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SUICIDIO E SAÚDE PÚBLICA- CFP

Psicóloga Selêna texeita

-Agracer a oportunidade de estar participando desse debate

-trazer para a discussão um tema tão pertinente não somente para a psicologia, mas para a
sociedade como um todo.

-Parabenizar o CFP por essa iniciativa

-Criar espaço como esse para a REFLEXÃO para colegas psicólogos e os em formação.

-Que escolheram um fazer pautado no ser humano e consequentemente assumindo o


compromisso social de trabalhar pela PREVENÇÃO e PÓS VENÇÃO do suicídio

-Não somente visando a minimização dos altos indices que são alarmantes, mas também
conhecer esse FENÔMENO em profundidade

-Para pensar ESTRATÉGIAS e INTERVENÇÕES realmente eficazes.

-Os índices cerecem a cada dia. Em 2017 saiu um que 11.000 pessoas cometem suicidio todos
os anos no Brasil. O índice mundial é de 800.000 pessoas todos os anos cometem suicídio.

-Quando pensamos na subnotificação desses casos entendemos que esses números são ainda
maiores na sua realidade. Em geral encontram-se camuflados nos dados de registros de
acidentes e homicídios.

-è importante quando pensamos no suicidio como problema de saúde pública entender que o
seu efeito devastador não para por aí. Ele perpassa profundamente as PESSOAS QUE
CONVIVEM e são próximos a esta vítima, sejam em termos EMOCIONAIS, ECONÔMICOS,
SOCIAIS.

-Essa pessoas tambpem precisam de uma maior atenção, os ENLUTADOS por suicídio, porque
sofrem extremamente com a perda repentina e autoprovocada.

-Em geral há um luto particular, porque envolve SENTIMENTOS CONTRADITÓRIOS, que vai
deste a SAUDADE daquele que se foi, a RAIVA, A VERGONHA

-Porque existe um TABU muito forte em torno dessa realidade. E ás vezes um LUTO NÃO
ELABORADO, uma experiência de luto não vivenciada, uma palavra que não foi dita, uma
lágrima que nã foi derramada, pode colocar o familiar ou pessoa proxima também numa
CONDIÇÃO DE VULNERABILIDADE pro suicídio.

-Por isso na suiciodologia denomina essa pessoa que fica em sofrimento, o enlutado por
suicídio, de SOBREVIVENTE

-Fazendo referência à intensidade desse sofrimento. E precisamos voltar uma atenção pra isso
também.

- Então o SUIÍCIDIO é uma TRAGÉDIA SILENCIADA exatamente pelo TABÚ que ainda envolve o
tema. E que muitas vezes esse tabú começa no próprio profissional.
-O suicídio é também uma denuncia de uma CRISE que é COLETIVA.

-Isso de algum modo NOS RESPONSABILIZA enquanto sujeitos sociais a FAZER ALGO em prol
da prevenção e a posvenção do suicidio.

-Por essa razão também é uma temática que em geral PROVOCA UM INCOMODO em razaão
da sua complexidade.

-Então tudo o que o ser humano de algum modo não consegue compreender ele tenta
naturalmente simplificar para poder dar um sentido a isso. Vemos isso acontecendo com muita
frequencia na temática do suicídio.

-As pessoas tentam explicar o fenômeno como UNICAUSAL, reduzindo algo que é
extremamente complexo, que é um processo construído ao longo da vida que ENVOLVE UMA
SÉRIE DE FATORES, que precisa da junção de vários áreas do saber científico para darem conta
desta complexidade.

-E esse é o grande desafio da saúde pública no Brasil. E se percebe as pessoas indo por um
caminho contrário.

-Então o psicólogo e a psicologia de modo geral precisam andar em um caminho diferente de


um determinismo e e um reducionismo quando se fala sobre o suicídio.

-É um fenomeno multicausal. Em nenhuma possibilidade podemos explicar o suicídio como


tendo apenas uma causa específica

-às vezes as pessoas que desconhecem sobre o tema elas, para aliviar a angústia de algo difícil
de ser compreendido fazem esse movimento, d epegar o que chamamos de ESTRESSOR FATAL
ou ESTRESSOR FACILITADOR e apontar como única causa.

-E a Psicologia tem de caminhar numa direção contrária desse tipo de determinismo.

-outro ponto importante que vejo como desafio para a psicologia é a capacitação dos
profissionais no sentido de entenderem como uma MOVIMENTAÇÃO SUICIDA ACONTECE.

-Alguns estados emocionais que são frequentes como a AMBIVALÊNCIA, que há uma luta
interna entre um desejo de viver e um desejo de morrer na movimentação suicída, por mais
que esse desejo de morrer, essa pulsão de morte seja mais evidente, há um desejo de vida, de
ser resgatado.

-Um exemplo disso é a pessoa em crise que mesmo em crise vai em busca de um auxílio
profissional. É exatamente nesse movimento de vida que as estratégias de prevenção devem
se basear e se sustentar.

-A questão da IMPULSIVIDADE que é muito presente. Em geral aundo vem assosiado ao uso
excessivo e abusivo de alcool e outras drogas.

-E a questão da RIGIDEZ que está mais ligado a um ESTREITAMENTO da percepção em relação


às POSSIBILIDADES pra sair daquela situação de sofrimento. Aquela visão dicotômica, tudo ou
nada. Em geral a pessoa em sofrimento não consegue ver outras possibilidades de sair daquela
situação.

-Conhecer tambppem OS FATORES DE RISCO que a literatura já aponta. E entender, sobretudo,


que os fatores de risco não estabelecem uma relação causal com o suicídio, ou seja, não é
uma relação simplista e linear.
-A OMS coloca como os dois principais fatores de risco a existência de TRANSTORNOS
MENTAIS e o HISTÓRICO DE TENTATIVAS ANTERIORES. Isso não quer dizer que todas as
pessoas que tem um trastorno mental um dia vão pensar em tentar suicídio. É exatamente
dessa relação causal que não existe que quero frizar.

-É um sinalizador de atenção para que os profissionais olhem com mais atenção quando
existirem esses dois fatores de risco.

-As tentativas anteriores em razão de ser um processo em geral tendem a se tornarem letais
com o passar do tempo. Precisamos olhar com atenção para isso.

-Então conhecer esses aspectos para que os profissionais de diversas áreas, não somente da
psicologia, saibam avaliar o risco de suicídio, posteriormente manejar a pessoa em crise.

-Ele precisa DESMISTIFICAR a ideia de que quando ele fala sobre suicídio ele incita o desejo do
outro. Isso é um mito que precisa ser desconstruído.

-A insegurança que percebemos na categoria de profissionis que se sintam seguros pra


trabalhar com a demanda do suicídio ela em geral mora na nossa formação.

-Precisa enxergar esse fenômeno na sua comlexidade e como desafio social, econômico e
político.

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ALGUNS FATOS IMPORTANTE SOBRE O SUICÍDIO E COMO PREVENIR

Psiquiatra Fernando Fernandes

- Apesar daseriedade do tema ele é pouco abordado.

-Quando ele aparece na mídia? Normalmente quando uma celebridade tristemente comete
suicídio, o tema é abordaddo de maneira suerfial ou sensacionalista por alguns dias e depois o
assunto morre.

- 1º fato associado ao suicídio: 90% das pessoas que cometem suicídio foram ou poderiam ter
sido diagnosticada com algum TRANSTORNO PSQUIÁTRICO.

-DEPRESSÃO é o transtorno psiquiátrico mais comumente associado ao suicídio, mas também


são importantes o TRASNTORNO BIPOLAR, a ESQUISOFRENIA e o ABUSO E DEPED~ENCIA DE
ALCOOL e de outras substâncias.

-O suicídio é um fenômeno muito COMPLEXO. Tem aspectos filosóficos, sociológicos e até


mesmo teológicos. Porém não podemos perder o foco de que suicídio e acima de tudo UMA
QUESTÃO MÉDICA.

-2º fato a respeito do sucicídio: umas características ou SINTOMAS das doenças podem
conferir à pessoa um RISCO maior de suicídio.

-Entre as características do transtorno a mais óbvia é a GRAVIDADE. Pacientes mais graves tem
maior risco de suicídio. Entre os sintomas alguns merecem destaque: a ANSIEDADE, a
INSTABILIDADE EMOCIONAL, a IMPULSIVIDADE e, sobretudo, a DESESPERANÇA em qualquer
circunstância. A pessoa desesperançada tem um maior risco de suicídio.
-3º fato a respeito de suicídio: é uma questão de SAÚDE PÚBLICA. Todo ano no Brasil 5,7
pessoas a cada 10.000 habitantes cometem suicídio. Esse número pode parecer pequeno mas
é mais do que se mostra, por exemplo por AIDS no Brasil no mesmo período.

-Algumas pessoas podem encaram o suicídio como uma questão pessoal. Mas não. A
sociedade inteira sofre com o suicídio, com as tentativas de suicídio, com as suas
consequências.

-4º fato a respeito de suicídio: é um problema muito SUBESTIMADO não somente na mídia, na
sociendade, inclusive no meio médico. Exemplo: inquerito populacional realizado em
Campinas-SP.

Esta figura aparece de forma evidente sobre o suicídio não passa da ponta do iceberg. Para
cada pessoas que busca o pronto socorro em decorrencia da tentativa de suicídio outra três
tentaram o suicídio e não buscaram ajuda nenhuma. E na base da pirâmide pra cada pessoa
que tentou o suicídio outras 17 estão pensando em suicídio, estão portanto em risco, e passam
totalmente desapercebidas.

5º fato sobre o suicídio: alguns GRUPOS tem o RISCO aumentado de cometer suicídio. Entre os
sexos, por exemplo, mulheres tentam mais suicícidio, homens cometem mais suicídio de fato.
Entre os homens o risco maior está entre os jovens, por´wm não podemos descuidar dos
idosos, porque quando um idoso tenta suicidio normalemtne a letalidade do método é maior
do que nos jovens. Entre os transtornos priquiátricos, já citados os mais importantes,
testacamos só mais uma coisa. Os trasntornos psiquiátricos quando associados podem conferir
um risco maior de suicídio. Por exemplo: um transtorno que acontece de estar muito
associado a outros transtornos é a DEPENDÊNCIA DE ALCOOL E DROGAS. E estes quando
associado a DEPRESSÃO e ao TRANSTORNO PIBOPOLAR, por exemplo, aumenta o risco de
suicídio.

Entre os TRANSTORNOS CLINICOS AS DOENÇAS CRÔNICAS, principalmente as que causam dor


quando associadas a um trasntorno psiquiátrico, sobretudo a depressão aumenta muito o
risco de suicidio.
Então pessoas que fazem parte desse grupo possuem um risco maior e merecem maior
atenção.

-O 6º fato sobre o suicídio é uma regra de ouro que funciona independente dos problemas
que a pessoa tenham VINCULOS são fatores PROTETORES contra o suicídio. Quaisquer deles.
Ex: uma pessoa tem uma boa estrutura familiar. Estes vinculos familiares protegem a pessoa
contra o suicídio. A pessoa é pai ou mãe: o apego que tem ao filho, esse vinculo protege a
pessoa contra o suicídio. A pessoa tem emprego, tem trabalho, esse vinculo com o trabalho
protege. A pessoa tem uma boa rede social de apoio também protegem.

Da mesma forma vale o contrário: a ausência de vínculos ou vinculos muito frágeis são fatores
de risco para o suicídio. Ex: a pessoa é solteira, solitária, não tem trabalho, desempregada,
com poucos vinculos sociais. Isso asociado a outros problemas ja mencionados podem ser um
fator de risco a mais para o suicídio.

-O 7º fato sobre o suicídio: o mais importante. É que o suicídio TEM PREVENÇÃO. Isso dá
sentido a toda a conversa que tivemos até agora. IDENTIFICAR O RISCO de suicídio, ao fazê-lo
podemos abordar a pessoa e minimizar os riscos e protegê-la. E não é preciso ser médico,
psiquiatra ou psicólogo pra fazer essa primeira abordagem na pessoa. O procedimento mais
importante e o mais simples: OUVIR a pessoa. Muito mais que receber conselhos ou regras, a
pessoa precisa ser ouvida. Deixe a pessoa falar sobre o sofrimento se assim for o desejo dela.
Muitas vezes queremos distrair a pessoa para fazer a pessoa esquecer o sofrimento. Não! Se a
pessoa tem esse desejo deixa ela falar sobre o sofrimento e mostre EMPATIA pelo sofrimento
que ela tem.

Se a conversa se direcionar para ess lado pergunte diretamente sobre suicídio. Se a pessoa fala
que a vida não vale a pena, que seria melhor estar morta, viver ou morrer tanto faz. Pergunte
se a pessoa está pensando em fazer mal a si mesma. PERGUNTAR SOBRE SUICÍDIO ao que tudo
indica previne.

E por fim, identificado o risco de suicídio é preciso INTERVIR. Mesmo que a pessoa não queira
avise familiares, psicólogo, o médico. Nesse momento o mais importante é preservar a
integridade física, a vida da pessoa. Muito mais do que a confidencialidade dela.

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