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CIÊNCIA DAS FINANÇAS E DIREITO FINANCEIRO – AUDITOR DO TCE-PI

PROF. GRACIANO ROCHA

AULA ZERO

Saudações, caro aluno!

Esta é nossa aula inicial de Ciência das Finanças e Direito Financeiro para
Auditor do TCE-PI, dedicada à exposição teórica e à resolução de questões
recentes de provas.

Devo alertar que, muitas vezes, as questões no formato “múltipla escolha” (A-
B-C-D-E) serão adaptadas para o formato “certo ou errado”. Isso permite um
estudo mais progressivo do conteúdo, sem precisar entrar em outros assuntos
que às vezes aparecem nas demais alternativas de uma questão.

Para quem quiser se exercitar antes da resolução, as questões comentadas


durante as aulas estarão reproduzidas ao final dos arquivos, sem gabarito
visível, para quem quiser enfrentá-las “em estado puro”, juntamente com
algumas questões adicionais. O gabarito de todas ficará na última página.

Antes de avançarmos mais, conheçam-me um pouco. Eu me chamo Graciano


Rocha Mendes, tenho 33 anos, sou servidor público federal, ocupante do
cargo de Auditor Federal de Controle Externo do Tribunal de Contas da União;
estudioso de Orçamento Público; especialista em Orçamento Público pelo
Instituto Serzedello Correa/TCU; professor da matéria em cursos preparatórios
de Brasília e na Internet.

Muito bem, vamos então a nosso primeiro encontro. Boa aula!

GRACIANO ROCHA

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ORÇAMENTO PÚBLICO

Reconhece a doutrina que o orçamento nasceu como instrumento de


controle e limitação dos gastos do governo (principalmente o Poder
Executivo) por parte do Legislativo. Os documentos “antepassados” da peça
orçamentária confirmam essa sistemática:

• com a Magna Carta, de 1215, os nobres ingleses impuseram ao rei João


Sem Terra a aceitação da regra de que a cobrança de tributos só ocorreria
mediante aprovação do Conselho Comum;

• ainda na Inglaterra, a “Bill of Rights” (Carta de Direitos), em 1689,


confirmou a regra de que a arrecadação de impostos deveria ser
autorizada pelo Parlamento;

• a Constituição Francesa, promulgada em decorrência da Revolução de


1789, estabeleceu que cabia aos representantes do povo a votação dos
impostos; ainda antes dela, a Declaração dos Direitos do Homem e do
Cidadão afirmava que “Todos os cidadãos têm direito de verificar, por si
ou pelos seus representantes, da necessidade da contribuição pública, de
consenti-la livremente, de observar o seu emprego e de lhe fixar a
repartição, a coleta, a cobrança e a duração”;

• nos EUA, em contraposição ao domínio inglês, a Assembleia Nacional


da Virgínia, em 1765, decidiu que somente ela, a assembleia, tinha o
poder de exigir impostos dos habitantes da colônia.

O orçamento público, como solicitação do Executivo ao Legislativo para


arrecadar receita e efetuar gastos, tem seu nascimento reconhecido em 1822,
quando o chanceler do Erário da Inglaterra apresentou ao Parlamento um
documento com esse teor.

Há uma variedade considerável de formas de conceituar o orçamento, das


quais podemos destacar as seguintes:

• lista de receitas e de despesas do governo, para execução em


determinado período;

• instrumento de controle dos gastos do governo pelo Legislativo, como


mencionado acima;

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• documento de divulgação das atividades e serviços a serem prestados


pelo governo, com a discriminação dos respectivos custos e origens dos
recursos;

• instrumento de concretização do planejamento governamental, com


vistas ao alcance dos objetivos e metas aprovados para determinado
período.

PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS

Os princípios orçamentários consistem ora em normas, ora em simples


orientações aplicáveis à elaboração e à execução do orçamento público.

Em vários casos, a legislação e a própria Constituição refletem a adoção desses


princípios em seus dispositivos. Apesar disso, não é possível entender esses
princípios como determinações rígidas; eles são cercados de exceções e
flexibilizações, como ficará claro no decorrer de nossa aula.

Legalidade

“O orçamento deve ser aprovado e publicado como lei”.

Uma das discussões mais antigas sobre o orçamento público diz respeito ao
conflito entre sua forma e seu conteúdo.

Quanto à forma, desde que os primeiros documentos contábeis foram


apresentados pelo Poder Executivo ao Poder Legislativo, em países europeus e
nos Estados Unidos, a título de pedido de autorização de gastos, o
orçamento ganhou estatura de lei. Assim, a expressão “lei do orçamento” é
mais que secular – os Parlamentos aprovam os orçamentos na forma de leis
desde o século XIX.

Atualmente, o princípio da legalidade orçamentária encontra-se, entre outros,


no seguinte trecho da Constituição:

Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:

(...)

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III - os orçamentos anuais.

Por outro lado, quanto ao conteúdo, não há dúvidas de que o orçamento


público tem natureza de ato administrativo. A organização das finanças em
programas, a atribuição de recursos a certas despesas, a indicação de
competências de órgãos e entidades relativamente a certos setores de
atividade governamental, tudo isso tem a ver com a organização e o
planejamento da Administração Pública – atividades tipicamente
administrativas.

A partir disso que estamos vendo, ao se confrontar a lei orçamentária


com o significado jurídico-histórico da palavra “lei”, verifica-se certa
desarmonia. “Lei” representa um ato normativo abstrato, que pode,
entre outras coisas, disciplinar direitos e deveres, normatizar condutas,
impor punições etc. Para aplicar-se a lei, nesse sentido estrito, faz-se
necessário verificar os dados da realidade e compará-los com a descrição
abstrata trazida pela norma.

O que ocorre com o orçamento público é que ele não cria nem
regulamenta direitos e deveres, não disciplina condutas, não prevê
punições etc. NÃO TEM CARÁTER ABSTRATO; pelo contrário, um
orçamento deve se revestir de concretude, para aplicação mais
apropriada e racional dos recursos públicos.

É dessa discussão que nasce a definição do orçamento como “lei em sentido


formal”. A estatura do orçamento é de uma lei, aprovada pelo Parlamento,
sancionada pelo Chefe do Executivo, mas sua essência é de um ato
administrativo.

Essa “legalidade flexível” do orçamento fica evidente também ao se constatar


que ele tem natureza apenas autorizativa, e não, impositiva. O governo
não é obrigado a executar o orçamento tal qual ele é veiculado pela lei
orçamentária (com exceção das despesas obrigatórias em virtude de outros
normativos). Isso contrasta bastante com as leis “normais”, que se
caracterizam pela obrigatoriedade de aplicação.

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A título de exemplo, quanto ao poder normativo da lei orçamentária,


podemos indicar uma disposição constitucional (art. 167, inc. I). Para que
programas e projetos sejam iniciados no âmbito da Administração, é
necessária a prévia inclusão desses programas e projetos na Lei
Orçamentária Anual (ou em leis que a retifiquem).

Pelo contrário, a modificação, a retificação, a inversão de aspectos e itens no


orçamento durante sua execução, em comparação com o texto aprovado, são
fatos bastante comuns, distanciando o orçamento de sua “aparência” inicial.

A título de exemplo, quanto ao poder normativo da lei orçamentária, podemos


indicar uma disposição constitucional (art. 167, inc. I). Para que programas e
projetos sejam iniciados no âmbito da Administração, é necessária a prévia
inclusão desses programas e projetos na Lei Orçamentária Anual (ou em leis
que a retifiquem).Nesse sentido, têm surgido diversas críticas, no âmbito
parlamentar e na opinião pública em geral, tendo como alvo o
“descompromisso” do governo quanto à execução do orçamento em
observância ao texto original aprovado pelo Congresso.

Não obstante a essência de ato administrativo, o fato de o orçamento ser uma


lei lhe proporciona a normatização de certos requisitos e obrigações de
natureza orçamentária, na esfera concreta.

Como isso cai na prova?

1. (CESPE/ANALISTA/TRE-MS/2013) Os princípios orçamentários estão


sujeitos a transformações de conceito e significação, pois não têm caráter
absoluto ou dogmático e suas formulações originais não atendem,
necessariamente, ao universo econômico-financeiro do Estado moderno.

2. (FCC/INSPETOR/TCM-CE/2010) Ao dispor sobre finanças públicas, a


Constituição da República autoriza o início de programas ou projetos não
incluídos na lei orçamentária anual, mediante prévia autorização do
Presidente da República.

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3. (CESPE/ANALISTA/STM/2011) Para ser considerada um princípio


orçamentário, a norma precisa obrigatoriamente estar incluída na
Constituição Federal ou na legislação infraconstitucional.

Os princípios orçamentários, como dito, não são regras rígidas, absolutas.


Além disso, o fato de alguns já serem mais que centenários os obriga a
encarar flexibilizações e exceções. A questão 1 está CERTA.

A questão 2 refere-se ao trecho constitucional que destacamos, sobre uma


vedação da CF/88 (art. 167, inc. I), segundo o qual é vedado “o início de
programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual”. A “autorização
prévia do Presidente” não corrige o problema. Questão ERRADA.

A questão 3 está ERRADA. Como em todos os ramos do direito, os princípios


orçamentários são independentes de sua positivação no arcabouço legal.
Atualmente, diversos desses princípios encontram-se recepcionados na CF/88
ou em leis (principalmente a Lei 4.320/64), mas essa não é uma condição para
sua existência e validade.

Unidade/totalidade

“O orçamento deve ser uno”.

A unidade é um dos “ancestrais” dos princípios orçamentários. Encontra-se


normatizado na Lei 4.320/64, que estabelece “normas gerais de direito
financeiro”, obrigatórias para todos os entes federados.

A Lei 4.320/64 representou um avanço na época de sua edição. Ela trazia


os conceitos e procedimentos mais avançados a respeito da utilização do
dinheiro público. Porém, como se vê, ela já é bastante antiga, e a
atividade financeira dos entes federados brasileiros precisa de
atualizações.

É por isso que se espera, por parte do Congresso Nacional, a edição de


uma lei complementar que atualize as normas gerais de direito
financeiro. Enquanto isso não ocorre, diversas “atualizações”

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relacionadas ao direito financeiro e ao orçamento público são instituídas


anualmente, com as Leis de Diretrizes Orçamentárias.

No art. 2º, a Lei 4.320/64 estabelece que “A Lei do Orçamento conterá a


discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política econômica
financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios de
unidade, universalidade e anualidade”

Desses outros princípios, falaremos em seguida.

Pelo princípio da unidade, o orçamento público deve ser uno, uma só


peça, garantindo uma visão de conjunto das receitas e das despesas.

Nesse momento, vale registrar uma informação histórica sobre o


Orçamento Público. Inicialmente, a peça orçamentária era bastante
simples, primeiro porque a participação do governo na vida econômica
dos países europeus (onde a lei orçamentária surgiu primeiro) não era
muito ampla.

Nesses tempos, prestigiava-se o liberalismo econômico, a livre iniciativa


dos atores econômicos, e a intromissão do Estado nesse contexto era mal
vista, porque, desde sempre, o setor público foi visto como um mau
gastador. Portanto, o melhor que o governo poderia fazer seria gastar
pouco e deixar os recursos financeiros fluírem nas relações entre atores
privados, sem intervenções, sem tributação.

Assim, tendo a máquina estatal pequena dimensão e pouca participação


na economia – situação ideal para os liberais –, o orçamento consistia
numa autorização de gastos que também representava o controle do
tamanho do Estado. Assim, o Parlamento utilizava o orçamento como
ferramenta de controle da ação do Executivo.

Para facilitar esse controle, era necessário que o orçamento tivesse


certas características. Essas características vieram a constituir os

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primeiros princípios orçamentários, dos quais, como já falamos, a


unidade é um dos exemplares.

Sendo o orçamento público uma peça única, a tarefa de controle e


acompanhamento dos gastos públicos estaria assegurada. Caso a
execução orçamentária obedecesse a diversos instrumentos, diversas
leis, quadros, normativos, os controladores teriam bem mais dores de
cabeça.

Porém, ocorre que o crescimento do aparelho do Estado, em


praticamente todos os países, a partir do século XX, ocasionou a criação
de estruturas descentralizadas e autônomas – as conhecidas entidades
da administração indireta. Essas entidades também cumpriam
(cumprem) funções estatais, mas sua autonomia, inclusive financeira,
dificultava a consolidação do orçamento público numa só peça, bem
como o acompanhamento de sua execução.

No caso brasileiro, a Constituição de 1988 trouxe uma disposição “fatal” para a


visão tradicional do princípio da unidade:

Art. 165, § 5º - A lei orçamentária anual compreenderá:

I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e


entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público;

II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou


indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;

III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos


a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e
fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.

Pisou pra valer, hein?

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Assim, a própria Constituição estabeleceu três orçamentos diferentes. É


dessa evolução que a doutrina instituiu o “princípio da totalidade”, como
uma “atualização” do da unidade.

Segundo o professor James Giacomoni (in “Orçamento Público”, ed. Atlas, 14ª
edição), pelo princípio da totalidade, é possível a coexistência de orçamentos
variados, desde que estejam consolidados numa peça, de forma que
continue sendo possível uma visão geral das finanças públicas.

Dessa forma, os três orçamentos instituídos pela CF/88 respeitam o


princípio da unidade/totalidade, já que, como diz o § 5º do art. 165, eles
compõem uma só peça: a Lei Orçamentária Anual.

Como isso cai na prova?

4. (FCC/ANALISTA/TRT-09/2013) Ao assumir o cargo de prefeito, o Sr. José


Silva não conseguia compreender por que o orçamento da Fundação de
Amparo à Criança e ao Adolescente, fundação instituída e mantida pelo
poder público municipal, deveria estar contido na Lei Orçamentária Anual
do Município. O princípio orçamentário que deve ser utilizado para
justificar a inclusão do orçamento da fundação na Lei Orçamentário Anual
do Município é o

(A) da unidade.

(B) da anualidade.

(C) da exclusividade.

(D) do orçamento bruto.

(E) da não-vinculação das receitas de impostos.

5. (CESPE/TÉCNICO/TRT-10/2013) De acordo com o princípio da unidade, o


ente governamental deve dispor de apenas um orçamento, que inclua
todas as receitas estimadas e despesas fixadas pelo Estado.

6. (FCC/PROCURADOR/TCE-RO/2010) O princípio da unidade expressa que a


lei orçamentária deve ser uma peça só e o texto constitucional o consagra

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ao dispor que a lei orçamentária anual compreenderá o orçamento fiscal,


o orçamento de investimento e o orçamento da seguridade social.

Na questão 4, a obrigatoriedade de o orçamento de uma fundação pública


municipal ser integrado ao orçamento único do município diz respeito ao
princípio da unidade. Gabarito: A.

A existência de apenas um orçamento, em que sejam expostas todos os


detalhes das finanças do ente público, corresponde ao ideal do princípio da
unidade orçamentária. A questão 5 está CERTA.

A unidade orçamentária atualmente vigente encontra reflexo na edição de uma


única lei orçamentária editada pelos entes federados a cada ano. O fato de
haver orçamentos especializados em sua composição não afetaria o princípio
clássico. A questão 6 está CERTA.

Universalidade

“O orçamento deve abranger todas as receitas e despesas”.

O princípio da universalidade e o recém-visto, da unidade/totalidade, são


complementares, articulados em torno da garantia do controle sobre o
orçamento. Enquanto a unidade/totalidade prioriza a agregação das receitas e
despesas do governo em poucos documentos (num só agregado, de
preferência), a universalidade estabelece que todas as receitas e despesas
devem constar da lei orçamentária.

Um orçamento único e universal é, portanto, o sonho de consumo de alguém


que tenha a titularidade do controle sobre as finanças públicas.

Além do art. 2º da Lei 4.320/64, que já vimos, o princípio da universalidade


também pode ser percebido nos arts. 3º e 4º da mesma lei:

Art. 3º A Lei de Orçamento compreenderá todas as receitas, inclusive as de


operações de crédito autorizadas em lei.

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Art. 4º A Lei de Orçamento compreenderá todas as despesas próprias dos


órgãos do Governo e da administração centralizada, ou que, por intermédio
deles se devam realizar, observado o disposto no artigo 2°.

Novamente, segundo a lição do professor Giacomoni, o princípio da


universalidade proporciona ao Legislativo:

• conhecer a priori todas as receitas e despesas do governo e dar prévia


autorização para a respectiva arrecadação e realização;

• impedir ao Executivo a realização de qualquer operação de receita e


despesa sem prévia autorização parlamentar;

• conhecer o exato volume global das despesas projetadas pelo governo, a


fim de autorizar a cobrança dos tributos estritamente necessários para
atendê-las.

Alguns trechos acima poderão causar estranhamento. É que essa história


de a lei orçamentária “autorizar a arrecadação” da receita não se aplica
mais.

Até a Constituição de 1967, isso era verdade, mas, de lá para cá, os


tributos e sua arrecadação são regulamentados por leis próprias. A lei
orçamentária, atualmente, não autoriza a arrecadação, apenas a prevê.
A arrecadação ocorre havendo ou não orçamento publicado.

Entretanto, não é raro encontrar questões que se refiram a esse aspecto


de maneira “tradicional”, já que, historicamente, a função do orçamento
também foi de autorização da arrecadação.

Portanto, surgindo questões totalmente teóricas, sem aplicação à


realidade atual, que confirmem o papel autorizador da lei orçamentária
quanto à arrecadação, marque CERTO.

Pragmatismo: devemos dançar conforme a música! Depois de acertar o


gabarito, você pode esbravejar o quanto quiser contra a banca.

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Como isso cai na prova?

7. (FCC/ANALISTA/DPE-RS/2013) Os princípios orçamentários visam


estabelecer regras básicas, a fim de conferir racionalidade, eficiência e
transparência aos processos de elaboração, execução e controle do
orçamento público. Nestas condições, o princípio orçamentário, o qual
estabelece que a Lei Orçamentária Anual − LOA de cada ente federado
deverá conter todas as receitas e as despesas de todos os Poderes,
órgãos, entidades, fundos e fundações instituídas e mantidas pelo poder
público é denominado de

(A) exclusividade.

(B) legalidade.

(C) anualidade.

(D) universalidade.

(E) totalidade.

8. (CESPE/ANALISTA/MCT/2008) O princípio orçamentário da universalidade


possibilita ao Poder Legislativo conhecer a priori todas as receitas e
despesas do governo e dar prévia autorização para a respectiva
arrecadação.

9. (FCC/APOFP/SEFAZ-SP/2010) O princípio da universalidade expressa que


as despesas devem estar previstas de forma genérica e universal.

Na questão 7, a expressão chave “todas as receitas e todas as despesas”


remete à observância do princípio da universalidade. Gabarito: D.

A questão 8 é um exemplo do que acabamos de destacar. Questão teórica,


sem referência à prática atual, etc. etc., tratando da “autorização
orçamentária” para arrecadação da receita. Nesse caso, questão CERTA.

A questão 9 mistura informações de maneira incorreta. Apesar de o tratamento


das receitas e despesas ser universal, como acabamos de ver, a previsão das

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despesas de “forma genérica” seria contrária ao princípio da discriminação,


tratado mais à frente. Questão ERRADA.

Orçamento Bruto

“O orçamento deve apresentar valores brutos, sem dedução”.

Já deixamos bem destacado que a necessidade de controle dos gastos públicos


fundamentou bastante a maturação de princípios orçamentários.

Se qualquer fato chega a afetar as receitas públicas, diminuindo o volume que


realmente deveria entrar em caixa, a ocultação desse fato geraria
insegurança, desinformação e, quem sabe, algum prejuízo futuro ao ente
público.

A contabilidade pública tem como uma de suas funções a prestação de


informações fidedignas sobre o patrimônio e o orçamento, a fim de que
decisões por parte dos responsáveis sejam baseadas em dados corretos. Desse
modo, deduções, abatimentos, diminuições que afetam o conjunto das receitas
públicas devem ser considerados no orçamento.

É essa preocupação com a transparência e a fidedignidade das informações


orçamentárias que baseia o princípio do orçamento bruto, cujo teor é
complementar ao princípio da universalidade. Enquanto a universalidade
estabelece que todas as receitas e todas as despesas devem constar do
orçamento, o princípio do orçamento bruto acrescenta a observação “pelos
seus valores brutos, sem deduções”.

Assim, se for o caso de se fazer uma dedução a uma receita, o ente público
não pode apenas registrar o valor líquido a ser arrecadado. Tanto a
arrecadação bruta quanto a dedução devem ser consideradas na elaboração da
peça orçamentária.

Como isso cai na prova?

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10. (FCC/AGENTE/DEFENSORIA-SP/2009) O princípio do orçamento bruto tem


seu cerne no art. 6º da Lei nº 4.320/1964, que estatui que as receitas e
despesas constarão da lei orçamentária pelos seus totais, vedadas
quaisquer deduções.

11. (CESPE/TÉCNICO/TRT-10/2013) Para a obtenção de maior transparência e


clareza na previsão de despesas e fixação de receitas constantes na lei
orçamentária anual, permite-se a dedução das receitas que não serão
efetivamente convertidas em caixa, sem que, para isso, seja necessário
descriminar os valores originais. Ao prever tal procedimento, a legislação
observa o princípio do orçamento bruto.

A questão 10 apenas reproduz o embasamento legal do princípio do orçamento


bruto, que vimos mais acima. Questão CERTA.

A questão 11 está ERRADA. É necessário discriminar os valores originais das


receitas e das despesas para atender ao princípio do orçamento bruto.

Anualidade/Periodicidade

“O orçamento deve limitar-se a um período de tempo”.

Trataremos agora do terceiro princípio orçamentário mencionado pelo art. 2º


da Lei 4.320/64.

Segundo o prof. Giacomoni (mais uma vez!), o princípio de que o orçamento


deve ser elaborado e autorizado para o período normalmente de um ano está
ligado à antiga “regra da anualidade do imposto”, vigente até a Constituição de
1967. Como já estudamos, até esse momento a lei orçamentária é que
autorizava a arrecadação tributária para um exercício, para cobrir as
despesas pertencentes a esse mesmo exercício.

Portanto, a disposição sobre o princípio da anualidade na Lei 4.320/64 ainda é


válida, tanto no art. 2º, já estudado, quanto no art. 34 (O exercício financeiro
coincidirá com o ano civil). Por isso, entre outras coisas, justifica-se a
terminologia da lei orçamentária anual.

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A elaboração do orçamento para um período limitado de tempo favorece a


atividade de planejamento, pois, dessa forma, é possível programar a
aplicação dos recursos em objetivos do governo e verificar o alcance das metas
nos prazos estabelecidos.

Não obstante o que estamos dizendo, há vários programas e despesas


assumidas pelo poder público cuja duração ultrapassa um exercício.

Para alcançar objetivos de maior dimensão, apenas ações plurianuais


podem garantir o sucesso dessas iniciativas governamentais. A
conciliação entre esses programas plurianuais e o princípio da
anualidade/periodicidade ocorre por meio da execução “fatiada” dessas
despesas plurianuais, com parcelas distribuídas pela sequência de
orçamentos anuais.

Como exceção ao princípio da anualidade, há a possibilidade de execução, em


outro exercício, de créditos adicionais (especiais e extraordinários)
autorizados no final do ano. Esse ponto será comentado posteriormente,
quando tratarmos dos créditos adicionais, que constituem novas
autorizações de despesa, além das consignadas na lei orçamentária.

Como isso cai na prova?

12. (FCC/APOFP/SEFAZ-SP/2010) O Princípio da Anualidade estabelece que o


orçamento público deve ser votado um ano antes do início do ano fiscal.

13. (FCC/AGENTE/DEFENSORIA-SP/2009) O princípio da anualidade


estabelece que o orçamento deve ter vigência de um ano, que não
necessariamente precisa coincidir com o ano civil.

14. (CESPE/TÉCNICO/TRT-10/2013) O princípio da anualidade orçamentária


fundamenta-se em critérios puramente técnicos, relativos às questões
operacionais de apuração contábil da receita e da despesa, não estando
relacionado, portanto, com o controle político do Poder Executivo.

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A questão 12 é uma forçação de barra, ou talvez falta de imaginação da banca.


Questão ERRADA.

Para julgar a questão 13, bastaria uma rápida leitura do art. 34 da Lei
4.320/64 para matar a questão. O exercício financeiro, período em que se
observa a execução orçamentária da receita e da despesa, necessariamente
coincide com o ano civil, pelo dispositivo legal referido. Questão ERRADA.

A questão 14 está ERRADA. A autorização anual para execução do orçamento


reflete o controle do Poder Legislativo sobre o Executivo. Não se confere a este
último um “cheque em branco” para sua atuação, mas, ao contrário, renova-se
a autorização para realizar despesas e arrecadar receitas a cada período.
Dessa forma, criam-se as condições para acompanhamento, fiscalização e
julgamento das contas públicas em prazos mais apropriados ao controle.

Exclusividade

“O orçamento deve tratar apenas de matéria financeira”.

Esse é um dos princípios mais manjados em concursos públicos. Figurinha


carimbada!

Segundo a doutrina, a lei orçamentária deve conter apenas matéria financeira,


não trazendo conteúdos alheios à previsão da receita e à fixação da
despesa.

O princípio da exclusividade pode ser traduzido pela afirmação inicial do art.


165, § 8º, da CF/88:

“A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da


receita e à fixação da despesa (...)”.

A ideia subjacente ao princípio da exclusividade é evitar que matérias não


financeiras “caronas” (caudas orçamentárias) sejam tratadas na lei
orçamentária, aproveitando-se do ritmo mais rápido de sua aprovação
pelo Parlamento. Em tempos passados, o Executivo utilizava-se dessa
manobra, para colocar rapidamente, em pauta de votação, assuntos de seu

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interesse; decorre daí o termo “orçamentos rabilongos”, utilizado por Rui


Barbosa para caracterizar os orçamentos à época.

Entretanto, temos que destacar as exceções que a própria Constituição


impôs, na continuidade do dispositivo que começamos a analisar:

“(...) não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos


suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por
antecipação de receita, nos termos da lei”.

Os créditos suplementares serão mais bem estudados nas aulas seguintes,


mas adianto que eles representam um acréscimo às despesas já previstas
na lei orçamentária anual, devendo apontar também as receitas que
suportarão esse incremento. É como uma “revisão para mais” da lei
orçamentária.

A outra exceção à exclusividade orçamentária trata da autorização para


contratação de operações de crédito. A própria LOA pode se antecipar a uma
necessidade futura de recursos além dos estimados, e autorizar a tomada de
empréstimos pelo ente público.

Vamos separar aqui a operação de crédito “normal” da operação de


crédito por antecipação da receita orçamentária, ambas referidas no
dispositivo constitucional acima, e passíveis de autorização pela LOA.

As operações de crédito “normais” constituem receitas orçamentárias,


que servirão para custear despesas orçamentárias. Ou seja, para
determinadas despesas, o dinheiro disponível não é próprio do governo;
deverá ser tomado junto a agentes financiadores.

Por outro lado, as operações por antecipação da receita orçamentária


(ARO’s) são empréstimos tomados pelos entes públicos para suprir
insuficiências momentâneas de caixa. Para as despesas, nesse caso,
existe receita própria atribuída, que deverá ser arrecadada.

Em outras palavras, ARO’s não são receitas orçamentárias, mas sim


empréstimos que substituem receitas orçamentárias que não foram

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arrecadadas no momento esperado. Essas receitas atrasadas, ao serem


finalmente realizadas, servirão então para honrar as ARO’s que as
substituíram, ao invés das despesas originais.

Portanto, além de prever receitas e fixar despesas, a lei orçamentária anual,


no Brasil, pode trazer esses dois tipos de autorização – que, no fundo, não
fogem da temática orçamentária.

Grave essas exceções, porque é difícil achar um tópico tão cobrado


quanto esse quando o tema é princípios orçamentários!

Como isso cai na prova?

15. (FCC/ANALISTA/DPE-RS/2013) Determinado ente público, considerando o


excesso de arrecadação da receita patrimonial obtido no exercício
financeiro de 2012, no seu projeto de Lei Orçamentária Anual para o
exercício de 2013 propõe a criação de 20 cargos de analistas de notícias
para a secretaria de publicidade, e a concessão aos demais servidores
públicos reajuste salarial de 10% a partir de primeiro de janeiro de 2013.
Este projeto NÃO atende ao princípio orçamentário da

(A) moralidade.

(B) anualidade.

(C) exclusividade.

(D) não vinculação da receita.

(E) impessoalidade.

16. (FCC/AGENTE/DEFENSORIA-SP/2009) Como o princípio da exclusividade


estatui que a lei orçamentária anual não poderá conter dispositivo
estranho à previsão de receita e fixação da despesa, a peça orçamentária
não poderá conter autorização para créditos suplementares.

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17. (CESGRANRIO/ANALISTA/BACEN/2009) A inclusão de dispositivo estranho


à previsão da receita e à fixação da despesa na lei orçamentária anual
fere o princípio da universalidade.

18. (CESPE/TÉCNICO/IBAMA/2012) A existência do orçamento fiscal, da


seguridade social e de investimento das empresas contraria o princípio
orçamentário da exclusividade.

Na questão 15, a criação de cargos e a concessão de aumento remuneratório


não são matéria financeira, que possa ser veiculada pela lei de orçamento. O
papel cumprido pela LOA, no tocante ao aumento de remuneração, ou a outras
despesas quaisquer, é veicular a autorização para o gasto, a partir da previsão
dos recursos necessários. A previsão das medidas que envolvam despesas é
feita por outros diplomas legais, sob pena de contrariar o princípio da
exclusividade. Gabarito: C.

A questão 16 está ERRADA, já que a autorização para créditos suplementares


é permitida, constituindo uma das exceções ao princípio da exclusividade.

Na questão 17, houve uma inversão de princípios e conceitos. Todo o


vocabulário da questão indica que estamos tratando do princípio da
exclusividade, como deve ter ficado evidente depois dos últimos comentários,
e não da universalidade. Questão ERRADA.

A questão 18 está ERRADA: o princípio da exclusividade não é afetado pela


existência dos diferentes tipos de orçamento.

Não Afetação/Não Vinculação

“As receitas do orçamento devem ter livre aplicação”.

Esse princípio orçamentário também tem um pé no Direito Tributário. Desse


ramo do direito, cabe trazer para nossas anotações o conceito de
arrecadação vinculada.

No Brasil, existem cinco espécies tributárias: impostos, taxas, contribuições de


melhoria, contribuições e empréstimos compulsórios.

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Os tributos podem ser arrecadados já com uma destinação legal para a


aplicação dos recursos correspondentes. Ou, por outro lado, os recursos
provenientes dos tributos podem estar “livres”, para aplicação em despesas
conforme as decisões do administrador público, sem interferência legislativa.

Assim, existem espécies tributárias com arrecadação vinculada, para


aplicação obrigatória em certas despesas, e outras com arrecadação não
vinculada. Os impostos são os típicos representantes desta última categoria.

As outras espécies tributárias (taxas, contribuições “lato sensu”, contribuições


de melhoria e empréstimos compulsórios) têm, comumente, arrecadação
vinculada.

Isso obedece ao arcabouço teórico da tributação, segundo o qual os impostos


são os tributos apropriados para que o ente público possa auferir renda, sem
estar obrigado a prestar esta ou aquela obrigação junto à sociedade. Impostos
teriam a característica da fiscalidade (obtenção de recursos como finalidade
principal).

Então, voltando ao princípio da não vinculação, cabe destacar que ele ganhou
estatura constitucional, mas com uma série de exceções:

Art. 167. São vedados:

(...)

IV – a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa,


ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se
referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços
públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para
realização de atividades da administração tributária, como determinado,
respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de
garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art.
165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo;

(...)

§ 4.º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos impostos a


que se referem os arts. 155 e 156, e dos recursos de que tratam os arts. 157, 158

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e 159, I, a e b, e II, para a prestação de garantia ou contragarantia à União e


para pagamento de débitos para com esta.

Destrinchando os dispositivos acima, as vinculações à receita de impostos,


permitidas pela Constituição, são:

• repartição da arrecadação do imposto de renda e do imposto sobre


produtos industrializados, compondo o Fundo de Participação dos Estados
e o de Participação dos Municípios (CF/88, art. 159, inc. I);

• destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde (CF/88,


art. 198, § 2º);

• destinação de recursos para manutenção e desenvolvimento do ensino


(CF/88, art. 212);

• destinação de recursos para realização de atividades da administração


tributária (CF/88, art. 37, inc. XXII);

• prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita


– ARO (CF/88, art. 165, § 8º);

• prestação de garantia ou contragarantia à União e para pagamento de


débitos para com esta.

Portanto, o princípio da não vinculação da receita de impostos está no início do


inciso IV do art. 167, e as exceções a ele compõem todo o resto do texto e o §
4º.

Não há outras exceções além dessas. E, tratando-se de dispositivo


constitucional, para acrescentar mais alguma exceção ao princípio da não
vinculação, ou para suprimir uma exceção já existente, só por meio de
emenda à Constituição.

Vale escrever uma nota, destacando o alto nível de vinculação que a


arrecadação tributária sofre no Brasil.

As taxas e contribuições são naturalmente destinadas a certas despesas;


os impostos, embora sejam relacionados ao princípio da não vinculação,

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também são destinados a diversas despesas, por ordem da própria


Constituição, como se depreende das exceções vistas acima.

Nesse sentido, há um dispositivo da Lei de Responsabilidade Fiscal que


reforça essa necessidade de aplicação das receitas vinculadas nas
despesas para as quais foram atribuídas. Vejamos a lei seca:

Art. 8º, parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a finalidade


específica serão utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua
vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que ocorrer o ingresso.

Portanto, a partir dessa determinação da LRF, nem mesmo a


arrecadação que “sobrar” em determinado exercício está livre, se sua
origem estiver ligada a alguma vinculação legal.

Pois bem, diante desse quadro de alta vinculação dos recursos, para
“desamarrar” um pouco as receitas tributárias de suas aplicações
obrigatórias, instituiu-se, desde 1994, um mecanismo de desvinculação,
por meio de emenda à Constituição.

A chamada Desvinculação das Receitas da União (DRU) libera 20% dos


impostos e contribuições vinculados, para livre aplicação pelos
administradores públicos. O objetivo desse mecanismo é evitar situações
nas quais certos setores da ação governamental tenham recursos
abundantes, enquanto outros passam por penúria.

Como isso cai na prova?

19. (FCC/CONTADOR/DPE-SP/2013) Sobre os princípios orçamentários, é


correto afirmar que o princípio

(A) da exclusividade representou o fim às chamadas caudas


orçamentárias que serviam para nomeações, promoções e abertura de créditos
adicionais suplementares.

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(B) da unidade determina que receitas e despesas devem aparecer no


orçamento de maneira discriminada, no mínimo, por elementos de despesa.

(C) do orçamento bruto determina que deve existir somente uma Lei
Orçamentária Anual, sendo proibida a existência de orçamentos paralelos.

(D) da não-afetação das receitas veda vinculação da receita de impostos a


órgão, fundo ou despesa, salvo exceções estabelecidas pela Constituição
Federal de 1988.

(E) da universalidade determina que a lei orçamentária deve ser divulgada


por mecanismos oficiais de comunicação e de divulgação para garantir amplo
conhecimento público.

20. (CESPE/CONSELHEIRO SUBSTITUTO/TCE-ES/2012) A abrangência do


princípio orçamentário da não vinculação de receitas restringe-se às
receitas de impostos.

21. (FCC/ANALISTA/TRE-AM/2009) Os recursos legalmente vinculados a


finalidade específica serão utilizados exclusivamente para atender ao
objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que
ocorrer o ingresso.

22. (FCC/ANALISTA/TRE-MS/2007) O Princípio orçamentário que está


relacionado com a afirmação: “É vedada a vinculação de impostos a
órgãos e despesas”, é o da

(A) Universalidade.

(B) Unidade.

(C) Singularidade.

(D) Exclusividade.

(E) Não afetação da receita.

Na questão 19, temos o seguinte:

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A: os créditos suplementares não estão contemplados nas “caudas


orçamentárias”, visto que são exceções admitidas pela própria CF/88 ao
princípio da exclusividade.

B: o enunciado diz respeito ao princípio da discriminação.

C: o enunciado trata do princípio da unidade.

D: a CF/88 estabelece tanto o princípio da não afetação quanto as respectivas


exceções.

E: trata-se do princípio da publicidade.

Gabarito: D.

Como a própria CF/88 deixa claro, o princípio da não vinculação aplica-se


exclusivamente aos impostos. Os demais tributos não sofrem interferência
desse princípio. A questão 20 está CERTA.

A questão 21 apenas reproduziu o dispositivo da LRF que reforça a vinculação


legal das receitas. Questão CERTA.

Quanto à questão 22, a afirmação mencionada refere-se justamente ao


princípio da não afetação da receita (letra E).

Especificação/Especialização/Discriminação

“O orçamento deve ser detalhado”.

Historicamente, nos países em que o orçamento foi primeiramente adotado


como peça institucional, observou-se a exigência, feita pelos parlamentos, de
discriminação das receitas e despesas por parte do Executivo. Os
controladores desejavam saber de onde sairiam os recursos arrecadados e a
sua aplicação. Assim, o fato de as receitas e despesas serem publicadas de
forma detalhada também favorecia a tarefa de controle do orçamento.

Esse mandamento perdurou na evolução da peça orçamentária, e


institucionalizou-se no Brasil sob a forma legal. Na Lei 4.320/64, encontram-se
os seguintes trechos:

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Art. 5º. A Lei de Orçamento não consignará dotações globais destinadas a


atender indiferentemente a despesas de pessoal, material, serviços de terceiros,
transferências ou quaisquer outras, ressalvado o disposto no artigo 20 e seu
parágrafo único.

Art. 15. Na Lei de Orçamento a discriminação da despesa far-se-á no mínimo


por elementos.

O que se buscou na Lei 4.320/64 foi algo parecido com a exigência inicial, nos
países em que se originou o orçamento público, quanto à discriminação das
receitas e despesas.

Para a Lei, também era necessário disponibilizar informações detalhadas, na


LOA, deixando evidente qual fim teriam os recursos públicos, e para evitar que
as decisões sobre a aplicação da arrecadação ficassem concentradas nas
mãos dos gestores, fora das vistas do controle externo.

Entretanto, o que se percebeu, com o passar do tempo, e com a maior


complexidade do orçamento, foi a necessidade de um “meio termo” quanto ao
princípio da especificação.

Por um lado, um orçamento excessivamente detalhado pode se tornar uma


peça sem correspondência com a realidade, já que as circunstâncias no
momento da execução do orçamento podem fugir aos pequenos detalhes
fixados na LOA.

Ao mesmo tempo, a edição de um orçamento totalmente genérico, com


dotações globais, significa a renúncia, pelo Parlamento, de seu papel de
controlador, o que também desrespeitaria vários princípios constitucionais e
não seria benéfico de maneira alguma para o bem-estar coletivo.

Bem, agora que já delineamos o princípio da discriminação, vamos falar das


exceções/flexibilizações.

A doutrina reconhece alguns exemplos de exceção ao princípio da


discriminação, ou seja, situações em que o orçamento transparece uma “face
genérica”, sem detalhamento.

Originalmente, a Lei 4.320/64 determinou que “Na Lei de Orçamento a


discriminação da despesa far-se-á no mínimo por elementos”, como vimos

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agora há pouco. Isso estava conforme o princípio da discriminação; o


detalhamento da despesa em elementos tornava a LOA bastante minuciosa.

Porém, essa classificação detalhista foi flexibilizada há pouco tempo. Segundo


a Portaria Interministerial STN/SOF 163/2001, que atualizou a classificação
pela natureza da despesa, a LOA não precisa mais trazer a despesa em
nível de elemento.

Ao invés disso, a alocação de recursos aos diferentes elementos de despesa


pode ficar a cargo das unidades executoras do orçamento, posteriormente à
aprovação da Lei.

Assim, podem-se verificar atualmente dotações destinadas ao mesmo tempo à


aquisição de materiais de consumo, pagamento de serviços de terceiros,
indenizações, pagamentos de diárias a servidores etc. (todas seriam
consideradas “despesas de custeio”, ou, na classificação atual, “outras
despesas correntes”).

Outra exceção refere-se à reserva de contingência, que constitui uma


dotação genérica, sem aplicação definida, a partir da qual o poder público pode
atender a “passivos contingentes”, como pagamentos devidos a execuções
judiciais, ou executar novas dotações, por meio de créditos adicionais.

Além disso, como sinaliza a redação do art. 5º da Lei 4.320/64, o art. 20 e seu
parágrafo único, da mesma lei, trazem mais uma exceção ao princípio da
discriminação:

Art. 20. Os investimentos serão discriminados na Lei de Orçamento segundo os


projetos de obras e de outras aplicações.

Parágrafo único. Os programas especiais de trabalho que, por sua natureza,


não possam cumprir-se subordinadamente às normas gerais de execução da
despesa poderão ser custeadas por dotações globais, classificadas entre as
Despesas de Capital.

Trata-se dos “programas especiais de trabalho” (PET’s), grandes


investimentos públicos que, por sua complexidade e abrangência, não podem
ter toda sua composição de despesas explicitada de antemão. Assim, eles são

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autorizados a partir de dotações globais, genéricas, e a correspondente


discriminação das despesas se dá durante a própria execução.

Como isso cai na prova?

23. (CESPE/TÉCNICO SUPERIOR/MIN. SAÚDE/2008) O detalhamento da


programação orçamentária, em consonância com o princípio da
especialização, deve permitir a discriminação até onde seja necessário
para o controle operacional e contábil e, ao mesmo tempo,
suficientemente agregativo para facilitar a formulação e a análise das
políticas públicas.

24. (CESPE/ANALISTA/TRE-MT/2010) De acordo com o princípio da


especialização, a lei orçamentária consigna dotações globais destinadas a
atender, indiferentemente, a despesas de pessoal, material, serviços de
terceiros, transferências ou quaisquer outras. Assim, há maior
transparência no processo orçamentário, corroborando a flexibilidade na
alocação dos recursos pelo poder Executivo.

25. (FCC/ANALISTA/TRT-SP/2008) O artigo 5º da Lei nº 4.320/64, ao


estabelecer que a lei orçamentária não consigne dotações globais
destinadas a atender indiferentemente a diversos tipos de despesas, entra
em confronto com o princípio orçamentário da unidade.

26. (FCC/ANALISTA/TCM-AM/2008) Tendo em vista os princípios


orçamentários, é correto afirmar que

(A) a contabilização pelo valor líquido atende ao princípio de


racionalidade.

(B) as fundações públicas, desde que independentes do erário central, não


precisam integrar o orçamento.

(C) as dotações globais atendem ao princípio da especificidade da despesa


pública.

(D) vincular imposto à despesa não contraria qualquer princípio de


orçamento.

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(E) a autorização para abertura de créditos suplementares excepciona, na


lei orçamentária, o princípio da exclusividade.

A questão 23 reflete justamente o meio termo que deve ser alcançado quanto
ao princípio da discriminação. Questão CERTA.

A questão 24 está ERRADA. Como já visto, pelo princípio da especialização,


deve-se evitar a inserção de dotações globais no orçamento, como regra.

A questão 25 está ERRADA, já que a obediência ao princípio da discriminação


não conflita com o da unidade.

Sobre a questão 26, temos o seguinte: a letra A pretendeu se referir ao


princípio do orçamento bruto (não existe princípio orçamentário da
racionalidade), mas, mesmo que trocássemos “racionalidade” por “orçamento
bruto”, a alternativa estaria errada, já que não é admitida a contabilização de
receitas e despesas pelo valor líquido; na letra B, há erro em dizer que as
fundações não precisam integrar o orçamento, que, pelo princípio da
universalidade, deve abranger todas as receitas e despesas públicas; a letra C
está errada, porque as dotações globais não atendem ao princípio da
especificação (e não especificidade – outro erro), constituindo exceções a esse
princípio; a letra D contraria o teor do princípio da não vinculação; e a letra E
está CERTA, por se referir corretamente a uma das exceções do princípio da
exclusividade.

Clareza

“O orçamento deve ser de fácil compreensão”.

Segundo o princípio da clareza, o orçamento deveria ser apresentado


numa linguagem acessível a todos que precisassem ou se interessassem em
acompanhá-lo.

Entretanto, considerando a atual complexidade inerente ao orçamento, que


agrega informações financeiras, legais, administrativas, contábeis e de
planejamento, sem falar num pano de fundo político, é difícil trazer à realidade
o cumprimento desse princípio.

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Uma sugestão do prof. Giacomoni é a elaboração de peças comentadas


sobre a programação orçamentária, a partir de anexos da LOA. Dessa forma,
se o orçamento em si não pode ter sua linguagem simplificada, pela natural
necessidade de codificação, pelo menos se disponibilizaria uma forma paralela
de se compreender a complexidade de seu conteúdo.

Isso foi adotado na esfera federal a partir da elaboração do orçamento


de 2011: além da proposta “técnica” de orçamento, foi editada uma
cartilha especial, chamada “Orçamento Federal ao Alcance de Todos”,
que busca expor, de forma mais amigável, como deve se dar a aplicação
de recursos federais nas diferentes áreas do governo. Essa publicação
está no link abaixo, vale visitar:

http://www.planejamento.gov.br/secretarias/upload/Arquivos/sof/orc
amento_13/OFAT_2013.pdf

Como isso cai na prova?

27. (FCC/ANALISTA/TRE-PE/2011) Sobre princípios orçamentários, é correto


afirmar:

(A) O princípio da não-afetação permite a vinculação de receita a órgão,


fundo ou despesa, desde que a vinculação se enquadre nas hipóteses
ressalvadas pelo art. 167 da Constituição Federal de 1988.

(B) O princípio da universalidade, previsto no art. 6º da Lei nº 4.320/64,


dispõe que todas as receitas e despesas constem do Orçamento pelos seus
totais, vedadas quaisquer deduções.

(C) O princípio da exclusividade, inserto no art. 165, § 8º, da Constituição


Federal de 1988, estabelece que a lei orçamentária anual não contenha
dispositivo estranho à previsão de receita e à fixação de despesa, não
admitindo qualquer exceção a essa regra.

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(D) O princípio da especificação permite que o Orçamento contenha


dotações globais destinadas a atender diversas despesas de natureza
diferente.

(E) O princípio da clareza estabelece que a lei orçamentária anual deva


evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho do
Governo.

Vejamos as alternativas:

A: novamente, lembramos que a CF/88 instituiu o princípio da não afetação e


as correspondentes exceções.

B: trata-se do princípio do orçamento bruto.

C: como vimos, há exceções ao princípio da exclusividade (autorização para


abertura de créditos suplementares e para contratação de operações de
crédito).

D: o princípio da especificação veda a prática descrita.

E: o princípio da clareza remete à inteligibilidade e fácil entendimento do


orçamento pelos usuários da informação.

Gabarito: A.

Equilíbrio

“As receitas e despesas devem equilibrar-se entre si”.

Uma forma simples de entender o princípio do equilíbrio é considerar que deve


haver compatibilidade entre receita e despesa, de forma que as contas
públicas não sejam afetadas por déficits.

Entretanto, aprofundando mais o raciocínio sobre o tema, registram-se duas


formas de encarar esse princípio.

Em primeiro lugar, o equilíbrio formal do orçamento é observado quando a


lei orçamentária prevê receitas e fixa despesas em montantes iguais. Antes,

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sob a vigência da Constituição de 1967, o equilíbrio formal do orçamento


chegou a ser firmado num dispositivo dessa Carta:

Art. 66 – O montante da despesa autorizada em cada exercício financeiro não


poderá ser superior ao total das receitas estimadas para o mesmo período.

Atualmente, a Constituição não traz determinação semelhante, mas o costume


perdura: as leis orçamentárias anuais fazem a previsão da receita e a fixação
da despesa em valores iguais. Assim, sob o aspecto formal, o princípio do
equilíbrio zela principalmente pela publicação de um orçamento
equilibrado.

Porém, na prática, o que se verifica hoje é que os recursos próprios do


governo não são suficientes para cobrir suas despesas. O equilíbrio formal
do orçamento é garantido pela contratação de operações de crédito – dinheiro
emprestado. Na LOA, os valores das operações de crédito são considerados
receita, conforme o mandamento insculpido na Lei 4.320/64 (Art. 3º A Lei de
Orçamentos compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de
crédito autorizadas em lei).

Pelo exposto, o fato de um orçamento ser publicado de forma equilibrada não


implica o equilíbrio das contas públicas. É com essa preocupação que se
fala em equilíbrio real, ou equilíbrio material. Essa, inclusive, foi uma das
principais bandeiras tratadas na famosa Lei de Responsabilidade Fiscal.

Assim, sob essa ótica, busca-se evitar o crescimento desordenado das


despesas, sem lastro para cobri-las. Da mesma forma, deve-se evitar o
comprometimento das receitas a ponto de não sobrarem recursos para
amortizar a dívida pública.

Conclui-se, desse modo, que o “equilíbrio material” está mais ligado à


execução equilibrada do orçamento do que à sua publicação com
montantes iguais de receita e despesa.

Para garantir o equilíbrio material, o governo pode lançar mão de diversos


expedientes: manutenção de metas de superávit, enxugamento de despesas
de custeio, abertura de créditos adicionais apenas com recursos já arrecadados
etc.

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Como isso cai na prova?

28. (CESPE/TÉCNICO/BASA/2012) A ocorrência de déficits na execução


orçamentária não implica desrespeito ao princípio do equilíbrio, com base
no qual se deve elaborar a lei orçamentária, podendo ser eles
incorporados nas chamadas operações de crédito e no refinanciamento da
dívida pública.

29. (FCC/ANALISTA/DPE-RS/2013) Em relação ao princípio orçamentário do


equilíbrio, é correto afirmar que

(A) estabelece que a Lei Orçamentária Anual − LOA não conterá


dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa. Ressalvam-
se dessa proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e a
contratação de operações de crédito, ainda que por Antecipação da Receita
Orçamentária − ARO, nos termos da lei.

(B) estabelece que o total da despesa autorizada em cada exercício


financeiro não deve ultrapassar o total das receitas orçamentárias previstas
para o mesmo período.

(C) estabelece que o resultado da execução orçamentária em cada


exercício financeiro não deve apresentar déficit orçamentário.

(D) preconiza o registro das receitas e despesas na Lei Orçamentária


Anual − LOA pelo valor total e bruto, permitindo somente as deduções
constitucionais.

(E) dispõe que as despesas autorizadas no exercício financeiro somente


serão empenhadas quando houver recursos financeiros para seu pagamento.

30. (CESGRANRIO/ANALISTA/BACEN/2009) O princípio da unidade estabelece


que o montante da despesa não deve ultrapassar a receita prevista para o
período.

31. (FCC/ANALISTA/TCE-GO/2009) São princípios orçamentários gerais


substanciais que regem o orçamento, além do da exclusividade, os de

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(A) unidade, universalidade, anualidade e equilíbrio.

(B) unidade, universalidade, competência e equilíbrio.

(C) universalidade, anualidade, transparência e publicidade.

(D) universalidade, anualidade, competência e publicidade.

(E) anualidade, competência, transparência e publicidade.

A questão 28 está CERTA: considerando que as operações de crédito previstas


na LOA são consideradas como receitas pela legislação, o déficit entre receitas
não financeiras e despesas não financeiras não representa desrespeito ao
princípio do equilíbrio. Este se encontra garantido pelas operações financeiras
destacadas no enunciado.

Na questão 29, podemos afastar de imediato as alternativas A (exclusividade)


e D (orçamento bruto – ainda assim, com erro, visto que não há “deduções
constitucionais”). Adicionalmente, o princípio do equilíbrio, em seu sentido
formal, fixa como limite para as despesas a previsão de receita do exercício.
Gabarito: B.

A questão 30 está ERRADA. O conceito tratado é do princípio do equilíbrio, não


da unidade.

A alternativa da questão 31 que traz a série correta de princípios


orçamentários é a letra A. Competência é um princípio da contabilidade, e
transparência é um princípio administrativo.

Publicidade

“O orçamento deve ser amplamente divulgado”.

A relevância que o orçamento assume na vida da sociedade torna necessário o


conhecimento amplo do conteúdo da LOA pelas pessoas, já que naquele
instrumento serão notadas as políticas públicas e prioridades escolhidas pelo
governo.

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Entretanto, aparece novamente a discussão relativa à clareza do orçamento:


como assegurar, simultaneamente, o entendimento da peça orçamentária pelo
cidadão comum e a necessária complexidade do instrumento, tendo em vista a
multiplicidade de informações que o integram? Esse é um desafio ainda a se
superar.

Não obstante, atualmente, ao menos em termos de divulgação, o princípio da


publicidade é concretizado, sobretudo pela disponibilização das leis
orçamentárias em sites governamentais, além dos veículos oficiais.

A partir desse aspecto, é possível perceber a relação do princípio da


publicidade também com o princípio da legalidade. Para vigorar, uma lei deve
ser publicada em veículos oficiais de comunicação (tipicamente, Diário Oficial)
– e a lei orçamentária não é exceção a essa regra.

Como isso cai na prova?

32. (CESPE/ANALISTA/ANP/2013) O orçamento precisa ser publicado no


Diário Oficial da União correspondente a cada esfera para produzir efeitos.
No caso dos municípios que não tenham diário oficial, o orçamento pode
ser publicado em jornal local.

33. (CESGRANRIO/ANALISTA/BACEN/2009) O princípio da publicidade


prescreve que o conteúdo orçamentário deve ser divulgado por meio de
veículos oficiais de comunicação, para o conhecimento público e para a
eficácia de sua validade.

A questão 32 está CERTA. Quanto “maior” o ente público, maior o alcance que
deve ser dado à publicidade de seus atos, incluindo a aprovação do respectivo
orçamento.

Na questão 33, apresenta-se, além da correta conceituação do princípio da


publicidade, a sua relação com a legalidade. Questão também CERTA.

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Bem, dileto aluno, nossa primeira aula fica por aqui.

Aguardo você na Aula 02. Podemos nos falar por meio do fórum de dúvidas,
caso seja necessário algum esclarecimento.

Forte abraço, até a próxima!

GRACIANO ROCHA

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RESUMO DA AULA

1. O orçamento público tem natureza de ato administrativo, pelo que é


considerado uma lei em sentido formal.

2. O princípio da unidade/totalidade preza a agregação das receitas e


despesas do Estado numa só peça, favorecendo a atividade de controle.

3. O princípio orçamentário da universalidade estabelece que todas as


receitas e despesas devem constar da lei orçamentária, garantindo-se
uma visão geral sobre as finanças públicas e evitando-se a realização de
operações orçamentárias sem conhecimento do Poder Legislativo.

4. O princípio do orçamento bruto é complementar ao da universalidade, e


determina que as receitas e despesas devem aparecer no orçamento sem
qualquer dedução.

5. Segundo o princípio da anualidade/periodicidade, o orçamento deve ser


elaborado e autorizado para um período definido, normalmente de um
ano.

6. A própria Constituição expressa o princípio da exclusividade, em seu art.


165, § 8º (A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à
previsão da receita e à fixação da despesa). Também a Constituição traz
as exceções a esse princípio: a autorização para abertura de créditos
suplementares e a autorização para a realização de operações de crédito
(inclusive ARO).

7. O princípio da não-afetação refere-se à impossibilidade de vinculação da


receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, com as exceções trazidas
pela norma constitucional.

8. As receitas vinculadas deverão atender sempre à execução do objeto de


sua vinculação, ainda que em exercício posterior ao de sua arrecadação.

9. O princípio da discriminação preza pelo detalhamento, até onde for


possível, das receitas e despesas, para verificação, pelos órgãos de
controle, da origem e da aplicação dos recursos públicos.

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10. Conforme o princípio orçamentário da clareza, o orçamento deve ser


apresentado numa linguagem acessível a todos que precisem ou se
interessem em acompanhá-lo.

11. O princípio do equilíbrio abrange as vertentes formal e material. Na


vertente formal, o orçamento deve ser aprovado com receitas e despesas
em igual montante. Na vertente material, a execução orçamentária deve
garantir o equilíbrio das contas públicas.

12. Pelo princípio da publicidade, o orçamento deve ser levado ao


conhecimento do público, por meio de instrumentos oficiais de
comunicação ou de outras formas, garantindo-se também sua eficácia.

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QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA

1. (CESPE/ANALISTA/TRE-MS/2013) Os princípios orçamentários estão


sujeitos a transformações de conceito e significação, pois não têm caráter
absoluto ou dogmático e suas formulações originais não atendem,
necessariamente, ao universo econômico-financeiro do Estado moderno.

2. (FCC/INSPETOR/TCM-CE/2010) Ao dispor sobre finanças públicas, a


Constituição da República autoriza o início de programas ou projetos não
incluídos na lei orçamentária anual, mediante prévia autorização do
Presidente da República.

3. (CESPE/ANALISTA/STM/2011) Para ser considerada um princípio


orçamentário, a norma precisa obrigatoriamente estar incluída na
Constituição Federal ou na legislação infraconstitucional.

4. (FCC/ANALISTA/TRT-09/2013) Ao assumir o cargo de prefeito, o Sr. José


Silva não conseguia compreender por que o orçamento da Fundação de
Amparo à Criança e ao Adolescente, fundação instituída e mantida pelo
poder público municipal, deveria estar contido na Lei Orçamentária Anual
do Município. O princípio orçamentário que deve ser utilizado para
justificar a inclusão do orçamento da fundação na Lei Orçamentário Anual
do Município é o

(A) da unidade.

(B) da anualidade.

(C) da exclusividade.

(D) do orçamento bruto.

(E) da não-vinculação das receitas de impostos.

5. (CESPE/TÉCNICO/TRT-10/2013) De acordo com o princípio da unidade, o


ente governamental deve dispor de apenas um orçamento, que inclua
todas as receitas estimadas e despesas fixadas pelo Estado.

6. (FCC/PROCURADOR/TCE-RO/2010) O princípio da unidade expressa que a


lei orçamentária deve ser uma peça só e o texto constitucional o consagra

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ao dispor que a lei orçamentária anual compreenderá o orçamento fiscal,


o orçamento de investimento e o orçamento da seguridade social.

7. (FCC/ANALISTA/DPE-RS/2013) Os princípios orçamentários visam


estabelecer regras básicas, a fim de conferir racionalidade, eficiência e
transparência aos processos de elaboração, execução e controle do
orçamento público. Nestas condições, o princípio orçamentário, o qual
estabelece que a Lei Orçamentária Anual − LOA de cada ente federado
deverá conter todas as receitas e as despesas de todos os Poderes,
órgãos, entidades, fundos e fundações instituídas e mantidas pelo poder
público é denominado de

(A) exclusividade.

(B) legalidade.

(C) anualidade.

(D) universalidade.

(E) totalidade.

8. (CESPE/ANALISTA/MCT/2008) O princípio orçamentário da universalidade


possibilita ao Poder Legislativo conhecer a priori todas as receitas e
despesas do governo e dar prévia autorização para a respectiva
arrecadação.

9. (FCC/APOFP/SEFAZ-SP/2010) O princípio da universalidade expressa que


as despesas devem estar previstas de forma genérica e universal.

10. (FCC/AGENTE/DEFENSORIA-SP/2009) O princípio do orçamento bruto tem


seu cerne no art. 6º da Lei nº 4.320/1964, que estatui que as receitas e
despesas constarão da lei orçamentária pelos seus totais, vedadas
quaisquer deduções.

11. (CESPE/TÉCNICO/TRT-10/2013) Para a obtenção de maior transparência e


clareza na previsão de despesas e fixação de receitas constantes na lei
orçamentária anual, permite-se a dedução das receitas que não serão
efetivamente convertidas em caixa, sem que, para isso, seja necessário

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descriminar os valores originais. Ao prever tal procedimento, a legislação


observa o princípio do orçamento bruto.

12. (FCC/APOFP/SEFAZ-SP/2010) O Princípio da Anualidade estabelece que o


orçamento público deve ser votado um ano antes do início do ano fiscal.

13. (FCC/AGENTE/DEFENSORIA-SP/2009) O princípio da anualidade


estabelece que o orçamento deve ter vigência de um ano, que não
necessariamente precisa coincidir com o ano civil.

14. (CESPE/TÉCNICO/TRT-10/2013) O princípio da anualidade orçamentária


fundamenta-se em critérios puramente técnicos, relativos às questões
operacionais de apuração contábil da receita e da despesa, não estando
relacionado, portanto, com o controle político do Poder Executivo.

15. (FCC/ANALISTA/DPE-RS/2013) Determinado ente público, considerando o


excesso de arrecadação da receita patrimonial obtido no exercício
financeiro de 2012, no seu projeto de Lei Orçamentária Anual para o
exercício de 2013 propõe a criação de 20 cargos de analistas de notícias
para a secretaria de publicidade, e a concessão aos demais servidores
públicos reajuste salarial de 10% a partir de primeiro de janeiro de 2013.
Este projeto NÃO atende ao princípio orçamentário da

(A) moralidade.

(B) anualidade.

(C) exclusividade.

(D) não vinculação da receita.

(E) impessoalidade.

16. (FCC/AGENTE/DEFENSORIA-SP/2009) Como o princípio da exclusividade


estatui que a lei orçamentária anual não poderá conter dispositivo
estranho à previsão de receita e fixação da despesa, a peça orçamentária
não poderá conter autorização para créditos suplementares.

17. (CESGRANRIO/ANALISTA/BACEN/2009) A inclusão de dispositivo estranho


à previsão da receita e à fixação da despesa na lei orçamentária anual
fere o princípio da universalidade.

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18. (CESPE/TÉCNICO/IBAMA/2012) A existência do orçamento fiscal, da


seguridade social e de investimento das empresas contraria o princípio
orçamentário da exclusividade.

19. (FCC/CONTADOR/DPE-SP/2013) Sobre os princípios orçamentários, é


correto afirmar que o princípio

(A) da exclusividade representou o fim às chamadas caudas


orçamentárias que serviam para nomeações, promoções e abertura de
créditos adicionais suplementares.

(B) da unidade determina que receitas e despesas devem aparecer no


orçamento de maneira discriminada, no mínimo, por elementos de
despesa.

(C) do orçamento bruto determina que deve existir somente uma Lei
Orçamentária Anual, sendo proibida a existência de orçamentos paralelos.

(D) da não-afetação das receitas veda vinculação da receita de impostos a


órgão, fundo ou despesa, salvo exceções estabelecidas pela Constituição
Federal de 1988.

(E) da universalidade determina que a lei orçamentária deve ser divulgada


por mecanismos oficiais de comunicação e de divulgação para garantir
amplo conhecimento público.

20. (CESPE/CONSELHEIRO SUBSTITUTO/TCE-ES/2012) A abrangência do


princípio orçamentário da não vinculação de receitas restringe-se às
receitas de impostos.

21. (FCC/ANALISTA/TRE-AM/2009) Os recursos legalmente vinculados a


finalidade específica serão utilizados exclusivamente para atender ao
objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que
ocorrer o ingresso.

22. (FCC/ANALISTA/TRE-MS/2007) O Princípio orçamentário que está


relacionado com a afirmação: “É vedada a vinculação de impostos a
órgãos e despesas”, é o da

(A) Universalidade.

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(B) Unidade.

(C) Singularidade.

(D) Exclusividade.

(E) Não afetação da receita.

23. (CESPE/TÉCNICO SUPERIOR/MIN. SAÚDE/2008) O detalhamento da


programação orçamentária, em consonância com o princípio da
especialização, deve permitir a discriminação até onde seja necessário
para o controle operacional e contábil e, ao mesmo tempo,
suficientemente agregativo para facilitar a formulação e a análise das
políticas públicas.

24. (CESPE/ANALISTA/TRE-MT/2010) De acordo com o princípio da


especialização, a lei orçamentária consigna dotações globais destinadas a
atender, indiferentemente, a despesas de pessoal, material, serviços de
terceiros, transferências ou quaisquer outras. Assim, há maior
transparência no processo orçamentário, corroborando a flexibilidade na
alocação dos recursos pelo poder Executivo.

25. (FCC/ANALISTA/TRT-SP/2008) O artigo 5º da Lei nº 4.320/64, ao


estabelecer que a lei orçamentária não consigne dotações globais
destinadas a atender indiferentemente a diversos tipos de despesas, entra
em confronto com o princípio orçamentário da unidade.

26. (FCC/ANALISTA/TCM-AM/2008) Tendo em vista os princípios


orçamentários, é correto afirmar que

(A) a contabilização pelo valor líquido atende ao princípio de


racionalidade.

(B) as fundações públicas, desde que independentes do erário central, não


precisam integrar o orçamento.

(C) as dotações globais atendem ao princípio da especificidade da despesa


pública.

(D) vincular imposto à despesa não contraria qualquer princípio de


orçamento.

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(E) a autorização para abertura de créditos suplementares excepciona, na


lei orçamentária, o princípio da exclusividade.

27. (FCC/ANALISTA/TRE-PE/2011) Sobre princípios orçamentários, é correto


afirmar:

(A) O princípio da não-afetação permite a vinculação de receita a órgão,


fundo ou despesa, desde que a vinculação se enquadre nas hipóteses
ressalvadas pelo art. 167 da Constituição Federal de 1988.

(B) O princípio da universalidade, previsto no art. 6o da Lei no 4.320/64,


dispõe que todas as receitas e despesas constem do Orçamento pelos
seus totais, vedadas quaisquer deduções.

(C) O princípio da exclusividade, inserto no art. 165, § 8o, da Constituição


Federal de 1988, estabelece que a lei orçamentária anual não contenha
dispositivo estranho à previsão de receita e à fixação de despesa, não
admitindo qualquer exceção a essa regra.

(D) O princípio da especificação permite que o Orçamento contenha


dotações globais destinadas a atender diversas despesas de natureza
diferente.

(E) O princípio da clareza estabelece que a lei orçamentária anual deva


evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho do
Governo.

28. (CESPE/TÉCNICO/BASA/2012) A ocorrência de déficits na execução


orçamentária não implica desrespeito ao princípio do equilíbrio, com base
no qual se deve elaborar a lei orçamentária, podendo ser eles
incorporados nas chamadas operações de crédito e no refinanciamento da
dívida pública.

29. (FCC/ANALISTA/DPE-RS/2013) Em relação ao princípio orçamentário do


equilíbrio, é correto afirmar que

(A) estabelece que a Lei Orçamentária Anual − LOA não conterá


dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa.
Ressalvam-se dessa proibição a autorização para abertura de créditos

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suplementares e a contratação de operações de crédito, ainda que por


Antecipação da Receita Orçamentária − ARO, nos termos da lei.

(B) estabelece que o total da despesa autorizada em cada exercício


financeiro não deve ultrapassar o total das receitas orçamentárias
previstas para o mesmo período.

(C) estabelece que o resultado da execução orçamentária em cada


exercício financeiro não deve apresentar déficit orçamentário.

(D) preconiza o registro das receitas e despesas na Lei Orçamentária


Anual − LOA pelo valor total e bruto, permitindo somente as deduções
constitucionais.

(E) dispõe que as despesas autorizadas no exercício financeiro somente


serão empenhadas quando houver recursos financeiros para seu
pagamento.

30. (CESGRANRIO/ANALISTA/BACEN/2009) O princípio da unidade estabelece


que o montante da despesa não deve ultrapassar a receita prevista para o
período.

31. (FCC/ANALISTA/TCE-GO/2009) São princípios orçamentários gerais


substanciais que regem o orçamento, além do da exclusividade, os de

(A) unidade, universalidade, anualidade e equilíbrio.

(B) unidade, universalidade, competência e equilíbrio.

(C) universalidade, anualidade, transparência e publicidade.

(D) universalidade, anualidade, competência e publicidade.

(E) anualidade, competência, transparência e publicidade.

32. (CESPE/ANALISTA/ANP/2013) O orçamento precisa ser publicado no


Diário Oficial da União correspondente a cada esfera para produzir efeitos.
No caso dos municípios que não tenham diário oficial, o orçamento pode
ser publicado em jornal local.

33. (CESGRANRIO/ANALISTA/BACEN/2009) O princípio da publicidade


prescreve que o conteúdo orçamentário deve ser divulgado por meio de

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veículos oficiais de comunicação, para o conhecimento público e para a


eficácia de sua validade.

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QUESTÕES ADICIONAIS

34. (CESPE/ANALISTA/DPU/2010) O princípio da legalidade, um dos primeiros


a serem incorporados e aceitos nas finanças públicas, dispõe que o
orçamento será, necessariamente, objeto de uma lei, resultante de um
processo legislativo completo, isto é, um projeto preparado e submetido,
pelo Poder Executivo, ao Poder Legislativo, para apreciação e posterior
devolução ao Poder Executivo, para sanção e publicação.

35. (FCC/TÉCNICO/TRT-GO/2013) A elaboração do Orçamento Público deve


basear-se em alguns princípios que o tornam mais transparente,
facilitando seu controle e avaliação. Dentre os princípios orçamentários,
inclui-se o princípio

(A) da universalidade, segundo o qual o orçamento deve ser aplicável a


todos os órgãos da Administração direta e indireta, indistintamente.

(B) da periodicidade, segundo o qual o orçamento deve ser reelaborado,


periodicamente, a cada término de mandato eletivo.

(C) da anualidade, segundo o qual a fixação de despesas deve ser


alterada anualmente.

(D) do equilíbrio, segundo o qual deve haver certa equidade orçamentária


entre os Estados da Federação.

(E) da unidade, segundo o qual cada ente federado deve ter apenas um
orçamento.

36. (FCC/ANALISTA/TJ-AP/2009) O princípio da unidade é o que preconiza a


existência de um único documento orçamentário, consolidando as receitas
e despesas dos municípios no orçamento dos estados, e dos estados no
orçamento da União.

37. (CESPE/CONTADOR/UNIPAMPA/2009) O princípio da unidade, também


chamado de princípio da totalidade, não é respeitado no Brasil, pois a
Constituição Federal (CF) estabelece três orçamentos distintos: fiscal, de
investimentos das empresas estatais e da seguridade social.

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38. (FCC/ANALISTA/PGE-BA/2013) O exercício financeiro, período de tempo


ao qual a previsão das receitas e a fixação das despesas aprovadas na Lei
Orçamentária Anual irão se referir, atende ao princípio orçamentário da

(A) unidade.

(B) transparência.

(C) universalidade.

(D) temporalidade.

(E) anualidade.

39. (FCC/AGENTE/DEFENSORIA-SP/2009) O fato de a lei orçamentária anual


brasileira ser decomposta em três orçamentos (fiscal, da seguridade social
e de investimentos) implica que ela não atende ao princípio da
universalidade orçamentária previsto na Lei nº 4.320/1964 e na
Constituição Federal/1988.

40. (FCC/ANALISTA/TRF-04/2007) De acordo com o princípio orçamentário da


universalidade,

(A) todas as receitas e despesas devem constar da lei orçamentária, para


fins de controle pelo Poder Legislativo.

(B) a lei orçamentária anual não pode conter dispositivos estranhos à


previsão da receita e à fixação da despesa.

(C) as receitas e despesas devem constar do orçamento pelos seus


valores brutos, vedadas quaisquer deduções.

(D) deve haver apenas uma única lei orçamentária anual para cada esfera
do Governo.

(E) a receita de impostos não pode estar vinculada a órgãos, fundos ou


despesas, ressalvados os casos previstos na Constituição.

41. (FCC/ANALISTA/TJ-AP/2009) O princípio da universalidade recomenda a


inclusão de todas as receitas e despesas governamentais no orçamento,
definindo-se de forma específica a vinculação de umas com as outras.

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42. (FCC/ANALISTA/MPE-PE/2012) Em relação aos princípios orçamentários, é


correto afirmar:

(A) De acordo com o princípio da clareza, o orçamento deve conter todas


as receitas e todas as despesas referentes aos três poderes do ente
público federativo.

(B) O princípio da exclusividade dispõe que o conteúdo orçamentário deve


ser divulgado por meio de veículos oficiais de comunicação, para
conhecimento público e para a eficácia de sua validade.

(C) O princípio da não afetação de receitas é obedecido quando, na peça


orçamentária, o montante da despesa orçamentária fixada não exceder a
receita prevista para o período.

(D) O princípio do orçamento bruto afirma que é vedada a vinculação de


receita de impostos a órgãos, fundos ou despesas, ressalvadas as
exceções previstas na Constituição.

(E) A proibição de consignação de dotações globais na Lei do Orçamento,


destinadas a atender despesas de diversas naturezas sem discriminá-las,
está em consonância com o que estatui o princípio da especificação.

43. (FCC/APOFP/SEFAZ-SP/2010) O Princípio da Anualidade estabelece que o


orçamento público deve ser votado um ano antes do início do ano fiscal.

44. (FCC/ANALISTA/TRT-18/2008) O princípio da anualidade não implica que


o orçamento coincida com o ano civil.

45. (FCC/ANALISTA/TRE-PI/2009) Ao assumir o cargo de prefeito do Município


X, o Sr. Antônio realizou uma análise minuciosa da Lei Orçamentária e de
seus respectivos anexos. Ele ficou com dúvida sobre o porquê de o valor
fixado para a despesa com a construção de uma nova escola não
correspondia àquele apresentado no Plano Plurianual. Considerando que
para o quadriênio só foi prevista a construção de uma escola, o fato pode
ser justificado pelo princípio orçamentário da

(A) exclusividade.

(B) unidade.

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(C) universalidade.

(D) anualidade.

(E) especificação.

46. (CESPE/INSPETOR/TCE-RN/2009) A autorização para um órgão público


realizar licitações não pode ser incluída na lei orçamentária anual em
observância ao princípio da exclusividade.

47. (FCC/ANALISTA/PGE-RJ/2009) A Lei Orçamentária não conterá dispositivo


estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, exceto a
autorização para abertura de créditos especiais e para contratação de
operação de crédito.

48. (FCC/ANALISTA/TRT-GO/2013) A Lei Orçamentária Anual NÃO poderá


conter dispositivo sobre reformas administrativas porque fere o princípio
orçamentário

(A) da exclusividade.

(B) do orçamento bruto.

(C) da universalidade.

(D) da especialização.

(E) da não vinculação da receita.

49. (CESPE/PROCURADOR/AGU/2007) Caso determinado estado da Federação


apresente, como garantia ao pagamento de dívida que possui com a
União, 5% da receita própria do IPVA, nessa situação, a afetação da
receita não representa violação ao princípio da não vinculação de receitas
tributárias.

50. (FCC/ANALISTA/TRF-04/2010) O princípio orçamentário que estabelece


que a Lei do Orçamento não consigne dotações globais destinadas a
atender indiferentemente as despesas de pessoal, material, serviços de
terceiros, transferências ou quaisquer outras é denominado Princípio da

(A) Não afetação das Receitas.

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(B) Anualidade.

(C) Clareza.

(D) Exclusividade.

(E) Especificação.

51. (FCC/TÉCNICO/MPU/2007) O princípio orçamentário que determina que as


despesas e receitas devam aparecer de forma detalhada no orçamento,
para que se possa conhecer, pormenorizadamente, as origens e aplicações
dos recursos levantados junto à sociedade é o princípio:

(A) do equilíbrio.

(B) da clareza.

(C) da discriminação.

(D) da não afetação.

(E) da unidade orçamentária.

52. (FCC/ANALISTA/TRT-02/2008) O princípio orçamentário da afetação de


receitas, previsto no art. 167 da Constituição Federal brasileira, é adotado
em nosso país sem qualquer tipo de ressalva.

53. (FCC/ANALISTA/TRT-09/2010) O princípio orçamentário que define que


nenhuma parcela da receita de impostos poderá ser posta em reserva
para cobrir certos e específicos dispêndios, salvo as exceções previstas em
lei, é denominado Princípio da Reserva Legal.

54. (FCC/PROCURADOR/TCE-MA/2005) No caso do Município e sob o princípio


orçamentário da não afetação de receita, os impostos não devem se
vincular a órgão, fundo ou despesa, exceto quando sua aplicação financie

(A) exclusivamente a Educação e a Saúde.

(B) a Educação; a Saúde; as garantias às operações de crédito por


antecipação da receita (ARO) e o pagamento de débitos junto à União.

(C) a Educação e os programas de assistência à criança e ao adolescente.

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(D) as garantias a empréstimos realizados pelo Governo Federal.

(E) os programas de renda mínima.

55. (FCC/ANALISTA/TRT-MT/2007) Considere as afirmações abaixo.

I. Todas as receitas e as despesas constarão na Lei Orçamentária pelos


seus totais, vedadas quaisquer deduções.

II. A Lei Orçamentária não conterá qualquer dispositivo estranho à


estimativa da receita e à fixação da despesa, exceto as ressalvas previstas
na Constituição.

III. A Lei Orçamentária não consignará dotações globais destinadas a


atender indiferentemente despesas de pessoal, material, serviços de
terceiros, transferências ou quaisquer outras.

IV. A Lei Orçamentária não poderá vincular a receita de impostos a órgão,


fundo ou despesa, exceto as ressalvas previstas na Constituição.

V. A Lei Orçamentária compreenderá todas as receitas, inclusive das


operações de crédito e todas as despesas próprias dos órgãos do Governo.

O princípio orçamentário da exclusividade está descrito APENAS em

(A) I.

(B) II.

(C) III.

(D) IV.

(E) V.

56. (FCC/ANALISTA/TCE-AM/2008) As dotações globais atendem ao princípio


da especificidade da despesa pública.

57. (FCC/ANALISTA/PGE-RJ/2009) Todas as receitas e despesas serão


discriminadas na lei orçamentária pelos seus totais, vedadas quaisquer
deduções.

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58. (FCC/ANALISTA/TCE-AM/2008) A contabilização pelo valor líquido atende


ao princípio da racionalidade.

59. (CESPE/ANALISTA/STJ/2008) O princípio do equilíbrio orçamentário é o


parâmetro para a elaboração da LOA, o qual prescreve que os valores
fixados para a realização das despesas deverão ser compatíveis com os
valores previstos para a arrecadação das receitas. Contudo, durante a
execução orçamentária, poderá haver frustração da arrecadação,
tornando-se necessário limitar as despesas para adequá-las aos recursos
arrecadados.

60. (FCC/ANALISTA/TCE-GO/2009) O art. 5º da Lei 4.320/64, ao determinar


que a Lei de Orçamento não consignará dotações globais destinadas a
atender indiferentemente a despesas de pessoal, material, serviços de
terceiros, transferências ou quaisquer outras, ressalvado o disposto no
art. 20 e seu parágrafo único, incorpora às suas disposições o princípio
orçamentário da

(A) exclusividade.

(B) unidade.

(C) universalidade.

(D) anualidade.

(E) especificação.

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GABARITO

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

C E E A C C D C E C

11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

E E E E C E E E D C

21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

C E C E E E A C B E

31 32 33 34 35 36 37 38 39 40

A C C C E E E E E A

41 42 43 44 45 46 47 48 49 50

E E E E D C E A C E

51 52 53 54 55 56 57 58 59 60

C E E B B E C E C E

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