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Revisão Textual:
Profa. Ms. Sílvia Albert
O Papel da Língua Estrangeira – Língua
Inglesa
• Introdução
• A Língua Inglesa no Contexto Atual
• As Habilidades Comunicativas na Educação Básica
• A Tecnologia e a Educação
·· Nesta unidade pretende-se que o aluno reflita sobre o papel dado à língua inglesa
nos ensinos fundamental, médio e na educação de jovens e adultos (EJA), considere
as possibilidades de inserção das quatro habilidades comunicativas nas aulas de
língua estrangeira e avalie o impacto das tecnologias em seu futuro fazer docente.
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Unidade: O Papel da Língua Estrangeira – Língua Inglesa
Contextualização
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Introdução
Daqui a muito pouco tempo, você estará ingressando em uma sala de aula para conduzir
as atividades pedagógicas em língua inglesa e, além do conhecimento específico da disciplina,
terá que articular a seleção e a organização dos conteúdos, não é mesmo?
A disciplina de Prática de Ensino e Orientação Curricular de Estágio em Língua Inglesa tem,
portanto, a função de auxiliá-lo na realização dessas tarefas que, conforme você verá, precisam
ser pensadas antecipadamente, ainda que possam ser remodeladas a qualquer momento do
fazer pedagógico.
Desse modo, nesta unidade, iremos inicialmente refletir a respeito do papel da língua inglesa
no contexto educacional atual para, a seguir, delinear as possibilidades e limites para o
desenvolvimento das habilidades comunicativas nas salas de aula dos ensinos fundamental,
médio e de educação de jovens e adultos (EJA). Finalmente, associaremos nossas reflexões ao
crescente uso da tecnologia em salas de aula, fato que tanto pode ajudar-nos grandemente,
quanto tornar-se um inimigo implacável.
»» “Para que ensinar uma língua estrangeira se eles (os alunos) não sabem nem sua própria língua?”
»» “Já que eles (os alunos) não terão oportunidades de se comunicar em língua inglesa em suas
vidas cotidianas, para que ensiná-la na escola?”
»» “Como é possível ensinar um idioma estrangeiro em salas de aula tão lotadas e com uma
carga horária tão reduzida?
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Unidade: O Papel da Língua Estrangeira – Língua Inglesa
Acesse a página do linguista David Crystal e leia mais informações sobre esse
e outros tópicos interessantes sobre a língua inglesa! Para isso acesso o link:
»» http://www.davidcrystal.com/
Outro aspecto importante é destacado por alguns estudiosos quando se comenta que,
diferentemente do que se supunha há alguns anos atrás, não se busca mais o conhecimento
do inglês como um meio para se progredir profissionalmente, como se o inglês fosse um fator
de ascensão social.
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Note que essa é uma concepção que esconde uma visão desigual entre o português e
o inglês, definindo o idioma estrangeiro como ‘melhor’ do que nosso próprio idioma.
Você já deve ter ouvido a respeito das quatro habilidades que constituem a comunicação:
a leitura, a escrita, a audição e a fala; em inglês temos: reading, writing, listening and
speaking. Pois bem, por muito tempo, sucederam-se metodologias de ensino com o objetivo
de apresentar uma forma eficaz de ensinar línguas estrangeiras aos indivíduos e, nessas
propostas, em geral priorizavam-se uma ou mais habilidades em relação às demais.
Uma das abordagens mais antigas, a Abordagem da Gramática-Tradução, por exemplo,
tinha por objetivo principal formar tradutores, ou seja, pessoas que pudessem ler e traduzir
textos clássicos para outros idiomas, assim, priorizava-se a leitura e a escrita. Por outro lado,
a Abordagem Direta ou o Audiolinguismo, prioriza a oralidade, ainda que com objetivos e
metodologias distintas.
Atualmente, vivemos a era do pós-método, ou seja, o reconhecimento de que as fórmulas
mágicas só existem na ficção e que não é possível se substituir o papel docente na identificação
e seleção dos aspectos metodológicos mais eficazes para nossa realidade educacional.
Assim, ao invés de criarem-se métodos a partir da observação das falhas dos anteriores,
busca-se, hoje em dia, extrair de cada um dos já existentes os aspectos mais úteis e interessantes
para as necessidades de nossos alunos e, fortuitamente, é o professor quem precisa realizar
essa tarefa. Isso, apesar de criar atribuições árduas ao docente também garante a existência
de nossa profissão e protela nossa substituição por aplicativos computacionais, por exemplo.
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Considerando todas essas informações, uma preocupação constante dos docentes de línguas
estrangeiras refere-se a quais habilidades utilizar em suas salas de aulas, em geral superlotadas,
com alunos muitas vezes desinteressados e com níveis de proficiência bastante distintos.
Se essa é uma realidade nos ensinos regulares, na EJA (Educação de Jovens e Adultos) os
contrastes são ainda mais marcantes e preocupantes, uma vez que na mesma sala de aula
podem estar presentes indivíduos de diversas faixas etárias, oriundos de grupos sociais ainda
mais variados e que se assemelham apenas por não terem concluído seus estudos dentro do
período regular.
Por essa razão, documentos oficiais como os PCN-LE (Parâmetros Curriculares Nacionais
para Línguas Estrangeiras), além de vários pesquisadores, acabam defendendo a priorização
da habilidade leitora, por considerá-la realizável no contexto de nossas salas de aula regulares.
Em síntese
PCN-LE - Os Parâmetros Curriculares Nacionais para Línguas Estrangeiras foram
publicados em 1998 pelo Governo Federal para estabelecer algumas referências
que pudessem nortear os rumos dados à educação nas quatro séries finais do Ensino
Fundamental (da 5ª Série a 8ª Série, ou do 6º Ano ao 9º Ano, na nomenclatura
utilizada por alguns estados). Eles trazem uma série de reflexões sobre a diversidade
cultural que marca nosso país e sobre o que se espera da educação em geral, e, em
particular, o papel e objetivos do ensino de língua estrangeira.
Para conhecer esse importante documento, acesse:
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/pcn_estrangeira.pdf
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Unidade: O Papel da Língua Estrangeira – Língua Inglesa
Ainda assim, a comunicação oral pode ser inserida em doses homeopáticas durante nosso
fazer docente. Veja a citação seguinte:
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desenvolvimento da compreensão auditiva e da fala. Daí se vê que as
habilidades de compreensão e da fala estariam presentes, mesmo numa
aula cujo foco central é a leitura de textos em inglês.
(SCHMITZ, 2009, p.17)
É importante destacar nesse tópico, contudo, que, para inserir efetivamente a produção
oral em sala de aula o docente precisa ser um falante eficiente em língua estrangeira. Ainda
que sempre possamos utilizar diversos recursos de áudio como Cds, filmes ou vídeos, nenhum
deles poderá ser utilizado como a única fonte de contato oral com a língua estrangeira. A
interação real em língua inglesa com o professor, ainda que esse não seja um falante nativo do
idioma, é um fator determinante para o engajamento dos alunos nas atividades orais.
Finalmente, antes de encerrarmos esse item, é importante destacar que mesmo nos
documentos oficiais como os PCN-LE e as OCEM (Orientações Curriculares para o Ensino
Médio), nos quais se enfatiza a habilidade leitora, considerações e sugestões sobre o trabalho
com as habilidades orais também são registradas.
Em síntese
OCEM - As Orientações Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (OCEM)
foram publicadas em 2006 pelo Governo Federal e são a versão mais moderna
dos antigos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Essa nova
versão sintetiza os objetivos da educação para o Ensino Médio, a importância do
preparo do aluno para o mundo trabalho, a diversidade cultural e, principalmente,
destaca a importância cada vez maior da tecnologia na educação.
Desse modo, uma nova reflexão que é apresentada aqui, diz respeito às demandas ou
qualificações que cada vez mais são exigidas dos docentes que trabalham com línguas estrangeiras
para atuarem de forma eficiente nesse contexto educacional em que há a presença, ainda que
desigual, das quatro habilidades comunicativas.
Outra demanda, não menos importante, é a que diz respeito à presença, cada vez mais
marcante, da tecnologia no universo educacional.
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Unidade: O Papel da Língua Estrangeira – Língua Inglesa
A Tecnologia e a Educação
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aumentar o sentimento de exclusão se considerar o usuário apenas
como consumidor dessa linguagem em vez de lhe abrir oportunidade
de compreensão do seu papel também de produtor dessa linguagem.
A visão limitadora de “alfabetização” (a que considera o usuário apenas
como consumidor da linguagem) deve-se a uma compreensão antiga, ou
seja, àquela que vê a linguagem fora de seu contexto significativo.
(BRASIL, 2006, p.95)
Quando as OCEMs foram publicadas, em 2006, ainda não estávamos vivendo ‘sob o
domínio dos smartphones’, contudo, os comentários apresentados, que eram válidos para
aquela época, tornam-se muito mais importantes agora, conforme veremos a seguir.
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Unidade: O Papel da Língua Estrangeira – Língua Inglesa
Por exemplo, sabemos que os últimos anos foram marcados pelo crescimento astronômico
das redes sociais e comunidades virtuais, não é mesmo? Contudo, quais os recursos mais
utilizados nesses ambientes? Em geral, a postagem de fotos pessoais e comentários que beiram
o desabafo, que acabam não possuindo quase nenhuma relevância social. Certamente esses
ambientes também são utilizados para o estabelecimento de contatos e a divulgação de ideias
e informações importantes, não sendo esses, infelizmente, seus usos mais populares.
Outro exemplo relacionado à falta de habilidade na utilização dos recursos digitais diz
respeito às pesquisas acadêmicas.
Ainda que atualmente qualquer informação sobre qualquer assunto, em qualquer idioma,
esteja acessível ao toque dos dedos, percebemos que as pessoas, em geral, não sabem como
pesquisar e organizar as informações. O excesso de dados acaba por confundi-las, o que faz com
que, em geral, os indivíduos apenas copiem informações descontextualizadas e desconectadas.
Desse modo, o acesso às ferramentas não tem garantido a efetiva utilização delas; como
apontado nas OCEMs, acabamos por ser apenas consumidores das novas linguagens, sem
atuarmos como produtores eficientes dentro delas.
Chegamos assim ao papel da escola, e, por conseguinte, do professor, ao fazer uso dos
recursos tecnológicos que invadem os espaços educacionais: o de orientar os alunos na sua
utilização para que possam produzir conhecimentos nas novas ferramentas.
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Fonte: iStock / Getty Images
Assim, desenvolver estratégias em que o uso efetivo das ferramentas tecnológicas em sala
de aula seja uma rotina pedagógica torna-se uma necessidade válida para os mais diversos
grupos de alunos, ou seja, desde os pré-adolescentes e adolescentes que constituem as turmas
dos ensinos fundamental e médio, até os grupos mais heterogêneos que frequentam as salas
de EJA (Educação de Jovens e Adultos).
Apresentar aos alunos dicionários online, aplicativos para exercitarem a pronúncia ou materiais
de consulta são recursos que podem estimular e desenvolver a curiosidade e a adesão dos alunos
à aula de língua inglesa. Autorizar que busquem respostas e as compartilhem com o grupo
também é uma excelente forma de praticar a interação, quem sabe, até em língua estrangeira.
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Unidade: O Papel da Língua Estrangeira – Língua Inglesa
Certamente muitos outros comentários poderiam ser realizados, mas, conforme dito antes,
pretendemos muito mais suscitar discussões e reflexões do que apresentar respostas prontas.
Esperamos que ao discutirmos sobre o papel da língua inglesa no contexto atual, sobre a
utilização das abordagens comunicativas em sala de aula e sobre a tecnologia na educação,
tenhamos estimulado cada um de vocês para a reflexão sobre suas próprias concepções, seu
papel nesse contexto e os desafios que deverão ser encarados e vencidos. Afinal, temos uma
linda carreira à nossa frente.
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Material Complementar
Você pode acessar e fazer o download gratuito dos Parâmetros Curriculares Nacionais
(PCNs-LE) e das Orientações Curriculares para o Ensino Médio (OCEMs) diretamente no site
do MEC, seguindo os links abaixo:
Livros:
Você pode acessar e fazer o download gratuito dos Parâmetros Curriculares Nacionais
(PCNs-LE) e das Orientações Curriculares para o Ensino Médio (OCEMs) diretamente no
site do MEC, seguindo os links abaixo:
»» http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/pcn_estrangeira.pdf
»» http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/book_volume_01_internet.pdf
Caso queira revisar as metodologias de ensino de língua inglesa e conhecer um pouco mais
sobre o pós-método e as demandas que o futuro traz para o professor, leia o interessante
artigo do professor Vilson Leffa sobre o assunto. Acesse o link:
»» http://www.leffa.pro.br/textos/trabalhos/ens_ling_pas_pres_futuro.pdf
Sites:
Acesse a página do linguista David Crystal e leia diversos artigos sobre a língua inglesa.
O link é o que segue:
»» http://www.davidcrystal.com/
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Unidade: O Papel da Língua Estrangeira – Língua Inglesa
Referências
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Anotações
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