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Nome: Douglas Pitombo Moral fundamental II Prof.: Pe.

Lázaro

QUESTÕES SOBRE ATOS HUMANOS

1. Explique em no máximo 10 linhas:

1.1. O que é ato de duplo efeito ou ato voluntário indireto?

O ato de duplo efeito é uma única ação que tem como consequência dois efeitos (um bom
e outro mau). Para ser considerado um ato de duplo efeito é necessário 4 etapas: ação deve ser
boa ou indiferente (nunca uma má ação); que o fim desejado seja o efeito bom; o efeito primeiro
e imediato deve ser bom (o segundo efeito é tolerável); e que exista uma causa grave para ser
atuado. Nesse mesmo sentido, o ato voluntário indireto vai ser uma ação que vai além do efeito
direto, tendo outro efeito adicional que não se pretende, mas como consequência acontece por
estar unida ao primeiro. Assim, na ação de duplo efeito há um efeito bom (cuja intenção primeira
é essa) e outro mal (consequência conectiva). O ato de duplo efeito é diferente de ato com duplo
fim, pois a finalidade do ato de duplo efeito é um só e ele é bom e como consequência leva a
outro efeito. Um ato com duplo fim é uma ação onde o primeiro fim justificativa o segundo fim.

1.2. O que é objetivismo ético?

É uma das escolas éticas, também conhecida como realismo exagerado, pois estabelece o
objeto como a moralidade da ação não levando em conta as condições subjetiva do indivíduo e
nem as circunstâncias que a ação foi realizada. É aceito que o objeto caracteriza a ação moral,
mas não somente nela mesma, desse modo o objetivismo ético é grave, pois não procura colocar-
se na perspectiva do outro. Colocar-se no lugar do outro (empatia) não é ser subjetivista, onde a
moralidade recai somente na intenção do sujeito, mas é preciso analisar todas as fontes da
moralidade para dar um juízo adequado. A questão teológica do objetivismo ético é que fim
último nem sempre é ordenável a Deus, ou seja, um ato que não está baseado no designo de Deus
que é pautada na lei do amor (lei natural), mandamentos e nos evangelhos (sermão da montanha)
acaba analisando friamente cada ato.

1.3. O que é Éticas finalistas ou teleológicas?

A ética finalistas ou teleológicas é a corrente ética que defende que a moralidade deriva
unicamente do fim. A partir dessa ética teleológica surgem outros expoentes, tais como: a visão
do utilitarismo ético, isto é, um ato é bom se for um bem comum; consequencialismo, onde o
juízo moral recai na consequência de um ato ao invés de considerar o objeto ou a
intencionalidade; e proporcionalismo, que será analisado o juízo moral em proporção ao bem ou
mal adquirido. A Veritatis Splendor rejeita essa teoria ética finalística e suas derivações tendo
em vista que esta impossibilidade de julgar um ato sem relacionar com ela qualquer
intencionalidade. Essa ética se desenvolveu bastante no âmbito anglo-saxônico cuja cultura
valoriza os efeitos a alcançar.

1.4. O que é circunstancialismo ético?

Essa teoria ética vai afirmar que o juízo moral depende diretamente das circunstâncias e
assim estão voltadas para situação de cada momento. A partir da raiz historicista se desenvolveu
essa ética circunstancialista, que foi amplamente condenada pela Igreja católica, pois o pecado
deixa de ter sentido absoluto e reduz a noção de mau a uma visão baseado no relativismo
historicista. Essa ética acaba levando a inversão dos valores morais na qual cabe a cada
circunstância definir o sentido da moralidade e do pecado.

2. Analisar a moralidade dos seguintes casos, de acordo com as 4 regras do ato voluntário
indireto ou de duplo efeito.

    2.1. Matar a criança no ventre materno para salvar a vida da mãe.

Nesse caso específico não acontece o ato de duplo efeito porque não observa as regras que
são estipuladas para tal:

1) A ação deve ser boa para ter o ato de duplo efeito, mas nesse caso a ação é má, pois tem
em vista matar a criança no ventre da mãe;
2) O fim desejado tem o efeito bom que é salvar a mãe;
3) O efeito primeiro e imediato deveria ser bom, porém isso não ocorre já que esse efeito
primeiro e imediato é matar o filho e não salvar a vida da mãe;
4) E para ter o ato de duplo efeito é necessário uma causa grave para ser atuado, que ocorre
aqui ao tentar salvar a mãe.

Portanto, não se aplica o ato de duplo efeito (ou o ato voluntário indireto) neste caso porque
não segue as regras para essa situação. A ação não é boa por ter em vista a morte da criança, ou
seja, o objeto (ato da vontade) é mau em si mesma. E em seguida, o efeito imediato e primeiro
não é bom já que tira a vida do filho.

    2.2. Operar um tumor maligno de uma mulher grávida, com grave risco de perder o
filho.

Essa é uma situação complexa que pode ser caraterizado como o ato de duplo efeito (ou o ato
voluntário indireto). Nesse procedimento cirúrgico o médico precisa intervir porque nesse caso
pode morrer a mãe (pelo tumor maligno). Como consequência disso o filho pode morrer pela
intervenção cirúrgica. E segue as regras de duplo efeito, nesse caso:

1) A ação do médico é boa, pois através do procedimento cirúrgico, de operar a mulher


grávida, o tumor é retirado;
2) O fim desejado pelo médico tem o efeito bom que é salvar a mãe;
3) O efeito primeiro e imediato é bom, nesse caso o efeito é salvar a mãe e o segundo efeito
é tolerável que é colocar em risco a vida do filho;
4) E existe uma causa grave para ser atuado, aqui o risco é que a mãe pode morrer com
tumor maligno se não operar.

Portanto, nesse caso acontece o ato de duplo efeito (ou o ato voluntário indireto) cujo fim do
médico é curar e salvar a mãe, mesmo que ao fazer o procedimento médico possa levar a um
segundo fim onde há um risco de afetar a gravidez e assim perder o filho.

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