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Cartografia Digital - O uso do

software Microstation

ANA CLARA MOURÃO MOURA

Departamento de Cartografia

2001
SUMÁRIO

PARTE I – Recursos que devem ser conhecidos antes de se iniciar um


trabalho:

Iniciando um novo arquivo de desenho.........................................................1

Comandos de visualização............................................................................6

Seleção de elementos e recursos de precisão em desenho............................6

Especificando características dos elementos gráficos...................................9

Uso de recursos de desenho. Primitivas gráficas........................................11

Criando elementos agrupados e desagrupando formas complexas,


células, grupos ou quotas.............................................................................15

PARTE II – Exemplo prático de desenho digital:

Trabalhando com imagens raster ou com mesa digitalizadora....................20

Executando um desenho de arquitetura.......................................................24

Elaborando um mapa digital........................................................................41


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Ana Clara Mourão Moura - Cartografia - IGC/UFMG

PARTE I . RECURSOS QUE DEVEM SER CONHECIDOS ANTES DE SE


INICIAR UM TRABALHO

I. Iniciando um novo arquivo de desenho

Para criar novo arquivo: File – New → Defina em que diretório ele deverá criar o
arquivo, e qual o “Arquivo Semente” será usado.

Arquivo semente (Seed File) é um arquivo protótipo que serve como um modelo para a
criação do novo arquivo. Caso sua equipe elabore desenhos usando configurações que
se repetem, vale a pena criar um protótipo já especificando Working Units (unidades de
trabalho), Coordinate Readout (forma de leitura de coordenadas), Cor do fundo da tela
(através do Settings – Color Table – B), tabela de cores, etc. Exemplo: um grupo que
trabalha sempre com o desenho de escala urbanística pode criar um arquivo semente
chamado “OficioA”, definindo:

- Working Units
Master Unit - km
Sub Unit – m
- Coordinate Readout
Leitura em Master Unit, 3 casas decimais
Leitura de ângulo em azimute, em graus/minutos/segundos (DD, MM, SS)
- Cores de seleção
Amarelo para selecionar elemento
Branco para ponteiro do mouse
Etc…

Assim, todos da equipe, ao iniciarem um desenho, usarão como semente o arquivo


“OficioA.dgn”, garantindo que os trabalhos resultem em arquivos com as mesmas
configurações, e sejam, assim, compatíveis para casos de soma ou outra aplicação.

Para criar um arquivo semente, basta abrir um novo arquivo, limpo, especificar o que
quiser (unidades, cores, leitura de coordenadas, etc), e salvar com um nome qualquer
(de preferência que ajude a lembrar que é um arquivo semente) em um diretório
qualquer. A partir daí, ao se criar novo arquivo, usa-se aquele arquivo como SEED
FILE.

NB.: O Microstation salva, automaticamente, o desenho ou produto elaborado, não


sendo necessário usar o SAVE. Contudo, deve-se salvar as configurações, pois não são
salvas automaticamente: é necessário fazer FILE → SAVE SEETINGS.
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I. 1. Iniciando um desenho de Cartografia:

Para cartografia, usamos o seed2d.dgn - para desenhos bidimensionais. Ele está no


seguinte caminho:
win32app/ustation/wsmod/default/seed/seed2d.dgn

Criando novo arquivo e selecionando o seed-file

Ao se iniciar um novo desenho com seed-file seed2d, há algumas configurações que


devem ser feitas, pois a utilização desse protótipo resulta em poucas especificações pré-
definidas, exigindo que sejam determinados alguns parâmetros. O principal deles refere-
se às Unidades de Trabalho (Working Units):
SETTINGS – DESIGN FILE - WORKING UNITS.

Working Units

Caso o trabalho tenha como referência medições em quilômetros, por exemplo:


. km – master unit (unidade maior)
. m – sub-unit (sub-unidade, divisão da unidade maior)
. 1000 (informe que 1 km tem 1000 m)
. 1 (opção por não subdivir a subunidade – caso deseje trabalhar com cm,
especificar 100 para subdividir o metro em centímetro.)
Caso o trabalho seja a planta de uma cidade, o conveniente é trabalhar com medições
em metros:
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.m
. cm
. 100
.1

N.B.: A definição das unidades de trabalho em cartografia depende da resolução


esperada para o produto. Caso a fonte da base cartográfica digital seja um outro mapa, a
resolução será em função da escala desse mapa. Um mapa analógico bem feito
apresenta um erro admissível de 0,2 mm (de raio). Usando como exemplo um mapa de
escala 1:100.000, ele apresenta um erro de 0,2 mm no desenho em escala 1:100.000, o
que representa 20 metros. Da mesma forma, um mapa em escala 1:5.000 apresenta erro
admissível de 1 metro. Assim, não faz sentido produzir um mapa digital a partir de um
mapa analógico de escala 1:100.000 usando working units que cheguem a cm, pois a
própria fonte já não permite resolução inferior a 20 metros.

Outras configurações podem ser definidas, como a forma de leitura das coordenadas, no
Seetings – Design File - COORDINATE READOUT:

Leitura de coordenadas

Defina se a leitura das medidas será em unidade maior (Master Unit), em Subunit, ou
mesmo em MU+SU; a precisão (accuracy - número de casas decimais depois da
vírgula); o formato de leitura de ângulos (subdivisão decimal, ou em
graus/minutos/segundos) e a forma de trabalho com ângulos (convencional, azimute ou
rumo).

Leitura de ângulos
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Também no Seetings – Design File podem ser definidas as CORES DE SELEÇÃO de


elementos e do ponteiro do cursor. O padrão, ou default, é branco como ponteiro do
mouse e cinza como seleção de elemento. Caso esteja trabalhando com um desenho no
qual predomina a cor branca, é conveniente usar cores que se destaquem melhor no
conjunto.

Outro recurso que pode ser utilizado é o GRID, ou grelha. O grid é uma malha de
pontos que pode ser ortogonal ou isométrica, e que serve como uma referência para o
desenho. É como utilizar uma folha de papel milimetrado para desenhar. O uso do grid
não significa a criação de elementos gráficos, de modo que a malha de pontos gerada
não aparece na plotagem ou na impressão do desenho. Sendo de interesse do usuário,
pode-se usar o GRID LOCK, o que significa que os elementos gráficos só poderão ser
posicionados em pontos de grid. Caso o usuário tenha definido o Master Grid como 10,
e as Working Units do desenho sejam metro/milímetro, isto significa que o desenho terá
uma malha de pontos de referência de 10 em 10 metros. Caso o Grid Lock esteja
ativado, o usuário só poderá desenhar elementos com dimensões múltiplas de 10 metros,
ou que tenham suas origens em pontos múltiplos de 10 metros. Para usar o Grid Lock
pode-se especificar no Settings – Design File – Grid – Grid Lock, ou no Settings –
Locks – Grid Lock. Ao se especificar uma relação de Grid, deve-se estabelecer o Master
Grid e o Grid Reference: O Master Grid significa que distância em Master Unit haverá
entre os pontos principais de grid (a malha maior); e o Grid Reference significa a
subdivisão do Master Grid (resulta na malha menor, entre os pontos maiores).

Nas especificações do Settings – Design File há outros parâmetros que podem ser
ajustados, caso se considere necessário. Os aqui apresentados são os principais.

NB.: É conveniente, como já colocado, ao terminar esse “ SETTINGS” ou


configurações de características, salvá-las: FILE – SAVE SETTINGS.
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I.2. Ferramentas básicas de trabalho:

No novo arquivo, observe que devem estar disponíveis as seguintes ferramentas:


- Barra vertical com comandos – caso não esteja lá, buscá-la no – TOLLS – MAIN –
MAIN

- Barra horizontal com especificações das características dos elementos: cor/nível/tipo


de linha/espessura de linha/ botão com letra “i” para pedir informações sobre um
elemento, ícone de “undo” e “redo”. Caso esses recursos não estejam lá, é
necessário buscá-los no TOLLS – PRIMARY e TOLLS – STANDART

- Barra branca horizontal onde você irá entrar com comandos pelo teclado - é
chamada “key-in”. Caso ela não esteja na tela, buscá-la no UTILITIES – KEY-IN

Key-in

I. 3. Iniciando um desenho de Arquitetura:

Para desenhos de arquitetura, o software disponibiliza um seed-file (arquivo semente)


com alguns parâmetros já estabelecidos, principalmente os relativos às Working Units
(metro/milímetro, e o milímetro subdivido em resolução de 100 e 42.949 m2 de área
disponível para o desenho). Assim, pode-se usar diretamente os seguintes arquivos-
semente:

Para desenhos bidimensionais → win32app/ustation/wsmood/default/seed/2dm.dgn


Para desenhos tridimensionais → win32app/ustation/wsmood/default/seed/3dm.dgn
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Para esses sementes, já existe a configuração de Working Units (Master Unit e Subunit)
em Metro/Milímetro, e o milímetro é subdividido em 100 partes.

II. Comandos de visualização:

Zoom in, Zoom out, Zoom com janela (window), Fit (montanha – mostra todo o
desenho), View Previous (mostra a vista anterior), Pan (funciona como uma “mão” que
arrasta a tela).

Outro recurso é trabalhar com mais de uma janela de visualização. Ao iniciarmos um


novo arquivo, por default, apresentam-se duas janelas abertas e sobrepostas. As duas ou
mais janelas que podem ser abertas não significam que o desenho será duplicado ou
multiplicado, mas sim que o mesmo desenho poderá ser visto em n janelas, de
diferentes posições: em detalhe (com zoom) em uma vista, no total (fit view) em outra, e
assim por diante. Podem ser abertas até 8 janelas de visualização. Para abrir ou fechar
janelas: Windows – Open/Close. Para dispor as janelas lado a lado, distribuindo bem
na área do monitor, deve ser usado o comando Windows – Tile. Observe que cada
janela tem seus próprios comandos de visualização/navegação (zoom in, zoom out, fit,
etc.).

III. Seleção de Elementos e recursos de precisão em desenho:

A seleção de elementos pode ser feita através do Element Selection ou através da


Fence. Os recursos de Element Selection ou de Fence, ou “cerca” são utilizados sempre
que se deseja selecionar um elemento ou um grupo de elementos e sobre eles executar
procedimentos.

III.1. O uso da FENCE:


A fence pode ser colocada na forma de um retângulo, na forma circular, na forma
irregular (você define os vértices do polígono) ou mesmo para toda a tela (área do
desenho vista). Além da área da fence, é possível definir se a seleção será de elementos
que estão dentro, fora, totalmente dentro, etc:
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- Inside - elementos que estão totalmente dentro


- Clip - elementos que estão dentro e recorte até a fence dos elementos que a
ultrapassam
- Overlap - elementos que estão dentro e tangenciando a fence, não recorta os elementos
- Void - elementos que estão totalmente fora
- Void-Clip - elementos que estão fora e recorte de elementos de fora até a linha da
fence
- Void-Overlap - elementos que estão fora e tangenciando a fence (não recorta os
elementos)

Para retirar a fence do desenho, basta clicar novamente no seu ícone. É um modo
diferente de desativar o recurso, que só é utilizado no caso desse ícone.

Observe que para apagar elementos contidos na fence, deve-se usar o DELETA de
fence, o 4º ícone do grupo (o vermelho).

NB.: Caso você utilize alguma especificação fora do “default” (fence mode INSIDE),
troque a especificação novamente para “inside” antes de passar para outro comando,
pois ele não volta automaticamente. Há o risco de você se esquecer desse detalhe
quando estiver utilizando novamente a fence, tendo a surpresa de que ele realizou o
comando para uma área contrária àquela desejada.
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III.2. O uso do Element Selection:

O Element Selection é também muito utilizado para a seleção de elementos. Pode-se


escolher um único elemento ou um grupo de elementos. Para selecionar um grupo de
elementos, basta usar a ferramenta como uma janela (selecionando a área onde estão os
elementos) ou selecionar um a um (seleciona-se o primeiro e, em seguida, segurando a
tecla CONTROL do teclado selecionam-se os outros).

Para retirar a seleção, basta clicar em uma área vazia (como se o vazio, ou “nada” fosse
selecionado).

III.3. Utilizando recursos de precisão no mouse:

O mouse está configurado, por default, para funcionar com a tecla da esquerda
configurada para comandos e entrada de dados (Data Button e Command Button) e o
botão da direita para sair do procedimento (Reset Button). Caso o mouse seja de três
teclas, a do meio é utilizada como Snap ou Tentative. Caso o mouse seja de duas teclas,
o tentative é obtido com a utilização das duas simultaneamente. Caso você tenha
dificuldade em acionar as duas teclas ao mesmo tempo, é possível reconfigurar o mouse,
passando a utilizar para tentative o ALT junto com o DATA (esquerda).

Para reconfigurar o mouse:

WORKSPACE - BUTTON ASSIGNMENTS

Selecione a linha onde está escrito "tentative" e, em seguida, clique alt + tecla da
esquerda na área do retângulo onde está escrito "button deffinition area". Observe que
foi alterada a configuração dos botões. Lembre-se que, como se trata de configuração, é
necessário salvar com File - Save Settings.

O tentative ou snap é recurso que permite a seleção de nós no desenho com alta
precisão. Exemplos: pegar exatamente o final de uma linha para dar continuidade ao
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desenho a partir daquele ponto; pegar exatamente o centro de um círculo para inserir ali
algum desenho; pegar exatamente a interseção entre duas retas; pegar exatamente o
meio de uma reta. O tentative pode ser formatado para pegar ponto do meio (midpoint),
o centro do elemento (center), a interseção de elementos (intersection), entre outros. A
definição do tipo de tentative pode ser feita de duas formas:

- utilizando o ícone na parte de baixo da tela (a seleção é válida para o próximo


comando):

- através do SETTINGS - SNAP . Para que a configuração passe a ser a escolhida, dê


File- Save Settings.

IV. Especificando características dos elementos gráficos:


Você deve selecionar sempre COR, NÍVEL (level, layer, camada ou nível de
informação), TIPO DE LINHA (line type) e ESPESSURA DE LINHA (line weight)
antes de iniciar o desenho de um elemento gráfico. Para selecionar a cor utilize o ícone
colorido na parte superior da tela à esquerda. Logo ao lado do quadradinho da cor, está
o do nível, o do tipo de linha e a espessura da linha. Selecione diferentes tipos para
treinar.

O Microstation trabalha com até 63 níveis ou levels, que são como folhas de papel
transparente nos quais podem ser separados diferentes tipos de informação. Como
exemplo, pode-se desenhar hidrografia em um nível, rodovias em outro nível, topografia
em outro nível, e daí por diante; para depois selecionar quais serão utilizados. Além
disto, pode-se trabalhar com até 63 arquivos diferentes carregados simultaneamente, do
que resulta um espaço de trabalho de 63 x 63, ou seja, 3969 levels ou folhas de papel
transparente para armazenar dados. (Sobre o uso de arquivos diferentes ao mesmo
tempo, ver detalhamento do assunto em REFERENCE FILES).
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VI.1. Paleta de Cores:

É possível trabalhar com diferentes paletas de cores ou criar sua própria tabela. Pode-se
desenvolver uma tabela de cores personalizada, ajustando as cores e suas saturações.
Antes de mais nada, verifique as tabelas de cores que o software já deixa à disposição
do usuário:

SETTINGS – COLOR TABLE – FILE (de dentro do color table) – OPEN.

Verifique que ele apresenta 5 possibilidades de tabelas. Escolha uma delas, e salve com
o outro nome . Cuidado para não alterar a fonte! Salve a tabela com outro nome.

Escolha, por exemplo, o color256.tbl, e salve com outro nome como, por exemplo,
aluno.tbl. Dê dois cliques em uma cor, e automaticamente será aberta uma segunda
janela na qual você poderá escolher o tom e sua saturação (relação de preto/branco
contida na cor). Dê ok. Personalize as cores que você quiser, ao final do processo salve
novamente na tabela aluno.tbl, e para passar a utilizá-la dê ATTACH.

N.B.: Caso você envie seu arquivo dgn para outro usuário, aconselha-se que seja
também enviada a tabela de cores personalizada, que deve estar inserida no subdiretório
win32app/ustation/data/

A cor de fundo da tela pode ser alterada através da Color Table, dando dois cliques no
último quadradinho da direita, o que tem a letra ”B” (background). Ao terminar de
escolher a cor de fundo, dê ATTACH, e salve as novas configurações. (No menu
principal horizontal – File – Save Settings).
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V. Uso de recursos de desenho. Primitivas Gráficas.

V.1. Elementos Lineares:

Estes são os recursos para desenhar elementos lineares. Observe que o software ele abre
uma caixa de diálogo na qual podem ser fixados parâmetros, como o ângulo e o
comprimento da linha. Deve-se lembrar que por default a medição de ângulos tem como
início o eixo horizontal e é em sentido anti-horário (o que pode ser alterado no Settings
– Design File – Coordinate Readout).

Usando o recurso de Smart Line, e desenhando com o Accurace Draw, pode-se escolher
trabalhar com coordenadas polares (distância / ângulo) ou coordenadas cartesianas (x /
y). Para ativar a barra de Accurace Draw (AccuDraw) use o ícone com o triângulo e a
régua desenhados. Para alterar o tipo de coordenada, use a barra de espaço.

No caso de desenho de linhas curvas ou livres, há duas opções:


→ utilizar o comando abaixo (Place Curve Stream), e desenhar a linha representando
cada nó ou vértice. (um clique para cada nó ou vértice da poligonal).

→ utilizar o lápis (Place Stream Line String) no qual o primeiro clique é o primeiro nó
ou vértice da linha, e a partir daí ele automaticamente vai inserir os vértices, à medida
em que o mouse for deslocado. Observe que, ao selecionar o comando, é apresentada
uma caixa de diálogo onde devem ser especificados o Delta e a Tolerância. O Delta
significa a que distância em Master Unit ele automaticamente deve inserir um vértice. O
Tolerance serve para quando você estiver desenhando um trecho mais reto, quando o
sentido do vetor vai tender a ser constante, de modo que ele pode deixar um espaço
maior entre os vértices. Uma boa relação é deixar o Tolerance o dobro do Delta. O valor
vai depender do grau de acuracidade exigido pelo desenho: colocar um vértice a cada

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100 metros? A cada 10 metros? Ajuste valores de acordo com a escala da fonte e o grau
de precisão necessários.

Pode-se gerar uma linha contínua a partir da união de trechos de linhas, usando o
comando Create Complex Chain. Observe que é necessário informar quais trechos
serão agrupados na ordem de agrupamento.

Para desagrupar linhas poligonais há o comando “Drop Element”, para “explodir” ou


desagrupar as primitivas gráficas que compõem um elemento complexo, tais como uma
shape, uma chain, uma célula, etc (elementos que são formados pelo somatório de
outros). É importante lembrar que o arquivo fica mais otimizado quando são mantidos
os elementos agrupados, principalmente as células.

V.2 .Polígonos ou Superfícies:

Os polígonos se diferem das linhas poligonais fechadas por apresentarem superfície; ou


seja: não são somente um contorno de uma região, mas têm área, podem receber cor ou
hachura, constituem uma área contínua. Ao desenhar um polígono regular, podem ser
utilizadas uma das ferramentas abaixo:

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Observe que aparece uma caixa de diálogo para a definição de parâmetros:


Tipo de área:
-Solid – elemento sólido
-Hole – elemento tipo ilha, ou “buraco”dentro de uma superfície
Preenchimento da superfície (Fill type):
- None – sem preenchimento
- Opaque – com preenchimento, da cor do contorno (cor utilizada para desenhar o
polígono)
- Outlined – a cor do polígono fica no contorno, e deve-se escolher a cor de
preenchimento no “Fill Color”.

NB.: Por default, os arquivos do Microstation são iniciados com o “Fill”


(preenchimento de superfície) desligado. Para ver as superfícies coloridas, é preciso
ativar no SEETINGS – VIEW ATTRIBUTES – FILL – APPLY. Caso você queira que
ele mantenha as superfícies coloridas na próxima sessão de trabalho, dê - File – Save
Settings para salvar a configuração.

O círculo e a elipse também são polígonos regulares, que apresentam superfície, e


podem ou não ser preenchidos. Observe que é possível desenhar um círculo definindo
seu centro, seu diâmetro (anotando valores), ou dois de seus pontos. Lembre-se que para
usar um ponto com precisão, é necessário usar o “tentative” ou “snap” do mouse. Faça
um círculo de diâmetro 10 m passando pelo ponto final de uma linha e verifique os
comandos.

V.2.a. Gerando Superfície a partir de linhas poligonais:

Pode-se transformar um conjunto de linhas que contornam uma área em uma superfície,
através do comando “Create Complex Shape”. Observe que é necessário informar quais
linhas conformarão a superfície, indicando-as manualmente, ou deixando que o software
as identifique na seqüência e você só confirma. No caso manual, as linhas devem ser
identificadas na seqüência, sentido horário ou anti-horário. No caso do automático, você
deve dar enter para confirmar a seqüência. Observe que quando há “gaps”, ou buracos
significativos entre as linhas o automático não funcionará, ou incorrerá em erros, o que
pode ser ajustado definindo a tolerância. Você deve especificar qual será a cor e os

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atributos básicos da nova superfície que será gerada (level, line style, etc..). Caso não
especifique, ele irá gerar a nova superfície no nível, cor, estilo, e espessura de linha
ativos.

Create Complex Shape:

V.2.b. Recursos de Topologia

O software apresenta alguns recursos de construção de topologia, tais como: interseção,


união, diferença e exclusão entre superfícies ou áreas. É o comando “Create Regions”,
através do qual pode-se solicitar, por exemplo, a construção da interseção entre duas
áreas – ele irá gerar um terceiro elemento (no nível, cor, tipo de linha e espessura
ativos).

Há, ainda, a possibilidade de se trabalhar com “ilhas”, ou “buracos” dentro das


superfícies. Usa-se o comando “Create Holes” e informa-se qual será o elemento
circundante e, em seguida, qual será o buraco ou “hole”, e ele gera uma nova superfície
com o recorte.

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Para retornar à situação de elementos separados, deve-se usar o Drop – Line


String/Shapes

NB: O desenho da ilha ou recorte é fundamental quando você deseja planimetrar ou


dimensionar áreas. Contudo, ao plotar, ele funciona no sistema “what you see, what
you get”, de modo que a sobreposição de manchas pode resultara, muitas vezes, no
desenho desejado.

VI .Criando elementos Agrupados e Desagrupando Formas Complexas, Células,


Grupos ou Quotas:

Para se otimizar um desenho, pode-se utilizar o recurso de criação de grupos. Isto


significa que um conjunto de elementos gráficos pode ser agrupado, de forma que
qualquer ação incida sempre sobre todo o grupo: ao se copiar ou deslocar, por exemplo,
a ação acontece no conjunto de elementos. Esse recurso é muito utilizado quando uma
parte do desenho já está definitivamente resolvida e se deseja usar aquele grupo de
elementos em outros setores do conjunto. Utilizar o recurso de agrupamento significa
obter uma otimização do armazenamento dos dados, pois o arquivo fica mais “leve”.

Para agrupar um conjunto de elementos, basta selecionar todos os componentes (ver


como utilizar o Element Selection) e fazer EDIT – GROUP (na barra horizontal de
comandos). Caso seja necessário desagrupar os elementos, basta selecionar o conjunto e
fazer DROP:

Observe que se pode desagrupar diferentes tipos de grupos, tais como: conjunto de
linhas (shapes ou poligonais), quotas (separa as quotas em uma sobreposição de
elementos que são: linha, texto, setas, etc), células (se transformam em justaposição dos
elementos gráficos que formavam o desenho da célula), e assim por diante com todos os
tipos de elementos complexos.

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VI.1. Criando CÉLULAS (blocos, ou desenhos que você constrói uma vez, armazena
em uma biblioteca, e utiliza quando quiser, na forma pontual, zonal ou linear):

Para trabalhar com células, você pode carregar alguma biblioteca já existente no
Microstation e escolher um elemento, ou pode criar seus próprios desenhos. Para
carregar biblioteca já existente, faça o caminho: ELEMENT – CELLS – File – Attach e
escolha uma biblioteca de símbolos.

Caso você não queira utilizar as bibliotecas existentes, é possível criar uma nova
biblioteca: ELEMENT – CELLS – FILE – NEW e dê um nome para a biblioteca.

A biblioteca é uma coleção de símbolos. Sempre que criar novo símbolo, jogue em sua
biblioteca. Uma vez criada a biblioteca, quando for inserir novo símbolo basta carregá-
la através do ELEMENT – CELLS – FILE – ATTACH e continuar o processo.

Criada a biblioteca, feche este quadro, e desenhe o seu novo símbolo. Exemplo: Flor.

Escolha o ponto que será sua origem (“alfinete” por onde ela será carregada e afixada).
Para definir a origem, escolha o ícone “Place Cell Origin” e clique onde deve ser a
origem. Caso queira definir essa origem com precisão, use o Snap ou Tentative.

Place Cell Origin

Em seguida, selecione todo o símbolo desenhado com a seta de seleção, abrindo uma
janela ao redor dele (Element Selection).

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Siga os passos: ELEMENT – CELLS – CREATE (observe que este botão estará
habilitado). Dê um nome e uma descrição para a célula, e clique CREATE. Ele mostrará
que a célula agora faz parte daquela biblioteca.

VI.2. Para utilizar uma célula existente na biblioteca:

Abra a Biblioteca através do ELEMENT – CELLS – File – Attach e escolha uma


biblioteca de símbolos. Caso você já esteja trabalhando em uma biblioteca, ela já estará
carregada.

Clique no nome da célula, e a habilite para utilizar em hachura e/ou de modo pontual:
Para hachura clique em PATTERN, para ponto clique em PLACEMENT. Uma vez
habilitado o uso da célula, feche essa janela.

VI.2.a- Para utilizar a célula de modo PONTUAL:

Escolha o ícone “Place Cell” (um A com um sol pequeno), defina escala e ângulo para
colocar a célula, e clique na tela onde deseja colocá-la. Observe que é possível
posicioná-la de modo relativo e/ou interativo. Interativo significa que não é necessário
definir escala e ângulo, mas uma vez colocado o primeiro ponto da célula, o restante é
especificado de modo interativo (e não paramétrico). Relativo significa que,
independente do nível (level) no qual a célula foi criada, a mesma será posicionada no
nível ativo.

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VI.2.b - Para utilizar a célula de modo ZONAL (hachurando uma superfície):

As hachuras podem ser inseridas em superfícies fechadas (shapes) ou em áreas


definidas por seus contornos (nesse caso é importante que as linhas do entorno
realmente conformem uma área definida, e que possíveis “gaps”, ou “ buracos” não
ultrapassem a tolerância. Os contornos podem ser também definidos por uma Fence.

Inicialmente, desenhe uma SHAPE ou COMPLEX SHAPE (tipo de elemento


caracterizado como área delimitada e dotada de superfície, e não somente um conjunto
de linhas).

Escolha o ícone “Pattern area”, defina escala, distância entre linhas, distância entre
coluna, ângulo da hachura. Clique na shape e confirme. Caso deseje que a hachura seja
independente da shape (por exemplo, se você apagar a shape a hachura continua lá), não
habilite o Associative Pattern.

Treine agora a colocação de hachuras em áreas definidas por seus contornos com o
método “ Flood”, ou definidas por uma fence com o método “Fence”.

VI.2.c - Para utilizar a célula de modo LINEAR (substituindo uma linha desenhada
por uma seqüência de símbolos):

Desenhe uma linha (pode ser linha reta ou curva), escolha o ícone “Linear Pattern”,
defina a escala a ser utilizada, e defina se quer “ Truncated” ou não. Ao escolher

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“truncated”, ele só coloca símbolos inteiros, e sem o “truncated”, se necessário ele corta
parte do símbolo para completar o desenho de ponta a ponta da linha. A linha
desaparece, pois é substituída pela seqüência de símbolos.

No desenho acima, não foi selecionado truncated, e ele completou o desenho com um
pedaço do símbolo da flor.

Para cancelar hachuras, use o ícone de “ Deleta Pattern”, o último da seqüência dos
ícones de células.

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PARTE II . EXEMPLO PRÁTICO DE DESENHO DIGITAL

Crie um novo arquivo de desenho adequado à Cartografia ou à Arquitetura segundo


instruções contidas na Parte I.

I.Trabalhando com imagem raster ou com mesa digitalizadora:

Pode-se gerar um desenho cartográfico ou urbanístico utilizando como base uma


imagem raster (qualquer tipo de arquivo de imagem gerado a partir de scanner, imagem
de satélite, etc, tais como jpg, bmp, tif, gif) ou através do uso de mesa digitalizadora
como input (entrada de dados).

Escolha uma cor expressiva, um nível e uma espessura de linha grossa. Você irá
colocar, no mínimo, quatro pontos na tela, que serão associados a uma imagem raster
ou a um mapa colocado na mesa digitalizadora. Caso você utilize três pontos o processo
funciona, mas registra erro zero (não especifica o erro obtido), enquanto que com quatro
pontos ou mais é utilizado o processo de transformação affine.

Coloque os quatro pontos escolhidos na tela, buscando o comando de “Place Active


Point”, e utilizando a barra de key-in para entrar com os valores das coordenadas por
teclado.
Exemplo - ponto na posição UTM 656 km por 7888 km:
xy=656,7888 - note que é escrito tudo junto, usando a vírgula para separar o “x” do
“y”.
Logo após escrever, dê “enter”. Repita a operação para os outros 3 pontos. Caso se
deseje especificar a posição 656.800 e 7888.345 (656 km e 800 metros, por 7888 km e
345 metros), deve-se escrever: xy=656.800,7888.450 pois a vírgula sempre separa o
“x” do “y”.

Uma vez colocados os quatro pontos (no mínimo, e observe se não utilizou pontos
alinhados – lembre-se de que dois pontos determinam uma reta, e não adianta colocar
um novo ponto entre dois já existentes), você deverá carregar a imagem que irá servir
de base para a vetorização.

I.1. Desenhar a partir de uma imagem raster (digitalização heads-up):


A imagem a ser vetorizada deverá ser carregada como referência e, em seguida, ajustada
para ser georreferenciada.

FILE- REFERENCE - Verifique se o display está estabelecido para raster.


TOLLS – ATTACH – INTERATIVE - escolha a imagem

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21-2000 Cartografia Digital - O uso do software Microstation
Ana Clara Mourão Moura - Cartografia - IGC/UFMG

O software pede que você dê uma “origem” – defina, através de um data point. Em
seguida, defina, através de outro ponto em diagonal, a área onde ele deverá colocar a
imagem.

A imagem será carregada, e deve-se iniciar a etapa de ajustá-la aos quatro pontos já
colocados.

TOLLS – WARP – AFFINE


Trata-se do processo de registrar a imagem : devem ser relacionados os pontos da
imagem raster aos pontos colocados na tela segundo posições conhecidas (par de
ordenadas x/y, forma de contorno da imagem, ou mesmo alguma forma contida na
imagem com dimensões conhecidas). Seleciona-se cada ponto na imagem raster e, em
seguida, seu correspondente no desenho vetorial. Assim:

Facilita o processo abrir 5 janelas de visualização e estabelecer para quatro delas um


zoom nos pontos na imagem raster e, na quarta janela, deixar os pontos já colocados.
Utilize o tools-warp-affine e defina o ponto na imagem e, com o snap do mouse, o
ponto correspondente no desenho vetorial; assim por diante, para os quatro pontos
(quatro no mínimo). Observe que os passos são solicitados na barra de diálogo, na parte
baixa do monitor. O erro durante o processo exige que se faça, novamente, o tools-
warp-affine.

Ao invés de se utilizar o snap para definir com precisão o ponto no desenho vetorial,
pode-se definir o valor da coordenada x/y através do key-in. Assim, define-se com data-
pointo o ponto na imagem e, no key-in, escreve-se o valor do mesmo (ex.:
xy=600,7888), dando enter logo após.

Não é possível utilizar o snap ou tentative do mouse na imagem raster, pois ela não é
um elemento gráfico vetorial que possua um “key-point”, ou ponto de referência como

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22-2000 Cartografia Digital - O uso do software Microstation
Ana Clara Mourão Moura - Cartografia - IGC/UFMG

uma origem, uma interseção, etc. Dessa forma, é importante escolher o ponto na
imagem com boa visibilidade para que o ajuste seja confiável.

Outra forma é não utilizar cinco janela, manter uma só, e usar os recursos de zoom
in/zoom out: Data point no ponto da imagem – Fit (para ver todo o desenho) – reset
(para voltar ao camando) – Tentative no ponto de desenho – Data point para confirmar.
Zoom para voltar à imagem raster, Reset para voltar ao comando. Data point em novo
ponto da imagem, e daí por diante, nos outros três pontos.

Ao terminar essa rotina, existirão quatro linhas ligando os pontos na imagem às suas
posições correspondentes no desenho vetorial. Dê RESET – RESET no mouse. De
imediato abre-se uma janela onde deve ser informado como deverá ser salva a nova
imagem, resultante do ajuste à base vetorial (nome e tipo de arquivo ou extensão). É
conveniente salvar a imagem com outro nome, preservando a imagem original.

Agora é só vetorizar, desenhando por cima da imagem. Quando se utilizam outros


pacotes de softwares que trabalham junto com o Microstation, como o Descartes, é
possível fazer a vetorização automática ou semi-automática. Usando somente o
Microstation o recurso limita-se ao uso da base raster como uma referência, devendo-se
desenhar por cima.

Ao acabar o desenho ou vetorização, descarregue a imagem com FILE –


REFERENCE – TOOLS – DETACH.

I.2. Desenhar utilizando a mesa digitalizadora:

Cole o mapa na mesa digitalizadora, observando a área útil da mesma. A mesa deve ser
ligada antes do microcomputador, de modo a ser reconhecida na inicialização.

O cursor da mesa deve estar formatado para mouse comum, de modo que o primeiro
passo é mapear os botões do mouse da mesa:

Settings-Workspace – Bottom Assignment – Clique com cada botão correspondente no


retângulo cinza onde está escrito "button deffinition area". Ao terminar a configuração
ou mapeamento dos botões, é conveniente salvá-la com o File - Save Settings.

Agora é necessário fazer a PARTIÇÃO da mesa digitalizadora. Defina qual será a área
de comandos e qual será a área de desenho. Para isto, siga os passos: Settings-
Workspace – Digitizing - Tablet – Partition. Deve-se definir o ponto mais baixo à
esquerda e o mais alto à direita, configurando um retângulo que será como um “mouse
pad”, para pegar comandos. O restante da mesa, fora desse retângulo, será utilizado para
desenhar.

Escolha, no mínimo, quatro pontos no desenho, e os coloque no arquivo, seguindo os


passos já explicados no item anterior (desenhando a partir de imagem raster). Agora é
necessário relacionar os pontos do mapa colado na mesa digitalizadora aos pontos da
tela, que você acabou de colocar.

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23-2000 Cartografia Digital - O uso do software Microstation
Ana Clara Mourão Moura - Cartografia - IGC/UFMG

(Obs.: para verificar se os pontos estão na posição xy correta, basta clicar com
TENTATIVE em cada um, verificando o valor anotado na parte mais baixa da tela).

Siga os passos:
Workspace – Digitizing – Tablet – Setup e ele pede:
- clique em um ponto do mapa (na área de desenho da mesa) com o botão de Data
(data-point)
- vá com o mouse até a área de comandos da mesa e clique no ponto correspondente
da tela com o botão de tentative (o que você definiu no bottom assignment – nós
escolhemos o no. 2)
- repita o processo para os quatro pontos
- Ao final dos quatro pontos, ao dar RESET no mouse, ele informa na parte mais
baixa da tela o seu erro de calibração. Para um mapa fonte de boa qualidade, o ideal
é garantir erro de até, no máximo, 0.03.

Agora é só continuar o desenho, se lembrando sempre que há uma área para pegar
comandos e outra para desenhar.

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24-2000 Cartografia Digital - O uso do software Microstation
Ana Clara Mourão Moura - Cartografia - IGC/UFMG

II. Executando um desenho de Arquitetura:

A proposta é desenhar a planta acima apresentada. Trata-se de uma tipologia de “hotel


na beira da praia”, bangalôs isolados, e esse é um bangalô com quatro quartos. Analise o
desenho acima para compreender o objeto de estudo. No desenho superior encontra-se a
planta de cobertura, no centro a planta, no desenho inferior a seção e no desenho lateral
uma das fachadas.

Inicialmente, serão desenhados os eixos principais da planta, com linhas de construção


tracejadas. Escolha uma cor, um nível, um tipo de linha, uma espessura de linha e defina
se a linha é de construção ou um elemento principal (que gera primitiva gráfica).

Desenhe a base de eixos com linhas de construção formada por retângulos de 2,5 metros
por 5 metros. Use os recursos de Accurace Draw usando coordenadas polares
(distâncias e ângulos).

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25-2000 Cartografia Digital - O uso do software Microstation
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Feitos os retângulos, desenhe os eixos diagonais usando os recursos de Snap ou


Tentative do mouse. Caso o seu mouse não esteja corretamente ajustado para usar o
Tentive, pode-se fazer o ajuste através do Settings-Workspace – Bottom Assignment –
Clique com cada botão correspondente no retângulo cinza do quadro da janela de
diálogo que se abre. É conveniente dar File - Save Settings para guardar essa nova
configuração.

Para usar o Snap, observe que é possível trabalhar com Midpoint (ponto do meio),
Intersection (interseção), entre outros. Para definir a escolha use um ícone que se
encontra na parte de baixo da tela do Microstation (linha em diagonal):

Para treinar comandos de edição, é interessante desenhar as diagonais a partir dos


pontos de fora e com os ângulos fixos em 45, -45 (ou 315), 135 e 225 graus, e usar o
recurso de prolongar/recortar duas linhas até a interseção na área central do desenho.

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Ana Clara Mourão Moura - Cartografia - IGC/UFMG

Em seguida, iniciar a construção das linhas das paredes. Usaremos paredes externas de
30 cm e internas de 10 cm. Será utilizado o recurso de Off-set, ou cópia paralela, a
partir dos eixos já desenhados. Observe que o comando pode trabalhar fazendo cópia ou
simplesmente deslocando a linha existente, e utilizando ou não uma distância específica.

Como a cópia irá manter as características da linha anterior, é necessário trocar as


características das novas linhas. Utilize o ícone “Change Element Attributes”.
Observe que podem ser trocados um ou mais atributos, tais como: cor, nível, espessura,
estilo de linha e a classe do elemento (principal ou de construção). No desenho em
questão, será necessário trocar tudo, pois devemos trabalhar com outra cor, com
espessura 02 de linha (parede em seção), com estilo de linha cheia, no nível 2
(deixaremos o nível 1 para linhas de construção) e as linhas não serão de construção,
mas sim principais. Uma vez selecionado o que deve ser trocado, basta clicar sobre o
elemento gráfico e confirmar (data-point, data-point).

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Será necessário utilizar o “Extend Elements to Intersection” para ajustar os encontros


das linhas das paredes:

O conjunto de ícones abaixo servem para editar linhas. Outra possibilidade de trabalho
com as “sobras das linhas” é o recurso de “Trim” (recorta). Ele trabalha junto com o
“Element Selection”: primeiro é necessário selecionar todos os elementos que estarão
envolvidos no processo e depois, selecionando o comando de Trim, clicar nas partes dos
elementos que devem ser eliminadas. Para trabalhar bem com o Element Selection,
retorne à Parte I da apostila.

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Ana Clara Mourão Moura - Cartografia - IGC/UFMG

Observe que na lateral do desenho há linhas que precisam ser “abertas” ou “ cortadas”
para que seja feita a interseção. Nesse caso é interessante utilizar o recurso de “Cut”
(Corte). Com essa ferramenta deve ser indicado o ponto inicial e o ponto final de onde
ser que realizar o corte. Em seguida, utiliza-se o “Extend Elements” para ajustar os
encontros.

Outro recurso bastante interessante é o de estender um elemento até um obstáculo. O


obstáculo pode ser qualquer elemento gráfico, o que é diferente dos ícones anteriores,
que só trabalham com linhas retas. Pode-se estender uma linha até um círculo, uma

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29-2000 Cartografia Digital - O uso do software Microstation
Ana Clara Mourão Moura - Cartografia - IGC/UFMG

curva, etc. Ao utilizar o comando é necessário dizer inicialmente que linha será
estendida e, em seguida, até onde será estendida.

Como o desenho é simétrico, pode-se espelhar sua metade usando recursos de seleção
(fence ou element selection) e depois selecionando o ícone “Mirror” (espelha). Observe
que um objeto ou grupo de objetos podem ser espelhados segundo eixo vertical,
horizontal ou arbitrário, e que pode-se somente espelhar ou mesmo fazer nova cópia
espelhada do conjunto.

No desenho em questão foi deixada uma linha de referência na parte superior da linha
de construção vertical, pois será através dela que o desenho será encaixado. A linha
facilita o “espelha” e “desloca” dos elementos.

Deve-se observar que, como já havíamos desenhado todos os eixos do conjunto, se for
feita a cópia espelhada as mesmas serão duplicadas. Assim, deve-se lembrar que o
software trabalha com o princípio “what you see, what you get”, que significa “você
obtém o que você vê”, de modo que se as linhas de construção não são vistas, elas não
serão copiadas. Para trabalhar dessa forma, é preciso ir no Settings – View Attributes e
retirar a visualização de linhas de construção (aplly). Depois pode-se fazer a cópia
espelhada de modo a não duplicar as linhas de construção.

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Ana Clara Mourão Moura - Cartografia - IGC/UFMG

Uma vez feita a cópia, as partes devem ser somadas através do “Move”, usando como
ponto de referência a linha deixada no eixo de construção.

Agora devem ser desenhadas as linhas do meio da construção, usando o “Snap” para
pegar o “Midpoint” das parede de encaixe da linha e o “Accurance Draw” para
especificar o ângulo justo (135 graus).

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31-2000 Cartografia Digital - O uso do software Microstation
Ana Clara Mourão Moura - Cartografia - IGC/UFMG

O desenho final das paredes e seus eixos deve resultar no modelo abaixo:

Agora é o momento de desenhar as janelas. Inicialmente, posicione uma linha


perpendicular a uma das paredes que deve receber a janela e que parta exatamente do
meio dessa parede (com o Snap – Midpoint).

Uma vez definido o eixo central, a dimensão da janela pode ser obtida com “Off-set”
(cópia paralela) para os dois lados, resultando na dimensão 1,6 metros.

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Ana Clara Mourão Moura - Cartografia - IGC/UFMG

Colocadas as linhas de referência de onde deve ser instalada a janela, com o comando
de “Cut Element” pode ser feito o espaço vazio. Obtido o espaço vazio, devem ser
feitas as linhas verticais das laterais das janelas. É importante destacar que há outras
formas (até mais otimizadas) de realizar este desenho, mas o objetivo do presente
exercício é capacitar o usuário no uso de diferentes ferramentas do software.

Desenhe as linhas internas da janela com os recursos de “Off-Set” (cópia paralela) o


observe que é conveniente usar outro nível, cor e espessura para as linhas da janela.

Agora é a vez de se desenhar os vãos das portas. Utilizaremos 70 centímetros para


portas internas e 80 centímetros para portas externas. A distância entre a parede e o
início da porta, por padrão, é 10 centímetros. Feita essa primeira linha, pode-se fazer
cópia paralela com a distância de 80 centímetros.

O desenho final com as janelas e com os vãos das portas deve resultar como o abaixo:

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Ana Clara Mourão Moura - Cartografia - IGC/UFMG

As portas não devem ser desenhadas uma a uma, mas sim trabalhadas como “Células”,
ou mesmo como “Blocos”. O conceito de Bloco refere-se a elementos agrupados. Sobre
Célula: uma porta é uma célula quando, ao invés de desenhá-la várias vezes, ou mesmo
copiá-la várias vezes, pegamos um desenho já elaborado anteriormente e já registrado
em uma Biblioteca de Células. Uma vez existente essa célula, basta aplicá-la no
desenho definindo escala e ângulo de inserção.

Insira as portas nos vãos das portas. Observe que na Biblioteca de Células preparada
para o curso, chamada “ Cad II Anno”, as portas foram desenhadas tendo como ponto de
origem o encaixe no lado de abertura.

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34-2000 Cartografia Digital - O uso do software Microstation
Ana Clara Mourão Moura - Cartografia - IGC/UFMG

Caso deseje realizar alguma alteração em uma célula existente, é necessário desagregá-
la através do “Drop Element”. Especifique que irá “quebrar” uma célula. Em seguida, o
novo desenho pode resultar em nova célula, ou mesmo transformado em Grupo para
facilitar seu deslocamento, cópia, etc.

Para agrupar um conjunto de elementos, selecione todos com “Element Selection” e em


seguida faça EDIT – GROUP.

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35-2000 Cartografia Digital - O uso do software Microstation
Ana Clara Mourão Moura - Cartografia - IGC/UFMG

Observe o resultado obtido com a alteração de uma célula existente na Biblioteca do


curso:

Todo o conjunto do banheiro pode ser transformado em um grupo para posterior


aplicação nos outros ambientes.

Agora complete o desenho com a aplicação de outras células para o mobiliário.

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Ana Clara Mourão Moura - Cartografia - IGC/UFMG

Deve-se, também, fazer a aplicação de hachuras nos cômodos. Usando uma sala como
exemplo, é preciso selecionar o tipo de célula que será aplicada (alguma cerâmica),
definir a distância entre linhas e colunas (no caso usamos zero, para fazer a hachura
fechada) e o ângulo da hachura. A hachura pode ser aplicada em uma Fence, em uma
Shape, ou mesmo em uma área definida por linhas (através do Flood), como éé o caso
do desenho abaixo. Ao escolher o Flood, o programa busca uma área e espera uma
confirmação se é realmente aquela. Caso a área não seja bem definida, è porque ele tem
dificuldade em entender o percurso devido a algum “buraco” ou “gap”; o que pode ser
resolvido com mudança na tolerância.

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Observe que no exemplo abaixo, ao implantar a hachura, ele o faz sem reconhecer o
vaso sanitário. Nesse caso é necessário colocar uma shape contornando o elemento e
fazendo contato com a linha da parede, de modo que ao trabalhar com Flood ele tira
fora a área do vaso sanitário. Depois há o trabalho de se ajustar as linhas próximas ao
elemento com “Extend Line to Intersection”.

O próximo passo é inserir texto. Um texto pode ser inserido segundo uma origem (ponto
através do qual ele é aplicado ao desenho), acima, abaixo, sobre o desenho, etc. A opção
“On Element” é interessante para o caso de desenho de curvas de nível, pois aplica o
texto na linha recortando a parte onde o mesmo é colocado. Pode-se também definir o
tipo de letra (através do número da fonte) e a disposição (centralizado em relação ao
ponto de aplicação, etc). Para conhecer as fontes, pode-se acionar o Element – Text e

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38-2000 Cartografia Digital - O uso do software Microstation
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verificar as possibilidades existentes. Ao usar o recurso, é aberta a caixa de diálogo para


se escrever o texto, e fazer “ apply” (aplica).

Quando se usa o “enter” no texto (abertura de novo parágrafo) pode acontecer de


aparecer um caractere estranho entre as linhas. Esse elemento é o “Text Node” (nó de
texto), que é o ponto, ou nó, pelo qual o elemento gráfico é fixado. Como o software
trabalha com o conceito de “what you see, what you get”, é importante não deixar o nó
de texto visível. Assim, deve-se andar em Settings – View Attributes e retirar a
visualização do Text Node. Para manter essa opção, como é um “settings”, deve-se fazer
File – Save Settings.

Pode-se trocar qualquer característica de um texto já colocado com o recurso abaixo:

Para fazer correções em um texto já existente utiliza-se o terceiro ícone, a→b :


seleciona-se com um clique o texto, que é carregado e fica disponível para correções.
Feito apply, aplica-se a correção). O quarto ícone permite obter informações sobre as
características do texto, que aparecem na parte baixa do monitor. O quinto ícone permite
obter as mesmas características de um texto já existente (fonte, dimensão, etc), para usá-
las em novo texto.

Outro ponto importante para o desenho de arquitetura é a aplicação de quotas. Para se


especificar as características desejadas (fonte, cores, unidades, linhas de extensão, etc).
O fundamental é definir o número de casas decimais com o qual se deve trabalhar.

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39-2000 Cartografia Digital - O uso do software Microstation
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O segundo e o terceiro ícone de quota funcionam da mesma maneira, só mudando a


opção por seta ou traço nas terminações.

Para se aplicar a quota, primeiro informa-se onde iniciar a medida, sendo conveniente
usar o Snap (tentative), depois onde posiciona-se a linha de quota (distância da quota à
linha de desenho).

O alinhamento “drawing” permite a seleção de pontos em diferentes alturas e, ao


mesmo tempo, manter a cota nos eixos paralelos ao desenho.

Para posicionar a quota com precisão, pode-se usar o recurso de “key-in”. Caso o “key-
in” não esteja ativado, carregá-lo no Utilities – Key in. No key-in escreve-se, por
exemplo:
dl=0,-1,0 e dá-se “enter”
A linha de quota é posicionada 1 master unit abaixo da linha de desenho. O dl significa
quanto em x,y,z a cota será distanciada. No caso, como queríamos colocá-la a 1 abaixo
do desenho, deslocamos 1 negativo em y, e zero em x e em z. Caso queira distanciá-la a
1,5 master unit, a anotação será :
dl=0,-1.5,0

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Crie um novo arquivo de desenho adequado à Cartografia segundo instruções contidas na


Parte I.

III. Elaborando um mapa digital

A proposta é elaborar um mapa digital a partir da digitalização heads-up, utilizando uma


imagem raster como fundo. O exemplo que usaremos é o mapa do Parque Florestal Estadual da
Baleia, cujo original era em esc. 1:15.000, coordenadas UTM. O mapa foi varrido pelo scanner,
gerando uma imagem jpg.

Os quatro pontos escolhidos para georreferenciar a imagem estão na malha que enquadra a área,
sendo eles:
a - xy=614.000,7796.500
b - xy=616.000,7796.500
c - xy=616.000,7794.500
d - xy=614.000,7794.500

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42-2000 Cartografia Digital - O uso do software Microstation
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O primeiro passo, após criar o novo arquivo, é definir as Working Units (unidades de trabalho).
Como o original estava em escala 1:15.000, o erro já embutido no mapa é de 0,2mm de raio na
escala, o que significa 3 metros de raio. Assim, não faz sentido trabalhar com resolução inferior
ao metro. Usaremos Marter Unit km e Subunit m.

Insira os quatro pontos com o place active point, usando cor expressiva e espessura de linha
bem visível (como o peso 8, por exemplo).

Carregue a imagem através do File - Reference - Attach - Verifique se o display está para
raster, selecione a imagem e coloque de modo Interative. Ele solicita os dois pontos em
diagonal que definirão a área onde será lançada a imagem. A posição pode ser qualquer uma,
pois, em seguida, a imagem será georreferenciada.

Vamos utilizar a transformação Affine para registrar (georreferenciar) a imagem: Tolls (do
quadro de Reference) - Warp - Affine. Em seguida, deve ser informado o ponto na imagem e o
ponto correspondente no desenho vetorial. Para mais detalhes, voltar nas explicações anteriores
dessa apostila. Terminada a definição ponto a ponto, dar reset/reset e será iniciada a
transformação (é conveniente salvar a imagem com outro nome, preservando a original).

Uma vez registrada a imagem, inicie a vetorização.

Desenhando poligonal de contorno, é conveniente usar a ferramenta de Smart Line, com join
elements (una os elementos), de modo que, ao terminar a linha, será fechada a poligonal de
contorno.

Em seguida, desenhe as curvas de nível. É possível desenhar as linhas das curvas de nível ponto
a ponto (nó a nó, definindo os vértices dos vetores), usando o Place Stream - Método Points.
Embora haja mais controle no posicionamento dos vértices, é um método bastante cansativo.

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43-2000 Cartografia Digital - O uso do software Microstation
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O ideal, para desenhar as curvas de nível, é utilizar o Place Stream Curve:

Com essa ferramenta o mouse se torna um lápis a partir do data-point. Basta iniciar o desenho
acionando o data-point, soltar as teclas do mouse e utilizá-lo como um lápis. Ao terminar a
linha, dê reset. O comando é formatado de modo a inserir um nó ou vértice, automaticamente, a
cada distância "x" estabelecida. Essa distância é definida pelo Delta e pelo Tolerance. Por Delta
define-se a que distância ele automaticamente colocará os vértices ou nós, por Tolerance define-
se a que distância ele colocará os pontos quando a variação da direção do vetor estiver constante
(quando o trecho é mais linear, é possível colocar os nós mais espaçados evitando, assim, o
armazenamento de informações sobre vértices desnecessários). Uma boa relação é utilizar o
Tolerance como o dobro do Delta. A escolha do valor do Delta é um ajuste no qual se deve
evitar o exagero na colocação dos nós, como no exemplo abaixo, mas também a distância entre
os mesmos deve permitir o desenho de curvas mais fechadas, trechos mais irregulares.

Para verificar a quantidade e os distanciamento entre nós colocados, selecione a curva com o
Element Selection:

Exagero na colocação de nós ou vértices Boa distribuição de nós ou vértices

Terminada a vetorização, desanexe a imagem através do File - Reference - Tolls - Detach.

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44-2000 Cartografia Digital - O uso do software Microstation
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Periodicamente, principalmente ao terminar uma seção de trabalho, faça o "Compress Design"


(FILE - COMPRESS DESIGN) liberando a memória flutuante. O arquivo ficará mais
compactado, mas você perderá a possibilidade de utilizar "undo" de procedimentos passados.

O segundo passo será o desenho de um mapa temático sobre a base que já está disponível.
Faremos o mapa de riscos da mesma área. Ele pode ser trabalhado em um novo arquivo que, na
plotagem, é anexado na base já pronta através do File - Reference - Display deve estar para
Design - Atach. O novo mapa poderá, também, ser desenhado em novos níveis do mesmo
arquivo já trabalhado.

Anexe a imagem riscos.jpg da mesma forma que foi georreferenciada, ou registrada a imagem
anterior. Desenhe os contornos das manchas (elementos zonais), conforme mostrado abaixo,
para depois transformá-las em shapes, ou superfícies.

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Ana Clara Mourão Moura - Cartografia - IGC/UFMG

N.B.: O desenho digital segue uma metodologia diferente do desenho analógico. Não é como
desenhar a nanquim uma linha de modo contínuo, sem se preocupar com o significado daquele
elemento gráfico no sistema. Observe o caso abaixo, de desenho de lotes em uma quadra
urbana. Caso seja utilizado o raciocínio de cartografia analógica, serão desenhadas linhas
contínuas, como mostram as cores azul e verde do desenho:

Para que os lotes sejam reconhecidos como superfícies, deve ser possível inserir um centróide
em cada. Para que seja possível estabelecer um centróide, uma superfície deve ser definida pelas
linhas que a delimitam, devidamente fechadas. Assim, o correto é desenhar as linhas
"quebradas" nos nós de interseção e devidamente conectadas, ou sem "gap" (buraco). No
desenho abaixo, cada segmento de reta é individualizado:

Caso os cuidados mencionados não tenham sido observados, é possível, com ferramentas de
LIMPEZA TOPOLÓGICA, quebrar as linhas em segmentos de reta e fechar adequadamente as
junções. No Microstation não há ferramentas para fazer a limpeza topológica de modo
otimizado, exigindo um certo trabalho. Contudo, se o usuário possuir o Geographics, que
trabalha juntamente com o Microstation, essa operação é bastante tranqüila.

Da mesma forma, o cuidado em se interromper a linha nos nós de junção e fechar corretamente
os encontros, deve ser observado no desenho das linhas que serão transformadas em shapes:

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46-2000 Cartografia Digital - O uso do software Microstation
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Uma vez desenhadas as linhas de contorno, gerar as superfícies ou shapes conforme


procedimentos já explicados na Parte I da apostila.

No exemplo abaixo, observa-se, ainda, que há uma superfície dentro da outra, na forma de uma
ilha. Para gerar a ilha, devem ser geradas as shapes individualmente (fica mais fácil trabalhar
com o recurso de visualização sem o preenchimento, ou "fill" desativado, para ter controle
visual das duas superfícies - Settings - View Attributes - tirar o Fill - Apply). Depois de geradas
as shapes, é utilizado o recurso de criar "hole", ou buraco:

Ao utilizar a ferramenta de hole, primeiro ele pergunta qual será a superfície, e depois qual será
o "buraco". Observe que a superfície interna deixa de ser shape, tornando-se hole (buraco).
Assim, é necessário transformá-la, novamente, em shape, através do Create Complex Shape.

Para desenhar a legenda dos elementos zonais, desenhe um retângulo e utilize o recurso de
Array para copiá-lo n vezes, em arranjo eqüidistante. Observe que o arranjo deve ser retangular
(outra possibilidade seria o polar, que conformaria raios de retângulos a partir do retângulo
original); devem ser definidos o número de linhas e colunas (no caso serão 7 linhas e uma só

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47-2000 Cartografia Digital - O uso do software Microstation
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coluna); o ângulo a ser utilizado no arranjo; e devem, também, ser definidas as distâncias entre
linhas e colunas, dadas em Master Unit (a distância entre os retângulos da legenda):

O próximo passo é desenhar a escala gráfica. A escala gráfica pode ser desenhada
independente da escala de plotagem, simplesmente apresentando uma dimensão que
corresponda a um valor escolhido. Por exemplo, no caso em questão, a escala gráfica poderia
ser desenhada com segmentos de reta correspondentes a 100 metros e, independente da escala
de plotagem, o usuário teria a proporção sobre o que representa 100 metros. Para isto, basta
inserir segmento de reta com ângulo de zero graus e travado para representar exatamente 100
metros:

Caso o usuário deseje que o desenho da escala gráfica, ao ser plotado ou impresso, resulte em
segmentos de reta de exatamente 1 centímetro, deve ser, inicialmente, definida a escala final do
mapa (escala de plotagem ou de impressão).

Para definir a escala de plotagem, coloque uma fence em volta da área de desenho a ser plotada,
e use FILE-PRINT/PLOT. É aberta uma janela de diálogo, onde se deve informar que a área a
ser plotada não é toda a janela vista (nesse caso seria Entity-View), mas sim a área definida pela

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48-2000 Cartografia Digital - O uso do software Microstation
Ana Clara Mourão Moura - Cartografia - IGC/UFMG

fence - a definição é feita no ENTITY - FENCE. O próximo passo é informar a dimensão de


papel (o formato) a ser utilizado, através do SETUP-PAGE. Caso haja o driver para plotter
serão disponibilizados os formatos compatíveis com a mesma (A0, A1, A2, etc) caso só haja
uma impressora disponível, os formatos serão compatíveis com as dimensões aceitáveis (A4,
etc). É necessário definir, também, a posição do formato (retrato ou paisagem). O software
calcule, automaticamente, qual será a escala de plotagem caso se utilize aquele formato de
papel, naquela posição, para o desenho maximizado daquela área definida pela fence. Esses
recursos são verificados no SETUP-LAYOUT. Caso o usuário deseje imprimir em uma escala
específica, no SETUP-LAYOUT ele define o valor e verifica se o formato aceita aquelas
dimensões.

No exemplo acima, seria possível imprimir o desenho em escala até 1:11.000, maximizando a
área definida pela fence na área disponível do formato. Contudo, o usuário optou por imprimir
em escala 1:15.000, o que significa que será utilizado 79% da área disponível (o desenho ficará
um pouco menor que poderia ficar).

Assim, definiu-se pela escala 1:15.000 no exemplo tratado. Resta agora desenhar a escala
gráfica de modo que ela resulte em segmentos de reta de 1 cm. Sabe-se que 1 cm na escala de
1:15.000 significa 150 metros da realidade. Logo, basta desenhar cada segmento de reta com
dimensão de 150 metros (pois na cartografia digital o mapa sempre está em escala 1:1).

NB.: Na cartografia digital o mapa está sempre em escala 1:1.

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