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Introdução

A ética é em termos gerais definido como o caracter ou seja o modo de ser do homem,
etimologicamente a palavra provem do grego êthos, que assumi duas diferentes
interpretações sendo uma o caracter e outra o costume, de acordo com a história de
origem dos termos. É comum ouvir durante o nosso convívio em diversas situações
pessoas acusando – se entre si de falta de ética, mesmo que na verdade a atitude do
acusado, embora negativa, nada tem haver com a ética, por vezes são problemas
emocionais que em nenhum momento deve ser confundido com a ética, pois a ética não
se mede pela emoção mas sim pela razão. Historicamente a ética ocupa um lugar antigo,
que passou naturalmente por processos evolutivos e ganhando ramos em si como, a
ética social, ética religiosa, ética medica, ética cívica, ética epicurista, ética profissional
entre outros, e esta última será objecto de estudo neste exame em formato de trabalho de
campo, com o tema " A importância da Ética Profissional nas relações de trabalho", e
o mesmo é composto por três capítulos, sendo estes a Introdução onde figura a
contextualização da abordagem, os objectivos e a metodologia aplicada pra esse estudo,
o segundo capitulo pertence a discussão de dados, para a materialização da revisão das
literaturas e levantamento de conceitos fornecidos por vários pensadores e a conclusão
onde será exposto logicamente a inferência sobre abordagem proposta.
Objectivos da pesquisa

 Diferenciar ética e moral;


 Analisar as vantagens de ser uma empresa ética;
 Como usar a ética no dia-a-dia no sector de trabalho.
Metodologia
Discussão de dados

Ética e Moral - Conceitos e diferenças


Cotrim (2002) refere que a Ética é uma palavra de origem grega com duas
interpretações possíveis. A primeira é a palavra grega éthos, com “e” curto, que pode
ser traduzida por costume. A segunda também se escreve éthos, porém com “e” longo,
que significa propriedade do caráter. A primeira serviu de base na tradução pelos
romanos para a palavra latina mores e que deu origem à palavra Moral, enquanto que a
segunda orienta a utilização atual que damos à palavra Ética. Talvez esteja aí a origem
da costumeira confusão que se faz sobre moral e ética. Embora os dois termos estejam
inseridos na área do comportamento humano, eles não são termos equivalentes sendo
um erro utilizá-los como se fossem sinônimos.

A moral é normativa a partir de um conjunto de regras, valores, proibições e tabus que


provêm de fora do ser humano, ou seja, que são cultivados ou impostos pela política,
costumes sociais, religiões ou ideologias. Como as comunidades ou grupos sociais são
distintos entre si, tanto no espaço (região geográfica) quanto no tempo (época), os
valores também podem ser distintos dando origem a códigos morais diferentes. Assim, a
moral é mutável e está diretamente relacionada com práticas culturais. Exemplo: o
homem ter mais de uma esposa é moral em algumas sociedades, mas em outras não.

Para Cotrim (2002) a ética é um estudo reflexivo das diversas morais, no sentido de
explicitar os seus pressupostos, ou seja, as concepções sobre o ser humano e a existência
humana que sustentam uma determinada moral.

Segundo Cordi (2003, p.62), “ética é uma reflexão sistemática sobre o comportamento
moral. Ela investiga, analisa e explica a moral de uma determinada sociedade”.

A ética, então, pode ser o regimento, a lei do que seja ato moral, o controle de qualidade
da moral. Daí os códigos de ética que servem para as diferentes micro-sociedades dentro
do sistema maior. A ética define-se como o conhecimento, a teoria ou a ciência do
comportamento moral. É através da ética que compreendemos, explicamos,
justificamos, analisamos criticamos e, se assim quisermos, aprimoramos a moral da
sociedade. A ética, em última análise, é a definidora dos valores e juízos que norteiam a
moral. Compete à ética, por exemplo, o estudo da origem da moral, da distinção entre
comportamento moral e outras formas de agir, da liberdade e da responsabilidade e de
questões como a prática do aborto, da eutanásia e da pena de morte.
Conforme Cordi (2003) a ética não diz o que deve e o que não deve ser feito em cada
caso concreto, isso é da competência da moral. A partir dos fatos morais a ética tira
conclusões elaborando princípios sobre o comportamento moral. Podemos afirmar que o
conceito de Ética é mais amplo e rico do que o de Moral. Ética implica em reflexão
teórica sobre moral e revisões racionais e críticas sobre a validade da conduta humana,
sendo o estudo geral do que é bom ou mau, correto ou incorreto, justo ou injusto,
adequado ou inadequado, independentemente das práticas culturais.

Etica Empresarial

Para se iniciar o estudo sobre as organizações, ou empresas como alguns o


queiram, se apresentará definições, como as que se apresenta abaixo, dos mais
renomados
estudiosos da área empresarial.

Para Chiavenato 1994, p.57) “[...] empresa é todo empreendimento humano que procura
reunir e integrar recursos humanos e não-humanos no sentido de alcançar objetivos de
auto - sustentação e de lucratividade, pela produção e comercialização de bens ou
serviços.

Drucker (2000, p.57) já diz que “[...] para saber o que é empresa precisamos partir por
sua finalidade. Só uma finalidade será válida para a empresa: criar cliente. É o cliente
que determina o que será a empresa".
O que se pode perceber é que há uma grande preocupação com o lucro, como
desempenho, com a produção da instituição. Fala-se em integração de recursos
humanos, da necessidade do grupo atuar integrado, mas os objetivos a partir desses itens
é, na verdade, obter lucratividade, produção, comercialização.
A importância dos recursos humanos (Pessoas) no papel ético das empresas

Para Aguilar (1996, p.27-28), no que diz respeito aos Recursos Humanos, “A empresa
ética é aquela onde os empregados são motivados naturalmente a se comportarem de
modo ético no trabalho porque as pessoas tornam-se hábeis em levar em conta os
interesses de todas as partes afetadas por decisão ou ação.”
Para que se possa conduzir uma administração ética é preciso dar à empresa capacidade
de evitar problemas evitáveis, obter a confiança dos “stakeholders”.
Aguilar (1996, p.29-32) sugere quatro atitudes ou comportamentos:
1) desenvolvimento de sensibilidade ética: - conscientização dos altos administradores
sobre a importância do comportamento ético na empresa;
2) forte estratégia competitiva e administração operacional: - desenvolvimento de uma
forte liderança empresarial, evitando o desempenho empresarial medíocre que propicia
avançar o limite da ética;
3) programa ético na empresa: alicerçada pela sensibilidade ética e pelo gerenciamento
eficaz a empresa terá maiores condições de enfrentar situações de desafio ético;
4) pessoal ético: que ao selecionar o pessoal para desenvolver as atividades
administrativas da empresa a mesma deve procurar escolher pessoal ético, buscando
estabelecer meios para reconhecer tal qualidade.

Códigos de ética de empresas e conduta empresarial


Para Maximiano (2000, p. 445) “Códigos de Ética são conjuntos de normas de conduta
que procuram oferecer diretrizes e estabelecer a diferença entre certo e errado.” O autor
diz que os mesmos começaram a ser estabelecidos no Brasil na década de 80 e essa
implantação tem sido normal.
Dentro desse contexto, decidindo a empresa adotar os postulados éticos em suas
relações, nada mais necessário que estabelecer as regras de conduta, elaborar um
Código de Ética, com o objetivo de padronizar e formalizar os diversos relacionamentos
e operações da empresa, é preciso uma educação ética. Com esse Código evitar-se-ia
julgamentos subjetivos deturpados, impedindo ou restringindo a aplicação plena dos
princípios, além de constituir-se numa prova legal de determinação da administração da
empresa, de observar os preceitos nele estabelecidos.

Indicadores da existência de ética nas empresas


Indicador 1: Sistemas formais
Para Frank Navran, os sistemas formais da organização correspondem aos métodos,
políticas e procedimentos que claramente identificam qual é o negócio, quando, como,
onde, e por que ele se realiza.
Indicador 2: Mensuração
Busca-se examinar as repercussões de uma eventual egocêntrica satisfação, para
reforçar o caráter objetivo da gerência, o foco na criação de valor e não na ganância, o
incentivo de opiniões divergentes para corrigir uma tendência ao interesse próprio, e o
desenvolvimento do raciocínio e das habilidades para o relacionamento.

Indicador 3: Liderança
Para Navran, a liderança é um fator crítico de sucesso para as organizações que se
esforçam para aumentar a consistência ética. As ações e os comportamentos dos líderes
pesam significativamente mais que suas palavras ou as políticas escritas. Quando as
mensagens não são congruentes, os funcionários ficam ponderando qual delas deve ser
considerada. A sinceridade dos líderes acima do supervisor imediato é posta em dúvida.
As pessoas são forçadas a se apoiar nas opiniões de seus pares ou em suas próprias
crenças para descrever os limites de um comportamento eticamente adequado.
Entres outros, porem esses são basilares.
A ética no dia ‘
As principais vantagens obtidas por empresas éticas conforme Martins (1999) são:

• Desenvolvimento e fortalecimento das relações de confiança, tornando-as mais


estáveis, produtivas e lucrativas para seus clientes e colaboradores, atraindo fortes
parcerias comerciais; Criação de um ambiente de trabalho saudável e consequentemente
mais produtivo.
• Torna positivas as experiências de compra e venda nas transações comerciais;
• Facilita o acesso a financiamentos, pois é tendência dos fundos de investimentos
financiarem apenas empresas éticas e socialmente responsáveis;
• Contribui para sua legitimidade perante o Estado e a sociedade;
• Deixa a empresa menos sujeita a multas e processos;
• Minimiza problemas de furtos, sabotagens, discriminações e depredações de
instalações;
• Minimiza riscos de escândalos, que destroem carreiras e companhias.
• Aumento da confiança e da reciprocidade, por consequência melhorará também sua
imagem tornando mais sólida sua marca;
 Melhora a disposição para o trabalho de equipe, aumentando o diálogo, a
integridade e a sensação de comunidade e de valores compartilhados, apoiando o
crescimento e o amadurecimento dos colaboradores;
 Maximiza o comprometimento e a lealdade dos empregados, que passam a
identificar – se mais com a empresa;
Além de ser fonte de maior valor agregado para as marcas, ética significa obtenção de
resultados que favorecem a empresa no jogo competitivo do mercado.
Essa é a principal vantagem que uma empresa pode querer, uma vez que esses
benefícios podem significar sustentabilidade e longevidade (sobrevivência) maiores nos
negócios, principalmente, em mercados altamente competitivos.
Como usar a ética nas relações laborais
Maximiano (2000) apresenta em seu quadro conceiptual alguns comportamentos
fundamentais a aplicação da ética profissional, vejamos:

Não prometa aquilo que não possa cumprir

Se lembre de que, como já mencionamos acima, a honestidade é um fator essencial para


a ética.

Ao receber uma demanda de trabalho, não prometa entregar mais do que você consegue
cumprir, tampouco jogue a responsabilidade para outras pessoas, caso você não consiga
realizar as atividades em tempo.

Tenha cuidado com o prazo e, se julgar que ele não é adequado, tenha flexibilidade para
alinhar as entregas.

Essa atitude é crucial para não comprometer a sua credibilidade profissional.

Saiba fazer críticas

Saber criticar de forma construtiva é um pré-requisito para os gestores.

O feedback é essencial para ajudar os colaboradores a se desenvolverem.

Mas, na hora de fazer críticas, é preciso ter empatia.

Quando o feedback for negativo, sempre oriente de que maneira o profissional pode
melhorar.

Da mesma forma, saiba receber críticas sem levá-las para o lado pessoal. 

Reconheça o mérito alheio


Assim como as críticas fazem parte da rotina de trabalho, o reconhecimento do mérito
de outras pessoas é fundamental.

Ele serve como fonte de motivação e valoriza o profissional pelo bom desempenho,
incentivando a busca por resultados cada vez melhores.

Essa atitude vale para todos: colaboradores, líderes e gestores.

Evite fofoca

Fofocas, intrigas e comentários ofensivos não fazem parte de uma conduta ética.

Lembre-se: esse tipo de conversa só prejudica o ambiente de trabalho e as relações


profissionais.

Se tiver algum assunto pendente com um colega, o diálogo aberto e cordial é sempre a
melhor opção para resolver conflitos.

Valorize e cultive uma conduta ética sempre

A conduta ética deve fazer parte da sua rotina e valorizada em cada atitude.

Um gestor, por exemplo, deve tratar os funcionários de maneira igualitária, ao oferecer


oportunidades de crescimento e ao cumprir as obrigações trabalhistas, por exemplo.

A vantagem é que pessoas com conduta ética se tornam fonte de inspiração para quem
está ao redor.
Conclusão

O conceito da ética e da moral é confuso para muitas pessoas de todos níveis sociais e
isto é um facto, para maioria destas são termos similares, ou seja, querem dizer a mesma
coisa, quando na verdade a ética diferente da moral é uma reflexão sobre a moral ou
seja ela não define o que deve ou não ser feito ( Certo ou errado) mas analisa com base
nas regras morais a melhor forma de ser e de agir, enquanto que a moral é normativa,
define um conjunto de regras e proibições, resumindo a moral manda e a ética obedece.
E no contexto profissional a Ética traz enumeras vantagens para a imagem da empresa,
garantindo confiança, fidelidade, respeito e reconhecimento dos seus colaboradores,
clientes, financiadores e a sociedade em geral, por via de suas práticas caracterizadas
pelo fazer o certo, assumindo claro que ninguém é perfeito. Foi também visto que no dia
a dia laboral, é importante usar a ética como ferramenta duma relação saudável entre
trabalhadores da mesma ou diferentes empresas, e para aplica – la é simples basta guiar
se por seus princípios de saber ser, estar e agir, portanto a importância da ética
profissional nas relações de trabalho reside em evitar conflitos laborais, conquistar
respeito e reconhecimento de todos colaboradores da empresa desde a base até a
administração e vice versa, e aumentar as chances de crescimento profissional.
Referencias Bibliográficas

CORDI C(2003). Para filosofar. 4. ed. São Paulo: Scipione

COTRIM G. (2002). Fundamentos de filosofia: história e grandes temas. 15. ed. São
Paulo.

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