No panorama atual, o isolamento social se tornou o centro das estratégias
globais de combate ao vírus Sars-CoV-2, causador da doença Covid-19. O
objetivo é “achatar a curva” de disseminação da doença, para evitar que o número de novos casos se concentre em um breve espaço de tempo e leve ao colapso do sistema de saúde. No entanto, à medida que os espaços públicos se tornam vazios, cresce a preocupação com a saúde mental dos indivíduos enclausurados, levando especialistas a avaliar os possíveis impactos do confinamento da população. Em primeira análise, é preciso entender que por se tratar de um novo vírus, toda a população mundial é suscetível à infecção e como não há vacina ou medicamento curativo para a COVID-19, a única alternativa é o isolamento social, sendo de extrema importância, pois reduz o número básico de transmissão, diminuindo o número de casos simultâneos e de pacientes que necessitam de atenção hospitalar, ou suporte em UTI e ventilação mecânica. Em segunda análise, estudos indicam que o isolamento social crônico traz consequências negativas até mesmo para pessoas saudáveis, independente da idade, que apresentam comportamentos não saudáveis em relação à alimentação e atividade física. Pesquisadores do CDC destacam que os sentimentos de medo e ansiedade em relação ao vírus podem causar dificuldade de concentração e distúrbios de sono, além de motivar o uso de álcool e tabaco. E há, também, quem esteja sofrendo justamente por não poder ficar em casa, como médicos, enfermeiros e funcionários de supermercados, farmácias e outros setores, que precisam trabalhar para a própria sobrevivência ou para benefício público. Tudo isso torna necessário criar iniciativas para que a experiência de confinamento seja a mais tolerável possível. Logo, para combater essa situação é dever dos governantes a comunicação, com explicações claras à população sobre o que está ocorrendo, informações acerca da duração do isolamento, garantia do fornecimento de água, luz, comida e medicamentos, e campanhas para incentivar a solidariedade social. Outro caminho é a ação por parte da sociedade em seguir as recomendações da OMS sobre como lidar com o estresse ocasionado pela situação.