteriormente, os sons são frequências
e estas são apresentadas como unidade de hertz.
Porém, existem inúmeras faixas de sons, desde infrassons, passando
pelos sons audíveis e chegando até os ultrassons.
O intervalo de frequência de sons audíveis para qualquer pessoa,
vai de 20 Hz até 20.000 Hz ou 20kHz.
Logo frequências abaixo dos 20 Hz são consideradas infrassons
e acima de 20 kHz consideradas ultrassons. Como pode-se observar na
figura 11.
22 Sistemas e Multimídia

INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender
o que é edição de áudio. Isto será fundamental para o
exercício de sua profissão. As pessoas que tentaram editar
áudio sem a devida instrução tiveram problemas se deixar o
som a ser reproduzido muito distorcido, um corte incorreto
ou até mesmo sem volume (ou com volume estourando
demais a amplitude das frequências audíveis). E então?
Motivado para desenvolver esta competência? Então
vamos lá. Avante!

Mas qual o motivo de que as frequências nos interessam? A resposta


é simples. Existem algumas tecnologias que são baseadas exclusivamente
nos sons. O caso do ultrassom, pois são ondas sonoras que batem em um
objeto e refletem de volta, podendo mostrar eletronicamente como é o
formato deste objeto.
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu
o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você
deve ter aprendido que som é emitido por um transmissor, normalmente
pessoas, animais, caixas de som além da natureza, é claro, e que áudio é
o som que é capturado, nos nossos ouvidos, nos microfones, sejam para
gravarem ou para serem apenas reproduzidos de forma mal alta (em
uma amplitude mais alta).

Edição de Áudio

Fundamentos de Edição de um áudio


Sempre iremos falar que as edições são de áudios e não dos
sons, isso por que não temos como editar um som já emitido, porém
podemos editar um som já capturado, ou seja um áudio.

Captura do som
Para que possamos pensar em capturar um som, é necessário
Sistemas e Multimídia 23

pensarmos e que forma faremos e onde faremos, para que esta captura
seja a mais fidedigna possível, sem distorções ou ruídos indesejáveis.
Temos que levar em conta desde o tipo de microfone até mesmo
o local onde o som será capturado. Se queremos sons da natureza, não
adianta irmos em um parque que fica próximo às ruas ou rodovias, é
necessário ir até algum lugar realmente mais nativo, mais selvagem.
Se quisermos somente a voz de alguma pessoa lendo um texto, não é
aconselhável que se faça em um local público, pois captaremos os mais
variados sons e não só o do nosso objetivo, neste caso é necessário ir
em algum estúdio com uma acústica mais apropriada.
Acústica é a qualidade de um local sob o ponto de vista da
propagação do som. Existe um ramo da física chamado de Acústica
Física que trata apenas dos conceitos de propagação de ondas sonoras.
Atualmente, os estúdios de gravação tentam deixar as suas salas
mais anecoicas possível, ou seja, com a mínima quantidade de eco
possível dentro da sala, para que desta forma as capturas de som sejam
com a mais perfeita e melhor qualidade possível.
A Microsoft criou a câmara mais silenciosa do mundo, onde não
é possível ouvir nenhum som externo à sala, reduzindo a quantidade de
decibéis para -20,3dB ( 20,3 decibéis negativos ), dessa forma a câmara
bloqueia 120dB, ou seja, poderia estar um jato do lado de fora que mal
seria percebido. Esta sala é tão silenciosa que é possível ouvir desde
os batimentos cardíacos até mesmo os sons de outros órgãos internos,
sons esses que deixam as pessoas com certa inquietação, pois é uma
privação sensorial muito alta.
O objetivo da criação desta sala foi para conhecer os sons que os
produtos da empresa fazem ao serem manuseados (cliques do mouse,
mudança de brilho de tela, etc.) e tornar eles o mais agradável possível
ao ser humano.
Abaixo tem algumas imagens de estúdios de gravação onde se
tem uma excelente qualidade para captura dos sons, deixando de longe
o silêncio as salas da Microsoft, mas tendo uma eficiência tão grande
como possível.
24 Sistemas e Multimídia

Figura 10 - Imagem de estúdio de gravação

Fonte: pixabay

Figura 11 - Imagem de estúdio de gravação

Fonte: https://bit.ly/2KEOhoh
Sistemas e Multimídia 25

Figura 12 - Imagem de estúdio de gravação

Fonte: pixabay

Ferramentas para Edição de Áudio


Quando falamos de edição de áudio, na verdade estamos falando
em softwares de edição. Não abordaremos nenhum software específico,
mas sim as funcionalidades dos editores de áudio, que são padrões em
todos os programas deste tipo.
Nesta seção do livro, abordaremos as ferramentas de funciona-
lidades básicas, já os efeitos serão abordados no próximo capítulo.
Dentre as funcionalidades que cada programa traz em sua peculia-
ridade (de acordo com cada desenvolvedor), existem os recursos que são
padrões em todos os aplicativos, como por exemplo: cortar, recortar, deletar,
copiar, colar, amplificar, reduzir, contagem do tempo, zoom, silenciar, e
alguns outros. Veremos cada recurso individualmente, normalmente os
ícones são muito semelhantes com todos os desenvolvedores.

Cortar/separar: tem como utilidade cortar o áudio


em um ponto, para a inserção de um novo trecho,
ou para que se possa deletar um trecho anterior ou
posterior ao corte.
Recortar: serve para retirar um pedaço do áudio, para
que possa ser colado em outro, para que desta forma
possa criar uma mixagem de sons.
26 Sistemas e Multimídia

Deletar: Ao contrário do recortar, esta função tem


como objetivo apagar um determinado trecho
selecionado do áudio. Ao excluir o trecho e salvar, não
será possível reverter a ação.
Copiar: Assim como em outros editores, tem a função
de copiar a área selecionada, sem retirá-la do original
e deixar a disposição, na área de transferência do
Sistema Operacional para colar em outro local.

INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você dará um passo a mais
neste mundo de sons, vamos aprender a colocar alguns
efeitos sonoros, entender os efeitos e o que eles trazem a
mais (ou a menos) para seu áudio. E então? Motivado para
desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!

Ataque/saída: monta um ataque ou uma saída de


acordo com a zona do áudio selecionada. Pode ser
um ataque/saída bruto (tempo curto) ou bem suave
(tempo longo).

ACESSE:
Acesse os vídeos abaixo, apenas ouça as músicas.
https://www.youtube.com/watch?v=ZzZcyQzTvWs
https://www.youtube.com/watch?v=_8u4VLk0iTI

Colar: após recortar ou copiar, o conteúdo que ficou


na área de transferência do Sistema Operacional, está
pronto para ser colado em outro, ou no mesmo, áudio,
modificando seu conteúdo original.
Amplificar: Como o próprio nome já diz, tem como
função amplificar o trecho do áudio selecionado.
Muito utilizado em situações onde o som sai muito
fraco e tem que ter seu volume aumentado.
Sistemas e Multimídia 27

Contador de tempo: controla o tempo total do áudio


e o ponto que está tocando no momento. Alguns
aplicativos contam com marcação de tempo.
Zoom: serve para aumentarmos o zoom em
determinado trecho do áudio, para obtermos o
máximo de precisão possível de onde faremos cortes
ou mudanças.

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo


tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu
o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você
deve ter aprendido que a edição de som é cheia de detalhes, mas que
ao mesmo tempo é fascinante, pois podemos modificar o áudio, deixar
sons que outrora eram mais graves em agudos e vice-versa. Espero
que esteja gostando até aqui, porém não acabamos ainda esta unidade,
temos agora mais um capítulo, que é para melhorar seu áudio. Vamos
junto? Siga em frente, afinal conhecimento nunca é demais.

Melhorando o seu áudio

Efeitos de Áudio
O mundo dos efeitos sonoros é conhecido como sonoplastia, uma
das formas de arte (não subestimando nenhuma outra) mais incrível,
pois é através do som que conseguimos transportar o ouvinte para o
lugar que quisermos.
Te remeteu à algum lugar? Trouxe alguma emoção? Ouviu com
volume baixo ou alto?
Imagino que você tenha tentado escutar novamente em diferentes
níveis de volume, com e sem fone de ouvido, e com isso experimentarás
sensações diferentes. É justamente esta a ideia principal da sonoplastia.
Apesar de imaginar, e talvez até possuir um pré-conceito do que
seja realmente sonoplastia, onde é aquele profissional que manipula
“bugigangas” para produzir sons para substituir em filmes (como por
exemplo casca de coco para imitar o som de cavalos), posso lhe afirmar
28 Sistemas e Multimídia

que a profissão de sonoplasta vai um pouco além, mostrando efeitos


de lentidão ou aceleração da voz, modificando a frequência de voz e
transformando-a em outra, inverter o som para que seja ouvido de trás
para frente, efeitos de como se estivesse falando ao telefone ou por um
rádio AM, e dentre tantos outros efeitos.
Como não é nosso foco trazer a experiência de um software em
específico, mas de uma maneira mais geral, podemos buscar todos estes
efeitos nos programas através dos nomes que eu usei acima, ou então
nomes em inglês (já que a maioria dos softwares estão nesta língua).
O uso de efeitos pode ser uma coisa muito interessante de se
colocar em áudios, porém tem que se cuidar o exagero. Ao exagerar na
quantidade de efeitos sonoros, pode acarretar de perder o foco do que
se quer transmitir, mesmo tendo ficado algum som bem legal no final.
Vimos que na sonoplastia utilizamos de artifícios para criar ou
aprimorar o áudio final nosso, porém os efeitos não são apenas cascas
de cocos (para imitar o cavalgar de um cavalo), água sendo despejada
(para parecer uma cachoeira) ou batidas em lâminas de metal (simular
um trovão). A sonoplastia (que analisando a origem da palavra sono =
som e plastia = modelagem) trata também o áudio, deixando mais
agradável sonoramente para nossos ouvidos.
Vamos entender alguns conceitos e como modifica-los (lembrando
que estes recursos são padrões em todos os editores de áudio do
mercado, logo não farei referência a nenhum em específico):

Amplitude
Esta é uma característica que nos permite entender se um som
foi forte ou fraco, agudo ou grave, baixo ou alto, pois está diretamente
relacionada com a quantidade de energia que a onda sonora está
emitindo. A amplitude tem como unidade de medida os decibéis (dB)
A imagem abaixo mostra uma crescente das ondas, identificando
o que o tom foi aumentado.
Sistemas e Multimídia 29

Figura 13 - Crescente das ondas.

Fonte: o autor através do software WAVEPAD

Já na próxima imagem, mostro justamente uma conversa normal


e após um grito. Olhem a diferença de amplitude.
Figura 14 - Uma conversa normal e após um grito.

Fonte: o autor através do software WAVEPAD

Nesta outra imagem mostramos exatamente o mesmo som nas


duas faixas de ondas, mas com amplitudes diferentes, ou seja, em um o
volume está mais baixo (a amostra inferior) e em outro está mais alto (a
amostra superior).
30 Sistemas e Multimídia

Figura 15 – O mesmo som nas duas faixas de ondas, mas com amplitudes diferentes

Fonte: o autor através do software WAVEPAD

Então, quando é que temos que corrigir a amplitude (para mais ou


para menos)? Apenas ouvindo o som.
Se o áudio está muito baixo, teremos que aumentar sua amplitude,
para que apenas amplifique o volume e sem causar distorções, já se o
som está muito alto, estourando a quantidade de decibéis saudáveis
para o ouvido, neste caso é importante utilizar a amplitude para reduzir
e eixar mais audível.
Olhem este exemplo abaixo, onde existe um grito de pavor de
uma mulher em perigo, vejam que nos pontos marcados é onde o som
estourou as faixas saudáveis para o nosso ouvido.
Figura 16 – Representação de um grito de pavor de uma mulher em perigo.

Fonte: o autor através do software WAVEPAD


Sistemas e Multimídia 31

Após a correção temos a seguinte característica do áudio, mas


mantendo ainda o grito:
Figura 17 – Representação de um grito após correção.

Fonte: o autor através do software WAVEPAD

Delay
Já ouviu falar em “delay”? Sabe o que é?
A palavra DELAY vem da língua inglesa e significa atraso, diferença
de tempo entre o envio e recebimento de sinal, retardo de sinais.
Porém na sonoplastia, delay é um equipamento ou instrumento (para
apresentações ao vivo, ou então através de edições com sobreposição
de som) que justamente produz um efeito sonoro responsável por
atrasar o som original. O produto deste equipamento ou instrumento é
simular ecos ou sobreposição de vozes/sons.
Em alguns softwares de edição de áudio esta funcionalidade vem
ou com o nome de “Delay” ou então de “Eco”, e ao ser solicitada que seja
implementada será questionado o tempo de atraso para colocação do
trecho selecionado.
Vale sempre a mesma máxima já comentada, cuidando com o
exagero, o seu áudio ficará muito bacana de se escutar.

Filtros
Como já visto anteriormente, o local onde será realizada as
gravações ou capturas sonoras poderão interferir para uma melhor ou
pior qualidade do seu áudio.
32 Sistemas e Multimídia

Contudo, as vezes torna-se inevitável gravar, por exemplo, uma


reportagem no meio da cidade, em meio a todo e qualquer tipo de som
(carros, motos, apitos, vendedores gritando, bebês chorando e muitos
outros sons) que certamente prejudicará o seu produto final. Mas o que
fazer para melhorar a situação?
Quando estamos falando em ambientes fechados, a qualidade
dos equipamentos é o mais importante. Um microfone que não tem
um aterramento correto, captará ruídos elétricos, pois não teve onde
descarregar a sua energia em excesso. Além da qualidade do microfone,
existe também a questão acústica da sala, mas como nem todos podem ter
uma sala anecoica, é possível criar uma acústica mais simples, improvisando
com espumas, caixas de ovos ou até mesmo cobertores (aqueles bem
felpudos) nas paredes, desta forma estaremos criando filtros externos para
a sala.
Quando falamos das espumas, também temos que colocar
espuma no microfone, para filtrar os sons do ambiente. Funciona também
colocar um aro (de bordar) com um pedaço de meia calça, pois também
filtrará os sons, deixando passar só os sons de tons mais altos e os mais
baixos ficam bloqueados neste filtro.
Falamos de produtos montados de forma artesanal, mas existem
também os filtros e espumas desenvolvidos especificamente para este
propósito, depende o quanto você está disposto ou tem para investir na
qualidade do seu som.
Nos softwares de edição demos os filtros LowPass (Passagem
Baixa) ou HighPass (Passagem Alta). Aplicaremos o filtro de baixa se o
som estiver muito agudo ou com chiados, já se estiver muito grave e
abafado, aplicaremos o de passagem alta.
Além destes filtros temos ainda o sistema de equalização nos
próprios softwares de edição.
Estas equalizações servem para melhorar amplitudes, aumentar/
reduzir graves e agudos além de também realizar alguma distorção
necessária.

Efeitos de correção de Áudio


Quando falamos em correção de áudio, é como tratar uma imagem
Sistemas e Multimídia 33

que tem algum problema e vamos deixá-la mais bonita e apresentável.


No áudio, os problemas que encontramos normalmente são
referentes à criação de ecos e ruídos e as correções que faremos são
para eles.

Ecos
Através de efeitos conseguimos colocar ecos no nosso som,
porém, se capturarmos um som em locais muito abertos, certamente
teremos efeitos de ecos na nossa gravação e a pergunta que fazemos é:
É possível remover este eco?

SAIBA MAIS:
Os equipamentos de Home Theater são na verdade um
equipamento de reverberação artificial, para que nosso
cérebro associe a ideia da imagem vista com os olhos ao
som emitido como sendo algo real e muito forte em termos
de sensações.

A resposta é simples. Não!


Não é possível retirar o ECO de um áudio, uma vez que o eco já
esteja inserido, o que podemos fazer é evitar os ecos.
Para não ter ecos nos seus arquivos de sons, caso vá gravar em
local com pouco mobiliário, é necessário colocar caixas de papelão,
tapetes, espumas e tentar isolar o máximo de materiais muito lisos e/ou
polidos, como vidro por exemplo.
Deste modo evitaremos colocar eco em nossos áudios.
Além dos Ecos, outro som que atrapalha quem grava, e também
não tem como ser retirado editorialmente, são os de aviões (caso fique
próximo à algum aeroporto ou passe algum caça militar próximo),
animais, eletrodomésticos (furadeiras, batedeiras, liquidificadores) e até
mesmo motores (a frequência que os motores emitem podem gerar
ruídos fortes nas suas gravações).
Para estes casos, o melhor a fazer é conhecer o local de gravação,
realizar alguns testes, tentar identificar o melhor horário de gravações,
34 Sistemas e Multimídia

realizar novos testes nos horários identificados. Até encontrar o local e


horário perfeitos para você.
Assim como os Ecos, esses barulhos externos não tem como
serem retirados do seu áudio.

Reverberações
Muitas pessoas acreditam que Reverberação e Eco são a mesma
coisa, mas não. Eco é a característica de um som ir até um obstáculo e
voltar e ouvirmos novamente, quase como um delay do som.
A reverberação é um efeito criado por ondas sonoras que começam
a ricochetear em várias superfícies reflexivas, gerando um grande número
de reflexões, que são somadas e tem a sua amplitude reduzidas conforme

INTRODUÇÃO:
Ao terminar este capítulo você terá discernimento para
trabalhar com diversos arquivos de áudio, conhecendo
suas particularidades e suas qualidades.

o som for absorvido pelas superfícies (móveis, paredes, pessoas e até o


próprio ar) do espaço em que se localiza.
A reverberação não é um efeito somente negativo, ela pode inten-
sificar o som se os sons emitidos chegarem ao ouvido do receptor com um
tempo menor do que 1/20 segundos (para o emissor que sentirá todos os
sons parecerá que existe um alto-falante no ouvido dele). É o que chamados
de acústica perfeita. Porém, se o tempo de chegada dos sons for maior que
1/20 segundos então parecerá que quem emite está falando mais de uma vez.
Reverberação, dependendo do local (caso seja fechado e não
muito grande) poderá o receptor do som ouvir o mesmo som mais de
uma vez, como se fosse um eco, só que para frente e o eco é para a volta.

Técnica do Ventríloquo
Já ouviu falar de Ventríloquo? São aquelas pessoas que tem um dom
de manipular o som para que saia de sua boca, mesmo parecendo fechada,
mas pareça estar em outro objeto, como na maioria dos casos um boneco.
Sistemas e Multimídia 35

Um dos pontos para se trabalhar com este efeito é entender


como o som é produzido, que é justamente o que vimos até agora e
também a nível anatômico, pois é uma mistura de vibrações das cordas
vocais com o controle do ar que entra e sai de nossos pulmões.
O ventríloquo utiliza de técnicas de expiração e treino para falar
com a boca fechada, além de entender um pouco de reverberação, pois
faz com que o som ricocheteie no boneco para parecer estar saindo do
mesmo.
Esta técnica era considerada inclusive bruxaria na idade média.
Tente relaxar os lábios, deixando-os levemente abertos (até a
ponte de que sua boca realmente pareça fechada), faça uma voz com
uma frequência bem curta (mais fininha) e ao falar movimente apenas a
língua dentro da boca.
E então? Muito legal estas técnicas de modificação e melhoria dos
nossos áudios, não é mesmo? Trabalhar com Ecos, Delays, filtros, tudo
isso sempre para deixar nosso áudio mais atrativo para quem for ouví-lo.
Mas não acabamos ainda esta unidade. Vamos juntos novamente para a
parte final? Te espero no próximo capítulo!

Finalização das edições

Tipos de arquivos
Quando falamos em tipos de arquivos de áudio, de cara já vem à
nossa cabeça, o queridinho e mais popular de todos, o MP3, porém não
é só ele que está no mercado, temos o WAV, MP3, AAC e FLAC, cada um
com suas características. Lembrando que as vantagens de uns serão as
desvantagens de outros.
Além de falar dos tipos de arquivos, temos que entender também
que existem os arquivos que não são comprimidos e os comprimidos.
Áudios não comprimidos possuem maior qualidade, gravam e
reproduzem o som da forma mais fiel possível e obviamente utilizam de
muito mais espaço de armazenamento para guardá-los. O Arquivo do
tipo WAV é um desses tipos de arquivos.
Entretanto, os arquivos comprimidos permitem que o áudio ocupe
36 Sistemas e Multimídia

bem menos espaço. Mas isso não quer dizer que perdem qualidade,
como por exemplo, os arquivos FLAC que tem compressão, para reduzir
espaço, mas não perde qualidade. Já os arquivos MP3 e AAC além da
compressão, deixam a qualidade um pouco de lado e desta forma
são os que ocupam menos espaço ainda. Vamos ver cada um destes
arquivos abaixo:

WAV
Este arquivo foi criado pela Microsoft e pela IBM. Este tipo de
arquivo não perde qualidade pois utiliza de PCM (Pulse Code Modulation
– Modulação de código de pulso), o qual reproduz com alta fidelidade
tudo que foi gravado. Como ele não é um arquivo comprimido e não
perde nenhum dado, exige muito espaço de armazenamento. Dentre os
profissionais de sonoplastia é o arquivo preferido. O problema principal
dele é o tamanho, já que um arquivo MP3 que teria um tamanho de
4MB, pode passar facilmente dos 200MB no formato WAV. Este tipo de
arquivo vem sendo substituído pelo FLAC, que veremos agora.

FLAC
Free Lossless Audio Codec (Codec de áudio sem perdas e
gratuito), como o nome já diz não possui nenhuma perda de qualidade,
porém mantém os dados comprimidos. Para quem gosta de áudio (tanto
escutar como manipular), este é o formato preferido.

MP3
Este é o formato que consegue compactar o áudio de 75 a 95%,
em comparação com o WAV. Por isso é o que a maioria dos usuários
usam. A qualidade deste formato não é ruim, porém tem perdas de
informações.

AAC
O Advanced Audio Coding é extremamente utilizado como
arquivo padrão de áudio para YouTube, Itunes, Iphones, Ipads, Nintendo
3DS, PlayStation3 e 4.
Sistemas e Multimídia 37

A diferença entre o MP3 e o AAC é que o primeiro tipo de arquivo


tem uma frequência de amostragem entre 16kHz e 48kHz, já o AAC varia
entre 8kHz e 96kHz.
O AAC está sendo considerado o sucessor do MP3.

Taxa de compressão
Uma das coisas que mais intriga as pessoas, principalmente,
usuários comuns, é sobre a taxa de compressão, sobre qual usar e qual
o motivo. Normalmente seguem o ditado de que quanto maior o número
melhor. Não deixa de ser uma verdade, mas por que?
Para as taxas de compressão temos uma faixa que varia de 16kbps
até 320kbps, mas o que são efetivamente esses “kbps”?
“kbps” (em minúsculo mesmo), significa kilo bit per second
(quilo bit por segundo), ou seja, é uma velocidade de quantos bits
consegue comprimir em cada segundo de áudio. Logo, quanto mais
bits conseguirem comprimir em um segundo de áudio, melhor será a
qualidade.
Agora vamos entender a diferença entre as faixas de taxas de
compressão:
„ 320kbps → Áudio com qualidade semelhante ao CD;
„ 192kbps → perdas insignificantes para a maioria das pessoas;
„ 128kbps → Perdas levemente perceptíveis;
„ 96kbps → Qualidade similar ao Rádio FM;
„ 32kbps → Qualidade similar ao Rádio AM;
„ 16kbps → Similar aos walktalkies (rádios de comunicação).
Então agora já sabemos o tipo de arquivo que teremos que salvar,
qual a taxa de compressão, pois fará toda a diferença da qualidade do
áudio que você espera obter no final.
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu
o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos.
Espero que tenha gostado desta jornada cheia de novos conhecimentos
e muito som. O som que nos leva para mundos diferentes, aventuras,
trazem ou liberam energia. Lembre-se de que o som é para as pessoas
cegas o que a visão é para quem enxerga. É sentimento, envolvimento,
38 Sistemas e Multimídia

magia. Para escrever este livro para você, fiquei ouvindo muita música
clássica (de grandes nomes como Bethoveen, Handel e Mozart), temas
de filmes (Senhor dos Aneis, Piratas do Caribe, Harry Potter dentre
outros), onde cada som me transportava para lugares diferentes mas
desta vez fui para entender os seus devidos efeitos sonoros.
A sonoplastia é um estudo que exige constante aperfeiçoamento.
Não pense que conseguirá da noite para o dia já produzir excelentes
obras. Requer muito treino e prática. Obrigado por ficarem até aqui e
voltaremos a nos encontrar em outras unidades. Bons Estudos!
Sistemas e Multimídia 39

BIBLIOGRAFIA
CANO, Rosa Jiménez. Dentro do Lugar mais silencioso do mundo.
El País. Disponível em: https://bit.ly/3eVUmuv. Acesso em 16 fev 2020.
FRADE, Ricardo. Efeitos: Delay. Academia Musical. Disponível em:
https://bit.ly/2Sb4sxG. Acesso em 16 fev 2020.
GOMES, Leonardo Costa. Áudio digital. 3ª Edição. Editora UNISUL,
Palhoça/SC.
LIMA, Raquel. Características do som: frequência, amplitude e
timbre. “Diário de bordo de Oficina Multimédia_B”. Disponível em: https://
bit.ly/2xWzq66. Acesso em 16 fev 2020.
MENEZES, Alberto. 3 fundamentos de edição e Mixagem de voz.
Universidade do áudio. Disponível em: https://bit.ly/3bJJ2zI. Acesso em
16 fev 2020.
PEREIRA, Dimitr. Quais são as diferenças entre os formatos de
áudio WAV, MP3, AAC e FLAC?. TecMundo. Disponível em: https://bit.
ly/2VHpZjN. Acesso em 16 fev 2020.
PIMENTEL, Débora. Edição de áudio: Fundamentos. Secretaria
Municipal de Educação de São Paulo. Disponível em: https://bit.ly/359H1dy.
Acesso em 16 fev 2020.
PROJETOS, Dagson Sales. Dicas de como melhorar a acústica
de sua sala de home Theater. Disponível em: https://bit.ly/3bKPeXZ.
Acesso em 16 fev 2020.
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