Você está na página 1de 15

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM PROCESSOS QUÍMICOS

CARACTERIZAÇÃO GRANULOMÉTRICA

APUCARANA
2014
CARACTERIZAÇÃO GRANULOMÉTRICA

Relatório apresentado à docente do curso


de Tecnologia em Processos Químicos da
Universidade Tecnológica Federal do
Paraná como requisito para obtenção da
nota parcial, para aprovação da disciplina

APUCARANA

2014
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................4
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA............................................................................4
2.1 PENEIRAMENTO............................................................................................4
2.2 ANÁLISE GRANULOMÉTRICA.......................................................................7
3 OBJETIVO.............................................................................................................8
4 PROCEDIMEENTO EXPERIMENTAL..................................................................8
4.1 MATERIAIS......................................................................................................8
4.2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL – PENEIRAMENTO..............................8
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES..........................................................................9
6 CONCLUSÕES....................................................................................................14
REFERÊNCIAS...........................................................................................................15
4

1 INTRODUÇÃO

As partículas sedimentares apresentam dimensões com variabilidade muito


elevada, assim como composições mineralógicas, granulométricas e texturas
diferentes dependendo de sua origem. Na natureza encontram se depósitos
sedimentares constituídos por elementos com décimos à metros de diâmetro, até
sedimentos compostos por partículas extremamente pequenas, da ordem de alguns
micros. Por vezes, a heterogeneidade da dimensão das partículas que constituem
um depósito é extremamente elevado, coexistindo uma variabilidade de elementos
com diâmetros distintos em uma única matriz. A análise das dimensões dessas
partículas é importante pois permite deduzir indicações preciosas, entre elas a
proveniência (disponibilidade de determinados tipos de partículas), sobre transporte,
a resistência do particulado segundo a sua composição e sobre os seus referentes
ambientes de deposição.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 PENEIRAMENTO

No processamento de alimentos sólidos é frequente a necessidade de se


separar materiais com respeito ao seu tamanho. As técnicas de separação são
baseadas nas diferenças físicas entre as partículas como tamanho, forma ou
densidade. Em muitos processos os pós sólidos obtidos, raramente possuem um
único tamanho, que estão distribuídos em torno de um tamanho médio.
O peneiramento é um método de separação de partículas que leva em
consideração apenas o tamanho. No peneiramento industrial, os sólidos são
colocados sobre uma superfície com um determinado tamanho de abertura. As
partículas menores, ou finas, passam através das aberturas da peneira; as
partículas maiores não.
5

A necessidade de separar sólidos está associada a duas finalidades:

1 – dividir o sólido granular em frações homogêneas, e;


2 – obter frações com partículas de mesmo tamanho.
No entanto é difícil se conseguir os dois objetivos simultaneamente.

Princípio do Peneiramento: O sólido alimentado (A) é movimentado sobre a


peneira; as partículas que passam pelas aberturas constituem os finos (F) e as que
ficam retidas são os grossos (G) (Figura 1). O objetivo da operação é indicado pelo
seu próprio nome: eliminação de finos, separação de grossos ou “corte” do material
visando sua posterior concentração.

Figura 1: Frações sólidas obtidas em um peneiramento (Gomide, 1980).

Uma peneira separa apenas duas frações que são chamadas não
classificadas porque se conhece apenas as medida extrema de cada fração (a da
maior partícula da fração fina e a menor da fração grossa). Com mais peneiras é
possível obter frações classificadas; neste caso, não é mais um simples
peneiramento, mas uma classificação granulométrica.
O objetivo do peneiramento é separar a alimentação A nas frações F e G.
Em um processo ideal existe um diâmetro de corte (Dc) que limita o tamanho
máximo das partículas da fração fina e o mínimo da fração grossa. Geralmente Dc é
escolhido em função do fim desejado na separação, podendo coincidir ou não com a
abertura de uma peneira padrão. Se um material A, com a análise granulométrica
6

acumulada dos retidos mostrado na Figura 2.a, for peneirado de maneira ideal em
uma peneira de abertura Dc, o ponto C da curva será o ponto de corte. A operação
origina uma fração Fi (partículas mais finas que Dc) e uma fração Gi (partículas
maiores que Dc). Na Figura 2.c os três valores indicados, ϕA, ϕF e ϕG representam
respectivamente as frações acumuladas de grossos Dc em cada um dos materiais
A, F e G.

Figura 2: Curvas granulométricas das frações (Gomide, 1980).

ϕA – fração acumulada de grossos Dc na alimentação, que é a fração do peso total


De. A constituída de partículas maiores do que Dc.
ϕF – fração acumulada de grossos Dc nos finos F, que é a fração do peso total de F
constituída de partículas maiores do que Dc.
ϕG – fração acumulada de grossos Dc no produto grosseiro G.

Se o peneiramento fosse ideal ϕF= 0 e ϕG = 1.

As operações reais não permitem realizar separações tão nítidas. Algumas


partículas maiores que Dc passam pela peneira e se incorporam aos finos, enquanto
outras partículas menores que Dc ficam retidas nos grossos. As frações reais
obtidas são representadas por F e G (Figura 2.c). A Eficiência do Peneiramento
resulta da comparação entre as operações real e ideal; e depende de ϕA, ϕF e ϕG. A
retenção das partículas finas nas grossas pode ser explicada por:
- aderência do pó às partículas grandes;
- aglomeração dos finos (coesão ou outras forças);
- irregularidade das malhas;
7

- mecanismos de operação;

A passagem dos grossos através das malhas deve-se a:


- irregularidade das malhas;
- se as partículas grossas tiverem dimensão aproximada de Dc 3;
- carga excessiva na peneira, podendo ser forçadas a passar pelas malhas.

2.2 ANÁLISE GRANULOMÉTRICA

A análise granulométrica consiste na determinação das dimensões das


partículas que constituem as amostras e no tratamento estatístico dessa informação.
Basicamente, se é necessário fazer, é determinar as dimensões das partículas
individuais e estudar a sua distribuição, quer pelo peso de cada classe dimensional
considerada, quer pelo seu volume, ainda pelo número de partículas integradas em
cada classe.

Assim, para efetuar a descrição adequada de um sedimento, torna-se


necessário proceder a uma análise utilizando classes granulométricas com pequena
amplitude. Quanto menor for a amplitude das classes, melhor é a descrição da
variabilidade dimensional das partículas que constituem o sedimento.

Granulometria, ou composição granulométrica é a distribuição percentual de


seus diversos tamanhos, considerando a quantidade de material, em massa, nas
peneiras. Além da curva de composição granulométrica são também definidos, o
módulo de finura e a dimensão máxima (diâmetro máximo) do agregado.

O módulo de finura corresponde ao valor resultante da soma de


percentagem retida acumulada nas peneiras divididas por 100. O módulo de finura
quantifica se o particulado é mais grosso ou mais fino, sendo que quanto maior o
módulo de finura mais grossas são as partículas.
8

A dimensão máxima é a grandeza determinada a partir da distribuição, que


corresponde à malha da maior peneira, em que fica retida uma porcentagem igual
ou inferior a 5%

3 OBJETIVO

Caracterizar a areia por meio de análise granulométrica (Peneiramento).

4 PROCEDIMEENTO EXPERIMENTAL

4.1 MATERIAIS

 Areia
 Balança
 Béquer
 Peneiras de série Mesh Tyler
 Vibrador de peneiras para análise granulométrica

4.2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL – PENEIRAMENTO

Primeiramente pesou-se 200 g e anotou-se o valor obtido de areia e também


as peneiras individualmente, sem conter qualquer sujeira nas mesmas.
Após as pesagens, foi necessário realizar a montagem do conjunto de
peneiras de acordo com a sequência MESH Tyler, de forma decrescente. Em
seguida, adicionou-se a amostra de areia, pesada anteriormente, na peneira
superior e fechou-se a tampa de um modo que fixasse completamente os MESH.
9

A cada 20 minutos de peneiramento, foi necessário desmontar o conjunto de


peneiras e pesando-as novamente, individualmente, para obter o resultado do
conjunto, peneira mais areia, para realizar os cálculos, da massa de areia retida em
cada MESH. Esse processo foi realizado até obter um peso constante, que implica
em uma estabilização de massa e posteriormente foram realizados vários cálculos a
seguir.

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Na análise granulométrica diferencial supõe-se que todas as partículas de


uma fração apresentam o mesmo tamanho (Di). Os resultados da análise
granulométrica diferencial Di são apresentados na Tabela 1.

Fração Fração
Massa Di Acumulada de Acumulada de ∆fi/ ø
Peneira Retida (g) ∆fi (ø Médio) grossos (fi) Finos(1-fi) Médio ∆fi/ (ø Médio) ³

0-60 48,6 0,242 0,248 0,24 0,76 0,975 15,865

60-80 79,62 0,397 0,212 0,63 0,37 1,872 41,666

80-100 31,5 0,157 0,161 0,79 0,21 0,975 35,620

100-170 39,5 0,196 0,118 0,99 0,01 1,661 119,291

170-270 0,4 0,001 0,071 0,99 0,01 0,014 2,793

270-400 0,9 0,004 0,046 1,00 0,00 0,086 41,094

  ∑ = 246,3         ∑ = 5,583 ∑ = 256,329

Tabela 1: Análise Granulométrica Diferencial


10

Figura 3: Histograma da fração mássica retida na peneira

Na Análise da fração acumulada, para calcular a fração de grossos realizou-


se a soma da fração retida na primeira peneira as frações retidas em todas as
peneiras anteriores, e a fração acumulada de finos que representa a fração da
massa total da amostra que consegue passar pela peneira, ou seja, a fração
formada de partículas mais finas do que (Di). A Figura 1 mostra as frações
acumuladas das partículas grossas e finas.

Figura 4: Frações Acumuladas da Análise Granulométrica


11

Os resultados da análise granulométrica podem ser ajustados a modelos de


distribuição, as figuras 5 e 6 ilustram as distribuições ajustadas aos modelos.

Figura 5: Distribuição de Rasin Ramber Bemet (RRB)

Figura 6: Distribuição de Gates Gaudim Shulman (GGS)

Após obter as equações das retas nos modelos de GGS e RRB, devemos
linearizá-las da seguinte maneira:
12

 Modelo RRB:

y: 4,5872x + 6,4592 R2 : 0,9923

Linearizando a equação obtemos:

Substituindo os valores da reta para encontrar o valor de K :

E substituindo os valores na equação de RRB:

 Modelo GGS:

y: 4,2345x + 5,6162 R2: 0,991

Linearizando a equação e obtemos:


13

Substituindo os valores encontrados para encontrar K:

E depois, substituímos na equação de GGS:

Com as equações das retas obtidas foi possível constatar que o melhor
ajuste de distribuição foi o modelo Gates Gaudim Shulman (GGS), que apresentou o
menor desvio de distribuição.

Por último calculamos o diâmetro de Sauter, representado pela


equação abaixo:

= 0,179 mm
14

6 CONCLUSÕES

Através da prática a técnica desenvolvida foi de peneiramento e a partir do


histograma pode ser verificar uma amplitude de partículas e uma predominância em
torno de 40% na faixa de 60 a 80, aproximadamente 30% estão entre 0 a 60, e mais
30% estão numa faixa em torno de 100 a 170, entretanto a faixa entre 0 a 60, não foi
possível caracterizar, uma forma de verificar, seria refazer com peneiras com
aberturas maiores.
Entre os modelos de ajustes ambos obtiveram eficiência semelhante,
levando em consideração apenas a questão do R² como o fator para o uso
experimental, pois quando a questão é industrial os modelos devem ser avaliados de
acordo como a suas considerações de construção para ser avaliado qual tem uma
aplicação real mais eficiente.
15

REFERÊNCIAS

GOMIDE, Reynaldo. Operações Unitárias: Operações com sistemas sólidos


granulares. [s.l.]: 1983. v. 1.

CARISSO, R. C.; CORREIRA, J.C. Classificação e Peneiramento. Centro de


Tecnologia Mineral – Ministério da Ciência e Tecnologia. Disponível em:
<http://www.cetem.gov.br/publicacao/CTs/CT2004-183-00.pdf>. Acesso em 10
Novembro 2013.

Você também pode gostar