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Vinicius Castilho

História da
Comunicados/lembretes
Cidade II - Próxima aula, no dia 24, link será
enviado pelo moodle. Seminário vai
Professor Paolo Colosso valer pra disciplina do Paolo e pra
da Marina
Monitora Thayse Reis - Quem ainda estiver sem grupo, e
não tiver tema, pode tentar dialogar
Relatoria Matheus Lima com os temas já propostos, e entrar
Alcantara nos grupos, em especial junto com
as pessoas que estão sozinhas.
Sobre o trabalho
Lista de Presença
Por enquanto ainda não está
Amanda da Silva totalmente definido, mas é provável
Ananda Dias da Cunha
Arthur Andrade que seja algo parecido com um
Bárbara Maria Amaral Relatório de Pesquisa, no sentido
Bárbara Sbeghen Ghisleni
Beatriz Welter de apresentar o método, o
Bruno Bertoli processo, as referências, os
Bruno Carvalho
Dharani Carina Oro anexos, o percurso de análise, o
Elise Marie Braga Noebauer que ajuda a avaliação e dá uma
Éliton Renan Kutas
Ethieny Rossato Kramer
Evelyn
Fellow Jitser (risos)
Fernanda Bassoli Pedroso
Franchesca Medina
Gabriel Piva
Gabriel Sala
Tópicos - 15/09/2020
Gabriela Pinho Mallmann
Geovana de Souza Machado
Gustavo Rodrigo de Souza Direito à cidade
Isamara Gabriela de Souza
Julia Wilke Laureano
Laís Effting de Andrade
(Henry Lefebvre,
Larissa Vieira Gonçalves
Leonardo Fabris Alessio
Luana dos Santos Frata
1968)
Luiza Lobato Kinast
Luíza Laurent
Mahara Miranda de Aguiar - Apresentação -
Maitê Mandelli de Marsillac
Maria Carolina Furlan Romi
Maria Eduarda Prado Santos
Maria Eduarda Zimath
- Advertência -
Mariana Moraes Bueno de Oliveira
Matheus Felipe Curi
Matheus Curi - Industrialização
Nallan
Natalia Baltensberger
Pamela da Cunha Cipriani
e Urbanização -
Rodrigo Moraes
Sérgio Ricardo Corrêa Júnior
Tereza Peixoto Schulz Macedo4:31
Thayse Reis
Exposição/Debate conhecemos. Surge então o momento da
destruição do outro, (fim da política
Vamos avançar na tese do duplo processo agonística) do trauma coletivo, de mortes
industrialização X urbanização. em massa, desumanização do outro,
banalidade do mal.
Considerando que o primeiro é o motor da
sociedade, no sentido de gerar o avanço A industrialização acaba transformando o
econômico e produção de riquezas, mas mundo rico e em parte o mundo pobre. Os
não gera uma situação de abundância avanços tecnológicos acabam mudando
coletiva. profundamente o modo de vida, etc.
Lefebvre contudo lembra que as relações
Também discutir a questão da revolução de trabalho pouco (ou nada) se alteraram.
urbana como único caminho para resolver Ainda se baseia em atividades alienantes,
isso. compensados por um lazer passivo e uma
E entender o pensamento do Lefebvre vida privada da própria realidade, visto que
como uma resposta à um tempo e à um ele não se identifica com o mundo que o
local. circunda.

A idéia é se basear em alguns momentos O melhor da modernização é


históricos importantes, pra poder entender democratizar bens de consumo?
um pouco melhor o imaginário social da Dialética do Esclarecimento – Adorno e
época e marcar algumas posições comuns Horkheimer – partilha desse entendimento
ao pensamento da época. de que a modernização acaba significando
MODERNIDADE & WELLFARESTATE tanto um avanço como uma regressão.

Futurismos e o fascínio pela tecnologia e A sociedade do consumo gera um tipo de


industrialização. O Dinamismo da máquina relação curiosa entre a indivíduo e os
sendo ícone do dinamismo da vida produtos, numa relação quase afetiva. O
moderna, representando assim uma idéia automóvel é o melhor exemplo disso, como
de “espírito novo”. carapaça, lazer, símbolo de posição social,
espaço privado.
(exemplos na arte – Charles Sheeler –
fotografias industriais) “O carro é símbolo de posição social e
prestígio. Nele tudo é sonho e simbolismo,
(nota – a discussão vai se dar de conforto, de poder, de prestígio, de
através tanto da discussão dos velocidade. Ao uso prático, se sobrepões o
pensamentos/ideologias consumo dos signos. O objeto se torna
hegemônicas como também mágico, entra no sonho. O discurso à seu
de outros aspectos menores. respeito se alimenta de retórica e envolve o
Não é uma questão de imaginário. ” LEFEBVRE – a vida cotidiana
concordar com todos estes
pensamentos, mas saber que Da mesma forma o carro se torna um dos
eles estavam presentes), elementos que organizam as cidades. (O
circular substitui o habitar) Surgem
Da mesma forma o próprio Le Corbusier exemplos como Las Vegas, onde a
tinha uma certa fascinação com essa capacidade de transformar o espaço em
tecnologia/maquinário (otimismo um mundo de fetiches é levada até as
tecnológico – estética da máquina). Isso últimas consequências.
coincide com uma aspiração pelo controle
do território (a máquina de morar) No ritmo industrial, também são
construídas cidades (Villes Nouvelles na
A partir dos anos 1930 então, começa a França – Mourenx era o exemplo que
ficar mais claro que a tal modernização não Lefebvre falava), criando esses “espaços
significa somente o avanço tecnológico, sem história”, “cidades sem memória”, sem
mas também se mostra na exibição do vínculos, sem pertencimento, e portanto,
poder militar, num projeto de hegemonia sem vida cotidiana.
geopolítica. Essa disputa por poder enfim
deflagra os diversos conflitos que já
Isso dialoga principalmente com a questão
do valor de uso, que não está
necessariamente presente numa cidade
que não existia ainda. A princípio, ele não
se pretende à uma nostalgia, sem se
desiludir com as cidades do passado. A
criação de vínculos e memórias, numa
situação dessas se daria através de uma
participação popular, a “autogestão”. Da
mesma forma, pensar a cidade a partir de
quem mora nela é totalmente diferente de
parcelar lote e dividir a cidade.

Esses tópicos colocam o entendimento de


que a experiência urbana é baseada nessa
característica do encontro, da vida urbana,
um pensamento que inclui a experiência
urbana como essencial

Da mesma forma surgem outros


movimentos pelo mundo, a luta antirracista,
a segunda onda do movimento feminista,
trazendo a compreensão de que a política
também é discutida através do “pessoal”

A rua como outra experiência de fruição,


lugar do inesperado, do imprevisto.
(exemplo na arte – Henri Cartier Bresson –
fotografia, atrás da Gare de Saint Lazare)

“O balé das calçadas” (Jane Jacobs)


Anos 60 – começamos a ver já alguns
sinais do fracasso dessa modernização “Um bairro bem sucedido é uma bairro que
(demolição do conjunto Pruit Igoe) tem autogestão” (Jane Jacobs)

Maio de 68 – revolução social na França A rua como lugar da crítica, da revolta, da


manifestação, do levante, do encontro, da
reunião, ou nas palavras do Lefebvre, do
transbordamento destas energias coletivas,
que irrompem.

“O povo toma a rédea da própria vida e da


história”

(na arte – Georges Didi-Huberman,


Soulèvements)
Três coisas começam a se diferencias, a
cidade, o estado e a sociedade. Isso
mostra o contraste que no mesmo “espaço
urbano” existem diversas formas de ver, de
perceber e de agir sobre a realidade. Para
o cidadão médio só sobra a rua, que é sua
por direito.

Urbanismo como estratégia de classe –


entender como a luta de classes se dá
através do espaço, dando algumas
mudanças na leitura do que é a
modernidade e a urbanização.

A cidade, portanto, ilustra essa dimensão


espacial do conflito de classes.

O par urbanização e industrialização que


não necessariamente é aditivo, se mostra
como forma de compreender que são
processos interdependentes, mas não
necessariamente correspondentes. A
própria industrialização não era muito
“afim” do que o urbano representava no
início. E a própria cidade teve que se
transformar para incluir alguns aspectos da
industrialização.

Lefebvre dialoga com o marxismo, mas ao


mesmo tempo desloca a cidade da posição
menor de debate, e a coloca numa posição
central, como objeto e palco da própria luta
de classes, mas também da própria
construção de uma sociedade democrática.

A tão falada sociedade democrática tem


necessariamente um caráter de sociedade
urbana.

Da mesma forma a discussão de cidade já


estava presente no pensamento marxista
(A situação da classe trabalhadora na
Inglaterra – ENGELS) e foi discutida
também em outro livro do Lefebvre (Direito
à cidade 2)

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