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MANUTENÇÕES
E OPERAÇÕES
DE SISTEMAS
ELÉTRICOS DE
POTÊNCIA (SEP)
Série Energia – Geração, transmissão e distribuição
MANUTENÇÕES
E OPERAÇÕES
DE SISTEMAS
ELÉTRICOS DE
POTÊNCIA (SEP)
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI
Robson Braga de Andrade
Presidente
Conselho Nacional
MANUTENÇÕES E
OPERAÇÕES
DE SISTEMAS
ELÉTRICOS DE
POTÊNCIA (SEP)
© 2018. SENAI – Departamento Nacional
A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico, me-
cânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização,
por escrito, do SENAI.
FICHA CATALOGRÁFICA
S491m
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional.
Manutenções e operações de sistemas elétricos de potência (SEP) /
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, Departamento Nacional,
Departamento Regional da Bahia. - Brasília: SENAI/DN, 2018.
88 p.: il. - (Série Energia - Geração, Transmissão e Distribuição).
ISBN 978-855050297-7
CDU: 621.3.02
SENAI Sede
Serviço Nacional de Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto
Aprendizagem Industrial Simonsen • 70040-903 • Brasília – DF • Tel.: (0xx61) 3317-9001
Departamento Nacional Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br
Lista de ilustrações
Figura 1 - Manutenção de SEP......................................................................................................................................15
Figura 2 - Procedimentos operacionais....................................................................................................................16
Figura 3 - Redes de distribuição elétrica...................................................................................................................17
Figura 4 - Trabalho com redes desenergizadas . ...................................................................................................19
Figura 5 - Trabalho com redes energizadas . ..........................................................................................................21
Figura 6 - Planejamento da manutenção elétrica.................................................................................................22
Figura 7 - Controle da manutenção...........................................................................................................................23
Figura 8 - Desmontagem e substituição de equipamentos..............................................................................24
Figura 9 - Instalação de postes.....................................................................................................................................26
Figura 10 - Instalação de poste com guindauto....................................................................................................28
Figura 11 - Retirada de poste com guindauto........................................................................................................30
Figura 12 - Aprumo de postes......................................................................................................................................32
Figura 13 - Estrutura N1..................................................................................................................................................32
Figura 14 - Estrutura N2..................................................................................................................................................33
Figura 15 - Substituição de estruturas.......................................................................................................................35
Figura 16 - Substituição de transformadores..........................................................................................................38
Figura 17 - Substituição de seccionadoras e condutores...................................................................................41
Figura 18 - Instalação de seccionadoras...................................................................................................................42
Figura 19 - Transformador com sobrecarga e com princípio de incêndio...................................................44
Figura 20 - Termografia de transformador em poste...........................................................................................45
Figura 21 - Termografia de chave fusível em poste..............................................................................................46
Figura 22 - Arco elétrico..................................................................................................................................................47
Figura 23 - Falhas elétricas.............................................................................................................................................49
Figura 24 - Aterramento definitivo.............................................................................................................................51
Figura 25 - Aterramento provisório............................................................................................................................52
Figura 26 - Elementos de operação do SEP ............................................................................................................55
Figura 27 - Procedimentos da concessionária local.............................................................................................56
Figura 28 - Linhas de transmissão...............................................................................................................................57
Figura 29 - Geradores de energia................................................................................................................................58
Figura 30 - Transformador de distribuição...............................................................................................................59
Figura 31 - Transformador de força............................................................................................................................59
Figura 32 - Abertura e fechamento de circuito .....................................................................................................60
Figura 33 - Painel de controle . ....................................................................................................................................61
Figura 34 - Painel de controle supervisório . ..........................................................................................................62
Figura 35 - Operações em seccionadoras ...............................................................................................................63
Figura 36 - Operação local e remota . .......................................................................................................................64
Figura 37 - Quadro operação local seccionadoras . .............................................................................................65
Figura 38 - Meio ambiente e SEP.................................................................................................................................69
Figura 39 - Isoladores poliméricos..............................................................................................................................72
Figura 40 - Descarte de isoladores de porcelana..................................................................................................73
Figura 41 - Isoladores de vidro.....................................................................................................................................75
Tabela 1 - Ponta de carga em múltiplos de valores nominais para a vida útil normal..............................44
Tabela 2 - Rigidez dielétrica de materiais..................................................................................................................47
Sumário
1 Introdução.........................................................................................................................................................................11
Referências............................................................................................................................................................................79
Minicurrículo do autor......................................................................................................................................................81
Índice......................................................................................................................................................................................83
Introdução
Prezado aluno,
É com grande satisfação que o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) traz o
livro didático da unidade curricular de Manutenções e Operações de Sistemas Elétricos de
Potência (SEP).
O objetivo desta Unidade Curricular é desenvolver capacidades técnicas relativas à ma-
nutenção, operação e o controle dos sistemas elétricos de potência, bem como capacidades
sociais, organizativas e metodológicas, de acordo com a atuação do técnico no mundo do tra-
balho.
Nos capítulos a seguir veremos normas e procedimentos, tendo em vista a operação do
sistema elétrico de potência, tão necessários ao desenvolvimento das competências específi-
cas para formação do técnico em Eletrotécnica, uma vez que o profissional estará habilitado a
desenvolver atividades pertinentes ao sistema elétrico de potência.
Você vai se deparar com assuntos que ressaltam a importância do sistema elétrico de po-
tência e a compreensão dos procedimentos necessários para execução de algumas atividades.
Por fim, esta unidade curricular servirá para despertar suas capacidades sociais, organizati-
vas, metodológicas e técnicas. Queremos que você se preocupe com sua qualidade de vida e
com os impactos que as atividades de intervenção do sistema elétrico de potência oferecem
aos seus usuários.
Os estudos desta unidade curricular lhe permitirão desenvolver:
CAPACIDADES TÉCNICAS
Lembre-se de que você é o principal responsável por sua formação e isso inclui ações proativas, como:
a) Consultar seu professor-tutor sempre que tiver dúvida;
b) Não deixar as dúvidas para depois;
c) Estabelecer um cronograma de estudo que você cumpra realmente;
d) Reservar um intervalo para quando o estudo se prolongar um pouco mais.
Bons estudos!
Elementos de manutenção elétrica do SEP
A manutenção dos sistemas elétricos de potência vem sofrendo sérias mudanças por cau-
sa das exigências do mercado, afetando diretamente as empresas de geração, transmissão e
distribuição de energia elétrica. Por esse motivo, nos dias de hoje, busca-se constantemente
por tecnologias mais avançadas e melhorias nos processos de manutenção e operação dos
sistemas elétricos.
Ao se falar em elementos de manutenção do SEP, podemos entender que um dos pontos
mais importantes está nas atividades de manutenção, que ao longo do tempo vêm ganhando
destaque junto às organizações a fim equilibrar o alto nível da concorrência no setor de ener-
gia elétrica.
Com base nas normas técnicas da reguladora de energia, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANE-
EL), temos os segmentos que compõem o sistema elétrico de potência, por assim dizer, o conjunto forma-
do pelas instalações e equipamentos voltados à geração, transmissão e distribuição de energia elétrica.
Cada estado da federação possui, além das normas estabelecidas pela reguladora nacional, as normas
e procedimentos técnicos das concessionárias locais de energia elétrica. Um exemplo de procedimento a
ser adotado durante a execução e/ou manutenção do SEP é o Procedimento Operacional Padrão (POP),
que estabelece as diretrizes a serem seguidas durante o planejamento, execução e manutenção das redes
de distribuição, orientando os trabalhadores acerca dos riscos e procedimentos a serem adotados em cada
etapa do serviço.
Para se cumprir com o POP (Procedimento Operacional Padrão), é necessário verificar a necessidade de
intervenção. Se for de emergência ou preventiva, necessita-se de autorização e aprovação para realização
da atividade, confirmação da realização do serviço, conclusão da atividade.
As redes de distribuição são formadas por um complexo sistema, responsável por levar a energia elé-
trica produzida nas usinas até o consumidor final. Para isso, a energia produzida nas usinas é transportada
através das redes de transmissão, ao chegar nos centros urbanos passam pelas subestações, onde os níveis
de tensão são reduzidos, para depois serem transportadas pelas redes de distribuição, podendo ter seus
níveis regulados por transformadores de forma a atender as necessidades de fornecimento de cada con-
sumidor.
2 Elementos de manutenção elétrica do SEP
17
Podemos dizer, então, que a rede de distribuição elétrica é o segmento do setor elétrico que compre-
ende os potenciais após a transmissão de energia, partindo das subestações de distribuição e fazendo a
entrega ao cliente final.
O sistema de distribuição é composto pela rede elétrica e pelo conjunto de instalações e equipamentos
elétricos que operam em níveis de alta tensão (superior a 69 kV e inferior a 230 kV), média tensão (MT) su-
perior a 1 kV e inferior a 69 kV, e baixa tensão (BT) igual ou inferior a 1 kV).
Nos serviços de operação e manutenção das redes de distribuição, os Procedimentos Operacionais Pa-
drão (POP) são adotados seguindo um fluxograma de atuação e operação, onde é realizada uma inspeção
prévia do funcionamento do sistema avaliando-se as necessidades de realizar intervenções, manutenções
preventivas ou corretivas.
Ao se avaliar a necessidade de realizar uma intervenção na rede de distribuição, deve-se: solicitar ao
centro de operação do sistema, responsável pelo controle operacional da rede elétrica, tal intervenção,
caso a solicitação não parta dele; confirmar a realização do serviço e, por fim, realizar o serviço seguindo os
procedimentos padrões de operação já definidos para cada etapa do serviço.
MANUTENÇÕES E OPERAÇÕES DE SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA (SEP)
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A intervenção em uma rede de distribuição pode ser realizada de duas maneiras: com a rede desenergi-
zada ou com a rede energizada, essa escolha dependerá da viabilidade ou não de realizar o desligamento
da rede no momento da intervenção. Caso não seja possível, os serviços deverão ser executados com a
rede energizada tomando-se, para isso, as devidas precauções. Na sequência estudaremos sobre as manu-
tenções com a rede desenergizada.
A desenergização do sistema elétrico, além de eliminar a tensão no sistema, não permite a sua energi-
zação intencional, acidental ou decorrente de fatores naturais, como um raio. Uma rede elétrica, para ser
considerada desenergizada e, com isso, evitar acidentes durante sua execução e/ou manutenção, deve
atender aos requisitos definidos pela Norma Regulamentadora 10 (NR 10). Essa norma estabelece que as
redes elétricas só podem ser consideradas desenergizadas e liberadas para trabalho mediante a realização
de procedimentos apropriados, tais como:
a) Seccionamento da rede;
b) Impedimento de reenergização da rede;
c) Constatação de ausência de tensão elétrica na rede;
d) Instalação de aterramentos temporários com equipotencialização dos condutores da rede;
e) Proteção dos elementos energizados;
f) Instalação da sinalização de impedimento de reenergização da rede durante a realização dos
serviços.
Dessa forma, antes de se efetuar qualquer tipo de intervenção em uma rede de distribuição desenergi-
zada, deve ser realizado o procedimento de seccionamento dos dispositivos e equipamentos, por exem-
plo, as chaves fusíveis, chaves seccionadoras, interruptores, disjuntores e religadores.
Além disso, é necessária a utilização de sistemas de bloqueio e travamento, impedindo a reenergização
do sistema durante a realização dos serviços de instalação e/ou manutenção. Por isso, tal procedimento
deve estar presente no POP de forma que seja conhecido por todos os colaboradores.
2 Elementos de manutenção elétrica do SEP
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A execução dos trabalhos com a rede desenergizada é a maneira mais segura de realizar a instalação e/
ou manutenção em redes de distribuição, sendo necessário, porém, seguir os procedimentos de desener-
gização de forma correta e segura. Mas nem sempre é possível executar tais serviços com rede elétrica de-
senergizada. Nesses casos, o trabalho é realizado com a rede energizada, sendo assim, os cuidados devem
ser redobrados, conforme veremos na sequência.
Uma rede energizada é aquela que existe uma tensão igual ou superior a 50 volts em corrente alternada
ou superior a 120 volts em corrente contínua. Sendo que essa tensão pode se formar por diversas razões
na instalação, como: falha na isolação; um circuito diretamente energizado; um circuito acidentalmente
energizado; entre outros. É importante realizar o teste de falta de tensão antes da execução de um serviço,
MANUTENÇÕES E OPERAÇÕES DE SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA (SEP)
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pois caso esteja energizada, é necessário adotar medidas de prevenção de modo a garantir a segurança do
colaborador.
Nos serviços de manutenção de redes de distribuição, em muitos casos, não é possível realizar os pro-
cedimentos de manutenção com a rede desenergizada, pois o desligamento da rede em grandes centros
urbanos, industrias, hospitais, por exemplo, causariam grandes transtornos e prejuízos. Por conta disso,
as manutenções nesses locais devem ser executadas com a rede energizada, devendo os serviços, nesses
casos, serem realizados por uma equipe treinada e que disponham de ferramentas e equipamentos para
trabalhar com a rede energizada.
Os serviços realizados com a rede energizada são feitos após a elaboração de uma Avaliação Prévia
de Riscos (APR). Nela verificam-se os riscos para a execução dos serviços e os métodos de trabalho mais
adequados e seguros para os trabalhadores, de modo a garantir a integridade do colaborador durante a
execução.
Na sequência, veremos alguns métodos que podem ser adotados durante a realização de serviços e/ou
manutenções com a rede energizada:
a) Método à distância: neste método as operações são realizadas “à distância” com o auxílio de
ferramentas montadas na extremidade de bastões isolantes, asseguram a distância entre o cola-
borador e o elemento energizado, que são projetados para serem utilizados nas diversas classes
de tensão. Com esse método, o colaborador pode manipular condutores, isoladores ou os dis-
positivos de seccionamento, estando esses energizados, mantendo uma distância segura e sem
correr o risco de ter um contato direto com eles;
b) Método ao contato: este trabalho é chamado de “linha viva”. Nele os eletricistas são deslocados
dentro de uma cesta aérea feita em fibra e içada por caminhão. Neste método o eletricista deve
utilizar EPI, como: luvas e mangas, adequadas à tensão de trabalho, pois eles terão o contato dire-
to com as partes que se encontram energizadas;
c) Método ao potencial: esse método se baseia no princípio da Gaiola de Faraday. Nesse caso, o
eletricista utiliza uma vestimenta condutiva que veste todo o seu corpo e, ao se aproximar do
condutor energizado, ele conecta a vestimenta ao condutor de forma que fiquem em um mesmo
potencial. O mesmo procedimento é realizado ao se utilizar escadas, cadeiras isolantes, andaimes
ou cesta aérea, pois tais dispositivos devem estar no mesmo potencial do condutor onde será
realizado o serviço ou manutenção. Por isso, devem ser vistoriados e testados a fim de verificar se
o isolamento está dentro dos limites de segurança.
2 Elementos de manutenção elétrica do SEP
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A realização de serviços, manutenções, reformas, ampliações com redes energizadas, só podem ser
feitas por profissionais devidamente qualificados, com a utilização dos EPI e EPC e de acordo com os pro-
cedimentos operacionais padronizados para a realização dos mesmos.
serem adotados durante a realização dos serviços, assim como, os mecanismos de prevenção a
serem adotados por eles;
d) Planejamento dos recursos: etapa responsável pelo levantamento dos recursos financeiros,
materiais, equipamentos, mão de obra, entre outros, programação de compra e gerenciamento
do estoque de materiais que serão necessários para a realização do serviço de manutenção;
e) Acompanhamento: etapa onde se avalia se os serviços de manutenção estão sendo realizados
de acordo com o planejado. Nela é possível identificar desvios e discrepâncias entre o planeja-
mento e a execução, assim, torna-se possível tomar medidas que solucionem tais desvios;
f) Instrumentação: nessa etapa realiza-se a coleta de dados, produtividade da equipe, tempo de
interrupção para substituição de dispositivos e equipamentos, entre outros, levantados durante
a etapa de acompanhamento, que servirá para avaliar e melhorar o planejamento e controle dos
serviços de manutenção.
A manutenção, seja ela em qualquer ramo de atuação, possui como objetivo a conservação dos equi-
pamentos para garantir a operação segura e confiável dos mesmos. Para que esse objetivo seja alcançado,
é necessário que a manutenção possua uma gestão focada no aumento da confiabilidade e segurança nas
realizações das atividades.
Não basta apenas realizar o planejamento e programação da manutenção de um SEP, é necessário efe-
tuar também o seu controle, que consiste em analisar o planejamento e a execução da manutenção iden-
tificando desvios e pontuando melhorias, assim como, a adoção de melhores técnicas e procedimentos de
trabalhos mais adequados e modernos, assegurando assim maior confiabilidade e segurança do sistema.
Se no planejamento busca-se a adoção de práticas que visem a prevenção de acidentes, após realizar a
Análise Prévia de Risco (APR) sobre a natureza dos serviços de manutenção que serão realizados, no con-
trole de manutenção deve ser avaliado se os métodos de manutenção adotados estão sendo realizados
por profissionais devidamente qualificados e habilitados para a execução dos serviços, ainda, se são os
mais adequados e que melhor atendem aos procedimentos de manutenção.
As principais características de um controle de manutenção bem feito são:
MANUTENÇÕES E OPERAÇÕES DE SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA (SEP)
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1 Abalroamento: choque violento ou colisão de um elemento, um carro, por exemplo, contra outro elemento.
2 Elementos de manutenção elétrica do SEP
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Nos próximos itens veremos alguns procedimentos para a realização da instalação, desmontagem e
substituição de equipamentos do SEP.
Procedimentos iniciais
Analisando o quadro anterior, é possível notar que cada procedimento realizado na instalação e/ou
manutenção de uma rede de distribuição deve ser feito de acordo com os procedimentos padronizados
da concessionária, ou empresa responsável pela execução desses serviços, pois cada atividade realizada
possui um risco relacionado à sua execução, assim como, procedimentos predefinidos que visam controlar
ou mitigar os seus efeitos.
Os postes devem estar regulamentados pela norma da ABNT NBR 8451 e ter seção circular, além de
apresentar superfícies externas suficientemente lisas, sem fendas ou fraturas para atender às demandas
das normas regulamentadoras aprovadas junto às concessionárias de energia.
Além disso, os postes devem ser inspecionados antes de serem utilizados, pois geralmente são estoca-
dos à disposição do tempo e sofrem com as intempéries, efeitos provenientes da exposição ao sol, chuva,
etc. Por isso, uma a inspeção deve ser realizada antes da instalação e depois, a fim de manter a integridade
do equipamento.
A instalação do poste feita com a utilização do guindauto, através do içamento do poste e seu posterior
posicionamento dentro da cava, é de grande relevância, pois estamos falando de redes elétricas onde toda
sua atuação fica fora do chão, sendo fundamental a sua utilização durante o içamento dos postes e tam-
bém em trocas de equipamentos.
No quadro a seguir apresentamos o roteiro para a instalação de um poste conforme normas e procedi-
mentos.
2 Elementos de manutenção elétrica do SEP
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Engastamento2
Os procedimentos adotados para fixação do poste na cava devem ser realizados atendendo-se aos pro-
cedimentos especificados no POP, assim como, aos procedimentos de segurança, tendo em vista os riscos
envolvidos durante a etapa de movimentação do guindauto e içamento do poste.
Os guindautos utilizados em serviços para postes devem ser verificados e inspecionados pelos órgãos
reguladores para atender ao processo de manutenção periódica do equipamento.
O mesmo procedimento da utilização do guindauto, realizado para a instalação de um poste, pode ser
adotado para realizar a operação de retirada de poste, pois esse equipamento realizará todo o desloca-
mento do poste, tanto para retirada, quanto para instalação.
No quadro a seguir apresentamos o roteiro para retirada de um poste conforme normas e procedimen-
tos.
2 Elementos de manutenção elétrica do SEP
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Os procedimentos realizados para retirada de um poste devem ser realizados atendendo aos proce-
dimentos especificados no POP, assim como, aos procedimento de segurança, tendo em vista os riscos
envolvidos durante a etapa. Caso seja necessário os eletricistas guiarem o poste, este apoio deve ser feito
com o uso de cordas ou com as mãos devidamente protegidas.
MANUTENÇÕES E OPERAÇÕES DE SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA (SEP)
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A utilização de guindautos para a alocação ou retirada de postes é de grande importância, pois o equi-
pamento auxilia no manuseio, descarregamento e alocação para o buraco onde houve a escavação, assim
como, nas manobras necessárias para a retirada do mesmo.
A retirada de poste segue um planejamento adequado nas concessionárias de energia, onde é efetuado
com base no POP (Planejamento Operacional Padrão), que pode variar de concessionária para concessio-
nária.
Para efetuar o aprumo do poste, é utilizado o guindauto e todo trabalho de obra civil para fechamento
da cava e aprumo do poste.
No quadro a seguir apresentamos o roteiro para realizar o aprumo do poste com o auxílio do guindauto.
2 Elementos de manutenção elétrica do SEP
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No processo utilizado para aprumar o poste é fundamental a utilização de dispositivos que avaliem a
verticalidade do mesmo, pois um poste fora de prumo pode exercer esforços não previstos sobre os postes
conectados a ele, por meio dos condutores.
MANUTENÇÕES E OPERAÇÕES DE SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA (SEP)
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Socador
Fio de prumo
O aprumo de postes é um trabalho feito para atender às normas e os procedimentos de instalação dos
postes, verificando todo o processo de escavação e cálculo de onde o mesmo será alocado. Todos estes
procedimentos são regulamentados dentro do POP (Plano Operacional Padrão) das concessionárias de
energia.
Tipos de estruturas
Figura 13 - Estrutura N1
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
2 Elementos de manutenção elétrica do SEP
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As estruturas N1 são compostas basicamente por uma cruzeta e três isoladores de pino, conforme apre-
sentado na figura anterior.
b) Estrutura N2: a finalidade das estruturas N2 é realizar a sustentação dos condutores de ALTA
TENSÃO, mas diferentemente da estrutura N1, a estrutura N2 é composta por duas cruzetas e seis
isoladores de pino, conforme apresentado na figura a seguir.
Figura 14 - Estrutura N2
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
Para que as estruturas de sustentação dos condutores sejam mantidas em bom estado de funciona-
mento, é necessário realizar constantes vistorias e intervenções e, caso seja necessário, devem ser realiza-
das as devidas substituições, conforme veremos no próximo tópico.
A substituição de uma estrutura é realizada após uma prévia inspeção, onde pode ser avaliada a neces-
sidade de uma substituição como parte de um processo de manutenção corretiva ou preventiva, ou ainda,
podem ser substituídas em caráter de emergência quando decorrente de casos não previstos, queda de
raios, galhos de árvores, entre outros.
No quadro a seguir apresentamos o roteiro para substituição de estruturas, conforme normas e proce-
dimentos.
MANUTENÇÕES E OPERAÇÕES DE SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA (SEP)
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Na realização dos serviços de substituição de estruturas é necessária a utilização dos EPI, assim como, a
correta sinalização da área no entorno da execução do serviço a fim de evitar acidentes durante a realiza-
ção do mesmo. Na figura a seguir apresentamos a substituição da estrutura de uma rede de distribuição.
Toda e qualquer estrutura deve ser trocada mediante a sua necessidade de manutenção e/ou reparo,
e devem seguir o procedimento operacional padrão para a substituição de estruturas estabelecidos pela
concessionária.
MANUTENÇÕES E OPERAÇÕES DE SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA (SEP)
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CASOS E RELATOS
A troca de estrutura é realizada pela necessidade apontada após a inspeção. Além da estrutura podem
ser substituídos outros dispositivos como a cruzeta, os isoladores, as chaves fusíveis, entre outros.
Além dos postes e suas estruturas, os transformadores são equipamentos que também precisam ser
inspecionados e vistoriados com frequência devendo passar pelas manutenções preventivas e corretivas,
onde podem ser realizadas a drenagem e substituição do óleo presente nos transformadores e, quando
necessário, a completa substituição do mesmo.
A substituição de transformadores ocorre por conta de manutenção corretiva, sendo por troca ou por
defeito. Outro tipo de intervenção realizada nos transformadores é a troca de óleo, cuja função é isolar
eletricamente e refrigerar o transformador.
No quadro a seguir apresentamos o roteiro para instalação e substituição de transformadores, confor-
me normas e procedimentos.
2 Elementos de manutenção elétrica do SEP
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A fim de atender às demandas do mercado, existe uma variedade de transformadores, sendo os mais
utilizados nas redes de distribuição os abaixadores de tensão que reduzem as tensões da rede a níveis pa-
dronizados, os elevadores de tensão que elevam os níveis de tensão da rede a níveis padronizados, entre
outros.
Para realizar a substituição de seccionadoras, fazer emendas, conexão e troca de condutores, devemos
atender às normas operacionais das concessionárias, atendendo ao POP (Planejamento Operacional Pa-
drão). Todos estes itens, para serem substituídos, devem ter apresentado algum tipo de defeito ou ter sua
substituição feita como medida preventiva.
Na sequência, veremos um roteiro para instalação e substituição, emenda/conexão/ troca de conduto-
res, conforme procedimentos operacionais padrão.
2 Elementos de manutenção elétrica do SEP
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Estacionar a viatura.mordente
Instalar o esticador - Abalroamento
Queda de mesmoe colisão;
nível; Fazer conforme
Realizar o POP de
procedimento
na talha de elevação ou - Atropelamento;
Queda de diferença de nível. estacionamento, sinalização
conforme POP, instalação de e
moitão, prendendo a outra - Queda de mesmo nível. delimitação
condutores emde área
rededede MT e
extremidade no condutor da trabalho estabelecido pela
BT, da concessionária.
rede secundária. concessionária.
Sinalizar
Acionar aetalha
delimitar a área de
de elevação -Queda
Quedade
demesmo
mesmonível.
nível; Sinalizar e delimitar a área
Realizar procedimento
trabalho.
ou moitão para o - Queda de diferença de nível. conforme
conforme procedimento
POP, instalaçãodede
tensionamento do condutor. sinalização
condutoreseem delimitação
rede de MT e
definido pela concessionária.
BT, da concessionária.
Escalar
Desfazero os
poste com escada
encabeçamentos -- Queda
Queda de
de diferença de nível.
mesmo nível; Realizar
Realizar procedimento
procedimento
ou
do com cestosustentado
condutor aéreo. pela - Queda de diferença de nível. conforme
conforme POP,POP, trabalho
instalaçãoemde
talha de elevação ou pelo altura em estrutura
condutores em redededeMTMTee
moitão. BT
BT, utilizando cesto aéreo, da
da concessionária.
concessionária.
Içar o condutor novo pela - Queda de mesmo nível. Realizar procedimento
Confirmar se há o corte
corda da carretilha visível
(Eletricista - Arco elétrico; Realizar
conforme a abertura das chaves
POP, instalação de
(chave aberta) de todas as
do solo). - Queda de diferença de nível; conforme
condutoresprocedimento
em rede de MT dee
possíveis fontes de - Queda de mesmo nível. operação de chave faca
BT, da concessionária.
alimentação. definido pela concessionária.
Prender o esticador mordente - Queda de mesmo nível. Realizar procedimento
Instalar placa dedo
na extremidade sinalização.
condutor - Queda de mesmo nível. Sinalizar/
conformeidentificar o localdede
POP, instalação
novo. erosão,
condutoresaclive,
emdeclive,
rede desarjetas
MT e
e
BT,bueiros.
da concessionária.
Realizar
Acionar ao talha
teste de
de elevação
ausência -- Choque elétrico;
Queda de mesmo nível. Utilizar
RealizarEPI de acordo com o
procedimento
de
ou tensão.
moitão O teste
para o poderá ser - Queda de diferença de nível; nível de tensão
conforme da rede; de
POP, instalação
realizado em altura
retensionamento doou do - Queda de mesmo nível. Realizar teste
condutores emconforme
rede de MT e
solo.
condutor novo. procedimento de teste de
BT, da concessionária.
ausência de tensão em redes
Refazer o encabeçamento do - Queda de diferença de nível; elétricas de BT e MT,
Realizar procedimento
condutor novo no isolador da - Queda de materiais. estabelecidos
conforme POP,pela
instalação de
rede secundária. concessionária.
condutores em rede de MT e
BT, da concessionária.
Instalar o conjunto de - Choque elétrico; Instalar o conjunto conforme
Retirar o esticador
aterramento mordente
temporário na nível.
- Queda de diferença de nível; procedimento de instalação e
Realizar procedimento
da talha
MT e BT. de elevação e - Queda de materiais. retirada
conforme dePOP,
aterramento
instalação de
amarrar na corda da definido
condutorespela
emconcessionária.
rede de MT e
carretilha. BT, da concessionária.
Verificar o comprimento do - Queda de mesmo nível. Realizar procedimento
Descer a talha
condutor a ser de elevação
instalado naou - Queda de diferença de nível; Realizar procedimento
conforme POP, instalação de
moitão
rede pela corda da
secundária. - Queda de materiais; conforme POP,
condutores eminstalação
rede de MTdee
carretilha (Eletricista do solo) - Queda de mesmo nível. condutores
BT, em rede de MT e
da concessionária.
BT, da concessionária.
Identificar as fases e o neutro - Queda de mesmo nível; Realizar procedimento
e colocarasaamarrações
Refazer fita de do - Queda de diferença de nível
nível; conforme POP, instalação de
Realizar procedimento
identificação
condutor novo nodos
neutro (fita
postes - Queda de materiais. condutores
conforme POP,eminstalação
rede de MTdee
azul), na fase A (fita
intermediários. BT, da concessionária.
condutores em rede de MT e
vermelha), na fase B (fita BT, da concessionária.
branca) e na fase C (fita
marrom) nas duas
Reconectar os do
extremidades ramais de
condutor. - Queda de diferença de nível; Realizar procedimento
serviço das unidades - Queda de materiais. conforme POP, instalação de
consumidoras
Instalar a talha (se
ou for o caso).
moitão na - Queda de mesmo nível; ramais de
Realizar serviço, da
procedimento
fita de ancoragem ou - Queda de diferença de nível. concessionária.
conforme POP, instalação de
“estropo” da corda. condutores em rede de MT e
Descer do poste ou do cesto - Queda de diferença de nível. Realizar procedimento
BT, da concessionária.
aéreo. conforme POP, trabalho em
Içar o esticador mordente - Queda de mesmo nível; altura em
Realizar estrutura de MT e
procedimento
pela corda da carretilha ao - Queda de diferença de nível. BT utilizando
conforme POP,cesto aéreo, de
instalação da
eletricista na escada concessionária.
condutores em rede de MT e
(Eletricista no solo). BT, da concessionária.
Quadro 7 - Substituição de seccionadoras, emenda, conexão e troca de condutores
Fonte: SENAI DR BA, 2018.
2 Elementos de manutenção elétrica do SEP
41
A substituição de seccionadores, emenda/ conexão/ troca de condutores, deve ser feita conforme POP
definido pela concessionária. Na figura a seguir vemos um exemplo de substituição dos condutores com o
uso de cesta aérea instalada sobre caminhão.
As estruturas devem ser trocadas sempre que se julgar necessário, com base nas inspeções realizadas
ou quando for verificado peças danificadas no equipamento, por exemplo, as conexão e condutores nor-
malmente são trocados, por motivo de rompimento.
Instalação DE SECCIONADORAS
As seccionadoras são dispositivos responsáveis por realizar as manobras de seccionar e isolar um de-
terminado circuito elétrico. Em condições normais e com seus contatos fechados, elas devem manter a
condução de sua corrente nominal, inclusive de curto-circuito até a abertura do disjuntor, sem sobreaque-
cimento.
As chaves seccionadoras podem ser monitoradas manualmente ou por sistema supervisório, controle a
distância. Por isso, a sua instalação é de grande valia para o bom funcionamento do sistema elétrico.
O roteiro para a instalação das seccionadoras está embutido dentro dos procedimentos vistos anterior-
mente, para instalação e substituição, emenda/conexão/ troca de condutores.
MANUTENÇÕES E OPERAÇÕES DE SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA (SEP)
42
As chaves seccionadoras podem ser monitoradas e comandadas remotamente e acionadas por moto-
res. Hoje a maioria das chaves seccionadoras de grande porte são monitoradas por sistemas supervisórios.
No sistema elétrico de potência podem ocorrer falhas nos dispositivos e equipamentos que, às vezes,
não são possíveis de serem previstas, podendo, com isso, comprometer todo o processo de fornecimento
de energia elétrica. A fim de minimizar esses problemas, são utilizadas as técnicas de análise de falhas que
permitem buscar soluções para reduzir os riscos de interrupções da energia elétrica.
Para atender a esta demanda, utilizamos os princípios de probabilidade e análise de risco e planejamen-
to. As técnicas determinadas são designadas pela diminuição parcial ou total da eficácia, ou capacidade de
desempenho, de um componente ou sistema.
A partir deste conceito, temos diversos tipos de falhas que iremos abordar, tais como:
a) Falhas totais: quando os equipamentos não podem atuar;
b) Falhas parciais: quando o equipamento apresenta algum defeito, mas funciona por algum tempo;
c) Falhas catastróficas: intitulada como falha com sinistro, tipo explosão;
d) Falhas graduais: falhas constatadas pelo desgaste do equipamento.
equipamentos de aquisição de dados e dispositivos remotamente controlados (sensores, relés), que são
instalados em campo e possuem a capacidade de enviar as informações, em tempo real, para os centros
de comando.
Através das informações enviadas pelos dispositivos que estão instalados em campo, os sistemas de
automação, geralmente presentes na subestação, são capazes de processar essas informações, determi-
nando e classificando as condições de faltas. Assim como, localizando os elementos de proteção acionados
ou em condição de anormalidade, sendo possível fornecer um apoio à tomada de decisões no ambiente de
subestações de sistemas de distribuição de energia elétrica.
As novas práticas de detecção de falhas com o uso da automação visam dar maior celeridade a esse pro-
cesso, pois as práticas tradicionais de diagnóstico de defeitos baseiam-se no julgamento dos operadores e
dependem de suas experiências em análise e planejamento de ações corretivas.
Uma subestação está sujeita a vários problemas, como: descargas atmosféricas, acidentes, incêndios,
gerando curto-circuito. Porém, com a utilização de dispositivos como relés, disjuntores remotamente con-
trolados, é possível detectar e solucionar possíveis falhas e, com isso, garantir a integridade do sistema.
A sobrecarga em um circuito elétrico ocorre quando o valor da intensidade da corrente elétrica extrapo-
la o valor da intensidade de corrente nominal especificada em um dispositivo ou equipamento, a exemplo
um disjuntor em uma instalação predial.
Quando esse limite é ultrapassado o disjuntor secciona, pois a sua função é fazer a proteção da instala-
ção elétrica ou de um equipamento específico à montante da carga (depois do disjuntor), assim como, do
profissional que estiver utilizando o equipamento. No sistema internacional de unidades a intensidade da
corrente é medida em Ampère, dada pelo símbolo (A).
Uma sobrecarga pode ser gerada mediante o excesso de dispositivos em funcionamento, por exemplo,
ao conectarmos uma grande quantidade de cargas (equipamentos, motores elétricos, lâmpadas, etc.) em
um mesmo circuito, de modo que ocorra o funcionamento desses dispositivos ao mesmo tempo.
Caso o somatório das correntes desses dispositivos ultrapassem o nível máximo de corrente calculado
para o circuito ao qual estão conectados, o dispositivo de proteção desse circuito será acionado interrom-
pendo-o e protegendo o circuito antes que ele seja danificado.
Dessa forma, quando o disjuntor desarmar, verifica-se o excesso de carga, retirar este excesso e colocar
em outro circuito, caso exista, irá balancear a corrente e quantidade de equipamentos em um mesmo
circuito ou barramento. Esta sobrecarga elétrica não é um dano ao circuito, e sim um eventual excesso de
carga.
Assim como acontece uma sobrecarga em um circuito de uma instalação predial, podem ocorrer sobre-
cargas em transformadores da rede de distribuição, sendo assim, caso ocorra sobrecarga com a variação
de 30%, ou seja, além desse valor nos transformadores, sugere-se a alteração dos transformadores por um
de maior capacidade de potência ou a divisão do circuito analisado.
MANUTENÇÕES E OPERAÇÕES DE SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA (SEP)
44
Tabela 1 - Ponta de carga em múltiplos de valores nominais para a vida útil normal
Fonte: BOVOLATO, 2004.
A troca do transformador por um de maior capacidade, ou a divisão do circuito, é uma medida preven-
tiva que visa evitar o aquecimento do transformador, que pode decorrer de uma sobrecarga e gerar um
princípio de incêndio, conforme vemos na imagem a seguir.
Uma forma de evitar o superaquecimento em transformadores, que pode gerar um princípio de incên-
dio, é realizar o monitoramento desses equipamentos com o uso da termografia.
2 Elementos de manutenção elétrica do SEP
45
Esse dispositivo permite identificar, através de imagens térmicas, as ondas de calor presentes nos equi-
pamentos, dispositivos, ambientes, sendo possível visualizar os pontos mais críticos e que devem ser prio-
rizados nos reparos. Na figura anterior vimos um exemplo de termografia, aplicado em um transformador.
P=i2xR
Sendo que:
P = potência do equipamento;
I = a intensidade da corrente elétrica;
R = a resistência elétrica do material.
MANUTENÇÕES E OPERAÇÕES DE SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA (SEP)
46
Os problemas de aquecimento podem ser ocasionados por condutores com seção pequena, conexão
folgada ou passagem demasiada de corrente elétrica. Excesso de fluxo pode indicar aquecimento não de-
sejado, anormal e elevada temperatura que gera em circuitos elétricos anomalia de elevada temperatura.
oC
85
80
75
70
65
60
55
45
40
35
30
25
20
15
10
5
0
-5
oC
32.0
31.0
30.0
29.0
28.0
27.0
26.0
25.0
24.0
23.0
22.0
21.0
20.0
19.0
18.0
17.0
16.0
15.0
14.0
Na termografia apresentada na figura anterior, é possível observar os pontos de maior aquecimento (in-
dicados em vermelho) presentes tanto nas conexões da chave fusível (primeira imagem), como na própria
chave (segunda imagem). A partir da análise das imagens de termografia é possível realizar as interven-
ções, manutenções preventivas necessárias, evitando assim problemas como incêndio nesses dispositivos.
O centelhamento é o efeito que ocorre devido à passagem de tensão pelo ar. O ar é um meio isolante
até o momento que a tensão que passa por ele é suficiente para ocasionar a ionização (quando os átomos
presentes não perdem elétrons e ele se torna um condutor), também chamado de arco voltaico.
O valor mínimo de tensão testado a cada centímetro de distância é denominado rigidez dielétrica do
elemento ou material. A centelha é uma descarga que atravessa o ar e interage com o elemento e a resis-
tência elétrica que atravessa um elemento.
O centelhamento pode ter características de pressão (1 atm) e temperatura de 25°C, tensão de 30.000
volts por centímetro, variando com a umidade do ar. Na tabela a seguir podemos observar a rigidez dielé-
trica de distintos materiais.
2 Elementos de manutenção elétrica do SEP
47
Ar 3x108
Baquelite 24x108
Náilon 14x108
Papel 16x108
Polistireno 24x108
Quartzo 8x108
Teflon 60x108
Analisando a tabela anterior, é possível observar que o ar é o elemento com menor rigidez dielétrica,
por isso, quando a sua rigidez elétrica é vencida, mediante a passagem de uma corrente elétrica, observa-
-se o efeito do centelhamento, ou seja, uma descarga elétrica através do ar, conforme mostra a figura a
seguir.
Quando um componente da instalação, fixo ou estacionário, for suscetível produzir, em operação nor-
mal, arcos ou centelhamento, ele deve ser:
a) Totalmente envolvido por material resistente a arcos;
b) Separado, por materiais resistentes a arcos, de elementos construtivos da edificação sobre os
quais os arcos possam ter efeitos térmicos prejudiciais;
c) Montado a uma distância suficiente dos elementos construtivos sobre os quais os arcos possam
ter efeitos térmicos prejudiciais, de modo a permitir a segura extinção do arco.
Os materiais resistentes a arcos mencionados devem ser incombustíveis, apresentar baixa condutivida-
de térmica e possuir espessura capaz de assegurar estabilidade mecânica.
O sistema de isolação presente nos condutores, isoladores, transformadores, seccionadores, entre ou-
tros elementos, são fundamentais para garantir o funcionamento desses elementos. Assim como, a segu-
rança das pessoas e profissionais que atuam constantemente nos processos de operação e manutenção
dos mesmos, de modo que uma falha de isolação desses dispositivos poderia ocasionar sérios danos ao
sistema elétrico, consequentemente, ao profissional que porventura entre em contato com tal dispositivo.
Para evitar danos em sistemas com falhas no isolamento, e evitar que o profissional que esteja ope-
rando sofra níveis de corrente perigosos por um toque em parte energizada, devem ser realizados testes
de isolamento em um nível de tensão maior que a tensão operada, garantindo, se houver, vazamento em
determinado potencial propício à formação de arco. Esse teste permite avaliar a integridade e capacidade
de isolação elétrica do sistema de isolação, assim como, prevê possíveis falhas no sistema.
Para segurança é testado o isolamento para garantir a segurança pública e dos operadores, com teste
“não destrutivo” injetando alto nível de tensão entre condutores aterrados, com conexão a terra com cor-
rente estática, evitando curtos-circuitos fatais ou curto com condutor terra que podem ocorrer um incên-
dio.
RESISTÊNCIA DE ISOLAMENTO
A chuva, por exemplo, reduz a robustez externa do dielétrico dos isoladores, mas não força o apareci-
mento de lacunas de ar. Já a chuva em conjunto com a poluição pode reduzir drasticamente a resistência
de isolamento. O nevoeiro ou formação de orvalho, chuva ou luz, juntamente com a poluição ou contami-
nação, são geralmente as piores condições a que o isolador está sujeito.
2 Elementos de manutenção elétrica do SEP
49
O curto-circuito é uma falha elétrica bastante comum e que pode acontecer em um SEP. Ele ocorre
quando uma corrente elétrica de valor muito superior, a corrente projetada para o circuito, passa por um
circuito devido a uma diferença repentina na impedância3 desse circuito, o que gera uma descarga elétrica
que pode danificar o circuito ou colocar em risco as pessoas e animais que possam estar em contato com
ele. Existem dois tipos de curto-circuito:
a) Curto-circuito franco: esse tipo de curto-circuito é uma sobreintensidade de corrente gerada
por uma falha de impedância irrisória entre dois condutores energizados, que apresenta uma
diferença de potencial em condições normais de operação;
b) Curto-circuito por impedância: esse tipo de curto-circuito é uma corrente elétrica de valores
elevadíssimos devido a uma redução repentina da impedância, que pode provocar falhas ou ava-
rias em algum elemento do sistema.
As correntes de curto-circuito podem atingir valores elevados, geralmente, entre 10 e 100 vezes o valor
da corrente nominal no ponto onde ocorreu a avaria ou falha, mas são comumente limitadas a frações de
segundo. Elas são provocadas, geralmente, quando ocorre falhas, como perda de isolamento que tornam
o elemento energizado e esse, ao entrar em contato com outro elemento energizado gera o curto-circuito,
com uma grande liberação de energia e, como consequência, pode gerar o aquecimento dos condutores
também.
Por conta dos efeitos danosos que um curto-circuito pode gerar, instabilidade na rede, queima de equi-
pamentos e dispositivos, incêndios, choques elétricos, entre outros, é fundamental a adoção de medidas
que objetivem proteger o sistema elétrico, assim como, as pessoas que possam estar em contato com ele.
3 Impedância: é a capacidade de um circuito alternado resistir à passagem de uma corrente elétrica.
MANUTENÇÕES E OPERAÇÕES DE SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA (SEP)
50
Sabendo disso, deverá ser feita então uma análise, para permitir o dimensionamento dos equipamentos
do sistema, identificando quais equipamentos são mais adequados para serem utilizados como os para-
-raios, relés de proteção e disjuntores, a fim de assegurar a proteção da rede.
As redes de distribuição possuem valores nominais de tensão que são padronizados pela Agência Na-
cional de Energia Elétrica (ANEEL) e que podem variar de uma região para a outra, ou ainda, em função de
características específicas de fornecimento, no caso, por exemplo, de consumidor que precisa do forneci-
mento de energia em uma tensão específica.
As redes de distribuição geralmente são encontradas com tensões nominais na rede primária de 13,8
kV; 23,1 kV e 34,5 kV e na rede secundária de 380 V, 220 V e 127 V. Essas tensões podem ter alguma variação
a depender da região.
O desequilíbrio de tensão pode ser entendido como a alteração dos padrões de tensão trifásicas em
um sistema elétrico, onde as três fases da rede apresentam diferentes valores de tensão. Esse desequilíbrio
pode ser proveniente de um desequilíbrio por causas estruturais da própria rede elétrica, por conta dos
transformadores, linhas de transmissão, entre outros. Ou por um desequilíbrio funcional que pode ser pro-
veniente de distribuições desiguais de carga nas três fases. Esse desequilíbrio de tensão pode prejudicar
alguns equipamentos elétricos, comprometendo o seu desempenho e vida útil.
O desequilíbrio das tensões de fase influencia no desequilíbrio das correntes, pois é normalmente oca-
sionado pelo mau dimensionamento. Com isso, um desequilíbrio das tensões pode provocar um dese-
quilíbrio das correntes de carga dentro de uma faixa em porcentagem, que poderá comprometer todo o
sistema.
A subtensão e a sobretensão são exemplos de desequilíbrios da tensão de uma rede:
a) Subtensão: é uma queda no nível de tensão da rede, ou seja, o valor da tensão é inferior ao valor
nominal da rede. Esse problema, comumente, acontece em áreas onde há um grande número de
ligações clandestinas na rede (“gatos”), gerando desbalanceamento da rede. Alguns equipamen-
tos eletroeletrônicos sensíveis não conseguem funcionar corretamente em subtensão;
b) Sobretensão: é o oposto da subtensão, ou seja, é quando a tensão é superior ao valor de tensão
nominal da rede. Esse desequilíbrio, comumente, ocorre após uma interrupção no fornecimento
de energia elétrica e possui efeitos mais graves que os gerados por uma subtensão.
Com base no que já foi estudado, podemos observar que os desequilíbrios de tensão podem aumentar
as perdas em uma margem muito maior do que se estima, causando problemas imediatos. Sendo eles os
significativos aumentos no consumo de energia por muito tempo, sem serem detectados.
2 Elementos de manutenção elétrica do SEP
51
É neste seguimento que hoje temos vários reguladores de energia para atender à demanda de estudo
desta energia e seu consumo elevado. Observamos que existe muita variação e mau dimensionamento
dos equipamentos para utilização do sistema elétrico.
O aterramento elétrico definitivo é uma ligação de uma haste de aterramento definitiva diretamente
com a terra, considerando um condutor de energia. Toda instalação, ou equipamento que fique sob ten-
são, deve ser aterrado e em todo e qualquer local que tiver acesso de pessoas.
Este tipo de aterramento é essencial a todo sistema de distribuição de energia. Existe apenas uma preo-
cupação com relação à resistividade do solo, que varia com relação à tensão de passo e de toque, com isso,
mantendo o processo de regulamentação das normas.
Transformador
Para-raio
Entrada
do Aparelhos
serviço de carga
Medidor
elétrico
Quadro de
distribuição
Fio terra
Haste de aterramento
O aterramento definitivo deve atender às normas reguladoras e seguir manutenção dos sistemas de
aterramento, que deve ser executada com periodicidade para evitar a corrosão e a oxidação de seus com-
ponentes. O projeto deve ser elaborado por profissional legalmente habilitado e executado por trabalha-
dor qualificado.
MANUTENÇÕES E OPERAÇÕES DE SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA (SEP)
52
5 Trapézio de
1 5 1 suspensão
Bastão de
manobra
1 Grampo de
condutores
Cabo de 3 Grampo
aterramento de terra
4
3
4 Trado de
aterramento
RECAPITULANDO
Neste capítulo podemos destacar os elementos do sistema elétrico de potência, onde falamos dos
sistemas utilizados pelas concessionárias locais. Ao falar sobre redes de distribuição aprendemos so-
bre as redes energizadas e desenergizadas, onde vimos a importância de realizar os procedimentos
de ausência de tensão antes de se trabalhar com a rede desenergizada e, no caso de trabalho com a
rede energizada, deve-se utilizar de dispositivos e equipamentos específicos de acordo com o méto-
do adotado no trabalho com a rede energizada.
Aprendemos também alguns procedimentos operacionais utilizados nos processos de instalação e
retirada de postes, substituição de equipamentos como transformadores, seccionadoras, entre ou-
tros, onde vimos a importância de seguir os procedimentos operacionais padrão para a realização
de cada serviço, pois nele consta, além dos processos para executar os serviços, os procedimentos
de segurança a serem adotados, a fim de garantir a segurança dos trabalhadores e das pessoas que
estejam no entorno.
Estudamos também sobre algumas falhas que podem ocorrer no SEP, a exemplo da sobrecarga, cen-
telhamento, falhas de isolamento, que podem gerar efeitos danosos ao sistema e às pessoas (como
incêndio, arcos e choque elétricos) e, por isso, os dispositivos do sistema devem ser constantemente
inspecionados, vistoriados e testados. Caso identificado algum problema, este deve ser previamente
solucionado.
Vimos também que, ao executar trabalhos em linha viva, faz-se necessário utilizar equipamentos,
tais como: esporas, escadas, dispositivos de manobra, varas de manobra, bastões, instrumentos de
detecção e de ausência de tensão, dispositivo de sinalização, assim como, o uso de aterramento pro-
visório, que objetiva escoar para a terra uma eventual corrente de fuga que surja no sistema.
Elementos de operação do SEP
Os procedimentos são documentos desenvolvidos pelas concessionárias de energia, que tem como
objetivo padronizar as diversas atividades que são realizadas no sistema elétrico de potência. Ao adotar
estes procedimentos, as concessionárias garantem que as atividades serão realizadas dentro das normas
técnicas de segurança, seguindo um passo a passo lógico nas atividades desenvolvidas.
Estes procedimentos são determinados pelas concessionárias locais com base nas características técni-
cas de cada atividade e os riscos envolvidos na execução das mesmas. Vale ressaltar que as normas técnicas
de segurança, por exemplo: a NR 10, são seguidas pelos procedimentos a fim de realizar ações preventivas
e diminuir a incidências de acidentes provenientes à execução da atividade.
Para operacionalizar os principais elementos do SEP, além dos conhecimentos dos procedimentos das
atividades, o trabalhador deverá participar de treinamentos referentes às normas técnicas de segurança e
treinamentos específicos para o sistema elétrico de potência.
As concessionárias de energia atuam como elo entre o setor de energia elétrica e a sociedade, no pro-
cesso de distribuição da energia, com objetivo de oferecer qualidade no caráter técnico da energia e nos
serviços prestados, até chegar no consumidor final, visto que suas instalações recebem das companhias de
transmissão todo o suprimento destinado ao abastecimento.
eletricidade por vários quilômetros até os grandes centros consumidores de energia, por exemplo: cida-
des, fábricas, distribuidoras de energias, dentre outras.
Cabo guarda
Condutores
Isoladores
Condutores
No Brasil, em função do processo da matriz energética ser baseada em hidrelétrica, o sistema de trans-
missão desempenha um papel muito importante, pois as distâncias entre os centros consumidores e gera-
MANUTENÇÕES E OPERAÇÕES DE SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA (SEP)
58
dores são bastante elevadas. É importante ressaltar que entre o processo de transmissão e subtransmissão
existe as subestações sendo responsáveis por rebaixar a tensão a níveis regulamentados.
3.1.2 GERADORES
Os geradores de eletricidade necessitam de energia mecânica (energia cinética) para fazerem girar as
turbinas, nos quais estão acoplados. As principais fontes de geração de energia elétrica são as usinas hi-
drelétricas.
Nas usinas hidrelétricas a energia é gerada a partir da conversão da gravidade da água.
Gerador
Subestação /
transformador
Fluxo de água
Porta de controle
Represa
de moinho
Porta da Turbina
turbina Kaplan
O funcionamento de uma hidrelétrica é feito por turbinas de grande porte que giram pela ação da força
das águas, que atravessam tubos que se acoplam às turbinas, fazendo girar. A turbina conecta-se a um
gerador, formando uma unidade geradora que transforma a energia mecânica, da movimentação das pás
da turbina, em energia elétrica.
Na produção de energia em hidrelétricas, a energia gerada é escoada pelas linhas de transmissão, ao
SIN (Sistema Interligado Nacional), o responsável pelo recebimento e direciona a energia gerada às com-
panhias distribuidoras, que direciona para o consumidor final.
3 Elementos de operação do SEP
59
3.1.3 TRANSFORMADORES
Os transformadores são equipamentos que servem para aumentar ou diminuir a tensão, podem ainda
ser usados para isolar circuitos. Veremos a seguir alguns tipos de transformadores presentes no SEP.
a) Transformador de distribuição: é utilizado pelas concessionárias de energia e distribuidoras
de energia. É usado para reduzir as tensões que vêm do sistema de distribuição para ser utilizado
pelo consumidor final.
b) Transformadores de força: são utilizados para geração e distribuição de energia. Podem ser
utilizados em aplicações especiais, como: fornos de indução e a arco, e retificadores.
O transformador elevador e abaixador de tensão é o tipo comum de utilização no sistema de SEP, pois
atua no processo de elevação ou abaixamento de tensão, a fim de atender os requisitos de cada conces-
sionária de energia.
Podemos observar que os transformadores apresentam uma vasta utilização para o sistema elétrico de
potência e são máquinas elétricas que necessitam de manutenção e cuidados na operação.
Para realização de abertura e fechamento de circuitos elétricos, sejam eles energizados ou não energi-
zados, os procedimentos operacionais de cada concessionária de energia devem ser de conhecimento do
profissional que estará prestando serviços na rede elétrica de energia.
Os procedimentos para abertura e fechamento de circuitos levam em consideração os tipos de falha
apresentada no momento da intervenção, se a abertura ou fechamento será realizado com o circuito da
rede energizado ou não.
De forma geral, uma análise preliminar de risco deve ser realizada a fim de avaliar os riscos pertinentes
aos serviços prestados, além da realização do planejamento adequado para atender à demanda solicitada.
De acordo com o circuito da rede, o profissional que realizará a execução do serviço contará com o
suporte do Centro de Operações e Distribuição (COD), que utilizando ferramentas computacionais, estará
instruindo ao profissional o local, o tipo de manobra a ser feita e a chave a ser aberta ou fechada. A seguir
veremos os principais passos do procedimento da concessionária local para realização de abertura e fe-
chamento de chaves.
3 Elementos de operação do SEP
61
As orientações devem ser seguidas para o sucesso do serviço, por exemplo, uma inspeção visual na
chave fusível, no elo fusível e no transformador de distribuição, além das estruturas. Em caso de detecção
de alguma avaria na estrutura ou equipamento, comunicar o problema ao centro de operações e verificar
a melhor alternativa para solucionar o defeito.
O painel de controle é uma solução que ainda é aplicada para o gerenciamento do SEP. Apresenta como
características circuitos que têm como construtivas os conceitos de comandos elétricos, pois apresentam
indicadores, botões e outros dispositivos elétrico de sinalização e controle. São normalmente aplicados no
processo de geração de energia, estando presentes nas antigas usinas geradoras de eletricidade.
Com o advento da automação industrial, os sistemas elétricos de potência estão aplicados aos concei-
tos da automação focada no sistema elétrico de potência, que estabelece conceitos de controle de proces-
sos baseados em software, realizando o acompanhamento das grandezas elétricas em tempo real.
Para que este monitoramento seja realizado de forma inteligente, faz-se necessário o uso de softwares
específicos do sistema Supervisório Controle e Aquisição de Dados (SCADA), também conhecido como
sistemas supervisórios ou sistema de supervisão.
Com a utilização deste sistema, é possível realizar acompanhamento do funcionamento ou falha na
rede, alarmes configuráveis, históricos, relatórios, seccionamento de circuitos e interversões na rede, sem
a necessidade de deslocamento de equipe técnica, além de poderem realizar, com os dados coletados,
simulações das operações no sistema elétrico de potência.
Nos sistemas supervisórios, ou no sistema montado por quadro, a representação do processo é impor-
tante para que os técnicos possam entender o fluxo do processo visto como um todo; e nos esquemas
representados, por este motivo, são utilizados os quadros sinópticos como forma de representação de um
determinado processo.
3 Elementos de operação do SEP
63
É importante lembrar que estes sistemas supervisórios no sistema elétrico são monitorados por pro-
fissionais treinados para realizar intervenções telecomandadas no sistema elétrico. Este é um trabalho
do centro de operações local, podendo ainda atuar na identificação de sinistros ou qualquer evento que
venha comprometer o sistema elétrico, atuando na identificação e restabelecimento do sistema, buscando
a devida manutenção preventiva ou corretiva.
O seccionamento dos circuitos que compõem o SEP é uma operação comum no sistema elétrico de
potência, pois o seccionamento é destinado para realização de abertura, fechamento ou transferência de
circuitos.
Para a realização de qualquer manobra em chave seccionadora, é necessário conhecer procedimentos
operacionais locais, a fim de garantir a execução dos serviços técnicos de acordo com as normas técnicas
aplicadas.
Os seccionadores podem interromper altas correntes e podem ser acionados de forma remota, sendo
este um quesito de segurança, pois o arco voltaico é um evento que ocorrerá no processo de abertura de
grandes cargas.
MANUTENÇÕES E OPERAÇÕES DE SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA (SEP)
64
A operação local é realizada através de dispositivos instalados no campo, ou seja, utilizando o painel
elétrico, composto por dispositivos de manobra. Este tipo de operação é normalmente empregado em
usinas geradoras e subestações de energia.
É importante lembrar que, com os sistemas supervisórios, é possível levantar indicadores de qualidade,
que têm como objetivo mensurar o número de horas em que os consumidores ficam sem energia, além de
levantar outros indicadores, por exemplo: frequência equivalente de interrupção, duração de interrupção
individual, duração máxima de interrupção.
MANUTENÇÕES E OPERAÇÕES DE SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA (SEP)
66
RECAPITULANDO
Por conta disso, as concessionárias de energia têm se preocupado constantemente com os resíduos ge-
rados pelo setor elétrico, buscando adotar soluções de produtos que causem pouco ou nenhum impacto
para o meio ambiente, assegurando assim sua responsabilidade social e ambiental.
Nosso estudo abordará alguns resíduos classificados como metálicos, poliméricos e químicos, que são
gerados pelo sistema elétrico de potência, buscando compreender o destino final desses resíduos, obede-
cendo as leis de segurança, saúde pública e sustentabilidade ambiental.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída pela Lei 12.305 de 2 de agosto de 2010, defini
como resíduo sólido todo:
Dentre os resíduos sólidos, estão os resíduos químicos, que são aqueles que possuem substâncias quí-
micas em sua composição e que oferecem riscos tanto às pessoas, como ao meio ambiente e, a depender
de suas características (toxicidade, inflamabilidade, corrosividade ou reatividade), devem ser descartadas
de forma correta de modo a não colocar em risco o meio ambiente.
No setor elétrico é possível encontrar uma série de equipamentos elétricos que possuem em sua com-
posição componentes químicos perigosos, por exemplo: alguns transformadores de energia, reatores, ca-
pacitores de alta potência, chaves e comutadores, dentre outros equipamentos elétricos.
Os transformadores de energia elétrica, por exemplo, possuem em sua composição fluidos isolantes
cuja finalidade é proporcionar isolamento elétrico, extinguir descargas e arcos elétricos, assim como, atuar
na refrigeração do transformador. Dentre os fluidos utilizados como isolantes, está óleo mineral ascarel,
óleo derivado do petróleo que, após o refino, é destinado à utilização em dispositivos elétricos, que podem
apresentar riscos à saúde e ao meio ambiente, além do risco de incêndio dada a sua inflamabilidade.
Durante muito tempo foram utilizados compostos organoclorados (PCB), como fluidos isolantes. Po-
rém, esses compostos foram proibidos de serem utilizados devido a sua baixa biodegradabilidade e por
serem também cancerígenos, pois a exposição aos compostos PCB é generalizada, já que estes se encon-
tram presentes no ar, água, solo e, principalmente, em alimentos. Esse tipo de exposição se caracteriza pela
absorção diária de baixas doses de PCB ao longo de toda a vida.
4 Meio ambiente: descarte adequado, tipos de materiais reciclados
71
Por conta disso, os resíduos químicos presentes em dispositivos e equipamentos elétricos devem ser
manipulados, drenados, armazenados e descartados de forma correta. No caso dos transformadores, a
ABNT NBR 8371 - Ascarel para transformadores e capacitores, estabelece as características e riscos associa-
dos a esse componente químico, assim como, os critérios as serem seguidos para o seu acondicionamento
e orientações para o seu descarte.
No descarte desses resíduos é importante atentar-se às resoluções do CONAMA e as Leis Municipais,
que orientam sobre o descarte de resíduos perigosos em cada município.
A utilização de dispositivos que compõem o sistema elétrico brasileiro, como: chave fusível, chave faca,
fios e cabos, são cruciais para garantir a entrega de energia elétrica e o funcionamento satisfatório do sis-
tema.
A reciclagem de materiais no SEP pode ser dividida em duas classes: uma delas é formada pelos mate-
riais ferrosos de fácil reciclagem e que possuem certo valor agregado, por exemplo: fios, cabos de cobre ou
alumínio; a outra classe é a de materiais com baixo valor agregado, por exemplo, isoladores e materiais que
contenham aço. Sendo este último o motivo de preocupação das concessionárias devido ao seu processo
de reciclagem apresentar alto custo.
Tratando-se do isolador, que é um equipamento responsável por isolar o condutor energizado da es-
trutura que está em contato com a terra, por exemplo, o poste ou a torre de transmissão, além da isolação
propriamente dita, são responsáveis pela sustentação mecânica e fixação dos condutores na rede.
Os isoladores apresentam uma importante função no SEP, pois mediante qualquer irregularidade no
sistema ocorrerá a interrupção no fornecimento de energia elétrica. Eles podem ser fabricados em diversos
materiais, sendo que os mais utilizados pelas concessionárias são os isoladores polimérico, porcelana e o
vidro temperado. Vamos conhecer um pouco mais sobre o descarte destes isoladores.
isoladores POLIMÉRICOs
Podemos citar como resíduos poliméricos, em sistema de redes de distribuição elétricas, os materiais
presentes nos isoladores e também os que fazem a cobertura dos cabos e fios.
Consiste em transformar os
Reciclagem terciária polímeros em hidrocarboneto para
ou química uso como matéria-prima em novos
plásticos
A poluição do meio ambiente decorrente do descarte inadequado de polímeros pode ser minimizada
com a reciclagem dos plásticos ou o emprego de polímeros biodegradáveis. Nos últimos anos, o estudo
desse tipo de material tem avançado para alcançar bons resultados.
Após conhecermos as características dos isoladores poliméricos, avançaremos com o estudo de outro
tipo de isolador, o feito de porcelana.
isoladores de PORCELANA
Os materiais porcelanatos fazem parte do sistema elétrico de potência, sendo um dos mais represen-
tativos isoladores presentes nas nossas redes elétricas devido às vantagens no seu uso, como: resistência
à temperatura, versáteis para utilização em baixa, média e alta tensão, sendo assim, aplicáveis aos mais
diversos tipos de redes.
Devido a estas possibilidades de aplicações, este tipo de isolador compreende um passivo no que se diz
respeito ao seu reaproveitamento. Atualmente, no Brasil, não há políticas públicas voltadas para a recicla-
gem deste material, sendo até mesmo descartados na natureza ou em aterros industriais.
Existem algumas iniciativas para minimizar seu descarte na natureza. Uma delas consiste em triturar a
cerâmica para posterior aplicação em argamassas, reutilização para confecção de mesas e utensílios, entre
outros.
CASOS E RELATOS
Atualmente, a reciclagem deste material demonstra um custo elevado, pois é necessário realizar da sua
trituração, o que depende de equipamento especializado, para que seja transformado em pequenos grãos
ou areia para posteriores aplicações.
isoladores de VIDRO
O sistema elétrico brasileiro também faz uso dos isoladores de vidro, neste caso, é aplicado o vidro tem-
perado. Este material possui grande aplicação nas redes de distribuição e transmissão de energia, devido à
sua capacidade de isolar o cabo energizado da torre metálica.
4 Meio ambiente: descarte adequado, tipos de materiais reciclados
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Como qualquer material isolador, com o passar dos anos, devido à ação natural do tempo, como sol,
chuva e umidade, estão sujeitos à degradação, por efeito da corrosão de seus componentes, por descargas
atmosféricas, por danos mecânicos, por exemplo, quebra do vidro.
A corrosão dos isoladores de vidro é incidente no pino de sustentação deste isolador, por apresentar
características metálicas em sua composição.
Essas degradações colocam em risco a eficácia do sistema elétrico, tornando necessária a substituição
desses componentes que devem ser descartados de forma correta.
No caso do vidro temperado dos isoladores, como são compostos por diferentes tipos de matéria-pri-
ma, eles não são facilmente reciclados, como o vidro de uso mais comum (presente em garrafas, copos,
pratos, janelas, portas, etc.) que são limpos, separados por cores, triturados e misturados como matéria-
-prima para a fabricação de novos vidros.
No caso de não ser possível reciclar os isoladores de vidro, o mesmo deve ser encaminhado para descar-
te no aterro sanitário municipal.
SAIBA Para ampliar seu conhecimento sobre os resíduos sólidos, consulte a Lei número
MAIS 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).
Conforme vimos, no setor elétrico há a geração de uma série de resíduos sólidos que, a depender da sua
composição, podem ser mais ou menos nocivos ao meio ambiente. Devendo, no entanto, a sua destinação
final ser a mais adequada possível, nesse caso, os resíduos podem ser reutilizados, reciclados ou descarta-
dos, sendo que nesse último caso o descarte deve atender as leis de meio ambiente e as normas legais, a
fim de não haver a contaminação do meio ambiente.
MANUTENÇÕES E OPERAÇÕES DE SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA (SEP)
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RECAPITULANDO
Neste capítulo estudamos sobre a importância e o cuidado necessário no descarte dos dispositivos
e equipamentos elétricos, pois eles podem conter em sua composição substâncias nocivas ao ser
humano e ao meio ambiente, sendo necessário um descarte adequado.
Vimos ao longo deste capítulo que alguns dispositivos, a exemplo dos isoladores, podem ser reuti-
lizados ou reciclados dando a estes uma outra destinação ou possibilitando a sua utilização como
composição de outros elementos, como exemplo: os isoladores poliméricos, que após serem tritura-
dos, podem ser utilizados como matéria-prima na composição de novos elementos.
Aprendemos também sobre os resíduos químicos que, dada a sua nocividade, devem ser correta-
mente armazenados e também descartados, devendo-se, para isso, seguir as prescrições normativas
e buscar empresas certificadas na hora de fazer o descarte de equipamentos com tais resíduos.
Com isso, vimos que os dispositivos e componentes elétricos não podem ser descartados de qual-
quer maneira no meio ambiente, pelo contrário, para cada elemento, é necessário dar uma destina-
ção adequada a fim de não impactar o meio ambiente.
4 Meio ambiente: descarte adequado, tipos de materiais reciclados
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REFERÊNCIAS
A
abalroamento 24
E
Engastamento 27
I
impedância 49
SENAI – Departamento Nacional
Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP
Marcelle Minho
Coordenação Educacional
i-Comunicação
Projeto Gráfico