Você está na página 1de 248

Expediente Os Autores

Alex Nazário
Geógrafo, mestre em Geografia pela Universidade Federal de
Alagoas. Professor-substituto no Instituto de Geografia, De-
senvolvimento e Meio-ambiente - Igdema, da UFAL, e consultor
técnico no Instituto do Meio Ambiente de Alagoas - IMA.
Diretor Executivo
Luis Amorim Cármen Lúcia Dantas
Museóloga, mestra em Literatura e pesquisadora
nas áreas de Patrimônio Histórico e Cultura Popular.

Cícero Péricles de Carvalho


Doutor em Economia, professor da Faculdade de Economia da
Presidente Universidade Federal de Alagoas; autor de vários livros sobre a
Carlos Alberto Mendonça
economia alagoana.
Instituto Arnon de Mello
(82) 3326-1604 Douglas Apratto Tenório
Doutor em História pela Universidade Federal de Pernambuco,
pesquisador sênior, autor dos livros Capitalismo e Ferrovias no
Brasil, A Tragédia do Populismo e Metamorfose das Oligar-
quias, dentre outros. Membro da Academia Alagoana de Letras,
da Academia Brasileira de História, do Instituto Histórico e Ge-

Alagoas
ográfico de Alagoas e do Instituto Histórico Brasileiro.

Nide Lins
Há mais de 20 anos, escreve sobre turismo e gastronomia ala-
A CHAVE DE TUDO goana através de seu blog e site, onde registra suas viagens e
sabores da terra dos Caetés. A sua experiência resultou em três
livros editados pela Imprensa Oficial Graciliano Ramos, dois
8 roteiros Guias da Gastronomia Popular Alagoana e Receitas das Alago-
para conhecer as, originárias das cozinhas de chefs, de botecos e de receitas
tradicionais.
e nunca mais
esquecer Ricardo Lêdo
Jornalista de formação, fotógrafo e pesquisador, com trabalhos
premiados em Alagoas e no Brasil

Projeto Gráfico / Diagramação: Wellington Charles | Revisão: Patrícia Barros

Produção: Instituto Arnon de Mello - Tiragem: 7 mil exemplares


Editorial
Estes 8 Roteiros mostram o que há de melhor para os que querem
conhecer os segredos de Alagoas. Trata-se de um guia especial que
contempla restaurantes e bares conhecidos do grande público, outros,
de públicos menores, estes mais sofisticados, cujas cozinhas falam em
espanhol, francês, italiano e outras variantes idiomáticas, e uma diver-
sidade de locais – restaurantes, bares e botecos – de cozinhas de sabo-
res populares, conhecimentos advindos de uma culinária antiga, com a
marca das melhores caçarolas alagoanas e nordestinas.
Mas não só de pão se vive. Aqui o leitor vai encontrar uma diversi-
dade que o levará tanto às belezas incomparáveis do litoral alagoano
como às rotas interioranas, fora dos guias tradicionais, abrindo-se uma
gama de oportunidades até então reservadas aos conhecedores dos se-
gredos da terrinha.
Para isso, temos dicas de passeios, contendo paraísos isolados, de
incontáveis belezas, como a Praia dos Morros, na Rota Ecológica dos
Milagres; as trilhas das reservas de Mata Atlântica; a Várzea da Maritu-
ba, o chamado Pantanal Alagoano, no litoral Sul do estado; as trilhas do
Sertão e os imponentes cânions do Rio São Francisco.
Enfim, estes Roteiros contêm também a História, a Cultura e a Eco-
nomia dessas áreas, tudo para situar seus usuários nos segredos dos
lugares a visitar.
Para sua comodidade e praticidade, está assim dividido:
Geografia, com mapas de estradas e detalhadas informações dessas
vias (como chegar) e outros dados desses caminhos;
Gastronomia – uma viagem diversificada pelo sofisticado e popular,
de quem conhece e pode ensinar;
Hotéis e Pousadas – Para vários gostos, uma gama de opções;
Usufruam deste guia que traz o melhor desta terra que tanto atrai
brasileiros e estrangeiros de todos os quadrantes.

Stefani Lins

Maceió | 2018 | 3
A 316 a Alagoas guia turístico – 8 roteiros para conhecer e nunca mais
esquecer/
Nazário, Alex. ET al. – Maceió: Instituto Arnon de Mello, 2018.
248p. : Il.;color.

Inclui bibliografia
ISBN: 978-85-99408-7

1 Alagoas – Roteiros turísticos. 2 Turismo - Alagoas. 4 Alagoas


Municípios- Turismo. Alagoas. I Alex Nazário. II Dantas, Cármen Lucia. III
Carvalho, Cícero Péricles de. IV Tenório, Douglas Apratto. V Lins, Nide. VI Lêdo,
Ricardo.-Fotografia.

CDU: 918(813.5)
Índice Caminhos do Litoral Norte 7
Paripueira 12
Barra de Santo Antônio 14
Passo de Camaragibe 18
Barra do Camaragibe 19
Rota Ecológica dos Milagres 20
São Miguel dos Milagres 22
Porto de Pedras 25
Japaratinga 29
Maragogi 31
Caminhos do São Francisco 43
Penedo 49
Pão de Açúcar 54
Piranhas 59
Caminhos do Vale do Mundaú e Quilombo dos Palmares 70
Murici 76
União dos Palmares 78
São José da Laje 80
Caminhos do Vale do Paraíba/do Açúcar e do Agreste 89
Viçosa 96
Mar Vermelho 98
Boca da Mata 100
Campo Alegre 101
Arapiraca 102
Palmeira dos Índios 105
Caminhos do Complexo Lagunar/Alagoas Colonial 117
Marechal Deodoro 121
Pilar 129
Coqueiro Seco 130
Caminhos do Litoral Sul 138
Barra de São Miguel 143
Coruripe 148
Roteiro 151
Jequiá da Praia 152
Caminhos do Alto Sertão/Bacia Leiteira 162
Delmiro Gouveia 170
Olho D´Àgua do Casado 174
Água Branca 176
São José da Tapera 178
Caminhos de Maceió 188
Maceió litoral Norte 192
Jatiúca 200
Ponta Verde 210
Pajuçara 219
Jaraguá 224
Farol 227
Santo Eduardo 230
Mercado do Artesanato 231
Bebedouro 232
Comércio & Serviços 246
Roteiros de novas experiências turísticas

Vinicius Lages - Diretor do Sebrae Nacional



O movimento de turistas internacionais no mundo atingiu recordes em 2017, quando 1,322
bilhão de pessoas cruzaram fronteiras de seus países em busca de experiências ou com objetivo
de realizar negócios. No Brasil, esse movimento é bastante limitado, mantendo-se na faixa de 6,6
milhões de chegadas de turistas internacionais, em que pese o enorme potencial que o país dispõe.
Alagoas, um dos menores estados brasileiros, é um desses destinos que apesar de ver um
crescente número de turistas, também apresenta um enorme potencial de crescimento, especial-
mente no fluxo turístico internacional. Evidentemente, um maior fluxo, sobretudo internacional,
dependerá dos esforços integrados do setor público e privado para construir uma oferta turística
competitiva que envolva tanto uma infraestrutura adequada, especialmente uma logística de acesso
facilitada, a qualificação de pessoas e produtos turísticos inovadores e diferenciados.
Um esforço de ampliação dessa oferta turística, no caso de Alagoas, requer, em especial, um
esforço de diversificação e qualificação da oferta existente, migrando da histórica dependência
do sol e praia, com forte ancoragem no turismo de laser e sazonalidade que limita a rentabilidade
dos investimentos necessários. Urge, portanto, um esforço integrado que amplie a oferta através
da diversificação de produtos, interiorizando a oferta turística onde Alagoas tem ativos turísticos
com potencial de oferecer experiências inesquecíveis a quem nos visita. Temos empreendedores
para tanto.
Esta publicação, que arrola um grupo de especialistas de elevado calibre intelectual e de grande
experiência em suas áreas de conhecimento, é um indicativo do quanto nossa história e seus ícones
e territórios, com sua geografia singular, nos brinda com os cânions do São Francisco e a Serra
da Barriga, com as falésias vivas do litoral Sul e as piscinas naturais do litoral Norte. A herança
açucareira e a economia regional, que apresenta grande diversidade de oportunidades ligadas às ati-
vidades produtivas, a dinâmica cultural, tanto a do passado, que nos brindou com poetas e artistas
plásticos, músicos e festejos populares, quanto a do presente, cultura viva dos mestres e artesãos. A
gastronomia premiada, tanto com base no litoral e nos ecossistemas lagunares, quanto a do Sertão
e Agreste, que tão bem simboliza a memória gustativa daqueles que nos visitam. Quem saboreia
um desses pratos nunca mais esquece.
Cada vez mais o desenvolvimento do turismo está associado à proteção ambiental e ao con-
vívio respeitoso com as populações locais, razão pela qual nosso território pode ser palco de
experiências indeléveis na memória de quem nos visita. O encontro com o velho Chico, com a
lagoa Mundaú e seus manguezais e vida ribeirinha, com os remanescentes de Mata Atlântica, com
a pescaria de sururu, com os ícones de nossa herança afro, indígena, ibérica, é substrato profícuo
para uma verdadeira viagem.
Ao projetarmos as experiências arroladas nesta publicação, sabemos o quanto de apelo pode
ter para o mundo. Por esta razão, diversificar, interiorizar e integrar nossa oferta turística tem que
ser pensada nesta perspectiva de internacionalização, considerando o vasto repertório aqui apre-
sentado. Seguramente estes roteiros representam uma mostra viva do que ainda temos a valorizar
turisticamente nesta terra tão abençoada.
GEOGRAFIA CAMINHOS DO
ALEX NAZÁRIO
Litoral Norte

Caracterização Geográfica e Ambiental


Municípios: Paripueira, Barra de Santo Antônio, Passo de Camaragibe, São Miguel dos Milagres, Porto de
Pedras, Japaratinga, Maragogi, Porto Calvo, Matriz de Camaragibe e São Luis do Quitunde.

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 77
Praia de Carro Quebrado (Barra de Santo Antônio)

O roteiro Litoral Norte apresenta duas opções de trajeto partindo da capital Maceió:
O primeiro roteiro (“dos Tabuleiros Costeiros”) é recomendado para quem desem-
barcou no Aeroporto Zumbi dos Palmares ou reside na parte alta da cidade de Maceió.
Consiste em tomar a Avenida Menino Marcelo (rodovia BR 316) no sentido do Conjun-
to Residencial Benedito Bentes e seguir pela Rodovia Cachoeira do Meirim (ao lado do
Supermercado G Barbosa) na rodovia AL 105. A estrada se encontra toda pavimentada
e compreende uma distância de aproximadamente 43 km desde o início da AL 105, nas
imediações do Shopping Pátio, até seu encontro com a AL 413 na área urbana de São Luís
do Quitunde.
No trajeto será possível atravessar o Rio Pratagy, que nasce no município de Messias e
abastece parte da cidade de Maceió. Além disso, é uma Área de Proteção Ambiental (APA)
desde 1998 com aproximadamente 20.900 hectares. Aqui ainda existem muitos fragmentos
de Mata Atlântica preservados, em sua maioria, em terras de usinas da região como a Ca-
choeira, a Santa Clotilde e a Santo Antônio.
O segundo roteiro (“da Planície Litorânea”) segue pelo litoral, a partir da rodovia AL
101 Norte, sentido Maceió – Paripueira, com aproximadamente 30km entre suas áreas
urbanas. A divisão municipal é traçada pelo Rio Sauaçuhy. Paripueira possui praia de águas
calmas na sua enseada, onde o visitante pode tomar embarcações e conhecer os famosos
recifes de coral localizados no Parque Municipal Marinho de Paripueira, criado em 1993,
com uma área aproximada de 3.240 hectares, de rara beleza e rica biodiversidade.

8 | Maceió | 2018
É interessante destacar que desde a foz do Rio Meirim, em Maceió, até a foz do Rio
Formoso, no litoral sul de Pernambuco, todo o litoral norte alagoano compreende a APA
Costa dos Corais, que tem como objetivo a conservação dos ecossistemas costeiros e ma-
rinhos, com destaque na preservação dos recifes de coral existentes. Foi criada no ano de
1997 e possui uma área de pouco mais de 400 hectares. Ela busca disciplinar a atividade
pesqueira, turística e os demais usos que possuem influência nessa área protegida.
Partindo do centro de Paripueira, ainda pela AL 101 Norte, em aproximados 4km,
chegaremos ao município da Barra de Santo Antônio após a travessia do Rio Tabuba, cuja
foz é muito procurada por banhistas. Na cidade, um dos grandes destaques é a foz do Rio
Santo Antônio, que divide a área urbana da cidade da conhecida Ilha da Crôa que, na ver-
dade, não é uma ilha, mas sim, uma restinga. Restingas são formações arenosas costeiras de
forma alongada, geralmente separando o mar de algum rio ou laguna. O ambiente possui
um vasto manguezal que atua como berçário e proteção para a vida aquática e terrestre.
O manguezal é um ecossitema de transição, com importante função de proteção da
costa, retém sedimentos dos rios, promove a manutenção da vida no ambiente aquático,
servindo de berçário e refúgio para diversas espécies animais. São consideradas áreas de
preservação permanente (APPs), devendo ser protegidos em toda a sua integridade.
Ainda na Barra de Santo Antônio, o visitante tem a possibilidade de seguir pela AL 101,
atravessando a ponte do Rio São Miguel em direção a Ilha da Crôa, via litoral até as falésias
de Carro Quebrado, um belíssimo trecho do litoral alagoano marcado pelo encontro das
belas falésias e dos recifes de coral. Ainda neste município, temos a praia de Morros do Ca-
maragibe, com areias brancas singulares consideradas das mais belas do litoral de Alagoas.
As falésias podem ser classificadas em “Vivas” ou “Mortas”. As Falésias Vivas são
aquelas em que a atividade do mar incide diretamente sobre elas, erodindo e moldando
sua estrutura. As mortas não possuem mais a interferência direta do mar e lentamente são
cobertas pela vegetação nativa.
Saindo da cidade da Barra de Santo Antônio, via rodovia AL 413, chegaremos a cidade
de São Luis do Quitunde, com distância aproximada de 16 km Aqui, após a área urbana,
seguindo a mesma rodovia, ocorre a confluência com o roteiro que sai de Maceió pela Ave-
nida Cachoeira do Meirim pela AL 105. Seguindo em sentido norte, após a sede da Usina
Santo Antônio, às margens da AL 105 está o receptivo da Reserva Particular do Patrimônio
Natural (RPPN) Garabu, pertencente a mesma Usina. Lá existe uma produção de mudas
e espaço para comercialização de artesanato produzido na região que merece ser visitado.
RPPNs são áreas protegidas de caráter privado. São averbadas com perpetuidade, o que
garante que caso seu atual proprietário decida vender as suas terras, a área da RPPN não
poderá sofrer interferências negativas pelo novo dono.
Após a sede da Usina, existem 2 opções de trajeto:
O primeiro trajeto é a partir do trevo que se localiza após a sede da Usina Santo Antô-
nio, confluência com as rodovias AL 105 e AL 430. Desse ponto, temos aproximadamente
17 km, seguindo a AL 105 em direção a cidade de Matriz do Camaragibe. A paisagem com-
preende a região dos grandes canaviais do norte alagoano, que cobrem um relevo típico

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 99
dessa região conhecido como “Mares de Morros”, que foram esculpidos pela ação erosiva
dos rios e outros agentes do clima por milhares de anos. Aqui é possível ver o grande
contraste na paisagem entre a monocultura da cana-de-açúcar e os remanescentes de mata
atlântica que antigamente cobriam toda essa formação que é comum em quase todo o leste
brasileiro.
A partir da cidade de Matriz do Camaragibe, continuando na AL 105, em direção norte,
em 23 km, chegando a cidade de Porto Calvo, um dos primeiros núcleos de povoamento
do estado de Alagoas. Encravada em um morro elevado e banhada pelo Rio Manguaba,
podem ser tomadas duas rotas a partir de sua área urbana: seguindo a AL 460 (23 km) com
destino a cidade de Porto de Pedras ou a AL 465 (20 km) com destino a Japaratinga.
Devido a esta região ser marcada pela ocupação primordial do nosso território, os rema-
nescentes de mata atlântica foram reduzidos e quase completamente dizimados. A cultura
da cana necessitava cada vez mais de áreas de expansão e cobriu desde as várzeas dos rios
até os topos dos tabuleiros, modificando a paisagem e alavancando a economia da antiga
capitania de Pernambuco, a qual as terras alagoanas pertenciam.
O segundo trajeto parte do trevo que se localiza após a sede da Usina Santo Antônio,
confluência com as rodovias AL 105 e AL 430, seguindo a AL 430 e logo após a AL 101,
em direção a cidade de Passo de Camaragibe (aproximadamente 14 km), às margens do
Rio Camaragibe. Desse ponto, seguir pela AL 101 em direção ao litoral, para o povoado
da Barra do Camaragibe, numa distância de 14 km, iniciando um belo roteiro litorâneo de
praias compridas e mornas, exuberantes manguezais e rios cheios de vida que deságuam
nas praias complementando a sua beleza. A partir do povoado de Barra do Camaragibe,
com seu belíssimo manguezal, seguindo pela AL 101 Norte, o visitante seguirá em direção
a São Miguel dos Milagres, numa rota de aproximadamente 7 km, passando pela bela praia
de Marceneiro e iniciando o famoso “Roteiro de Charme”, de hotéis e pousadas dotados
de instalações e atendimento diferenciado, mesclando a paisagem com sua estrutura. Este
trecho é agraciado pelas belas praias de Porto da Rua, Lages, Patacho, consideradas das
mais bonitas do Brasil.
O trecho que abrange o litoral de Passo de Camaragibe, São Miguel dos Milagres e
Porto de Pedras é conhecido como “Rota Ecológica” e especialmente direcionado a ações
de proteção ao simpático peixe-boi (Trichechus manatus), que no Brasil, é a espécie de
mamífero aquático mais ameaçada de extinção, classificada como “em perigo crítico” des-
de 1989. Aqui, a Associação Peixe-Boi atua em conjunto com os municípios, o Conselho
Gestor da APA Costa dos Corais e Associações de Pescadores e outras que atuam na região
na proteção do mamífero, além de fomentar o turismo ecológico e científico com visitas no
Rio Tatuamunha, onde é possível ver o peixe-boi no seu habitat natural.
Saindo da cidade de São Miguel dos Milagres em direção a cidade de Porto de Pedras
(aproximadamente 15 km), na foz do Rio Manguaba, temos outro importante e extenso
manguezal que, em alguns trechos, possui indivíduos de até 25m de altura. Aqui, o visitante
pode atravessar o Rio pelas tradicionais balsas que levam os turistas até a outra margem,
seguindo pela AL 101 Norte, já pertencente ao município de Japaratinga.

10 | | Maceió
10 Maceió | | 2018
2018
Seguindo pela AL 101 Norte, após a travessia da Balsa de Porto de Pedras até a cidade
de Japaratinga, com aproximados 9 km, é possível aproveitar um trecho de alta beleza cêni-
ca, onde este acesso compreende diversas pousadas e residências próximas a praia. Aqui o
relevo acidentado das barreiras quase toca o mar em diversos pontos, com destaque para as
Barreiras do Boqueirão, onde se localizam restaurantes e pousadas de alto padrão. As praias
apresentam diversos trechos cobertos pelos recifes, complementando um visual paradisía-
co e rústico até a chegada a cidade de Japaratinga.
Em Japaratinga é possível acessar alguns mirantes localizados no alto dos tabuleiros
costeiros e ter um belo visual da região. Aqui, devido a irregularidade do terreno, que difi-
culta o acesso, é possível verificar muitos remanescentes de vegetação nativa em bom esta-
do de conservação com características de transição, com vegetação de porte médio, galhos
retorcidos e adaptada a um solo pobre em nutrientes.
Saindo da área urbana de Japaratinga rumo norte pela AL 101, antes da ponte do Rio
São Bento, (2 km) temos um belíssimo trecho de rodovia considerado dos mais belos
do estado pela beleza e proximidade da
rodovia com a praia. Aqui, águas rasas e
mornas anunciam a chegada em um dos
maiores destinos turísticos de Alagoas e
do Nordeste do Brasil.
De Japaratinga (foto) até Maragogi,
temos uma distância de 10 km. Maragogi
é marcada por uma extensa planície cos-
teira e águas calmas, além de diversos rios
que deságuam em seu litoral promovendo
belos manguezais e áreas alagadas. O seu
maior atrativo são as piscinas naturais for-
madas pelos recifes de coral conhecidas Litoral Norte
como Galés de Maragogi, intensamente
visitados por turistas o ano inteiro, condu-
zidos até lá por catamarãs e outras embarcações. As mais visitadas são as Galés principais,
Taocas e Barra Grande, onde os visitantes podem mergulhar com os peixes que habitam os
recifes e explorar as belezas de suas águas calmas.
Além do belo litoral, Maragogi ainda detém interessantes trechos de Mata Atlântica no
interior, onde existem propriedades que realizam trilhas e passeios guiados pela mata, che-
gando a belas nascentes de águas cristalinas.
De acordo com dados do IMA/AL (2010), o município de Maragogi possui o maior
número de fragmentos de vegetação nativa da microrregião do Litoral Norte Alagoano
(161), que abrange a maioria dos municípios deste roteiro. Devido ao fato, a exploração
de outros atrativos como o turismo rural e das trilhas nas matas detém alto potencial para
atrair o visitante que, além das praias, pode explorar e conhecer a Mata Atlântica local.

Maceió | 2018 | 11
VIVER BEM
NIDE LINS

PARIPUEIRA
Na divisa com Maceió, Paripueira é conhecida carinhosamente como “Parispueira”. A
cidade é lembrada na letra do sambista, cantor e compositor, Martinho da Vila: “Teka, ren-
deira/ Eliane, praieira/ Vamos pra Paripueira...”. Esse Éden do Litoral Norte tem muitos
encantos e sabores, como os famosos camarões crocantes e o camarão jangadeiro, além
da possibilidade de navegar em um catamarã pelas piscinas naturais ou saborear os doces
vendidos na praia. Mas, o impagável, é o banho de mar de água morninha no final de tarde
na praia de Paripueira. Nessa cidade no norte de Alagoas, o aroma do campo também é
compartilhado com o mar.
Uma das praias mais badaladas de Paripueira é a de Sonho Verde, com seus condomí-
nios e casas de veraneio. É o lugar ideal para quem curte uma praia tranquila, peixe frito,
água de coco e cerveja gelada, longe do burburinho e sem luxo. Aliás, quer luxo melhor do
que uma praia bonita, brisa e paz?

12 | Maceió | 2018
Piscinas naturais
Para quem quer ver a natureza em todo o seu esplendor, a dica é embarcar a bordo de
um catamarã e seguir até as piscinas naturais, consideradas uma das mais preservadas do
litoral alagoano. Para curtir esse paraíso, só precisa de maré baixa, sol, protetor solar, e no
mais, vivenciar a natureza com direito a um mergulho para ver os corais e todas as belezas
do mar. As piscinas naturais de Paripueira são de águas cristalinas e mornas. O legal é que
somos recebidos por peixes conhecidos como soldadinhos, que são mais uma atração. Mas
a grata surpresa são as agulhinhas, estas sim, um espetáculo à parte. Passeio às piscinas
naturais: duração de 2h e só acontece na maré baixa. Quem faz: Restaurante Mar & Cia
Náutico e Receptivo - Rua Projetada 23, s/n - Praia de Costabrava, Paripueira - Telefone:
(82) 3293-2031

Passeio de lancha
Quer conhecer melhor o litoral Norte? Então aproveite, porque o Restaurante Mar &
Cia, além do passeio às piscinas naturais oferece aventura por terra, com saída de ônibus
até a cidade de Barra de Santo Antônio, e de lá numa lancha o visitante navega até a Praia
de Carro Quebrado, no mesmo município de Barra de Santo Antônio. Vale a pena ver as
exuberantes falésias. Passeio de lancha de Paripueira até Carro Quebrado: duração de 3h /
Horário de saída: de 9h até 10h. Quem faz: Restaurante Mar & Cia Náutico e Receptivo -
Rua Projetada 23, s/n - Praia de Costa Brava, Paripueira - Telefone: (82) 3293-2031

Restaurantes
Restaurante Anauê, localizado na Praia de Sonho Verde. Além da gastronomia regional
é também um receptivo que oferece passeios para o município de Barra de Santo Antônio
até a praia de Carro Quebrado. R. Projetada Sv Oito, 266-468, Paripueira / Telefone: (82)
99841-4405 / www.anauepraia.com.br

Hospedagem
Fazenda Fiore
O Resort Fazenda Fiore é o refúgio para viver os ares do campo. Com seus chalés
temáticos, abriga sonhos dos casais apaixonados e das famílias. Mas não é necessário estar
hospedado para curtir tudo isso. O resort oferece a modalidade “Day Use” e os visitantes
podem dispor da área comum e utilizar todos os espaços, como piscinas, parques infantis
e restaurantes com três diferentes ambientes gastronômicos: o Bistrô, o Restaurante Re-
gional Sabor da Fazenda e a Pizzaria Fazenda Fiore. Rodovia Al-101 Norte - Sonho Verde,
Paripueira – /Telefone: (82) 3293-2515 / www.fazenda-fiore.com
Pousada Vila dos Corais. Rua Eugenio Costa, 1162, Loteam. Karina, Praia de Costa
Brava, Paripueira / Telefone: (82) 3293-1362/ www.pousadaviladoscorais.com.br/pt
Pousada dos Cajueiros
R. Projetada Vinte, s/n - Centro, Paripueira - Telefone: (82) 3293-1615 / www.pousa-
dadoscajueiros.com.br

Maceió
Maceió || 2018
2018 || 13
13
Dica da Nide

Camarão jangadeiro - O Restaurante Mar & Cia Náutico e Receptivo é de gastronomia


regional com ênfase no cardápio de frutos do mar, como o tradicional camarão jangadeiro
(empanado com queijo) e que vem escoltado com arroz e batatas fritas. Também merecem
atenção os lagostins grelhados e as agulhinhas. Ensinar o turista a dançar forró é o ponto
alto da casa. Restaurante Mar & Cia Náutico e Receptivo - Rua Projetada 23, s/n - Praia de
Costa Brava, Paripueira - Telefone: (82) 3293-2031.

Camarão crocante -A barraca do Osvaldo, escondida entre coqueiros, oferece uma


sombra muito aconchegante. Chega a dar preguiça tomar banho de mar. O sucesso do
bar é o camarão crocante, criação do próprio alagoano Osvaldo. É sequinho por fora e
macio por dentro. Come-se brincando. R. Eugênio da Costa, 730, Paripueira - Telefone:
(82) 3293-1100.

BARRA DE SANTO ANTÔNIO


Alagoas é conhecida pelos sítios de coqueirais, mas no município de Barra
de Santo Antônio são as imensas falésias, em várias tonalidades, que desenham
outras belezas na famosa praia de Carro Quebrado, considerada entre as dez
mais desertas e bonitas do Brasil. Neste destino do litoral Norte, ainda tem as
praias de Tabuba, Ilha da Croa e Ponta de Gamela. O melhor roteiro é passear
de bugre, caminhar, saborear uma peixada, bolinhos de macaxeira e curtir o sol
nas águas tranquilas do litoral desse paraíso banhado pelo Rio Santo Antônio,
que deu origem ao nome da cidade.

Passeios

A Praia de Carro Quebrado está entre as dez mais desertas e bonitas do Bra-
sil. Localizada no município de Barra de Santo Antônio, só é possível chegar até
a praia de bugre, pela estrada de barro, ou de lancha, pelo mar. Cada caminho
tem suas belezas, mas o resultado final é o cenário exótico, encravado em vastos
coqueirais e esculturais falésias.

14 | Maceió | 2018
Pelo mar - O passeio de lancha até a Praia de Carro Quebrado é veloz, mas
tem paradas para os visitantes apreciarem as águas cristalinas, o azul do mar e os
corais preservados. O tempo de duração é em torno de 20minutos. O tempo de
permanência na praia é de 45 minutos, porque quando a maré começa subir é
tempo de voltar, pois água chega às falésias.
Pela terra – Para chegar lá, tem aventura pela estrada, a bordo de um bugre,
apreciando a vida da comunidade e a beleza do canavial. Nesse passeio tem a pa-
rada obrigatória no mirante natural no alto das falésias para assistir ao espetáculo
do litoral de belezas raras da Barra Santo Antônio.
Areia colorida - Os paredões de argila e arenito da Praia de Carro Quebrado
foram formados pela força do mar, e apresentam sedimentos coloridos que fi-
cam ainda mais evidentes no contato com a água. Vermelhos, amarelos, azuis e
roxos, de várias tonalidades, encantam turistas e geram renda para a população,
que extrai o material para confeccionar lembrancinhas e comercializá-las em bar-
racas improvisadas – as únicas encontradas em toda a praia.
Lendas - O cenário encanta, e se não for suficiente para satisfazer aos olhos e
a curiosidade do visitante, ainda há histórias contadas pelos guias e vendedores
locais sobre a origem do nome Carro Quebrado. As versões são muitas, diferen-
tes, e vão desde o azar de um casal de namorados que foi visitar o local e ficou
preso depois de um problema no carro, até brigas de família. Como em décadas
passadas, o trajeto era percorrido em carros de boi, que quebravam ou atolavam
na areia fofa da praia, a lenda também inclui essa história.
Curiosidade – As falésias têm uma cavidade conhecida pelos guias como
“toca do amor”. Aberta no paredão pela fúria do mar, ela já serviu de ponto
de encontro para muitos namorados interessados em conhecer as belezas que
a praia oferece. Na praia tem barzinhos simples para petiscar pescados e tomar
água de coco. Duração: 1h30 a 2h/ Não aceita cartões. Telefones: 82 99636-
5118/ 9911-1273/ Saída da Praia de Tabuba. Da Praia de Tabuba até às falésias
de Carro Quebrado são 16km de belezas naturais.

Piscina natural

Na Praia de Tabuba também tem passeio às piscinas naturais. Elas são menos
conhecidas, porém donas de grande beleza, permitindo mergulhar nas águas
transparentes, tirar fotos e compartilhá-las com o mundo. O passeio é realizado
pelos pescadores em jangada. Normalmente os pescadores oferecem os pas-
seios nas pousadas. Passeio de jangada: Paulinho (82) 99303.5028/ Roberto (61)
8140.6699

Maceió
Maceió || 2018
2018 || 15
15
Hospedagem

Pousada Jirituba: Av. Pedro Lopes Vasconcelos S/N, Telefone (82) 3291-
1448/82 99310-8000 - www.pousadajirituba.com
Pousada Arco Íris: Rua João da Silva Moraes, 778 – Ilha da Crôa –Telefone:
(82) 99127.879 - www.tabuba.tk/

Restaurante e receptivo
Capitão Nikolas Praia & Restaurante – Complexo turístico na Ilha da Crôa
com espaço de lazer com redes, piscinas e playground. Restaurante de culinária
brasileira, frutos do mar e vegetariana, também oferece passeio de bugre, quadri-
ciclo, jipe, lancha e catamarã pelas praias do município.
Rua Juliana C Modesto, s/n - Ilha da Croa, Barra de Santo Antônio - AL,
Telefone: (82) 3591-3846/ Day use R$ 25,00 - Aceitam-se cartões.

Dica da Nide
Bolinhos de macaxeira: no Nordeste é macaxeira, no Sudeste é aipim. Nomes
diferentes para essa raiz de nossa herança indígena. Na modesta barraca do Beto
Pituba, na Ilha da Crôa, a macaxeira virou deliciosos bolinhos com recheios de
camarão, charque, lagosta, queijo... O quitute lembra acarajé, mas é preparado
com massa da macaxeira e sem azeite dendê. Rua João da Silva Moraes, 778 –
Ilha da Crôa – Barra de Santo Antônio / Telefone: 99127.8793/ Aceitam-se
cartões.

16 | | Maceió
16 Maceió | | 2018
2018
Tanajura de Porto Calvo

Chuva não combina com Alagoas. São raras, mas quando São Pedro manda
chuva forte e com trovoada é tempo de saborear tanajuras fritas com farinha,
uma tradição de origem indígena que permanece viva na cidade de Porto Calvo,
no restaurante do Frazo. As formiguinhas de asas são caçadas por crianças, fieis
fornecedores do Frazo, que paga até R$ 50 por quilo. Elas chegam ainda vivas
na cozinha, onde se retira a cabeça e as asas e, em seguida, são limpas na água
corrente e temperadas com limão, sal e vinagre. Depois são fritas na manteiga,
até ficar bem torradinha. Seu sabor lembra entre amendoim torrado e torresmo.
Rua Henrique Dias, S/N, Centro (próximo à Ceal)/ Porto Calvo/ Telefone: 82
99185-5458.

Camarão da Matriz

Na estrada AL 105 Norte, que nos leva aos destinos turísticos do litoral nor-
te de Alagoas, especialmente à cidade de Matriz de Camaragibe, o restaurante
Frutos do Mar é uma ótima opção para o almoço com mix de comida vindas
da água e da terra, a exemplo do carneirinho guisado. E mesmo longe do mar,
os pescados fazem o manjar dos Deuses. Até o camarão (tamanho pequeno),
oriundo dos mares da Barra de Santo Antônio, é divino, preparado no leite de
coco com legumes. AL 105 Norte km 72 – Matriz de Camaragibe – Telefone 82
3251.1433 / 98889.1400

São Luís do Quintude

A Fazenda Castanha Grande, em São Luís do Quitunde, a 59 km de Maceió,


se dedica a criação e à comercialização de búfalos e derivados (carne e lácteos).
O restaurante e a loja da fazenda, localizada na AL-101 Norte, é ponto estratégi-
co para quem viaja em direção ao litoral norte de Alagoas. Neste cantinho, além
de saborear o espetinho de carne e o sorvete de leite de búfala, também se pode
comprar os produtos de búfalo como carnes, linguiças, iogurtes, e queijos coalho
e ricota, e o premiado Castanho.

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 17
17
Travessia para a Praia dos Morros, na Barra do Camaragibe

PASSO DE CAMARAGIBE
Passo de Camaragibe, cidade natal do dicionarista Aurélio Buarque de Holanda, chama
a atenção pela beleza exuberante do mar entrecortado por recifes, corais, rios, lagoas e
manguezais. A Praia dos Morros é um local muito especial, deserto e para contemplativos.
Suas falésias são o destaque.

Hospedagem

Campo - O Cambará Hotel é um paraíso de 870 mil metros quadrados, rodeados de


muito verde, no qual o céu azul completa o cenário perfeito. A fazenda conta com diversas
espécies de animais e oferece rotinas da vida no campo, como ordenha de vacas, alimen-
tação de galinhas, coelhos, ovelhas e muito mais. Isso tudo, somado ao conforto das insta-
lações e às opções de lazer para todas as idades.
Hotel Cambará Fazenda - Rodovia AL101, s/n - Zona Rural, Passo de Camaragibe -
Telefone: (82) 3258-6010

18 | | Maceió
18 Maceió | | 2018
2018
À esquerda da foto, a Praia dos Morros, à direita a foz
do Rio Camaragibe e o povoado de Barra do Cama-
ragibe

BARRA DO CAMARAGIBE
Ciclismo - Para quem gosta de pedalar, nem precisa se preocupar. Na Barra do
Camaragibe, no encontro do rio com o mar, tem aluguel de bicicletas para quem quiser se
aventurar no passeio pela Praia dos Morros, de beleza única, poucas casas de veraneio e
de pescadores. Para chegar até a praia dos Morros tem travessia de balsa da foz do Cama-
ragibe, lembrando que nos Morros não tem bar, restaurantes e nem pousadas, o luxo do
local é a própria natureza.

Passeio de bicicleta até a Praia dos Morros/saída da Pousada e Restaurante Patiaçu.


Preço: R$ 25,00 (aluguel da bicicleta) guia (R$30,00 para uma pessoa ou grupo)/ Travessia
de balsa: R$10,00 (por pessoa/ ida e volta) / Duração: 2h30/ Telefone: (82) 99675-9796 /
(82) 3258-5140.

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 19
19
Réveillon dos Milagres (Praia do Marceneiro)

ROTA ECOLÓGICA DOS MILAGRES


Luxo com pés na areia é o que leva gente do Brasil e do mundo a viajar para a Rota
Ecológica dos Milagres, que abraça os municípios alagoanos do litoral norte, Passo de
Camaragibe, São Miguel dos Milagres e Porto de Pedras. Lugares de praias lindas, desertas,
piscinas naturais, santuário do peixe-boi, artesanato de palha e de madeira mas, na verdade,
são os aromas e sabores das cozinhas das pousadas e restaurante, com suas hortas orgâni-
cas, que fisgam de fato o turista pela boca e pelo coração.

Praia do Marceneiro
O Réveillon dos Milagres - A Rota Ecológica dos Milagres abriga a melhor balada de
todos os tempos, o Réveillon dos Milagres na Praia do Marceneiro, realizado pelo grupo
Tamo Juntos, um dos eventos mais desejados do Brasil. A celebração da chegada do Ano
Novo é pés na areia, são seis dias de festas para ver o sol nascer sob a melhor música eletrô-
nica. O ponto de encontro da juventude é no Bar de Praia, com uma programação diária,
de 26 a 31 de dezembro. O dia 1º de janeiro já nasce bem, com flores para Iemanjá e o pulo
das sete ondinhas, para ser feliz.

20 | | Maceió
20 Maceió | | 2018
2018
Casar em Milagres - No mesmo cenário paradisíaco do Réveillon dos Milagres, também
se celebra o amor na Capela Nossa Senhora de Fátima, tendo o mar como testemunha
da felicidade dos casais apaixonados.
Dizer o sim na Rota Ecológica dos Mi-
lagres é uma tendência nacional, pois o
lugar é maravilhoso, com praias som-
breadas por coqueiros e protegidas por
recifes, conspirando amores. “Casar
em Milagres” está em alta e faz Alago-
as se destacar como um dos destinos
mais desejados do turismo brasileiro.
Na Rota Ecológica dos Milagres, o
amor acontece, é casamento na praia,
no sol, no mar... Piscina do Marcenei- Capela dos casamentos, em Milagres
Foto: Fernando Araújo
ro - Praia paradisíaca e praticamente
deserta, de águas calmas e quentes, naturalmente já é boa, mas as piscinas naturais do
Marceneiro são as melhores de toda a Rota Ecológica, com remansos de águas azuis que
se sucedem, proporcionando ótimos locais para banhos tranqüilos. Para ficar encantado,
aproveite e contrate um passeio de jangada ou nos barcos de pescadores locais, movidos
a pequenos motores de popa. É que em toda a Rota Ecológica dos Milagres, que integra
a APA Costa dos Corais, estão proibidos Jet Sky e lanchas, devido a essa linha de costa ser
o habitat natural do peixe-boi marinho, sob regulação federal. A praia também é boa para
pratica de mergulho e Kitesurf.

Conciérge Tá em Casa - é um desses serviços nascidos da modernidade da Rota dos


Milagres, um local que a cada dia recebe gente jovem, cheia de boas ideias. Atuando há
quase cinco anos, eles fazem de tudo para que a estadia numa das dezenas de residências de
aluguel por temporada da Rota dos Milagres seja a mais confortável possível. Disponibili-
zam feira antecipada, indicação de funcionários extras, reservas e indicações de restaurantes
e passeios, auxílios para qualquer imprevisto que venha ocorrer na casa etc. Maiores infor-
mações: contato@taemcasatemporada.com.br

Maceió | 2018 | 21
Dica da Nide

Peixe do dia – Dourado, Camurim e


Robalo são peixes nobres dos mares ala-
goanos que dão sabor ao restaurante Paru
Bistrô, da Pousada Villas do Paru, em Mar-
ceneiro. Quem assina o cardápio é o chef
Jonatas Moreira que navega pela cozinha
criativa alagoana. No cardápio, o destaque Pousada Infinito Mar - Sítio Estância, S/N
fica para o peixe em crosta com purê de Povoado Marceneiro - Telefone:
banana e farofa de castanha. O peixe do (82) 3258-5107
dia é o que chega de barco e vai direto para
cozinha. Pousada Marceneiro - Sítio Estância,
Pousada Villas do Paru - Povoado Mar- praia marceneiro -Passo de Camaragibe -
ceneiro, S/N, Rota Ecológica dos Milagres Telefone: +55 82 3258 5344 / www.pou-
- Telefone: (82) 99326-5266 sadamarceneiro.com.br

SÃO MIGUEL DOS MILAGRES


A história da Rota Ecológica dos Milagres
começou há 18 anos com a Pousada do Toque,
de Nilo Bugarelli e sua amada Gilda, na praia
do mesmo nome, na cidade de São Miguel
dos Milagres. Era uma pequena casa de praia
(hoje o restaurante) com poucos quartos, mas
o coração batia forte na cozinha da pousada.
O próprio Nilo comandava suas criações: la-
gostins grelhados, moquecas, peixe no sal... O
aroma e sabores começaram a conquistar gente
de todo canto, entre elas, o jornalista Ricardo
Freire, da revista Viagem e Turismo, que divul-
gou uma praia e uma pousada desconhecidas
até então para o mundo.
Na Pousada do Toque, os pescados chegavam do mar para a panela, e a horta orgânica tinha
lugar cativo na cozinha do chef Nilo. Assim, a pequena pousada traçou o perfil do turismo alagoano
no litoral norte: “luxo com pé na areia”, valorizando o ouro casa, o frescor dos alimentos, a simpatia

22 | | Maceió
22 Maceió | | 2018
2018
do povo de Alagoas... Atualmente são 17 chalés com identidade alagoana, fazendo parte do Roteiro
das Pousadas de Charme.
Além da Pousada do Toque, a cidade de São Miguel Milagres ganhou outros empreendimentos
hoteleiros que seguem a tendência original de “luxo com pé na areia”, com ótimos restaurantes aber-
tos ao público a partir de reservas feitas previamente. Além de se comer bem, as praias são lindas,
cercadas por coqueirais, e as piscinas naturais são o principal passeio, mas também pode-se ver o
peixe boi e, claro, lá está uma gastronomia de alto nível.

Toque – Os lagostins têm o frescor do mar. Tomate cereja, salsinha e manjericão vêm da horta
orgânica, ainda tem abacaxi, manga, abobrinha e berinjela, todos grelhados e regados no azeite. São
três restaurantes, destaque para o sushi bar com os peixes da região e com loja do artesanato local.
Pousada do Toque - Rua Felisberto de Ataíde, S/N - Povoado do Toque, São Miguel dos Milagres
- Telefone: (82) 3295-1127. Restaurante com reserva/ www.pousadadotoque.com.br

No Quintal - Na cozinha do chef Lucas, os


peixes são sempre frescos, contudo a carne de sol
é de comer rezando. Ela é feita pelo próprio chef,
que usa a técnica de cura por 24 horas. Para es-
coltar, o manjar nordestino, arroz com jerimum,
feijão-de-corda com ervas, emaranhado de fios
crocantes de couve e o molho de manteiga de
garrafa, finalizando o sabor. Rua do Toque, s/n
- Praia do Toque, São Miguel dos Milagres - Tele-
fone: (82) 99910-7078

Patrícia Bistrô – O polvo é muito amado na cozinha da chef Patrícia Possas, que abriga na sua
charmosa casinha o bistrô com seu nome. Os destaques são os pescados, e um deles é o polvo co-
zido e depois maçaricado, que ganha uma farofa (crocante) de maracujá, purê de abóbora e espuma
de coco. Rua Eurico Marinho, São Miguel dos Milagres/ Funciona de terça a domingo, das 19h às
23h/ Telefone: (82) 3295-1151

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 23
23
Pousada Milagres do Toque (re-
servas) 082- 99302-7878 - Mila-
gres do Toque Beach Club (re-
servas) 082 - 99133-3541 - Rua
Felizberto Ataíde, S/N. Praia do
Toque, São Miguel dos Milagres.
Instagram @milagresdotoque Fa-
cebook pousadamilagresdotoque

Pousada Origami - O cardápio do restaurante tem assinatura da dupla de chefs Serginho Jucá e
Felipe Lacet. Uma das receitas mais amada é o bobó de camarão. Os crustáceos são frescos, o leite
de coco é do sítio, a pimenta é biquinho e as ervas são da horta orgânica.Praia do Toque, São Miguel
dos Milagres - Telefone: (82) 99963-2223. Restaurante com reserva/ www.pousadaorigami.com.br

Lagostas na manteiga - Tradição do litoral norte de Alagoas, chegam fresquinhas do mar para a
cozinha do restaurante Companhia da Lagosta Mediterranée, na Pousada Villa Pantai. As lagostas
preparadas da forma mais simples, ressaltam o sabor natural da rainha do mar, cuja carne macia e
suculenta serve bem duas pessoas. Companhia da Lagosta Méditeranée - Rua Ana Marinho Braga,
107, São Miguel dos Milagres Telefone: (82) 3295-1152.

Hospedagem

Pousada Côte Sud - Endereço: Sitio Pitú , R. Pedro Calu, Porto da Rua, São Miguel dos Milagres
- Telefone: (82) 3295-1283/www.pousadacotesud.com.br.

Pousada Villa Pantai - Endereço: R. Ana Marinho Braga, 107, São Miguel dos Milagres - Telefone:
(82) 3295-1152/ www.villapantai.com.br.

Pousada Amendoeira- Praia do Toque, 7, São Miguel dos Milagres- Telefone: (82) 3295-1213/
www.amendoeira.com.br.

CASA ACAYU - Pousada & Bungalows - Endereço: Sítio da Praia - Povoado do Toque, São Mi-
guel dos Milagres - Telefone: (82) 3295-1103/ www.casaacayu.com.br.

Pousada Riacho dos Milagres - Endereço: Praia do Riacho, 01, São Miguel dos Milagres- Telefone:
(82) 3295-1206/ www.riachodosmilagres.com.br.

Abaetetuba Pousada- Endereço: Rua Praia do Toque, Centro, São Miguel dos Milagres- Telefone:
(82) 3295-1307/: www.abaetetubapousada.com.

Pousada Encanto das Águas- Sitio areia grande, São Miguel dos Milagres - Telefone: (82) 99361-
3333/ www.pousadaencantodasaguas.com.br.

24 | | Maceió
24 Maceió | | 2018
2018
PORTO DE PEDRAS
Porto de Pedras é uma cidade graciosa, com o Rio Manguaba aos seus pés. Dona de praias lin-
das, como a de Tatuamunha, da Lages e do Patacho, mantém ainda características de uma vila de
pescadores e ao mesmo tempo abriga pousadas charmosas. O ícone da cidade é o histórico farol,
inaugurado em 1940, mas a estrela desse paraíso alagoano é o Santuário do Peixe Boi. De lembrança,
leve artesanato feito da palha de coqueiro e os pássaros do Carlinhos. Para comer há muito o que
escolher:da tradicional fritada de aratu à paella valenciana.
Travessia – Quem sai da cidade vizinha de Japaratinga para Porto de Pedras só tem um caminho:
a travessia de balsa. Enquanto a embarcação vai se aproximando da cidade, a paisagem se completa
com a vista do farol. Chegando lá, suba até o farol para ter a melhor a vista panorâmica. Logo no
caminho, há o ‘Oitizeiro do Imperador’, uma arvore centenária onde, segundo relatos, em janeiro de
1860, D. Pedro II, em passagem pela região, descansou à sua sombra.

Passeios

Na Praia de Lages, de frente à pousada Casa Rota Ecológica, fica o porto natural de partida para
passeio às piscinas naturais e a cena mais comum são os barcos de pesca chegando com polvo, roba-
lo, tainha, serra, xaréu… A pesca na localidade é artesanal, de linha ou de mergulho.
No mar - O passeio de barco até as piscinas depende da maré baixa, e o tempo de permanência é
de cerca de duas horas. Lembrando que, quando a maré começa a subir, é tempo de retornar à terra
firme. Telefone do Efigênio: (82)99660.1406/ Dodó: 99335.3264/

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 25
25
Vivência – Para quem deseja viver a experiência de pescador, tem o passeio da pesca da agulhinha,
que acontece à noite, sem lua cheia, apenas com um facho de luz. É uma bela experiência vê-las
pulando para dentro do barco. Leve um isopor, negocie com o pescador para ele tratar o pescado, e
com a pousada para fritar as agulhinhas.

Santuário - Navegar em um barco sem motor pelo Rio Tatuamunha, para não perturbar a paz do
Peixe-Boi, é um passeio agradável e educativo. É permitido admirar, fotografar e assistir às peripécias
do mamífero – que mais parece uma criança alegre – jogando a pata no barco e rodopiando, brincan-
do na água doce. Apenas observe, mesmo que a vontade seja cair na água para brincar com o peixe.
Lembrança - Na sede da Associação do Peixe-boi há uma lojinha recheada de lembrancinhas. O
destaque vai para os mamíferos em tecido, fabricados pelas mulheres da comunidade. Vale a pena
comprar esses pequenos objetos, lembranças do turismo sustentável dos ribeirinhos.
A Associação Amigos do Peixe-boi (Ampa) faz os passeios do turismo de observação, de forma
sustentável, através de 48 ribeirinhos que organizam as viagens e, como guardiões, preservam o
mamífero ameaçado de extinção. Duração: De 40 minutos até 1h. Por dia acontecem 10 passeios.
Aceitam-se cartões. Telefone: (82) 3298.6247

Do Céu - Para quem gosta de aventura, a Pou-


sada Ninanoa oferece vôo panorâmico em para-
motor. Lá de cima se vêem as piscinas naturais, o
Rio Manguaba, o Farol de Porto de Pedras, além
das praias vizinhas como a famosa Praia do Pa-
tacho, observando-se também as tartarugas que
ali habitam. Avenida José de Moraes Neto 115,
Porto de Pedras – AL-/ Telefone: (82) 99387
8383

Dica da Nide

Restaurantes/Pousadas
Peixada da Marinete - O estabelecimento, com
mais de 50 anos de existência, é célebre pela fri-
tada de aratu (caranguejo do mangue). A iguaria
é única, de recheio farto, coberto por generosa
camada de ovos de capoeira, lindamente decora-
da com rodelas de tomate e pimenta-de-cheiro.
Essa iguaria é servida nas versões pequena, média
e grande, tanto paraq petisco como para almoço
(nesse caso, acompanhado de arroz, feijão caseiro
e a inusitada farofa de arroz). Rua Coronel Aveli-
no Cunha, 100 Porto De Pedras/Telefone: (82)
99348-1257

26 Maceió | | 2018
26 | | Maceió 2018
Patacho- A Pousada Xuê, com suas casinhas charmosas, também tem seu restaurante aberto ao
público. A cozinha é comandada por Guido (proprietário da pousada), especializada em frutos do
mar. Rua Dr. Sebastião da Hora, S/n - Praia do Patacho, Porto de Pedras - Telefone: (82) 3298-1197
Paella – A Pousada Ninanoa, na praia de Porto de Pedras, é inspirada na arquitetura mediterrânea.
Conta com apenas três apartamentos e é o destino dos apaixonados. No restaurante, a cozinha é
regional e mediterrânea, com louvor para a paella valenciana, tradição da cozinha espanhola. E como
toda boa gastronomia é aquela que se molda à cultura local, os peixes serra ou robalo, dão o toque
alagoano na iguaria. Avenida José de Moraes Neto 115, Porto de Pedras – AL-/ Telefone: (82) 99387
8383
Lages – O polvo tem assento cativo nas panelas da Pousada Casa da Rota Ecológica, seja na
versão arroz ou vinagrete. Preparados pela chef Maria da Paz, é o prato mais querido da pousada.
O restaurante funciona apenas no almoço e com reserva. Povoado de Lages, S/n, Porto de Pedras
- Telefone: (82) 99355-3655
Massas – Na praia de Lages, as massas artesanais do Amor Restaurante fazem a festa do paladar.
Os pratos são saborosos, perfumados, feitos com ingredientes frescos. E com duas vertentes bem
saborosas: do mar com camarões ou terra com medalhão de filé mignon. Praia de Lages - Porto de
Pedras / Funciona de quarta á segunda, a partir das 19 horas. Fechado nas terças-feira. / Reservas:
82 3298 6520 | 99652 1918.

Hospedagem

Pousada Ninanoa - Avenida José de Moraes Neto 115, Porto de Pedras / Telefone: (82) 99387
8383/ www.pousadaninanoa.com.br
Pousada Aldeia Beijupirá: Endereço: Rua 9 de Junho, s/n - Povoado de Lages, Porto de Pedras
Telefone: (82) 3298-6520/ www.aldeiabeijupira.com.br
Pousada do Patacho: Praia do Patacho, Porto de Pedras - Telefone: (82) 3298-1253/ www.pousa-
dapatacho.com.br

Maceió | | 2018
Maceió 2018 | | 27
27
Casa Rota Ecológica: Povoado de Lages, S/n, Porto de Pedras - Telefone: (82) 99355-3655/ www.
casarotaecologica.com.br
Pousada Reserva do Patacho: Praia do Patacho – Telefone: (82) 99126-82335/ www.pousadare-
servadopatacho.com.br
Samba Pa Ti: Praia do Patacho, Porto de Pedras/ Telefone: (81) 2127-4925/ www.pousadasam-
bapati.com.br
Pousada Aldeia Beijupirá: Rua 9 de Junho, s/n - Povoado de Lages, Porto de Pedras Telefone: (82)
3298-6520/ www.aldeiabeijupira.com.br

Camarão na panela de barro

Casotas da Laje: Rua do Meio (Rua Professora Filomena Verçosa Reis) 500, Praia da Laje, Porto
de Pedras/ Telefone: (11) 99222-0212
Pousada Xuê: Rua Dr. Sebastião da Hora, Praia do Patacho/ Telefone: (82) 3298-1197/ www.
pousadaxue.com.br
Pousada Villages: Rua da Praia, Porto de Pedras/ Telefone: (82) 99801-4400/ http://pousada-
villages.business.site
Pedras do Patacho: Praia do Patacho, Porto de Pedras/ Telefone: (82) 99186-1095/ (82) 3298-
1163/ www.pedrasdopatacho.com.br

28 Maceió | | 2018
28 | | Maceió 2018
JAPARATINGA
Japaratinga, cidade do litoral norte de Alagoas, é poesia de sol e praias, como as batizadas
de Pontal do Boqueirão, Centro, Bitingui, Barreiras e Barreiras do Boqueirão. Todas são
lindas, serenas e cercadas por vastos coqueirais. O progresso chegou através das pousadas
charmosas em sintonia com a vila de pescadores.

O centro da cidade é singelo. Lá encontramos lojas, aparelho de TV na praça, estátua de


Padre Cícero, jangadas ao mar, sítios de coqueiros, e sempre tem barco chegando com pei-
xes fresquinhos que abastecem as cozinhas das pousadas e restaurantes. Japaratinga é assim,
destino de paz, para comer, viver e navegar até às piscinas naturais. Basta a maré baixa para
mergulhar nesse Éden aquático.

Com praias brandas, o município é indicado para as crianças curtirem o mar e brincar
na areia ao abrigo das sombras dos coqueiros e das sombrinhas. A vila charmosa acolhe
paixões nas pousadas e hotéis.

A praia mais procurada é a da Barreira do Boqueirão, porque o seu alto é o cantinho certo
para fotografar toda a beleza da orla de Japaratinga. Também despertam atenção as fontes
de água mineral, dando origem ao mais tradicional banho público de bica do litoral norte
que, curiosamente, tem um local para mulheres e outro para homens. Água doce e gelada
para equilibrar o sal do mar de Japaratinga.

Pôr do sol – Japaratinga é, além das belas praias, o Rio Manguaba, na divisa com o mu-
nicípio de Porto de Pedras, que guarda história de holandeses e portugueses. O auge do
passeio de catamarã é pôr do sol no rio, um espetáculo da natureza que acontece todo dia,
com saída às 16h do porto do Clube Manguaba. Quando a maré está baixa, tem o passeio
pelas quatro ilhas, com parada na prainha da cidade de Porto de Pedras. Para os amantes do
Stand Up, é só equilibrar na prancha e remar nas águas doces do Manguaba, uma terapia
com a natureza. Clube Manguaba – Duração do passeio pelo Rio Manguaba entre 1h30 e
2h/ Telefone: (81) 99635-9318

Piscinas - Na cidade de Japaratinga, o passeio às piscinas naturais é realizado de catamarã


e de lancha, na maré baixa, para contemplar a vida marítima. E se a maré estiver alta, é
tempo de navegar de lancha até a Praia do Patacho, em Porto de Pedras. Mas lembre-se de
marcar com antecedência. Passeio às piscinas naturais, com duração de 2 horas/ Passeio
de lancha de Japaratinga até praia do Patacho (Porto de Pedras) – Duração de 4 a 5 horas.
Quem faz: Restaurante Mama Pereira – Telefone (82) 99993-5073/ Choupana do Guaia-
mum Restaurante – Praia Barreiras do Boqueirão / Telefone (82) 9176.7244/ 9142.5328

Maceió | | 2018
Maceió 2018 | | 29
29
Dica da Nide

Macaxeira com lagosta - Macaxeira é o item sagrado no café da manhã, com manteiga ou car-
ne de sol. No Restaurante Cia da Lagosta, a raiz é uma tradição. Ela vem frita para acompanhar
o peixe agulha, polvo ao vinagrete e até as lagostas
na manteiga. Restaurante Cia da Lagosta - Barreira
do boqueirão/ Telefone: (82) 3297.1271
Peixe na Laranja - A pousada Estalagem Caiuia
é uma graça, um convite para comer bem no res-
taurante que fica aberto ao público. Uma das es-
trelas do cardápio é o peixe sirigado no molho da
laranja. Como a pousada é um empreendimento
da família proprietária do Divina Gula, de Maceió,
claro que a picanha na chapa é um trem danado de
bom. Pousada Estalagem Caiuia : AL-101, Japaratinga – AL/ Telefone: (82) 3297-1381 - www.
estalagemcaiuia.com.br
Arroz de Polvo - O polvo ao leite de coco e no vinagrete é uma tradição de Japaratinga, mas
o arroz de polvo do restaurante Mama Pereira, na orla de Japaratinga, é o mais badalado da
cozinha local.R. Sebastiao Lins de Melo, 170-220, Japaratinga - Telefone: (82) 3297-1222.

Para namorar
Pousada do Alto: Encravada no Sítio Biquinha, a pousada é uma ótima opção para os casais
de apaixonados. Da pousada se tem a mais bela vista do litoral norte, com seu mar em todas as
tonalidades do azul. www.pousadadoalto.com.br. Sitio Biquinha, s/n - Zona Rural, Japaratinga
- Telefone: (82) 3297-1210.
Pousada Humaitá é charmosa e bem bacana, principalmente para os casais de apaixonados.
Inaugurada em dezembro de 2011, com 12 quartos, é um espaço amplo rodeado árvores e
coqueiros. Rua da Praia, s/n - Barreiras do Boqueirão, Japaratinga - Telefone: (82) 3297-1378/
www.humaitapousada.com.br.

Hospedagem
Pousada 12 Cabanas: Rua da Praia, s/n - Barreiras do Boqueirão, Japaratinga - Telefone: (82)
3297-1338 –www.dozecabanas.com.br
Pousada e Restaurante Paraíso dos Coqueirais - R. Sebastiao Lins de Melo, 170-220, Japara-
tinga - Telefone: (82) 3297-1222 – www.paraisodoscoqueirais.com.br
Pousada Vila Cobé- Povoado Bitingui, s/n - Praia de Bitinguí - Japaratinga - Telefone: (82)
3297-1400 - www.vilacobe.com.br
Pousada Vila de Taipa - Povoado Bitingui, s/n - Praia de Bitinguí - Japaratinga - Telefone: (82)
3297-1400 – www.viladetaipa.com.br
Hotel Bitingui - Povoado Bitingui, s/n - Praia de Bitinguí - Japaratinga - Telefone: (82) 3297-
1400 - www.bitinguipraiahotel.com

30 Maceió | | 2018
30 | | Maceió 2018
MARAGOGI
“É Maragogi/ Peroba, São Bento e Barra Grande /Estrela-do-mar, que brilha no norte de
Alagoas”. Como a música do cantor e compositor Eliezer Setton, siga em direção ao litoral
Norte, ao município de Maragogi, segundo destino turístico de Alagoas. Seu cartão postal são
as Galés de Maragogi (piscinas naturais), porém tem outras vertentes do turismo rural, resorts,
e claro, a gastronomia, com o Festival da Lagosta e as broinhas de Maragogi, doce sabor dessa
cidade litorânea.

Passeios

Galés de Maragogi - O maior tesouro ecológico da Costa dos Corais são os arrecifes de
coral, com flora e fauna riquíssimas que, na maré baixa, formam belas piscinas naturais. Essas
formações coralinas integram a Área de Preservação Ambiental Costa dos Corais, que se es-
tende de Paripueira, em Alagoas, até Tamandaré, em Pernambuco. As mais célebre são as Ga-
lés de Maragogi e neste município aainda tem as piscinas de Taocas, Barra Grande (ao norte)
e Ponta de Mangue, convite para celebrar a natureza.
Dica: Nas piscinas naturais de Maragogi aproveite para mergulhar e conhecer a vida marí-
tima, mas lembre-se: não tire corais, não alimente os peixes, a natureza agradece. Duração do
passeio: 2 horas, em média.

Maceió | | 2018
Maceió 2018 | | 31
31
O passeio pode ser contratado nas pousadas, hotéis, restaurantes e agências receptivas
Costazul Turismo - Av. Cândido Portinari, 370 - Carvão, Maragogi/Telefone: (82) 3296-2087.
www.costazulturismo.com.br.
Tropicana Turismo - R. José Machado Filho, 36 - Telefone: (82) 3296-1555/ www.receptivo.
tropicanaturismo.com.br
Agência Receptivo Corais do Maragogi - Av. Sen. Rui Palmeira, 828 – Centro/ Telefone: (82)
3296-2022/ www.coraisdomaragogitur.com
Brasileiro Turismo e Viagens – Galeria dos Cabanos – Praça dos Cabanos/ Telefone: (81)
98851.3513
Trilha do Visgueiro - É a mais famosa de Maragogi e tem duração de quatro horas. A cami-
nhada começa na área rural, no assentamento Água Fria. O nome da trilha é uma referência à
árvore de nome Visgueiro, com mais de 22 metros de altura, e estimados 500 anos de vida. Suas
raízes são uma fortaleza. Um lugar sagrado para se fotografar e guardar na memória.
Filé da bananeira – Depois da Trilha do Visgueiro, os visitantes conhecerão a Associação das
Mulheres de Fibra, formada por mulheres do campo que também trabalham a fibra do caule
da bananeira para bordar o tradicional bordado de filé das Alagoas. Da arte dessas agricultoras
nasce um artesanato utilitário e decorativo: carteiras, bolsas de praia, descanso de mesas e mui-
tos bordados de fibra que viram quadro nas paredes de hotéis e residências.
Dica: O filé alagoano é um bordado de linhas coloridas feito na tela, que lembra a rede de
pescar da região das lagunas do estado. Na cidade de Maragogi, ao invés da linha de algodão
essas criativas tecedoras usam a fibra da bananeira.
Trilha com poucos obstáculos. Duração de 2h/ Assentamento Água Fria, Rio Formoso Te-
lefone: 82 99113.8299
Missa de São Bento - O dia 11 de cada mês é dia de fé, dia de procissão (começa às 5h00) até
as ruínas do antigo Mosteiro de São Bento, localizadas no alto da colina. Depois da procissão é
realizada uma missa a céu aberto, com café da manhã feito pela comunidade. O local tem uma
bela vista do mar e também é visitado por quem faz passeio de bugre pela cidade de Maragogi.
Ruínas do Mosteiro de São Bento, R. Vereador Eraldo Vasconcelos – Povoado de São Bento

Olha o trem! - Uma réplica de uma Maria Fumaça, de 1928, é o mais novo meio para se
conhecer um pouco da cultura, da história, do patrimônio natural, e da culinária da cidade de
Maragogi. Com saídas dos hotéis, o roteiro permite aos turistas a oportunidade de caminhar
pela cidade, visitar lojas de artesanato e saborear tapiocas, água de coco e sucos nesse trajeto.
Saídas as 15h30 do Grand Oca Maragogi/ 16h30 do Salinas de Maragogi/ Nos dias de segunda,
quarta e sexta/ Duração: 2 horas/ Telefone: (81) 98851.3513. Tempo do passeio: 2 horas.

Bichos

Zoológico Zoo Pet Silvestre- É uma ótima opção para estar conectado com a fauna e apreciar
sua diversidade, proporcionando um vínculo inesquecível com a natureza. Durante o circuito
de visitação é possível interagir com mais de trinta espécies silvestres, como: corujas, araras,
tucanos, macacos e répteis. Zoológico Pet Silvestre: Aberto de terça a domingo/ das 9h às 16h/
AL-101, 51 – Peroba, Maragogi/ Telefone: +55 (82) 98181-1008/ www.petsilvestre.com

32 | | Maceió
32 Maceió | | 2018
2018
A lagosta é o crustáceo mais cobiçado, tanto que no mês de setembro, Maragogi é palco do
Festival da Lagosta, com oficinas gastronômicas, shows, tudo para homenagear essa iguaria do
mar que vira sopa, espetinho, pastel, risoto, macarronada... Impossível resistir.

Dica da Nide

Bolinhos de Goma - Logo no primeiro povoado de Maragogi, São Bento, as barraquinhas


de bolinhos de goma, conhecidos como broas e sequilhos, produzidos em pequenas fábricas e
nas casas dos moradores, despertam a gula dos turistas. Os tradicionais bolinhos de goma em
formato de concha são os mais requisitados. A fábrica da Tia Marlene (quituteira mais tradi-
cional do povoado) é aberta à visitação, com direito a degustação e cafezinho. Rua. Edvaldo M
Monteiro, 462-614, Povoado de São Bento/ Telefone: (82) 98851-1949.

Restaurantes

Natural - Comida vegetariana, vegana, meditação e yoga têm endereço no Ecohar Yoga, na
praia de Maragogi. O conceito do espaço é de convivência, harmonia e respeito. O restaurante
com comida natural é aberto ao público a partir de reserva. Endereço: Av. Sen. Rui Palmeira,
359, Maragogi / Telefone: (81) 99974-5976/ www.ecoharyoga.com.br
Contemporâneo: Praiagogi Boutique Pousada, na Praia do Camacho, indicado para casais
de apaixonados, abriga o restaurante Tuyn (Jardim) Gastronomique, do chef holandês, San-
drijn Van Hoof. A cozinha é autoral com evidência para os frutos do mar, como os camarões
grelhados ao molho de frutas vermelhas (morangos, açaí, amoras e acerola), com purê de
macaxeira e ervas. Aberto ao público com reservas/ Pousada para dois.
Praiagogi Boutique Pousada: Rodovia AL-101 Norte, 124 - Praia de Camacho, Maragogi -
Telefone: (82) 3296-1206/ www.praiagogi.com.
Mar - No restaurante Maragarço, a dica é a peixada à moda da casa. Colorida com toma-
tes, ovos, batata, chuchu, coentro, cenoura, cebola, lagosta, camarão, polvo, posta de peixe
e pimentas verdes de cheiro, que exalam aroma
aprazível. Todos os itens são mergulhados no
caldo de peixe com coco. Para escoltar os frutos
do mar, pirão no leite de coco natural e arroz
branco. Endereço: Av. Sen. Rui Palmeira, 1001,
Praia de Maragogi / Telefone: (82) 3296-2041
Terra - Na Peixada da Nalva, a galinha ao
molho pardo, tradição nordestina e alagoana, é
para compartilhar com a família. A ave é cozida
nos temperos e, por último, o sangue batido; a
galinha chega macia à mesa. Para acompanhar,
feijão caseiro, arroz e salada. E tem mais: no car-
dápio, a porção é para duas pessoas, mas dá para
três comerem bem. Aposte também na lagosta
na manteiga.
Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 33
33
Sítio Peroba – Rodovia AL-101/Norte, Maragogi. Telefone: 3296-8130/ Funciona todos os
dias, das 7 horas (com café da manhã) às 17 horas
Praia - O restaurante Burgalhau, na praia do mesmo nome, prima pela boa gastronomia dos
frutos do mar. Um dos destaques da casa é a mariscada ao leite de coco natural. Detalhe: a praia
do Burgalhau é uma das mais bonita e Maragogi.
Sítio Burgalhau, Praia de Maragogi / Telefone: (82) 99114-9402
Cores - Na bela praia de Barra Grande, o Meraki Beach é restaurante descolado, com opções
deliciosas de petisco e almoço. Na casa, drinques coloridos e refrescantes fazem a festa no verão
de Maragogi. O cantinho charmoso tem muito conforto, até com direito a redes na praia.
Rua da Praia, 616 – Barra Grande – Maragogi/ Telefone: (82) 3296 6103

Hospedagem

O Salinas de Maragogi, o primeiro resort da cidade, tem tradição na hotelaria alagoana. Inte-
grado à natureza, oferece os melhores equipamentos de lazer, como arvorismo, arco e flecha,
aula de mergulho, passeios de caiaque... Além de SPA de embelezamento e bem-estar é destino
das famílias com o sistema de all inclusive (refeições incluídas na diária). Rodovia AL 101 Norte,
Km 124/ Telefone: (82) 3296 3000 / www.salinas.com.br.

34 Maceió | | 2018
34 | | Maceió 2018
Camurim Grande é uma pousada do Roteiro de Charme, que no passado foi também a
moradia do casal Marcelo Lacerda e Cristiana Freire (Kiti). Apenas 5% do terreno de cinco
hectares foi ocupado para construção da Pousada. No restante da área reinam um coqueiral,
pés de manga e de caju, manguezais: área verde que é berço da biodiversidade, a vida. Com os
bangalôs cercado de charme, a pousada é um convite para lua de mel. Rodovia AL 101 Norte,
Maragogi / Telefone: (82) 3296-2044/ www.camurimgrande.com.br
Fazenda Marrecas Eco Hotel, do Grupo Salinas, com seu casarão colonial, guarda histórias
do antigo engenho de açúcar e agora é um convite para encontrar os amigos, a família, realizar
festas, casamentos, batizados e viver experiências do mundo rural, que encantam a todos, sobre-
tudo as crianças. Além de cavalgar e andar de charrete, há duas trilhas denominadas de Bromé-
lias e Gameleiro. Já o alambique, é uma viagem pela história da cachaça, batizada de Maragogi.
Zona Rural, Maragogi /Telefone: (82) 3666-1600/ www.marrecas.com.br
Grand Oca Maragogi Beach -AL 101 Norte, S/N - Ponta de Mangue/Telefone: (82) 3296
1616/ www.grandocamaragogiresort.com
Pousada Rangai - Rodovia Arabaiana, 2426 - Praia de Antunes/ Telefone: (82) 3296-9188/
3296-9235/ 98810-2303/ www.rangaipousada.com
Hotel Areias Belas - Av. Beira Mar, n° 59 – Centro/ Telefone: (82) 3296 1616/ www.hotela-
reiasbelas.com.br.
Praia Dourada Maragogi Park/ Rodovia AL 101 - Norte, km 130 / (81) 3296 6161 / www.
hotelpraiadourada.com.br
Pousada Barra Velha - Rodovia AL-101 Norte, s/n Praia de Peroba, Maragogi - Telefone: (82)
3296-8105/ www.pousadabarravelha.com.br
Pousada Mariluz: Av. Sen. Rui Palmeira, 885 - Centro, Maragogi/ Telefone: (82) 99630-9883/
http://www.pousadamariluz.com.br/
Pousada Jangadeiros - Rua Senador Rui Palmeira, s/n, Centro - Beira Mar – Maragogi/ Tele-
fone: (82) 3026-4040/ www.pousadadosjangadeiros.com.br
Pousada Tartaruga - Av. Sen. Rui Palmeira, 1021, Maragogi - Telefone: (82) 99953-8584/
www.pousadatartaruga.com

Maceió | | 2018
Maceió 2018 | | 35
35
CONHECER
CÁRMEN LÚCIA DANTAS

Roteiro Cultural

Igreja de Nossa Senhora da Apresentação (Porto Calvo)

A partir de Paripueira, com a Igreja de São Amaro, vale observar os exemplares de ar-
quitetura do século XIX e início do XX que ainda pontuam o roteiro. Alguns se reportam
ao ciclo dos engenhos, enquanto outros trazem a simplicidade das construções brasileiras
de comunidades de pescadores. Ao longo da praia o artesanato se divide entre homens e
mulheres na utilização da palha, da madeira e das conchas do mar. À margem da estrada
aparecem as oficinas do mobiliário de tronco de coqueiro. Dos folguedos tradicionais, os
grupos de Caboclinhos e de Cambindas são os mais apreciados pelos nativos. Caboclinhos
- aborda a vida dos caboclos, a relação com a terra, as lutas, os poderes do pajé e a valentia
dos nativos. As figuras principais são: mestra e contramestra, rei e rainha, pajé e cacique,
embaixadores e vassalos. Cambindas – sua origem se reporta às celebrações em honra ao
rei do Congo. O nome vem de uma região homônima de Angola.

36 | Maceió | 2018
Pela riqueza cultural e ecológica, a região está entre os principais pontos turísticos do
Nordeste.

Passo de Camaragibe - Filho Ilustre - Aurélio Buarque de Holanda, dicionarista mais


famoso da língua portuguesa. Nasceu em 1910 na rua 13 de Maio, nº 25 e morreu no Rio
de Janeiro, em 1989.

Porto de Pedras com a Igreja de N. S. da Piedade, que traz na fachada a data 1850.
Curiosidade – no interior, destaca-se a figura de um dragão, em torno do qual giram
muitas histórias. A cauda do animal aparece também como elemento decorativo no altar
e arco cruzeiro. Diz a tradição que se trata da reprodução de um enorme monstro vindo
do mar e contido por N. S. da Piedade que, do altar, continua domando a serpente san-
guinária. Daí a imagem não sair do altar nem para procissões. Ainda no centro da cidade
a antiga Cadeia Pública do século XIX. O povoado de Tatuamunha preserva a Igrejinha
de São Gonçalo do Amarante e casarões do século XIX em seu entorno.

Maragogi - Mosteiro de São Bento – No alto da colina, no povoado de São Bento,


está a ruína de um mosteiro beneditino, provavelmente do século XVIII, tendo anexo
um cemitério. Como não existem dados precisos sobre o monumento, circulam muitas
lendas em torno da vida dos monges e dos mal assombros da ruína. Os mais ganancio-
sos apostam que joias preciosas provenientes de pagamentos de promessas ainda estão
soterradas nos escombros do mosteiro.

Porto Calvo - Igreja de N. S. da


Apresentação - das mais antigas
do estado, se destaca no alto da
colina onde o povoado começou.
Traz em seu frontispício a data
1610. Foi tombada pelo Iphan
em 1955. Forte Bass, descoberto
pelo arqueólogo Marcos Albu-
querque, na Ilha do Guedes, está
sendo escavado com participação
do Iphan e será o primeiro forte
holandês a ser conhecido em ter-
ritório alagoano. O Memorial Cal-
abar, o Espaço Cultural Guedes
de Miranda e a Casa de Cultura
são pontos a serem visitados.

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 37
37
HISTÓRIA
DOUGLAS APRATTO TENÓRIO

Alagoas Boreal
Alagoas Boreal, Alagoas do Norte, Litoral Norte, vasta é a região que se estende de Ma-
ragogy, a capital da formosa” costa dos corais” até Paripueira, a “terra das águas mansas”,
de nominação de seus antigos habitantes indígenas com seus tabuleiros costeiros e planícies
litorâneas plenos de história, de monumentos e participação na trajetória de Alagoas desde
o início de sua colonização. Nomes eufônicos de sua toponímia como Japaratinga denun-
ciam a forte presença dos nossos antepassados indígenas. Ali situava-se as famosas Matas
do Tombo Real e nela abrigaram-se os Cabanos, “os guerrilheiros do Imperador”, os Papa
Méis, os quilombolas que iam até os confins do Rio Una, marco divisório entre a terra das
Lagoas e a Capitania de Pernambuco, nela foi construída Porto Calvo, praça fortificada
que mirava o acesso à região onde começou o ciclo alagoano da cana de açúcar, com os
engenhos Escurial e Buenos Aires. Nela aconteceu a maior batalha da América onde pe-
lejaram tropas de índios, negros, portugueses, holandeses espanhóis nas proximidades do
rio Manguaba, Mata Redonda. Episódios trágicos como a morte do Cacique Hipólito que
desencadeou uma guerra sem quartel. Ou um ciclo preliminar do cangaceirismo. Ali ante-
cipou-se o processo de independência do Brasil com a Junta Governativa de Porto Calvo.

Nela nasceram figuras de expressão como Pontes de Miranda, Aurélio Buarque de Ho-
landa (foto) Dirceu Lindoso, Newton Sucupira, o clã dos Góis Monteiro, terra de lideranças
fortes e de muitos governantes como Batista Acioli, Fernandes Lima, Silvestre Péricles, Is-
mar de Góis, Osman Loureiro, Divaldo Suruagy, Lamenha Filho e o maior nome de todos,
o polêmico Domingos Fernandes Calabar. Suas igrejas, seus engenhos, seus monumentos,
sua geografia, estão cheios de fatos históricos de relevo nacional. A paisagem azul em
excesso de suas praias paradisíacas é igualmente o lugar das utopias armadas, dos desbra-
vadores como Cristovão Lins, da terra garanhona do massapê de seus banguês, onde casas
grandes como as dos engenhos Marrecas, Jenipapo, Cabeça de Porco, Bela Vista, José do
Patrocínio, Junco e Coronha assistiram momentos especiais da nossa nacionalidade. Alago-
as Boreal merece ser visitada e revisitada.

38 | | Maceió
38 Maceió | | 2018
2018
ECONOMIA
CÍCERO PÉRICLES DE CARVALHO

Canaviais, coqueirais e o charme do litoral

O litoral norte de Alagoas, conhecido pelo seu passado econômico de muitos engenhos de
açúcar e, na atualidade, por ser o principal polo turístico do estado fora da capital, é um trecho
que percorre 130 km de praias desde Maceió até Maragogi, em paralelo a trechos intercalados
da Mata Atlântica e de canaviais. Essa região, composta por dez localidades, foi o cenário da
introdução da cana-de-açúcar que, em 1590, já registrava cinco engenhos nas proximidades de
Porto Calvo; desde aí, foram ocupando o centro e o sul de Alagoas. Esse conjunto de engenhos
foi, também, o espaço pioneiro da criação dos animais trazidos pelos portugueses e o primeiro
vetor de expansão da pecuária, até Penedo cumprir um papel semelhante no São Francisco e
no Sertão.
Os municípios do Litoral (e da Mata Alagoana) que formam a parte do Norte do Estado
têm algumas características econômicas comuns: um belo litoral onde predomina a pesca ar-
tesanal, os coqueirais que desenham a paisagem tropical das suas praias, os canaviais que sus-
tentam a produção de quatro usinas instaladas na região, uma agricultura que convive e disputa
com a pecuária extensiva os espaços rurais, e um setor de comércio e serviços composto pelas
pequenas empresas instaladas nos povoados e pequenas cidades. Nas duas últimas décadas, as
praias do litoral Norte atraíram investimentos nos segmentos hoteleiro e gastronômico, cons-
truindo um destino do turismo nacional, uma área em permanente expansão com forte presen-
ça da construção civil.

Maceió | 2018 | 39
Praia de Carro Quebrado, Litoral Norte

A economia do litoral: pesca e coqueirais

A economia do litoral se desenvolve com suas atividades tradicionais: a pesca artesanal e as


plantações dos coqueirais, que desenham toda a paisagem da faixa praieira do Norte de Alagoas.
A pesca da agulha, carapeba, cavala, dourado, sardinha, tainha, vermelho e xaréu, além do cama-
rão e lagosta, voltada para abastecer o mercado local, foi dinamizada pela presença do turismo,
com venda para outros mercados, como Maceió e Recife. Os imensos coqueirais produzem
para o abastecimento das feiras populares, para algumas pequenas indústrias locais, assim como
para empresas localizadas em Maceió ou fora do Estado.

Os canaviais
Os canaviais da região destinam sua produção a quatro usinas localizadas no Norte de Ala-
goas: Santa Maria, Taquara, Camaragibe e Santo Antônio. Desde os anos 1990, em decorrência
das dificuldades do setor sucroalcooleiro, como a perda de competitividade de suas empresas,
a região vem conhecendo alterações. A cana-de-açúcar diminui regularmente sua área plantada,
abrindo espaços para os pastos de uma pecuária extensiva e para uma agricultura familiar diver-
sificada. Por ser o local mais antigo dessa atividade, tanto se pode visitar ruínas de engenhos do
século XVI, ao lado de alguns banguês do século XIX, em bom estado de conservação, como
conhecer estruturas de usinas de açúcar desativadas próximas de modernas unidades industriais
em plena atividade.

40 | | Maceió
40 Maceió | | 2018
2018
A pecuária
Os amplos espaços de pastos na pecuária refletem a histórica presença da criação de bo-
vinos na região. É crescente a criação no Norte de Alagoas, aproveitando o recuo da cana. A
produção de leite é destinada às fábricas de queijo e aos pequenos laticínios existentes na região,
e a produção da carne abastece tanto a demanda local como o mercado urbano de Alagoas.
Uma novidade é a criação de búfalos em São Luís do Quitunde, com milhares de animais que
chamam a atenção por sua presença diferenciada e pelos produtos industrializados do seu leite.

Uma nova agricultura


A paisagem rural da região Norte está sendo modificada na área em que a cana recuou.
Surge uma moderna agricultura, diversificada, plantando novas culturas, fruticultura principal-
mente, como o maracujá, laranja ou banana; dividindo espaços com antigas plantações de coco
e caju, ao lado das tradicionais atividades, como a roça de mandioca, milho, feijão e batata, pra-
ticadas nos pequenos estabelecimentos e nos assentamentos da reforma agrária, voltadas para
o abastecimento local.

O turismo
O litoral Norte é o segundo polo turístico de Alagas, depois de Maceió, aproveitando a
chamada “Rota Ecológica”, onde estão localizados muitos hotéis e pousadas, predominantes
no espaço litorâneo. As “pousadas de charme” dão o traço particular de um setor que passou
a receber turistas durante todo o ano. O turismo é o segmento que tanto atrai os investimentos
do moderno setor imobiliário, pela valorização intensa dos terrenos próximos das praias, como
dinamiza atividades tradicionais como o artesanato e a culinária regional.

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 41
41
Penedo – Cidade Patrimônio Histórico Nacional
O nome Penedo originou-se do grande rochedo que se debruça sobre o Rio São Francisco.
Representada na metade do Brasão de Armas de Alagoas, Penedo é uma das principais cidades
históricas do Brasil e foi elevada à condição de Vila em 1636, recebendo o título de “Mui Nobre
e Sempre Leal”
Em 1637, Maurício de Nassau invade Penedo, mas não tardou a surgir o movimento revo-
lucionário e os invasores holandeses foram expulsos em 1645 na Batalha da Openeda. No final
século XIX foi elevada à categoria de cidade.
Os prédios que serviram de base sólida ao primeiro povoamento, ainda Capitania de Per-
nambuco, são os mesmos sustentáculos que resistem há quase cinco séculos de história dos
caetés, portugueses, franceses, holandeses, malês, franciscanos, pescadores, poetas, pintores e
escultores.
Penedo vem se preparando para despertar todo o seu potencial para o turismo cultural,
religioso, de negócios e de eventos. Com o PAC Cidades Históricas, o patrimônio arquitetônico
e cultural vem sendo revitalizado com obras como a restauração do magnífico Theatro 7 de Se-
tembro e a requalificação do antigo Largo de São Gonçalo, a construção de uma Marina Pública
e Criação da Escola Náutica, além do Centro de Convenções e Eventos no antigo e lendário
Cine São Francisco, palco dos antigos Festivais de Cinema.

Marcius Beltrão – Prefeito de Penedo

42 | | Maceió
42 Maceió | | 2018
2018
GEOGRAFIA
ALEX NAZÁRIO

CAMINHOS DO
São Francisco

Caracterização Geográfica e Ambiental

Municípios: Piaçabuçu, Penedo, Igreja Nova, Porto Real do Colégio, São Brás, Traipu, Belo Monte, Pão de
Açúcar e Piranhas

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 43
43
Piaçabuçu, viagem à foz do Rio São Francisco

O roteiro Caminhos do São Francisco se situa no extremo Sul de Alagoas. Partindo de


Maceió:
O primeiro acesso é recomendado para quem desembarcou no Aeroporto Zumbi dos Pal-
mares ou reside na parte alta da cidade de Maceió e quer evitar o trânsito da capital. Consiste em
tomar a rodovia BR 316 no sentido da cidade de Satuba e Pilar e seguir até o trevo que dá acesso
ao Polo Cloroquímico de Alagoas (aproximadamente 12 km), então segue pela rodovia BR 424.
O visitante deve percorrer essa rodovia até o litoral, num percurso de 15 km até seu encontro
com a AL 101 Sul no trevo de encontro com as duas rodovias. Daí seguir por esta rodovia até a
cidade de Piaçabuçu, num percurso de aproximadamente 115 km em média.
O segundo acesso parte do centro pela área litorânea da capital Maceió e segue pelo litoral,
a partir da rodovia AL 101 sul, sentido sul, até a cidade de Piaçabuçu, com aproximadamente
125 km entre suas áreas urbanas.
Os aspectos do roteiro entre Maceió e Piaçabuçu são tratados mais especificamente no
Roteiro “Litoral Sul de Alagoas”.
Em terras do município de Piaçabuçu, o visitante pode constatar uma paisagem muito di-
versificada e especial de Alagoas. Areias de várias cores e texturas são o solo do município,
produto de antigas interferências do mar que avançou o continente por vários quilômetros há
milhares de anos atrás e depositou seu material arenoso aqui. Nessa extensa planície costeira,
formando fantásticos campos de dunas e os cordões arenosos que constituem ondulações no
terreno e por muitas vezes aflorando lençóis d’água. A área urbana de Piaçabuçu está às mar-
gens do Rio São Francisco, com a beira do São Francisco colorida por dezenas de embarcações
de pesca e de transporte para os turistas até a foz do rio, uma das mais belas paisagens do estado
de Alagoas. No trajeto da embarcação, o visitante pode contemplar as margens com vegetação
nativa em contraste os grandes coqueirais introduzidos na região. Muitas vezes confundindo as
ilhas fluviais com a margem alagoana do rio. O destino final é a “prainha”, localizada no encon-
tro do Rio São Francisco com o mar, onde é possível ver o antigo Farol do Cabeço, engolido
pelo avanço do mar que gradativamente adentra no rio devido a diminuição da vazão das suas
águas, controladas pelas barragens no seu curso.

44 | Maceió | 2018
A região das Dunas da Foz do São Francisco está inserida na Área de Proteção Ambiental
(APA) de Piaçabuçu, uma Unidade de Conservação Federal criada em 21 de junho de 1983,
com o objetivo de assegurar a proteção das tartarugas, aves praieiras e as dunas ali existentes.
Trata-se da mais antiga área protegida federal de Alagoas e cobre uma área de 9.106 hectares,
segundo dados do IMA.
Saindo da área urbana de Piaçabuçu, tomando a AL 225 em direção a cidade de Penedo,
em aproximadamente 12 km, chegamos as pontes que delimitam a divisa entre os municípios
de Piaçabuçu e Penedo. Aqui atravessa o Rio Marituba, que forma a várzea do Marituba, uma
importante e singular área alagada que cobre uma extensão aproximada de 10.000 hectares,
conhecida no estado como “O Pantanal Alagoano”. O acesso a essa belíssima área se dá pela
estrada carroçável logo após a mencionada ponte da divisa, à direita (sentido Piaçabuçu - Pene-
do), passando pelos povoados de Capela, Marcação, Murici, chegando ao povoado de Marituba
do Peixe, distante aproximadamente 13km da AL 225. Aqui, é possível vislumbrar um cenário
de rara beleza natural, onde a natureza forma um cartão postal único, cheio de vida.
Formada por terras dos municípios de Feliz Deserto, Piaçabuçu e Penedo, contendo ecos-
sistemas frágeis e ameaçados do sul do estado, a Área de Proteção Ambiental da Marituba do
Peixe abrange os cordões arenosos e a grande várzea do Marituba. A APA foi criada em 1988
com o objetivo de preservar as características ambientais e naturais, visando garantir a produ-
tividade pesqueira, a diversidade da fauna e flora, bem como assegurar o equilíbrio ambiental e
socioeconômico da região. Possui uma área de 18.600 hectares e detém elevado potencial para
o turismo ecológico, rural e de aventura.
Seguindo a AL 225, chegamos a cidade de Penedo, um dos primeiros núcleos de povoamen-
to da antiga capitania de Pernambuco, na região onde hoje é o sul do estado de Alagoas. Penedo
ainda possui possui muitos fragmentos de vegetação nativa da Mata Atlântica preservados entre
os seus extensos canaviais, principalmente nas terras das Usinas que ali alavancaram a econo-
mia da região por muitos anos. Possui vários rios e riachos importantes na região, tais como o
Marituba, Piauí, Perucaba e Boacica, todos desaguando no Velho Chico, sendo utilizados larga-
mente para a irrigação de culturas, especialmente a cana.
Saindo da cidade da Penedo, via rodovia AL 110/ AL 225, chegaremos a cidade de Igreja
Nova. Aqui, a geografia é marcada pelas extensas planícies aluviais formadas pelo São Francisco
e seus tributários que nas terras baixas, tornaram o solo alagadiço, formando canais e lagoas.
Esse cenário foi amplamente aproveitado para a produção do arroz. Existem rotas de estradas
carroçáveis por propriedades as margens do São Francisco para quem deseja um roteiro alter-
nativo e ligado a natureza.
Partindo da área urbana de Igreja Nova pela AL 225 até a sua confluência com a BR 101 e,
após isto, seguindo em direção sul, o visitante chegará a cidade de Porto Real do Colégio. Neste
município, é possível que o visitante comece a verificar a mudança da paisagem que por vezes
apresenta morros e elevações de terras úmidas ao seu redor e uma vegetação típica de ambi-
entes secos, como os cactos. Aqui as diferenciações entre os Biomas Caatinga e Mata Atlântica
começam a mesclar e marcar a paisagem sul do estado.
A partir da cidade de Porto Real do Colégio é possível seguir pela rodovia AL 115/ AL 225
até a cidade de São Brás, num percurso de aproximadamente 10 km.

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 45
45
Da cidade de São Brás, existem duas opções de trajeto até Traipu:
O primeiro segue a AL 115 em direção norte, passando pelos municípios de Olho D’Água
Grande, Campo Grande e Girau do Ponciano. A partir do trevo, seguir em direção oeste, pela
AL 187 até a cidade de Traipu por uma estrada marcada pela presença de altas serras e curvas
sinuosas, com destaque para a Serra das Priacas, Manões e Mumbaça, próximas a cidade de
Traipu.
O segundo parte da cidade de São Brás, pela rodovia planejada (AL 225) sentido noroeste
até Traipu não pavimentada. Este seria o caminho mais curto e de maior possibilidade de vis-
lumbrar as belezas naturais da região além de passar por vários pequenos povoados ribeirinhos,
valendo várias fotos com o São Francisco ao fundo.
A continuidade da rodovia AL 225 é um audacioso e necessário projeto que vislumbra o
atendimento da população e possui forte potencial de incremento turístico e econômico para
a região são franciscana. Além de encurtar acessos, irá proporcionar um passeio de rara beleza
com vários trechos próximos ao São Francisco.

Paisagem da reserva que inclui as Dunas de Marapé

É importante ressaltar que a rodovia AL 225 ainda encontra-se em fase de planejamento se-
gundo informações obtidas da base cartográfica do Departamento Nacional de Infraestrutura
de Transportes (DNIT). Recomenda-se então ao visitante que as rotas que envolvem o trajeto
entre São Brás até Piranhas, seja tomado o caminho que compreende as estradas pavimentadas.
Este mais longo, entretanto mais seguro.
O município de Traipu é um dos maiores municípios alagoanos que margeiam o São Fran-
cisco. Aqui o Bioma Caatinga é dominante e a presença de sua paisagem característica é marcan-
te. São várias as serras e morros que tiram a monotonia plana da paisagem, cortada por diversos
rios temporários pois, estes só levam as águas na época das chuvas e durante curto período do
ano. Além das já citadas Serra das Priacas, Manões e Mumbaça, a mais imponente é conhecida
como Serra da Mão, que se localiza no extremo norte do município, quase divisa com os muni-

46 | Maceió | 2018
cípios de Jaramataia, Batalha e Girau do Ponciano. A Serra da Mão tem esse nome porque possui
algumas rochas na margem do rio Traipu, contendo figuras rupestres em forma de mãos. Além
dessa particularidade, a importância ambiental é alta, visto que a serra abriga áreas com caracte-
rísticas de Mata Atlântica, devido a fatores bioclimáticos, sendo considerados refúgios ecológicos
e fornecendo água em bicas localizadas na sua base o ano inteiro. O acesso a Serra é feito pela
AL 120, que liga Jaramataia a Traipu, ainda não pavimentado.
A partir de Traipu, o visitante poderá seguir via estradas carroçáveis até a cidade de Belo
Monte, passando por propriedades, em uma região muito acidentada e declivosa (no que reco-
mendamos veículos off road) ou seguir pela AL 120 (ainda planejada e parcialmente pavimen-
tada), com destino a Jaramaraia, acessar a AL 220 até o trevo da cidade de Batalha e seguir em
direção sudoeste pela AL 125 (não pavimentada) até a cidade de Belo Monte.
A rota mais utilizada consiste em sair da cidade de Traipu pela AL 187 com destino a cidade
de Girau do Ponciano (aproximadamente 29km) e acessar a AL 115 no trevo, sentido a cidade de
Arapiraca (distante 26km). A partir de Arapiraca, acessar a AL 220 até a cidade de Batalha num
percurso de 57km. De Batalha, tomar a AL 125 não asfaltada, sentido sul, para a cidade de Belo
Monte, num percurso de aproximadamente 28km.
A próxima cidade do roteiro é Belo Monte, que se localiza em áreas bastante movimentadas
do relevo da região. Aqui é possível verificar em muitas áreas nativas a pressão da ocupação do
homem sobre elas. O Rio Ipanema corta o município de norte a sul, passando pela Serra das
Porteiras, que diferente do sentido do rio, corta de leste a oeste, formando uma abertura abrupta
na elevação rochosa de rara beleza e merecedora de visitação, com aproximadamente 260m.
Da cidade de Belo Monte, existem duas opções de trajeto até Pão de Açúcar, o visitante
poderá seguir pela estrada não pavimentada (rodovia planejada AL 225) margeando o Rio, num
percurso de aproximadamente 24 km ou retornar da cidade de Belo Monte, pela AL 125 até
Batalha. Tomar a AL 220 no sentido da cidade de Olho D’Água das Flores e no trevo de acesso
a Pão de Açúcar, tomar a AL 130 no sentido Sul por aproximadamente 27km.
A próxima cidade da Rota é Pão de Açúcar, considerada uma das cidades mais quentes do
estado, onde já foram registradas temperaturas acima dos 40° durante o verão, um convite para
um mergulho no São Francisco. Aqui é possível verificar grandes bancos de areia nas margens
do Rio São Francisco, onde a população utiliza tal espaço para lazer e recreação com vista para
seu Cristo Redentor em menor escala, símbolo da cidade. O relevo do município é marcado pela
presença de várias serras e macicos cristalinos, com destaque para a Serra do Meiruz que pode ser
vista ao longe dos vários pontos do município. A área ainda detém boa cobertura vegetal nativa
e segundo estudos, tem grande potencial para preservação ambiental. Distando cerca de 18km
da área urbana, seguindo pela estrada não pavimentada, sentido oeste, o visitante chegará ao po-
voado da Ilha do Ferro, incrustado às margens do São Francisco, onde a tradição do artesanato
em madeira e tecido encanta a todos. É uma visita obrigatória a quem se aventura pelas belas
trilhas da caatinga de Pão de Açúcar, passando por leitos secos dos rios temporários. E, para
um completo roteiro ambiental, uma visita a Reserva Particular do Patrimônio Natural Mato da
Onça, localizada próximo ao povoado de mesmo nome, onde o Velho Chico margeia uma área
destinada a preservação do meio ambiente do semiarido.

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 47
47
É interessante destacar que o visitante pode realizar a visita aos povoados da Ilha do Ferro
e Mato da Onça via fluvial, saindo da cidade de Pão de Açúcar. Um trecho de beleza singular,
com as margens do Velho Chico banhando a Caatinga.
Da cidade de Pão de Açúcar até Piranhas, temos uma distância de aproximadamente 45km,
caso o visitante prossiga por estradas e trilhas não pavimentadas que dão acesso ao povoado
de Entremontes que requer um veículo robusto off road. A opção mais utilizada é retornando
via AL 130 ao trevo de acesso a AL 220, e seguindo em direção ao trevo de Olho D’Água do
Casado por 58km aproximadamente. Daí, seguir a AL 225 (pavimentada, sentido sul) por 15km
até a cidade de Piranhas.

As turbinas da Hidrelétrica de Xingó podem ser visitadas

Caso o visitante decida seguir pela estrada não pavimentada, o trajeto é bem rústico, passan-
do pela vegetação de caatinga e trechos de pastagens de pequenas propriedades. Na divisa dos
municípios de Pão de Açúcar e Piranhas, está o grande vale do Rio Capiá, que surpreende pela
sua beleza. Altas encostas e o povoado de Entremontes na desembocadura do citado rio. Des-
se ponto até a cidade de Piranhas, existem vários recortes da drenagem que formam vales de
profundidades variadas, dificultando o acesso próximo ao rio, que se elevam de forma abrupta,
além da existência de vários morros testemunhos e serras. Chegando em Piranhas via AL 225
pavimentada, o visitante pode contemplar um dos mais belos visuais do estado, onde a cidade
antiga de Piranhas se mostra encravada nas rochas cristalinas às margens do São Francisco,
moldando suas curvas entre as ladeiras e encostas que seguem até a margem esquerda do rio,
formando a conhecida “prainha”, onde moradores e turistas podem se refrescar no São Fran-
cisco. Aqui é possível visitar o Parque Municipal da Pedra do Sino, criado em 2009 com uma
área de 21,7 hectares e vislumbrar a vegetação da caatinga preservada por uma trilha de baixa
dificuldade. Outra visita obrigatória é a Hidrelétrica de Xingó, construída nos anos 90. Nas
paredes dos graníticas dos cânions do São Francisco, com estrutura de até 140m, responsável
hoje pela geração de 3.162.000 kW de potência instalada.

48 | Maceió | 2018
VIVER BEM
NIDE LINS

PENEDO
Penedo é uma cidade para jogar a âncora e se apaixonar. Caminhar pelas ruas de pedras,
visitar as igrejas barrocas, os museus do Paço Imperial, Memorial Raimundo Marinho e a
Casa de Penedo. Conhecer a feirinha do município, com suas tradições, saborear jacaré no
molho de coco com farofa, navegar pelo Rio São Francisco, vivenciar o turismo rural e
ecológico na Marituba do Peixe.
Penedo, conhecida também com Ouro Preto, é beijada pelo Rio São Francisco. Uma
cidade dos anjos barrocos.

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 49
49
Dica da Nide

O bem receber dos penendenses tem o sabor do jacaré cozido no leite de coco, uma tradição
presente nos lares e restaurantes. O réptil, de carne branca, lembra a textura de frango e sabor
de peixe. Para acompanhar a iguaria, arroz, farofa com caldo do jacaré e o molho de pimenta
de cheiro, cebola roxa e coentro. Quem faz o prato, divinamente, é a alagoana Vera, do Forte
Maurício de Nassau. Do bichinho, ela usa o rabo e os “quartos”, que são escaldados, desossa-
dos e desfiados. Depois segue para panela com legumes e leite de coco em fogo médio até ficar
macio. Para finalizar, o azeite de dendê.

Detalhe: em épocas passadas, o jacaré também ficou conhecido como bacalhau do Rio São
Francisco.
Restaurante Maurício Nassau funciona na Casa da Aposentadoria/ Telefone 99981.7047
Do mangue – O bar do Jorjão funciona na casa da família de Nelma Márcia, que comanda a
cozinha com maestria e sabor. Em suas panelas é produzida a gloriosa caranguejada com pirão
aromatizado com pimenta de cheiro. O restaurante fica na lateral da Igreja do Rosário, o que já
garante sombra e uma brisa agradável. Os caranguejos guaiamum vêm das cidades de Piacabuçu
(Alagoas) e Brejo Grande (Sergipe). Telefone: (82) 3551.5932

50 | | Maceió
50 Maceió | | 2018
2018
Tilápia no japonês – O restaurante
de culinária oriental Daruma tem em seu
cardápio o peixe tilápia, carne branca que
aparece nas versões sashimi e carpaccio.
O peixe de criatório é bem apreciado, não
apenas no Rio São Francisco, mas em toda
Alagoas, se encaixou muito bem com os
temperos do oriente. Avenida Getúlio Var-
gas, 223, Centro, Penedo/ (82) 3551.2492/
Aceitam-se cartões

Massas – Perto de Casa, Restaurante e choparia, é o mais novo restaurante descolado da


cidade. Decorado com fotografias da cidade de Penedo, nos dias de sábado tem uma concorrida
feijoada, mas a especialidade são as massas. Ótima dica para curtir a noite penedense.
Praça Clementino do Monte, 163, Penedo, Telefone: ( 82) 3551-2361

Galinha de Capela/ povoado Capela/ Penedo

A galinha de capoeira é ave criada livremente, com dieta de milho e farelo. Quando atinge a
idade de seis meses, vira a tradição saborosa da galinha guisada com legumes e pirão. A iguaria
é a estrela do restaurante Divino Sabor, no povoado de Capela, e quem viaja até Penedo aprecia
sem moderação as comidinhas de origem da agricultura familiar. Quem comanda o empreen-
dimento são as irmãs Aldilene Santos e Maria Luiza. Na cozinha delas a farinha de mandioca é
oriunda das casas de farinha e das galinhas de capoeira dos povoados vizinhos.
Povoado Capela, Penedo / Entrando no Portal da Marituba do Peixe/ Telefone: (82) 3558-
5307 (82) 99601-5089

Pantanal alagoano
O portal com o nome Marituba do Peixe, indica que estamos na Área de Preservação Am-
biental (APA) da Marituba do Peixe, também conhecida como Pantanal Alagoano. O lugar
possui área de 18.600 ha e abrange os municípios de Feliz Deserto, Piaçabuçu e Penedo. Lá, o
turismo, oficialmente, não existe, mas quem deseja navegar pela região alagadiça tem o auxílio
de pescadores dispostos a levar os tripulantes para conhecer a riqueza da flora e fauna.

Barquinho a remo
Quem já faz o passeio pela várzea é o pescador Genival Bezerra, que nasceu e se criou na
Marituba do Peixe, que navega com sabedoria um barco típico da região, onde só cabe uma ou
duas pessoas. No trajeto você contempla o Pantanal Alagoano com sua flora rica, cheia de pata-
cas (lembram uma vitória-régia) e muitas flores amarelas que nascem do lodo. A várzea tem lu-
gares profundos de 4 metros, mas em outros trechos é preciso seguir a pé puxando o barquinho.
Na Marituba do Peixe é fácil encontrar animais como cobras, jacarés, capivaras, antas, e ou-

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 51
51
tros bichos típicos da fauna pantaneira. Lembrando que é proibido a caça, e o passeio nos
barcos tem capacidade para uma ou duas pessoas.

Pilombetas - Depois do passeio mais instigante da Marituba do Peixe é tempo de saborear as


comidinhas Bar Mangueiral, Lanches e Petiscos, preparada com esmero pela Jadileite Vicente,
esposa do Genival, em especial as pilombetas, peixe do Rio São Francisco, que bem fritos se
come com suas finas espinhas. O peixinho pequeno e carnudo vem escoltado por rodelas de
tomates e cebolas na pimenta de cheiro, deixando a tradição mais saborosa. O lugar simples; o
luxo é o pantanal.
Trilha rural - Para chegar lá por terra, a estrada é de barro, mas é um caminho delicioso. São
sítios, casinhas pintadas e com jardim, e a estrada é uma linha reta até chegar ao povoado Mari-
tuba do Peixe. Ali, a vida é típica de interior, e as mulheres pescam e traçam a palha de ouricuri
em bolsas que são vendidas nas feiras das cidades de Penedo e Piaçabuçú.

Bordando Penedo
O Rio São Francisco é a inspiração para mulheres ribeirinhas. Elas bordam com linhas colo-
ridas no vaivém do Rio São Francisco, com a graça, a beleza e a identidade cultural de um povo.
Na sua viagem a Penedo, não se esqueça de comprar bordados da Pontos e Contos, o saber e o
fazer das mulheres. Melhor lembrança não há. Telefone: (82) 3551.4491.

Passeios
Na cidade de Penedo o passeio de barco pelo Rio São Francisco é feito em lanchas e em-
barcações pequenas para os municípios de Sergipe. O mais famoso deles é o Santana de São
Francisco, por conta do povoado Carrapicho, centro de artesanato de cerâmica. As famosas
quartinhas (garrafa para guardar água) de Carrapicho são encontradas nas lojas da feirinha de
artesanato de Penedo. Travessia de barco até Carrapicho – R$ 6 (ida e volta)

Saida: Bar Mangueiral, Lanches e Petiscos (vizinho ao Balneário do Chico)/ Duração entre
1h a 2h/ Melhor período do passeio: verão/ Telefones (82) 3558-3062 (Genival)/ (82) 99617-
1059 (Erivelto)/ R$ 25,00 por pessoa

Hospedagem

52 Maceió | | 2018
52 | | Maceió 2018
Procissão do Bom Jesus dos Navegantes

Hotel São Francisco


A melhor fotografia de Penedo é a que mostra a Igreja Nossa das Correntes e o Rio São Fran-
cisco. Para registrar o cartão postal da cidade é preciso ser hóspede, almoçar ou jantar no Hotel
São Francisco, um belo exemplo da arquitetura moderna, inaugurado em 31 de janeiro de 1962,
que revolucionou Penedo. Hotel São Francisco – Av. Floriano Peixoto, 237 - Centro Histórico -
Telefone: (82) 3551 2273 / 3551 2275 (Reservas). www.hotelsaofrancisco.tur.br (82) 3551.2275.

O primeiro hotel luxuoso de Alagoas chegou


com cinema para mil pessoas, lanchonete e sorve-
teria. Na época, a lua de mel dos apaixonados era
no Hotel São Francisco, sem contar as inúmeras ce-
lebridades que por passaram por lá, como Ariano
Suassuna, Eva Wilma, Roberto Carlos, Roni Von,
Glória Menezes, e tantos outras estrelas viveram
momentos inesquecíveis no hotel da família Peixoto.
A construção, com seis andares e 52 apartamen-
tos, tem o melhor café da manhã da região, com
coalhada caseira, biscoitinhos fabricados na cidade,
mungunzá...

Dica importante: os apartamentos de números impares, de 1 a 7, tem vista para


igreja e o Velho Chico.

Pousada Colonial – Praça 12 de Abril, 21, Centro Histórico/ Telefone: (82) 3551-
2355. www.pousadacolonialdepenedo.com.br.

Maceió | | 2018
Maceió 2018 | | 53
53
Uma gaiola, tradicional embarcação do Rio São

PÃO DE AÇÚCAR
Até chegar em Pão de Açúcar é muito chão. Mas as bênçãos do Cristo Redentor, que
recai sobre os visitantes, são como uma dádiva. De lá é possível ver o mais belo pôr do sol
do sertão. Quem visita a cidade experimenta o sabor do turismo das águas doces do Velho
Chico, da simplicidade da vida do sertanejo, das comidinhas regionais... Aproveite para
esticar até o povoado da Ilha do Ferro, com as casas atelier dos mestres da cultura popular
e das mulheres bordando o Boa Noite. Para chegar à Ilha tem que pegar estrada de barro
para admirar a caatinga, ou navegar pelo doce Rio São Francisco.
Viva o Rio - Cristo Redentor é o cartão postal de Pão de Açúcar. Coincidentemente,
do lado sergipano do rio, em frente ao município, tem a cidade de Niterói.

54 | Maceió | 2018
Navegar – Na beira do rio, os barcos esperam os viajantes para atraves-
sar o Velho Chico e navegar até os municípios e povoados vizinhos. Todo dia
tem barco partindo para outros destinos, basta contratar um barqueiro para
conhecer as belezas do sertão, como a Ilha do Ferro, destino dos mestres da
cultura popular.

O passeio de barco é fei-


to pelos próprios ribeirinhos.
O barco tem capacidade para
30 pessoas e o valor do pas-
seio é R$350. Contato: (82)
99947.2052 – José Luiz/(82)
99605.0488 - Waldik

Fé – Uma das festas tradi-


cionais de Pão de Açúcar é a
de Bom Jesus dos Navegantes,
com procissão fluvial e terres-
tre, que acontece todo segundo
domingo de janeiro. Ribeirin-
hos das cidades vizinhas lotam
a cidade numa verdadeira festa profana, mas de muita fé ao santo protetor dos
pescadores.

Forró – Em uma segunda-feira, em Pão de Açúcar, aproveitei para conhecer


uma típica feira de interior com suas cores e aromas. Ao meio dia, no Boteco
do Jacó, acontece naturalmente o encontro de sanfoneiros com repertório das
músicas de Luiz Gonzaga, Dominguinhos e outras estrelas da música nordes-
tina. Avenida Ferreira de Novaes/ Travessa João Pessoa

Balada – O ponto de encontro da cidade é Empório by Madu, um misto de


pub e restaurante, com petiscos, almoço e jantar. Travessa João Pessoa/ Tele-
fone: (82) 99617-0818

Bar do Piaba – A tilápia, inteira e aberta, é uma das atrações do Bar da Pi-
aba, um espaço simples em Pão de Açúcar. Rua Manoel Rodrigues (Itororó)/
Contato: (82) 99933-4294

Maceió
Maceió || 2018
2018 || 55
55
Dica da Nide

Pão de Açúcar

Pitu no Cristo: O principal cartão Pão de Açúcar, o Cristo Redentor abriga a Churras-
caria Cristo Redentor que, apesar do nome, é uma casa especializada em pescados do Rio
São Francisco, como os famosos pitus, parentes do camarão. Tradicionalmente, come-se o
crustáceo cozido apenas na água e sal, melhor caminho para sentir o real sabor do gigante
do rio. Outra versão é a pituzada, quando os crustáceos são cozidos no leite de coco e es-
coltados com pirão.

No Cristo Redentor invista no torresmo feito do couro da tilápia. Bem frito, ele é o pe-
tisco mais famoso em Pão de Açúcar. Rua Cristo Redentor S/N - Funciona todos os dias
das 10h até 19h/ Telefone: (82) 99942.9103

Ilha do Ferro

Quebra-queixo
A venda (mercadinho) mais famosa da Ilha do Ferro é a do Zé do Bobô. Ele vende re-
frigerante, água, cachaça, mas a estrela do recinto é o doce quebra-queixo, preparado com
coco ralado e açúcar, há mais de 20 anos preparado com esmero pelo alagoano. Telefone:
(79) 99836-7991

Flor de Mandacaru

Surubim, tambaqui, tilápia... Estes peixes do Rio São Francisco põem a mesa do restau-
rante Flor de Mandacaru, na Ilha do Ferro. Como a cozinha é regional, ainda tem galinha
de capoeira. Ilha do Ferro / Telefone: (82) 99800-1928/ Não aceita cartão. Funciona todos
dias para almoço e jantar.

56 | | Maceió
56 Maceió | | 2018
2018
Ilha do Ferro (atracadouro)

Hospedagem

Na Ilha do Ferro tem apenas uma pousada, a do mestre Aberaldo, escultor de bonecos.
São dois quartos simples com ventilador de teto, frigobar e televisão. A diária é R$ 80 por
pessoa e dá direito a café da manhã para casal. O almoço e o jantar regional são preparados
pela Vana, esposa do Aberaldo, e custam, cada, R$ 15 por pessoa. É preciso fazer reserva.

Dica: O jantar na Vana “exige” a presença de Zé Crente, o maior contador de mentiras,


ou meia verdades, da Ilha do Ferro. Zé Crente é um exímio artista também. Telefone para
reserva da Pousada e restaurante da Vana – (79) 99682-8438

Casa de aluguel
A casa do alagoano André Dantas tem uma suíte com ar condicionado sala, cozinha e
varanda com vista para o Velho Chico. Contato pelo emailcasaabilioilhadoferro@gmail.com

A casa da artista plástica Maria Amélia Vieira de dois quartos com ar condicionado,
cozinha, sala e varanda com vista para o Velho Chico. Contatos pelo email: mameliavs@
hotmail.com. Telefones: (82) 99982-5610 (82)3317-6693 (82)982031709

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 57
57
Passeio

Na Ilha do Ferro, além de trilhar


as casas ateliê dos artistas do povoa-
do, o passeio de barco a motor é im-
prescindível. O artesão Dedé con-
hece a ilha como a palma da mão,
e tem ótimos roteiros de navegação
pelo Velho Chico. A primeira parada
é na Ilha dos Anjos (em frente a Ilha
do Ferro), ótima para banho. Neste
passeio, não deixe de visitar o navio
afundado (Moxotó). Por fim, suba
o morro (Cemitério das Crianças),
dono da melhor vista do Velho
Chico. Artesão Dedé – (82) 99665-
7355/ Preço: R$ 15 por pessoa. Aberaldo - Ilha do Ferro

A Ilha do Ferro, povoado de Pão de Açúcar, é um museu a céu aberto. Lá os ribeirin-


hos fazem do quintal o atelier para as esculturas de madeira, e da porta de casa a vitrine de
exposição da arte popular e do bordado Boa Noite. Esse pedacinho do Velho Chico ficou
famoso graças ao seu maior artista, Fernando Rodrigues.

Pés no Chico – Há 25 anos, a Ilha do Ferro era desconhecida, ninguém ouvia falar, os
primeiros turistas foram os alagoanos Celso Brandão (fotógrafo) e Maria Amélia Vieira
(artística plástica), que apaixonados pelo lugar, e pelo seu Fernando, espalharam pelo mundo
sobre a ilha e seus artistas ribeirinhos. E assim vieram admiradores, curadores e coleciona-
dores da cultura popular, traçando o turismo cultural no povoado de Pão de Açúcar.

Turismo cultural - Ilha do Ferro é indicada para quem aprecia a cultura popular, curte
vivenciar a simplicidade do sertanejo, saborear pitu, passear pelo Velho Chico, e caminhar
entre os ateliês dos artistas populares na mira do sol. Não duvide: o Velho Chico está a seus
pés, é só mergulhar nas suas águas afetuosas.

Mas bom mesmo é se hospedar na Ilha do Ferro e curtir a vida do povo generoso, alegre,
e que não dispensa uma festa e boa prosa. Além disso, em cada esquina tem um artista do
Velho Chico.

58 | | Maceió
58 Maceió | | 2018
2018
Piranhas, à beira do São Francisco

PIRANHAS
Logo na entrada da cidade de Piranhas, na descida da ladeira, o Rio São Francisco surge
com todo seu esplendor. O mar doce do Sertão vem contornando os morros verdinhos,
resultado das chuvas que caem de leve entre julho e setembro. Esse cantinho do Sertão de
Alagoas é destino perfeito para saborear pitu, tucunaré e pilombeta nos barzinhos da orla
do rio. Embarcar em um barco ou catamarã para apreciar o rio entre rochas e redemoin-
hos e surpreender-se com crianças que mergulham no rio como se fossem peixinhos, é
sempre um atrativo para quem chega ao lugar, porém é bom ter cuidado: os ribeirinhos
conhecem as manhas do Velho Chico, então, claro, não faça o mesmo que eles, mas admire
os costumes do povo, que vale a pena. Também imperdível, viver a experiência da Trilha
de Lampião.

Maceió | 2018 | 59
Coisa de cinema - Piranhas é uma cidade com seu casario histórico, casinhas coloridas
nos morros e de tão linda foi cenário dos filmes “Bye, Bye Brasil”, de Cacá Diegues, Baile
Perfumado, de Lírio Ferreira e Paulo Caldas, a novela Velho Chico, da Rede Globo, entre
outros seriados.

Causos - Quem chega neste pedaço de chão vai ouvir muitos causos de Virgulino Fer-
reira, o Lampião. O povo conta que o temido cangaceiro nunca entrou em Piranhas em
respeito à Padroeira Nossa Senhora da Saúde, porque essa era a santa do rei do cangaço.
Verdade ou não, Lampião é nome de pousada, restaurante, trilha e no Museu sua história
tem destaque, além do prédio da prefeitura que é testemunha do passado – foi lá que as
cabeças do bando de Lampião e Maria Bonita ficaram expostas.

Cantor das multidões - A memoria da cidade não se resume a Lampião e Maria Bonita, o
cantor das multidões Altemar Dutra foi um dos turistas mais ilustre de Piranhas. O cantor,
a convite da família Damasceno, nas férias se mudava para a cidade para pescar surubim e
cantar seresta. Por seu amor à terra, ele ganhou o título de Cidadão Piranhense.

Bem Nordeste - Aprecie sem moderação o café bem nordestino com cuscuz, macaxeira,
carne de sol, frutas, tapioca, café com leite... Depois siga até o Atracadouro Municipal de
Piranhas, contrate a lancha batizada de voadeira (lancha motor) para conhecer o Rio São
Francisco e o povoado de Entremontes, onde as mulheres bordam rendendê e ponto de
cruz, aproveite para levar de lembranças da cidade.
Passeio para Entremontes: Lancha Voadeira (barco de motor) com parada em um dos
parques Entromentos – 180,00 o casal/ até 6 pessoas – R$ 60,00 por pessoa. Local de saída:
Atracadouro Municipal de Piranhas / Telefone da Associação dos barqueiros: 82 98731-
4369/ Taxa de embarque: R$ 2 por pessoa

Trilha de Lampião – O embarque dos catamarãs é na cidade de Piranhas, um dos mais


belos passeios do Velho Chico entre morros, de um lado é Alagoas, e do outro Sergipe, li-
gados pelo Rio São Francisco. Nas terras sergipanas, a Grota de Angicos, da cidade de Poço
Redondo, foi a última parada de Lampião, Maria Bonita e seu bando.
A trilha com duração de 1h de poucos obstáculos, refaz o trajeto do volante (soldados)
até o esconderijo do bando de Lampião, no trajeto é muito sol, apreciando a vegetação
típica da caatinga, solo vermelho e animais, como saguis e calangos. Após meia hora de
caminhada, em um terreno íngreme, sob o sol forte do Sertão, chega-se a um declive. De
cima, observa-se um pequeno vale, onde estão afixadas duas cruzes, na qual os cangaceiros
foram assinados. Contam que Lampião é considerado o primeiro ambientalista do Sertão
porque, para sobreviver, preservava a caatinga como refúgio de seu bando, perseguido pelos
soldados ou “macacos”, como eram chamados por ele.

Lembrete: levar água durante o trajeto, pois o calor é intenso, chegando a 38º, além de
roupas apropriadas, chapéu, tênis, e, claro, muito protetor solar

60 | | Maceió
60 Maceió | | 2018
2018
Quem faz a Trilha de Lampião

Cangaço Eco Parque: Restaurante com farto buffet e à la carte de comida brasileira, em
meio à natureza, com bangalôs para relaxar/ passeio de Stand up/ Duração de 5h.
R$ 60,00 por pessoa/ taxa de embarque: R$2,00/ Saídas:8h45 e 10h30 de terça a domin-
go. Aceitam-se cartões. @rotadocangaco.

Espaço Ecológico Angicos: Restaurante às margens do São Francisco com redes na


beira do Velho Chico e gazebos. A culinária é regional, com destaque para os doces à base
de cactos: geleia de facheiro e o e doce de Coroa de Frade. Passeio de stand dup. Saídas do
catamarã de terça a domingo às 9 h e às 11h. Preço: R$ 60,00 por pessoa/ Duração de 5h/
Telefone: (82) 99638.0057/ @espacoangicos

Passeio de Piranhas a Foz do Rio São Francisco: Embarcação Majestade – Com reserva
faz o percurso de Piranhas à Foz do Rio São Francisco (82) 99927.2929

Maria Fumaça - Próximo da estação, dois novos monumentos atraem o olhar, a Maria
Fumaça (velha locomotiva alemã) e a estátua do cantor das multidões, Altemar Dutra. A
Maria Fumaça é cartão-postal, todo turista que chega à cidade tira uma foto para guardar de
lembrança, tendo o Rio São Francisco como cenário de fundo.

Maceió | 2018 | 61
Compras - Centro de Exposição e Cultural de Artesanato. É o lugar mais indicado para
a compra de diversas peças, não só de Piranhas, mas de outros municípios da região. Artesa-
nato em couro, madeira, palha, tapeçaria em sacos e de algodão, cestaria, cerâmica figurativa
e bordados, são algumas delicadezas produzidas por lá.

Centro de Artesanato, Artes e Cultura de Xingó – Rua Josélia Maria de Souza Resende/
De quarta a domingo, das 9h até 17h/ Telefone: (82) 98824-5868

Vida noturna - Quando as estrelas derem o ar da graça é tempo de curtir a noite da


cidade de Piranhas, no centro histórico, tem bares e restaurantes de tapioca, café regional,
pizzaria, cafeteria, comida regional e até restaurante japonês. Além de boas comidinhas, o
visitante ainda tem chance de aprender a dançar forró e xaxado no show do Grupo Xaxado
Altemar Dutra, todos vestidos de Lampião e Maria Bonita nos dias de sábado. Nas quintas
e sextas- feira tem música ao vivo. Imperdível!

Hospedagem

Hotel Aconchego Do Velho Chico: Endereço: Rod. Altemar Dutra, S/N – Piranhas/
Telefone: (82) 3686-3497/ Site: hotelaconchegodovelhochico.com.br

Pousada O Canto - Endereço: -413, Rua do Canto, 15 - Centro Histórico, Piranhas /


Telefone: (82) 3686-3459

62 | | Maceió
62 Maceió | | 2018
2018
Pedra do Sino Hotel: Endereço: Rua Alto do Mirante, centro histórico - 1600, Piranhas/
Telefone: (82) 3686-1365/ site: pedradosinohotel.com.br

Hospedaria Pousada Casa - Centro Histórico de Piranhas-/ Telefone: (82) 3686-1510


(82) 9.8870.4288/ @hospedariapousadaca

Pousada O Imperador - Praça Itabira de Brito – Piranhas/ Telefone: (82) 3686-3407/


(82) 3686-3325/ (82) 9634-9013/ site: pousadaoimperador.com.br

Albergue Maestro Egildo Vieira: Rua Tiradentes, 82, Centro histórico – Piranhas/ Tele-
fone: (82) 98806-1566/ @Alberguemaestroegidiovieira

Bairro Xingó

Dunen Hotel: Centro Comercial Grinauria Miranda 23 Xingo Vila Sergipe, Piranhas/
Telefone: (82) 3683-1308, e-mail: reservas@dunenhotel.com

Agencia receptiva
Celiotur: (82) 9604.4369

Antiga estação
ferroviária de Piranhas

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 63
63
CONHECER
CÁRMEN LÚCIA DANTAS

Roteiro Cultural

Igreja, em Belo Monte

A ocupação da região foi delineada pelo Rio São Francisco, que mantém a identidade
cultural entre os ribeirinhos. O comércio fluvial se intensificou a partir do século XVIII e
Penedo sempre foi o centro convergente da região. O intercâmbio com a Europa facilitou
a vinda de matrizes culturais que influenciaram de forma decisiva na estética local. O por-
tuguês ditava as normas e implantava seus hábitos e costumes.
Ao lado disso, o repertório de lendas alimenta a imaginação dos nativos. É comum a
mistura de fatos reais com imaginários, como os acréscimos da histórica passagem de D.
Pedro II, a caminho da Cachoeira de Paulo Afonso, em 1859, e as histórias mirabolantes de
Lampião, o cangaceiro mais temido do Nordeste. A presença holandesa na região, de 1637
a 1647 também deixou seu rastro no imaginário criativo dos ribeirinhos.
A Procissão Fluvial de Bom Jesus dos Navegantes, em janeiro, é uma tradição secular
mantida por todos os municípios e as imagens foram executadas pelos santeiros das mar-
gens.

64 | Maceió | 2018
Penedo - vitrine arquitetônica que reúne estilos do inicio do século XVIII até o começo
da arte moderna, no século XX. Pontos que devem ser visitados: O complexo franciscano,
com Igreja, Convento e Ordem Terceira, edificado no século XVIII e tombada pelo Iphan
em 1941, Igreja de N. S. da Corrente, do século XVIII, tombada em 1964, Igreja de São
Gonçalo Garcia, do século XVIII, Catedral de N. S. do Rosário, do século XIX, Prefeitura,
do século XIX, Casa da Câmara e Cadeia Pública, do século XVIII, Oratório, de 1769,
Teatro 7 de Setembro, inaugurado em 1884, Mercado Público, do século XIX, Museu do
Paço Imperial e Memorial Raimundo Marinho, em sobrado do século XVIII, antigo Co-
légio Anchieta, do século XVIII, hoje Pousada Colonial, Hotel São Francisco, de 1960 e
primeiro grande exemplar de Arte Moderna de Alagoas. Fundação Casa do Penedo, com
a Biblioteca instalada na Vila Lessa, construção do início do século XX e o Museu do Rio
São Francisco sendo instalado no Chalé dos Loureiro, do século XIX. Em razão de seu
patrimônio cultural, a cidade foi tombada pelo Iphan em 1986.
Festival de Cinema Brasileiro de Penedo – De 1975 a 1983. Neste século, Penedo res-
surge para os festivais, desta vez com o Festival de Cinema Universitário de Alagoas, sem-
pre no mês de novembro, promovido pela Ufal.
Arte e Artesanato – Escola de santeiros, que vem das oficinas conventuais dos séculos
XVIII e XIX, chegando ao XX com Cesário Procópio dos mártires e Antônio Pedro dos
Santos, este último mestre dos santeiros Antenor e Tim Maia. Artesanato de bordado cheio
é destaque com padrões referenciais da região, em linhas coloridas, executado pela Asso-
ciação Pontos e Contos. As peças variam de vestidos, sacolas, porta-joias. Nos povoados o
trabalho de palha trançada é muito frequente, na confecção de chapéus, bolsas e urupem-
bas. Na Marituba do Peixe não falta bolsas de vários padrões, chapéus etc.
Feira Pública – aos sábados. Maior feira da região congrega feirantes e artesãos de Ala-
goas e de Sergipe, do outro lado do rio.
Igreja Nova - O maior atrativo é a Igreja Matriz de São João Batista, do início do século
XX de porte monumental, que orgulha os nativos pelo impacto ao olhar do visitante. O
artesanato de barro e o bordado redendê dominam a atividade informal.
Os municípios de Porto Real do Colégio, Traipu e São Brás têm como pontos de iden-
tificação suas igrejas do século XIX e alguns exemplares de arquitetura civil da mesma
época que ainda pontuam os centros urbanos. A presença de remanescentes indígenas e as
atividades artesanais do bordado redendê, da cerâmica, da cestaria e da madeira são outros
traços que irmanam estes municípios.
Belo Monte - O povoado Barra do Ipanema, entre os rios São Francisco e Ipanema,
ostenta no alto de um morro a Igreja de N. S. dos Prazeres, trazendo na fachada a data
1667, em estilo típico do inicio da colonização. D. Pedro II, em viagem pelo São Francisco
registrou em seu diário a presença desta igreja.
Pão de Açúcar - A cidade ainda mantém algumas referências arquitetônicas dos fins
do século XIX e início do XX. A Cadeia Pública é um dos monumentos mais antigos. No
Morro do Cavalete, ponto mais alto da cidade, está a escultura do Cristo Redentor, de 1950,
executada pelo artista João Lisboa, com 12,80cm de altura e pesando 40 toneladas. A Feira

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 65
65
Pública acontece nas segundas-feiras no centro da cidade. Tudo nela se vende e a comercia-
lização se estende pelo alto sertão. O couro é um produto muito procurado devido à prática
do torneio Pega de Boi (o vaqueiro vai buscar o boi no meio da caatinga) e sua utilização em
diversos utensílios. A Ilha do Ferro é um capítulo à parte em Pão de Açúcar. Povoado a 20
Km da cidade, seu campus urbano mantém um conjunto harmônico de arquitetura brasilei-
ra dos pequenos núcleos ribeirinhos. Trata-se de um reduto de escultores e de bordadeiras.
O Museu Fernando Rodrigues, preserva memória local e homenageia seu artista mais famo-
so, que esculpia móveis respeitando as formas naturais dos troncos e raízes que encontrava.
Existe uma Cooperativa que reúne o trabalho das rendeiras e uma galeria, a Casa Cabra, cuja
proposta é trazer artistas de fora para exporem na Ilha. A arte local se diversifica em mobília,
lustres e esculturas em madeira muito procurada por colecionadores. Entre outros artistas
destacam-se Aberaldo, Vavan, Dedé, Eraldo, José Crente, Valmir, Clemilton, Petrônio, Van-
dinho. As mulheres fazem o redendê e o boa-noite, sendo que este último é característico da
Ilha e o padrão foi inspirado na flor de igual nome muito comum na região. As peças variam
de panos de prato a toalhas de mesa.
Piranhas - O campus arquitetônico de Pira-
nhas dos séculos XVIII e XIX justificou seu tom-
bamento pelo Iphan, em 2005. Conjunto urbano
homogêneo, visto pelo rio, lembra um presépio.
Nele se destaca a Estação Ferroviária, hoje ocupa-
da pelo Museu do Sertão Marilia Rodrigues, com
acervo regional e fotografias do grupo de canga-
ceiros de Lampião, morto em 1938. Vale a pena
atravessar o rio e chegar a Canindé do São Fran-
cisco–SE, para visitar o Museu Arqueológico de
Xingó. Em frente à Estação, uma elegante torre e Foz do São Francisco
antigo armazém com artesanato para comerciali-
zação. A Igreja de N. S. da Saúde é outro destaque, vista por todos os ângulos por onde se
possa olhar a cidade. A hospitalidade dos piranhenses é expressa pelos dois monumentos
de boas-vindas, edificados um na virada do século XIX para o XX e o outro do XX para
o XXI. Em Piranhas de Baixo, começo do povoado, ainda existe a Igreja de Santo Antônio
de Lisboa, de fachada singela e traço que reporta aos primeiros tempos. A piranha é o peixe
ícone do município. O nome, de origem indígena, quer dizer “o que corta a pele”, devido
seus dentes afiados. Só andam em cardume e são vorazes. Dela contam muitas histórias.
Uma das mais conhecidas é a da Piranha Prateada que aparece no São Francisco e leva para
as profundezas do rio os pescadores desavisados. Próxima a Piranhas, a Vila de Entremon-
tes começou como aldeia de pescadores e de mulheres rendeiras e bordadeiras. Associações
preservam o fazer e multiplicam as vendas. A Igreja de N. S. da Conceição de tão grande
se avista ao longe. Do rio vêm as dádivas. A visita de D. Pedro II ainda hoje é comemorada
pela população. História e lendas se confundem nas narrativas orais.

66 | Maceió | 2018
HISTÓRIA
DOUGLAS APRATTO TENÓRIO

Ninho de culturas

Um verdadeiro ninho de culturas, a região sanfranciscana abarca um rico universo de tra-


dições, culturas e paisagens distintas que vai bem mais além da simples viagem para conhecer
uma grandiosa reserva fluvial. No decorrer dos últimos cinco séculos, portugueses, france-
ses, holandeses, africanos e índios, os donos antigos dessa terra fascinante, se amalgamaram,
construindo uma sociedade racialmente miscigenada, que adotou o sincretismo religioso,
com características típicas da cultura rústica que nem a avassaladora onda dos tempos mo-
dernos, da globalização e da tecnologia conseguiu transformar de forma plena.
Já chamado de Opara pelos primitivos habitantes, a importância do “rio da unidade na-
cional” mais que o monumental Amazonas, estrangeiro de nascimento, tem a sua importân-
cia aumentada nos dias que correm, quando a s hidrelétricas em sua trajetória e um megapro-
jeto de transposição de suas águas e fortes agressões ambientais de toda ordem, levam-nos
a temer pelo seu futuro, exigindo providências para a sua revitalização. A descoberta do rio
em 4 de outubro de 1501, pelo navegador italiano Américo Vespúcio é um fato destacado
na história do Brasil. Graças a ele tivemos ali os primeiros polos de colonização, os celeiros
onde os colonos se abasteciam e em cujas ilhas e bordas havia plantações. Ficou conhecido
como “o rio dos currais” por conta de seus campos de pastagem natural com fazendas e
currais, daí surgindo o Ciclo do Gado ou o Ciclo do Couro. Teve igualmente a função de,
com seus afluentes, ser as grandes estradas hídricas de exploração do interior do país.
As cidades em seu redor formam um universo particularíssimo. Viajando de Piaçabuçu
a Piranhas você tem uma bela paisagem que seduz qualquer viajante, experiente não. São
costumes, tradições, folclore, gastronomia, lendas, religião e um patrimônio natural, artístico
e histórico de tirar o fôlego tão variado quanto a multiplicidade dos povos formadores de
sua gente hospitaleira

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 67
67
ECONOMIA
CÍCERO PÉRICLES DE CARVALHO

Caminhos do São Francisco

Coqueirais e canaviais convivem nesse trajeto

O território alagoano que margeia o São Francisco, de Piaçabuçu a Piranhas, tem como
características econômicas a pesca, o turismo, a agricultura familiar, tanto a que está presen-
te na área da zona da mata, nas localidades próximas à Foz, como a agricultura e pecuária
sertanejas. A pesca é beneficiada pela presença do rio São Francisco que, nas proximidades
do oceano Atlântico, constrói um dos mais ricos bancos de pesca de camarão do Nordeste.
O rio, que banha todos esses municípios, une as cidades alagoanas e sergipanas das suas
margens, formando a economia do Baixo São Francisco. Nesse espaço, o lado alagoano é
marcado pela produção de pescados, cujo destaque é o município de Piaçabuçu; pelos ca-
naviais, que atendem a demanda das usinas e destilarias instaladas em Penedo e Igreja Nova;

68 | | Maceió
68 Maceió | | 2018
2018
pelos arrozais da produção dos perímetros irrigados e pela agricultura e pecuária presentes
tanto nos municípios do Agreste: São Brás e Traipu; como do Sertão: Belo Monte, Pão de
Açúcar e Piranhas.
A paisagem que encontramos nesse trecho do São Francisco é formada por dois dis-
tintos patrimônios – o natural e o arquitetônico-cultural, que transformaram o percurso
Penedo-Piranhas em um dos destinos privilegiados para os viajantes de todo o Brasil, fir-
mando-se como uma forte alternativa ao turismo de praia. O Caminho do São Francisco
é caracterizado pelo patrimônio natural, com a dominante paisagem tropical da ribeira do
rio, que atravessa desde o litoral, passando pelo agreste até chegar à paisagem sertaneja da
Caatinga. Uma viagem pontilhada por dunas, ilhas, prainhas, pela exuberante Várzea da
Marituba, pelas encostas, até encontrar a paisagem do semi-árido. Uma viagem marcada,
também, pelas localidades ribeirinhas, detentoras de um reconhecido patrimônio arquitetô-
nico, com destaque para os conjuntos maiores de Penedo e Piranhas e contribuições mais
modestas nas demais cidades, que atraem visitantes o ano inteiro.

Turismo. A atividade turística está concentrada em duas localidades: Penedo, conhecida


pela sua arquitetura colonial, com sua extensão natural que é Piaçabuçu, na parte próxima à
foz, localidade visitada pela oportunidade de ver de perto o encontro entre o rio e o Atlân-
tico; e Piranhas, um modelo de cidade ao mesmo tempo sertaneja e ribeirinha, um cartão
postal do turismo no Alto Sertão. Nessas duas localidades, estão concentradas as melhores
alternativas da rede hoteleira e gastronômica da região.

A pesca. A pesca feita no Rio São Francisco é responsável pela produção de água doce,
tanto a tradicional de peixes como o piau, xira, traíra, como a produção em tanques de rede
com espécies comerciais: tilápia, tambaqui, curimatã; e a pesca na foz, no encontro com
o Atlântico, com os pescados de mar de produção mais expressiva: cação, manjuba, serra,
xaréu, bagre e o camarão.

A agricultura. A agricultura da região está marcada pelos arrozais dos perímetros de Pe-
nedo, Igreja Nova e Porto Real do Colégio; pelos canaviais que abastecem de matéria-prima
as usinas Paisa (Penedo) e Marituba (Igreja Nova); pela agricultura familiar, que produz o
milho, a mandioca e o feijão; e pela fruticultura vinculada a esta agricultura: manga, banana,
laranja, caju.

A pecuária. A pecuária do Baixo São Francisco está representada pelo pequeno plantel
bovino nos municípios próximos a Penedo e pela expressiva pecuária sertaneja – bovinos
e caprinos –, produtora de leite e carne, concentrada em Pão de Açúcar, Belo Monte e
Piranhas.

Maceió
Maceió || 2018
2018 || 69
69
GEOGRAFIA
ALEX NAZÁRIO

CAMINHOS DO
Vale do Mundaú e Quilombo dos Palmares

Caracterização Geográfica e Ambiental


Municípios: Rio Largo, Messias, Joaquim Gomes, Novo Lino, Colônia Leopoldina, Ibateguara, São José da Laje,
União dos Palmares, Branquinha, Murici

70 Maceió | | 2018
70 | | Maceió 2018
O roteiro Vale do Mundaú/Quilombo dos Palmares tem início no município de Rio Lar-
go, Alagoas. Para dar início ao mesmo, partindo da capital Maceió:
O acesso é comum para quem desembarcou no Aeroporto Zumbi dos Palmares (e já
se encontra em terras do município de Rio Largo), e para quem está na cidade de Maceió.
Consiste em acessar a rodovia BR 104 e no viaduto de acesso ao Aeroporto Internacional
Zumbi dos Palmares, tomar a AL 210 até a sede do município. Do viaduto até o centro de
Rio Largo, são aproximados 6,7km. Um acesso alternativo pode ser feito através do bairro
da Mata do Rolo. Basta seguir a BR 316, partindo do viaduto do aeroporto por aproximada-
mente 5,4km e acessar ao retorno de sentido. Já em sentido contrário, após 650m, acessar a
Avenida Teotônio Vilela, que dá acesso a Mata do Rolo, seguida da Avenida Intendente Júlio
Calheiros até o centro por aproximados 4km.
Rio Largo representa um dos municípios da Região Metropolitana de Maceió com a maior
cobertura vegetal nativa de mata atlântica, mesmo possuindo extensos canaviais implanta-
dos pelas usinas locais. Seu território detém área de três importantes bacias hidrográficas:
Mundaú, Pratagy e Meirim, caracterizado assim como de rica e densa drenagem superficial.
O município também possui área delimitada por uma importante unidade de conservação,
a APA do Pratagy, correspondendo a porção da bacia hidrográfica inserida no município
mais um quilômetro adjacente, o que corresponde a aproximados 33% da unidade neste
município. Abrange em sua maioria vastos canaviais e remanescentes de mata atlântica das
encostas e vales do Rio Pratagy e seus afluentes. Além da APA do Pratagy, Rio Largo possui
a maior Reserva Particular do Patrimônio Natural do estado atualmente, a RPPN Mata do
Cedro. Ela pertence a Usina Leão e possui cerca de 980 hectares de mata nativa, localizada
a sudoeste do município.
Segundo informações do IMA, a Área de Proteção Ambiental (APA) do Pratagy foi criada
pelo Decreto Estadual nº. 37.589 de 05 de junho de 1998. Abrange terras dos municípios
de Messias, Rio Largo e Maceió. Ocupa uma área de 21.417,51 hectares e o principal ob-
jetivo da sua criação foi buscar a harmonização das atividades com o equilíbrio ambiental
dos ecossistemas da bacia hidrográfica do Rio Pratagy, visando garantir a oferta de água em
quantidade e qualidade para o abastecimento humano.
RPPN Mata do Cedro possui características ambientais de bom estado de conservação,
existência de recursos hídricos importantes como nascentes e córregos e alimenta uma bar-
ragem adjacente que se localiza fora da RPPN e é utilizada para a irrigação dos canaviais.
O relevo onde se localiza a reserva é predominantemente plano, uma situação bastante
incomum para a região, visto que áreas planas na região dos tabuleiros foram amplamente
desmatadas para a implantação da cultura da cana.
O próximo município do Roteiro é Messias. Para ter acesso, basta retornar a BR 104 por
qualquer dos trechos que levaram ao centro de Rio Largo e, a partir da rodovia, em direção
norte, seguir para a cidade que fica às margens da BR 104.
Assim como Rio Largo, Messias é detentor de uma vasta rede hidrográfica contribuinte de
bacias como o Pratagy (inclusive sua nascente), Mundaú, Meirim e Santo Antônio Grande.
O uso do solo aqui foi intenso para o plantio dos vastos canaviais, entretanto, alguns re-
manescentes de mata nativa ainda persistem. O seu território detém área duas importantes
Áreas de Proteção Ambiental: a do Pratagy e a APA de Murici. Além dessas, possui pequena

Maceió | | 2018
Maceió 2018 | | 71
71
parcela da Estação Ecológica de Murici (ESEC de Murici), de administração do Instituto
Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio).
A partir do município de Messias, o Roteiro Vale do Mundaú/Quilombo dos Palmares é
marcado pela presença da APA de Murici em praticamente todos os municípios constituin-
tes (exceto Rio Largo). A APA detém uma área de cerca de 133 mil hectares, sendo a maior
APA terrestre de Alagoas. Abrange dez municípios da região: Murici, Messias, Flexeiras,
Joaquim Gomes, Novo Lino, Colônia Leopoldina, Ibateguara, São José da Lage, União dos
Palmares e Branquinha. Foi criada pela Lei Estadual nº 5.907/1997, com o objetivo da pre-
servação das características dos ambientes naturais e o ordenamento da ocupação e do uso
do solo. Esta unidade de conservação é administrada pelo IMA e detém várias RPPNs inse-
ridas na sua área, além da própria ESEC de Murici. Sua localização abrange a zona da Mata
alagoana e detém importância primordial na conservação de áreas naturais por fazer parte
do Centro de Endemismo Pernambuco (CEP). Que se trata de uma faixa de Mata Atlântica
isolada ao norte do São Francisco, que envolve as zonas da mata Norte de Alagoas e Sul
de Pernambuco que foi extensivamente desmatada, restando apenas 2% de sua cobertura
original. Aqui existe forte apelo do turismo ecológico, de aventura e de observação de aves,
o quel recebe turistas do mundo inteiro para ouvir e visualizar espécies raras e ameaçadas
que só existem aqui.
A ESEC de Murici, diferente da APA, é uma unidade de conservação de proteção integral,
criada através de Decreto Federal, no dia 28 de maio de 2001. Com área de 6.116,43 hecta-
res, abrange partes dos municípios de Messias, Murici e Flexeiras. Inserida na APA de Murici
ocupando cerca de 5% de seu território, possuindo o maior número de espécies endêmicas
que são aquelas restritas a determinada área, e ameaçadas de extinção no estado de Alagoas.
Para ter acesso ao Município de Joaquim Gomes, partindo da cidade de Messias, o visi-
tante deve seguir a BR 104 sentido norte até o viaduto de confluência da mesma com a BR
101 e tomar a rodovia federal, passando por terras do município de Flexeiras, até a entrada
da cidade de Joaqiom Gomes, na AL 205. Da área urbana de Messias até a entrada da cidade
de Joaquim Gomes, são aproximados 39km. Do trevo entre a BR 101 e a AL 205 até a área
urbana, são aproximados 2km.
Joaquim Gomes e a região que se insere a maioria dos municípios do Roteiro Vale do
Mundaú/Quilombo dos Palmares está inserida nos domínios do Planalto da Borborema,
marcado por elevações abruptas e cadeias de serras cobertas ou não por solos que se forma-
ram pela decomposição das rochas ali existentes. Devido a isso, várias serras estão presen-
tes na região, com destaque para a serra do Búfalo, Mariquita, Urucu e Torre, com alturas
médias de 340m. O importante Rio Camaragibe Mirim, afluente do Camaragibe atravessa
a cidade e irriga vastas áreas da região com inúmeros afluentes até desaguar em Passo do
Camaragibe, litoral norte do estado.
O Planalto da Borborema possui altitude média de 500 metros e picos extremos que
chegam a 1.200 metros. Abrange terras dos estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Per-
nambuco e Alagoas, atingindo um comprimento máximo de 470 quilômetros e uma largura
que varia de 70 a 330 quilômetros.
Para acessar a cidade de Novo Lino, partindo de Joaquim Gomes, o visitante retorna para
a rodovia BR 101 através da AL 205 por 2km. Percorre a BR 101 no sentido norte por 27km

72 | | Maceió
72 Maceió | | 2018
2018
até chegar a cidade, que se encontra as margens da rodovia duplicada.
Novo Lino se localiza em terras de importantes bacias hidrográficas, são elas: Camaragibe,
Manguaba e Jacuípe. Todas desaguando no litoral norte do estado, promovendo uma densa
rede hidrográfica. Aqui existem parcelas de importantes RPPN pertencentes à Usina Porto
Alegre, são as Reservas Estrela do Sul, Papa Mel e Porto Alegre, que dividem terras com
Colônia Leopoldina e visam preservar os últimos fragmentos vegetais nativos do município
que deu lugar as culturas de subsistência, a cana-de-açúcar e ao gado.
Da cidade de Novo Lino até Colônia Leopoldina, o visitante seguirá rumo norte a BR
101 até o trevo de acesso a BR 416, num percurso de 8km. Acessando a BR 416, seguir na
direção oeste por 9,5km até a cidade de Colônia Leopoldina, que fica às margens da rodovia.
Entre os municípios de Colônia
Leopoldina e Ibateguara encon-
tramos um relevo movimenta-
do, com vales escavados e belas
paisagens onde a mata atlântica
ainda resiste nas encostas de va-
les e morros. Aqui, algumas áreas
merecem destaque como a Ser-
ra da Canastra e a Cachoeira da
Catita e Véu da Noiva, próxima a
um mosteiro da região. A Ser-
ra da Canastra com 630m se
eleva imponente com a flores- Cachoeira (Joaquim Gomes)
ta que contorna suas encostas e
brota córregos e riachos de diversos pontos da elevação. Conforme já mencionado em
Novo Lino, as Reservas Estrela do Sul, Papa Mel e Porto Alegre se localizam em maior parte
neste município e totalizam aproximadamente 131 hectares de área protegida e refúgio para
a fauna da região. Delas nasce afluente do Rio Camaragibe, representando maior importân-
cia da sua preservação.
Partindo da cidade de Colônia Leopoldina, o visitante deve seguir a BR 416 no sentido
oeste por 27,5km até chegar ao trevo na cidade de Ibateguara.
Ibateguara se destaca na região pelo seu clima. Os vales em forma de “V”, a altitude e as
inúmeras serras promovem um clima ameno, com temperaturas variando de 21° a 25,5°.
Aqui ocorrem remanescentes de vegetação muito expressivos, com destaque para a Mata do
Coimbra, no sudeste do município, pertencente a Usina Serra Grande. A Serra da Canastra
também tem sua continuidade no município, com seus 630m, entretanto a Serra dos Bois é
maior, com 685m.
Para São José da Laje, saindo da cidade de Ibateguara através da BR 416, seguir sentido
oeste até a confluência com a BR 104, num percurso de aproximadamente 11,4km. A partir
daqui, o visitante pode acessar a cidade por duas rotas: a primeira consiste em percorrer a
BR 104 na direção sul, por 4,3km e acessar a estrada/rua Valdemar Nogueira (à direita, neste
sentido) por 3,5km até a cidade de São José da Laje. A segunda consiste em em percorrer
a BR 104 na direção sul, por 7,6km e acessar a estrada à direita (oposta a RPPN Osvaldo

Maceió | 2018 | 73
Timóteo), por mais 3,3km.
São José da Laje se desenvolveu às margens do Rio Canhoto, um dos maiores afluentes do
Mundaú. Aqui, a cultura da cana modificou os terrenos menos declivosos e movimentados,
substituindo a vegetação nativa. Em contrapartida possui uma das RPPN mais atuantes do
estado, do ponto de vista da divulgação da preservação do meio ambiente. A RPPN Osval-
do Timóteo, com uma área de 22,34 hectares foi reconhecida em um fragmento de vegeta-
ção nativa em estágios diversos de regeneração. Aqui, são realizadas atividades de educação
ambiental, ecoturismo e turismo rural onde em um ambiente familiar, tais atividades são
passadas de forma alegre e fervorosa.
De acordo com informações da Agência Nacional de Águas, a bacia do Rio Mundaú está
localizada na região central do leste de Alagoas tem a cabeceira do rio situada no Estado de
Pernambuco. A extensão do rio, que é perene, é de aproximadamente 141 km. A bacia so-
freu, desde o início do desenvolvimento da região, à época do ciclo da cana-de-açúcar, uma
intensiva ação antrópica, implicando grandes mudanças no meio ambiente: as florestas que
ocupavam a área foram sendo substituídas pelas plantações de cana-de-açúcar e pastagens,
mesmo em áreas onde a preservação da floresta nativa, que é elemento de preservação natu-
ral dos recursos hídricos, seria fundamental, como nas encostas que margeiam os rios. Nas
áreas urbanas, a cobertura vegetal deu lugar às construções e os corpos d´água passaram a
ser receptores dos efluentes urbanos.
O próximo município é União dos Palmares e o trajeto consiste em retornar para a BR
104 por qualquer dos acessos tomados até a área urbana de São José da Laje. Na BR 104,
seguir em direção sul, por 21km em média até a área urbana de União, que fica às margens
da rodovia.
União dos Palmares é marcada por um relevo ora plano, onde a cultura da cana se instalou
e transformou o uso do solo, ora por elevações de grande expressão paisagística, como as
serras da Barriga, dos Frios e Tavares. A Serra da Barriga possui uma área de ocupa uma
área verde de aproximadamente 27,97 km² e 535m de altitude. Já a Serra dos Frios possui
uma área muito maior, com 2.395 hectares, e altura de 587m, localizada na porção sul do
município. A hidrografia é marcada pelas bacias dos rios Mundaú, Camaragibe e Santo An-
tônio Grande.
A Serra dos Frios possui elevado potencial para o ecoturismo e conservação dos remanes-
centes florestais e animais da região.
Infelizmente apresenta questões de
uso do solo degradantes, como inva-
sões, queimadas e desmatamento. A
Serra dos Frios é um patrimônio do
povo de União dos Palmares e deve
ser preservada.
Para acessar a cidade de Branqui-
nha, o visitante deve deixar União
dos Palmares e seguir a BR 104 em
direção sul por aproximados 11km.
Nascida às margens do Rio Mundaú Engenho Santa Rita de Cássia

74 | Maceió | 2018
e por esse mesmo motivo, sofreu perdas altíssimas com a cheia do rio no ano de 2010, sen-
do necessária a edificação de novo bairro para abrigar parte da população que perdeu tudo.
Entre os municípios de Branquinha e Murici, encontra-se a RPPN Boa Sorte, reconhecida
pelo IMA em 2007, com uma área de 40,85 hectares. Além de deter importante fragmento
de vegetação nativa da floresta atlântica, lá se localiza a famosa Cachoeira da Tiririca, com
mais de 70m de altura e grande beleza, onde visitantes podem praticar esportes radicais,
ecoturismo e de aventura. O destino é bastante conhecido por moradores da região e por
grupos que desejam maior contato com a natureza, com espaço para pernoite, alimentação
e visitas acompanhadas a mata.
Finalmente, para che-
gar a cidade de Muri-
ci, o trajeto é pela BR
104, saindo da cidade
de Branquinha e per-
correndo um trecho de
aproximadamente 13km
no sentido sul, onde a
área urbana do municí-
pio chega às margens da
rodovia.
Murici é um dos muni-
cípios mais conhecidos
da zona da mata alagoa- Plantas aquáticas (São José da Laje)
na, tanto que seu nome
foi utilizado para denominar as duas principais unidades de conservação da região: A APA
e a ESEC de Murici. A riqueza ambiental é tão presente que além das unidades públicas,
Murici possui três RPPNs, são elas: Boa Sorte, com 40,85 hectares (que divide sua área com
Branquinha), Vila d’Água, com 46,11 hectares e Santa Maria, com 9,13 hectares. Aqui o
turismo com foco na observação de aves vem crescendo ano após ano e são várias as incur-
sões às matas para ouvir ou visualizar as aves nativas.
Segundo informações do IMA, a lista de aves registradas para Murici totaliza 288 espécies.
A ESEC de Murici tem registros recentes de pelo menos 34 (além de mais duas não encon-
tradas nos últimos anos), provavelmente a maior concentração de aves ameaçadas no país.
Ainda segundo o IMA, pesquisas indicam que a ESEC possui 42 espécies de répteis, dos
quais 20 são lagartos e 22 são cobras – sendo que duas destas são, além de restritas ao lo-
cal, espécies novas para a ciência. É possível citar como exemplos as serpentes conhecidas
como jararaca-de-murici (Bothrops muriciensis) e a cobra-cega (Liotyphlops trefauti), além
de uma espécie de perereca (Phyllodytes gyrinaethes). Por toda a sua relevância em propor-
cionar condições ambientais específicas para a manutenção de diversas espécies da fauna, a
ESEC de Murici pode ser considerada atualmente uma das mais importantes Unidades de
Conservação do Estado de Alagoas.

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 75
75
VIVER BEM
NIDE LINS

Trilha da Cachoeira Tiririca

MURICI
A fazenda Boa Sorte guarda uma relíquia, a Cachoeira Tiririca na Mata Atlântica de
Murici, com sua beleza exuberante, a 55,5 km da capital alagoana. A expedição começa na
Boa Sorte, que recebe visitantes em qualquer época do ano. Dos 200 hectares que formam
a área verde, 40 foram destinados ao turismo, tornando-se uma Reserva Particular do Pa-
trimônio Natural.

76 Maceió | | 2018
76 | | Maceió 2018
Dica da Nide

Passeio

A trilha de 2,5 km reserva trechos escorregadios e estreitos, mas há sempre o apoio na-
tural das árvores e cipós encontrados pelo caminho, o que se mostra mais do que necessário
para a segurança de quem percorre a área. A caminhada de mais de uma hora é feita entre
pés de banana, jaca, goiaba, manga e até siriguela. Durante o percurso são várias as nascen-
tes que vão se juntando desde o município de União dos Palmares, e formando o volume
que dá origem à cachoeira.
A Tiririca desagua no Rio Mundaú, pegando vários afluentes de lá para cá. O Rio Branca
é o um dos principais que formam a cachoeira. Não é uma trilha fácil, e todas dificuldades
são recompensadas na cachoeira de águas transparentes, com o banho que refresca o esfor-
ço depois de caminhar pela melhor academia da vida, a Mata Atlântica.

Para fazer a trilha tem dois pacotes, ambos com reserva.

Com hospedagem na pousada da Fazenda – Preço de R$ 70,00 por pessoa, incluindo


café da manhã e a trilha até a Cachoeira Tiririca. Day use é R$ 25,00 por pessoa com guia da
fazenda. Além das trilhas tem outras atividades de lazer disponíveis, piscina, cavalgada e o
"pesque e pague". Não aceitam-se cartões.

Fazenda Boa Sorte e a Cachoeira do Tiririca: BR 104, Km 60/ Murici/ @fazenda.bs/


Telefones (82) 98180-4317 ou 9994- 4261.

Trilha da Caatinga Rocks

Quando os irmãos Rafael e Marcos Leal resolveram trilhar no mundo das cervejas arte-
sanais, batizaram o empreendimento de Caatinga Rocks, em homenagem ao bioma brasilei-
ro que representa a resistência e garra do sertanejo; já o rock, significa a revolução musical
que ultrapassa o tempo. A cervejaria, no ano de 2017, trouxe para Alagoas o prêmio de
melhor cerveja do Brasil na Copa da Cerveja POA, com a breja English Serelepe Brasileira,
no concurso integrado ao Festival da Cerveja de Porto Alegre (RS).

Caatinga Rocks é uma micro cervejaria alagoana instalada no município de Murici. Ela
recebe visitas agendadas para conhecer a produção das brejas artesanais. (82) 4141.0323/
contato@caatingarocks.com

Maceió | | 2018
Maceió 2018 | | 77
77
Baobá, culinária quilombola

Unidade de Conservação (Murici)

UNIÃO DOS PALMARES


Teatro de um episódio emblemático da história nacional, União dos Palmares sediou
o Quilombo dos Palmares, na Serra da Barriga, que durante quase sete décadas, no sécu-
lo XVII, foi um bastião de resistência contra o escravismo no Brasil. Em 1944, porém,
adotou o atual nome de União dos Palmares em homenagem ao famoso quilombo que
abrigou em suas terras.

78 | | Maceió
78 Maceió | | 2018
2018
Dica da Nide

O restaurante Baobá (árvore da vida), encravado na Mata Atlântica do município de


União Palmares, é comandado pela Mãe Neide Oyá D’Oxum. Toda quarta-feira, a chef
recebe turistas de todo canto do país com o banquete de comidas afro-brasileiras. A alago-
ana tem o privilégio de cultivar as hortaliças, ervas, frutas e ter uma criação de galinhas de
capoeira, que abastecem a sua cozinha temperada nas tradições do uso do pó do camarão
seco e do dendê.

As boas vindas do Baobá são os miniacarajés com camarão seco e caruru. A iguaria
da culinária afro-brasileira é comida de Iansã – orixá dos bons fluidos e das energias
positivas. Nas panelas de barro, são preparada deliciosas tradições como o Amalá, uma
receita de carne do peito de boi cozida com quiabo, azeite dendê, camarão seco e gengi-
bre. Detalhe: não leva sal. Segundo Mãe Neide, os escravos usavam pó de camarão seco,
e ela segue a tradição. O ingrediente é fabricação da casa e segue dando sabor especial
aos pratos.

Para brindar os visitantes da Serra da Bar-


riga (foto), duas bebidas são ofertadas: Jurema
(canela, mel, gengibre, casca da arvore jurema
e vinho). Leve, adocicada e refrescante. E o
Xequetê (sem álcool), feito com suco de ma-
racujá, mel, canela e o gengibre (bem presente
no paladar).

Restaurante Baobá

Agência WS Tur – Oferece viagem a União dos Palmares, às quartas-feiras, com visita
ao Parque Quilombo dos Palmares, almoço no Restaurante Baobá e transporte. – Aceita
cartão. Telefone: (82) 3327.6655/ 99985.3921

Restaurante Baobá trabalha com reserva a partir de 10 pessoas. Telefone: (82)


99670.6678.

Hospedagem

Quilombo Park Hotel - BR 104, Km 35, Fazenda Frios, União dos Palmares.
www.quilomboparkhotel.com.br/ Telefone: (82) 99989-3100.

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 79
79
Reserva Ecológica Osvaldo Timóteo

SÃO JOSÉ DA LAJE


O alagoano Osvaldo Timóteo tinha um sonho de infância, o de voltar a ouvir os
cantos dos pássaros, para ele, uma terapia. Assim nasceu a Reserva Ecológica Osvaldo
Timóteo, na cidade de São José da Laje, e seu proprietário Osvaldo, trocou atividade
econômica da cana de açúcar pelo turismo ecológico. A Fazenda Santa Maria é pousada
e com caminhos para compartilhar a Mata Atlântica com os visitantes.
A Reserva Ecológica Osvaldo Timóteo possui uma área de 22,34 ha e está inserida
na APA Estadual de Murici. É de propriedade de Osvaldo Timóteo da Silva. A proposta
da Reserva é o turismo de vivência da Mata Atlântica, saborear a comidinha de fazenda
com tempero caseiro, palestra ambiental , trilha interpretativa da mata atlântica, plantio
de árvore nativo, banho de bica, miniparque infantil, espaço polivalente para prática de
esportes, centro cultural, piscina, redário entre as mangueiras e uma bela vista panorâ-
mica.

80 | | Maceió
80 Maceió | | 2018
2018
Dica da Nide

Comida da horta

O almoço regional é muito bom, o café segue a mesma linha, a da comida caseira
temperada com ingredientes do quintal. À mesa, as delícias da fazenda, com destaque
para galinha guisada – criada na reserva, a ave é cozida dentro dos mandamentos da
simplicidade, no próprio caldo da galinha, formando aquela graxa, ideal para mistu-
rar na farofa de banana. O feijão verde vem da horta, assim como os legumes.
Reserve espaço para a sobremesa, em especial, o pudim de milho verde (planta-
ção local). Para rematar, o cafezinho. E ainda os famosos doces “nego bom” (banana
cristalizada com açúcar).

A galinha de capoeira, preparada segundo a receita da roça, tem sabor

Reserva Ecológica Osvaldo Timóteo é uma RPPN, área de preservação perma-


nente.
Dia Ecológico (com café , lanche, almoço e atividades ecológicas) – R$80,00 (por
pessoa) almoço e atividades ecológicas – R$ 60,00; Diária da Pousada (por pessoa) –
R$ 180,00 com as três refeições. Telefone: (82) 99123-1778 . BR-104 km 17, São José
da Laje, Alagoas

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 81
81
CONHECER
CÁRMEN LÚCIA DANTAS

Roteiro Cultural

Cabeças em argila, da mestra ceramista Irinéia do Muquém (União dos Palmares)

A contribuição do Vale do Mundau, na faixa que se estende de Rio Largo a Murici, foi
fundamental na colonização da Capitania com a plantação da cana-de-açúcar, mas a gran-
deza da sua História e da sua Cultura é maior que a fertilidade de seu solo.
A presença de engenhos de açúcar fez do Vale um campo aberto à cultura das casas-
-grandes, monopolizando a formação de uma sociedade nos moldes portugueses. A família
dos grandes proprietários rurais impuseram a prática religiosa, a culinária, as manifestações
artísticas e atividades artesanais. Em contrapartida, vinha das senzalas a cultura trazida
pelos africanos escravizados, endossando o caldeamento que resultou na formação dos
costumes locais.

82 | | Maceió
82 Maceió | | 2018
2018
União dos Palmares se destaca por ter servido de sede à República dos Palmares, no
século XVII. Com o extermínio do quilombo nasceu o íconi Zumbi dos Palmares, símbolo
de resistência em defesa dos ideais libertários.
No século XIX foi a indústria têxtil que chegou ao Vale privilegiando o município de
Rio Largo, com a Companhia Alagoana de Fiação e Tecidos e a fábrica de Cachoeira que
trouxeram para a área uma cultura específica da nova relação social marcada pelo proleta-
riado e a burguesia.
No início do século XX é a poesia de Jorge de Lima que projeta o Estado e ganha asas
no cenário nacional em uma época pródiga da literatura alagoana.

Rio Largo – Arquitetura monumental do início do século XX, o Ginásio Municipal


Judith Paiva e a casa residencial da família Paiva, ainda hoje dão o testemunho de uma
época de fausto econômico e social. A Estação Ferroviária, no centro urbano, preserva suas
linhas de inspiração inglesa, enquanto as ruínas das fábricas dão a dimensão do que era o
complexo fabril em seu pleno funcionamento até meados do século passado. Folguedo –
O grupo folclórico Chegança Cruzador São Paulo manteve a tradição secular do folguedo
náutico no Município, graças ao empenho do Mestre Juvêncio Joaquim dos Santos, decano
que formou novas gerações de “marujos” para dar continuidade à brincadeira.

UNIÃO DOS PALMARES - A Serra da Barriga, local do Quilombo dos Palmares, foi
tombada em 1983 pelo Iphan e o dia 20 de novembro passou a ser o Dia da Consciência
Negra, no Brasil. É comemorado em Alagoas com a efervescência de um evento há muito
devido à memória de Zumbi. Os grupos religiosos sobem a Serra na madrugada do dia 20
para prestar reverência a seus ancestrais em torno da Árvore Sagrada. Seguidores dos cultos
e da cultura africana reafirmam suas raízes em cerimônias de fé e de identidade. A Casa
do Poeta Jorge de Lima, aberta ao público em 1981, no centro da cidade, é outro ponto a
ser visitado. O imóvel é um sobrado dos fins do século XIX e reúne um acervo sobre o
Município e informações sobre seu patrono. Filho Ilustre – Jorge de Lima, um dos grandes
poetas brasileiros, com sua obra completa reunida pela Editora Nova Aguilar S.A. em 1997.
Aderiu ao Modernismo com o poema “O Mundo do Menino impossível”, publicado em
1927. Encerrou a produção poética com “Invenção de Orfeu” sua obra prima, publicada
no Rio de Janeiro em 1953, pouco antes de sua morte. Muquém – O povoado é um reduto
de ceramistas quilombolas à margem do Mundau, que fazem potes, panelas, cuscuzeiros,
alguidares. Entre as artesãs, Irinéia Rosa começou a fazer pequenas esculturas de barro para
vender na feira. Suas peças retratam aspectos físicos e gestos simbólicos de seus ancestrais
quilombolas. Descoberta por colecionadores, suas esculturas ganharam novos horizontes
e passaram a ser expostas em galerias de arte e museus. Logo foi premiada em certames na-
cionais e seus trabalhos fotografados para revistas e livros. Recebeu a comenda da Ordem
dos Palmares, maior honraria concedida pelo Governo do Estado.

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 83
83
HISTÓRIA
DOUGLAS APRATTO TENÓRIO

Serra da Barriga, palco dos Quilombos dos Palmares

Famosa por suas belas praias, por suas lagoas e pela presença do “rio da unidade nacional”,
Alagoas apesar de sua pequena superfície caracteriza-se por sua incrível diversidade e por uma
história pujante. Somos um povo mestiço de raízes indígenas, portuguesas e negras. Uma diver-
sidade que se encontra em seu relevo, em sua natureza, em sua cultura e em sua história. É terra
de vales úmidos onde vicejou uma atividade canavieira por séculos. O vale do Mundaú é um
deles. E nele encontra-se na cidade de União dos Palmares, a joia da coroa da região, a Serra da
Barriga, Patrimônio Histórico Estadual, Brasileiro e Patrimônio do Mercosul. Espera-se, com
justiça, que os governantes alagoanos pleiteiem a capital do mais famoso Quilombo conheci-
do em qualquer continente, o Quilombo dos Palmares, como Patrimônio Histórico Mundial.
Outros monumentos, menos importantes, alcançaram, mercê do trabalho de seus dirigentes,
essa condição festejada por seus habitantes. Nesta região, o visitante pode encontrar a cidade
que foi importante polo do ciclo têxtil, Rio Largo, ou o município que nasceu de uma colônia
militar por ordem do Império , para conter a rebeldia dos Cabanos e dos Papa Méis, Colônia
Leopoldina, ou a uma cidade relevante para os ciclos do açúcar e da inovação tecnológica, São
José da Laje, por exemplo, porém a mais expressiva de todas, inquestionavelmente é a antiga
Cerca Real dos Macacos, Santa Maria Madalena e Vila da Imperatriz, hoje União dos Palmares.
Lá é a terra de Jorge de Lima, de Maria Mariá, de Ganga Zumba, de Aqualtune e do herói
nacional, Zumbi dos Palmares, líder do maior movimento contra a escravidão, registrado no
mundo. A República dos Palmares, também chamada de Tróia Negra, é um grito de liberdade
contra a situação de seres humanos, equiparado as bestas, pelas Ordenações do reino vivendo e
morrendo entre torturas físicas e um regime de vida cruel. Milhares de fugitivos das fazendas,
nucleados na Serra da Barriga, ocupavam uma extensa área coberta de catolé, uma palmeira
silvestre, palmares. E resistiram durante quase um século. Robert Southey disse sobre eles “A
única narração que existe da breve, mas memorável história desse povo, foi escrita exatamente,
por aqueles que a exterminaram”. Mas deve-se fazer justiça e respeito pelo caráter daquela gente
e de sua luta titânica pela liberdade humana.

84 Maceió | | 2018
84 | | Maceió 2018
ECONOMIA
CÍCERO PÉRICLES DE CARVALHO

O Vale dos Quilombos

Casa-grande do Engenho Anhumas

O território que cobre o Vale do Rio Mundaú está marcado pela paisagem tropical das
matas remanescentes, dos pastos da pecuária e dos antigos canaviais. Na sua história, foi palco
do Quilombo dos Palmares, da Guerra dos Cabanos e, atualmente, é a região alagoana com a
maior área de reforma agrária. A estrada de ferro Maceió-Imperatriz, inaugurada no final do
século XIX, deslocou a produção canavieira mais próxima do litoral para o interior, ocupando
esse vale com centenas de engenhos.
No século XX, as usinas substituíram os antigos banguês em todos os municípios de in-
fluência do Mundaú. Em décadas recentes, essas unidades industriais foram fechando e hoje
restam cinco: Leão (a mais antiga usina alagoana em funcionamento) e Santa Clotilde, em Rio
Largo, Porto Alegre e Taquara, em Colônia Leopoldina, e Serra Grande, em São José da Laje.
Em concorrência à cana, o algodão se espalhou pelo vale, mas desapareceu na segunda metade
do século XX, levando em extinção também as fábricas de tecidos, como as que se instalaram
em Rio Largo.

Maceió | 2018 | 85
Dessa forma, o açúcar e a pecuária povoaram a região em séculos passados, juntamente com
o algodão tempos depois, e o Vale do Mundaú se transformou numa área de colonização antiga,
densamente povoada, com quase 300 mil habitantes presentes em seus dez municípios. Sua
área de ocupação abrange cidades como Rio Largo, com quase 80 mil habitantes, e Branquinha,
com pouco mais de dez mil moradores, nas quais são predominantes os setores de comércio e
serviços especializados em atender a população local.
Os canaviais. Com muitas usinas, destilarias e fazendas de cana, quase todo o Vale do
Mundaú ficou, desde o século XIX, ocupado por canaviais. No século passado, chegou a contar
com doze fábricas de açúcar e álcool. No entanto, a perda de competividade de muitas de suas
fábricas, como a São Simeão, Bititinga, Agrisa, Laginha e Campo Verde, fez diminuir a presença
da cana, que recuou, mesmo continuando sendo a principal cultura agrícola.
Outra agricultura. A região agrícola do Vale do Mundaú, com o recuo da cana, vem sendo
ocupada pela pecuária e pela agricultura diversificada: roças de milho, feijão e mandioca. Essas
culturas, presentes em todas as localidades, convivem com uma nova agricultura mais diversifi-

86 Maceió | | 2018
86 | | Maceió 2018
cada que vem surgindo com plantações de grãos (com a entrada da soja), fruticultura (banana,
manga, laranja) e produção comercial de hortícolas e raízes (inhame, batata).
Pecuária. A criação de bovinos servia, inicialmente, aos engenhos. Depois, ao disputar terras
com os canaviais, no seu auge, foi afastada para o agreste ou para terras que não serviam para
plantar cana. Desde o final do século passado, a pecuária de leite e corte voltou para o Vale do
Mundaú, contando hoje com mais de 120 mil bovinos espalhados por todas as localidades.
A paisagem rural do Vale voltou a ter a força antiga do binômio: pastos extensivos e amplos
canaviais.
Indústria. Há um esforço, nas últimas décadas, para criar novas indústrias nos municípios do
Vale do Mundaú. Distritos Industriais foram criados em localidades maiores, onde se implan-
taram algumas fábricas, como a Bauducco; avícolas e pequenos laticínios surgiram em quase
todas as localidades para aproveitar a nova produção de leite.

Serra da Barriga (União dos Palmares)

Maceió | | 2018
Maceió 2018 | | 87
87
Arapiraca
Arapiraca tem uma vocação natural para o Turismo de Negócios, devido sua localização
geográfica centralizada no Estado de Alagoas, com proximidade da capital alagoana - Maceió
(130 km); capital sergipana - Aracaju (180 km) e de polos importantes no interior de Pernam-
buco e da Bahia.
Desta forma, absorve um grande número de turistas que vêm pelo forte comércio da cidade
e a grande concentração de empresas, principalmente de atacado, além de representantes co-
merciais, pela sua importância logística. Sua localização também favorece a passagem de turistas
que cruzam o Estado entre Maceió e o Rio São Francisco, seja na sua foz, seja nos seus cânions.
Devido a essa força do Turismo de Negócios, Arapiraca atrai bastante eventos comerciais,
religiosos e esportivos como por exemplo: Fesuper, Viva Motocros, Arapiraca Moto Agreste,
Natal em Família, dentre tantos outros.
Arapiraca tem em torno de 30 hotéis e pousadas. Um bom parque gastronômico, com
restaurantes e bares com todos os segmentos: self service, a la carte, pubs, sorveterias. Além de
casas de shows e eventos, quatro teatros, shopping com 110 lojas, campo de pouso, rodoviária,
e em breve um aeroporto regional.

Rogério Teófilo – Prefeito de Arapiraca

88 | | Maceió
88 Maceió | | 2018
2018
GEOGRAFIA
ALEX NAZÁRIO

CAMINHOS DO
Vale do Paraíba/do Açúcar e do Agreste

Caracterização Geográfica e Ambiental


Municípios: Atalaia, Capela, Cajueiro, Viçosa. Mar Vermelho, Quebrangulo,
Palmeira dos Índios, Arapiraca, (São Sebastião), Limoeiro de Anadia, Campo
Alegre, São Miguel dos Campos e Boca da Mata

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 89
89
O roteiro Vale do Paraíba/ Caminhos do Açúcar/ Agreste tem início partindo da capital
Maceió:
O primeiro acesso é recomendado para quem desembarcou no Aeroporto Internacional
Zumbi dos Palmares ou reside na parte alta da cidade de Maceió e quer evitar o trânsito da
capital. Consiste em tomar a rodovia BR 316 no sentido da cidade de Pilar, continuar nesta
via, passando pela rotatória que conflui com a BR 101, sempre permanecendo na BR 316 até a
cidade de Atalaia, num percurso total de 33,8km.
O segundo acesso é uma opção exclusiva para quem desembarcou no Aeroporto Interna-
cional Zumbi dos Palmares. A partir do viaduto que dá acesso ao aeroporto, seguir em frente
pela AL 210, que dá acesso a cidade de Rio Largo, passando por sua área urbana e chegando a
sua confluência com a BR 101, num percurso de 10,6km. Acessar a BR 101 em direção a su-
doeste, sentido Pilar por 14,2km até a rotatória que conflui com a BR 316, alternado para esta
rodovia até a cidade de Atalaia, num percurso total de 10km.
O terceiro acesso é para quem parte do Centro pela área litorânea da capital Maceió e segue
pelo litoral, a partir da rodovia AL 101 sul, em direção a Ilha de Santa Rita, até o trevo da Polícia
Rodoviária Federal num percurso de aproximados 10km. O trevo dá acesso à rodovia BR 424,
onde o visitante deve percorrer essa rodovia até o trevo que conflui com a BR 316, sentido nor-
te, num percurso de 15 km. Tomando a BR 316, no sentido da cidade de Pilar, continuar nesta
via, passando pela rotatória que conflui com a BR 101, sempre permanecendo na BR 316 até a
cidade de Atalaia, num percurso de 20,5km.
O território de Atalaia está localizado nos domínios de duas bacias importantes de Alagoas,
a Bacia do Paraíba e a Bacia do Mundaú. Devido a sua localização, são comuns as vastas linhas
de drenagens de córregos e rios que alimentam as bacias principais e moldaram o relevo entre as
rochas dos ambientes acidentados. Devido ao uso do solo direcionado a cana-de-açúcar, os re-
manescentes florestais são fragmentados e esparsos. Entretanto um merece destaque, a RPPN
Santa Tereza, localizada a leste do município, com uma área de 100 hectares. Foi criada em 2001
pelo IBAMA e possui um criatório classificado como fiel depositário pelo IBAMA para animais
silvestres. A área detém também inúmeras nascentes de águas cristalinas, formando lagoas e
piscinas de beleza inigualável.
Para seguir viagem até a cidade de Capela, o visitante deve retornar a BR 316 até a parte alta
de Atalaia (Chã de Atalaia), até a confluência da BR 316 com a AL 410. Seguir pela AL 410 no
sentido noroeste por 6km até a confluência com a AL 210. Então, continuar na AL 210 sentido
norte a cidade de Capela que fica às margens da rodovia por 10,3km. Capela se localiza às mar-
gens do Rio Paraíba do Meio, na sua planície fluvial, mais especificamente nos terraços fluviais
que se formaram nas margens do Rio. Esses terraços são superfícies planas ou levemente in-
clinadas formando as margens um rio, resultantes de variações climáticas ou do nível das águas
através dos tempos. O relevo apresenta os traços de interferência do Planalto da Borborema
com estruturas rochosas e cristalinas.
Para chegar à cidade de Cajueiro, basta seguir a rodovia estadual AL 210, partindo da cidade
de Capela no sentido oeste por 8,6km. A área central e centro-sul do município possui topo-
grafia plana e levemente movimentada, diferente do norte e oeste, onde as escarpas do Planalto
da Borborema possuem várias elevações, de onde vastos vales conduzem uma hidrografia que
alimenta os rios principais. A Serra do Pitimiju, ao norte, é a maior altitude registrada, com

90 | | Maceió
90 Maceió | | 2018
2018
391m e como Capela, Cajueiro possui interação direta com o Rio Paraíba, inclusive nas cheias
que podem elevar muito o nível do rio e invadir parte da área urbana.
A próxima cidade do roteiro é Viçosa onde a partir da cidade de Cajueiro, o visitante deve
seguir a AL 210 no sentido oeste por 2,8km até a confluência com a AL 440. Desse ponto,
permanecer na AL 210 no sentido norte, até a cidade de Viçosa, num percurso de aproximada-
mente 13,4km. Viçosa possui o relevo movimentado com o Rio Paraíba do Meio cortando vales
e seus afluentes formando algumas cachoeiras como Dois Irmãos, Cachoeira Grande, Caçamba
e Cachoeira do Anel. Esta última, considerada a mais bela da região, localizada próxima ao po-
voado Anel, no Rio Caçamba. A Serra Dois Irmãos é a elevação mais alta com 509m.
Saindo da cidade de Viçosa, o visitante deve acessar a AL 110, que dará acesso a cidade de
Mar Vermelho, sentido oeste. O trajeto é de aproximadamente 17,7km até a estrada de acesso
a cidade que possui aproximados 4,5km de extensão. Aqui existe uma das primeiras RPPN
estaduais de Alagoas, a RPPN Canadá, com uma área de 8,28 hectares. A área compreende em
sua maior parte feições de encostas suaves e vales, engastados numa área de relevo bastante
trabalhado e dissecado da Província Borborema. A altitude da região varia entre 650 e 1.000
metros, detendo um clima ameno a frio, principalmente durante a noite, o que faz a cidade de
Mar Vermelho ser conhecida como
a “Suiça Alagoana”, tendo sua
menor temperatura registrada em
10ºC em julho de 2010.
O próximo destino é a cidade
de Quebrangulo. Saindo de Mar
Vermelho, o visitante deve retornar
pelo acesso a cidade até a rodovia
AL 110 por 4,5km e retornar a Vi-
çosa, num percurso de 17,7km. Da
cidade de Viçosa, tomar a AL 210,
passar pela cidade de Paulo Jacinto
e seguir a Quebrangulo, cuja área
urbana encontra-se às margens da Quebrangulo, onde nasceu o romancista Graciliano
rodovia, num percurso de 35km.
Alguns autores consideram que aqui, na Serra das Guaribas, é que se encontra o ponto culmi-
nante do estado de Alagoas, com 882m de altitude. A Serra se localiza no interior da Reserva
Biológica de Pedra Talhada (REBIO).
A REBIO de Pedra Talhada é uma Unidade de Conservação Federal, de Proteção Integral,
criada em 13 de dezembro de 1989 sob o Decreto Federal n°. 98.524. Situada na fronteira dos
estados de Alagoas e Pernambuco, mais precisamente na Serra dos Guaribas, abrange parte dos
municípios de Quebrangulo, do lado alagoano e Lagoa do Ouro, do lado pernambucano, tota-
lizando uma área de 3.840,21 hectares. A Reserva abriga uma grande diversidade de espécies de
aves, das quais as ameaçadas de extinção contam 22 e correspondem a cerca de 10% de todas
as aves do Brasil em risco de extinção.
De acordo com dados do ICMBio, a REBIO de Pedra Talhada também é considerada
vital para o fornecimento de água para boa parte da região. Devido as suas matas preservadas,

Maceió | 2018 | 91
dois reservatórios grandes (Caçamba e Carangueja) com uma capacidade total de 9.711.000m³
e mais de 100km de dutos alimentam Palmeira dos Índios, Estrela de Alagoas, Minador do
Negrão, totalizando mais de 100.000 habitantes. Reservatórios menores (Juliana, Igapó, Campo
Alegre e Cova Triste) abastecem Quebrangulo em Alagoas e Lagoa do Ouro e Correntes, em
Pernambuco - todos com água da Reserva. Por este motivo, Apesar de seu pequeno tamanho,
a unidade de conservação concentra importantes remanescentes de cobertura florestal, cuja
existência é vital para a manutenção dos fluxos hídricos superficiais e subsuperficiais da Reserva
e do seu entorno.
Além da REBIO, existe a RPPN Mata da Suíça II, localizada no município e adjacente a área
urbanizada da cidade. Pertence a família da Sra. Anita Studer, ambientalista que apoiou junto ao
Governo Federal a criação da REBIO de Pedra Talhada e ações de recomposição e educação
ambiental das comunidades da região. A RPPN possui pouco mais de 10 hectares e foi revitali-
zada por meio de replantio e recomposição florestal, detendo espécies típicas dos biomas Mata
Atlântica e Caatinga, além de produção de mudas e centro de visitantes.
Segundo dados da Agência Nacional de Águas (ANA), o Rio Paraíba do Meio adentra em
terras alagoanas pelo município de Quebrangulo, possuindo aproximadamente 3.718 km² de
área. O Rio Paraíba do Meio nasce no Estado de Pernambuco e deságua na laguna Manguaba,
no município de Pilar. Trata-se de um rio perene que, a partir de Quebrangulo, recebe as águas
provenientes dos riachos Bálsamo, Quebrangulo e Riachão de Cima. Em Viçosa, junta-se a ele
o riacho Riachão. O rio Paraibinha é afluente do Paraíba, juntando-se a este no município de
Capela.
A partir da cidade de Quebrangulo, o visitante deve seguir pela AL 210, sentido sudoeste até
a confluência dessa rodovia com a BR 316 por aproximados 23km. Tomar a BR 316 em direção
à cidade de Palmeira dos Índios num percurso de 2,3km até o trevo da entrada da cidade. Assim
como outros dessa região, o município encontra-se em uma área de transição marcante para
os biomas da Mata Atlântica e da Caatinga, apresentando fitofisionomia de floresta nas áreas
mais elevadas, pela influência da altitude e vegetação de transição para a Caatinga nas partes
mais planas.
O termo fitofisionomia diz respeito às características da vegetação que se encontra em
determinado lugar, o aspecto dessa vegetação. O domínio da vegetação na microrregião de
Palmeira dos Índios é da Floresta estacional, também chamada de mata seca, de menor porte
que as florestas úmidas e que perdem parte de suas folhas na estação seca, normalmente com-
preendido entre outubro a março, entretanto possui uma flora rica em espécies.
Segundo dados do IMA, os municípios de Palmeira dos Índios, Quebrangulo e Tanque
D’Arca detém ainda as maiores quantidades de fragmentos de cobertura vegetal nativa para a
região. Mesmo assim, a área de cobertura não ultrapassa os 20% em nenhum desses municípios.
O uso do solo, principalmente para o pasto e a criação de gado estão entre os principais fatores
da substituição da vegetação nativa que existiu na região.
O Rio Coruripe nasce na Serra da Mandioca, em Palmeira dos Índios, município localizado
no agreste alagoano e dá nome a uma importante região hidrográfica do estado e a última ao sul
de Alagoas que possui rios que deságuam no Atlântico. Possui uma extensão de 336 km, uma
altitude de 550 m e uma área de 2.013,5 km² que abrange 19 municípios. Sua foz fica localizada
no município de Coruripe, litoral sul alagoano.

92 | Maceió | 2018
O próximo destino é Arapiraca, a capital do Agreste, como é conhecida. Para ter acesso,
o visitante deve partir do trevo da cidade de Palmeira dos Índios até o viaduto que interliga a
BR316 com a AL 115 num percurso de 1,5km. Deve tomar a AL 115, sentido sul por 38km até
o trevo que encontra a AL 220, chegando a área urbana de Arapiraca.
Como um destino alternativo, o visitante pode ir à cidade de São Sebastião. O acesso se dá
através da AL 110, no trevo que conflui com a AL 220 em Arapiraca (próximo ao Supermerca-
do Atacadão). Seguir a AL 110 na direção sul por aproximadamente 25km até o acesso a cidade
de São Sebastião. E, para dar prosseguimento a rota original, basta fazer o caminho inverso, até
o trevo citado.

O Vale do Paraíba apresenta belas paisagens campestres

Devido ao intensivo uso do solo no município, pouco menos de 8% de sua área possui uma
cobertura vegetal nativa expressiva.
Arapiraca está inserida na região hidrográfica do Piauí onde os Municípios Integrantes da
Bacia são: Arapiraca, Campo Grande, Coruripe, Feira grande, Feliz Deserto, Giral do Pociano,
Igreja Nova, Junqueiro, Lagoa da Canoa, Limoeiro de Anadia, Olho D’água Grande, Penedo,
Piaçabuçu, Porto Real do Colégio, São Brás, São Sebastião, Teotônio Vilela, Traipú. Os rios in-
tegrantes da Bacia Hidrográfica são: Rio Tibiri, Rio Itiúba, Rio Boacica, Rio Perucaba, Rio Piauí
e Rio Batinga. Desses, os principais, Piauí e Perucaba possuem suas nascentes em Arapiraca.
Partindo de Arapiraca com destino a Limoeiro de Anadia, o visitante deve seguir a AL 220
rumo a leste, por aproximados 18km até o acesso a cidade de Limoeiro de Anadia, sinalizado
com portal de entrada e seguir por mais 1km até o centro. A cidade se desenvolveu as margens
do Rio Coruripe e possui um belo vale de onde se destaca sua área urbana perante os campos
e pastos. Além do Coruripe, suas terras contribuem para as Bacias do Jequiá e do São Miguel.
Partindo do Portal da cidade de Limoeiro de Anadia, o próximo destino é a cidade de Cam-
po Alegre. O acesso se dá pela rodovia AL 220 no sentido leste, por 17,3km até o portal de en-

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 93
93
trada da cidade que fica às margens da rodovia citada. Campo Alegre é marcado pela presença
de vastos canaviais implantados numa topografia plana, apenas descontinuada pela presença de
diversos vales que drenam águas principalmente para a bacia do rio Jequiá. Aqui se localiza a
RPPN Dubinha Guimarães, pertencente a Usina Porto Rico. Esta reserva possui uma das áreas
planas de maior cobertura vegetal nativa da região, com aproximados 640 hectares contínuos de
vegetação da Mata Atlântica.

A RPPN Dubinha Guimarães está localizada na porção Nordeste do município de Campo


Alegre. A importância de sua localização estratégica está para a fauna nativa. Sua grande área
está próxima a um dos vales de afluentes do Rio Jequiá, que se ramifica por quase todo o muni-
cípio. Isso garante o fluxo de espécies na região e uma área de refúgio para os animais.

Saindo de Campo Alegre, o próximo destino é a cidade de São Miguel dos Campos. O
acesso continua pela AL 220, sentido leste até o trevo de confluência com a BR 101, no posto
da Polícia Rodoviária Federal com percurso de 28km. Acessando a BR 101, deve ser tomado
o sentido norte até a área urbana de São Miguel dos Campos, num percurso aproximado de
3,4km. Nessa região, o Rio São Miguel se prepara para desaguar na Laguna do Roteiro, loca-
lizada no município vizinho da Barra de São Miguel. Além deste, existem os cursos dos Rios
Sumaúma Grande e as nascentes do Rio Niquim, onde formam uma rede de drenagem de
águas límpidas que abastecem a cidade da Barra de São Miguel e a irrigação da cultura da cana
pelas usinas locais.

A Bacia do Rio Niquim foi contemplada com a criação de 8 RPPN numa parceria entre os
grupos usineiros proprietários das terras, o Ministério Público Estadual, IMA e Secretaria de
Meio Ambiente do Estado. O projeto foi denominado de Mosaico de RPPN do Rio Niquim,
abrangendo área dos municípios de São Miguel, Barra de São Miguel e Marechal Deodoro.
Com isso, mais de 1000 hectares de matas e do alto curso do Niquim e seus afluentes estão
protegidos. De acordo com informações dos órgãos parceiros, espera-se a adesão de outros
proprietários para garantir a ampliação da proteção da área de forma completa.

Finalmente, para acessar a cidade de Boca da Mata, partindo de São Miguel, o visitante deve
continuar seu trajeto na BR 101 sentido norte, passar o trevo de confluência com a AL 220,
mantendo-se na BR 101 até a confluência com a rodovia estadual AL 105/2015, num percurso
de 16,8km aproximadamente. Seguir pela AL 105/2015 num percurso de 22km, sentido oes-
te, até a área urbana. Boca da Mata já fez juz ao nome, onde a fama de sua extensa cobertura
vegetal era conhecida em todo o estado. Entretanto a agricultura modificou permanentemente
sua paisagem, restando apenas alguns fragmentos de Mata Atlântica presentes em seu território.
Além da mata, destaca-se as serras vizinhas a cidade, que compõem um visual muito bonito, são
elas: Naceia, Boca da Mata e Colombina, sendo a maior, Naceia com 330m. As principais ba-
cias hidrográficas são do Sumaúma e do São Miguel onde seus vales se encontram num estado
avançado de degradação, com a necessidade de ações de recomposição, visando a perenidade
dos recursos hídricos.

94 | | Maceió
94 Maceió | | 2018
2018
Dica da Nide
NIDE LINS
CAPELA
Tradição – Os caldinhos de feijão, de galinha ou misto (mistura de galinha
e feijão), criados pelo alagoano Newton Melo Bastos, são as maiores celebri-
dades da cidade de Capela. Mas para se deliciar com estas iguarias, acerte os
ponteiros do relógio, pois o líquido só é vendido das 9 até o meio dia. O caldi-
nho de seu Newton tem hora marcada, e ele é rigoroso. Pode ser o Papa ou o
governador, depois das 12 horas é encerrado o expediente. Aos domingos, o
movimento no bar é tanto, que às 11h30 não tem mais um pingo do precioso
líquido.
O bar é ponto de encontro dos capelenses e dos ilustres turistas, que ater-
rissam por lá só para saborear os famosos caldinhos. A receita tem mais de 40
anos e ajudou a escrever a história do seu Newton e de sua esposa Dalva, que
também sempre estão no balcão atendendo com simpatia.
Endereço: Rua Francisco Avelino, 446 – Centro de Capela – Telefone: (82)
3287.1345/ Funciona todo dia das 9h até meio dia/ Não aceita cartão

Churrasco – O Casarão é o singelo restaurante no Centro de Capela. Lá o


churrasco misto é o mais querido, e vem com carne de boi, frango e porco. Os
acompanhamentos são feijão caseiro, o feijão de “arranco” (tipo verde), arroz,
macarrão e maionese, tudo feito com tempero caseiro. De entrada, prove a
macaxeira frita e de sobremesa a cocada de chocolate (importada de Arapi-
raca). O restaurante, com mais de 30 anos, é comandado por Telmo Ferreira.

Av. Robson M. de Melo, 760 - Centro - Capela, Telefone: (82) 99929-2149

Pastel– A partir das 20 horas, na Praça Central da cidade de Capela, as


pessoas começam a chegar para saborear os pasteis do G. Pastelaria, conhe-
cido como Pastel do Gilberto. A massa do pastel não é seca, é macia, parece
elástica. O recheio da carne é molhadinho, lembrando que o salgado ficou en-
tre os dez melhores do Brasil no concurso do Programa de Ana Maria Braga,
na Rede Globo.
Praça Central na cidade de Capela/ Funciona de terça a domingo, das 20
até as 22h. Não aceitam-se cartões.

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 95
95
VIÇOSA

Na cidade de Viçosa, distante 90 km de Maceió, a dica é viver uma aventura na Cachoeira


Baixa Funda, popularmente conhecida como Cachoeira do Anel. Para chegar até lá, são 3km
de caminhada em pura integração com a natureza, e o ponto de partida é na Pousada Fazenda
Baixa Funda, antigo engenho da região. Os proprietários Maria José e Eduardo Guimarães,
o Duda, adotaram o “Natures Paradise”, projeto de preservação ambiental. Neste paraíso de
Mata Atlântica, é proibido caçar, pescar e jogar lixo no chão.

A pousada, em meio a
Mata Atlântica, é um refú-
gio aberto o ano todo para
quem deseja banhar-se nas
águas de uma cachoeira ou
acordar ouvindo o som dos
passarinhos e trilhar 3km
até a Cachoeira do Anel.
Além da trilha, o éden em
Viçosa conta estrutura para
quem deseja harmonia com
a natureza, praticar esportes
como futebol, vôlei, passeio
stan up e, até mesmo, surfar Viçosa é uma tradicional cidade da Mata Alagoana
no Rio da Fazenda Baixa
Funda.

O antigo alambique de pinga pura virou os quartos temáticos, alguns climatizados. Para
quem curte a natureza em sua plenitude, Viçosa é o destino certo, com seus casarios históricos,
também conhecida como a cidade dos folguedos.

As diárias para casal na fazenda Baixa Funda custam R$ 120, com café da manhã incluso e
a trilha da Cachoeira do Anel.

Day use – R$ 30,00 por pessoa/ Café da manhã – R$ 20,00/ Guia para grupos – R$40,00

Para os hóspedes e no sistema de day use, a fazenda oferece cozinha completa, com freezer,
geladeira, fogão, micro-ondas, panelas, talheres/ Telefone: (82) 99622.6299
Quem faz o passeio- Ecoexcursão: (82) 99980-8674/ 99901-0425
Instagram: @ecoexcursao/ Facebook: www.facebook.com/ecoexcursao

96 | | Maceió
96 Maceió | | 2018
2018
Dica da Nide

Restaurante

Elias Vasconcelos, filho de Viçosa, transformou o destino alagoano em roteiro da


gastronomia, com o seu restaurante Trapiá, no povoado Tangil. Da sua cozinha, saem
maravilhas, desde a salada de 16 itens, a mais cobiçada da cidade, à costela de boi ba-
tizada de Janela, que derrete no céu da boca. A costela de boi (600 gramas) chega à
mesa bem dourada. E o próprio chef Elias faz questão de cortar a iguaria com sua faca
amoladíssima. “Só eu sei cortar a costela”, diz o alagoano, ironizando porque a carne se
desmancha só na ponta da faca. Ela se abre como uma janela. A costela passa por seis a
oito processos até ficar pra lá de macia.

Trapiá: A costela bovina é para compartilhar. Aceita-se cartões. Só atende com re-
serva/Funciona aos sábados e domingos, das 11h até as 15h

Povoado Tangil, Viçosa, Alagoas – Telefone: (82) 99625-4848/ (82) 3283-1123/


@restaurantetrapiavicosaalagoas

Cachoeira do Caçamba, em Viçosa

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 97
97
MAR VERMELHO
A cidade de Mar Vermelho é pequenina. Logo na entrada tem o Cristo Redentor, e todo
ano, no mês de agosto, acontece o Festival de Inverno. Mas quem chega no município co-
nhecido como Suíça alagoana, encontra outros encantos, além do clima agradável. Por lá, o
Restaurante Serras Alagoanas é uma estrela do turismo rural.

Gastronomia

No centro de Mar Vermelho é só perguntar pelo restaurante. Todo mundo conhece. “É


o restaurante da Anaelia. É só subir a serra”. E pela estrada de barro, sobe a serra no friozi-
nho das montanhas bem verdinhas. Lá, a mineira Anaelia Camargo , ao lado de seu amado

98 | | Maceió
98 Maceió | | 2018
2018
Vida campestre com o charme do frio

Adeildo Barbosa, serve o pãozinho de queijo e chocolate quente, entre outras maravilhas
da culinária mineira feitas no fogão a lenha. Boa parte dos ingredientes da cozinha são do
sítio, como o carneirinho, galinha, manjericão, alfavaca, alecrim, salsinha, cebolinha... O
torresmo é uma das beldades da casa. Bem sequinho e crocante, ele é frito em um tacho na
banha de porco. É de comer rezando é a costelinha de porco. Sem falar da galinha caipira
guisada, que rende um delicioso pirão de lamber os beiços.

Trilha – O ponto de partida das trilhas de Mar Vermelho é no restaurante Serras Alagoa-
nas e o próprio guia é o Adeildo, que desde menino fazia o roteiro de 5 ou 10km para viver
a natureza, pequenas propriedades, agricultura, e tomar banho de cachoeira. Lembrando
que, as trilhas vão de 3 a 10 km, dependendo do pique do grupo, mas é preciso agendar
para vivenciar as belezas das serras. Restaurante Serras Alagoanas: Sítio Durão , Zona Ru-
ral. Telefones. (82)99920-8711/98222-6804/ Trilha – R$ 150,00 por grupo de até de 15
pessoas.

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 99
99
BOCA DA MATA
A cidade de Boca da Mata é famosa pelo trabalho do escultor Manoel da Marinheira. O
Município tem um museu, localizado dentro do Balneário Águas de São Bento, propriedade
com mais de mil e 200 hectares (sendo 30% de resquícios da Mata Atlântica). Mas o lugar tem
outros encantos, como trilhas, e um açude, que conta com exemplares de peixes das espécies:
Tambaqui, Tilápia, Vermelho e Preto, Traira e Piau.

A programação de lazer oferecida pelo balneário é uma terapia natural, com piscinas para
adultos e crianças, café regional e almoço, banhos em quedas d’água e um passeio de trem pelas
plantações de açaí. Até uma cachoeira escorre pelas águas de São Bento. Todo o trajeto é feito
na companhia de um guia.

Fazer as trilhas é uma das maravilhas do balneário. No trajeto pela Mata Atlântica habitam
pássaros como, Jangada, Pau D´Arco, Sapucaia e Embiriba. AL-215, Km 6 - Zona Rural, Boca
da Mata - Telefone: (82) 99900-1413. Quem faz o passeio: Ecoexcursão/ Contatos: (82) 99980-
8674/ 99901-0425. Instagram: @ecoexcursao/ Facebook: www.facebook.com/ecoexcursao.

Balneário Águas de São Bento, Boca da Mata

100 | Maceió | 2018


CAMPO ALEGRE
Trilha da Caraçuípe

Duas cachaças produzidas na cidade de Campo Alegre têm em comum o sabor requinta-
do ao paladar. A branquinha tem o aroma da cana de açúcar. A de cor ouro exala o perfume
de carvalho. Ambas descem suaves, sem abrasar na garganta. Agradável e deliciosa surpresa,
assim é a Caraçuípe, cachaça alagoana que une história, tradição e novas tecnologias para ga-
rantir o padrão uniforme do sabor do destilado, e não usa aditivos químicos e nem corante.

A cachaça alagoana é um projeto da família de Renato Coutinho, que mergulhou no


sonho do seu avô Antônio e de seu tio Benedito que, em 1933, adquiriram o Engenho
Caraçuípe, ainda em Pernambuco. A história do engenho prosseguiu na cidade de Campo
Alegre, Alagoas, onde o verde da cana-de-açúcar predomina.
Da fabricação, 75% da cana (coração da cachaça) é transformada em aguardente; dos
25% restantes (10%, cabeça e 15% calda) viram álcool. Aliás, no processo de feitura da
cachaça tudo é aproveitado: o bagaço vai para a caldeira e o vinhedo para fertilização. À
frente do empreendimento, o casal Renato Coutinho e Cristiane Dantas. A cachaça alagoana
coleciona prêmios como a medalha de ouro, para a Caraçuípe Ouro, no Concurso Mundial
de Bruxelas Edição Brasil – 2018
Para conhecer o processo da fabricação da Caraçuípe é só agendar. No engenho tem
uma loja onde são comercializadas as cachaças, além do artesanato e produtos dos agricul-
tores da região.
Engenho Caraçuípe: Sítio Escorrega – Rodovia BR 101, km 159 – Luziápolis - Campo
Alegre – Telefone: 82 – 3275.9120.

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 101
101
ARAPIRACA
Arapiraca não tem praia, mas é uma cidade estratégica da região do Agreste de comércio
pulsante e com o turismo focado no de negócios. Contudo, o Município tem outros talentos:
o da gastronomia tradicional. Lá você encontra galinha de capoeira, bode, buchada... Comida
forte, farta e colorida. A história da alimentação industrial também é bem sucedida. O Grupo
Coringa, com seus produtos famosos, como o flocão de milho e de arroz, presente desde a
cozinha dos restaurantes estrelados aos botecos, é um clássico dos cafés na casa dos alagoanos.
A cidade do Agreste também é fábrica de cultura desde a época do saudoso Bar do Paulo,
lugar dos boêmios, e onde tinha a melhor discotecagem de Alagoas. Por lá brotou uma geração
de poetas, músicos e artistas plásticos. Paulo, nos seus mais de 80 anos, é o DJ do Agreste, e
continua inspirando os jovens a se encontrar no movimento cultural ativo com shows, expo-
sições ou cine clube. Um dos filhos ilustres de Arapiraca é o instrumentista Fernando Melo,
considerado um dos melhores violonistas de nosso País. Como diz Mário Quintana: “Viajar é
trocar a roupa da alma”. Vamos ao Agreste!

Dica da Nide
Bar cultural - Para quem curte lugares descolados, com bandas autorais, exposições cul-
turais, cine clube e poesia, deve se dirigir ao Vinil Coffie Bar, lugar onde os jovens, e os de
outras gerações, se encontram para viver a noite com doses de cultura. Na cozinha, os dadi-
nhos de tapioca e o peixe tilápia no bafo não saem da parada de sucesso do bar. Para beber,
as cervejas artesanais alagoanas. Rua Alan Kardec, 1118 - Santa Esmeralda, Arapiraca/ de
quinta a sábado, a partir das 18h/ Telefone: (82) 99931-5582

102 | | Maceió
102 Maceió | | 2018
2018
Alternativo – O Mystura Fyna é um bar alternativo e aconchegante. Com 13 anos de
resistência cultural, como o anfitrião, Barbosa gosta de frisar, segue como destino dos bo-
êmios. O bar dispõe de um cardápio de músicas e sempre exibe as melhores seleções de
clipes, que vão do samba ao rock. Na cozinha, os destaques são os pasteizinhos e caldinhos.
Rua São Francisco, Centro, 1133 – Arapiraca/ Telefone (82) 99650-1055

Bode no café - Arapiraca tem suas peculiaridades. Toda segunda-feira é dia de forró de
graça na praça Luiz Pereira Lima (antiga praça da Prefeitura), para casais da melhor idade e
quem queira se arriscar no arrasta-pé. Mas os familiares de seu Quintino Tertulino da Fon-
seca, estes, sim, arrastam os pés logo cedo para abrir as portas do Bar do Bode, e servir seu
saboroso café da manhã.

Essa tradição do café nordestino, com bode, tem mais de 30 anos na casa. O bichinho
amado no Nordeste segue a clássica receita do tempero caseiro, com pouquíssimo cominho,
alho, pimenta do reino, tomate, cebola e pimentão. A carne ganha textura macia, com direi-
to ao caldo apurado para misturar ao cuscuz ou inhame. Simples e saboroso. Rua Pedro Cor-
reia, 59 – Centro de Arapiraca – Telefone:9 9616.4224/ Funciona das 5h30 até às 16 horas

Cabeça de bode – Pode aparecer exótico saborear cabeça de bode, porém é uma tradição
no Nordeste; e, em Alagoas, a iguaria é saboreada em festas, casamentos, batizados, mas é
difícil achar em restaurantes e bares. Quem quiser provar, deve ir na Buchada do Vavá, no
povoado Baixa do Capim. Lá é certo achar. A iguaria está, bem visível, no cardápio pintado
na parede do modesto estabelecimento Agrestina.

Para chegar ao Vavá são seis quilômetros de chão por estrada de barro. Aos poucos, a
beleza do Agreste vai aparecendo. Além da cabeça de bode, a buchada com pirão é a grande
vedete da cozinha.

Seu Vavá diz que o segredo da boa buchada é a limpeza, que requer muito cuidado e
dedicação. O preparado tem como base o bucho do bode ou carneiro, recheado com fígado,
vísceras, gorduras – lavadas com limão, vinagre e sal. Em seguida são cortadas, temperadas
com cominho, sal, alho e legumes. Tudo é adicionado nos buchos, depois costurados com
agulha e linhas comuns. Já a cabeça de bode, que mais parece uma bola furada, é cozida na
mesma panela da buchada, e se come o miolo. A comida é para os fortes. Tradição que seu
Vavá preserva.

Funciona aos sábados, domingos e feriados. Das 11 até às 15 horas/ Telefone: (82)
99961.6030/ Não aceita cartão. Como chegar – Pela AL 220, em frente ao Shopping Gar-
den, entre à direita e siga a estrada de barro. São 6 km, e placas lhe indicarão o caminho.

Galinha de Capoeira - Não existe cardápio. O próprio Né anuncia o “menu do dia”:


“tem galinha de capoeira e churrasco”. O Né, é o Manoel Paes de Albuquerque. Alagoano
de Arapiraca que,além de dono, é garçom e relações públicas do restaurante conhecido

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 103
103
como a Galinha do Né. Quem quem manda na cozinha é sua esposa, Maria Margarida de
Albuquerque, que há 34 anos prepara a melhor galinha da região.

A galinha guisada é servida com feijão verde (novíssimo), arroz, salada e pirão. O tem-
pero de Margarida é na medida, nada é demais. Na panela da alagoana tem cominho, alho,
vinagre, pimenta do reino, tomate, cebola, pimentão, e nada de óleo. A ave é cozida na
própria gordura.

Galinha do Né: Avenida Aventura de Farias, 551 – Arapiraca – Telefone: (82) 3530.4116/
Não aceita cartão.

Boteco

Caldinho do Pedrinho é um dos botecos mais


queridos de Arapiraca. Já são 45 anos de sucesso
servindo apenas um tipo de caldinho, o de feijão. O
caldinho é encorpado, com pedacinhos de charque,
simples e bom. Reúne as mais diversas gerações em
torno do feijão bem temperado e da cerveja gelada.
Funciona de segunda até Sábado das 9h até as 18h.
Rua Florêncio Apolinário, 233, no Alto do Cruzei-
ro, Arapiraca – Telefone: 99947.0438/ Aceita-se
cartões

Padaria
Em Arapiraca tomar café da manhã, jantar ou lanchar tem endereço certo, Panificadora
Rio Branco, uma padaria com diversos tipos de lanches, pães recheados e doces e mercearia.
No buffet tem tudo, macaxeira, cuscuz, sopas, carnes, entre outras receitas nordestinas, com
destaque para o pão com queijo do sertão. Av. Rio Branco, 92 - Centro, Arapiraca - Funcio-
na todos os dias/ Telefone: (82) 3521-1124.

Chalé da Culinária – Em Arapiraca é um polo de gastronomia local, onde o cordeiro


grelhado e galinha de capoeira disputam o reinado, dizem que os dois danados de bom
no Chalé da Culinária sob a regência da cozinheira Nilza Soares e seu esposo José Carlos,
conhecido como Zé Boy. Mas além da galinha e do cordeiro, o arroz de tempero é o tal da
casa. Por conta do tempero e de outros ingredientes o grão tem a cor mais escura e sabor, e
é ligado. O páreo é difícil, sugestão arrume o grupo, até porque a comida é farta, e vamos à
luta para saber qual deles é o melhor do Chalé. Rua 8 Vinte e Sete, 147- Arapiraca/ Telefone
(82) 3539-2223/ Funciona de terça a domingo das 9h as 16h30/ Aceita-se cartão.

Mil Graus Pizza: Além de pizzas assadas no forno a lenha, a casa oferece almoços sel-
f-service em espaço rústico e descontraído. R. Quinze de Agosto, 43 - Centro, Arapiraca
- Telefone: (82) 3521-1211

104 | | Maceió
104 Maceió | | 2018
2018
Mata Atlântica
PALMEIRA DOS ÍNDIOS
“Sejam bem-vindos, essa aldeia não é nossa, é de vocês”. É com estas palavras que o cacique
Wakoná, recebe os visitantes na Aldeia Indígena Mãe Serra do Capelo, da Tribo Xucuru Kariri, no
município de Palmeira dos Índios. Nesse solo sagrado da Mata Atlântica, além da voz do cacique,
ouve-se um cântico que se mistura ao som dos bichos e da natureza. O coração bate forte diante
do toré de boas vindas, e os índios jovens e crianças pintadas surgem entre as plantas dançando e
cantando.
Quem assiste ao espetáculo dos índios, fica com o coração acelerado diante da pureza do cântico,
do lugar, da energia, do respeito, e mais ainda, de ver os jovens seguirem as tradições indígenas, mes-
mo exercendo outras profissões. Eles dedicam parte do seu tempo para os rituais, fazer artesanato,
e agora compartilham com os turistas a Experiência Xucuru Kariri.
Experiência Xucuru Kariri é o nome do roteiro realizado pela Aventura Eco Brasil, com a pro-
posta do viajante descobrir as surpreendentes aldeias indígenas da Chapada da Borborema, guardiã
do universo dos primeiros habitantes do Brasil. O solo é sagrado, então só é possível entrar com
autorização dos índios e em períodos específicos, quando eles não estão recolhidos para seus rituais.
Trilhas
O pajé Lenoir, conhecedor da Mata Atlântica, tem a alma de criança alegre, mas os pés no chão.
Entre cada passo, ele fala do poder da cura das plantas, e mostra com orgulho a beleza do lugar.
Assim ele vive feliz na sua Aldeia Cafurna, onde também é artesão, fazendo instrumentos de madeira
que emitem o som dos pássaros, além dos cocais, arcos e flechas.
O guia da Mata Atlântica ficou famoso com sua participação na novela Velho Chico, no papel de
pajé Moacir. Na ficção, ele salvou Santo ( Domingos Montagner), par romântico da Tereza (Camila
Pitanga). Além de muita história para contar, o pajé, diz: “Quem conhece a mata, jamais maltrata
ela, que é nossa respiração. Quem vem aqui aprende a amar a natureza”, diz o pajé na trilha curta e
fechada, de poucos obstáculos, cercada de belezas. Recomendado é desligar o celular, caminhar em
silêncio para ouvir os pássaros, os bichos, o vento, o cair das folhas... Viver um pouco como índio,
primeiros habitantes do Brasil

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 105
105
Quem faz o passeio: a Aventura Eco Brasil faz o passeio Experiência Xucuru Kariri com reser-
vas antecipadas de grupo (máximo de 10 pessoas).
O passeio consiste em vivenciar e participar de um toré de boas vindas, ver uma exposição de
artesanato produzido com matéria prima da floresta, saborear comidas típicas com rico tempero,
além de pinturas tribais e tiro com arco e flecha. Por fim, pernoitar numa rede ou esteira em uma
casa na aldeia.
Também tem trilha em território indígena até o Cristo Redentor da Serra do Goití para contem-
plar o pôr do sol da Chapada da Borborema, e um encontro especial com um pajé cheio de histórias
pra compartilhar sobre sua cultura ancestral. Aventura Eco Brasil: (82) 98807.6968 / Facebook e
Instagram: @aventuraecobrasil

Ritual Xucuru Kariri


Gastronomia

Sarapatel de galinha – Na região do Agreste, a galinha de capoeira, criada no quintal é alimentada


com milho e ração, faz parte do cotidiano do povo nordestino. Em Alagoas não é diferente, tanto
que a galinha guisada com pirão é um clássico. Em Palmeira dos Índios no Bar e Restaurante do
Neguinho, além da galinha de capoeira, tem também a tradição de sarapatel de galinha, feito com
esmero pela alagoana Luísa Maria Barbosa Fernandes, que aprendeu a preparar a iguaria com o pai.
Na receita, o sangue talhado da ave é cozido na água quente, depois cortado, e volta para a panela
junto com fígado, coração e o peito do frango desfiado. A iguaria é servida com farinha, e pimenta
para realçar a tradição.
Bar do Neguinho – Funciona todos dias, das 10h até 17h, a galinha de capoeira tem sempre, já
o sarapatel de galinha é preciso encomendar com um dia de antecedência.
Serras das Pias, AL 115, S/N – Zona rural de Palmeira dos Índios/ Telefone: 99997-5788/
Aceitam-se cartões.

106 | | Maceió
106 Maceió | | 2018
2018
CONHECER
CÁRMEN LÚCIA DANTAS

Roteiro Cultural

Peça em argila cozida do artesão João das Alagoas (Capela)

No século XIX, a vida girava em torno das casas-grandes e os engenhos serviram de cen-
tros aglutinadores das manifestações culturais responsáveis pela formação da sociedade local.
Antigos engenhos e atuais usinas pontuam a História e a Literatura dessa região. Das senzalas
vinham os cantos, o ritmo quente e o saber de um povo de fortes tradições que se juntaram aos
costumes da classe dominante. Alguns jovens que saíram do campo para estudar nas cidades
entenderam o contexto social em que nasceram e intelectualizaram suas vivências em forma
de estudos históricos, ideológicos, literários e folclóricos, dando origem aos primeiros registros
escritos sobre a época.

Maceió | 2018 | 107


As datas religiosas, comemoradas com atos na igreja, continuavam na noite com as apresen-
tações de folguedos populares, tocadores de viola e repentistas, todos inspirados na vida rural
com pitadas de reminiscências das histórias orais dos cavaleiros andantes da Idade Média, que
ainda hoje povoam o imaginário do universo folk.
Na primeira metade do século XX, muitos jornais de circulação local davam vasão à pro-
dução literária dos jovens. Viçosa se destacava como a “Atenas Alagoana” pela efervescência
intelectual que sacudia a juventude pensante.
A versatilidade deste roteiro permite uma visão ampla de grande parte do estado, tendo nas
feiras públicas um bom mostruário da produção artesanal e dos hábitos de seus moradores.
Arapiraca é a cidade mais desenvolvida, com uma das feiras maiores do Nordeste.

Capela - Patrimônio – Escola Torquato Cabral, de 1924, é um exemplar que merece regis-
tro pela arquitetura elaborada e pelo marco de uma época em que a educação em Capela era
referência. Casas e igrejas de antigos engenhos ainda existem pelo município em propriedades
particulares.
Arte e Artesanato - O emprego do barro na arte é o ponto mais alto da cultura do município
com a famosa Escola de Escultores Ceramistas, liderada por João das Alagoas, hoje com vários
discípulos que já encontraram caminho próprio como Sil, Leonilson, Van, João Carlos, Nena
e outros. O estilo do mestre é inconfundível pela força da expressão de suas figuras. A tinta é
uma mistura de barro com anilina e o processo de aplicação é digital. Seu ateliê é procurado por
colecionadores e suas peças já estão nos principais museus de cultura popular do país.
Viçosa - Patrimônio – Logo na entrada da cidade a casa-grande do antigo Engenho Bo-
a-Sorte identifica a vocação canavieira do município. No centro, o prédio do antigo Banco de
Viçosa, casas comerciais e residenciais dos fins do século XIX dão o testemunho da impor-
tância do município durante o Ciclo dos Engenhos. A Casa de Cultura, no prédio da antiga
Intendência, de 1921, preserva a história local. A Estação Ferroviária, de 1891, teve importante
papel até meados do século XX. Em
propriedades particulares existem casas-
-grandes bem conservadas como a do
Engenho Bom Sucesso e a do Bananal
Fernandes, este último já no município
de Chã Preta.
Arte – O escultor Ronaldo Aurelia-
no deixou para a cidade esculturas de
grande porte, em metal, retratando tipos
regionais. Festa Religiosa – 23 de janei-
ro – Bom Jesus do Bonfim – Grande
número de fiéis acompanham a imagem
em andor cuidadosamente ornamentado Nena, artesã capelense
com flores e fitas. Festa Cívica – 13 de
outubro – Emancipação Política – Começa a festa no dia 11 com apresentações de folguedos,
sempre um Guerreiro e o torneio da Cavalhada. Lançamento de livros, exposições e outras ho-
menagens aos viçosenses ilustres, palestras e salvas de tiros. Esta festa congrega os viçosenses

108 | | Maceió
108 Maceió | | 2018
2018
que moram fora. O grande encontro é sempre no histórico Bar Trovador Berrante. Folguedos
– O forte da cultura popular são os Reisados e Guerreiros, que surgiram na época do Ciclo dos
Engenhos. O Reisado é filiado a Folia de Reis, muito comum em Portugal no período natalino.
Aqui ganhou novos elementos e se estruturou com canto e ritmo próprios, formando outro
folguedo. Por sua vez o Guerreiro é decorrente do Reisado com indumentária mais elaborada,
coreografia mais arrojada e enredo com a presença de índios e negros. A característica da indu-
mentária são as fitas coloridas e os chapéus decorados com espelhos e lantejoulas.
Quebrangulo - Patrimônio – O prédio da Prefeitura e belas residências assobradas dos fins
do século XIX e início do XX pontuam o campus urbano. Na Estação Ferroviária, um mu-
seu conta a história da cidade. A Reserva
Florestal de Pedra Talhada e a Vila São
Francisco iniciada pelo Beato Francisco,
na primeira metade do século XX, são
pontos dignos de visita. A Reserva pela
riqueza da preservação de espécies nati-
vas e a Vila, pelo espírito micênico que
ainda permanece entre os fiéis seguidores
do Beato. Cidade mística, teve em torno
da figura de Mestre Zome, que faleceu
em 1994, uma nova tendência religiosa,
com uma igreja em devoção a São Sebas- Os trilhos da antiga estrada de
tião e o Palácio do Rei Baluaê construí- ferro deixam a sua marca na
dos por ele, onde oficializava cerimônias
como casamentos e batizados. Festa Religiosa – 22 de dezembro – Dia do padroeiro – Bom Je-
sus dos Pobres é adorado com muito fervor pelos fiéis que levam flores e velas para a procissão.
Na frente da igreja, além de quermesse com leilões e parque de diversões, grupos folclóricos
e outros grupos musicais se apresentam durante a noite. Festa Profana – Carnaval – A grande
atração é o cortejo do folguedo Negra da Costa, formado por homens travestidos de mulheres,
vestidos de baianas e com o corpo pintado de preto. A figura central é o Pai Velho, de terno
preto e levando a “calunga”, boneca que representa Santa Bárbara ou Iansã. Em Alagoas só
existe este folguedo em Quebrangulo. Filho Ilustre – Graciliano Ramos, que nasceu em 1892 e
morreu no Rio de Janeiro em 1953. Entre os mais importantes escritores da língua portuguesa,
Graciliano tem sua obra traduzida em vários idiomas. É de sua autoria Vidas Secas, São Bernar-
do, Angústia, Caetés, Infância entre outros.
Palmeira dos Índios - Patrimônio – Museu Xucurus, no prédio da Igreja de N.S. do Rosário,
com acervo eclético e destaque para as peças indígenas dos Xucuru Kariri. Casa Museu Gra-
ciliano Ramos, instalado na casa onde o escritor morou entre 1924 e 1930, quando escreveu
o romance Caetés. Localizado na rua Gabino Besouro, 12, foi tombada pelo Iphan, em 1963.
No acervo, além de objetos pessoais, as edições mais raras dos livros do patrono. Graciliano foi
prefeito de Palmeira e publicou os famosos Relatórios. Prédio da Prefeitura, de 1919, com de-
talhes decorativos na fachada, é um belo exemplar de quando a cidade definiu sua organização
urbana. O prédio da Estação Ferroviária é um espaço cultural que mantém viva as atividades
artísticas do município.

Maceió | 2018 | 109


Lenda – A origem lendária do município da conta de que nessas terras tinha a índia, Tixiliá,
muito bonita, que fora prometida em casamento ao cacique Etafé, mas ela amava loucamente
seu primo, o índio Tilixi. Em razão disso, o primo foi condenado à morte por inanição. Alta
noite, a índia, enquanto plantava uma palmeira para que a sombra amenizasse o sofrimento de
seu amado, foi atingida por flecha mortal lançada por Etafé. Tombando sobre o corpo de Tilixi,
ambos abraçados deram o último suspiro. A palmeira cresceu e a cidade nasceu à sua sombra,
nos fluidos do amor eterno.
Tradição Xucuru Kariri – A cultura indígena se faz presente, nas diversas aldeias, como na
Mata da Cafurna, reservas onde os remanescentes apresentam para o visitante traços de suas
danças, rituais e costumes tradicionais.

Arte e Artesanato – Os índios dominam a atividade artesanal do município com cópias de


peças de sua cultura, multiplicadas para comercialização. Usando madeira, penas, palha, semen-
tes e cerâmica fazem machado, arco e flechas, tacape, flauta, colares, maracás entre outras. Além
da arte indígena existe muito artesanato de peças de couro para montaria, como celas, cabrestos,
botas, sandálias e o traje completo do vaqueiro.

Arapiraca - A Igreja de São Sebastião, no centro da cidade, das primeiras décadas do século
XX, tem fachada de inspiração neoclássica e concepção popular o que lhe imprime uma feição
singular. A Matriz de N.S. do Bom Conselho é um exemplar de arte moderna.
Espaços Culturais - O prédio da antiga Prefeitura hoje é Escola de Belas Artes e Museu
Zezito Guedes, inaugurado em 2009, com acervo sobre a história da cidade e de seu patrono, o
escultor que deu visibilidade à arte local, desde a década de 1970. Memorial da Mulher – Ceci
Cunha, inaugurado em 2008, no Alto do Cruzeiro, preserva a memória de importantes mulhe-
res que se destacaram em várias áreas. A Tenda Cultural é um espaço em frente à Prefeitura
destinado a atividades artísticas. A Casa da Cultura abriga uma Biblioteca e uma Loja onde são
comercializados produtos dos artistas locais. O Mercado do Artesanato oferece uma variedade
de peças de diversos materiais.
Artistas – Renan Padilha domina a arte da cerâmica com objetos de formatos originais,
enquanto um grupo de escultores formado por Geraldo Dantas, Dija, Mestre Zezinho, Josias
Saturnino, Alan, as irmãs Petuba e tantos outros têm em Zezito Guedes o pioneiro e maior
referência. O visitante, tendo maior interesse por escultura, vale uma ida ao vizinho município
de Lagoa da Canoa, a cerca de 15km, visitar os ateliês do artista Raimundo Batista, com curiosa
concepção de centros urbanos, em madeira, e dos descendentes do escultor Antônio de Dedé
que esculpem totens de excelente plasticidade. Se o interesse for por renda de bilros, a visita
deve ser ao vizinho município de São Sebastião, a 27km de estrada asfaltada. Filho ilustre - Her-
meto Pascoal, que nasceu em 1936, em Lagoa da Canoa, então distrito de Arapiraca. Músico,
instrumentista e compositor dos mais respeitados do país. Evento Religioso – Na madrugada
da Sexta-feira Santa acontece o tradicional cortejo penitencial que sai da Igreja Matriz até o
cume do Morro da Massaranduba, reunindo uma multidão de fiéis. A encenação da Morte e
Ressurreição de Cristo, montada no alto do Morro, emociona o público.

110 | | Maceió
110 Maceió | | 2018
2018
Festas Juninas – É grande a animação das festas de São João e São Pedro com famosas
quadrilhas temáticas, muitos arraiais, forrós como a queima de fogos, comida à base de milho e
coco e o traje típico da roça. Não faltam violeiros e repentistas.
Festival de Violeiros e Repentistas de Arapiraca – o município mantém a tradição dos desa-
fios de viola na Concha Acústica do Mercado de Artesanato em datas móveis.
Feira Pública – Reconhecida como das mais importantes feiras do país, nela tudo se encon-
tra, reunindo comidas típicas e uma grande variedade de artesanato que se multiplica por toda
a parte.
Folguedos – Arapiraca também tem grupos folclóricos que dançam em suas festas popula-
res. O Pastoril e o Guerreiro são os mais tradicionais.
Destaladeiras do fumo – Diminuiu o plantio do fumo no município, mas ficou na memória
o canto dolente das mulheres que trabalhavam retirando os talos das folhas. Zezito Guedes
documentou esses cantos no livro: A cantiga das destaladeiras de fumo de Arapiraca, de 1978.
São Miguel dos Campos- Patrimônio – Matriz de N. S. do Ó, construção do século XIX,
conserva a imagem original da padroeira e se destaca pela fachada de frontão recortado e a pre-
sença de um relógio em cada torre. Casa de Cultura, sobrado do século XIX, na rua Visconde
de Sinimbu, 60, conhecida como Casa da Baronesa, reúne alguns equipamentos culturais como:
Biblioteca Guiomar Alcides de Castro,(escritora) Museu Fernando Lopes, (artista plástico) Es-
paço Douglas Apratto Tenório, (historiador) Grupo Teatral de São Miguel e ponto de apoio aos
grupos folclóricos e outras atividades culturais do município. Mercado Público, construção do
século XIX, concentra a comercialização de produtos locais.
Festas Juninas – O município concentra um grande número de arraiais, muitas quadrilhas,
apresentações de forrozeiros nacionais e o resgate do forró pé de serra, considerada por muitos
a capital do forró alagoano.
Folguedos - Terra de importantes engenhos como o Sinimbu e o Prata, o município ainda
conserva a tradição dos grupos folclóricos com destaque para o Guerreiro, que se originou nos
ritos portugueses e a Taieira que começou nos terreiros e chegou aos festejos natalinos, carac-
terizando o forte sincretismo nos folguedos populares.
Boca da Mata – Patrimônio – Museu Manoel da Marinheira, na trilha do Balneário Águas de
São Bento, além das belezas naturais, o visitante pode conhecer o Museu Manoel da Marinheira,
que reúne um grande acervo de peças escultóricas, em madeira, retratando animais das mais
variadas espécies. Arte - Manoel da Marinheira, o escultor pioneiro, passou a arte para os filhos
Antônio, Severino, André, Alexandre, Maria Cícera, Cícero, Zeca e Valdelon, formando uma
escola familiar de escultores. O curioso é que cada artista tem a sua marca própria, seu estilo
pessoal, embora tenham partido de uma matriz comum. O espectador tem vontade de tocar a
peça, botar a mão na boca do leão, alisar o dorso do tigre e se sentir parte dessa selva em que a
imagem brinca com a ideia. Artesanato - As mulheres fazem um trabalho conhecido por Amor
aos Pedaços, formando caminhos de mesa, toalhas, panos de bandejas e outras peças de uso
doméstico, com pedacinhos de tecido coloridos unidos uns aos outros por uma trama de linha.
O resultado agrada pela delicadeza da peça pronta.

Maceió | 2018 | 111


HISTÓRIA
DOUGLAS APRATTO TENÓRIO

Engenho Boa Sorte, em Viçosa

Descrever Alagoas é difícil. Alagoas não se descreve, se vive. Se Alagoas é célebre por sua
história, por sua cultura, suas lagoas, suas praias, seu sertão valente e seu mundo sanfranciscano,
não se deve mira-la como um todo homogêneo. São várias regiões que tem identidade pró-
pria e para conhecê-las pode-se atravessar vários municípios e regiões diferentes num mesmo
roteiro, aproveitando suas estradas e a vizinhança de cada um deles. Então se passa fora de
microrregiões definidas pelos burocratas do planejamento estatal e adota-se uma viagem mais
livre, penetrando vários lugares interessantes, pois as cidades se confundem e formam uma
única face dessa Alagoas eterna, uma face que o viajante vai construir de uma forma especial,
descoberta apenas por aqueles que a procuram. Atravessa se esses lugares como se fosse a
várias regiões de uma só vez.
Esse roteiro é um deles. De uma só vez o viajante conhece o famoso Vale do Paraíba,
os não menos conhecidos Caminhos do Açúcar e o florescente Agreste. Começando por Ata-
laia, a cidade que nasceu como ponto de concentração e observação das tropas do polêmico
bandeirante Domingos Jorge Velho no seu afã de derrotar os valentes negros do Quilombo
dos Palmares, Capela, uma urbe formosa, Viçosa, conhecida como a Atenas alagoana, pela
sua contribuição à cultura caeté, Quebrangulo, a cidade serrana, berço de Graciliano Ramos e
conhecida por seus parques ecológicos, São Miguel dos Campos, a cidade heráldica, terra natal
da heroína Ana Lins e do seu filho, o Visconde de Sinimbú, Mar Vermelho, considerada a Suíça
alagoana, por seu clima ameno, Palmeira dos Índios, a famosa terra dos índios Xucurus e de
grande presença na vida do Estado, Arapiraca, capital do Agreste e uma das dez cidades que
mais se desenvolve no Brasil, Boca da Mata, terra de escultores e artistas.

112 | Maceió | 2018


ECONOMIA
CÍCERO PÉRICLES DE CARVALHO

Um trecho interiorano

O fumo foi a base da economia de Arapiraca

O caminho do Açúcar e do Agreste é um trecho interiorano de Alagoas, distanciado do


litoral, que faz a conexão entre três diferentes sistemas produtores que atuam combinados: a
zona canavieira, que avançou suas plantações até a fronteira do Agreste; a pecuária que abas-
tecia, antigamente, os engenhos de açúcar e, depois, as cidades alagoanas; a diversificada área
das culturas agrícolas de alimentação, que abastece a população do interior com uma produção
baseada na roça de mandioca, milho, batata e feijão, cultivada em terras que não serviam para a
cana; e a cultura do fumo, com seus terrenos especiais, produzindo para o exterior de Alagoas.
Essa produção diferenciada criou algumas cidades-polos: Palmeira dos Índios, São Miguel dos
Campos e, principalmente, Arapiraca, com seus 240 mil habitantes.
A viagem pelo Caminho do Açúcar e Agreste de Alagoas permitirá ao visitante conhecer
uma área antiga da cana de açúcar – Atalaia, Capela, Cajueiro e Viçosa, seguida de um belo
trecho de municípios que passa pelo “Mar de Morros”, com vida econômica baseada na agricul-
tura de alimentos e pecuária – Viçosa, Mar Vermelho e Quebrangulo. Mais adiante, conhecerá

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 113
113
o Agreste clássico, com sua vegetação de transição, que permitiu uma grande produção de leite,
em torno de Palmeira dos Índios, passando pela zona fumageira, nas proximidades da cidade
de Arapiraca, e voltando a encontrar os imensos canaviais em Campo Alegre, Boca da Mata e
São Miguel dos Campos.

Canaviais. No Caminho do Açúcar e Agreste, as plantações de cana estão presentes mais


fortemente onde os engenhos, e depois as usinas, marcaram presença, como Atalaia, Cajueiro,
Capela e Viçosa, no primeiro trecho da viagem; e Campo Alegre, Boca da Mata e São Miguel
dos Campos, no segundo trecho. Várias usinas fecharam suas portas nos últimos tempos: João
de Deus (Capela), Roçadinho (São Miguel) e Triunfo (Boca da Mata). Os municípios do Agres-
te, pelo clima e solo, cultivam pouca cana.

A pecuária. O binômio açúcar – pecuária, ou mais ainda: amplos canaviais e pastos de


criação extensiva marcaram a paisagem de toda Zona da Mata, onde estão as usinas e fazendas
de cana. Com o recuo dos canaviais, a pecuária se estendeu. Hoje, a Zona da Mata tem um
plantel maior que o do tradicional criatório, que era o Sertão. No entanto, no trecho Caminhos
do Açúcar/Agreste, o maior número de bovinos se localiza nos municípios do Agreste. Essas
localidades também têm crescente criação de ovinos e caprinos.

A Indústria. As usinas: Triunfo (Boca da Mata), Caeté (São Miguel dos Campos), Cooper-
vales (Atalaia), Porto Rico (Campo
Alegre) e Capricho (Cajueiro) são as
unidades que absorvem a produção
canavieira. Muitos laticínios aprovei-
tam a matéria-prima da região e be-
neficiam o leite que abastece o mer-
cado alagoano. Palmeira dos Índios
tem mais unidades industriais, como
avícolas e movelarias. Mas o principal
centro industrial é Arapiraca, com
centenas de empresas de transforma-
ção, de todos os portes e segmentos,
destacando-se unidades como o Gru-
Unidade açucareira na Zona da Mata
po Coringa, e muitas empresas vincu-
ladas à produção de vestuário e móveis.

Agricultura diversificada. O agreste, com suas milhares de propriedades familiares, tradi-


cionalmente, desenvolve produtos agrícolas para abastecer o mercado alagoano na sua dieta
popular: feijão, milho, batata, inhame, macaxeira; e frutas: pinha, abacaxi, manga. Na Zona da
Mata, a exemplo de outras localidades, muitos produtores de cana estão migrando para ativida-
des agrícolas diversificadas, como a fruticultura e atividades de introdução recente, como soja
e plantação de eucaliptos.

114 | | Maceió
114 Maceió | | 2018
2018
A casa-grande do Engenho Bananal, em Viçosa, é exemplo de construção bem

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 115
115
Marechal Deodoro
Marechal Deodoro está inserida de forma muito forte não só na história de Alagoas – da
qual foi a primeira Capital, à época com o nome de Santa Maria Madalena da Lagoa do Sul,
como na própria história do Brasil, graças ao seu patrono, o Marechal Deodoro da Fonseca,
ilustre Proclamador da República do Brasil. É, portanto, uma cidade emblemática, digna de ser
conhecida por todos os brasileiros.
Marechal Deodoro é também uma cidade cultural. Detém um dos maiores patrimônios
arquitetônicos religiosos do estado. Por suas ruas desfilam tradições e elementos representativos
de nosso passado. Seu casario é singelo e guarda em seus traços elementos do Brasil antigo.
Aqui também se faz belas peças de artesanato de bordado, tradição do vasto entorno das
lagunas Mundaú e Manguaba. Suas rendeiras produzem peças que decoram residências nos
mais distintos pontos do nosso país.
A gastronomia é outro aspecto relevante de nosso município, temos o maior polo gastronô-
mico do estado: Massagueira. Por toda orla há restaurantes e bares que oferecem uma enorme
diversidade de pratos com base nos peixes e crustáceos que vivem nesse verdadeiro paraíso das
águas.
Aqui está, ainda, o que se pode chamar da pérola da coroa, a Praia do Francês, famosa na-
cional e internacionalmente por suas águas cálidas, as insuperáveis piscinas naturais formadas
a partir dos recifes costeiros que protegem os banhistas atraídos pelas belezas desse ambiente.
Cidade da música, onde temos cinco filarmônicas de onde nasceram grandes músicos. Esta é a
nossa Marechal, orgulho de seus moradores, orgulho de Alagoas.

Cláudio Roberto Ayres da Costa – Prefeito de Marechal Deodoro

116 | | Maceió
116 Maceió | | 2018
2018
GEOGRAFIA
ALEX NAZÁRIO

CAMINHOS DO

Complexo Lagunar/Alagoas Colonial

Caracterização Geográfica e Ambiental


Municípios: Marechal Deodoro, Pilar, Santa Luzia do Norte, Coqueiro Seco

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 117
117
O roteiro Complexo Lagunar/Alagoas Colonial tem início partindo da capital Maceió:

O acesso recomendado para quem desembarcou no Aeroporto Zumbi dos Palmares ou


reside na cidade de Maceió é o mesmo, visto que a rota parte do centro pela área litorânea
da capital Maceió e segue pelo litoral, a partir da rodovia AL 101 sul, sentido sul, iniciando o
roteiro com a travessia do Canal da Laguna Mundaú, sobre a ponte Divaldo Suruagy. Tendo
como referência a citada ponte, o visitante deve seguir pela AL 101 Sul passando pela Ilha de
Santa Rita, já nos domínios da Área de Proteção Ambiental de Santa Rita. Deve prosseguir por
aproximados 12km da Ponte Divaldo Suruagy até o trevo que dá acesso ao povoado Francês,
confluência com a AL 215. Acessar a AL 215 e percorrer 6,8km até o acesso a cidade de Mare-
chal Deodoro à direita. Seguir rumo norte pelo acesso (Rua Dezoito do Forte de Copacabana)
até o centro da cidade.
Alguns aspectos geográficos e ambientais do município de Marechal Deodoro foram abor-
dados no Roteiro Litoral Sul.
A APA de Santa Rita, além do estuário formado a partir do encontro das lagunas Mundaú
e Manguaba com o mar, visa proteger ecossistemas que estão associados na região. Por este
motivo, as matas de encosta dos tabuleiros também fazem parte da unidade de conservação. É
de lá que brotam diversas nascentes que abastecem povoados diversos do município. Algumas
dessas áreas são belíssimos balneários, como o Broma, localizado na área de desembocadura do
R riacho Broma, com bicas e natureza compondo um visual paradisíaco.

Laguna Manguaba

118 | | Maceió
118 Maceió | | 2018
2018
A margem esquerda da Laguna Manguaba, que detém povoados importantes como o Cum-
be, Riacho Velho e Paturais é uma área cujas características nativas impressionam. Sítios de
coqueiros em meio a grandes manguezais e áreas alagadas onde a natureza ainda persiste a ação
do homem, formando refúgios para a fauna.
Merecem destaque os vales do Rio dos Remédios, Sumaúma e do Niquim, pelas áreas de
encosta ainda preservadas com a vegetação de Mata Atlântica. No vale do Niquim, em terras
de Marechal Deodoro, a presença de 2 RPPNs pertencentes a Usina Sumaúma (Tarcizo Toledo
Carnaúba e Eustáquio Toledo Neto) somam uma área aproximada de 746 hectares cujo objeti-
vo é a proteção ambiental e dos recursos hídricos. Também pertencem a Usina Sumaúma, áreas
com banho e recreação dos funcionários próximo a sua sede, com vegetação de Mata Atlântica
preservada.
Recentemente foi reconhecida mais uma RPPN no município de Marechal Deodoro. A
Reserva Luiz Joaquim Barbosa, com área de 61,7 hectares e localizada na margem esquerda
da laguna Manguaba, próxima ao sítio Paturais. A riqueza ambiental dessa área exemplifica o
potencial de todas as áreas nativas ainda preservadas da região, visto a quantidade de nascentes
e fauna encontradas nessa Reserva.
Próximo ao bairro Francês, margeando a Rodovia AL 101 sul, que dá acesso à cidade da
Barra de São Miguel, existe um ecossistema formado por bancos de areias paralelas e pequenas
dunas, conhecidas como “Dunas do Cavalo Russo”. Estão localizadas numa área com vege-
tação nativa típica de áreas costeiras, que podem ocorrer em praias, restingas e outras feições
da região. Segundo estudos da Universidade Federal de Alagoas, a área detém características e
aspectos de elevada importância ambiental, devendo ser investidos estudos para o seu conhe-
cimento e manutenção.
Saindo do município de Marechal Deodoro, retornando ao acesso à cidade, o visitante deve
seguir a AL 215 no sentido norte até o encontro desta via com a BR 101, num percurso de
aproximadamente 20km. Da BR 101, seguir num percurso de 8km até a bifurcação desta com a
avenida Santa Rita, que dá acesso a cidade de Pilar. Seguir pela Avenida Santa Rita por 2km até
a área urbana do município.
A laguna Manguaba, com cerca de 42 km² é alimentada pelos rios Remédios, Paraíba do
Meio e Sumaúma. Em seu fundo há, em áreas localizadas, vaza e áreas de areia e formações
rochosas. A principal bacia contribuinte da lagoa Manguaba é a bacia do rio Paraíba do Meio,
situada no extremo leste de Alagoas, e nesta porção é a que possui maior área superficial do
território do estado. Possui aproximadamente 3.718 km² de área. O Rio Paraíba do Meio nasce
no Estado de Pernambuco e deságua na lagoa Manguaba, no município de Pilar.
Algumas áreas de vegetação nativa na margem esquerda da laguna são continuidade de
toda a encosta presente nos tabuleiros, seguindo em direção sul, passando para o município de
Marechal Deodoro.
Pilar possui duas RPPN, são elas: São Pedro e Quebra Carro. A RPPN São Pedro pos-
sui uma área de 50 hectares com uma quantidade impressionante de nascentes, dentre elas,
contribuintes do Rio Satubinha, que faz parte da Bacia do Mundaú. A área impressiona pela
diversidade de espécies de aves, onde segundo estudiosos, são mais de 120 que utilizam a área
para refúgio. A RPPN possui receptivo e roteiro de visitação de trilhas pela mata, restaurante
de produtos orgânicos e feira de artesanato. A RPPN Quebra Carro possui 305 hectares e é de

Maceió | 2018 | 119


propriedade da Usina Triunfo, estando localizada às margens do Rio Sumaúma Grande, divisa
com o município de Boca da Mata. Aqui existe área de lazer, onde a administração da Usina
permite o acesso de visitantes e funcionários, adentrando a mata num belo visual.
Partindo da cidade de Pilar, tendo como referência a rodoviária da cidade, às margens da
rodovia BR 316, sentido leste, até o trevo que dá acesso a rodovia AL 401, num percurso de
13,4km. Acessar a Rodovia AL 401 com destino à cidade de Santa Luzia do Norte, sentido sul,
em aproximados 3,6km.

Pontal da Barra, Maceió

O município de Santa Luzia do Norte possui área inserida nas bacias hidrográficas do Mun-
daú, do CELMM e do Rio dos Remédios. Possui uma vasta rede de drenagem que forma áreas
alagadiças com água de boa qualidade.
Parte do município está inserida na Área de Proteção Ambiental do Catolé e Fernão Velho
que é uma Unidade de Conservação de uso sustentável criada a partir da Lei Estadual nº 5.347
de 1992, com área total de 3.817 hectares localizados entre os municípios de Satuba, Santa Luzia
do Norte, Coqueiro Seco e Maceió. Tem como principal objetivo a preservação das caracterís-
ticas dos ambientes naturais e a ordenação do uso e ocupação do solo.
Para acessar a cidade de Coqueiro Seco, partindo de Santa Luzia do Norte, basta seguir a AL
401 no sentido sul por 6,3km até a área urbana de Coqueiro Seco.
O município de Coqueiro Seco também possui pequena área da APA do Catolé na porção
norte do seu território e compreende boa parte da laguna Mundaú, divisa com o município de
Maceió. Já a sul, detém área da APA da Santa Rita, englobando principalmente o vale do Rio
dos Remédios e algumas ilhas lagunares.

120 | | Maceió
120 Maceió | | 2018
2018
VIVER BEM
NIDE LINS

MARECHAL DEODORO
Marechal Deodoro é uma das cidades-símbolos de Alagoas. Ela foi a primeira capital
da Província, detém um dos maiores complexos arquitetônicos sacros coloniais, nela
nasceu o Proclamador da República, o Marechal Deodoro da Fonseca, tem uma tradi-
ção dos melhores bordados e rendas do estado e, para completar uma das mais famosas
praias do Brasil, a Praia do Francês, está aí localizada. Amada e desejada por milhares de
turistas que anualmente fazem de Alagoas um dos principais destinos turísticos do país,
a Praia do Francês e a sede do município vêm recebendo investimentos em saneamento
e urbanização que só fazem valorizar esse destino, atraindo novas ondas de turistas.

Maceió | 2018 | 121


Passeio

Praia do Saco

Antes de chegar na badalada Praia do Francês, tem a Praia do Saco, protegida pelos arrecifes
que formam piscinas naturais. Mar tranquilo e com várias casas de veraneio, conta com bares e
restaurantes para dar mais sabor ao éden de Marechal Deodoro.

Praia do Francês

Acordar e dormir com o barulhinho bom do mar e dar de cara com um marzão azul da cor
do céu é o cenário da Praia do Francês, um dos principais cartões postais de Marechal Deodoro.
Lá pode curtir a praia tranquila protegidas pelos arrecifes e na mesma praia tem o mar com suas
ondas para a pratica do surfe. No Francês de gente bonita, faceira, com seus surfistas tatuados,
de tantos sotaques do Brasil e do mundo... Turistas e alagoanos têm algo em comum: a paixão
pela bela Praia do Francês.

Praia do Francês, a mais famosa de Alagoas


122 | | Maceió
122 Maceió | | 2018
2018
Mergulho nos corais
Com o mar tão bonito da Praia do Francês, os visitantes podem mergulhar nas águas crista-
linas para ter um contato a mais com a vida marítima, a exemplo dos mergulhos nos naufrágios,
entre eles, o Itapagé, Draguinha. Para os iniciantes, tem o batismo na aérea dos corais.

Quem faz mergulho - Ecoscuba Centro de Mergulho: os mergulhos são realizados na


Praia do Francês, com profundidade de até 10 metros e duração de 30 minutos. O valor é de
R$175,00 por pessoa, com todos os equipamentos inclusos (cilindro, regulador, roupa, máscara
e nadadeiras).
Restaurante Maré, Av. Verdes Mares, Praia do Francês/ Telefones: (82) 98844-5502/ (82)
99325-3612

Aulas no mar

Para aprender a surfar ou ter aulas de stand up (remar em pé em cima de uma prancha) tem
empresas especializadas, mas quem já é peixinho é só entrar na praia e se divertir. Mas lembre-
-se, quem não sabe nadar deve curtir apenas na área protegida pelos corais.
Casa do Sup: Aula de stand up paddle, passeio em todo litoral sul alagoano.
Thiago Araujo - Tel: 3260.1884 /11 94722.2498 / 98842.6865

Navegando

Navegar pelo mar do Francês é também outra boa pedida. O roteiro de barco vai da praia
até às piscinas naturais para vivenciar a riqueza marítima dos corais, constantes protetores da
praia do Francês. O passeio tem todos os dias com a maré baixa com saída do francês e vai
margeando os arrecifes. A parada é na área de corais, onde o mergulhador desce para pegar as
espécies e dar uma aula de biologia marinha. Depois segue para as piscinas que ficam na costa
e lá é fornecido máscaras e snokes para os visitantes mergulharem no meio dos diversos peixes.
Duração de 1h30 min/ Barco Estrela do Mar: (82)99305-9889/ Barco Cristal Mar: (82)
99997-6867

Beach Tennis

Para quem ama ou quiser aprender o esporte tênis de praia é um jogo que consiste em
devolver a bola recebida, a Praia do Francês é o destino certo, tem até campeonato. As aulas
acontecem na praia com o instrutor Paulo Daniel. Durante as aulas é passado todo fundamento
do esporte, as regras, como pegar na raquete, a parte tática e os golpes.

Aula Beach Tennis- Praia do Francês/ Aula por pessoa em grupo de 6: R$25,00/ Aula indi-
vidual: R$60,00/ Telefone: 82 9616-2346

Maceió | 2018 | 123


Dica da Nide

Em uma praia de surfistas não pode faltar o açaí. O ponto mais queridinho é o Guaraná
Mania, do carioca Bassin, militar aposentado que serve o melhor energético natural da Amazô-
nia. A polpa do açaí é batida com banana e vem recheada com granola, neston, aveia, castanha
de caju, mel e pedaços de banana. Além disso, também vale a pena provar a vitamina TNT,
um composto de xarope, pó de guaraná, leite, castanha, amendoim e cereais, com um pó (super
secreto) feito pelo próprio carioca, que faz toda diferença no sabor e na sustança.

Guaraná Mania – Avenida Caravelas, das 7 até as 12horas, e nos finais de semana, das 7h30
até as 17 horas.

Chiclete de camarão - Os camarões, envoltos num caldo de molho de tomate e queijos,


chegam à mesa fumegantes, com aroma instigante numa panela de barro. Ninguém resiste.
Além da beleza, o prato batizado de chiclete de camarão é pra lá de saboroso e nasceu na ci-
dade de Marechal Deodoro, no restaurante Parada de Taipas, uma criação do mineiro Wilson
Caliari. Rua da Praia do Francês (próximo ao Corpo de Bombeiro)/ Telefone – 99104.6612/
98858.9008/ 99394.8802

Dona Madadelena - A alagoana Madalena é apaixonada pelo astral da Praia do Francês e


investiu no restaurante que leva seu nome, Dona Madalena. O cardápio tem desde o famoso
Prato Feito (arroz, feijão preto, salada, carne ou frango) até lagosta grelhada na manteiga e ser-
vida com rodelas de abacaxi grelhado. A salada de siri também é destaque da casa.

Dona Madalena – De quinta a domingo, das 12 até as 22 horas, Avenida dos Corais Lote 1
A – Telefone: (82) 3260. 1369 – Aceita-se cartões

Ravióli de siri - O carioca Alexandre Nigro, conhecido como Alex, realizou o sonho de sua
vida: morar na Praia do Francês. E, para manter a tradição da família, trouxe o sabor da Itália
para o Restaurante Padrino, no paraíso alagoano. As suas receitas têm um diferencial – Alex
sabe valorizar os produtos do mar e das lagoas. Assim nasceu o ravióli de siri, massa caseira leve
e saborosa. O siri é refogado no azeite, cebola e molho de tomate caseiro. Padrino – De terça a
domingo, Av. dos Corais, 7 – (82)3260.1143 – Aceita -se cartões

Panelinhas mineiras: Valeria de Castro é mineira que não resiste à praia e, assim, resolveu
morar e empreender no Francês. Como gosta de cozinhar, abriu o restaurante Armazém Brasil.
As panelinhas são as estrelas do restaurante. Destaque para o risoto (com arroz agulhinha) de
carne do sol com cobertura de queijo e banana. Tempero mineiro dos bons, a iguaria é servida
em panela de ferro.

Armazém Brasil – De segunda a sábado – Rua Carapeba,01 – (82)99922.4944 – Aceitam


-se cartões

124 | | Maceió
124 Maceió | | 2018
2018
Ponto de Encontro: O italiano Marcos Ravissa, assim como muitos estrangeiros, chegaram
em Marechal Deodoro como turista e virou empreendedor. Marcos abriu o Roxy Bar, que os
nativos elegeram como o ponto de encontro, da saideira e do bate-papo. Além disso, tem um
cardápio italiano muito legal – destaque para as pizzas.

Roxy Bar- Abre todos os dias, das 16 até as 23horas – Av. Caravelas (82)3260.1845- Acei-
tam-se cartões

A pizzaria Piano Eco Pizza estreou na Praia do Francês com novas propostas: massa fina e
pizza à la carte. Para começar a expedição, inicia-se a degustação com a pizza branca com gor-
gonzola, parmesão e pimenta do reino, ótima textura e sabor! Para acompanhar, aquela cerveja
bem gelada.

Piano Eco Pizza – De terça a domingo, das 18h30 até24h – (82) 3260.1205

Tradições mineiras: “Para saborear um leitãozinho assado com tempero mineiro tem que
chegar cedo”, explica o simpático Jorge Consiglio, mineiro que abraçou a praia do Francês
como seu destino de vida. O restaurante tem sistema self-service, com destaque para as tra-
dições da cozinha mineira, a exemplo do pãozinho de queijo, tutu à mineira, feijão tropeiro,
frango com quiabo e costelinha de porco bem macia e crocante.
Sabor de Minas – Aberto a todos os dias, das 11h às 15h30 (de segunda a sexta) e nos sába-
dos e domingos (sábado e domingo). Rodovia AL 101/Sul KM/12 – Telefone: (82) 3260.1510

Restaurante Primitivo – O Espaço é bem descolado, com cardápio de cervejas artesanais e,


na cozinha, a mistura do regional, tradicional e autoral, com foco nos ingredientes alagoanos.
Um dos pratos mais requisitados do restaurante “Primitivo, Comida de Raiz”, é a dupla imba-
tível charque com carne de sol brasa, refogado com cebola na manteiga clarificada do Sertão.
O restaurante é comandado pela chef Mariana Lucena e, lá, a comida é sem frescura e farta.
Funciona para almoço de quinta a domingo, das 11h30 às 15h30/ sexta e sábado e domingo,
das 11h30 às 00h/ R. Camarão, 400 B - Praia do Francês, Marechal Deodoro -Telefone: (82)
98836-4068/ Aceitam-se cartões

No caminho do Centro histórico

Exclusivo - Siri de coral é alagoaníssimo e quem confirma é Benedito Pereira dos Santos,
o famoso Bahia uma figura simpática, que há 40 anos comanda seu modesto empreendimento
na beira da Lagoa Manguaba. “A lagoa Manguaba é uma benção para a gente. Não é poluída,
então siri de coral não falta”, diz o alagoano, e ainda desafia: “se alguém encontrar um siri sem
coral, ganha uma cerveja”. Cozidos na água e sal, a diversão é destrinchar o bichinho para co-
mer a carne e o coral. Saborear a posta de peixe frito também é uma boa dica no Bar do Bahia.
Funciona todos os dias das 9h às 18h/ Povoado Pedra, S/N – Marechal Deodoro/ Telefone
(82) 99922-6319.

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 125
125
“Galinha de Mulher Parida”

É uma receita tradicional do Nordeste na dieta feminina, típica do “resguardo” do parto


das mamães. Na cidade de Marechal Deodoro a iguaria é preparada com esmero pela alagoana
Marinalva, do “Bar do Doge” no sítio, localizado no povoado de Malhada. Para elaborar o prato
clássico, Marinalva começa o ritual um dia antes. Primeiro, ela cozinha galinha velha no fogo
de carvão por mais de uma hora. E só trabalha com a penosa criada à base de farelo de milho
e ração. No dia seguinte, é finalizada a preparação e do seu caldo rende o maravilhoso pirão de
mulher parida. Também merece destaque o pato com pirão, e são pratos para compartilhar até
4 pessoas.

Povoado da Malhada, Marechal Deodoro. Telefone (Marinalva): 99173-6630/ Funciona nos


dias de sábados e domingos, das 11 às 16 horas/ Não aceita cartão

Centro histórico

Depois de caminhar pelas ruas históricas de Marechal Deodoro, uma dica gastronômica é
comer na Dona Rosa, no casario histórico. O buffet é farto e variado, de carnes grelhadas ao
camarão ao coco, fritada de siri no coco e outras tradições saborosas do mar e da lagoa. O nome
é em homenagem à mãe de Marechal Deodoro, Dona Rosa. Funciona de segunda a sexta-feira,
das 11h às 16h. Rua Dr Tavares Bastos – 285/ Marechal Deodoro/ Telefone: (82) 99999-0633/
3263-1201/ Aceitam-se cartões/@rdonarosa

Massagueira, polo gastronômico

Alagoano tradicionalmente gosta de comer peixadas, camarões, sururu, maçunim e até pato
no povoado de Massagueira. O lugarejo também abriga restaurantes charmosos com gastro-
nomia contemporânea.

Aratu é um restaurante com a nova pro-


posta de cozinha regional do chef Paulo
Quintella. Um dos destaques da casa bem
charmosa, é o “Mar à puba”: filé de peixe
e camarões salteados com um toque de ale-
crim, acompanhados de cuscuz de massa
puba, purê de banana comprida, emulsão
de alho e picles de cebola roxa. Aratu é
bem romântico, indicado para dois. Funcio-
na: sábados e domingos de 12h às 17h30.
Av. Divina Pastora, Sítio São Geraldo, sem
número, Massagueira, Marechal Deodoro –
Telefone (82) 99115-2257

126 | | Maceió
126 Maceió | | 2018
2018
Bar Do Pato – Restaurante com peixadas, caranguejo e siri, mas a estrela é o pato de criação
própria tem no molho pardo e na cerveja. Com vista para lagoa e espaço kids.
Av. Nossa Sra. da Conceição, 1308 - Massagueira, Mal. Deodoro - Telefone: (82) 3260-
7048/ Funciona todos dias a partir das 10h/ Aceitam-se cartões.

Bar do Delegado – Um dos mais tradicionais e antigos da Massagueira tem o cardápio de


peixadas, fritadas, arroz de polvo, caranguejo... A distinção é o alagoano Edson Costa dos San-
tos, o famoso Delegado, figura simpática e com sua gargalhada peculiar.

Av. Divina Pastora, 1990 - Massagueira, Mal. Deodoro - Horário: abre todos os dias 10h30
até 17h/ Aceita cartão/ Telefone: (82) 3260-7060.

Povoado de Barra Nova


Marechal Deodoro é uma cidade de muitos sabores, além de Massagueira tem o povoado
de Barra Nova, com bares e restaurantes ricos da gastronomia de frutos do mar e regional. De
lá, tem passeio de barco até a prainha.

Maria Furadinha: O charque, a vedete do bar Maria Furadinha, chega à mesa em porções
separadas: feijão, arroz, farofa e a carne, super macia. O tempero é simples, caseiro, o melhor
de tudo com sal da carne na medida certa. Com mais de 40 anos de cozinha, a simpática Maria
do Carmo de Carvalho (Maria Furadinha) não erra a mão no sal. Aprecie também o camarão
vila franca no alho. Rua 28 de Outubro, 34, Barra Nova – Marechal Deodoro/ Funciona de
quarta-feira a segunda-feira, das 11h30 às 16h/ Aceitam-se cartões

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 127
127
Hospedagem

Ponta Verde Praia do Francês

O Hotel Ponta Verde Praia do Francês é mais um bom motivo para amar o éden alagoano.
O hotel tem apartamentos amplos e confortáveis, uma vista de tirar o fôlego e sua decoração
inspirada na história, cultura e tradições de Marechal Deodoro um convite a viver a cidade
histórica. O restaurante é aberto ao público, um dos pratos mais querido é o Filé do Engenho,
medalhão de filé, purê de macaxeira e molho de mel de engenho. o cardápio leva assinatura da
chef Mariana Bernardes e Flávia Soares. R. das Algas, 300 - Praia do Francês, Mal. Deodoro -
Telefone: (82) 3263-6100. www.hotelpontaverde.com.br

Na pousada La Dolce Vita, o jardim é o coração da pousada, indicado, principalmente,


para famílias. A proposta
dos chalés com cozinha é
bacana para compartilhar
vinhos e conversas com os
amigos, claro que também
pode se arriscar a ser chef.
Na pousada também tem
o restaurante italiano res-
taurante Fellini, aberto ao
público. Rua Mexilhão, 33
– Praia do Francês, Mare-
chal Deodoro (litoral sul de
Alagoas) – Telefone:(82)
3260-1547 Hotel Ponta Verde (Francês)

A pousada Capitães de Areia é uma graça, os apartamentos com decoração nordestina, to-
dos tem TV, frigobar, ar e ventilador, wi fi e varanda com rede. Destaque para o café da manhã
com bolos, pães, cuscuz, macaxeira, queijo, presunto, sucos, frutas e até pastel de queijo. Rua
Vermelha, 13 | Praia do Francês – Alagoas | Telefone: (82) 3260.1477 –www.capitaesdeareia.
com.br

Pousada Brisa do mar - Rua Sargaço, 02 - Tel: 3013.1296


www.pousadabrisadomarfrances.com.br
Pousada DeMolay - Rua Carapeba, 394 - Tel: 3260.1775
www.pousadademolay.com.br
Pousada Paris - Rua Curimã, 19 - Tel: 3260.1769
www.pousadaparis.com.br
Pousada Verdes Mares - Av. Verdes Mares, 305 - Tel: 3260.1394
www.pousadaverdesmares.com.br

128 | | Maceió
128 Maceió | | 2018
2018
Laguna Manguaba, que banha o Pilar

PILAR
Viajar até a Fazenda São Pedro, em Pilar, é interagir com a natureza. São 50 hectares de
remanescente da Mata Atlântica, transformados em Reserva Particular do Patrimônio Natural.
Neste pedaço de chão, a fazenda abre as cancelas para o turismo de educação ambiental com
trilhas e comercialização das geleias, doces e licores produzidos artesanalmente.
Situada a 46 km de Maceió, às margens da rodovia BR 101, Km 100, a Fazenda São Pedro
está na rota dos amantes da observação de aves. A propriedade também recebe estudantes e
turistas com visitas agendas para uma programação variada, incluindo, lanche, trilha na Reserva
de Mata Atlântica e almoço. Na loja é possível encontrar produtos naturais e beneficiados, ob-
tidos artesanalmente.

Fazenda São Pedro, S/Nº, Zona Rural, BR 101, Km 100/ Pilar/ Telefone: (82) 99981-2217
/ 98811-2217 / 99608-4609/ www.rppnfazendasaopedro.com

Estrada - A Churrascaria Família Gaúcha (Rodovia BR-316) é parada obrigatória para um


bom café da manhã. O buffet é incrível, com frutas, inhame, macaxeira, cuscuz, carnes guisadas,
pão, café, leite, enfim... Comida caseira e das boas. Agora, não deixe de provar o queijo à mila-
nesa. A casa tem mais de 20 anos sob a batuta da família de Salete Zorzi. Rodovia BR-316, 180,
Pilar / Funciona das 6h até 22h./ Telefone: (82) 3265-1498/ (82) 99999.2555

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 129
129
COQUEIRO SECO
O famoso Bar Cadoz, há quase 30 anos, é o único estabelecimento do povoado da cidade
de Coqueiro Seco, localizada aos pés da Laguna Mundau. Tudo começou numa casa de taipa e
palha de coqueiro, vendendo bebidas. O primeiro tira-gosto foi o de siri na manteiga de garra-
fa, que o próprio dono do estabelecimento, Renaldo (In memoriam), criou depois que comeu
peixe com os mesmos ingredientes. Ele pediu a sua esposa, Maria de Lourdes, para fazer a
receita e deu certo. O prato virou a celebridade no Cadoz.

No estabelecimento, o siri é temperado com coentro, tomate, cebola, e finalizado na man-


teiga de garrafa. Esse toque do Sertão dá a essência do sabor na receita. E a carne do crustáceo
fica crocante. Come-se sem moderação. A própria Lagoa Mundau é o principal fornecedor do
Cadoz. Além do siri, tem os pescados, em especial a carapeba, patrimônio alagoano, que da
água doce é ainda melhor. A tainha também abastece a cozinha com o frescor. Imperdível é o
camarão ao leite de coco (natural) com pirão.

Some à boa comida, a beleza da Laguna Mundaú aos seus pés..

130 | Maceió | 2018


CONHECER
CÁRMEN LÚCIA DANTAS

Roteiro Cultural

Casario (Marechal Deodoro)

Este roteiro tem no complexo lagunar Mundaú/Manguaba o ponto de identidade entre


seus municípios. As características culturais, os costumes, as preferências estéticas partem do
mesmo princípio, de quem nasce na fartura das margens, usufruindo da abundância do pescado
e da facilidade de comunicação com a capital.
Os embates com os holandeses e o cultivo da cana-de-açúcar determinaram os primeiros
passos do povoamento, enquanto os frades franciscanos e carmelitas abriam as frechas civiliza-
tórias da instrução. Desse período ficaram os templos católicos e o gosto musical das diversas
gerações se perpetuando através dos tempos.
A matéria-prima abundante na região inspira os artesãos na confecção de artefatos para a
pesca e a lavoura. A palha, o cipó, a madeira sempre foram as mais usadas. As mulheres apren-
deram com as portuguesas seus bordados e suas rendas. Entre elas o Filé, artesanato mais típico
de Alagoas.

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 131
131
Pilar- Patrimônio – Igreja Matriz de N. S. do Pilar, padroeira do município. Construção do
século XIX destaca-se no centro da cidade por entre alguns sobrados e casas da mesma época.
O prédio do Cine Pilarense, tombado pelo Estado em 2010, tem traço de meados do século
passado. A Casa onde nasceu Arthur Ramos, hoje Casa da Cultura, dos fins do XIX, tombada
pelo Estado em 1988, preserva a história de seu patrono e promove eventos culturais. Todos
os anos, no mês de julho, organiza a Semana Arthur Ramos com palestras e atrações artísticas.
Filho Ilustre – Arthur Ramos médico e antropólogo. Nasceu em 1903 e morreu em Paris,
em 1949. Várias publicações, entre elas O Folclore Negro no Brasil, de 1935, Introdução à Psi-
cologia Social, de 1936 e A Cultura Negra no Novo Mundo, de 1937.
Festa religiosa – 2 de fevereiro – N. S. do Pilar – A celebração começa com a novena todas
as noites e quermesse em torno da igreja com parque de diversões e outras atrações. Na orla
lagunar acontece a Cavalhada e o leilão de gado em benefício da igreja. A procissão sai pelas
principais ruas e termina na igreja com uma missa campal.
Torneios e Folguedos – A Cavalhada é uma contenda entre os cavaleiros do azul e os do en-
carnado, reportando-se aos embates da Idade Média. As partes são chamadas de escaramuças e
as prendas são ofertadas as moças da plateia ou à igreja. Grupos de Pastoril, Baiana e Guerreiro
também se apresentam no Pilar, todos de temática natalina.
Santa Luzia do Norte - Patrimônio – A Igreja de Santa Luzia (foto) é a referência arquite-
tônica do município, com fachada de contornos barroco e concepção popular, que traz a data
1786, ano do final de sua construção.
Festas Religiosas – 13 de dezembro – Dia de Santa Luzia a padroeira e protetora da visão. Os
fiéis vêm em romaria para pagar promessas, pe-
dir graças e cumprir penitências. Manifestações
do catolicismo popular são frequentes neste dia.
Um mastro de fitas coloridas é plantado na fren-
te da igreja. A proximidade do período natalino
faz com que todo o mês seja festivo, reafirmando
a tradição católica da cidade. Os folguedos nata-
linos da vizinha Coqueiro Seco se apresentam e
a festa se estende pela noite adentro.

Coqueiro Seco - Patrimônio – Igreja de N. S. Mãe dos Homens, na parte mais alta da cidade,
reafirma o poderia do catolicismo na época colonial. A igreja permanece original, tanto na sua
arquitetura quanto nos bens integrados de seu interior. Iniciada no século XVIII, só no XIX foi
concluída. A particularidade da fachada fica por conta do revestimento do frontão e das torres
com cacos de louça, conforme padrão português. O interior surpreende pelo retábulo de fina
talha e o conjunto de belas imagens. Ainda no município, o Santuário de N. S. dos Remédios,
do século XIX, restaurado em 2005 pelo Instituto Arnon de Mello. O Santuário recebe romei-
ros de várias localidades que veem pedir saúde à santa, a quem chamam de Mãe Milagrosa.
Evento – Agosto Cultural – Na semana do dia 22, comemorado o Dia Internacional do
Folclore, Coqueiro Seco se enfeita de cores, pandeiros e fitas para os festejos populares, com
comidas típicas, apresentações de grupos folclóricos e muita animação pelas ruas do centro.

132 | | Maceió
132 Maceió | | 2018
2018
Folguedos – Chegança Silva Jardim, que ganhara o prêmio nacional Mestre Duda do Minc,
em 2007, sob o comando da veterana Luzia Simões. Hoje o folguedo é liderado por Lucimar
que também coordena dois Pastoris e uma Baiana. A Chegança é uma representação das Mou-
riscadas da Península Ibérica, com a luta náutica entre cristãos e mouros. Os figurantes trajam
fardas da marinha brasileira. O Pastoril homenageia o nascimento do Menino Jesus e promove
a contenda na cantoria entre as figurantes do azul e as do encarnado, tendo no centro a Diana,
defendendo os dois cordões. A Baiana é um folguedo de versos soltos e indumentária colorida
que se apresenta no Natal.
Marechal Deodoro - Patrimônio – A antiga Vila de Santa Maria Magdalena da Lagoa do Sul,
hoje Marechal Deodoro, foi capital da Província, perdendo o título para Maceió em 1839. Pela
relevância de seu patrimônio cultural o Iphan, em 2006, assinou o tombamento do sítio histó-
rico. O Complexo Franciscano, com Igreja, Convento e Ordem Terceira, foi edificado entre os
séculos XVII e XVIII, sob a devoção de Santa Maria Magdalena. Traz a marca do barroco em
seu apogeu, com volutas e douramento no retábulo. Tombado pelo Iphan em 1965, hoje está
aberto ao público com o Museu de Arte Sacra de Alagoas na ala conventual. Matriz de N.S. da
Conceição tem na fachada a data 1783. Nela tomou posse, em 22/01/1819, o 1º governante da
nova Capitania de Alagoas, Sebastião Francisco de Melo e Póvoas. No outro extremo da praça,
a Igreja de N. S. do Rosário do século XIX, tem uma fachada original, com elemento superior
ao seu frontão triangular, que serve de apoio à cruz latina. Mais adiante, descendo a rua Ladislau
Neto, encontra-se a Igreja de N. S. do Amparo, dos séculos XVIII e XIX. Ela tem recortado
frontão com belas volutas barrocas. As duas igrejas já perderam seus bens agregados do interior.
Outra Igreja é a do Carmo, com a sua Ordem Terceira, do século XVIII, no ponto mais alto.
Suas torres são vistas de vários ângulos da cidade. O sobrado, hoje ocupado pela Prefeitura
Municipal, é uma construção residencial do século XVIII, adquirido em 1836 para sede do
Palácio Provincial. A ocupação durou pouco, pois a reforma se arrastou por mais de ano e em
1839 a capital foi transferida para Maceió. Casa da Câmara e Cadeia, hoje ocupada pelo Iphan,
é uma construção do século XIX que traz em seu frontão o escudo do Império. No casario dos
séculos XVIII e XIX que ainda compõe o cenário da cidade está o Museu Marechal Deodoro
da Fonseca, em casa residencial típica do século XVIII, com telhado em duas águas e beiral de
beira seveira, onde nasceu o Proclamador da República. Deste tipo de beiral veio o dito popular
das “eiras e beiras”, referência às posses do proprietário. O acervo do Museu é formado por
peças do século XIX, época em que viveu seu patrono, mas não pertenceram a ele.
Filho Ilustre – Manuel Deodoro da Fonseca, que nasceu em 1827 e morreu no Rio de Janei-
ro em 1892. Proclamador da República e 1º Presidente do Brasil. O músico e compositor Misael
Domingues, nasceu em 1857 e morreu, em 1932, em Recife.
Praia do Francês - Na área de preservação ambiental da Praia, muito frequentada pelos
sufistas, a ruína de um Leprosário chama a atenção por entre os coqueiros. A edificação, pela
estrutura de suas paredes e pelo histórico das epidemias no Nordeste, deve ser do século XVIII
ou início do XIX, quando o local era desértico e não oferecia risco de contágio para os morado-
res da Vila de Magdalena. A ruína espera pela sua preservação e requalificação.
Taperaguá – Antigo povoado a cerca de 13km da sede do município, Taperaguá tem na
Igreja de Bom Jesus do Bonfim, do século XVIII, o ponto alto de sua urbanização, instalada na
cabeceira do grande largo que se reporta aos primórdios da época colonial.

Maceió | 2018 | 133


Arte e Artesanato – Terra de músicos, o alagoano Nelson da Rabeca desde bem jovem mora
em Marechal onde trabalhou na roça até os 50 anos. Instrumentista espontâneo dos mais res-
peitados pelos conhecedores de ritmos tradicionais é ele quem faz suas rabecas e, quando pode,
faz também para vender. O Filé é a renda mais tradicional de Alagoas e Marechal Deodoro é o
maior centro produtor. O processo de feitura não deixa dúvida de que surgiu a partir da rede de
pescar e que chegou à Colônia através das mulheres portuguesas. Os fios coloridos preenchem
a trama da rede compondo padrões e as linhas se cruzam nas mãos hábeis das artesãs alagoanas.

Filé, arte das bordadeiras de Marechal Deo-

Festivais Culturais – Na década de 1970 aconteceram os Festivais de Verão, sempre no


mês de janeiro, com exposições, apresentações artísticas, exposições de arte, teatro, concursos
literários em clima de muita motivação cultural. A FLIMAR, Festa Literária de Marechal Deo-
doro tem acontecido todos os anos no mês de novembro, com uma programação cultural de
lançamento de livros, debates, filmes, concertos, sempre homenageando um escritor brasileiro.
Durante a FLIMAR, a cidade fica com ares de capital literária do Nordeste, com intelectuais
circulando pelas suas ruas e eventos acontecendo simultâneos em vários locais.

134 | Maceió | 2018


HISTÓRIA
DOUGLAS APRATTO TENÓRIO

Marechal Deo-
doro da Fonseca

Rios e lagoas desempenharam um papel essencial no processo de povoamento do Esta-


do. Os engenhos eram construídos nas suas margens. Mas a água não se limitava a mover a
engrenagem dos banguês, irrigar a cana-de-açúcar e os produtos de subsistência e atender a
necessidades de manutenção e conservação das casas grandes, da senzala e de outras constru-
ções dentro das propriedades. Era, também, a estrada para onde se viajavam entre os núcleos
de povoação nascentes e a o escoamento para os pontos de comercialização da produção das
fazendas. Mas foi o complexo lagunar das duas maiores lagoas litorâneas onde se localizou o
maior polo econômico e de povoamento. O nome da parte sul da Capitania de Pernambuco
ficou desde logo conhecido como “As Alagoas”, cujas formações lacustres maiores, a Mundaú
e a Manguaba se conectavam através de dois canais, o Seriba e o Remédios, numa barra única,
pondo a duas em comunicação com o Atlântico e oferecia excelentes oportunidades econômi-
cas para os pioneiros portugueses e plantaram em suas margens os primeiros núcleos coloniais
que se sobressairiam nos tempos difíceis de formação da sociedade alagoana.

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 135
135
ECONOMIA
CÍCERO PÉRICLES DE CARVALHO

Gastronomia, sol e passeios

Uma gastronomia de sabor alagoano

As quatro cidades às margens das lagoas Mundaú e Manguaba – Pilar, Santa Luzia do Norte,
Coqueiro Seco e Marechal Deodoro – compõem um trecho antigo da Alagoas Colonial e, por
isso, todas as marcas do passado ainda estão presentes. Rica em matas, a região foi cenário para
a exploração do pau-brasil e das madeiras de lei. Suas terras férteis também serviram de territó-
rio para os primeiros engenhos construídos no século XVI e de espaço para a pecuária trazida
pelos portugueses e a agricultura complementar de alimentos. A pesca em suas lagoas, rios e
águas litorâneas completava a economia da região, vindo dessa confluência líquida o nome do
estado Alagoas.

136 | Maceió | 2018


Hoje, as matas têm nas pequenas áreas de preservação ambiental uma pálida imagem do
que foi a riqueza natural dessa região. No século passado, os engenhos desapareceram e os ca-
naviais passaram a fornecer matéria-prima para as usinas locais – Terra Nova (Pilar) e Sumaúma
(Marechal) ou para indústrias sucroalcooleiras de municípios vizinhos. O recuo dos canaviais
nas últimas décadas fez crescer a pecuária nas terras da Alagoas Colonial. Nessa região, novos
segmentos econômicos surgiram: comércio e serviços nas sedes municipais, indústria próxima
à cidade de Santa Luzia e Pilar e um grande polo fabril em Marechal Deodoro.

Economia urbana. Modernamente, pelos seus vínculos econômicos e sociais com a capital,
as quatro localidades formam parte da região metropolitana de Maceió, a qual está conectada
por estradas asfaltadas (estadual e federal). Os quatro municípios tem mais de 90% da popu-
lação vivendo nas partes urbanas. Nessas localidades, comércio e serviços atendem os consu-
midores locais, mas, pela facilidade de transporte, parte desse consumo se realiza em Maceió.

Agropecuária. Apesar da desativação duas usinas (Terra Nova e Sumaúma), os canaviais


ainda predominam na paisagem rural das localidades antigas da parte lagunar, que passaram a
fornecer essa matéria-prima para unidades de municípios vizinhos. Menos expressiva, a agricul-
tura de alimentos está representada pela produção de culturas tradicionais, como coco, feijão,
milho, banana e mandioca. A produção de leite e carne é crescente.

Indústrias. Algumas unidades industriais estão próximas das cidades do Pilar (laticínio) e
Santa Luzia (empresa química e avícola), mas o movimento fabril mais forte e dinâmico está
em Marechal Deodoro, com dezenas de unidades industriais, com destaque para a planta de
PVC da Braskem e empresas do setor químico-plástico. As quatro localidades são beneficiadas
pela exploração do gás natural pela Petrobras, que implantou uma unidade de processamento
(UPGN) no Pilar, que rende expressivos valores em royalties para as quatro localidades.

Turismo. Marechal Deodoro é o principal polo turístico, dividido em três áreas distintas: o
polo gastronômico da Massagueira e da Barra Nova, com dezenas de restaurantes e bares com
vista para a Lagoa Manguaba; a praia do Francês, um destino nacional, que possui o terceiro
maior conjunto turístico de Alagoas, com suas dezenas de pousadas e hotéis; e a cidade histórica
de Marechal, a antiga capital, com seu conjunto arquitetônico colonial.

Pesca. Ainda que represente um grande conjunto de pescadores nas quatro localidades da
Alagoas colonial, a pesca nas lagoas Mundaú e Manguaba, assim como a feita nos rios – Mun-
daú, Remédios e Sumaúma e no litoral de Marechal perdeu, pela produção decrescente, sua
antiga força econômica. A pesca continua oferecendo, em menor quantidade: bagre, carapeba,
tainha, camarão, ostra, pescada, siri, caranguejo e sururu, que abastecem esses municípios, a
rede hoteleira dessas localidades e a rede de comercialização de pescados de Maceió.

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 137
137
GEOGRAFIA
ALEX NAZÁRIO CAMINHOS DO

Litoral Sul

Caracterização Geográfica e Ambiental


Municípios: Marechal Deodoro (litoral), Barra de São Miguel, Roteiro, Jaquiá da Praia,
Coruripe, Feliz Deserto e Piaçabuçu (litoral).

138 | | Maceió
138 Maceió | | 2018
2018
O roteiro Litoral Sul tem início partindo da capital Maceió:
O primeiro acesso é recomendado para quem desembarcou no Aeroporto Zumbi dos Pal-
mares ou reside na parte alta da cidade de Maceió e quer evitar o trânsito da capital. Consiste
em tomar a rodovia BR 316 no sentido da cidade de Satuba e Pilar e seguir até o trevo que dá
acesso ao Pólo Cloroquímico de Alagoas (aproximadamente 12 km), então segue pela rodovia
BR 424. O visitante deve percorrer essa rodovia até o litoral, num percurso de 15 km até seu
encontro com a AL 101 Sul no trevo de encontro com as duas rodovias na Ilha de Santa Rita.
O segundo acesso parte do centro pela área litorânea da capital Maceió e segue pelo litoral, a
partir da rodovia AL 101 sul, sentido sul, iniciando o roteiro com a travessia do Canal da Laguna
Mundaú, sobre a ponte Divaldo Suruagy.
Nos dois acessos, o visitante chega ao município de Marechal Deodoro pela Ilha de Santa
Rita, que possui 12km² de área, onde segundo informações da Secretaria de Turismo do Esta-
do, é a maior ilha lacustre do país. Neste trecho o visitante também adentra a Área de Proteção
Ambiental de Santa Rita, criada em 1984, possuindo uma área de 10.230 hectares, localizada no
estuário formado pelas maiores lagunas de Alagoas, Mundaú e Manguaba.
Lagoas ou Lagunas? Lagoas são corpos d’água cercados por terras, sem contato com o mar.
Diferente das lagunas que possuem esse contato e devido a isso, possuem suas águas salobras
total ou parcialmente, próximo a sua desembocadura.
Segundo informações da Agência Nacional de Águas (ANA), o Complexo Estuarino La-
gunar Mundaú-Manguaba caracteriza-se pelos corpos aquáticos naturais formados pelas lagoas
Mundaú e Manguaba, seus canais, várias ilhas e uma parte estuarina comum a ambas as lagoas.
Sua área é de 81km² e é formada pelas águas dos rios Mundaú e Paraíba, ambos com nascentes
em Pernambuco, além dos canais interlagunares.
A APA de Santa Rita é a mais antiga unidade de conservação estadual de Alagoas. Foi cria-
da com o objetivo de preservar as características ambientais e naturais dos canais lagunares e
ordenar a ocupação e o uso do solo. Sua proteção se estende aos manguezais, restingas, recifes
costeiros, praias e a vegetação de floresta atlântica localizada nas encostas dos tabuleiros da re-
gião, representando uma das mais ricas áreas de proteção de Alagoas e, devido a sua localização
na Região Metropolitana, uma das mais ameaçadas pelo processo de urbanização.
O CELMM detém uma rica biodiversidade e representa refúgio para diversas espécies da
fauna e flora regionais. Muitas tem elevado destaque na economia e gastronomia regional, por-
tanto, a preservação dos ecossistemas existentes na APA é estratégica. O manguezal, por exem-
plo, garante alimento e proteção para diversas espécies de peixes, mariscos e moluscos utilizados
há gerações para alimentação, sendo atração especial no cardápio de bares e restaurantes locais.
Os canais lagunares são utilizados para transporte, lazer e balneário pelos turistas e locais.
Algumas áreas são amplamente exploradas para o lazer, tais como o Clube Broma, a Barra
Nova, a Massagueira, além do famoso “Passeio das 9 Ilhas” com um catamarã que percorre
os vários canais de manguezais. No litoral, destacam-se a Prainha da Barra Nova e a belíssima
Praia do Saco, de águas calmas e belo visual de um recife de arenito que chega às areias em sua
porção sul e a Praia do Francês, famosa entre os turistas, com opções diversas para passeios de
barco e a prática do surf.
Saindo do município de Marechal Deodoro, seguindo a AL 101 Sul em direção à cidade da
Barra de São Miguel, após o trevo que dá acesso a Praia do Francês, o visitante irá passar por

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 139
139
trechos quase desertos de praia, onde a vegetação nativa ainda permanece e dá um ar especial
nessa área. Em aproximados 9km após o trevo do Francês, já na área urbana da cidade da Barra
de São Miguel, o visitante chega à ponte do Rio Niquim, local de lazer com diversas barracas
e bares para apoio ao visitante. Pela cidade, existem acessos a praia de águas mornas e calmas,
protegidas por um extenso recife de barreira. Também é possível acessar o cais localizado na
belíssima Laguna do Roteiro, esta adornada com seus exuberantes manguezais e suas falésias
esculpidas há milhares de anos pelo mar que outrora chegou até ali.
De barco, é possível realizar um passeio pela Laguna até os canais de Manguezal protegidos
pela Reserva Ecológica de Manguezais da Laguna do Roteiro, onde se cultivam ostras pelos mo-
radores do Povoado do Mangue da Palatéia. O trajeto também permite alcançar a orla lagunar
da cidade de Roteiro, que contrasta suas casas e canaviais com a vegetação nativa.
Os manguezais presentes na Laguna do Roteiro (foto), e mais especificamente os inseridos
na RESEC de Roteiro são considerados dos mais exuberantes do estado, com exemplares che-
gando aos 25m de altura, sendo o mangue vermelho (Lagunculária racemosa) a espécie mais
comum. A RESEC de Roteiro possui uma área de 740 hectares e visa proteger os manguezais
ali existentes.
Partindo do Cais da Barra de São
Miguel em direção a desembocadura da
Laguna do Roteiro, o visitante chegará a
um dos mais conhecidos cartões postais
do estado, a Praia do Gunga. Considerada
uma das mais belas de Alagoas, está situ-
ada na margem do município de Roteiro,
oferecendo estrutura de apoio, alimenta-
ção e lazer ao turista, além de passeio de
buggy até as belas falésias de praias quase
desertas. Aqui ocorrem desovas de tar-
tarugas marinhas, o que fez com que os
“bugueiros” se organizassem junto aos
órgãos ambientais e tomassem caminhos
alternativos visando a proteção desses Canal do Roteiro
animais ameaçados.
Pela rodovia AL 101, o visitante pode ter acesso à Praia do Gunga saindo da cidade da Barra
de São Miguel até o trevo que dá acesso ao litoral sul (continuando a AL 101 Sul). Após o trevo,
passando pela ponte que atravessa a Laguna do Roteiro, em pouco mais de 5km chega-se ao
mirante do Gunga, edificado no topo do tabuleiro, com vista privilegiada para a planície litorâ-
nea e acesso à Praia do Gunga.
Saindo do mirante do Gunga, o visitante continuará seu trajeto ao sul, pela AL 101 Sul.
Após 16km, já em terras do município de Jequiá da Praia, é possível visitar o povoado de Lagoa
Azeda, que cresceu na estreita faixa entre as falésias e o mar. Aqui uma visita as falésias vivas é
uma experiência ímpar, além da possibilidade de adquirir pescado fresco e camarão. Saindo de
Lagoa Azeda, em aproximados 8km, o próximo destino é a cidade de Jequiá da Praia, que se
desenvolveu às margens do Rio Jequiá e da grande laguna de mesmo nome e a terceira maior

140 | | Maceió
140 Maceió | | 2018
2018
do estado. Na área da Laguna do Jequiá e em uma porção oceânica na costa do município, foi
criada a Reserva Extrativista Marinha da Lagoa do Jequiá em setembro de 2001, com uma área
de 10.203 hectares. Os objetivos da RESEX de Jequiá abrangem a proteção do modo de vida
e cultura das populações tradicionais além de assegurar o uso sustentável dos recursos naturais
da unidade.
Nessa região, as falésias vivas de Jacarecica
do Sul pode ser visitadas a partir de passeios que
saem do complexo turístico de Dunas de Marapé,
localizado na Barra do Jequiá (ou Duas Barras).
O município de Jequiá da Praia é o mais re-
cente de Alagoas. Foi desmembrado de Coruri-
pe e de São Miguel dos Campos, no ano 2000.
Jequiá agrega em grande parte do seu território
a bacia do Rio Jequiá, com 822,5km². O relevo
altamente drenado da região se moldou com vales
alargados e profundos, o que proporcionou o es-
tabelecimento de diversas áreas alagadas que acu-
Rodovia AL 101 Sul
mularam as águas dos rios, formando o complexo
da Laguna do Jequiá e de Poxim, no município de
Coruripe.
Seguindo a AL 101 Sul, saindo da cidade de Jequiá em sentido a Coruripe, num percurso de
7km , chegamos ao povoado do Poxim, pertencente ao município de Coruripe. Com aspecto
ainda tradicional, possui um belíssimo litoral que é bastante procurado nos fins de semana. O
Rio Poxim que deságua no mar possui sua foz retificada e detém um belíssimo manguezal e
vegetação de praia em bom estado de conservação. Aqui existe uma unidade de conservação
municipal, a Área de Proteção Ambiental do Poxim, criada em 2002, com 400 hectares, abran-
gendo a foz do rio e as áreas de mata nativa. Saindo do povoado e seguindo a AL 101 Sul num
percurso de aproximadamente 15km, o visitante chega ao trevo de acesso ao povoado e praia
do Pontal do Coruripe, muito procurado por turistas, caracterizado por praias de águas calmas
devido a proteção de seus recifes. Do Pontal, é possível chegar a Foz do Rio Coruripe, que dá
nome ao município e é um dos principais rios do litoral sul alagoano. Nasce no município de
Palmeira dos Índios e possui uma área de drenagem de 1.562km². É um rio bastante utilizado
para diversas finalidades, com destaque para a irrigação dos extensos canaviais da região que
ocupam boa parte dos seus tabuleiros, motivo este que denota a necessidade de sua revitalização
em vários trechos, principalmente sua mata ciliar e vales, que foram amplamente alterados.
A partir da cidade de Coruripe, seguindo pela AL 101 Sul, o visitante chegará ao trevo que
leva a AL 105, devendo seguir no sentido da AL 101 Sul em direção a Feliz Deserto. O trajeto é
marcado pela presença das duas principais culturas do litoral sul alagoano, a cana nas terras altas
dos tabuleiros e o coco, que ocupa predominantemente a planície litorânea. Neste trecho, dois
pequenos povoados são destaque: Miaí de Cima e Miaí de Baixo, com praias quase desertas, e
coqueirais a perder de vista.
Da cidade de Coruripe até a cidade de Feliz Deserto são aproximados 30km de estrada pela
AL 101 Sul. Aqui o ambiente começa a se mostrar diferenciado: as barreiras dos tabuleiros

Maceió | 2018 | 141


começam a se afastar da faixa litorânea e esta, alargada e mostrando sua constituição arenosa,
por vezes brancas, por vezes amareladas, devido a erosão do material proveniente das barreiras.
Aqui começam os limites da Área de Proteção Ambiental da Marituba do Peixe, desenhada
pelos cordões arenosos e pela grande planície alagada, que deu o nome de “Pantanal Alagoano”
a região (esta detalhada no Roteiro Caminhos do São Francisco).
Partindo da área urbana de Feliz Deserto, ainda pela AL 101 Sul, o visitante chegará ao tre-
vo que dá acesso ao Povoado Peba, já pertencente ao município de Piaçabuçu, num percurso
de 7 km. A partir deste, deve seguir em direção leste, ao litoral e ao povoado do Peba, o maior
povoado litorâneo do município. Aqui temos uma planície costeira alargada, onde o povoado se
desenvolveu próximo ao mar. Na área sul do povoado, deságua o Riacho Conduípe, o último rio
do litoral sul a desaguar no oceano antes do São Francisco. Do povoado do Peba até a foz do

Falésias (Coruripe)

São Francisco, encontra-se a Área de Proteção Ambiental de Piaçabuçu, englobando as dunas


de Piaçabuçu e ecossistemas costeiros associados de rara beleza (esta detalhada no Roteiro Ca-
minhos do São Francisco). A partir do Peba, é possível seguir de carro pela linha de litoral até a
Foz, embora não seja recomendado, devido a possibilidade da maré alta comprometer o acesso e
a existência de áreas de desova de tartarugas marinhas.
Do Pontal do Peba até o extremo sul do estado na foz do São Francisco, são aproximados
20km de uma área de beleza espetacular, compreendendo feixes de dunas móveis e fixas. As du-
nas fixas se localizam mais afastadas da praia e frequentemente são cobertas e descobertas pela
vegetação nativa. As dunas móveis se movimentam devido a ação do vento, podendo alcançar
distâncias de 10m por ano, criando um ambiente nunca estático e único em Alagoas.
Segundo informações do IMA, a área é bastante rica em fauna nativa e muito utilizada por
aves migratórias para se alimentar e abrigar. Segundo o Projeto Tartaruga Marinha (TAMAR),
essa área se insere numa região prioritária para desova de várias espécies de tartarugas.

142 | | Maceió
142 Maceió | | 2018
2018
VIVER BEM
NIDE LINS

BARRA DE SÃO MIGUEL


Barra de São Miguel é uma cidade badalada, da juventude dourada, do doce Rio
Niquim. É lugar para comer ostras fresquinhas do povoado da Palateia, e claro, de
saborear o tradicional maçunim no leite de coco e farinha. O Município é ponto de
partida para navegar de catamarã, lancha ou barquinho até a Praia do Gunga, na ci-
dade de Roteiro. E quando a noite cair, tem a Villa Niquim para ouvir música e comer
nos restaurantes do complexo. E tem mais: Barra de São Miguel é destino para ficar
mais de um dia, porque tem pousadas simples, charmosas, hotéis e resort de luxo
para abrigar o sonho dos eternos namorados.

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 143
143
Navegar é preciso

Bacana mesmo é contratar o passeio de lancha com saídas da Orla Niquim e assim
desvendar a beleza marítima da cidade. A primeira parada é no aquário na barreira
dos corais, que formam pequenas piscinas. O cenário é perfeito para fotografar e
compartilhar. Depois de contemplar, é hora de petiscar no bar flutuante montado no
banco de areia, com direito a cadeira, mesa e guarda sol. A parada final é na Praia do
Gunga. O retorno pode ser pela terra, mas o legal é acertar o retorno com o jangadei-
ro, afinal, pelo mar tudo é maravilhoso.

Lancha – ingressos do passeio de lancha são vendidos no quiosque da Associação


dos Jangadeiros na Orla Niquim, das 8h até 12h/ Telefone: (82) 98733-9147

Trimarã do Caio (foto)

A foto do pôr do sol na Barra de São Miguel é uma imagem inesquecível. Só de


olhar dá vontade de se transportar pra lá e fugir do trivial. Há mais de 30 anos esse ce-
nário inspira o alagoano Caio Porto a navegar no seu trimarã com tripulantes de todo
canto do país. A embarcação passa por ilhotas, manguezais e margeia barreiras de
recifes antes de ancorar na Praia do Gunga. Além da beleza, os visitantes desfrutam
do banquete de comidas, que vão do caldinho de sururu até a feijoada, sem esquecer
da mesa de frutas e doces. É uma fartura de sabores preparadas pelo capitão e sua
equipe. No trajeto de 5 horas, fica a certeza de que Barra de São Miguel é o destino
para jogar âncora e ficar.

Saídas do Porto da Praia da Barra


de São Miguel às 11 horas aos sábados
e domingos/ Grupo a partir de 25 pes-
soas o passeio acontece qualquer dia.
No pacote estão inclusos alimentação,
água mineral (com e sem gás), refri-
gerantes, sucos, água de coco, frutas e
sobremesas, com exceção de bebidas
alcoólicas. Telefone (82) 99381-1560

Escuna – Mesmo com o marzão da Barra de São Miguel, o visitante tem outras
ofertas para se aventurar pelo mar, lagoa e terra. O passeio começa a bordo de uma
escuna, com saída do porto da cidade, navegando pelas águas tranquilas da Lagoa
do Roteiro e Praia de Conchas, contemplando a Ilha Caetés e as falésias. A parada
tradicional é no Gunga para tomar banho e se refrescar do calor, mas quando chega a
hora do almoço é tempo de parar no restaurante Pier 33, que tem vista para a lagoa,

144 | | Maceió
144 Maceió | | 2018
2018
e saborear o buffet de comidas tradicionais. Mas não para por aí: a viagem prossegue
nos táxis turismo com city tour e visita à comunidade Vila Palatéia com passeio de
canoa para conhecer o cultivo de ostras, ou pode escolher a trilha de Sambaqui e a
história dos remanescentes quilombolas e indígenas. O roteiro é finalizado no Mer-
cado do Artesanato.
Quem faz: Aventura Eco Brasil. Duração do passeio: 6h. Saídas aos sábados e
domingos (mínimo de 6 pessoas). Valor: R$ 160,00 por pessoa. Consultar horários e
maiores detalhes.

Sabor das ostras

Comer ostras fresquinhas (foto) é um dos roteiros de turismo comunitário de


quem visita a Barra de São Miguel. A bordo de uma canoa, o visitante aprecia o man-
gue até a chegada na Vila da Palateia, onde a comunidade divide com os turistas a
experiência do criatório de ostras e, claro, provar o molusco com um pouco de sal, li-
mão e azeite. Uma tradição da gastronomia da cidade do sol. As ostras alagoanas são
espécie nativa, cultivadas no mangue, na água salobra (encontro com o mar). Cruas,
grelhadas ou cozidas, elas têm sabor forte e marcante. Dizem que são afrodisíacas,
mas o legal é saber que as “Ostras Depuradas” passam por um processo que retira
as impurezas. Ou seja, são saborosas e seguras. São 758 hectares de mangue gigante,
lagoa e visitação à vila de pescadores, onde também é cultivado e comercializado o
mel e a especial própolis vermelha.

Experiência Reserva Vila Palateia –Tem passeio exclusivo para casais apaixona-
dos que queiram visitar a fazenda de ostras depuradas, e degustá-las com espumante.
Para fazer este roteiro é preciso agendar com 72horas de antecedência.

Aventura Eco Brasil: (82) 98807- 6968/ contato.grupobrasil@outlook.com

Maceió | 2018 | 145


Dica da Nide
NIDE LINS

Gastronomia

Simples - Na comunidade da Vila Palateia, do restaurante Ostras do Paraíso, sob


a batuta de dona Lourdes, saem os melhores caldinhos de maçunim, sururu e ostras.
O prato mais amado é a Peixada da Lourdes. O lugar é simples, mas ao mesmo tempo
gracioso, decorado com conchas, cercado de verde, e com a boa comida regional e
tradicional da lagoa. Funciona todos dias, das 8h até às 15h/ Telefone: (11) 98553-
0825 (whatsapp de Alessandra).
Estrela – No charmoso restaurante Kaamo, com vista para o mar e a Mata Atlân-
tica, a cozinha leva assinatura do renomado chef pernambucano, César Santos (Ofi-
cina, Olinda). Um dos pratos mais festejados é a Cataplama (panela de cobre de Por-
tugual) mista de lagostas e camarões cozidos no leite de coco, cheiro verde, pimenta
de cheiro, fio de azeite de dendê e de oliva. A receita é uma moqueca com caldo mar-
cante dos frutos do mar. Para escoltar a iguaria, o arroz de brócolis. A grata surpresa
é o purê de banana da terra com raspas de limão.

Kaamo funciona no Eco Resort


Kenoa e atende por reserva para al-
moço, jantar e café da manhã. Ideal
para dois. Barra de São Miguel. Telefo-
ne: (82) 9 8812 1000 | (82) 32721285/
info@kenoaresort.com
Vista incrível – Do alto do morro,
o Hotel Gungaporanga inspira poesia,
amizade, romance… Lugar para rela-
xar, seja na piscina de borda infinita,
seja na rede, no jardim ou na charmosa sala de leitura, com biblioteca, para quem
deseja ler em paz. Na cozinha, os ingredientes do mar, da lagoa e da terra dão o tom
maior às panelas. No cardápio, assinado pelas chefs alagoanas Mariana Bernades e
Flávia Soares, o xodó são os bolinhos batizados de Gunga, com massa de macaxeira
e recheio de bobó de camarão, com sabor das comidas feitas em casa de vó, mãe…
Prove também o risoto de lagosta com manga e fitas de coco, receita agridoce com
identidade alagoana.

Hotel Gungaporonga
Aberto ao público, com reserva. Rodovia AL 220 km 03 Barra de São Miguel/AL
Alto da Falésia / www.gungaporanga.com.br/reservas@gungaporanga.com.br | (82)
99119-2068 (82)3015-6359

146 | | Maceió
146 Maceió | | 2018
2018
Sabores de verão

A Vila Niquim é uma praça de alimentação com o Macuípe, restaurante de culi-


nária regional, Paula Bastos Doces e o Steak House & Pub, com cortes de carnes
especiais, cervejas artesanais e vinhos. Funciona o ano inteiro com lojas, shows de
estrelas alagoanas e nacionais, além de atividades de aventura para os jovens. O ponto
de encontro é contagiante pela alegria, principalmente nos períodos de carnaval e
festas juninas.

Funciona todos os dias, das 11h30 até às 22h. Música ao vivo de quinta a domingo.
Rua General C. Lima, Barra de São Miguel Telefones: (82) 99433 0100 / (82) 99648
7142.

Kenoa Exclusive Beach Spa & Resort


Endereço: R. Escritor Jorge de Lima, 58 - Barra Mar, Barra de São Miguel - Tele-
fone: (82) 3272-1285/ www.kenoaresort.com

Iloa Resort
Endereço: Rod AL 101 Sul – S/N - – Lote 02 Quadra A – Loteamento Iloa - Zona
Rural, Barra de São Miguel - Telefone: (82) 3272-1115/ www.iloa.com.br

Vivá Hotel Pousada


Endereço: R. Francisco O Sampaio, 372 - Barra Mar, Barra de São Miguel - Tele-
fone: (82) 3272-2047 - vivabarrahotelpousada.com.br

Brisamar Hotel Pousada


Endereço: R. Margarida O Lima, 38 - Barra Mar, Barra de São Miguel / Telefone:
(82) 3272-2030/ brisamarhotelpousada.com.br

Hotel Rio Mar


Endereço: R. Escritor Félix Lima Júnior, 35 - Centro, Barra de São Miguel - Tele-
fone: (82) 3272-1432/ hotelriomar.com.br

Pousada Barra Bonita


Endereço: Rua Monsenhor Hidelbrando Guimarães, 39 - Loteamento Barramar,
Barra de São Miguel - Telefone: (82) 3272-1385/ www.pousadabarrabonita.com.br

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 147
147
CORURIPE
O principal cartão postal da cidade de Coruripe é o farol construído em 1948, no
povoado Pontal Coruripe. No pequeno lugarejo também chama atenção o trabalho das
mulheres tecendo a palha de ouricuri, artesanato típico do município. Lá, a vida é pacata.
As crianças brincam no mar, os meninos jogam bola, e os barcos descansam sob o pôr
do sol irradiante.

Coruripe tem 40 quilômetros de belas praias: Pituba, Lagoa do Pau, Gameleira,


Pontal do Coruripe, Barreiras do Coruripe, Miaí de Baixo e Miaí de Cima. É cercada
por coqueirais e mar brando.

Praias gêmeas

Miaí de Cima e Miaí de Baixo, difícil achar diferença entre as praias, tudo muito
igual, a não ser pela Fazenda Cacholote, no sítio de coqueiros na Praia de Miaí de
Cima, onde é possível alugar cavalos para cavalgar pelas areias do mar. Também tem
restaurante com day use.

Lagoa do Pau
A primeira praia no povoado de Coruripe é a Lagoa do Pau. Com águas mansas,
cristalinas e de coloração azulada, ela conquistou o ilustre turista, o padre cantor e
compositor, Antônio Maria. O religioso escolheu o éden alagoano para descansar,
mas também para realizar as suas missas na Igreja da Mãe Rainha, de frente para o
mar. O padre costuma chama o lugar de Lagoa da Paz.

148 | | Maceió
148 Maceió | | 2018
2018
Passeios

O pescador Clébio diz que o melhor período para o passeio de jangada é na maré de
lua, porque fica bem seca, e o visitante tem o privilégio de conhecer os Baixios de Dom
Rodrigo. É que em meio às barreiras de recifes, encontram-se os destroços de alguns
naufrágios.

Duração de 1h30/ Telefone: jangada mo-


torizada para 10 pessoas. 99414.0054 – Clébio,
no estaleiro de pesca

No Poxim

O farol é o ponto de partida para um city


tour pelas ruas do Pontal de Coruripe, merca-
do do artesanato, visitação à Vila Real de São
José do Poxim, e para apreciar a igreja de São
José, construída em 1762. O passeio prossegue de canoa para desvendar a beleza do
encontro do rio Poxim com o mar.

Quem faz o passeio: Aventura Eco Brasil / Tempo de duração: 4h/ Reservas: 82
98807.6968

Italiana – No cardápio do Rainha do Mar, na Praia do Pontal de Coruripe, tem a


peixada ao molho de camarão tradicional (posta de cavala), com legumes e ovos ao leite
de coco, pirão e arroz. Mas como o restaurante é da italiana Daniela Nardini, o cardápio
oferece massas caseiras, como o ravióli de peixe ao molho de tomate da casa.

Pontal do Coruripe/ Funciona sextas e sábados, das 12h às 22h/ domingo até 17h./
Aceita cartões/ Telefone: 98144.9821

Tradição – A Sorveteria São Judas Tadeu tem mais de 30 anos, no Centro da cidade.
Os de frutas são os melhores, com os de coco com doce de abacaxi e o de ameixa.

Lanche – O pastel de camarão de Seu Antônio, no povoado de Pontal do Coruripe,


é muito bom. Destaque para o de camarão. Quem faz a massa é seu Antônio (ex-fun-
cionário de Usina). Os recheios são assinados por sua esposa Morenita. Os pastéis têm
mais de 10 anos de história. Bons e baratos. Telefone: (82) 99913.3951

Maceió | 2018 | 149


Hotelaria

Pousada Canto de Yemanjá

Endereço: Rua da Praia, 244, Pontal de Coruripe (Alagoas) - Telefone: (82) 3273-7316
www.pousadacantodeyemanja.com/pousada.php

Pousada Surf Paradise

Rua Projetada, 433 – Pontal de Coruripe, Coruripe/ Telefones: 82 3273-7303 /


98876.8303.
Whatsapp: +55 82 8876 8303

Casarão do Pontal

Endereço: Rua Macario Neto Bel-


trão Lessa, 482 - Pontal do Co-
ruripe, Coruripe - Telefone: (82)
99144-6141/ http://janinedaqui-
no.wixsite.com/casarao-do-pontal

Hotel Pousada Fazenda Mare-


sia - Povoado Miaí de Cima - Rua
Projetada Mc 15 nº 330/ Telefo-
ne: (82) 3273-6555

150 | | Maceió
150 Maceió | | 2018
2018
ROTEIRO

A praia mais famosa de Alagoas é a do Gunga. Cercada por coqueirais a perder de


vista, está localizada no município de Roteiro. De águas claras, faixa de areia fofa e mar
sereno, é na maré baixa que a natureza foi gentil com o lugar, quando o mar se encontra
com a Lagoa do Roteiro, permitindo que os visitantes se banhem na água doce e na
água salgada.

A Praia do Gunga tem barzinhos, restaurantes, lojinhas e muitas opções de lazer,


como passeio de jet ski ou se aventurar na banana boat. Pela terra, o passeio de bugre
até as falésias, cativa os turistas e alagoanos pela beleza dos paredões de tons averme-
lhados.

O acesso mais comum à Praia do Gunga é feito pela AL 101 Sul, de carro. Con-
tudo, pode ir de lancha ou catamarã, que sai do município de Barra de São Miguel.
O visual encanta, pois tem paradas nas piscinas naturais; dá para apreciar a lagoa
do Roteiro, onde as marisqueiras retiram sururu, massunim, ostras; e assistir os
pescadores jogar as redes no espetáculo da pesca artesanal.

Lembrete: a Praia do Gunga é área de desova de tartarugas marinhas, portanto,


é bom ficar de olho nas placas que indicam onde os bichinhos fizeram seus ninhos
na areia e respeitar o meio ambiente.

Imperdível: a foto mais bonita é do Mirante do Gunga

Quem faz: todas as agências receptivas de Maceió oferecem o passeio até lá.

Maceió | 2018 | 151


JEQUIÁ DA PRAIA

A cidade Jequiá da
Praia é mais conhecida
pelo Complexo Turísti-
co Dunas do Marapé, que
tem passeios pelo mangue
e uma praia bem azulada.
Mas este no solo do Litoral
Sul tem outras belezas dis-
tintas, como a trilha pelo
manguezal, vivenciar a pes-
ca de caranguejo e tomar
banho de lama.
A primeira praia é a
Lagoa Azeda, com suas
casinhas à beira mar. De lá
se avista as Falésias do Sul,
milhares de barquinhos de
pesca e poucos bares. A
melhor dica é contemplar
o lugar na sua plenitude
entre o mar e as falésias. O visitante pode ter uma experiência guiada para visitar o maior
paredão de falésias do Brasil. Os desbravadores têm a opção do trekking (caminhada)
entre as praias de Lagoa Azeda e Gunga. Para quem deseja mais aventura tem voo livre
duplo panorâmico saltando das falésias e sobrevoo pelas praias, mas tudo depende do
vento e das condições climáticas para ver Jequiá da Praia tirando os pés do chão.
Quem faz o passeio - Aventura Eco Brasil - o passeio e trekking saídas diárias. Voo
livre mediante consulta da condição climática/ Telefone: (82) 98807-6968

Duas Barras
O Complexo possui uma boa estrutura para receber visitantes. Tem bar na praia,
cadeiras, guarda-sol, banheiros, música ao vivo e um restaurante para cerca de 200 pes-
soas. Para chegar em Dunas é preciso fazer uma travessia de barco que leva cerca de 5
minutos. Chegando na praia, o visitante pode curtir o mar, petiscar e almoçar.
Mas quem tem espírito de aventura pode fazer dois passeios opcionais: o Circuito
Pau de Arara e as Trilha dos Caetés.

152 | | Maceió
152 Maceió | | 2018
2018
Circuito Pau de Arara: o tour é feito num antigo caminhão do exército brasileiro.
O roteiro inclui o passeio pelas falésias de Jacarecica do Sul, com direito a descer até
a praia. Se a maré estiver baixa, recomenda-se o banho. Depois do mar, o caminhão
circula pelo centro de Jequiá, e dá para fotografar a Igreja de Nossa Senhora do Pilar,
pequeno cruzeiro e oratório. A vista mais bonita é da ponte, de onde se vê a lagoa
imensa, as canoas, as redes e casinhas de apoio para a pesca artesanal da carapeba (peixe
nobre das Alagoas).
Por fim, o caminhão chega num sítio para tomar água de coco, banhar-se na lagoa
e saborear a cocada de dona Lúcia. Tanto a branca como a de coco queimado têm uma
casquinha e o recheio macio. Doce lembrança de Jequiá da Praia. Duração do passeio:
1h30. Preço: R$ 40,00

Trilha dos Caetés:

Para os nativos, pintar o corpo de lama é muito comum. Mas para os turistas isso
pode ser inusitado. O passeio de barco parte do Complexo e segue até a Lagoa Jequiá,
revelando a beleza do mangue. Quando a embarcação joga a âncora, começa a trilha.
Dica: este caminho é para quem gosta de se aventurar pela lama. Então, vá de biquíni,
maiô e sunga. Nada de camisa ou saída de praia. Para se proteger do sol, use um boné.
Na trilha, o caminho fica cada vez mais estreito e com muita lama pela frente, afinal,
é uma floresta de mangues com suas
imensas raízes se agarrando ao chão.
O passeio é educativo e muito bonito.
Os catadores de caranguejos fazem
malabarismo para pegar um bichinho.
É preciso deitar e enterrar o braço no
mangue até retirar o bicho. Depois de
uma seção de fotos, ele é devolvido
ao seu lar. Depois da trilha pela lama,
bom mesmo é mergulhar várias vezes
nas águas doces de Jequiá.

Passeio de barco Complexo turístico Dunas de Marapé

Trilha dos Caetés/ Duração do passeio -1h30

Duração: 1h30. Preço: R$40,00/ Telefone: (82) 98868-9669


Associação de Barqueiros de Jequiá da Praia – São 23 pescadores que fazem o pas-
seio pelo Rio Jequiá todos os dias, das 8h até 16h. Duração de 1h/ Preço: R$ 25,00/
Telefone: 99629-0136/ Depois do Complexo Dunas de Marapé

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 153
153
O Complexo possui uma boa estrutura para receber visitantes. Tem bar na praia,
cadeiras, guarda-sol, banheiros, música ao vivo e um restaurante para cerca de 200 pes-
soas. Para chegar em Dunas é preciso fazer uma travessia de barco que leva cerca de 5
minutos. Chegando na praia, o visitante pode curtir o mar, petiscar e almoçar.
Mas quem tem espírito de aventura pode fazer dois passeios opcionais: o Circuito
Pau de Arara e as Trilhas dos Caetés.

A Várzea da Marituba, que inte-


gra a APA da Marituba do Peixe, é
também conhecida como o Pantanal
Alagoano

154 | | Maceió
154 Maceió | | 2018
2018
Circuito Pau de Arara: o tour é feito num antigo caminhão do exército brasileiro. O
roteiro inclui o passeio pelas falésias de Jacarecica do Sul, com direito a descer até a praia.
Se a maré estiver baixa, recomenda-se o banho. Depois do mar, o caminhão circula pelo
centro de Jequiá, e dá para fotografar a Igreja de Nossa Senhora do Pilar, pequeno cru-
zeiro e oratório. A vista mais bonita é da ponte, de onde se vê a lagoa imensa, as canoas,
as redes e casinhas de apoio para a pesca artesanal da carapeba (peixe nobre de Alagoas).

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 155
155
CONHECER
CÁRMEN LÚCIA DANTAS

Roteiro Cultural

Mané do Rosário (folguedo)

O cenário aquático de Alagoas interligado pelos laços geográficos e culturais ganha força no
litoral sul, de Marechal a Piaçabuçu, com as diversas comunidades de pescadores e de artesãs
que tecem a identidade local com o tradicional trançado da renda e da palha.
Das construções dos primeiros anos o que de mais antigo existe, está na arquitetura religiosa
e residencial dos séculos XVIII e XIX. As torres das igrejas se elevam nos centros urbanos,
mostrando, ainda hoje, a importância que lhes era dada pelos portugueses, enquanto no campo
são as remanescentes casas-grandes que atestam a expressão regional da continuidade agrária.
Marechal Deodoro concentra o maior acervo cultural do percurso (ver Roteiro 5º), mas toda
a área litorânea, até a foz do Rio São Francisco, é pontilhada de informações regionais que des-
tacam as particularidades da vida cotidiana entre coqueirais e canaviais.
No percurso, a História reaviva a memória de fatos que marcaram os primórdios da coloni-
zação, como a morte do primeiro bispo do Brasil, Dom Pero Fernandes Sardinha, em 1556, a
antropofagia e o extermínio dos Caetés, com a chamada “Guerra Justa” e a presença dos ho-
landeses, no século XVII, que trouxeram o desassossego para as vilas e os engenhos de açúcar.
Com o tempo que tudo ameniza, estes acontecimentos passaram a fazer parte da tradição
oral, da literatura e das artes cênicas. Um revisionismo histórico pelo viés do teatro moderno
foi encenado na década de 1970, com a peça de Luiz Sávio de Almeida, Comeram Dom Pero
Fernão de Sardinha e, já neste século, o documentário de Werner Salles Baguetti, História Bra-
sileira da Infâmia. Com a revisão histórica e antropológica a figura do índio Caeté passou a ser

156 | | Maceió
156 Maceió | | 2018
2018
reconhecida como exemplo de valentia na defesa pela terra. Sua têmpera guerreira passou a se
estender ao povo alagoano como herdeiro do sangue da tribo mais aguerrida da História do
Brasil.
Destaques:
Jequiá da Praia - Patrimônio – Igreja de N. S. do Pilar – Paredes de estrutura de pedra, do
século XVIII, com concepção despojada de adornos e poucas aberturas. A torre sem campaná-
rio, da mesma altura do frontal, contribui com a expressão original e compacta de sua fachada.
Coruripe – Patrimônio – Duas grandes igrejas podem ser visitadas no centro da cidade.
A primeira é a Matriz de N. S. da Conceição com torre única e frontão retangular, enquanto
a segunda é a de N. S. do Rosário, imponente monumento com duas torres sineiras e frontão
triangular com detalhe em volutas na parte superior, ambas do século XIX. Memorial Coru-
ripense, instalado em prédio do início do século XX, antigo mercado público, no centro da
cidade, expõe um acervo sobre o município e promove eventos culturais.
Festas Religiosas – Além da procissão de N. S. da Conceição no dia 8 de dezembro, o municí-
pio festeja São Sebastião no dia 20 de janeiro e as Festas Juninas de São João e São Pedro sempre
são muito animadas com quadrilhas e forrós pé de serra.
Poxim – Patrimônio - A Vila Real de São José do Poxim do Sul, título que lhe fora concedido
por Pedro II, é mais antiga que Coruripe. A Igreja de São José, do final do século XVIII, de
inspiração neoclássica e execução de gosto popular é o mais importante monumento do muni-
cípio. Traz em seu interior decoração delicada e um belo conjunto de imagens.
Festa Religiosa – 19 de março – Dia de São José, padroeiro da Vila. É a data em que os fiéis
pedem graças e depositam esperança no plantio e colheita do milho. O largo da igreja é decora-
do com fitas e flores e a novena que antecede a procissão e enriquecida com a apresentação do
folguedo local Mané do Rosário que motiva toda a comunidade a lhe seguir os passos.
Folguedo – Mané do Rosário - A origem do auto está relacionada à celebração da festa de
São José. Contam os nativos que, há tempos atrás, apareceu um devoto desconhecido na porta
da Igreja com um rosário no pescoço, a dançar e louvar o padroeiro. Repetidos anos ele voltou,
depois sumiu. A comunidade, de tanto falar no desconhecido terminou por criar o folguedo
que o substitui até hoje. D. Traíra, a mestra, tem em sua casa a sede. De lá saem os participante,
a maioria mulheres vestidas de saias longas e com um pano cobrindo o rosto e um chapéu de
palha na cabeça. Dançam e cantam ao som de pandeiros até à Igreja para a louvação a São José.
Artesanato – Coruripe teve no passado importantes oficinas artesanais de sinos que atendiam
a várias encomendas da região. Estes sinos são facilmente identificados, pois trazem na borda o
nome do fundidor e o local da fundição com data. O sineiro mais conhecido chamava-se Nico-
lau de Oliveira Silva, ainda no século XIX, que aprendeu a arte com antepassados e passou para
seus auxiliares que continuaram até meados do século XX. O Instituto Histórico e Geográfico
de Alagoas tem em exposição três sinos da fundição de Coruripe. Igrejas de Penedo, Maceió,
Marechal, Coruripe, São Miguel dos Campos e Piaçabuçu e capelas de engenhos têm sinos des-
sas oficinas. Na orla litorânea ainda se encontra alguns estaleiros artesanais que fazem barcos
para pescaria, mas o forte do artesanato do Município está nas mãos habilidosas das mulheres
que da palha do ouricurizeiro fazem peças de uso doméstico, bolsas e chapéus de vários mode-
los com tramas e adornos variados, utilizando a técnica do trançado herdada dos índios Caetés.

Maceió | 2018 | 157


HISTÓRIA
DOUGLAS APRATTO TENÓRIO

Restos de navio na costa de Coruripe (Baixios de Dom Rodrigo)


área onde afundou a nau que transportava o bispo Dom Pero Fer-
nandes Sardinha e sua comitiva, devorados posteriormentes pelos

Parodiando um viajante estrangeiro maravilhado com o litoral alagoano no século XIX,


comparando-o com supremacia aos afamados mares da Oceania e das terras insulares dos ma-
res do Sul, podemos dizer, convictos, que nada no mundo é tão belo quanto as praias alagoanas
de sua parte sul. Barra de São Miguel, Roteiro, Jequiá da Praia, Coruripe, Feliz Deserto, todos
feitos em uma só viagem. A beleza dessas localidades e seus panoramas de lagoas, coqueirais,
casas de pescadores, artesanato, sua culinária, suas igrejas, sua história vibrante, vale ir e retornar
a eles várias vezes, sem medo de errar. Conhecer cada um desses municípios nunca vai deixar
o visitante indiferente, um panorama diferente e impactador a cada curva da estrada, conectada
pela região lagunar e a parte colonial alagoana ao norte e ao universo são franciscanos pela par-
te meridional. Um território de cenários aprazíveis, repleto de histórias e de uma natureza única.

158 | | Maceió
158 Maceió | | 2018
2018
ECONOMIA
CÍCERO PÉRICLES DE CARVALHO

Litoral Sul
O trecho litorâneo que vai de Marechal Deodoro a Piaçabuçu é a parte de Alagoas que se
caracteriza economicamente pelos coqueirais, pesca artesanal, turismo e, internamente, pelos
canaviais. Os imensos coqueirais, à margem do Atlântico, dão um tom particular à paisagem
tropical da região, além de participar ativamente de sua culinária; neste mesmo espaço praieiro,
temos a pesca artesanal desenvolvida desde os tempos coloniais, que ocupa a população dos
muitos povoados próximos à praia; e uma moderna e crescente rede de hotéis, pousadas e
restaurantes voltados ao movimento turístico baseado no binômio sol e mar. A valorização
do litoral pela rede de estradas e pela estrutura hoteleira tem atraído os investimentos imobiliá
rios. Mais para dentro, no interior dessas localidades, visíveis nas estradas que conectam essas
localidades, os imensos canaviais se destacam nas fazendas de várias usinas de açúcar instaladas
nos seus municípios.

Maceió | 2018 | 159


Presente no litoral, o coqueiral é o maior caso de sucesso na adaptação ecológica em terras
nordestinas, ao ponto de ser naturalizado como símbolo regional, embora seja originário da
Índia. Sua presença na culinária brasileira e seus vínculos com as várias indústrias de beneficia-
mento fazem dele um produto de muito valor. A pesca artesanal de jangada ou de pequenos
barcos aproveita os quase cem quilômetros de costa para trazer seus produtos mais deman-
dados: peixes, mariscos e camarões. Modernamente, o turismo vem modificando a paisagem
dessas localidades com muitas pousadas, pequenos hotéis e a rede gastronômica com seus
dois pólos mais conhecidos: as praias do Francês e a Barra de São Miguel. A cana-de-açúcar é
outra presen&cce dil;a antiga; primeiro com seus engenhos banguês, desde o século XVII, e,
atualmente, com suas usinas modernas.
Os coqueirais. O coco foi trazido pelos portugueses e se espalhou por toda a costa nordes-
tina. É uma cultura simples, que foi se autopropagando sem muitos cuidados, mas que expul-
sou a vegetação nativa da praia, entre elas o cajueiro. Com sua difusão na culinária nordestina,
primeiro vinculada à própria cozinha litorânea, conseguiu, depois, pela industrialização, espa-
lhar-se por todo o Brasil, compondo as diversas culinárias regionais.

Uma palheta de cores: barcos ao


entardecer, em Piaçabuçú, principal
porto pesqueiro alagoano. Dali saem
os camarões que abastecem bares e
restaurante de todo o estado

160 | | Maceió
160 Maceió | | 2018
2018
A pesca. A pesca do litoral sul é dividido em duas bases, a do Complexo Estuarino Lagunar
Mundaú–Manguaba e a do litoral, com seus métodos e produtos diferentes. O destaque nas
lagoas é o “sururu” e no litoral o banco de camarão. Sem a produtividade das áreas pesqueiras
nacionais, o litoral sul atende a um mercado local, e mesmo estadual, com sua produção de
peixes, mariscos e crustáceos. Essa produção é comercializada nos povoados, nas feiras das
localidades litorâneas e, parte menor, pela proximidade, abastece o mercado de Maceió.
Os canaviais. Os maiores canaviais e de maior produtividade estão hoje no sul de Alagoas,
onde as terras planas dos tabuleiros oferecem melhores condições de plantação. As usinas
de açúcar estão distribuídas desde Marechal Deodoro (Sumaúma) até Coruripe (Coruripe e
Pindorama). Mesmo com a crise dos últimos anos, as unidades do sul sofreram menos que as
do resto do Estado.
Turismo. O litoral sul de Alagoas vem atraindo mais visitantes, desde os anos 1990, pe-
las partes “descobertas”, que vão sendo incorporadas nos roteiros turísticos regulares, trans-
formando-se em praias famosas: Francês, Barra, Gunga, Dunas de Marapé, Pontal do Peba.
Nesta área litorânea foram construídas dezenas de pousadas de charme, pequenos hotéis e
um conjunto de bares e restaurantes que sustentam um setor cada vez mais importante na
economia local.

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 161
161
GEOGRAFIA
ALEX NAZÁRIO

CAMINHOS DO

Alto Sertão/Bacia Leiteira

Caracterização Geográfica e Ambiental


Municípios: Batalha, Olho d’Água das Flores, São José da Tapera, Olho d’Água
do Casado, Delmiro Gouveia, Pariconha, Água Branca, Inhapi, Mata Grande,
Maravilha, Santana do Ipanema, Dois Riachos, Cacimbinhas e Major Izidoro

162 | | Maceió
162 Maceió | | 2018
2018
O roteiro Alto Sertão/Bacia Leiteira tem início no município de Batalha, Alagoas. Para dar
início ao mesmo, partindo da capital Maceió:
O primeiro acesso é recomendado para quem desembarcou no Aeroporto Zumbi dos Pal-
mares ou reside na parte alta da cidade de Maceió e quer evitar o trânsito da capital. Consiste
em tomar a rodovia BR 316 e seguir no sentido da cidade de Pilar por aproximadamente 35km.
Passando pela cidade e Pilar, seguir até o trevo que dá acesso a BR 101, tome a BR 101 e siga em
sentido a cidade de São Miguel dos Campos e depois até o trevo que dá acesso a AL 220, num
percurso de aproximados 36km. Tome a AL 220 no sentido oeste, para a cidade de Batalha
num percurso de 120km.
O segundo acesso parte do centro pela área litorânea da capital Maceió e segue pelo litoral,
a partir da rodovia AL 101 sul, sentido sul, passando pela cidade de Barra de São Miguel. Em
aproximados 33km, o visitante chega ao trevo que encontra a AL 220. Deve-se prosseguir na
AL 220 até o trevo de encontro a BR 101 por 17km. Tome a BR 101 e siga em sentido a cida-
de de São Miguel dos Campos e depois até o trevo que dá acesso a AL 220, num percurso de
aproximados 9km. Tome a AL 220 no sentido oeste, para a cidade de Batalha num percurso
de 120km.
Os roteiros apresentados são os mais utilizados partindo da capital. Existem outros roteiros
utilizando a BR 316, passando pelos municípios de Atalaia, Maribondo e acessando a AL 110
no município de Tanque D’Arca. Em Arapiraca, dará acesso a AL 220 e segue o percurso até
Batalha.
O município de Batalha está localizado na Mesorregião do Sertão Alagoano e Microrregião
homônima. O Rio Ipanema é o principal recurso hídrico que, embora temporário, pois apre-
senta águas correntes apenas na época das chuvas, traz vida por toda a sua bacia. O Ipanema
nasce no estado de Pernambuco, no município de Pesqueira/PE e deságua em Belo Monte/
AL, com 220km de extensão.
Partindo da cidade de Batalha, seguindo à AL 220, passando pelas cidades de Jacaré dos Ho-
mens e Monteirópolis, o visitante chegará a cidade de Olho d’Água das Flores em um percurso
de aproximadamente 25km. A região aqui é marcada pelos contrastes entre as áreas pediplana-
das (aplainadas, com aspecto de planície), que passou pelo processo de erosão intensa e morros
e elevações que tiram o aspecto monótono da paisagem.
O próximo município é São José da Tapera, e o acesso é realizado seguindo a AL 220 em
direção oeste, num percurso de aproximadamente 10km, saindo da área urbana de Olho d’Água
das Flores. Os destaques ambientais aqui são o Riacho Grande, maior rio da região e que dá
nome a Região Hidrográfica. Sua bacia possui uma área de 1765,10 km². Nessa região é possível
observar um relevo bastante marcado pelas elevações cristalinas, os chamados “morros teste-
munhos” e serras que marcam a região de pediplano com sua beleza e imponência. Devido a
dificuldade de acesso, muitas delas são refúgio da fauna da Caatinga, como serpentes, aves e
diversos mamíferos. Dentre as mais conhecidas estão a Serra da Taborda, localizada a oeste do
povoado Caboclo, a qual é cortada pela AL 220 e apresenta um bom estado de conservação, o
Morro do Pilão, ao sul da Serra da Taborda, a Serra Xitroá, a sudeste da área urbana de São José
da Tapera, a Serra do Cruzeiro, dentre outras.
Os Morros Testemunhos ou Inselbergs são formações que representam o que restou do re-
levo da região semiárida há milhões de anos atrás. Esse relevo sofreu processos de erosão, pela

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 163
163
temperatura, ventos e das águas, sendo rebaixado e aplainado, restando os morros testemunhos
de um relevo passado e de formação mais resistente. Em Alagoas, eles podem variar de próxi-
mo a 300m a 800m de altitude e se distribuem em todo o sertão.
Saindo da área urbana de São José da Tapera, seguindo a oeste pela AL 220 em um percurso
de 53km, o visitante chega a cidade de Olho d’Água do Casado, o primeiro município ribeirinho
do São Francisco deste roteiro. Logo na entrada da cidade, na AL 220 próximo ao trevo que
dá acesso as cidades de Piranhas e Delmiro Golveia, ergue-se imponente à esquerda a Serra
Grande ou Serra de Olho d’Água. Uma elevação em forma de Cuesta, com aproximadamente
480m de altitude que se destaca na paisagem e anuncia as belezas naturais que a região possui.
A região é marcada pela presença dos famosos cânions do Rio São Francisco, entalhando um
vale profundo e escarpado com vegetação típica da Caatinga como sua mata ciliar, de aspecto
mais preservado nas bordas no cânion e em parte de seus paredões rochosos. Antes da cons-
trução da represa de Xingó, os cânions possuíam alturas de até 100m e representam um dos
maiores cânions navegáveis do mundo. Aqui se localiza o Cânion do Talhado, onde deságua o
Riacho Talhado que representa a divisão municipal entre Olho d’Água do Casado e Delmiro
Golveia. O Cânion do Talhado se tornou destino turístico muito procurado por visitantes do
Brasil inteiro, visto as belezas naturais que o mesmo apresenta, imponentes paredões de arenito
com diversas formas, águas calmas e a vegetação da Caatinga. Olho d’Água do Casado também
possui terras de seu municí-
pio abrangidas pelo Monu-
mento Natural do Rio São
Francisco, uma Unidade
de Conservação criada em
2009 pelo Instituto Chico
Mendes e representou um
importante passo na con-
servação dos ambientes na-
turais ali existentes, embora
o turismo desordenado e o
uso indiscriminado da terra
ainda persistam, requeren-
do cuidados especiais por
parte do Poder Público.
Da sede do município são
Cânion no Rio São Francisco
várias estradas carroçáveis
que levam o visitante aos
paredões do São Francisco ou a margens menos acidentadas onde é possível vislumbrar a be-
leza do Velho Chico.
Cuestas são formações sedimentares do relevo que possuem um lado com declive suave,
denominado de reverso e outro que “corta” a elevação abruptamente na vertical, chamado de
cornija, que representa a frente da formação ou “front”.
O Monumento Natural do Rio São Francisco foi criado pelo Decreto Lei s/n. º de 05 de ju-
nho de 2009 e encontra-se inserida no bioma Caatinga, localizada entre os Estados de Alagoas,

164 | | Maceió
164 Maceió | | 2018
2018
Bahia e Sergipe. Detém uma área de 26.736,30 hectares e abrange os municípios alagoanos de
Piranhas, Olho D’Água do Casado e Delmiro Gouveia; Paulo Afonso, na Bahia e Canindé de
São Francisco, em Sergipe. Foi criado com o objetivo de preservar ecossistemas naturais de
grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas
e o desenvolvimento de atividades de educação ambiental, de recreação em contato com a na-
tureza e de turismo ecológico.
Devido a formações geológicas distintas, em algumas áreas da região entre Delmiro Golveia e
Olho d’Água do Casado é possível verificar rochas cristalinas ou magmáticas, de origem vulcâ-
nica e sedimentares, provenientes da decomposição das primeiras e também das metamórficas.
Tal fato proporciona entalhes diversos das rochas atuais, solos diversos e consequentemente
uma vegetação adaptada com aspectos de Caatinga e algumas áreas com porte e aspecto de
floresta estacional, esta semelhante a encontrada em áreas de mata úmida.
Seguindo a AL 220, partindo da cidade de Olho d’Água do Casado na direção noroeste, o
visitante chegará ao município de Delmiro Golveia num percurso de 24km. Delmiro se loca-
liza no extremo oeste do estado de Alagoas e é referência histórica de desenvolvimento para a
região. O Rio Moxotó, que deságua no São Francisco representa a fronteira entre Alagoas e o
estado de Pernambuco, assim como o próprio Velho Chico representa a divisa dos estados da
Bahia, Sergipe e Alagoas, junto ao município de Delmiro Golveia. Da mesma forma que Olho
d’Água do Casado, seu relevo é marcado pelo pediplano mesclado pelas elevações cristalinas,
os morros testemunhos e pelo Cânion do São Francisco. que é represado aqui pela grande bar-
ragem de Paulo Afonso, na Bahia. Em Delmiro também é possível visitar a antiga estrutura de
Angiquinho, a primeira usina hidrelétrica do Nordeste. Assim como Olho d’Água, a quase tota-
lidade da área marginal são franciscana do município de Delmiro Golveia pertence ao MONA
e está sob um regime especial de uso e proteção ambiental. Nas proximidades do encontro do
Moxotó com o São Francisco surge o Canal do Sertão, uma estrutura de transposição que levará
água da região até o município de Arapiraca, representando atualmente a maior obra hídrica do
estado de Alagoas.
A obra do Canal do Sertão prevê 250 km atravessando o oeste do estado e quando concluído,
trará água, ao alcance de mais de um milhão de pessoas, em 42 cidades, do Sertão ao Agreste
de Alagoas. Sua estrutura atua quase que totalmente por gravidade, minimizando custos de
bombeamento, exceto na captação.
Saindo da cidade da Delmiro Gouveia, o visitante deve tomar a AL 145 em direção norte, até
o trevo onde conflui com a BR 423, num percurso de 7km, o famoso trevo da “Maria Bode”.
Seguindo a rodovia AL 145 sentido norte, até a entrada que dá acesso a cidade de Pariconha,
distando 5,6km e após isto, tomas a esquerda neste sentido por mais 5,6km até o centro da
cidade que se localiza aos pés do maciço de Água Branca, na Serra do Engenho, com 700m
de altitude e detém vasta área plana, até as margens do Moxotó, exceto na elevação conhecida
como Serra Caraibeiras, com 482m, próxima ao povoado de Caraibeiras dos Teodósios.
A partir do trecho de Pariconha e Água Branca, o visitante adentra no Roteiro do Sertão
marcado pela presença dos grandes maciços residuais e serras, representando testemunhos de
antigo relevo do semiárido, trabalhado por milhares de anos. Os principais maciços que englo-
bam essas formas cristalinas são os de Água Branca e Mata Grande, chegando próximo dos
800m de altitude. Essa condição promove em elevações acima dos 350m uma configuração do

Maceió | 2018 | 165


ambiente em que a umidade é maior que nas planícies circundantes, promovendo a formação
de uma vegetação com características de mata atlântica, a absorção de água pelo terreno e até a
formação de riachos perenes, como ocorre em Água Branca, sendo verdadeiros oásis no sertão.
Entretanto, precisam ser cuidados e protegidos da ação predatória (desmatamentos e queima-
das geralmente para cultivo de culturas) e da expansão urbana desordenada.
O acesso a Água Branca é feito retornando de Pariconha até a AL 145 e seguindo no sentido
norte, pela estrada que sobe a Serra de Água Branca num percurso de aproximados 4km. A
área urbana se localiza em um terreno bastante acidentado e movimentado, o que fez com que
a cidade construir várias ladeiras e mirantes. Do alto da Serra do Cruzeiro, é possível visualizar
toda a região do pediplano sertanejo alagoano num visual muito bonito. Aqui as temperaturas
médias são pouco superiores aos 20° e no inverno a cidade é coberta por neblinas durante a
madrugada, onde ja se registraram temperaturas mínimas de 15,6° no mês de julho. Devido a
isso, o ambiente é ameno e proporciona uma das áreas de maior cobertura vegetal nativa do
sertão alagoano, inclusive com a presença de cachoeiras, como a cachoeira do Vai-e-Vem. No
município existe uma unidade de conservação estadual, o Refúgio da Vida Silvestre dos Morros
do Craunã e do Padre, criado pelo IMA no ano de 2012, englobando elevações localizadas a
sudeste do maciço de Água Branca e com pouco mais de 600m de altura, localizam-se pró-
ximas ao distrito do Alto dos Coelhos
e do povoado Tingüi. Uma visita obri-
gatória para quem deseja ver as belas
formações rochosas e a vegetação de
Caatinga em bom estado de conserva-
ção. Aqui, são realizados estudos, cam-
panhas de conscientização das comu-
nidades e eventos visando a proteção
da fauna e flora, com destaque para a
águia chilena (Geranoaetus melanoleu-
cus) uma ave de rapina com 62-69 cm
de comprimento e envergadura de até A malha viária sertaneja apre-
2 m, também conhecida como gavião- senta boas condições de conser-
-da-serra ou gavião pé-de-serra que se
tornou símbolo do local. Além dela, pode haver a ocorrência de macacos prego e outros ma-
míferos ameaçados.
De Água Branca para acesso à cidade de Inhapi existem duas vias principais:
O primeiro acesso parte da cidade de Água Branca, pela AL 145, sentido sul, até o trevo “Ma-
ria Bode” num percurso de 9,7km. Desse ponto, o visitante deve tomar a BR 423 no sentido
de Inhapi (sentido nordeste), até a entrada da cidade que detém sinalização indicativa para a
rodovia AL 140, num percurso de 33,3km.
O segundo acesso parte da cidade de Água Branca pela AL 145, indo até a cidade de Mata
Grande, num percurso de aproximados 31km. A partir daí, tomar a rodovia AL 140 com desti-
no a Inhapi, num percurso de 13,5km.
Ressaltamos que o acesso mais utilizado e seguro é através da BR 423, visto ser uma estrada
mais estruturada e de acesso mais rápido.

166 | Maceió | 2018


Na região dos grandes maciços residuais, Inhapi possui a maior parte do seu território na área
do pediplano. Detendo serras nas áreas norte e leste do município. Está inserido na bacia hidro-
gráfica do Rio Capiá e, devido a declividade, detém vários trechos de cursos d’água temporários
que confluem no Capiá e deságuam no São Francisco.
De Inhapi, para acesso a cidade de Mata Grande, existem dois acessos principais:
13- O primeiro é tomar a AL 140 a partir da cidade no sentido norte por 14km, até a área
urbana de Mata Grande, sendo este o trajeto mais curto.
O segundo acesso é tomar a AL 140 no sentido sul por aproximadamente 5km até a BR 423.
Acessar a BR 316 no sentido leste (esquerda) e seguir até o trevo da Polícia Rodoviária Federal,
no povoado Carié, pertencente ao município de Canapi. Do trevo, acessar a BR 316 por 30km,
passando pela cidade de Canapi até o acesso a AL 140 e a partir deste ponto, seguir em sentido
sul pela AL 140 até a cidade de Mata Grande.
O município de Mata Grande possui um relevo bastante movimentado, pela presença do seu
maciço principal, no qual se localiza a cidade e vários inselbergs distribuídos irregularmente no
seu território. Aqui estão elevações de grande altitude no estado, como as serras da Onça, com
806 metros; Parafuso, com 809 metros e a Serra da Lagoa de Santa Cruz com 844 metros. A
Serra do Parafuso, localizada no extremo noroeste do município merece destaque, por deter
constituição de estrutura sedimentar e apresentar em seu relevo, a forma de cuesta, tal como a
Serra Grande, em Olho d’Água do Casado. Sua localização aponta uma das regiões mais secas
do estado, com baixa umidade e sensível ao processo de desertificação.
Segundo informações do Ministério do Meio Ambiente, ao longo dos anos, a ocupação hu-
mana e a exploração dos recursos naturais vêm impactando as regiões secas do país, provocan-
do a degradação da terra, a perda da cobertura
vegetal nativa e a redução da disponibilidade
de água. A intensificação de tais processos le-
vou crescentes frações dessas regiões à condi-
ção de áreas degradadas segundo o fenômeno
conhecido como desertificação. Essas áreas
tornam-se improdutivas e são marcadas pela
perda do solo agricultável, causando sérios
prejuízos ambientais, sociais e econômicos.
Para acesso a cidade de Maravilha, o visitan- Rio Ipanema no período de chuvas
te deve retornar ao trevo da Polícia Rodoviária
Federal, no povoado Carié, retornando pela AL 140 e BR 316, passando pela cidade de Canapí,
num percurso total de 37km.
Partindo do trevo do Carié, existem duas opções de acesso:
O primeiro e mais utilizado consiste em seguir pela BR 316 no sentido leste, em direção a
Santana do Ipanema. Em 16km, acessar a entrada de Maravilha à esquerda (que é sinalizada),
tomando a AL 135, num percurso de aproximadamente 6,5km até a área urbana.
O segundo parte do trevo do Carié, tomando a BR 423 no sentido nordeste, com destino a
divisa com o estado de Pernambuco. Em aproximados 18km, acessar a AL 130 em direção a
cidade de Ouro Branco num percurso de 2,3km. Então, continuar na AL 130 por mais 8km até
a cidade de Maravilha.

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 167
167
Maravilha está localizada ao norte da microrregião de Santana do Ipanema, numa das regiões
do pediplano mais amplas do estado. Entretanto, está localizada no sopé de uma das maiores
e mais imponentes serras da região, a Serra da Caiçara, com mais de 800m de altura. A Serra
apresenta uma grande área elevada, com características ambientais de alto interesse, visto que
possui áreas úmidas em algumas partes, formando mosaicos de vegetação típicos dos biomas
alagoanos. Outro fator que merece destaque é a alta capacidade de retenção hídrica, o que faz
da serra um grande reservatório de águas no período chuvoso, sustentando nascentes e córre-
gos até em períodos secos no verão. Além disso, o município é conhecido pela descoberta de
sítios arqueológicos e paleontológicos em suas terras, nas proximidades de todo o vale do Rio
Ipanema, seu principal recurso hídrico. Nos sítios foram descobertos fósseis da megafauna que
habitaram a região, na maioria entre 10 a 15 mil anos atrás.
De acordo com o IMA, a Serra da Caiçara e uma área de entorno de aproximadamente
90.000 hectares estão em processo de reconhecimento de uma unidade de conservação. A Área
de Proteção Ambiental da Serra da Caiçara, que irá abranger terras dos municípios de Mara-
vilha, Ouro Branco, Canapi, Poço das Trincheiras e Santana do Ipanema, terá como objetivos
a proteção dos sítios arqueológicos e paleontológicos, da vegetação nativa com foco nas ele-
vações e no ordenamento das
atividades humanas, represen-
tando um marco na conserva-
ção do Bioma Caatinga, onde
no estado, apenas 1% do mes-
mo é oficialmente protegido
por Unidades de Conservação.
Da cidade de Maravilha,
existem duas rotas de acesso a
Santana do Ipanema:
A primeira e mais utilizada
é retornando pela AL 135 até
a BR 316, num percurso de
6,5km. A partir daí, tomar a
BR316 no sentido leste até a
cidade de Santana do Ipanema
em aproximados 20km. Uma típica estrada rural sertaneja
O outro acesso consiste em
seguir a AL 130 (não pavimen-
tada) por aproximadamente 12,5km no sentido sul- sudeste, margeando o sopé da Serra da
Caiçara em direção a cidade de Poço das Trincheiras. A partir desse ponto, continuar na AL
130 (pavimentada) em direção a BR 316, num trajeto de 3,5km. Na BR 316, tomar o sentido a
cidade de Santana do Ipanema, com 8km aproximadamente.
Santana do Ipanema, nascida às margens do Rio Ipanema, possui território com relevo mo-
vimentado, principalmente na porção norte, composta por um conjunto de serras, vales escar-

168 | | Maceió
168 Maceió | | 2018
2018
pados e morros testemunhos, de onde brotam fontes que resistem ao período seco por mais
tempo. Essas serras também abrangem parte do município vizinho de Poço das trincheiras e
tem especial destaque na paisagem regional e proporcionam uma rede hidrográfica contribuinte
do Ipanema. Aqui, destacam-se as serras do Poço e do Almeida, ambas com 757m, Gugi, com
677m e Camonga, com 543m. Como em Maravilha, também foram encontrados resquícios de
fósseis de animais que existiram aqui há milhares de anos, inserindo o município também como
promissor para a conservação desse patrimônio. Do ponto de vista ambiental, Santana do Ipa-
nema é um dos municípios do sertão alagoano com maior área de cobertura vegetal nativa, prin-
cipalmente nas áreas serranas. Esse fator se deve a dificuldade de acesso pelo homem a esses
locais, entretanto, com o passar do tempo, vem-se verificando o aumento de moradias e pro-
priedades instaladas nas áreas elevadas. A porção sul do município também detém interessante
cobertura vegetal nativa da Caatinga, muitas vezes formando corredores entre os fragmentos
que são aproveitados pela fauna local. Alguns desses corredores ligam áreas protegidas a outros
fragmentos. Dentre essas áreas, podemos citar três Reservas Particulares do Patrimônio Natural
(RPPN) e uma Estação Ecológica.
Santana do Ipanema possui três RPPNs reconhecidas pelo IMA, cuja função é proteger a di-
versidade biológica da Caatinga em terras privadas, garantindo o apoio das pessoas às questões
de preservação e conservação da natureza. São elas: Reserva Tocaia, com 21,7 hectares, a Reser-
va Jader Ferreira Ramos, com 43,73 hectares e a Reserva Estância São Luiz, com 1,36 hectares.
A Estação Ecológica Curral do Meio é a mais recente Unidade de Conservação pública de
Alagoas. Criada pelo Governo do Estado através do IMA, está localizada a sul da área urbana
de Santana, às margens do riacho temporário João Gomes, contribuinte do Ipanema. O acesso
é restrito, sendo utilizado apenas para fins de pesquisa científica. A proteção de remanescente
de Caatinga de porte arbóreo, muito raro hoje no estado, é sua principal finalidade. Diversos
estudos são realizados pela Universidade Federal de Alagoas no local, além de parceria firmada
entre o IMA e a Emater para gestão e pesquisa na área.
O próximo município do roteiro é Dois Riachos, onde o acesso se dá a partir da BR 316, no
sentido leste, por aproximados 18km, até a área urbana do município. O município está inserido
na região hidrográfica do Ipanema com o rio Dois Riachos como contribuinte. O relevo é pre-
dominantemente plano com a presença de morros isolados formando serras, principalmente na
área norte, limite com Pernambuco. Na estiagem, graças ao açude Pai Mané, a água acumulada
serve para usos diversos.
Após Dois Riachos, o visitante seguirá até a cidade de Cacimbinhas, distante aproximada-
mente 11,5km. O acesso é feito pela BR 316 no sentido leste até o trevo de encontro com a AL
120. Cacimbinhas está localizada na região hidrográfica do Traipú, na microrregião de Palmeira
dos Índios. A norte da área urbana se localiza a Serra do Pai Mané, com 560m, que compartilha
terras do município de Dois Riachos.
O último município do roteiro é Major Izidoro, localizado ao sul de Cacimbinhas. O acesso
é realizado partindo do trevo de confluência da BR 316 com a AL 120, seguindo-se por esta
no sentido sul até a cidade de Major Izidoro, num percurso total de 15km até sua área urbana.
O relevo é predominantemente plano e sua área drena afluentes temporários para a bacia do
Ipanema e do Traipu.

Maceió | 2018 | 169


VIVER BEM
NIDE LINS

Um dos cânions do Rio São Francisco, em Delmiro Gouveia, com vista


de Angiquinhos, a histórica unidade hidrelétrica instalada por Delmiro
Gouveia na primeira metade do Século XX, que deu origem ao Complexo

DELMIRO GOUVEIA
A estrada de barro é irregular e longa. Parece um caminho sem fim. Mas, no “infini-
to” da Caatinga – verde e florida, no período de inverno brando de junho a agosto – os
majestosos cânions do Rio São Francisco entorpecem com sua beleza real e gigante.
Este é um dos caminhos até o Restaurante Ecológico Castanho, na cidade de Delmiro
Gouveia, ponto de embarque para navegar pelo mar doce, de catamarã ou lancha, entre
as formações rochosas. Além da gastronomia regional, tem trilhas, piscina de bordas
infinitas, redes, bangalôs, pousada... Se achar que é pouco, aventure-se no stand up.

170 | Maceió | 2018


Passeios

Cânions - Para navegar pelas águas doces e generosas do rio, a bordo do catamarã
Menestrel das Alagoas, existem dois pontos de embarque. Às 9h, a embarcação parte
do restaurante Castanho rumo a Praia (rio) da Dulce, no município de Olho d’ Água do
Casado, onde mais tripulantes se juntam na experiência de trafegar pela imensidão do
Velho Chico ao sabor do vento, do sol e contemplando a beleza das rochas esculpidas
pelo tempo.

Grotas - A parada para tomar banho com segurança é no Cânion do Talhado. Para
se molhar, há a proteção de uma rede, além de salvas vidas, porque em alguns trechos
do rio a profundidade passa dos 200 metros. Desse mesmo lugar partem os barquinhos
para visitar as grotas do Mirante do Talhado, lugar onde foram gravadas as cenas da
novela Velho Chico. É o cenário mais bonito. Tem duas imagens do São Francisco e as
rochas de tons avermelhados refletem nas águas do rio.

Estação ferroviária da Pedra, antigo


nome do município de Delmiro

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 171
171
Trilhas - Na Fazenda Castanho são 1.500 hectares de caatinga preservada e com três
trilhas: Observatório, Riacho do Talhado e Cânions do Riacho do Castanho. Caminhos
que mostram a importância da vegetação para a sobrevivência de animais como o ma-
caco-prego, lobo-guará, gato-do-mato, jacu, entre outras espécies.

Vale dos Mestres


Segredo do Velho Chico - Além das trilhas, tem o passeio de lancha, com capacidade
para oito pessoas, o ponto de partida é no próprio restaurante com destino ao Vale dos
Mestres, onde se formam piscinas naturais. Outro cantinho sagrado é a Gruta Azul,
quando o sol bate nas águas doces ficam azuladas. Beleza igual não há.

Canto dos pássaros – O Castanho é reserva ecológica da Caatinga também habitam


os pássaros, libertos de cativeiros pelos órgãos ambientais. Os bichinhos passam uma
temporada para se adaptar e voltar a natureza. Com tanta beleza, a dica é se hospedar na
Pousada do Castanho. Como são apenas 10 apartamentos, se apegue com o santo para
conseguir uma vaga. Vale a pena! Imagine acordar com o canto das aves, o barulhinho
bom do Rio São Francisco e um pôr do sol inigualável.

De catamarã ou lancha, o passeio pelos Cânions do Velho Chico acontece todo


dia. Embarque no Restaurante Castanha, às 9h, ou na Praia da Dulce (Olho d’Água do
Casado) às 10h.

Catamarã: 130,00 por pessoa com almoço/ R$ 90,00 sem almoço/ O restaurante
Castanho funciona todos os dias com sistema de buffet e a la carte – Aceita cartão.
Telefone: (82) 99959.1405/ 98814.7070 e 98855.1290

172 | | Maceió
172 Maceió | | 2018
2018
Museu Delmiro Gouveia – A antiga estação de trem guarda relíquias da época de
Delmiro Gouveia, com acervo de fotografias, objetos de época, livros, maquinários da
antiga indústria têxtil, utensílios da Vila Operária, cartas, documentos históricos, entre
outros da trajetória do empreendedor.
Av. Castelo Branco, 591, Delmiro Gouveia – Funciona das 9h até 17h/ todos dias/
Telefone: (82) 3641-1360

Tradição – Na Rua Coronel Ulisses Luna, 35, Bairro Novo em Delmiro Gouveia o
Boteco Pé de Porco, com mais de 10 anos de tradição da cidade. A estrela do estabele-
cimento é o feijão preto com pé de porco que, para entrar na panela, recebe tratamento
especial desde o dia anterior, com mais de três horas de preparo. Por dia, são cerca de
30 pés de porco servidos e preparados com muito gosto.
Funciona das 11 até as 16 horas e, além da estrela do Pé de Porco no feijão preto,
acompanhado de arroz, o caldinho é por conta da casa.
Rua Coronel Ulisses Luna, 35, Bairro Novo / Telefone: (82) 99985.4698

Hospedagem

Aline Hotel
Rodovia Al -145, Bairro Ci-
dade Universitária/ Delmiro
Gouveia/ Telefone (82) 3641-
2673/ @hotelaline

Hotel Executive Praça Ma-


noel Monteiro, 81 - B - Centro,
Delmiro Gouveia - Telefone:
(82) 3641-1188

Hotel Nossa Senhora do Ro-


sário - R. Floriano Peixoto, 445
- Centro, Delmiro Gouveia - Te-
lefone: (82) 3641-1263 O ciclo do algodão marcou a história do
município, graças ao pioneirismo do industrial
Pousada Recanto da Mada Delmiro Gouveia e sua fábrica de linhas
R. Vicente Menezes, 152 -
Centro, Delmiro Gouveia - Telefone: (82) 3641-1007

Maceió | 2018 | 173


OLHO D’ÁGUA DO CASADO

O imenso Rio São Francisco abraça todo mundo, é uma benção, uma alegria, é vida dos
ribeirinhos e paixão dos visitantes. Para os amantes de esportes náuticos, tem prancha para
deslizar pelas águas doces e generosas do rio, mas, se preferir, o caiaque para exercitar o corpo
e a mente também é possível nesse mar doce. Afinal, navegar entre os majestosos cânions do
Velho Chico é impecável.

Para se aventurar numa prancha de SUP (Stand Up Paddle) ou caiaque, é de graça no restau-
rante Show da Natureza, encravado nos paredões do Velho Chico,na cidade de Olho D’Água
do Casado, mais um éden alagoano, para a prática de esportes náuticos, rapel e outros mais radi-
cais, e profissionais também. Há ainda psicobloc, uma modalidade de escalada esportiva onde
o praticante não usa qualquer tipo de equipamento de segurança. Estas atividades que misturam
aventura e esporte, têm todos os dias no restaurante, das 9h até as 17h.

174 | | Maceió
174 Maceió | | 2018
2018
Já nos sábados, domingos e feriados, a proposta é viajar de catamarã com saídas da Praia da
Dulce, para fazer o roteiro dos Cânions do Velho Chico, e nem precisa ser para praticar espor-
tes, basta apenas contemplar e amar natureza. Este passeio custa R$ 85,00 por pessoa, o almoço
é R$ 35,00 (individual) no sistema buffet livre, com churrasco até de peixe tilápia, que ganha as
versões de moqueca, caldinho, frito... Ganha-se um suco de fruta.
Cenário – O Show da Natureza virou cenário e o ponto de apoio para a gravação das
novelas Cordel Encantado e Velho Chico, da Rede Globo. Lá, também pode acampar, mas vá
munido de barraca, porque não há no local nenhuma para alugar, e como a área é ao lado do
restaurante, tem regras: a barraca de camping é montada a partir das 17h e às 9h da manhã é
recolhida, porque chegam os clientes do show da naturexa. Telefone e e-mail (82) 98874-6994
/ contato@showdanatureza.com.br/ www.showdanatureza.com.br

Dica da Nide
Caldo de Mocotó

Na movimentada AL 220, ligando os municípios de Delmiro Gouveia e Olho D’Água do


Casado, o pequeno empreendimento, batizado de Caldo de Mocotó, é parada obrigatória e
está localizado no território de Água Branca. Ali se saboreia, ao longo de 36 anos, uma receita
simples e de sucesso líquido e certo. Além do caldinho, a casa disponibiliza cachaças preparadas
com cascas das árvores da região e, de quebra, um bom café forte.

Aviso aos viajantes: não é um simples caldinho de mocotó, é o melhor de Alagoas. Existe
um ritual para beber o caldo preparado com esmero por Dona Maria Aparecida Maciel. No
balcão, quem ensina o passo a passo do modo de saborear o dito cujo, é o esposo de Maria,
Antônio Silva. Primeiro, ele entrega um ovo cozido e pede para o cliente descascar e, em se-
guida, o esmagar com o auxilio da colher no pequeno prato fundo de alumínio; finalmente é
adicionado o caldo bem aquecido, resultando em um creme substancioso, capaz, como dizem,
de levantar “até defunto”. AL 220, Olho D’Água do Casado/ Funciona de terça a sábado, das
5hs às 17horas.

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 175
175
Cruzeiro (Água Branca)

ÁGUA BRANCA
A neblina parece uma nuvem rápida e gelada, e logo na madrugada começa a abraçar a
cidade de Água Branca num friozinho danado de bom. A estação de inverno existe no sertão
alagoano, que começa em junho e prossegue até agosto.
Quando o verão chegar, as serras de Água Branca continuam exuberantes, para se curtir a
tradicional feira de segunda-feira, saborear sorvete de rapadura e caminhar pelo centro histórico
para recordar que nesta terra sertaneja, Delmiro Gouveia foi o primeiro turista da cidade. O
empreendedor cearense ficou hospedado na residência do Coronel Ulisses Luna, e trouxe o
desenvolvimento para o Sertão.
Já o temido Lampião, no ano de 1922, assaltou o sobrado da Baronesa de Água Branca
levando o patrimônio pessoal da nobre sertaneja. A residência do Barão de Alagoas continua
elegante.

176 | | Maceió
176 Maceió | | 2018
2018
Dica da Nide
NIDE LINS

Licor – O Mirante do Calvário, que fica a uma altitude de 730 m acima do nível do mar, é
imperdível, de lá se tem a melhor panorâmica da região. No Mirante tem quiosque de culinária
regional, merecendo atenção aos licores de frutas e de flores, da Dora.
Casa da Farinha – Para chegar ao povoado da Serra das Viúvas, o caminho não é fácil, a
estrada é de barro. Melhor ir de moto ou em veículos maiores. O lugar é simples, indicado para
quem curte turismo comunitário. Lá tem o artesanato da palha de Ouricuri e a casa de farinha,
onde a comunidade produz sua própria farinha, tapioca, pé de moleque e beiju. A casa foi
cenário para a novela Velho Chico.
Aroma da rapadura – O Engenho São Lourenço, de 1920, é uma referência turística produz
rapadura, açúcar mascavo e alfenim (doce) orgânicos. No Engenho também tem restaurante e
uma das estrelas é o sorvete de rapadura. Quem faz bem o sorvete é Silvia Medeiros, alagoana
de Delmiro Gouveia, casada com Mauricio César Brandão, herdeiro do “Vó Lenço”, fundador
do Engenho.
Engenho São Lourenço: Funciona todos os dias, das 10 às 16, segunda a sexta. Sábado e
domingo, das 10 às 22h. Telefone: 99902.9468.
Caldinhos – Tradição do Centro Histórico é o Bar da Marciana, com 30 anos de história,
ponto de encontro de quem chega e de quem mora na cidade. Os destaques são os caldinhos
de mocotó com ovo, batizado de “Cura Ressaca”. O valor do caldinho é R$ 4,00 sem ovo; com
ovo, acrescenta-se mais R$1,00. Cada dia tem sabores diferentes, como feijão, macaxeira, e ainda
tem mungunzá salgado. Mas, lembrando, é um legitimo boteco. Abre todos os dias, das 9 até
as 24h.
Tilápia – O restaurante Aconchego é o melhor lugar para saborear peixes de água doce, em
pleno sertão de Água Branca. Com ênfase para a tilápia empanada e preparada no capricho
pela de Aparecida Barros, a célebre Cida. Também merece aplausos o purê de batatas, bem fofo
(a composição leva manteiga e um pouco de leite natural – produzidos nas pequenas proprie-
dades rurais da região). Funciona de terça à quinta, das 10h às 15h30, e das 18h30 até as 22h /
domingo até as 16h.

Casa das rosas


No jardim tem mandacaru, alecrim, manjericão, flores e rosas, tudo em volta da casa em
estilo chalé, da família de Fátima Torres. Com cinco quartos, cozinha, lareira, ainda temos o
privilégio de assistir ao espetáculo do pôr do sol. E no inverno, dormir e acordar com a neblina.
A casa transformou-se em meio de hospedagem. Aceita-se reservas para grupos que desejam
conhecer Àgua Branca e suas cidades vizinhas, Delmiro Gouveia e Piranhas. A casa da família
da Fátima tem lembranças boas e conforta alma. Lugar ideal para reunir os amigos em torno
da lareira e taças de vinho.

A diária da casa inclui uma funcionária para fazer o café da manhã e limpeza. Telefone: 82
99981.2655.

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 177
177
SÃO JOSÉ DA TAPERA

Na Rodovia AL 220, na cidade de São José da Tapera, exatamente no povoado Marruá, pare
na Casa do Queijo, lugar nordestino arretado. Lá se vende queijo manteiga, coalho e a coalhada
do Lacticínio Duarte, com 10 anos de tradição, e outros quitutes como doces e bolos. Neste
cantinho de sabores, o atendimento é dez, antes mesmo que a gente pergunte vem uma fatia do
queijo manteiga para degustar, com direito a café, chá e café com leite, todos de graça. Quem
viaja sabe da importância do café bem quentinho para enfrentar a estrada. Recomendo não
apenas apreciar o cafezinho, mas levar queijo manteiga e coalhada, excelentes. Quem comanda
a lojinha é a simpática Juliana Barbosa, que adora conversar e tem o estilo alagoano de receber
bem. Funciona todos dias das 6h30 até 20h/ Telefone 99621.7731

178 | | Maceió
178 Maceió | | 2018
2018
CONHECER
CÁRMEN LÚCIA DANTAS

Roteiro Cultural

Vaqueiros na caatinga

O desbravamento do Sertão veio na medida em que o colonizador avançou para o interior.


A criação de gado garantiu a fixação na terra e, apesar das dificuldades, tornou-se uma prática
continua até hoje. A manutenção desta prática justifica a cultura local girar em torno dos hábitos
da vida rural. O boi permanece como elemento preponderante. Violeiros, trovadores, folgue-
dos populares, todas as manifestações contam as façanhas do animal em versos ritmados. Os
artistas populares, de tanto explorarem o tema criaram o ciclo literário dos vaqueiros, com ro-
mances de cordel exaltando os feitos mirabolantes de bois lendários e de sertanejos destemidos.
A tradição do boiadeiro que se embrenhava pela caatinga juntando o gado, é mantida hoje nas
práticas esportivas como a pega de boi e a vaquejada.
As benesses do rio e a beleza da Cachoeira de Paulo Afonso privilegiam a área. Terra de ba-

Maceió | 2018 | 179


rões e baronesas, de senhores de terras e poderosos coronéis, mas nem por isso deixou de sofrer
sangrentos ataques de cangaceiros e de ladrões de gado. Contam que Lampião se envaidecia de
ostentar no pescoço o cordão de ouro da baronesa de Água Branca.
Outro ponto de importância cultural que vale ser destacado são os achados arqueológicos e
os grafismos rupestres das cavernas que os humanos pré-históricos deixaram como marcas de
sua passagem há milênios de anos. Estes sítios estão sendo estudados e o Alto Sertão Alagoano
vem surpreendendo os pesquisadores pelas constantes descobertas não só de rastros humanos,
também de animais da mega fauna, como preguiças gigantes e tigres dentes de sabre.
As Festas Juninas, que coincidem com o período de fartura no sertão, devido às chuvas, são
muito concorridas e animadas, com trajes e comidas típicas, danças e as tradicionais adivinha-
ções. Os arraiais são montados na praça principal e o sanfoneiro puxa o fole com um repertório
bem regional para delírio dos brincantes. Se a região atravessa período de seca, o cenário é outro.
Neste caso são as romarias, as novenas e as promessas aos santos juninos para trazerem chuva
e fazer florescer os campos.
Pelos atrativos culturais exóticos, este tem sido um roteiro turístico e cultural que muito
cresce em Alagoas.

Olho D’Água do Casado – Patrimônio


– O Município é detentor de sítios arqueo-
lógicos e paleontológicos que vêm atraindo
cada vez mais a especulação de estudiosos e
a curiosidade de centenas de turistas que vi-
sitam a região. Entre os sítios estão: Platô do
Talhado, Abrigo Nova Esperança, Macambi-
ra, Riacho do Talhado, este último estenden-
do-se a Delmiro Gouveia.
Delmiro Gouveia – Patrimônio – O
exemplo de Delmiro Gouveia, que dá nome
ao Município, ainda hoje é reverenciado e
Angiquinhos está ai para provar sua visão
empreendedora, ao lado da indústria têxtil e
Sandália Xô-boi, do artesanato sertanejo
da usina hidroelétrica. O arrojo realizador de
Delmiro é um valor imaterial que impulsiona,
ainda hoje, a cultura e a economia local. Exis-
te uma natural coragem no enfrentamento das dificuldades e no retorno às tradições que bem
caracteriza os filhos da Terra. O Museu Regional Delmiro Gouveia, instalado na antiga estação
ferroviária, expõe um acervo composto por fotografias, documentos históricos, máquinas e
objetos antigos, relatos sobre a vida e as realizações de seu patrono.
Artesanato - As fiandeiras e tecelãs que tanto impressionaram Delmiro no século passado,
ainda mantêm o artesanato da tecelagem, tradição que valoriza a mão de obra feminina e que
continua sendo um dos principais bens culturais do Município. O distrito de Salgado, distan-
te cerca de 7 km da cidade, destaca-se pela qualidade do trabalho e pela persistência de suas
tecedeiras que conseguem manter a atividade apesar das dificuldades. A Associação Repouso

180 | Maceió | 2018


do Rei, denominação que se reporta à passagem de D. Pedro II pelo local, no século XIX, é
formada por um grupo de artesãs que produzem tapetes, cochas, toalhas, redes e mantas das
mais variadas cores e padrões. A Associação tem uma bonita história de resistência, desde sua
abertura no final do século XX, graças a iniciativa das próprias artesãs.

Água Branca – Patrimônio – No século XIX o Barão de Água Branca mandou construir a
Igreja de N. S. da Conceição que é uma referência arquitetônica na região, pela decoração de sua
fachada e pelo requinte de seu interior com imagens de grande valor artístico. Na frente, uma
praça e no outro extremo a Igreja de N. S. do Rosário, com arquitetura simples que reporta ao
início do povoamento. Na década de 1960, o Prof. José Luiz da Motta Menezes já anunciava a
importância desta igreja como exemplar raríssimo da arquitetura religiosa. Dos elementos inte-
grados, no balcão do coro, o arquiteto só encontrou similares nos antigos muxarabis de Olinda.
Festa Religiosa – 8 de dezembro – Dia de N. S. da Conceição é comemorado com muita
celebração na Igreja e quermesse, leilões e parque de diversão que animam as noites da novena.
A procissão é o ponto alto e reúne fiéis de toda a região.
Folguedos - Água Branca tem a particularidade de ser o município do estado que mantém
em atividade um grupo de dança de São Gonçalo já em processo de extinção. A dança é, em
sua origem, de oferendas e pagamento de processas. Enfileirados, os participantes seguem
o guia que toca uma viola, acompanhando uma figura feminina que leva a imagem do santo.
Dançando, pede-se de tudo ao santo. Desse acervo imaterial que se dança, se canta, se vê, mas
não se toca, também merecem destaque nas festas juninas, o Coco-de-roda e a Quadrilha, a
Vaquejadas e a Cavalhadas que completam a animação dos arraiais. No Natal é a vez dos Guer-
reiros, Reisados, Presépios e Pastoris.
Artesanato – Executada por mulheres, a renda Singele-
za (foto) faz jus ao nome, pois o resultado é mesmo uma
singeleza. Com agulha e linha, a rendeira vai formando
uma malha muito fina que serve de base para o preenchi-
mento do desenho. A delicadeza na forma de rendar é que
vai garantir a perfeição da peça pronta. Além da renda al-
guns artesãos trançam palha de ouricuri nos povoados e
vendem na feira. São bolsas de vários modelos, urupembas
e outras peças de uso doméstico. Na Serra das Viúvas, po-
voado próximo à cidade, além do trabalho na palha, existe
uma casa-de-farinha tradicional.

Maravilha – Patrimônio - A partir de uma descoberta


casual, em 1997, chegou-se ao conhecimento de um sítio
com vasto material fóssil nas imediações da cidade de Ma-
ravilha, quando foram encontrados ossos de animais gigantescos, que viveram há mais de dez
mil anos. O cientista Jorge Luiz Lopes da Silva instalou na cidade um museu para abrigar esses
achados. A instalação é atraente e moderna com gráficos e desenhos que facilitam a compre-
ensão do visitante. Enquanto as peças autênticas são preservadas em vitrines, as réplicas estão
acessíveis à curiosidade de todos, podendo ser tocadas. Elas foram criadas pelo artista Valdo

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 181
181
Lima, de Carpina-PE, sob a orientação do cientista quanto à forma corpórea do animal, sua
musculatura, postura, arcada dentária e expressão. Para animar ainda mais a visitação, algumas
dessas réplicas foram espalhadas na caatinga próxima à cidade, surpreendendo os que chegam à
cidade. Maravilha representa para os outros municípios, com o mesmo potencial, um exemplo
de cuidado e preservação de nossa história mais remota.
Santana do Ipanema – Patrimônio – A cidade ainda guarda em seu núcleo histórico alguns
exemplares de arquitetura do início do século passado. Uma delas é ocupada pelo Museu His-
tórico e de Artes Darras Noya, fundado em 1959. Este museu detém alguns álbuns de fotogra-
fias e objetos antigos, ligados à História da cidade e doados pelo seu patrono e pelas famílias
tradicionais. Monumento ao Jumento – Uma escultura do artista João Lisboa, retratando um
jumento carregando barris de água e conduzido pelo tangedor é muito significativa para a co-
munidade, que enfrenta períodos prolongados de seca e tem na cena do jumento uma imagem
muito familiar no seu dia-a-dia.
Festa Religiosa – 26 de julho – Dia de Sant`Ana, a padroeira do Município e mãe de Nossa
Senhora. A festa começa nove dias antes e se prolonga até o dia 26 com várias atrações, em
torno do ponto principal que é a procissão.
Folguedos e Torneios - No final de semana mais próximo à data da procissão de Sant`Ana e
em outras ocasiões festivas, acontece a vaguejada, torneio muito apreciado pelos sertanejos que
consiste em uma dupla de vaqueiros montado a cavalo, correndo no encalço de um boi para
derrubá-lo pela cauda. O torneio acontece em uma pista longa e estreita própria para o esporte.
Artesanato – O trabalho em couro é muito comum, desde o tratamento inicial no curtume
até as peças prontas, vendidas na feira. Há artesãos que se especializam em selas e capricham na
ornamentação, pontilhando partes e tornando a peça além de confortável mais bonita. Outros
fazem chibatas, arreios e testeiras. As mulheres também participam cuidando dos acabamentos
e detalhes, como a decoração com fios de naylon coloridos e aplicações de metal.

A feira de gado é uma atração sertaneja (Dois Riachos)

182 | | Maceió
182 Maceió | | 2018
2018
HISTÓRIA
DOUGLAS APRATTO TENÓRIO

Fazenda em Major Izidoro

Alto Sertão/Bacia Leiteira


O sertão sempre foi um universo misterioso que se diferenciou da cultura do litoral, da
mata, com singularidades que despertam curiosidade e espanto e que não foi considerado em
termos gerais um elemento do desenvolvimento global da sociedade brasileira. Canudos de
Euclides da Cunha e Grande Sertão Veredas, de Guimarães Rosas, são algumas das muitas
obras literárias que provocaram grande comoção e fascínio por essa região distante dos polos
de poder. Alagoas não fugiu à regra, sua área sertaneja é uma fonte de fascínio e beleza agreste
e como as canções saudosas da região, “não há luar como esse do sertão”, não há região mais
plena de messianismo, de êxodo rural e de apego de seus habitantes. Uma viagem para Delmiro
Gouveia, Olho D’agua do casado, Pariconha, Agua Branca, Mata Grande, Inhapi, Maravilha,
Santana do Ipanema, Dois Riachos, Cacimbinhas, Batalha, Major Izidoro, São José da Tapera.
Olho D’agua das Flores, traz para as viajantes impressões nunca descobertas, panoramas e situ-
ações que mostram diferenças viscerais com as outras regiões alagoanas. O império da pecuária,
do leite, é duas vezes maior que o território canavieiro e é o segundo elemento de importância
do mundo agrário. Sertão das noções acendradas de honra, de isolamento dos grandes centros
cosmopolitas, sertão da extrema religiosidade popular dos beatos e da religiosidade popular, de
homens e mulheres valentes que não desanimam ante as intempéries climáticas, da simplici-
dade e solidariedade de seu povo, das histórias do cangaço e do agrarismo mais acentuado, da
resistência aos modismo do litoral, sertão leiteiro de Alagoas, de um sistema cultural próprio
de uma geografia bonita e atraente na seca ampla ou na chuva, sempre curta, uma região para
se descobrir, admirar, amar...

Maceió | 2018 | 183


ECONOMIA
CÍCERO PÉRICLES DE CARVALHO

Localidades serranas

A pecuária está integrada à paisagem da região

O Sertão alagoano é dividido em várias partes: as localidades serranas do alto Sertão, os


municípios próximos ao São Francisco, mais as regiões sertanejas de Santana do Ipanema e de
Batalha. Nestas quatro microrregiões, encontramos uma paisagem da Caatinga, cujas atividades
econômicas mais importantes são a pecuária e a agricultura de alimentos. É a região alagoana
com maior percentual de população rural, chegando, em alguns municípios, a 75% de seus mo-
radores vivendo no campo. A paisagem está marcada pelas áreas remanescentes de Caatinga,
pelos pastos plantados com palma, capins adaptados e outras forrageiras, e pelas plantações das
roças de milho, feijão e mandioca.
A seca deixou de ser um drama para a população rural. A falta de água foi amenizada com
a presença das adutoras, que a canalizam do São Francisco e atendem as cidades e pequenas
localidades da região. Os açudes e barreiros reservam grande quantidade do líquido. As popu-
lares cisternas estão presentes ao redor das residências rurais. Uma obra extensa de engenharia,
o Canal do Sertão, com o seu projeto de 200 km atravessando 42 municípios, vem despertando

184 | Maceió | 2018


esperanças podendo colaborar no abastecimento de água nas áreas urbanas e na irrigação da
agricultura familiar produtora de alimentos.

Indústria. O símbolo de industrialização sertaneja, a Fábrica da Pedra, fechou as portas.


Hoje, o principal segmento fabril é a indústria de laticínios, na qual parte do leite produzido
é beneficiada e transformada em queijo, manteiga e outros produtos, em fábricas de pequeno
porte ou nas familiares “queijarias”. No entanto, como a indústria local não absorve toda a pro-
dução, a parte maior da produção é enviada para outras cidades ou mesmo para fora do Estado.
Sempre importante foi o artesanato do couro, que por séculos foi o responsável pela fabricação
de utensílios, calçados e vestimentas da população rural sertaneja.

Agricultura. O algodão foi o grande produto comercial que, por quase dois séculos, ocupou
a agricultura sertaneja e sedimentou sua ocupação. Hoje, a área rural está coberta de pastos
plantados, com pequenas áreas de produção de milho, feijão (“de arranca” ou “de corda”) e
mandioca. Mais recentemente, a cultura de mel se espalhou por todos os municípios sertanejos,
a área alagoana de maior produção.

Pecuária. O gado chegou primeiro no litoral,


mas logo entrou no sertão pelo Agreste e pelas
margens do São Francisco, aproveitando o leito
dos rios temporários. Hoje a maior e mais pro-
dutiva zona produtora é a Bacia Leiteira, com um
plantel reconhecido pela sua qualidade e adapta-
ção às características do semiárido. O sertão mo-
derno tem na sua pecuária mudanças históricas.
A entrada da palma, de origem mexicana, assim
como a introdução de novas plantas – algaroba,
capim-buffel e guandu –, garantiram alimento
para o gado nas épocas de estiagem.

Ovinos & caprinos. Ao lado dos bovinos das raças Gir, Nelore e Guzerá, e de mestiços
com gado europeu, outra atividade econômica sertaneja é a crescente ovinocaprinocultura. Nas
localidades sertanejas e do agreste semiárido, estão 90% dos caprinos e 80% dos ovinos de
Alagoas. Presentes em quase todas as propriedades, produzem carne e leite cada vez mais co-
mercializados no mercado regional. É comum, nas pequenas propriedades, a criação natural de
aves como galinhas, perus e guinés

Economia urbana. As cidades do roteiro Sertão e Bacia Leiteira são pequenas localidades
características sertanejas, onde ocorrem as feiras semanais. No entanto, as duas maiores se des-
tacam como polos sub-regionais: Delmiro Gouveia, que possui uma forte rede comercial e de
serviços que atende aos municípios vizinhos; Santana do Ipanema, antigo município da região,
com sua feira e seus laços fortes com as localidades menores e próximas. As duas sediam cam-
pus da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 185
185
MACEIÓ

Lêdo Ivo*

Confissões de um poeta

Vou por uma rua torta. Venho por uma rua torta. Já não

sei se é dia ou noite, se caminho junto ao mar odorante

ou se afundo os pés na lama negra da lagoa devassada

pelos pescadores de sururu. Acima e além da claridade

solar e da luz do farol, num território intocável, Maceió é,

ao mesmo tempo, porto e porta, permanência e travessia,

lugar de partida e de chegada, silêncio e melodia.

*Lêdo Ivo (1924 - 2012) maceioense, foi um dos maiores poetas


brasileiros do Século XX, membro da Academia Brasileira de Letras

186 | | Maceió
186 Maceió | | 2018
2018
Turismo, vocação natural de Maceió
A atividade turística é um dos principais vetores de desenvolvimento do estado de Alagoas
e de Maceió, nossa bela Capital, naturalmente vocacionada para a contemplação e a alegria dos
que aqui vivem e dos que a escolhem como destino e opção de lazer. Destacam-se, nesse con-
junto, a beleza de nossas praias, nossas tradições culturais, com especial citação à gastronomia
típica, e a conhecida hospitalidade do nosso povo, um dos traços mais admirados pelos turistas
que nos visitam.
Conhecedora da relevância do turismo para a cidade, a Prefeitura de Maceió investe na
profissionalização da atividade, na divulgação dos nossos atrativos, na infraestrutura e no apoio
à instalação de novos e importantes empreendimentos. Essas ações qualificam ainda mais o
diversificado portfólio que credencia a capital alagoana como um dos mais conhecidos destinos
turísticos do Brasil.
A publicação “Alagoas – 8 roteiros para conhecer e nunca mais esquecer” é uma contri-
buição significativa à divulgação de Maceió, traduzindo-se em importante guia prático para a
fruição do nosso potencial turístico e cultural. Moderna e interativa, a publicação oferece ao
visitante e ao morador informações fundamentais para fazer de cada passeio pelos encantos de
nossa terra uma experiência inesquecível.

Rui Palmeira – Prefeito de Maceió

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 187
187
GEOGRAFIA CAMINHOS DE
ALEX NAZÁRIO

Maceió

O roteiro Maceió pode se iniciar de qualquer ponto da cidade,


pois oferece liberdade para todas as localidades

188 | | Maceió
188 Maceió | | 2018
2018
Possuindo uma área de 503,069km², o município de Maceió apresenta uma configuração
ambiental bem diversificada, visto que se desenvolveu às margens da laguna Mundaú e do
contato com o mar, além de ser drenado por diversos rios que atravessam a capital a partir dos
tabuleiros. Seu ponto mais alto se situa na Serra da Saudinha, limite com o município de Flexei-
ras, com altitude em torno dos 300m. Na planície costeira temos altitudes variando entre 2 a 8
metros. Assim, a “parte alta” da cidade de Maceió está assentada sobre os tabuleiros costeiros,
com altitudes que podem variar de 40 a 80m, sendo consideradas áreas de expansão urbana,
visto que a planície costeira já se encontra densamente ocupada.
Relativo aos recursos hídricos, o município possui uma diversificada rede de bacias hidro-
gráficas, tais como do Sauaçuy, Meirim, Pratagy, Jacarecica e Reginaldo. Quanto aos riachos, são
o Estivas, Garça Torta, Guaxuma, das Águas Férreas, do Sapo, Gulandim, do Silva, Catolé e
os canais da Levada e do Trapiche. O Rio Mundaú, que forma a Laguna Mundaú, representam
importantes recursos hídricos do município.
Quanto ao número de áreas protegidas, Maceió possui uma situação bastante positiva e
diferenciada, visto que atualmente 9 áreas protegidas foram reconhecidas total ou parcialmente
no seu território. São 4 Áreas de Proteção Ambiental: Pratagy, Catolé, Santa Rita e Costa dos
Corais; 1 Parque Municipal: O Parque Municipal de Maceió e 4 RPPNS: Tobogã, Aldeia Verde,
Aldeia do Mar e Senador Carlos Lyra. A tabela a seguir mostra o percentual de área das unidades
de conservação no território de Maceió:

Percentual da UC
Área Total Área em
Nome da UC no município de
(ha) da UC Maceió (ha)
Maceió
APA Costa dos
405.802,15 76,58 0,02%
Corais
APA do Pratagy 20.891,24 12.184,16 58,32%
APA do Catole e
3.710,93 2.135,88 57,56%
Fernão Velho
APA da Santa
9.638,79 1.118,89 11,61%
Rita
Parque Municipal
89,44 89,44 100,00%
de Maceió
RPPN Toboga 1,00 1,00 100,00%
RPPN Aldeia
13,66 13,66 100,00%
Verde
RPPN Aldeia do
31,28 31,28 100,00%
Mar
RPPN Senador
396,27 201,45 50,84%
Carlos Lyra
Fonte: Base de dados digital de Unidades de Conservação de IMA/AL

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 189
189
Aeroporto Zumbi dos Palmares

A partir das informações relativas a área das unidades de conservação no município de


Maceió, podemos constatar que 15.852,47 hectares do território maceioense são cobertos por
essas áreas, o que representa um percentual de 31,51%. Tal informação é de grande relevância
no que se diz respeito a considerar o município o que detém maior número de unidades de con-
servação do estado de Alagoas. Com isso, na ótica do processo crescente de urbanização, essas
áreas tem uma função ainda maior, que é a de resguardar recursos ambientais e estratégicos
- principalmente hídricos - para o desenvolvimento da cidade e da sua Região Metropolitana.
Quanto a cobertura vegetal remanescente no município, segundo dados do IMA, estima-se
algo em torno dos 136,26km² ou 26,62% do município possui cobertura vegetal nativa. Entre-
tanto, o crescimento acelerado para áreas menos urbanizadas está gradativamente diminuindo
esse percentual. Algumas áreas são bem representativas no que se refere a cobertura florestal
contínua, como por exemplo, a área da APP do IBAMA, sede do Instituto em Alagoas, cuja
área detém em torno de 52 hectares localizada na área urbana de Maceió. O Parque Municipal
é outra referência, localizado no bairro de Petrópolis, possui cerca de 82,4 hectares de área.
Possui com cinco trilhas ecológicas: A Trilha principal, com 1.748 m; a Trilha da aventura, com
774 m; a Trilha da paz, com 152 m; a Trilha da mata, com 321 m e a Trilha pau-brasil, com
187 m inclusive detentora de fauna ameaçada de extinção. A mata de Fernão Velho, inserida na
APA do Catolé, cuja proteção das encostas e do solo garante uma área com impressionantes e
numerosas nascentes.
O Município de Maceió possui aproximados 40km de linha de litoral, com suas belas praias
e restingas, contados desde a Foz do Rio Sahuaçuhy, divisa com o município de Paripueira até
a restinga do Pontal da Barra, no Complexo Estuarino Lagunar Mundaú-Manguaba, mais pre-

190 | | Maceió
190 Maceió | | 2018
2018
cisamente na Boca da Barra. Nessa região se formaram os recifes, ora de franja, ramificados a
partir da praia, como o existente no clube Alagoinhas, localizado entre as praias da Ponta Vede
e a Jatiúca, ora de barreiras lineares, como os encontrados na Pajuçara, Pontal da Barra, Riacho
Doce e Ipioca.
Na área litorânea do município, são várias as praias com características diversas onde o tu-
rista pode escolher desde mais afastadas com relação ao centro da cidade, até as mais próximas
na área mais urbanizada. De norte a sul: Sauaçuhy, Ipioca, Sereia (ou Pratagy), Riacho Doce,
Garça Torta, Guaxuma, Jacarecica, Cruz das Almas, Jatiúca, Ponta Verde, Pajuçara, Avenida,
Sobral e Pontal.
Restingas são superfícies arenosas, alinhadas em paralelo e marginais a linha de praia, onde
pode ser revestida de vegetação característica. São formadas pela deposição de areia trazidas do
mar com a contribuição de um rio ou laguna. São estruturas bem dinâmicas, podendo perder
ou ganhar material e até “se moverem”, dependendo do sabor do rio ou laguna. Pelo seu for-
mato e a presença da Laguna Mundaú sendo barrada, apenas se encontrando com o mar na
área conhecida como Boca da Barra, Maceió já deteve o nome de “Cidade Restinga”, dada pelo
geógrafo Ivan Fernandes
Lima.
Os recifes existentes
em todo o litoral alagoa-
no e especificamente no
litoral maceioense pos-
suem uma importância
primordial para o esta-
belecimento de diversas
cadeias que envolvem a
fauna, a flora, a dinâmica
das correntes e a estabi-
lidade das praias. Claro,
também representam
importantes atrativos tu-
rísticos, onde o visitante Porto de Maceió
pode observar a vida
marinha neste pequeno
universo. Esses recifes podem ter sua formação de arenito, que são aqueles formados pela
consolidação das areias por milhares de anos ou coralíneos, formados pela sobreposição do
esqueleto dos corais, que são seres vivos de extrema importância para o ecossistema marinho.
A porção do município marginal a Laguna Mundaú é outro belo atrativo, de altíssimo po-
tencial ambiental, turístico e econômico. Compreende as encostas dos tabuleiros cobertas por
vegetação de Mata Atlântica, a maioria presentes no domínio da APA do Catolé, margeando a
laguna nos bairros de Fernão Velho e Bebedouro. Já no bairro do Pontal da Barra, nos limites da
APA de Santa Rita, a planície litorânea forma pequenas dunas na área conhecida como Restinga
de Maceió, onde o visual paradisíaco mescla com a culinária, cultura e artesanato locais.

Maceió | 2018 | 191


VIVER BEM
NIDE LINS

Praia de Ipioca

MACEIÓ - LITORAL NORTE

É difícil escolher qual a praia mais bonita de Maceió, Pajuçara, Ponta Verde, Jatiúca,
Garça Torta? Mas a de Ipioca exerce um poder de fascínio sobre os alagoanos, e tam-
bém nos turistas. O bairro, onde nasceu Floriano Peixoto, lembra uma típica vila de
pescadores com seus barcos, sítios, coqueirais, praia serena e águas mornas, e mar com
azul da cor do céu. Na estrada que nos leva à Praia de Ipioca, barraquinhas com mangas,
cajus, doce de caju ameixa, lagostins e peixes fresquinhos vão despertando a gula.
Com o cenário de tirar o fôlego, a hotelaria investiu no bairro. A rede alagoana de
hotéis Salinas, abriu o Salinas Maceió, depois outros empreendimentos vieram, como os
restaurantes saborosos e charmosos, atraindo turistas que chegam e logo se apaixonam
por esse paraíso, em Maceió, antes privilégio dos moradores.

Salinas Maceió All Inclusive Resort - : AL-101 Norte, KM 124 - Ipioca, Maceió/
Telefone: (82) 4020-3296/ www.salinas.com.br

192 | | Maceió
192 Maceió | | 2018
2018
NIDE LINS

Dica da Nide

Gastronomia

Hibiscus é nome de uma flor. Em Maceió, é o beach club charmoso na Praia de Ipioca. Para
quem deseja aproveitar o dia no éden com estilo, dois espaços (beach ou o lounge), beijando
a praia, comidinhas de frutos do mar, coqueirais, sombra, água de coco e espumantes. Lá tem
aula de stand up gratuita, com duração de 15 a 20 minutos.
O espaço beach funciona com sistema day use com ótima infraestrutura. São gazebos,
espreguiçadeiras, redes, quadra poliesportiva de areia, espaço para massagens, piscina infantil,
área kids e música ao vivo.
O espaço lounge, construído sobre um deck de madeira de reflorestamento, é composto
por 17 lounges que acomodam até 10 pessoas cada. No sistema de day use, oferece serviços
exclusivos como DJ e sommelier, com dicas de harmonização de vinhos e espumantes com as
delícias da gastronomia regional.
Condomínio Angra de Ipioca - Rodovia AL 101 Norte - Ipioca, Maceió / Telefone: (82)
3234-1340/ Segunda a domingo das 8h às 17h / Aceitam-se cartões. hibiscusipioca@gmail.
com/ www.hibiscusbeachclub.com.br

Kareuóka (frutos do mar/ vegano e ve-


getariano). No Kareuóka (em Tupi Guarani
significa Cabocla) Bistrô Bar, a felicidade é
traduzida nas comidinhas da chef Denise
Xavier, uma alagoana arretada, que tem o
dom de brincar com as pimentas, aromati-
zando e atiçando nosso paladar. Cozinha au-
toral, com destaque para os frutos do mar e
da lagoa, a exemplo do sururu (patrimônio
imaterial de Alagoas) com espuma de peixe e
pimentas. O cardápio tem pratos fixos, mas
todo mês muda o menu da chef. Restaurante
oferece receitas vegetarianas e veganas com
ingredientes frescos, a exemplo o “tiradito” de coco verde e cebiche de caju.
Rodovia AL-101 Norte - Ipioca, Maceió/ Funciona: sexta das 18h às 21h sábado das
12h-16h/18h-21h domingo das 12h às 16h Telefone:(82)99824-1949

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 193
193
Ocara (Frutos do mar/ Regional)
Decorado com máscaras carnavalescas e telas dos artistas plásticos Petrúcio Nazareno e
Antônio Cabral (também chef de cozinha), o restaurante Ocara lembra os sobrados de Olinda.
Imperdível: conchinhas do mar, um mix de lagosta, carne de siri e camarões com toque de
dendê, leite de coco, finalizado purê de macaxeira polvilhado com queijo parmesão. Cozinha
de frutos do mar e regional. Rua da Igreja, 70/ Ipioca. Das 12h ate 17h de terça a domingo/
Telefone: 3234.1196/ Aceitam-se cartões

Vila Chamusca (Frutos do Mar)


Acarajé com massa de macaxeira, batizada de macarajé, com recheio de camarão, é a entrada
de boas vindas do restaurante Vila Chamusca, especializado em frutos do mar. O destaque vai
para os camarões e lagostins. Comandado pela chef Silvana Chamusca, o espaço tem como
toque especial a vista do mar do Alto de Ipioca. Cozinha frutos do mar.
Rua da Igreja - Ipioca, Maceió - Funciona nas sextas, sábados e domingos, das 12h até 18h/
Telefone: (82)99993-1050/ Aceitam-se cartão.

Pratagy (Pescaria)
É um bairro que preserva um magnífico manguezal e conta com a presença de rios que
desaguam no mar formando belíssimas piscinas naturais, e dois empreendimentos dão estadia
aos visitantes com muito conforto: Pousada Casa Caiada, no alto do morro, cercada pela Mata
Atlântica e onde, lá, aprecia-se a imensidão da praia. É indicada para casais. O Pratagy Beach All
Inclusive Resort, é ideal para a família curtir o sol e a praia tranquila com sistema de tudo incluso
na diária. Dentro do perímetro, o Café de La Musique é badalada casa de shows e destino no
réveillon na beira do Rio Praia Pratagy.

Pousada Casa Caiada - Rodovia AL 101 Norte, Km 10, nº 20 - Pescaria, Maceió / Telefone:
(82) 3027-7331/ www.pratagy.com.br/pousada-casa-caiada/pousada/

Pratagy Beach All Inclusive Resort AL 101 Norte, Km 10 Nº 10202/ Telefone (82) 4009-
7400 / Reservas: 82 4009-7405/ www.pratagy.com.br

Café de La Musique - Rodovia AL-101 Norte, Km 10, 12 - Pescaria, Maceió - Telefone: (82)
99687-2785

Praia da Sereia
No litoral norte de Maceió, uma escultura de sereia, construída, em 1962, pelo artista per-
nambucano Corbiniano Lins, desperta o olhar de turistas. Para os alagoanos, o monumento já
faz parte da história da cidade, tanto que a praia ficou conhecida como da Sereia. O lugarejo
é ideal para a família levar as crianças por conta da barreira de coral formando várias piscinas
naturais. Em datas como 8 de dezembro, dia de Iemanjá, centenas de pessoas costumam jogar
suas oferendas homenageando-a, pedindo paz, saúde e felicidade. Na orla tem bares simples
e próximo, há o Mirante da Sereia com melhor ângulo para registrar a beleza do monumento.
194 | Maceió | 2018

194 | Maceió | 2018


Praia de Riacho Doce
A exuberante praia de Riacho Doce inspirou o escritor José Lins do Rego a escrever o ro-
mance de mistérios, traições e de uma grande paixão. Um casal de suecos chega em Alagoas e a
loura Edna se extasia com a força tropical do país que ela acaba de descobrir. Apaixona-se por
um mestiço nordestino, Nô, uma das figuras mais empolgantes de toda a rica ficção do autor
do livro Riacho Doce.

Riacho Doce continua inspirando paixões, o povo vive numa típica vila de pescadores, com
igrejinha, praça e suas famosas boleiras, que dão sabor ao lugarejo com os bolos de macaxeira,
milho, grude, pé de moleque, tapiocas, beijus… No povoado, fica a Pousada Kazatao (leia-se
casa tal), antiga residência do casal Nilo e Gilda Bugarelli, que agora compartilha a história da
família com os visitantes e alagoanos também.

Kasatao by Toque (Cozinha contemporânea)


O restaurante charmoso da pousada Kasatao by Toque é aberto ao público por meio de
reserva. O cardápio tem frutos do mar, carnes, e opções vegetarianas que levam a assinatura do
chef Nilo. O ravióli de batata doce com molho pesto e camarões é uma das estrelas da cozinha.
A cocada de forno, patrimônio da Pousada do Toque, também empreendimento da família de
Nilo e Gilda, conquista paladares em Riacho Doce.
Kazatao by Toque - Avenida General Luiz França de Albuquerque, 1320 (Rodovia AL 101
Norte)/ Riacho Doce – Maceió 82 3355-1152 / 82 99664.4909 / 82 99380.2644/ http://
kazatao.com.br/a-kazatao/

Tradições
Beiju, bem quentinho e sequinho, polvilhado com coco,
também conhecido como chapéu de couro, é uma das tra-
dições das boleiras de Riacho Doce preparado em fornos de
barro. Além dos beijus, tem tapiocas, grude, pé de moleque,
bolos de macaxeira e milho. O grude é um clássico da gastro-
nomia alagoana, a simples mistura da goma de tapioca e coco
ralado. Já a tapioca misturada, só se acha em Riacho Doce,
feita da união da goma de tapioca e coco ralado. Os tabuleiros das boleiras são tradições passada
de mãe para filha, há séculos.
Os doces e bolos de Riacho Doce são vendidos em tabuleiros à beira da estrada. Rodovia
AL-101 Norte – próxima à Igreja Nossa Senhora da Conceição nos finais de semana e feriados.

Cozinha mineira
Panela Mineira - Frango com quiabo, torresmo, costelinha suína, tutu à mineira… Estas são
algumas “mineirices” do quintal do doce lar de Sil, em Riacho Doce. O espaço gastronômico
chama-se Panela Mineira, mas não tem placa, e é preciso fazer reservas. Avenida General Luiz
de França Albuquerque (Rodovia AL 101 Norte), 1053 – Riacho Doce - Funciona de quarta a
domingo, das 12hs às 17h – Telefone: (82) 99844.8389.
Maceió | 2018 | 195

Maceió | 2018 | 195


Carnes grelhadas/ regional
Filé do Zezé – A estrela do restaurante é o filé mignon, temperado na simplicidade, na
receita, apenas sal, manteiga de garrafa e a churrasqueira de carvão para grelhar a carne ao
gosto do cliente (ao ponto, malpassada ou bem passada). Esta sabedoria também é aplicada
nas costelinhas, no lombo de porco e fígado, e a carne fica suculenta e saborosa. O restaurante
é simples, mas o filé legitimo na manteiga de garrafa é um clássico do litoral norte de Alagoas.
Rua Boa Vista, 100 – Riacho Doce – Depois da Praça José Emídio de Carvalho (sentido
Litoral Norte de Maceió) entra na primeira à esquerda/ Funciona de quarta a domingo, das 12h
até as 16 horas.

Pizzaria/ cozinha mineira


O Ora-Pro-Nobis Pizza Bar é comandado pela dupla Diego Soares, de Tupã, de São Paulo
(nas panelas), e Reges Madureira, de Belo Horizonte (na administração). Da cozinha saem boas
pizzas, pasteis e costelinhas suínas com tempero mineiro e dos bons.
Funciona de terça a sábado, das 17h30 às 23h30/ Domingo, até as 23h/ AL 101 Rodovi-
ário Norte, 51 – Riacho Doce (ao lado da Igreja Nossa Senhora da Conceição)/Telefone: (82)
3355 1193

Pizzaria/ massas
Santorégano – A árvore
centenária é a identidade do
Santorégano, levando beleza
ao sítio que abriga a casa de
pizzas e massas. A pizza fresca
picante com berinjela, curtida
no azeite, cebola, aliche, pi-
mentões e azeitona, é um dos
destaques. Ela ainda leva, por
cima, lascas de queijo parme-
são e rúcula. A casa de pizza e
massas tem jardim, música ao
vivo e parquinho infantil. En-
dereço: 56, Rodovia AL-101 - Riacho Doce, Maceió/ Telefone: (82) 3355-1222

Praia de Garça Torta


Garça Torta é uma das praias mais queridas dos artistas, músicos, poetas... Com o charme
de vila de pescadores, com praça, igreja e a Casa da Arte, típica casa de pescadores, e colônia
de pescadores que abastece restaurantes do litoral norte. A praia é calma, e na maré baixa os
corais aparecerem formando piscinas naturais, com e currais-de-peixe, uma forma tradicional
de pescaria. Barzinhos dão ainda mais charme à praia.

196 | | Maceió
196 Maceió | | 2018
2018
Pousada elegante - A Flor de Lis nas-
ceu da visão de Jubson e Carmen. Eles
queriam um refúgio que pudessem dividir
com os amigos. A pousada utiliza, em sua
estrutura, materiais sustentáveis, nobres e
ecologicamente corretos. A energia solar
vem de 80 painéis instalados na proprie-
dade que tem plantas nativas da Mata
Atlântica, no paisagismo, e é a pioneira
em sua categoria a ser totalmente aces-
sível a portadores de necessidades espe-
ciais, com rampas e elevador, além de ser
pet-friendly.

Cozinha contemporânea/ frutos do mar


Lis Bistrô é o charmoso restaurante da pousada. Com cardápio assinado pelo chef Jonatas
Moreira (Akuaba e espaço Vera Moreira), tem cozinha contemporânea com ênfase nos frutos
do mar. O prato mais querido é o polvo glaciado com mel e arroz negro. Atende com reserva.
Flor de Lis Exclusive Hotel - Rua São Pedro, 520 - Garça Torta, Maceió - Telefone: (82) 82
3355 1721 / 98125 8501 / 98189 2320 / www.flordelisexclusivehotel.com.br

Cozinha regional
Bar do Carlinhos - Um dos bares clássicos de várias gerações é o Bar do Carlinhos, antes
conhecido como Bar de seu Manoel. Da cozinha, saem caldinhos feijão e de bobó de camarão
e, além dos frutos do mar, tem cupim assado. Cervejas artesanais alagoanas, MPB, POP e Rock
tem assento cativo na praia de Garça Torta.
Rua São Pedro, 474-710 - Garça Torta, Maceió.

Cozinha francesa
Lua Cheia – Restaurante charmoso de cozinha francesa com as receitas clássicas como o
magret de pato grelhado é acompanhado por molho de cogumelo seco e purê de batata. O
camarão flambado no uísque recebe sugo de açafrão é outra estrela do Lua Cheia.
Rodovia AL-101 Norte, quilômetro 14 - Garça Torta - Telefone: (82)3355-1186
Funciona: sexta e sábado das 18 as 23h30 domingo das 12h às 17h.

Guaxuma
Mar mais agitado com vastos coqueirais, barzinhos e casas de veraneio. No final do ano,
Guaxuma é palco do Réveillon “Nem Vem” (@reveillonnemvem), no Bar do Brasil, com ban-
das autorais. Com público 80% de jovens, a festa tem um conceito democrático: quem quiser,
pode levar as bebidas e comidas. Mas, se preferir maior comodidade, a cozinha e o bar da bar-
raca também funcionam normalmente, aceitando todos os cartões. O legal é ver o sol nascer
na praia, com os pés no chão. Neste éden alagoano você também encontra a pousada do Sesc.

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 197
197
Cozinha regional
Bar Brasil – O bar descolado oferece o rico de cardápio com comidas do mar, como cama-
rão Bar Brasil, lagosta ao thermidor, lagosta grelhada, e o mais amado é o Cariocão, tradicional,
prato feito (PF) da casa com feijão, arroz, salada, ovo frito, e uma proteína. Nesse caso, o peixe
é a melhor opção. Rua da Praia, 62 – Guaxuma/ 3355-3138

Hospedagem

Pousada do Sesc Guaxuma - R. Cel. Mário Saraiva, s/n - Guaxuma, Maceió - /Telefone:
(82) 2123-2800

Jacarecica
A Praia de Jacarecica é indicada para os amantes de surf. Localizada no bairro residencial,
também é sugestão para aos ciclistas conhecerem praias urbanas no melhor estilo, vida saudade.
De Jacarecica até a Praia do Pontal, barriquinhas de sucos, água de coco, e outras delicias dei-
xando o trajeto mais instigante.

Cruz das Almas


A Praia de Cruz das Almas é cheia de ondas, outro destino dos surfistas. O bairro conta
com uma rede de hotéis e pousadas, além do Parque Shopping que valorizou a região. Norte de
Maceió, tem ótimas opções de hotelaria.

Gastronomia

Cozinha de frutos do mar


O Del Mare é comandado por Thaísa Mello, que deixou tudo pela profissão de chef. Na
sua cozinha polvo, peixe, camarão, lula
têm assento cativo. Um bom exemplo é o
“Camarão empanado com tapioca” com a
tradição da goma de tapioca, além festivais
promovido pela casa.
Funciona de quarta-feira a sábado, das
12hs às 15h, e das 19h até às 23h/ Domin-
go, das 11h30 até 16h30/ Rua Dois, n° 5,
Cruz das Almas (pela praia entra na rua do
Hotel Reymar e depois na segunda rua a
direita)
Cozinha árabe
Damasco – Restaurante árabe sob a batuta do casal Miguel e Helga de Paula. Apaixonado
por Alagoas, a dupla fez sua primeira moradia em São Miguel dos Milagres, onde nasceu o
Restaurante Damasco. Mas o convite para abrir o Damasco, no Hotel Ritz Lagoa da Anta, foi
irresistível. Na cozinha, saem charuto, linguiça de tripa de carneiro, esfirra... Um dos destaques
é o kibe cru Aleppo, receita tradicional, feita com carne crua, cebolas, hortelã e cebolinha,

198 | | Maceió
198 Maceió | | 2018
2018
temperada com pimenta síria e especiarias, além da inovação da carne quente por cima do kibe.
Funciona de segunda a sábado das 19h às 23h/ Almoços: sexta-feira e sábado/ Hotel Ritz
Lagoa da Anta: Telefone (82) 2121-4000/ Aceitam-se cartão

Cozinha autoral/ francesa


O Castro Bistrô Bar funciona no Parque Shopping Maceió, com comidinhas que navegam
entre as tradições francesas e intervenções nordestinas e brasileiras, sob a batuta do chef Jo-
natas Moreira. Uma das dicas é o Steak Tartare, carne crua, finamente picada e servida com
mostarda, ketchup, maionese e alcaparras. O restaurante é ponto de convergência para apreciar
um cafezinho na deliciosa companhia de Mil Folhas do Castro, sobremesa com camadinhas da
massa crocante que desmancha no céu da boca, recheio de chocolate e polvilhadas com açúcar
e com afeto.

Matsubara Hotel
Av. Brigadeiro Eduardo Gomes, 1551 - Lagoa da Anta
Telefone: 82 3214 3000 / www.matsubarahotel.com.br.

Ritz Suítes
Rua Nova Brasília, 51, Cruz das Almas / Telefone: 82 3312 2000 . ww.ritzsuites.com.br

Hotel Ritz Lagoa da Anta - Av. Brigadeiro Eduardo Gomes de Brito, 546 - Lagoa da Anta,
Maceió - Telefone: (82) 2121-400.

Conde Hotel
Rua Ouvidor Mendonça (antiga Rua Nova Brasília), nº 111 - Cruz das Almas. Telefone: 82
3325 1947 / www.condehotel.com.br .

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 199
199
VIVER BEM
NIDE LINS

Praia de Jatiúca

JATIÚCA
A Praia da Jatiúca tem suas nuances. De um lado é serena, e do outro as ondas
dominam. Qual a sua praia? Fique com as duas, pois são lindas. Caminhe para sentir a
brisa do mar e perceber que, depois da Ponta Verde, a Praia da Jatiúca é cordial, com
barquinhos no vai e vem no balanço das águas, Já próximo à praia de Cruz das Almas,
o mar é para a geração dourada do sol, dos surfistas. O bairro vai além das belas praias,
hotéis e pousadas. Ela é celeiro da gastronomia, com restaurantes, bares, boates, pubs e
botecos, uma diversidade de aromas, sabores e nacionalidades. Seja para um cafezinho,
beber uma gelada, saborear comida de boteco e até na cozinha de grandes chefs, a Jati-
úca é para curtir a praia, comer, beber, dançar e ser feliz.

200 | | Maceió
200 Maceió | | 2018
2018
Dica da Nide
NIDE LINS

Cozinha brasileira/ autoral/ mineira

O Divina Gula é trintão. Nasceu na Praia


da Jatiúca, no verão de 1988. Bem próximo
do mar, o boteco de comida mineira, logo
conquistou os maceioenses com os sabores de Minas Gerais. Comando pelos mineiros André
Generoso (chef) e sua esposa Claudinha Mortimer (in memoriam), a casa cresceu, virou restau-
rante, mudou de endereço, mas continuou no mesmo bairro.
Apesar dos 30 anos, as tradições mineiras continuam. Mas a cozinha é brasileira e autoral.
Além de André, seu filho Vitor Generoso, formado na França, trouxe as técnicas do mundo
para fazer o melhor pescado, carne, camarões na cozinha do Divina Gula. De lá saem os pra-
tos mais queridos, como a picanha na chapa e o caldinho de feijão, e muita novidade como o
torresmo de macaxeira e o ancho do mar (carne nobre coroada com camarões secos e com
purê de beterrabas, farofa de camarão seco, manteiga e um pouco de cebola). Divina Gula é
da Associação Brasileira dos Restaurantes da Boa Lembrança. Av. Engenheiro Paulo Brandão
Nogueira, 85 - Jatiúca – Funciona de terça a domingo, das 12h até 0h/ almoço executivo sexta
e domingo das 12h às 15h/ Telefone: (82) 3235-1016. Aceita cartão.

Akuaba/ cozinha afro/ baiana


O dendê, de sabor e aroma marcantes, nos remete ao restaurante Akuaba, da família da
chef Vera Moreira. Ela, baiana de nascimento e alagoana de coração, não trouxe apenas as lem-
branças da Bahia, mas também a culinária afro brasileira, e, garanto, ela não se resume apenas
ao acarajé. Um dos pratos clássicos dessa culinária é a Fufunha, postas de peixe frito no azeite
de dendê, salada de quiabo e farofa de inhame. No restaurante, as moquecas de peixe e camarão
são as mais queridas, bem como as caipiroscas. Para adoçar o paladar, o pudim de tapioca de
Vera, que só a mestra sabe fazer. Axé! Akuaba é da Associação dos Restaurantes da Boa Lem-
brança. Rua Ferroviário Manoel Gonçalves Filho, 6- Jatiúca - Telefone: 82- 3325 6199 | 3355
8005/ Funciona de terça a domingo, das 11h às 23h

Cozinha autoral
Espaço Vera Moreira
Para desvendar os sabores da cozinha do chef Jonatas Moreira é apreciar o menu do chef
de terça a sexta-feira, no Espaço Vera Moreira, das 12 até às 15. Nas receitas os ingredientes
alagoanos são as estrelas, o polvo é servido com os tentáculos inteiros, de cor vermelha, são
macios, delicados, mas a concepção da obra é que é o segredo de sua cozinha. O molusco vem
na emulsão de mostarda com pontinhos de páprica picante, mel e aí é que entra a surpresa, o
bacon Pernambuco, Yaguara Ecologico. O chef é mestre dos pescados, mas também no que-
sito carne, é o tal como a rabada desfiada sem gordura, servida com pirão. O menu do chef

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 201
201
muda toda semana, sempre uma grata surpresa ao paladar. A noite é a la carte com as criações
do chef Jonatas Moreira, que herdou o talento da chef Vera (Akuaba) e formada em gastrono-
mia na França. Rua Ferroviário Manoel Gonçalves Filho, 6- Jatiúca - Telefone: 82- 3325 6199
| 3355 8005/ Menu do chef de terça a sexta-feira, das 12 as 15h/ Jantar a la carte de quarta a
sábado das 19hs às 0h00.

Cozinha vegetariana/vegana
Ser-Afim- Pasteis de brócolis, de queijo tofu, de legumes, todos temperados nas ervas, são
os sabores da gastronomia vegetariana e vegana do restaurante Ser Afim, da chef Nídia Batta-
glia, uma argentina de coração alagoano. O lugar é agradável, zen, florido e com feira orgânica.
O restaurante é buffet livre com saladas, frutas, massas, arroz, sopas, quiches, quiche (massa
fina feita com farinha integral) com recheios que mudam todo dia, além da feijoada vegetariana
e culinária baiana sem frutos do mar. Rua Paulina Maria Mendonça, 141 - Jatiúca / Funciona de
terça a domingo, das 12hs às 15horas/ Telefone: (82) 3026-3155

Cozinha autoral
Sur - Feijão verde, bem novinho, é uma dádiva na mesa nordestina. Temperado na man-
teiga, azeite, ou misturado na farinha... É bom demais!
Mas, a dupla de chefs Serginho Jucá e Felipe Lacet, do
restaurante Sur adora incrementar com outros ingre-
dientes alagoanos, a exemplo da nata, deixando-o ainda
mais apetitoso. Para escoltar o feijão, farofa de pão na
chapa, costelinha glaceada no balsâmico e a cebola roxa
em pétalas com molhinho da carne. O restaurante Sur
também tem culinária fit e vegetariana, com receitas sa-
borosas, a exemplo da crepioca (goma de tapioca) com
queijo brie e brócolis. Na casa ainda tem o famoso Sur-
burger de hambúrguer artesanal com de filé com camarão empanado, maionese dijon, queijo
e cebola caramelizada. E haja supresas. Rua Paulina Maria de Mendonça, 759 – Jatiúca/ Jantar:
De terça a domingo 19:00-23:30/ - AL/ Telefone: (82) 99678-1687

Villa Maceió Food Park


No Food Truck BBQ os churrascos são de cortes das carnes ancho, chorizo e bife de tiras,
todos com textura macia e suculenta, e o sal perfeito. Para acompanhar, a batata recheada com
queijo e bacon é muito bacana. O próprio churrasqueiro boliviano Pablo Sanches cuida de tudo,
desde a compra dos produtos até a finalização da carne. Os churrascos bolivianos é uma das
estrelas da Villa Maceió Food Park, que tem uma variedade de comidinhas para todos gostos e
bolsos. Villa Maceió Food Park : De terça a quinta, das 18h às 23h, sexta e sábado, das 18h às
00h, e aos domingos das 17h às 23h/ Rua Lourenço Moreira da Silva,280, Jatiúca

Cozinha autoral
Najuany Bistrô - Hidra é risoto de polvo com molho pesto e com toque do molho de to-
mates. A novidade são as folhas frescas de Beldroelga (lembra espinafre), que acentuam o sabor

202 | | Maceió
202 Maceió | | 2018
2018
nos grãos de arroz molhadinhos. O risoto é uma das especialidades do restaurante Najuany Bis-
trô do chef boliviano Boris Guimbare, que comanda as panelas recheadas de comidas contem-
porâneas, com ênfase para massas caseiras e risotos. Já a sua esposa Karolyn Oberg é sommelier
de cervejas artesanais. Indicado para dois. Rua São Francisco de Assis, Jatiúca- 73/ Terça a
Quinta das 19h as 23h/ Sexta a Sábado das 19h a 0h/– Telefone: 3317.4290/Aceitam-se cartão

Cozinha italiana
Basilico Ristorante Italiano - Para quem deseja conhecer a alma do restaurante italiano Basí-
lico, deve seguir a dica da chef Lory e pedir o Tris di Primi (trio de degustação). São três massas
e molhos, e todos são de pedir bis: fettuccine com molho de Porcini (cogumelos italianos), lasa-
nha de carne e capeletti (com recheio de carne) ao molho de quatro queijos. De uma coisa tenho
certeza, quem provar do Tris di Primi, volta ao restaurante para comer cada uma das massas.
As massas e os molhos são produzidos pela própria chef, e o cardápio é recheado de receitas
italianas clássicas. Av. Antônio Gomes de Barros, 86/ Funciona de 11h às 23h, de quarta-feira a
segunda-feira- Fecha na terça/ – Jatiúca – Telefone: 3432.7553/ Aceitam-se cartões.

Maria Antonieta - A lagosta dos mares alagoanos lembra uma sereia. No Maria Antonieta,
do chef Breno Gama, é dos manjares do restaurante. A cauda da lagosta é grelhada na man-
teiga de ervas (ingredientes que combinam perfeitamente com o crustáceo), escoltado pela
massa negra e legumes cortados como talharim. O Maria Antonieta também abraçou a receita
do Camarão Alagoano do Bar das Ostras, patrimônio Imaterial de Alagoas. O restaurante é
de comida italiana, mas tem memória afetiva com Maceió. Av. Dr. Antônio Gomes de Barros,
150 – Jatiúca/ Funciona todos os dias das 12hs às 15hs/ das 18até 0h/ Telefone:(82) 3202-8828

Cervejas artesanais
A Jatiúca tem duas casas de cervejas artesanais alagoanas: a Deodora, com bar e loja, e a
Das Lagoas, com conceito de pub bar e fábrica. Mas quem deseja fazer um tour turísticos pelas
brejas deve agendar visitas a Hop Bross, no bairro São Jorge, da Deodora, no Distrito Industrial
(Tabuleiro do Martins), e na Caatinga Rock’s, na cidade de Murici. Em Maceió, duas cervejas
piratas (produzidas nas fabricas locais) também são boas pedidas: Mingula e Cervejaria

Cozinha brasileira
Arrí Chopperia - De segunda à sexta-feira, no Arrí Choperia, tem comidinhas caprichadas,
com sabor caseiro mais elaborado, em especial os famosos pratos executivos. Basta seguir a
regra, primeiro, escolhe-se uma proteína (carne, peixe, frango e suíno) e, segundo, adiciona-se
mais quatro acompanhamentos entre arroz, feijão, salada, batatas, legumes e farofas. O res-
taurante comandado pelo chef Guilherme Jordão, também funciona à noite com as cervejas
artesanais. Rua Hamilton de Barros Soutinho - Jatiúca, 690/ Jatiúca/ Funciona segunda e terça
das 10h30 às 15h/ Quarta à sexta até 00h/ Domingo das 10h30 às 15h/ Telefone: (82) 3316-
7335/ Aceitam-se cartões.

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 203
203
Cozinha brasileira
Maikai Choperia – É uma casa que tem balada, samba, shows e, na segunda, há a Noite do
Turista, com direito a forró. Na cozinha também é show de sabores, no cardápio, tem petisco
assinado pelas chefs Mariana Bernardes, a hot dog com sabor de cerveja, croquete de costela,
bolinho de feijoada, linguiça com de farinha de panko, cebolinhas crocantes, pastéis além da
seleção de chopes, caipirinhas, caipirosca e gente bonita para paquerar.
Av. Eng. Paulo Brandão Nogueira, 540 – Jatiúca. Funciona: De terça à sexta, das 17h até o
último cliente/ Sábado e domingo, a partir das 16h/ Segunda, às 20h até o último cliente, com
a Noite do Turista ( noite de forró e show comédia)/ Telefone: (82) 3305-4400

Cozinha mexicana
La Rosa - Na primeira garfada, a gordurinha natural da costelinha de porco se sobressai
e o tempero caliente desperta o paladar. Para escoltar a iguaria suína, batatas com cascas bem
sequinhas sal e pimenta. Para abrandar o céu da boca, invista na cerveja artesanal ou drinques,
La Rosa, culinária Tax Max (mistura da gastronomia mexicana e texana e algumas pitadas es-
panhola) sob o comando da chef Amanda Junqueira. Indicado para veganos e vegetarianos.

Rua Professora Maria Esther da Costa Barros, 239, Jatiúca. Funciona de quarta a segunda
das 18h às 00/ Endereço: / Telefone: (82) 99925-8748.

Churrasco
Sr. Brasa - Barriga de porco, uma das partes mais saborosas da carne suína, temperada ape-
nas com sal. Primeiro, ela é grelhada, depois cortada em tiras e retorna para o churrasqueiro, por
fim, chega em cubos para ser degustada sem cerimônia e com alguns pingos de limão. Claro,
cerveja gelada, e assim a vida segue no Sr. Brasa, um boteco “trilegal” (expressão gaúcha para
dizer que é muito bom) do famoso Zeca (José Cleber Rodrigues), na Jatiúca.
Avenida Paulo Falcão 782/ Jatiúca – Funciona de terça a sábado, das 17h às 0h/ Sábado a
partir das 11h./ domingo das 11h às 16h. Telefone:(82) 3317-4227/ Aceitam-se cartões

Cozinha Peruana
Wanchako - Maceió apareceu no cenário nacional da gastrono-
mia com o Restaurante Wanchako, o primeiro e o melhor peruano
do Brasil sob a batuta da chef alagoana Simone Bert. As estrelas da
casa são os cebiches (frutos do mar marinados no limão) e o arroz
de polvo Dom Manuel, sucessos desde 1996. O cebiche mais que-
rido é o festival de ceviches (Peixe, camarão, costaneira e tiradito al
fresco). A entrada batizada de “Pulpo al Olivo”, o polvo em lâminas
finas com molho de azeitona preta e cebola roxa curtida, é um man-
jar dos deuses incas! Wanchako tem uma unidade no Jatiúca Resort.
Rua São Francisco de Assis, 93 - Jatiúca, Telefone: (82)
3235.2151/ Funciona de segunda a quinta das 18h às 23h/ sexta a
sábado das 18h às 00h30.
Hotel Jatiúca – De segunda aos domingos das 12h00 às 15h00

204 | | Maceió
204 Maceió | | 2018
2018
/ segunda a quinta-feira das 19h às 23h/ sexta-feira e sábado das 19 as 0h/ Fechado às terças-
-feiras.
Chuyo Cocina Peruana - Causa é um prato típico do Peru, feito com purê de batata, agra-
ciado com pedaços de peixes temperados no limão e pimenta aji. Está é uma das estrelas do
restaurante chef Lucas Padilha, do Chuyo Cocina Peruana. No cardápio tem cebiche, tiradito
e outros clássicos da cozinha peruana. Av. Dr. Júlio Marques Luz, 1116/ Funciona de terça a
quinta das 18h30 as 22h30h/ Sexta a Domingo 18h30 às 23h30h/ Sábado das 11h30 às 14h30/
Telefone: (82) 9 93161509/ Aceitam-se cartões.

Cozinha Árabe
Cia. do Kebab Ayasofhia - Batizada de Kebab, a carne é prensada e temperada com pimenta
síria, dedo de moça, hortelã, cominho e outras especiarias. Ela pode ser servida no pão árabe
(redondo, grande e fino) ou também na versão de petisco com três acompanhamentos: coa-
lhada, homus (pasta de grão de bico) e capponata (refogado de berinjela, pimentões coloridos,
azeitona, cebola, castanha do Pará, ameixa, uvas passas e azeite). Restaurante de comida árabe
também tem outras tradições como kibe e opções vegana e vegetariana. Av. Antonio Gomes
de Barros, 427 Jatiúca/ Telefone: (82) 99144.6444/ 99635.0887/ Funciona de terça a domingo
das 18h até meia noite

Cozinha nordestina
Ôxe Comedoria - Na receita da tapioca bordada, o queijo vem por fora formando uma capa
crocante na iguaria, depois, é escolher o recheio, sugiro o de charque para ficar bem nordestino.
Esta é uma das delícias do Ôxe Comedoria, restaurante do chef Rodrigo Aragão, que navega
entre o tradicional e contemporâneo. Das novidades, o feijão cozido com bacon, pé de porco,
cebola e agraciados com tripinhas, bem crocantes. Já o sanduíche de língua, com picles de ma-
xixe, é a revolução nordestina ao paladar. Av. Antônio Gomes de Barros 124 A/ Telefone: (82)
3377-5568/ Funciona de quarta a segunda das 17h30 às 23h/ Aceitam-se cartões.

Maria Bonita - Goma originária da mandioca vira tapioca, beiju e, recentemente, é pãozi-
nho de queijo, impossível de comer apenas um. A novidade é do Restaurante Maria Bonita,
que abriu o espaço gastronômico de alimentos sem glúten, mas que tem macaxeira, cuscuz, e
até o acarajé integra a história do cantinho alagoano que começou com a tapioqueira Rosiane
de Araújo, na praia da Jatiúca. Av. Antônio Gomes de Barros, 126 – Jatiúca -Telefone: (82)
3325.1749/ Funciona de segunda a sexta, das 18hs às 23h/ Sábado e domingo das 18h as 0h/
Aceita cartão.

Cuscuzeria Café – Nordestino ama cuscuz e quem viaja até Alagoas é contaminando por
esta paixão. Na Cuscuzeria Café, a tradição manda e desmanda no paladar, basta escolher entre
os recheios de charque, bacalhau, linguiça, sardinha, carne de sol e até a versão de cartola, com
banana assada, queijo coalho, açúcar e canela. Na casa, também tem café completo para duas
pessoas com cuscuz, ovo, pão, queijo, pão, bolo, geleias, café e leite. Av. Antônio Gomes de
Barros, 1076 – Jatiúca/ Funciona de terça a sábado das 8hs às 11h/ 16 até 22h/ domingo das 8
às 12h e das 17 às 22h/ Telefone: 3034.8000

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 205
205
Recanto da Macaxeira – No restaurante a raiz também conhecida como aipim reina sobe-
rana, é o ouro da casa. Para acompanhar a macaxeira cozida, aposte na carne de sol (preparado
da casa) com queijo coalho, picanha de carneiro e outras carnes. O escondidinho é um clássico
da casa, o que chama atenção é a maciez do purê da macaxeira, que recebe queijo e leite de coco
(mas não se percebe o gosto. Os de camarão e de carne de sol são ótimos. Rua Artur Charles
Dorvile 231 Jatiúca/ Funciona de segunda a sábado, das 18h as 0h/Telefone: 98855.6845

Bodega do Sertão – O buffet é colorido e farto, tem tudo da culinária nordestina, como
tapioca, pão de macaxeira, sanduiche de queijo manteiga, carne de sol com nata, arroz de queijo
coalho derretido, carneiro guisado, baião-de-dois, sarapatel, macaxeira, mungunzá e outras ma-
ravilhas que dão água na boca. O local lembra uma casa do interior, com típica vendinha com
artesanato, doces e cachaças. Avenida Júlio Marques Luz, 62 – Jatiúca. Segunda a sábado das
11h30 às 22h/ Domingo das 07h às 22h/ Telefone (82) 3327-4446/ Aceitam-se cartões.

Hambúrguer artesanal
O Santo Burguer aterrissou na Jatiúca numa casa bem bacana e jovem. O sanduíche que
leva o nome da casa: “Santo Burguer” é com 180 gramas de carne suculenta, bem temperada, e
vem coroada com fatias de bacon super crocrante, queijo cheddar e cebolas caramelizadas (no
saquê). Todo mês acontece um milagre no bairro da Jatiúca, nasce um hambúrguer e molhos
diferentes para fazer a festa dos fãs do Santo Burger . Av. Dr. Antonio Gomes de Barros - 525
- Jatiúca. Funciona: de quarta à segunda, das 18h às 0h. Fechado nas terças

Cervejas artesanais
Na Jatiúca tem duas casas de cervejas artesanais alagoanas, a Deodora, com bar e loja e Das
Lagoas, com conceito de pub bar e fábrica. Mas quem deseja fazer um tour turísticos pelas bre-
jas, deve agendar também visitas a Hop Bross no bairro São Jorge, Deodora no Distrito Indus-
trial (Tabuleiro do Martins, e a Caatinga
Rock’s na cidade de Murici. Em Maceió
há duas cervejas piratas (produzidas nas
fábricas locais) da Mingula e Cervejaria
66.

Sanglu Padaria e Café - O chocolate


é belga, textura macia, desmancha no
céu da boca, e o mais instigante é que
essa torta derruba a teoria de que gu-
loseimas sem glúten e sem lactose não
têm sabor. Não leva farinha de trigo,
nem leite, é uma declaração de amor ao Foto: Thomaz-Japiassú
paladar. Brownie zero de lactose e zero
de glúten é SanGlu, Padaria e Café pre-

206 | | Maceió
206 Maceió | | 2018
2018
parado pela alagoana Débora Tigre, que também oferece pães, sanduíches, tortas, bolos, doces
e salgados livres do glúten e lactose. Av. Dr. Antônio Gomes de Barros, 664 - Jatiúca, Maceió
- Funciona de segunda a sábado, das 9h às 21h/ Telefone: (82) 3316-5083

PUB/ Dança
Fábrica Pub é o destino para curtir a noite alagoana. Localizada no coração da antiga Amélia
Rosa, a casa reúne drinks bem elaborados, comidinhas e shows com bandas locais. Lugar para
dançar no ambiente moderninho, de iluminação intimista. O drinque que arremata corações
é o Fábrica Cinnamon, bebida com gin tônica, refrescante e aromática. A grata surpresa é a
borda de canela e açúcar, onde até o cravo faz casamento perfeito. Av. Dr. Antônio Gomes de
Barros,565 / Funciona de quarta a quinta, das 18h até a 01h00/sexta e sábado até às 03h/ (82)
99937.0137

Cozinha contemporânea
Lila, Brigadeiro e Bistrô - Peixe sirigado, com crosta de ervas e risoto de limão siciliano, é
uma das receitas deliciosas do Lila, Brigadeiro e Bistrô. O lugar, muito charmoso, é da chef
Lícia Maranhão, conhecida com Lila. Os doces são capítulos à parte. Difícil é escolher apenas
um mimo doce, pois todos são bons. Os brigadeiros, por exemplo, guardam o sabor de infân-
cia. São macios e delicados, e no Natal eles viram árvore. Na casa tem almoço executivo com
entrada, prato principal e sobremesa. Rua Augusto Cardoso, 111, quadra 5, Jatiúca – Telefone:
(82) 3028-2298/ Funciona de terça a sexta-feira, das 12h às 19h/ sábados e domingos das 12h
às 17h.

Cozinha saudável
Moseria Conveniência e Refeições é lugar para apreciar o café da manhã, com pães artesa-
nais, geleias naturais, sucos e saladas de fruta, almoço e jantar. Para almoçar, as dicas são: peixe
com macarrão de abobrinha, medalhão de filé ao molho pesto, com batata gratin e saladinha
Moseria . Na opção vegana, o risoto com quinoa, manga, tomate, ervas e outras iguarias é uma
boa pedida da casa. Além disso, o local dispõe de produtos orgânicos na vitrine Ed. Espanha,
Loja 3, Av. Álvaro Otacílio, 3731 – Jatiúca/ Funciona de segunda a sábado das 8h às 20h.

Hambúrguer artesanal
Oba Pizza’n Burger - Além das pizzas, a casa, comandada pelo chef João Guilherme Gama,
também agrega, no mesmo espaço, hambúrgueres artesanais. Um dos sabores homenageia o
Estado e foi batizado de “Alagoano”, um hambúrguer feito com 100% de carne de sol moí-
da no pão tostado em manteiga de garrafa, maionese de coentro, queijo coalho e fios de mel
de engenho. Detalhe: todos os pães são tostados com manteiga de garrafa, sabor peculiar do
Nordeste. Av. Dr. Antônio Gomes de Barros 585/ Funciona todos os dias, das 18h às 23h30-
Jatiúca/ Telefone: (82) 3313-1010/ (82) 98203-7781

Pizzaria e massas

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 207
207
No Armazém Guimarães,
várias placas antigas, com
nomes de ruas, remetem a
Maceió de outrora. A casa re-
volucionou o mercado de pi-
zza com as bordas recheadas.
Feitas no forno à lenha, com
diversidade de sabores: da
clássica margherita à versão
batizada de Pau de Arara, que
leva carne de sol desfiada. Av.
Dr. Antônio Gomes de Bar-
ros – Jatiúca/ Funciona todos
os dias, das 8h até a 0h/ Tele-
fone: 82) 3325-4545

Massarella - Fundado em
1988, no bairro de Pajuçara,
mudou para o bairro da Jatiúca em 1993. No cardápio há carpaccio, saladas, massas, sobreme-
sas, entre outras opções.
Rua José Pontes Magalhães, 271- Jatiuca/Telefone: (82) 3325 6000/ funciona de terça a
quinta, das 12h até a 00h/ Sexta e sábado, das 12h até a 01h/ Domingo 12h até a 00h.
R. Comerc. José Pontes de Magalhães, 271 – Jatiúca/ Funciona de Terça a Quinta 12h às
00h/ Sexta, sábado 12h às 01h/ Domingo 12h às 0h/ Telefone: (82) 3325-6000

Food truck
Malibu Pokebr - O poke é prato típico do Havaí, que mistura cubos de peixe fresco com
arroz estilo gohan, molho de soja, legumes e até frutas... Ele saiu das ilhas havaianas, passou pela
Califórnia fazendo barulho e agora parou para pegar um sol em Maceió. Comida leve e saudável
nos sabores salmão, atum, kani, camarão. Também com opções vegetariana e vegana
R. Comerc. José Pontes de Magalhães, 271 – Jatiúca/ De quarta a domingo, a partir das
18h30/

Comida de rua
Rice’s Hot Dog - O alagoano Ricardo Arroz armou box batizado de “Rice’s Hot Dog”, na
Jatiúca para vender sandubas e sucos, com foco no hot dog, porém o pão francês com mor-
tadela abafou o sanduíche de salsicha. O sanduba de mortadela é o rei dos sandubas com 340
gramas do embutido. Outro sanduba de sucesso é o de pernil do porquinho é assado, depois
desfiado, e ganha reforço com ovo, cebola, pesto de ervas, queijo coalho e molho barbecue.
Rua Hamilton de Barros Soutinho ,76 BOX 3 - Jatiúca/ Funciona de segunda a sábado das
7h até às 21h/ Domingo das 7h até as 15h. Telefone: (82) 3317.4365

208 | | Maceió
208 Maceió | | 2018
2018
Hospedagem

Jatiúca Hotéis e Resort


Rua Doutor Mário Nunes Vieira, 220 – Jatiúca/ Telefone: (82) 2122 2000
http://www.hoteljatiuca.com.br

Cais da Praia
Álvaro Otacílio, 4353 - Jatiúca / Telefone: (82) 2121 3636 www.caisdapraia.com.br
Hotel Brisa Tower
Av. Álvaro Otacílio, 4201 – Jatiúca/ Fone: (82) 2122 4000 www.hotelbrisatower.com.br
Hotel Pousada Des Basques
Avenida Júlio Marques Luz, 694 – Jatiúca/ Telefone: (82) 3325 8000
www.hoteldesbasques.com.br
Hotel Praia Bonita Jatiúca
Endereço: Av. João Davino, n° 66 – Jatiúca/ Telefone: (82) 2121 3702
www.praiabonita.com.br/jatiuca
Maceió Atlantic Suítes
Endereço: Av Álvaro Otacílio, 4065 - Jatiúca /Telefone: (82) 2121 5656
www.maceioatlantic.com.br
Marinas Maceió Hotel
Av. Álvaro Otacílio, 30 - Jatiúca / Telefone: (82) 2122 7000
www.marinashotel.com.br
Pousada Ecomaceió
Av. Desembargador Valente de Lima, 204, Jatiúca / Fone: (82) 3317-8551.
www.pousadaecomaceio.com.br
Saint Patrick Praia Hotel
Avenida Júlio Marques Luz, 186 – Jatiúca/ Telefone: (82) 3325 7785
www.stpatrickpraiahotel.com.br

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 209
209
PONTA VERDE
Nos dias de domingo a Praia de Ponta Verde é o xodó das famílias alagoanas e vi-
sitantes. A pista da orla é fechada para uma verdadeira terapia e dá para curtir o mar e
se divertir sem preocupações com o trânsito, pois aquela via é aberta para o povo fazer
dela um espaço de lazer. Nada de carros. Apenas bicicletas e charretes podem trafegar
em paz. E em vez de ver a banda passar, dance ao som da Banda de Música da Polícia
Militar que alegra as manhãs com ritmos que vão do samba ao forró, passando pela
valsa. Dá até para dançar, feliz, no palco aberto da praia.

210 | | Maceió
210 Maceió | | 2018
2018
Brincando no mar

Entre as barracas mais badaladas da Ponta Verde, Lopana e Kanoa, esta a empresa Sup Ma-
ceió, ponto de partida para a prática de esportes náuticos como o Stand UP Paddle e caiaque,
com aulas e passeios no mar durante o período de meia e uma hora, tempo para deslizar pelas
praias de Ponta Verde e Pajuçara. Já as bikes aquáticas são uma deliciosa brincadeira, de 15 mi-
nutos ou meia hora, que também te levam a descobrir o que as praias de Maceió proporcionam
o melhor lazer do mundo. Telefone: (82) 98726-1517/ Instagram : @sunsupmcz. Meia Hora de
Stand UP e caiaques: R$20 e 1h: R$30/ Bike: 15 minutos R$20/ meia hora R$ 30

Cozinha de frutos do mar/ regional

Lopana
As minis bruschettas, em vez do pão italiano, entram em cena os beijus (feito de goma de
tapioca), ganham recheio de camarões, temperados ao sal, limão e polvilhado com queijo par-
mesão. A criação das bruschettas nordestinas é de Eduardo Salles, proprietário do Lopana. O
cardápio de frutos do mar, também tem pratos executivos, saladas, tudo inspirado na culinária
regional, mas com inovações. Com música ao vivo, DJ e uma equipe de caipiroscas, caipirinhas
e outros drinques, o verão tem mais sabor, e até ganha festa quando a estação chega oficialmen-
te. Réveillon e carnaval também são datas comemoradas na barraca de praia mais charmosa,
Lopana.

Piscina Pedra Virada


O catamarã do Lopana tem capacidade para 58 passageiros e conta com estrutura de banhei-
ro, bar e internet wi-fi. A embarcação oferece um percurso diferente do realizado pelas tradi-
cionais jangadas. São aproximadamente três horas de passeio panorâmico, com três paradas
para banho: a primeira, próxima à Pedra Virada; a segunda, na região das Piscinas Naturais e, a
terceira, na enseada em frente ao próprio Lopana. Saídas na maré baixa do Lopana.
Av. Sílvio Carlos Viana, 27/ Ponta Verde – Maceió/ Terça a Sexta: 10h às 00h
Sábados/Domingos/Feriados: 09h às 01h/ Telefones: (82) 3231-7484/ (82) 99101-9357.

Cozinha regional

Kanoa Beach Bar


Cervejas, sucos e frutos do mar, entre os petiscos mais requisitados está o filé de agulhinha
enrolado em queijo de coalho, servido com geleia de pimenta-de-cheiro e acerola no charmoso
quiosque de praia com canoa de madeira, telhado de palha e música ao vivo.
Av. Sílvio Carlos Viana, 25 - Orla de Ponta Verde - Ponta Verde, Maceió

Declaração – Quem passar pela orla da Ponta Verde, nas proximidades do Alagoinhas, verá
o totem “Eu Amo Maceió”, instalado estrategicamente na parte mais bonita da cidade para
guardar a lembrança da orla mais bonita do Brasil.

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 211
211
Acarajé alagoano – Próximo ao Alagoinha tem carrinho de acarajé no estilo alagoano. Afinal,
a gastronomia se molda à cultura de um povo. A massa da tradição africana é a mesma, o feijão
fradinho batido com o dendê para fritar; contudo, o recheio é de camarão (não é o seco) cozido
na batata inglesa.

Sanduíches – O sanduíche batizado de Shrimp Roll, tradição americana, ganhou uma versão
alagoana pelo chef Farias Filho. Ao em vez de lagosta, entrou o camarão na maionese tem-
perada. Ele também adicionou mostarda, cebola roxa, aipo, um pouco de pimenta sriracha e
finalizou com cebolinha verde. Tudo no pão brioche. Este é um dos sanduíches do Food Truck
Nômade, que também tem massas frescas.
Praia da Ponta Verde, na calçada da antiga Famiglia Giuliano / Funciona todos os dias, das
17h às 22h30. Telefone: (82) 9.9921-1880/ @nomadefoodtruck1

Fermentação natural

Pão Natural - os pães de fermentação natural têm seu cantinho sagrado na mini padaria
artesanal, especializada em pães, Levain (fermentação natural). Nos sabores de tomate seco,
manjericão, chocolate, canela, açafrão, eles agradam todos os paladares. Além da venda de pães
e lanches também, nos dias de sábados e domingos, tem café da manhã.
Rua desportista Humberto Guimarães, 541A , Ponta verde . Telefone: 99833-8378
Terça à sexta das 14h às 20h/ Sábados e domingos: 8h às 12h30m / @lepainpaes_

Cozinha Vegana/ Vegetariana/ Sem Glúten


A loja da Erva Doce, Doce Erva, da Ponta Verde, abriga o Espaço Anandda de culinária
vegana, vegetariana e sem glúten, com lanches e almoço buffet livre. No espaço tem saladas,
caldos, cremes e lanches, além da culinária baiana na sexta-feira, e da feijoada, no sábado. Uma
grata surpresa de sabores da gastronomia sem nada de origem animal.
Rua Engenheiro Mário de Gusmão, 560/ Funciona de segunda a sexta das 12h às 17h Sá-
bado - 9h às 15h/ / Telefone: 3432-5001l 99104-9973 / @espacoanandda

Trem Bão – para os amantes da culinária mineira,


o food truck Trem de Minas, no Alagoinha, trouxe
para a Praia da Ponta Verde a tradição do pão de
queijo mineiro (sem glúten) que viram deliciosos
sandubas. No recheio? Linguiça mineira com geleia
de pimenta, carne ao vinho, hambúrguer artesanal
e pernil com cebola caramelizada com mostarda de
jabitucaba. Ao todo são dez sabores para fazer a fes-
ta. Quem comanda a cozinha é Alessandra Mundim,
uma goiana apaixonada por Maceió e pela comida mineira
com sabor da roça. No Food Truck Alagoinha também tem outros
sabores: D’Itália massas, Brisa Burguers, Regional, Pakino- Pizza Artesanal,
Maria Coxinha e o Falafel do Egito. Av. Sílvio Carlos Viana, 2183-2189 - Ponta Verde.

212 | | Maceió
212 Maceió | | 2018
2018
O Quintal Food Park
Ao invés de pão, duas bolachas de arroz japonês macias por dentro e com uma casquinha
bem crocante de farinha panko (pão japonês). Para agregar mais sabor, a iguaria ganhou recheio
de salmão cru ou grelhado. O Sushi Burger é um dos food truck do espaço gastronômico O
Quintal, Food Park. Lá, os trailers e bicicletas estacionam com suas comidinhas. São hambúr-
gueres, churrasquinhos, massas, drinques, doces...
Rua Carlos Tenório, Ponta Verde/ Funciona às terças, quartas, quintas e domingos, das 17h
às 23h/ Sextas e Sábados das 18h às 00hs.

Cozinha italiana/contemporânea
A Veneto Trattoria tem charme nos cinco ambientes da casa. Do jardim às salas, a casa tem
arte para todo lado e inspiram paixões e amizades com sabor e vinhos. Do chef alagoano, Thia-
go Brandão, saem maravilhas, como o espaguete de tinta de lula com frutos do mar (camarão,
mexilhão e lula), finalizado no alho, cebola, tomates cerejas e azeite. Também imperdível é o
nhoque artesanal, com textura macia, no molho de bacalhau com natas e toque de azeitonas.
Rua José Freire Moura, 250-322 – Ponta Verde / Funciona de terça a sábado, a partir das
18h/domingo das 12h às 15h. Aceitam-se cartões/ Telefone: 3013-0812

Cozinha franco/italiana
Grand Cru
Nas mesas elegantes descansam papeis e canetas para
a gente escrever sentimentos sobre os vinhos. Esta é a
marca Grand Cru, franquia de bebidas que aterrissou
na Ponta Verde. O restaurante comandada pelo chef
Thawã Calisto, e com a consultoria das chefs Mariana
Bernardes e Flávia Soares, a cozinha franco/italiana,
com tradições do steak tartar (carne crua picada), clás-
sico da culinária francesa, até o criativo pastel aberto de
rabada desfiada. Rua Engenheiro Mário de Gusmão,
560 – Loja 01 – Ponta Verde/ Funciona de terça a sába-
do, a partir das 19h / sexta-feira com almoço executivo,
das 12h às 15h / Telefone: (82) 3435-0045
Magret de Canard au Poivre com
Cafetaria/ doceria/ alimentos funcionais Musseline de Mandioquinha

Na Le Brulé Café & Doceria é impossível bebericar apenas um café. O cappuccino Le Brulé
é prova disso. Preparado com café Martins, leite cremoso e canela, surpreende o paladar com o
brigadeiro brulé dentro da xícara, que se derrete no calor, e tem doce de leite nas bordas. Para
acompanhar, bolos, doces, tortas, biscoitos sanduíches... E tem a linha Levfun com produtos
com zero de refinados, lactose e glúten. R. Gen. João Saleiro Pitão, 1037 - Ponta Verde, Maceió-
Telefone: (82) 3325-2037. Funciona de segunda -Sábado das 8h às 21h | Domingo e feriados
das 9h às 19h.

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 213
213
Japonês
Restaurante Hatsu Izakaya não fez
nem um ano e já figura entre os 10
melhores do Brasil pela revista @re-
vistavip. O chef paulista, Roger Lima,
apostou nos peixes alagoanos e, pelas
suas mãos, até o sururu cabe nas pa-
nelas da culinária japonesa. O peixe
serra, pescado de Maceió, é uma das
estrelinhas do restaurante japonês. De
textura firme, cor transparente, vem
no molho de gengibre, pimenta dedo
de moça e broto de beterraba. Rua Ge-
neral Saleiro Pitão, 1037, Ponta Verde/
Telefone: 3028-224/ Funciona de terça
a domingo das 19 às 23h/ sexta e do-
mingo para almoço das 12h às 15h.

Cozinha francesa/ contemporânea

Le Corbu
Steak Au Poivre é o filé no molho de pimenta, com arroz no molho da carne, uma tradição
francesa que, há 20 anos, conquista os corações e o paladar dos fãs do Restaurante Le Corbu
– casa fundada, e pilotada até hoje, pelo chef Jorge Bandeira, que utiliza técnicas francesas,
orientais, italianas, mas com a alma de brasilidade na cozinha de seu restaurante. Tons de verme-
lho e branco predominam no ambiente inspirado nas obras do arquiteto francês Le Corbusier.
Rua Desportista Humberto Guimarães, 877, Ponta Verde – Telefone: 3327-4326/ Funciona de
quarta a sexta-feira das 12h as 15h e 19h às 23h/ Sábado apenas jantar e domingo, só almoço.

Pizzaria/massas

A Sabatelli vai além das pizzas. Em um de seus risotos instigantes, a pera é o diferencial da re-
ceita. E não é que ficou bom? Por sinal, uma ótima opção para os vegetarianos. O grão italiano
arbóreo é cozido no caldo de legumes e, na finalização, são adicionados pedacinhos da fruta.
Mas também tem o Riso del mare: arroz de frutos do mar (camarões, lula e mexilhões). Rua
Desportista Humberto Guimarães, 882/ De terça a domingo de 18h às 00h / domingo almoço
das 12h às 15h/ Telefone: (82) 3185-8899.

Cozinha brasileira/regional

Anamá
No Anamá Restaurante, que em Tupi Guarani significa família, instalado no coração do bair-

214 | | Maceió
214 Maceió | | 2018
2018
ro de Ponta Verde, a gastronomia é rica em referências regionais com ênfase nos frutos do
mar, camarões, peixes, além do carneiro, carne do sol, saladas, risotos, massas, e do bom feijão
com arroz, que encanta os brasileiros. À noite, o café regional também possui a praticidade do
self-service juntamente com um cardápio acompanhado de deliciosos cafés feitos para agradar
o seu paladar. O destaque são as variadas preparações de tapiocas, cuscuz recheado, sopas e car-
nes diversas. Av. Sílvio Carlos Viana, 2501, Ponta Verde/De segunda a sexta-feira – das 11h30
às 15h/ Sábados, domingos e feriados – das 11h30 às 16h/ Jantar: Todos os dias das 17h às
22h/ Telefones: (82) 3305-4405/ (82) 9 9926-9776/ (82) 9 8118-2524.

Cozinha regional
O Restaurante Ana Silva funciona no sistema de quilo. Amplo, prático, localizado no bairro
da Ponta Verde, funciona os três horários: café, almoço e jantar, com comidinhas já consagradas
como o arroz de cordeiro, com arroz bem soltinho e a carne macia e bem temperada. Contudo,
o cardápio é vasto, com direito à torta de banana diet preparada com maisena. Show de bola.
Prof. Sandoval Arroxelas, 542 – Ponta Verde, Telefone: (82) 3028-9611/ Funciona todos os
dias: Café Regional das 6h às 10h30/ Almoço das 11h30 às 15h/ Café regional com sopas das
16h30 às 21h.

Cozinha francesa/Wine Bar


A cozinha do Patrick’s Wine Bar revive as receitas do antigo Gstaad, da época sob a direção
do francês Patrick de Neufville Pénicaut, de 1993 até
1995, uma tempo de glamour na capital alagoana. E
assim, Patrick resgatou o filet a sibérienne, flambado
e com molho madeira, champion e levemente empa-
nado com páprica. É servido com o arroz mistura-
do ao próprio caldo da carne, deixando o sabor do
grão mais intenso. Tem almoço executivo nas sextas
e também é casa de vinhos. Rua Odilon Vasconce-
los, 517 – Ponta Verde/ Telefone: (82) 99991.8650/
3028.9916. Funciona de quarta a sábado das 18h às
0h/ sexta-feira das 12h às 15h.

Cozinha de frutos do mar/regional

Janga - Os camarões à milanesa, envolvidos com queijo e presunto, são uma das receitas clás-
sicas da mesa alagoana. O Restaurante Janga adicionou queijos mussarela e parmesão, presunto
em cubos, camarão, molho bechamel (molho branco), e finalizou com batata palha. Assim
nasceu o “Camarão Jangadeiro Alagoano”, um dos pratos mais queridos da casa que é da mes-
ma família do, xxxx na Ponta Verde, especializado em frutos do mar. Rua Coronel João Saleiro
Pitão, 1296, Ponta Verde/ Funciona de terça, quarta e domingo das 11h30 às 15h30/ Sexta e
Sábado até meia noite/ Telefone: (82) 3028-3288.

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 215
215
Grelhados

Fusion Grill
Costela polvilhada com queijo parmesão é uma das estrelas do Fusion Grill. A casa é famosa
pelas carnes grelhadas, mas tem dias dedicados à feijoada, galinha com pirão e cozido. O res-
taurante é charmoso e a noite oferece o cardápio variado, com petiscos, hambúrgueres, pizzas...
Rua Dep. José Lages, 469 - Ponta Verde - Telefone: (82) 3024-3005 Funciona: De domingo a
quinta das 11h às 23h30/De Sexta- Sábado: 11h às 00h30

Cozinha regional/Buffet

Mestre Cuca
Na cozinha brasileira, o tradicional feijão com arroz nunca sai de moda. Quanto mais tradi-
cional melhor. E se tiver aquele bife, purê de batata feito com manteiga e um pouco de leite...
Esta tradição é uma das maravilhas do Mestre Cuca, restaurante com buffet de cozinha regio-
nal, e no jantar oferta cuscuz, sopas, carnes guisadas e camarões. A casa tem uma filial no bairro
do Farol, na Casa da Indústria, com mesmo cardápio e oferece uma panorâmica da cidade.
Ponta Verde - Rua Deputado José Lages, telefone: 3317.1970. Funciona todos os dias das
11h às 15h/ Jantar das 17h às 2130. No Farol – Casa da Indústria – Telefone: 82 2121-3075/
Sábados: noite dançante para casais/ Funciona todos os dias das 11h às 15h

Grelhados/cozinha regional

Caruaru
Ninguém o conhece como Antônio Nilson. Talvez do a família. Mas pelo apelido, Caruaru,
ele é para lá de popular. Seu apelido está associado ao restaurante que tem o galeto mais famo-
so de Maceió, o Caruaru Galleteria Beer. Além do galetinho desossado, também tem outras
vedetes, como a galinha guisada, o pão de alho, filé, carne de cupim, charque e carneiro, todos
assados na brasa. Rua Carlos Tenório, 360- Ponta Verde – Telefone: 3327.0782 – Aberto todos
os dias das 11h30 até o último cliente – Domingo, das 11h30 às 18horas.

Comida de rua

Sr. Caldinho -Todo domingo, na Avenida Sílvio Vianna, na Ponta Verde, das 9h30 às 14h30
(próximo ao portão do lava-jato Clean Car), é dia dos caldinhos preparados com esmero por
Andréa Callado, advogada, cuja paixão é a cozinha. Os sabores mais requisitados do Sr. Caldi-
nho são: douradinho (de camarão com pedaços do crustáceo,com leite de coco produzido na
cozinha da alagoana) e atoladinho (creme de macaxeira com charque desfiado, sal na medida
certa, torresmo, ovo de codorna e cheiro verde). Av. Sílvio Vianna, 2321 (próximo ao portão do
lava-jato Cleac Car), Ponta Verde/ Funciona aos domingos, das 9h30 às 14h30.

216 | | Maceió
216 Maceió | | 2018
2018
Hambúrguer artesanal
Montagu’s – Em 2012, a hamburgueria Montagu’s abriu suas portas na Ponta Verde com a
novidade do mini bacons crocantes nos sanduíches. A criatividade agradou em cheio o publico
e continua na parada de sucesso até os dias atuais. O hambúrguer mais vendido é o Prime, 150g
de hambúrguer de cordeiro, queijo gouda, mini bacon crocante, molho mostarda e mel no pão
de cenoura.

Hotel Hollidy INN - Avenida Deputado José Lages, 405 A - Engenheiro Mario de Gusmão,
S/N Ponta Verde/ Funciona todos os dias das 18h às 0h- Telefone: 33175616

O Sushi Bowl – BigJyo é nome do prato que vem com filé do salmão maçaricado e recheado
com arroz japonês colorido, cream cheese, molho tarê, farofinha panko e coroado com couve
crips. Está é um dos pratos do restaurante Sushi Bowl (taça de sushi), comida rápida servida
numa cumbuqinha. No cardápio tem opção vegana com shitake (cogumelos), arroz colorido
(tintas comestíveis) e salada oriental (acelga, cenoura, repolh roxo e cebolas). Rua Dep. José
Lages, 405 - Ponta Verde/ Funciona - Todos os dias das 12h-15h/18h-22h30/ Telefone (82)
3432-3637

Hospedagem

Hotel Ponta Verde Maceió - Endereço: Álvaro Otacílio, 2933 - Ponta Verde. Telefone: (82)
2121 0040. Site: www.hotelpontaverde.com.br

Maceió Mar Hotel


Endereço: Avenida Álvaro Otacílio , 2991 - Ponta Verde - Telefone: (82) 2122 8000
Site: www.maceiomarhotel.com.br

Hotel Costamar
Endereço: Desportista Humberto Guimarães, 420 - Ponta Verde - Telefone: (82) 2121 3400
- Site: www.hotelcostamar.com.br

Coqueiros Express Hotel


Endereço: Rua Desp. Humberto Guimarães, 830 - Ponta Verde - Telefone: (82) 4009 4700
Site: www.coqueirosexpress.com.br

Hotel Porto Da Praia


Endereço: Rua Professor Abdon Arroxelas, 128 - Ponta Verde - Telefone: (82) 2126 2823
Site: www.hotelportodapraia.com.br

Pousada Praia Verde Maceió


Endereço: Prof. Sandoval Arroxelas, 822 - Ponta Verde - Telefone: (82) 3327-4040
Site: www.praiaverdemaceio.com.br

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 217
217
Hotel Porto Grande
Endereço: Rua Hélio Pradines, 125 - Ponta Verde - Telefone: (82) 3357 2488
Site: www.hotelportogrande.com.br - Site: www.maceiomarhotel.com.br
Pousada Estalagem. Rua Demócrito Sarmento Barroca, 70 - Ponta Verde
Telefone: (82) 3327 1933

Holiday Inn Express Maceió


Endereço: Rua Gaspar Ferrari, 175 - Ponta Verde - Telefone: (82) 3194 1000 - Site: www.
hiexpress.com

Hotel Porto Grande


Endereço: Rua Hélio Pradines, 125 - Ponta Verde - Telefone: (82) 3357 2488

Pousada Estalagem
Endereço: Rua Demócrito Sarmento Barroca, 70 - Ponta Verde - Telefone: (82) 3327 1933

Pousada Praia Verde Maceió


Endereço: Prof. Sandoval Arroxelas, 822 - Ponta Verde - Telefone: (82) 3327-4040 - Site:
www.praiaverdemaceio.com.br

Ritz Plazamar Hotel


Endereço: Rua Carlos Tenório, 105 Ponta Verde - Telefone: (82) 2121 4700 - Site: www.
ritzplazamar.com.br

Ritz Praia Hotel Maceió


Endereço: Rua Engenheiro Mário de Gusmão, 1300 - Ponta Verde - Telefone: (82) 2121 4600
Site: www.ritzpraia.com.br

Soft Inn Maceió


Endereço: Rua Engenheiro Mário de Gusmão, 978 - Ponta Verde - Telefone: (82) 3131 1609
Site: www.bhghoteis.com.br

Tambaqui Praia Hotel


Endereço: Rua Engenheiro Mário de Gusmão, 176 - Ponta Verde - Telefone: (82) 2121 9999
Site: www.hoteltambaqui.com.br

Tropicalis Hotel
Endereço: Eng. Mario de Gusmão, 1259, Ponta Verde - Telefone: (82) 3214 9900
Site: http://www.tropicalishotel.com.br

218 | | Maceió
218 Maceió | | 2018
2018
Praia de Pajuçara

PAJUÇARA
“No mar de Pajuçara/ Deixar o sol bater no meu rosto/ Ai que gosto me dá/ E as
jangadas partindo pra o mar…” Esta é uma das canções imortais sobre o mar da Paju-
çara, um dos cartões-postais de Maceió com suas piscinas naturais. Para chegar a esse
paraíso ecológico, contrate um jangadeiro para navegar até lá. O passeio é ao sabor do
vento e água bate na jangada à vela, conduzida pelas mãos experientes dos pescadores.
Para o passeio é preciso consultar a tábua de marés, pois só é possível fazer o percurso
na maré baixa.
As jangadas ancoram lado a lado em torno das piscinas, onde os turistas podem
nadar junto de corais e peixes coloridos. Quem quiser, pode alugar máscaras de snorkel
para mergulhar, ou caiaques. Lá também tem jangadas com comidinhas de frutos do
mar. Lembrando que é proibido deixar lixo e retirar corais. Aprecie, mergulhe e tire mui-
ta fotografia para compartilhar. Além da beleza do lugar, das piscinas naturais avista-se
a cidade de Maceió e seus coqueirais.
O passeio das piscinas naturais da Pajuçara é um dos mais antigos. A alagoana Yêda
Rocha, hoje com 85 anos (famosa pelo livro “Delícias da Culinária Alagoana”), lembra
que na sua adolescência era uma tradição das famílias levar os visitantes até esse paraíso.

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 219
219
Passeio de Jangada - Duração entre 1h/ 1h30/Preço por pessoa: R$ 40,00/ Ponto de embar-
que: Balança de peixe da Pajuçara.

Feirinhas - A Praia da Pajuçara é serena, ótima para caminhar, pedalar pela ciclovia, e apro-
veitar suas duas feirinhas de artesanato: Feirinha da Pajuçara e Pavilhão do Artesanato, ambas
com várias lojas e boxes que oferecem artigos locais e regionais. As cores e as formas diversas
dão vida a matérias-primas como palha, madeira, cerâmica, fibra do coqueiro, couro e barro.
Feirinha do Artesanato - Av. Dr. Antônio Gouveia, S/N - Box 67 - Pajuçara, Maceió Pavilhão
do Artesanato- Av. Doutor Antonio Gouveia, 1447 e abre diariamente das 10h às 22h.

Comida de rua
Balança de Peixe - Ao ar livre, a alagoana Maria Betânia Santos Nascimento é a chef “am-
bulante” dos mares há mais de 25 anos. No seu carrinho tem a cozinha improvisada, com as
panelas brilhando e o aroma das lagostas, camarões e peixes, famoso chamariz dos alagoanos e
turistas. Todos amam a experiência de comprar na Balança de Peixe e levar para Betânia prepa-
rar na hora. A alagoana cobra por quilo para fazer a iguaria no capricho. O lugar é simples, com
cadeiras de plástico, debaixo das sombras das árvores, apreciando o mar da Pajuçara.
Praia da Pajuçara – Atrás da Balança do Peixe/ Funciona todos os dias, das 10 até 17 horas
– Telefone: 99663.2155

Sabores do Le Premier
Filé poivre-de-cheiro - Do cruzamento de receitas francesas e brasileiras, nasceu o ‘Filé poi-
vre-de-cheiro’. São três camadas, couve crisp, filé mignon e, a grande vedete, torta de grude
(goma de tapioca) salgada envolvida no molho da própria carne com pimentas biquinho e de
cheiro. O prato leva ainda grãos de feijão frito. A criação é do chef alagoano Guga Rocha para o
restaurante Le Premier, do Hotel Best Western Premier Maceió (leia-se família Brandão). Hotel
de luxo no coração da Pajuçara, com vista para as piscinas naturais. Hotel Best Western Pre-
mier Maceió - Av. Dr. Antônio Gouveia, 925 – Pajuçara, Maceió –Telefone: (82) 3023-8100/
Restaurante Le Premier Funciona de segunda a segunda para almoço e jantar/ Aceita cartões.

Cervejas artesanais
Pub - Johnny’s Bar é um pequeno pub de cervejas e chopes artesanais alagoanos da Caatinga
Rocks, Cervejaria Clu66, Hop Bross e Mingula. No cardápio de comidinhas, amendoim com
charque, tábua de linguiça, azeitona e queijo manteiga. Localizado no térreo do Hotel Acqua
Suítes, na trilha sonora do Pub só música boa: MPB, Jazz, Blues, Rock para embalar a noite.

Hotel Acqua Suítes -Av. Dr. Antônio Gouveia, 845 – Pajuçara/ Telefones: 82
99405.4361/99335.959/ Funciona de Segunda-feira à quinta-feira, das 17h às 23h. Sexta e sá-
bado, das 18h até meia noite. Domingo, das 16h às 22h.

Sorvetes - Carlos Regis e Lia Marque, cansados da grande metrópole, escolheram Maceió
para viver e empreender. As belas praias da cidade foram determinantes na decisão. A Sorve-
teria Bali nasceu em 28 de dezembro de 1990, então com 14 sabores. Atualmente são quatro

220 | | Maceió
220 Maceió | | 2018
2018
lojas e mais de 90 sabores, para todos os gostos. Tem diet (sem açúcar), sem lactose (frutas
com água), picolés, sorvetes, paletas, além de cafés e sobremesas. As opções de graviola, cajá,
manga, coco, pitanga, mangaba e a tapioca, representam bem o sabor alagoano na Bali, que
tem sempre novidades. Para o casal, Carlos e Lia, alagoanos de coração, o céu não tem limites.
Avenida Doutor Antônio Gouveia, 451 – Pajuçara- (82) 3231-8833/ Rua Empresário Carlos da
Silva Nogueira Jatiúca

Café da manhã – Quem ama o croissant, tipicamente francês, preparado com manteiga, saiba
que a iguaria é a estrela do Mercure Maceió Pajuçara Hotel. Mas guarde espaço no estômago,
porque são mais de 100 itens no café da manhã. O pão de chocolate e a baquete também vêm
da França para integrar a seleção, além claro das tradições nordestinas no café. Av. Dr. Antônio
Gouveia, 627 – Pajuçara – Referência: Em frente a praça Multieventos na Pajuçara/ Tel: 82
2122-9500.

Sueca Comedoria – A cozinha comandada pela família Vergetti é uma das tradições alagoa-
nas. De sua cozinha saem peixadas, caruru, bobo de camarão, camarão no leite de coco, suru-
ru, carneiro, pernil suíno e muito mais. Para cada receita, legumes, vegetais e frutas orgânicas
que chegam direto da Fazenda para o restaurante da Pajuçara. O filhós é um doce singelo, de
origem portuguesa. São fritos, ficando crocantes por fora e macios por dentro. Para escoltar a
sobremesa, calda de açúcar. O doce alagoano é uma tradição nos dias de domingo. Restaurante
por quilo. Avenida Dr. Antônio Gouveia, 1103 – Pajuçara - abre para o almoço de segunda a
domingo - Telefone: 3327.0359 – Aceitam-se cartões.

Pizzaria
Piccola Villa - Na cozinha da Piccola Villa, comandada pelo chef Beto Macias, a massa da
pizza é feita com farinha italiana Zero-Zero que, quando preparada, parece elástica, a textura é
muito bacana e os recheios inusitados conquistam o paladar. A pizza de mozzarella, queijo brie,
geleia de pimenta e azeite trufado, é uma das vedetes da casa. Conheça também a Burrata Alla
Bologna, que é servida no pão artesanal, preparado com a mesma massa de pizza e coberto por
mozzarella de búfala, fatias de mortadelas, polvilhado com pistache, que dá crocância à iguaria.
Rua Jangadeiros Alagoanos, 1556 – Pajuçara/ Funciona de terça a sábado, das 19h até as 23h/
Domingo a partir das 18h30/ Telefone: (82) 98177-4040

Pizzaria Fornaria - Patacho, São Miguel dos Mila-


gres, Barra de São Miguel… Os nomes alagoanos,
que remetem às belas praias dos Litorais Sul e Norte
do nosso estado, são os sabores da Pizzaria Forna-
ria. O sabor de São Miguel dos Milagres, um dos lu-
gares do Litoral Norte mais badalados de Alagoas,
vem com tomate cereja, bolas de queijo de búfala,
manjericão, mussarela e pimenta calabresa levemen-
te picante no céu da boca. Rua Lessa de Azevedo, 48
– Pajuçara/ Funciona todos os dias das 18 até 0h30 - Telefone: 3327.8844

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 221
221
Botecos
Recanto do Caubi - Os pitus chegam no
Recanto do Caubi toda terça-feira, tem for-
necedor fiel da cidade de Pão de Açúcar, e os
crustáceos são preparados tradicionalmente
na água e sal para petiscar, ou com pirão para
almoçar. O tempero é sal e legumes, inclusive
o sal é bem leve, mas o molho de pimenta de
cheiro com cebola roxa, coentro e tomate, é
essencial. Detalhe: o pitú tem sempre, mas a
quantidade nem sempre é a mesma, nesse caso,
é bom consultar antes. No Caubi o cardápio é vasto com carneiro guisado com pirão, rabada...
Rua Senador Firmino Vasconcelos, 398 – Pajuçara/ Funciona de segunda a sábado, das 10 até
às 22h - Telefone: 98744.7753/ 98897.3090 – Aceita-se cartão.

Buchada do Galego – O restaurante oferece a tradicional buchada, apenas uma funcionária


trabalha exclusivamente ao preparo da iguaria, especialidade da casa. Depois de fazer o sarapa-
tel, ela recheia os buchinhos e supervisiona o cozimento que totaliza doze horas. Mas o lugar
tem outros quitutes, galinha ao molho molho pardo, carne macia, que vem envolvida em um
caldo aveludado, mas também carneiro, carne na cerveja, fígado, peixada... No Galego o buffet
é amplo e pode comer a vontade, saladas, feijão, arroz, macarrão, legumes cozidos, pirão...
R. Senador Firmino de Vasconcelos, 432 – Pajuçara / De Terça a domingo das 12h às 18h/
Telefone: (82) 99978-9852

Mergulho: Maceió é dona da orla urbana mais bonita do Brasil. Na cidade, tudo gira em torno
do mar, como caminhar, pedalar, pescar, nadar, navegar, e claro, mergulhar. Nesta ultima ação
é possível viver a experiência ímpar de fazer parte do mundo marítimo e ver as formações de
corais, os peixes... Enfim, a essência do mar, no corpo e na mente. Na Praia da Pajuçara este
sonho é possível com a empresa Let’sdive, uma escola e operadora de mergulho.

Piscina do Amor
Batismo de Mergulho: é ideal para quem não tem curso, mas deseja experimentar o mergulho
pela primeira vez. Antes de se jogar no mar, o aluno assiste a um vídeo para aprender as regras
do mergulho, faz uma aula com um instrutor em águas rasas e depois mergulha por 30 minutos
na Piscina do Amor, uma piscina natural escondida no coração da Pajuçara. A Piscina do Amor
é uma área de proteção ambiental e apenas empresas com autorização podem ir lá.

Curso de Mergulho: indicado para quem deseja aprender a mergulhar e se tornar um mer-
gulhador certificado. Esse curso pode ser realizado em apenas quatro dias, com uma aula na
piscina, uma aula teórica e quatro mergulhos. No final, o aluno receberá uma certificação in-
ternacional da PADI que o habilitada a mergulhar até 18 metros de profundidade em qualquer
lugar do mundo. Rua Jangadeiros Alagoanos, 645, Pajuçara/ Telefone: (82) 3316-5385 /info@
letsdive.com.br/ Instagram @letsdive

222 | | Maceió
222 Maceió | | 2018
2018
Hospedagem

Acqua Suítes
Endereço: Av. Doutor Antonio Gouveia, 817 - Pajuçara
Telefone: (82) 3026 8002
Site: www.acquasuites.com
Best Western Premier Maceió
Endereço: Av. Dr Antonio Gouveia, 925 – Pajuçara
Telefone: (82) 3023 8100
Site: www.bwpremiermaceio.com.br
Brisa Praia Hotel
Endereço: Av. Dr. Amtônio Gouveia,133 - Pajuçara
Telefone: (82) 2123 4800
Site: www.brisahoteis.com.br
Meridiano Hotel
Endereço: Av. Dr. Antônio Gouveia, 677 – Pajuçara
Telefone: (82) 3202 5001
Site: www.meridianohotel.com.br
Hotel Íbis Pajuçara
Endereço: Av..Dr. Antônio Gouveia , 277 - Pajuçara
Telefone: (82) 2121 6699
Site: www.accorhotels.com.br
Praia Hotel Sete Coqueiros
Endereço: Av. Dr. Antônio Gouveia, 1335 - Pajuçara
Telefone: (82) 2126 7777
Site: www.hotelsetecoqueiros.com.br
Pajuçara Hotel Express
Endereço: Av. Doutor Antonio Gouveia, 261 – Pajuçara
Telefone: (82) 3026 7500
Site: www.pajucaraexpress.com.br
Pajuçara Praia Hotel
Endereço: Av. Dr. Antonio Gouveia, 197 - Pajuçara
Telefone: (82) 4009 1000
Site: www.pajucarahotel.com.br
Praia Hotel Enseada
Endereço: Av. Dr. Antonio Gouveia, 171 - Pajuçara
Telefone: (82) 3231 4726
Site: www.hotelenseada.com.br
Verde Mar Hotel
Endereço: Av. Antônio Gouveia, 81 - Pajuçara
Telefone: (82) 2123 5700
Site: www.hotelverdemar.com.br

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 223
223
Rua Sá e Albuquerque, do velho bairro boêmio de Jaraguá

JARAGUÁ
Antigo reduto da boemia, o bairro reúne museus, arquitetura nos antigos galpões
de açúcar, atelier de artistas plásticos. Depois de caminhar pela história, o bairro que
tem a melhor previa carnavalesca de Maceió com blocos de frevos, bailes de fantasias,
também reúne relíquias da culinária de botecos e tradições imperdíveis.

224 | | Maceió
224 Maceió | | 2018
2018
Cozinha nordestina
Picuí - A costelinha de porco crocante e bem macia do Picuí é impossível de resistir. E ainda
vem na companhia de arroz de brócolis e rodelas de batata doce corada, casamento perfeito
ao paladar. Sua apresentação é linda, mas além da beleza e do sabor, a perfeição está na textura
da carne, tão macia que solta dos ossos. O criador desta obra de arte gastronômica é o chef
Wanderson Medeiros. Para adoçar a vida invista no sorvete caseiro de sabor suave feito com
rapadura e coberto com fios de mel de engenho. O restaurante é especializado em carne de sol
e com tradições da culinária paraibana. Picuí é da Associação dos Restaurantes da Boa Lem-
brança. Av. da Paz, 1140 Jaraguá, Maceió - Funciona de segunda a domingo das 11h30 às 17h
Telefone: 3223-8080/ 98881-0176 Telefone: (82) 3223-8080.

Cozinha regional
Mercado do Jaraguá - A feijoada é marca registrada dos quiosques do Mercado Público do
Jaraguá, e tem todo dia, de segunda a sábado, no topo da lista de pedidos. Mas no Mercado
também tem carneiro, carne de sol, galinha guisada, carne de panela, e vários quitutes da culi-
nária regional. Também tem o tradicional café da manhã com cuscuz ou macaxeira, café com
leite, pão e um tipo de carne guisada ou grelhada. No local tem vendas de doces caseiros e ar-
tesanato, como do artista Aquiles Escobar. Mercado Público do Jaraguá. Avenida Comendador
Leão, s/n- Jaraguá – Maceió/ De segunda-feira até sábado das 6hs às 15h. Domingo fecha/
Aceitam-se cartões

Boteco
Espaço Cultural Rosa Mossoró – O PF de Rosa Mossoró não tem mistério. É comida casei-
ra, farta e com tempero nordestino. No cardápio tem arroz, macarrão, salada, carne guisada,
carneiro, fígado acebolado, cozido, feijoada, cozido... Tudo na maior gostosura. Com o apoio
de artistas, ela transformou seu espaço em Galeria de Arte, com destaque para o painel de Lula
Nogueira e Gustavo Lima sobre o cotidiano do bairro histórico do Jaraguá. Rua Desembarga-
dor Paulo da Rocha Mendes, 181 – Jaraguá, (em frente a Praça Rayol) – Todos os dias aberto
das 9h até 21h/ Telefone:98836.6834

Tradições/ comida de rua


Quebra-Queixo - Na Rua Sá e Albuquerque, de segunda a sexta-feira, de 10h até 16h, encon-
tramos José Açucena da Silva. Um aposentado, que há mais de 20 anos faz e vende quebra-
-queixo na sombra do imponente prédio da Associação Comercial de Alagoas. Ele tem até uma
cadeira para os fregueses. Doceiro, faz a guloseima com açucar, coco ralado e depois adiciona
pedaços de amendoim e de coco. Segundo o alagoano, o segredo é acertar o ponto do doce
para não ficar mole ou não açucarar. O quebra-queixo é o doce mais tradicional do Nordeste.
Rua Sá e Albuquerque - De segunda à sexta-feira, a partir das 10 horas, entre o Banco do Brasil
e a Associação Comercial.

Lanchonete/Boteco
Seu Moacir - Com R$ 10,00, na lanchonete mais famosa da cidade, Caldilar, no bairro de Ja-
raguá, se come muito bem. Dá para comprar um cachorro quente de carne moída com salsicha

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 225
225
e um suco de laranja natural. O preço está em cartaz há seis anos, informa o proprietário, seu
Moacir, que há 50 anos comanda seu modesto empreendimento conhecido como “Cachorro
Quente de seu Moacir”.
O curioso é que o nome Caldilar nasceu depois que Moacir assistiu ao filme Candelabro, que
passou três meses em cartaz no saudoso cinema São Luiz (Centro da cidade). Ele gostou da mú-
sica “AL DI LA”, e assim nasceu o nome, uma mistura de caldo de cana com a música do filme.
Rua Barão de Jaraguá, 311 - Funciona de segunda a sexta-feira, das 7h30 até 17h30 e aos
sábados das 8 as 12h/– Telefone 3325.5395 /Não aceita cartão

Boteco
Como Naquele Tempo
Na vitrola, o disco de vinil toca os clássicos da cantora Maria Betânia. Assim é a rotina do
restaurante Como Naquele Tempo, onde a MPB é soberana, pois o chef Eugênio Rezende
adora música popular brasileira, a qual tem assento cativo em seu empreendimento, onde a
cozinha vem de sua mãe, com lembranças afetivas. De lá tem charque ao leite de coco, a galinha
ao molho pardo é escoltada pelo pirão de mulher parida, uma tradição da gastronomia nordes-
tina, bisteca de porco... Evidência para feijão caseiro com legumes, charque e calabresa, além de
legumes cozidos e salada crua.
Avenida Juca Nunes, 75, Jaraguá/ De segunda a sexta buffet sem balança das 11h até as 15h/
e aos sábados pratos à la carte de 11h30 as 15h. Telefone: (82) 99314-5337/ Aceita-se cartões

Boteco
Boteco do Uruguai é um lugar para compartilhar comidinhas do famoso “Campeon César
Piriz, o uruguaio” que foi morador de rua e virou empreendedor, ao lado de sua amada Angélica
Magalhães. No modesto empreendimento tem coxinha (coxão de galinha), espetinhos, empa-
nadas, camarão , bolinhos de batata doce com bacalhau, espetinhos de frango, carne, medalhão,
fígado, calabresa, coração, charque e moela. Todos vêm escoltados pela farofinha e vinagrete. O
molho de chimichurri, grande vedete do Boteco, acompanha os espetinhos. O grande sucesso
da casa é a coxinha de galinha com batata inglesa. Rua Melo Póvoas, 165, Jaraguá/ Funciona de
segunda à sexta, das 16 h às 0h/ Telefone:82 99153.8337/ Aceita-se cartões.

Casa de Show

Rex Bar Jazz:


Jazz e outros shows ao vivo, além de coquetéis, em espaço aconchegante com iluminação
baixa e tijolo aparente. Endereço: R. Sá e Albuquerque, 675 - Jaraguá, Maceió - Telefone: (82)
99330-2880

Orákulo Chopperia Maceió - Casa de shows diversos com foco em rock e reggae com pe-
tiscos e cervejas e clima descontraído. Praça Rayol 717 | Jaraguá, Maceió, Alagoas/ Telefone:
(82)33267616

226 | | Maceió
226 Maceió | | 2018
2018
Vista geral da parte alta de Maceió

FAROL
O Farol é o clássico bairro da parte alta, com a cidade a seus pés. Tem vista espe-
tacular de toda a orla e locais acolhedores. É mais recatado, mais tradicional, olhando
para vários pontos de Maceió e guarda alguns segredos culinários de dar água na boca.
Enfim, é a transição entre a Capital de outrora, conservadora, e a atual, moderna e ante-
nada, dos bairros que ocuparam o litoral belíssimo e cheio de curvas sensuais.

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 227
227
Cozinha mediterrânea

Café Manollo
Quem mora nas alturas de Maceió tem o privilégio, diário, de flertar a cidade iluminada. Mas
nem sempre precisa ter residência fixa para ter esse encontro com as luzes. Com um quintal
decorado com mini lâmpadas, formando um varal de pequenas estrelas, o charmoso Café Ma-
nollo, do chef Manoel Araújo, é instigante. Com sabores da culinária tradicional da Espanha,
como a paella, até a contemporaneidade das berinjelas fritas com fios mel de engenho e flor de
sal, o espaço é indicado para dois.
Av. Aristeu de Andrade, n° 546, Farol/ Telefone: (82) 3027-1546/ Funciona de quarta a do-
mingo, a partir das 19h às 0h

Palato
O bairro do Farol abriga o Palato, um centro de experiência em compras, que reúne no
mesmo prédio ambientes diferenciados com pratos exclusivos em seus restaurantes. No espaço
cafeteria oferece saladas, sanduíches, massas, grelhados e sobremesas, além de uma carta de
vinhos com mais de dois mil rótulos ao preço de loja. O Palato Sushi faz a fusão da tradicional
gastronomia japonesa. O Palato Foods conta com uma grande variedade alimentos saudáveis,
aberto para todas as refeições no sistema buffet a quilo. Já o Palato Pizza traz sabores inovado-
res e tradicionais, com pizzas feitas na hora, no forno a lenha, nas versões fatias, média e grande.
No Palato Ponta Verde você encontra a cafeteria e o Sushi. Av. Fernandes Lima, 548 – Farol.
Funciona todos os dias / Café da manhã das 7h às 10h30/ Almoço das 12h às 15h/ Palato
Pizza18h às 22h/ www.palato.com.br/restaurantes

228 | | Maceió
228 Maceió | | 2018
2018
Cozinha contemporânea
Toscana Vinho e Café, da chef Letícia Bentes, é uma casa charmosa que une loja de impor-
tados e restaurante de cozinha contemporânea. Nas sextas-feiras tem o almoço executivo com
entrada, prato principal e sobremesa. Mas o cardápio sempre muda. Destaque para os frutos do
mar, como o camarão crocante com arroz negro e molho de alecrim com um toque adocicado.
O lugar é indicado para os apaixonados. Avenida Rotary, 300 B / Funciona: terça a sábado das
12h às 0h/ domingo até as 16h / (82) 3436-9002

Farol
Bar do Lula - Chambaril é a perola do Bar do Lula, um dos mais afamados de Maceió, loca-
lizado no Farol (atrás do Cepa), com muitas históricas para contar na mesa de bar. O estabe-
lecimento simples tem mais de 40 anos e não muda, o sabor do chambaril mantém o mesmo
padrão de qualidade. A iguaria nunca perde sua majestade, líder de vendas. A iguaria é preparado
com ossobuco com o delicioso tutano, que nada mais é do que o músculo bovino, a perna do
boi. Segundo a mestra Quitéria (esposa do Lula), a carne é cozida com os temperos tradicionais,
cominho e pimenta do reino sem exageros, e uma fartura de legumes (abóbora, batata, chuchu e
cenoura). E o clássico pirão, de lamber os beiços. Travessa Almirante Barroso – Farol (atrás do
Cepa) – Maceió/ Funciona de Segunda à quinta das 10h às 16h; nas sextas, até 22h; sábado às
18h. Domingo fecha. / Telefone: 3241-8903/ Aceita-sem cartões.

Passaporte Gaúcho - Milton Braun (in memoriam), gaúcho da cidade de Bom Retiro Sul, ao
lado de sua amada Laci, escolheu Maceió para viver e empreender. Graças ao Milton, ganhamos
o sanduíche “Passaporte”. A tradição alagoana era do sanduíche de carne moída com batata
inglesa, a inovação principal ficou por conta do acréscimo da salsicha, sem contar com a afirma-
ção do pão seda e a fantástica maionese. História dos meados dos anos 70, permanece viva até
os dias atuais e com 25 sabores, como o de frango desfiado, ervilha, maionese e queijo ralado.
Avenida Santa Rita, Farol (Praça do Centenário)/ Funciona das 18h às 0h/ domingo a quinta/
sexta e sábado até 03h/ Telefone: 3336-6147/ Aceitam-se cartões.

Boteco
Bar do Cação - O caldinho de camarão
é convidativo no Bar do Cação. O caldo
do crustáceo é substancioso, cremoso e,
o mais importante, a quantidade do leite
de coco é na medida, nada de excessos,
conferindo ótimo sabor. Também pro-
ve o moderno pastel de tilápia, o tradi-
cional peixe cação no leite de coco, e o
camarão, também temperado no leite de
coco natural. Rua Ten. Antônio Oliveira,
n 43- Farol/ Funciona de terça-feira a
domingo das 11h às 23h/ telefone: (82)
3351.6333 – Aceitam- se cartões

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 229
229
Santo Eduardo
Botecos/churrasco

Bar do Ferreira - No bairro de Santo Eduardo, o mestre churrasqueiro, Seu Ferreira, ga-
rante o sucesso do seu modesto estabelecimento. Da churrasqueira instalada na frente do
boteco, a carne mais famosa é a de boi maturada, que vem escoltada pela macaxeira cozida
(sempre macia), farofa e vinagrete – para completar, a manteiga de garrafa. Rua Cel. Adalto
Gomes Barbosa, 595 – Conjunto Santo Eduardo, Poço/ Funciona de segunda a sábado das
17h30 até as 23h/ Telefone: (82) 99121.2149/ Não aceita cartão. Kebrakama - O charque
na brasa do Kebrakama é o tal. A carne seca desfia com o garfo. Mas fique ligado: o charque
na brasa tem horário certo: de terça a quinta, a partir das 18h, e de sexta a domingo, a partir
de meio dia. Também experimente a guloseima batizada de KebraKama, osso do patinho
cozido com feijão, que fez tanto sucesso que acabou dando nome ao bar. Rua José Pinto de
Barros, 298 – Conjunto Santo Eduardo, Poço/ Funciona de segunda das 11h até as14h/ de
terça a domingo, das 11h até a 0h. – Telefone: 3357.4291/ Não aceita cartão

Gelada ou Natural - Amaro Vi-


riato de Lima, alagoano de Mara-
gogi, mantém a tradição do char-
que na brasa, celebridade do Bar
Gelado e Natural, no Poço. Carne
em lâminas finas, macia e com sua
devida gordura. Na versão meia
porção, o prato se faz acompanhar
de arroz, macarrão e feijão casei-
ro com pedaços de charque. De-
talhe: duas pessoas comem bem
nessa opção “meeira”. Rua Pedro
Américo, 351 – Poço – Funciona
de segunda a sábado, das 8 as 20
horas. Domingo é fechado/ Telefone: (82) 99351.4248/ Aceitam-se cartões.

Cozinha regional
Budega do Macaxeira - Carneiro danado de bom é aquele que nem precisa de faca para
cortar. Ele desfia com garfo ou colher e, de tão macio, desmancha no céu da boca. A carne
do bichinho mais amado do Nordeste brasileiro é temperada com legumes, sal e pimenta
para completar a proteína tem macaxeira cozida, farofa, vinagrete e manteiga de garrafa. O
clássico da culinária nordestina tem seu estrelato no Budega do Macaxeira. Rua Sargento Al-
berto Melo Costa – Nº44 – Santo Eduardo – Funciona todos os dias, das 17 até as 23h30/
Domingo das 11h30 às0h/ Telefone: (82) 3028-1510/ Aceitam-se cartões.

230 | | Maceió
230 Maceió | | 2018
2018
Mercado do Artesanato

No Centro da capital o Mercado do Artesanato também é parada obrigatória. Neste merca-


do, é possível encontrar trabalhos em couro, madeira, barro, renda, bordado, palha, cerâmi-
ca, entre outros. Também há a possibilidade de encontrar o artesão elaborando sua arte, a
exemplo do Arlindo Monteiro escultor de palitos de fósforo que transforma os palitos em
santos, folguedos, pássaros, melhor lembrança de Maceió. R. Melo Morais, 617 - Levada,
Maceió – Abre todos os dias das Horário: De segunda a sábado, das 7 às 17 h/ Domingo,
das 7 às 12h/ Telefone: (82) 3315-4774

Botecos

Boteco do Tonho
Tonho, famoso sergipano, mas alagoano de coração, está sempre inventando na cozinha
de seu boteco. O cardápio está sempre atualizado, mas seja para petisco ou almoço, as cos-
telinhas de porco nunca perderam a majestade. Sempre gordinhas, apenas temperadas no
sal e grelhadas no forno, são divinas e maravilhosas. Mas a casa também oferece a tilápia
recheada com farofa de camarão, outra estrela do Boteco do Tonho. E não deixe de provar
suas famosas hóstias de parmesão, indicadas para início do árduo trabalho de comer bem.
Rua Manoel Lourenço, 248 – Ponta Grossa/ Funciona de quarta à segunda, das 11h às 16h/
Sexta e sábado, a partir das 18h– Fecha na terça. Telefone: (82) 988694330/ 3221-6209/
Aceitam-se cartões.

Bar do Pelado

O siri de coral é uma exclusividade ala-


goana. Pescado nas lagoas, o bichinho do
mangue é muito bom. No Bar do Pelado
ele é chique e delicioso. No caldinho de
siri de coral, vem um crustáceo partido ao
meio e farto de coral, com sal e o leite de
coco discretos. Na lista de caldinhos, ainda
tem o Patrimônio Imaterial de Alagoas: su-
ruru de capote (no casco), no leite de coco.
Uma benção! Já a carne de sol suína, mere- Sururu de capote, tradição do Bar do Pelado
ce toda atenção. Preparada na chapa, com
uma lapa de queijo coalho, é acompanhada
por farofa de matuta, preparada com água quente, farinha de mandioca, cebola roxa e coen-
tro. Melhor impossível. Rua Manoel Lourenço, 44, Ponta Grossa/ Funciona de terça-feira
a domingo, feriado, das 10h às 18h, 3221.4743/ Aceitam- se cartões.

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 231
231
Birosca Brasil
Os melhores camarões (Barba Roxa) crocantes são do Birosca Brasil (também conhecido
como Peixada do Carlos). Fritos com casca, também são servidos com as cabeças, de onde
são apenas retiradas as antenas. O tempero é sal com uma leve camada de farinha. Fica
bem crocante e é impossível comer apenas um. A porção de um quilo é bem generosa. E o
pirão... Minha Nossa Senhora dos Prazeres, é de comer rezando. A guloseima é preparada
com o caldo da cabeça do peixe, ova, e vem com pedaços do dito cujo. O lugar é simples,
mas, para saborear os camarões, só com reserva. Já a peixada que segue o padrão de fartura
e gostosura, é bem alagoana. R. Santos Dumont, 34 - Ponta Grossa, Maceió – Funciona
para almoço de terça a domingo, das 12h às 15h/ Telefone: 98727.7566/ Não aceita cartão.

Bebedouro
Boteco

Bar do Rogildo
O pirão feito com leite de coco natural e com caldo do peixe arabaiana - preparado por Síl-
via dos Santos, a chef do Bar do Rogildo e sus esposa, é uma glória. E ela pode se vangloriar
à vontade, pois é mestra na quantidade certa do leite de coco para não encobrir o sabor do
peixe, nem ficar pesado e enjoativo. Quem reina soberano é o Camarão do Rogildo. Quem
gosta de lugares simples, com melhor custo/benefício e sabor de qualidade, pode ir até lá.
O empreendimento é múltiplo, pois abriga também a Mercearia do Rogildo. Rua Augusto
Barreto, nº 90, Bebedouro/ Funciona de terça a domingo, das 10 às 18 horas – Não aceita
cartão. Telefone: 3358.6327

232 | | Maceió
232 Maceió | | 2018
2018
Passeio

Clássicos da Orla

Na orla urbana de Maceió, da Jatiúca a Pajuçara, tradicionalmente os alagoanos amam ca-


minhar, pedalar e, claro, beber água de coco e sucos, saboreando tapiocas, picolés de fru-
tas da empresa alagoana Fika Frio,
em especial o de tapioca e milho
verde, doces lembranças das festas
juninas.
A tapioca, da tradicional com coco
ralado aos sabores doces, está pre-
sente em toda cidade, na orla, nos
meios de hospedagens, nos bair-
ros e nos lares.
Na Praia da Jatiúca, os pescadores
sempre jogam a rede fazendo o es-
petáculo da pesca artesanal; além
das atividades esportivas, vôlei de
praia, jogo de bola e academias
ao livre. Enfim, além de lindas, as
praias são espaços de convivência social.

Aventura no céu
Voo alagoano– Para quem ama o paraquedismo pode conhecer Maceió com muita emoção.
A empresa SkyDive promove o salto nas praias de Maceió (Ponta Verde, Pajuçara, Guaxu-
ma) e também Barra de Santo Antônio, São Miguel dos Milagres, Marechal Deodoro (Praia
do Francês) e Roteiro (Praia do Gunga). Qualquer pessoa a partir de 14 anos de idade e até
95 quilos, está habilitado a realizar o salto acompanhado de um paraquedista profissional
que realiza toda operação. São 33500 km e 30 segundos de queda livre com 7 minutos de na-
vegação até o pouso. Tendo duas opções, decolar e pousar no Aeroclube de Maceió, ou de-
colar no Aeroclube e pousar na praia desejada. O voo além da sensação da liberdade, aprecia
a beleza alagoana do céu, com certeza lembrança para vida toda. Telefone: (82) 993172346

O Parque Municipal de Maceió, localizado no bairro de Bebedouro, é uma ótima opção para
lazer, se conectar com a natureza, fazer um piquenique com a família e os amigos, praticar
exercícios físicos e viver uma experiência única de bem estar. O parque possui cinco trilhas
acessíveis: Trilha Cidadã, Trilha da Aventura, Trilha da Paz, Trilha do Pau Brasil e Trilha do
Jacaré. Durante a visita é possível encontrar algumas espécies de animais como: jacarés-de-
-papo-amarelo, frangos d’água, tatus bola, cágados de barbicha, preguiças, saguis, gaviões
falcões, corujas, raposas, tamanduás mirim e cobras.
Para fazer a visita é preciso agendar com antecedência, de terça-feira a domingo, das 8h às

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 233
233
17h. Para visitas monitoradas ou em grupo o agendamento é feito pelo e-mail: agendapar-
quemunicipal@gmail.com. R. Marquês de Abrantes, s/n - Bebedouro, Maceió Telefone 82
9880-1365 / 3358-6232.

Mirante de São Gonçalo

Está localizado no bairro do Farol, em suas proximidades possui uma feira de artesana-
to e uma praça. Este mirante é o mais popular e onde recebe muitos turistas na cidade.
Dispõe uma paisagem espetacular das praias de Pajuçara, Avenida da Paz e Ponta Verde.
É também possível visualizar o Porto de Maceió e toda extensão da costa que vai até o
Pontal da Barra.

Mirante de Santa Terezinha


Mirante de Santa Terezinha, no bairro do Farol, foi revitalizado com novas cores e traços
que chegaram para complementar a vista privilegiada de pontos marcantes da capital, como
a Lagoa Mundaú e as históricas construções do Centro da cidade. No Santa Terezinha, a
intervenção é fruto da adoção firmada pelo Atelier Ana Maia em parceria com a Prefeitura
de Maceió. A arquiteta, designer e artista plástica Ana Maia abriu seu atelier em frente ao
Mirante. Para ela, trata-se de “uma das áreas mais nobres de Maceió, um dos mirantes mais
bonitos”.

Mirante Senador Rui Palmeira (Mirante de Bebedouro)


Situado no bairro do bebedouro, a cerca de 12km da ponta verde. Possui uma vista encanta-
dora da bela Lagoa do Mundaú, é possível também visualizar a a cidade ao fundo, na região
do Trapiche e Pontal.

234 | | Maceió
234 Maceió | | 2018
2018
CONHECER
CÁRMEN LÚCIA DANTAS

Roteiro Cultural

Teatro Deodoro

Maceió é privilegiada pela vasta extensão litorânea e lagunar em uma topografia ondulada,
que divide a cidade em três planos: Praia, Centro e Farol. A facilidade da comunicação pelas
águas favoreceu seu desenvolvimento, chegando à Vila em 1816 e a capital da Província duas
décadas depois. A via férrea, em 1864, abriu outra frente de fluxo comercial e social chegando
ao interior.
Jaraguá foi a porta de idas e vindas. O escoamento dos produtos locais e o desembarque das
últimas novidades das metrópoles passavam pelo seu porto. Não eram só objetos, alimentos e
maquinário que chegavam. Também usos e costumes de povos distantes. No começo do sécu-
lo passado Maceió negociava diretamente com países europeus e americanos. Estrangeiros de
várias nacionalidades estabeleceram-se no bairro como comerciantes.
A destinação portuária logo definiu o partido arquitetônico do bairro. Com a exportação
do açúcar e do algodão, em grande escala, no século XIX, vários armazéns foram construídos
e passaram a determinar a paisagem urbana. Estes armazéns eram conhecidos por trapiches.

Maceió | 2018 | 235


À medida que o movimento portuário crescia, a alegria da noite chegava às ruas e acolhia
a juventude boemia e seus frequentadores anônimos ou famosos. Apesar de ter passado por
mudanças sociais, o bairro continua receptivo aos aficionados da noite. Praças, becos, vielas,
sobrados antigos, armazéns e o cheiro de mar impregnando tudo fazem parte de uma memória
que o tempo e a literatura têm se encarregado de preservar.
Embora o conjunto arquitetônico tenha sofrido muitas descaracterizações, é inegável a ca-
pacidade de resistência da sua fisionomia. Não é por acaso que o bairro concentra o mais ho-
mogêneo conjunto de monumentos de um mesmo período. Quando da sua recuperação para
fins turísticos, apesar do projeto não ter gerado os frutos desejados, Jaraguá passou a sediar,
com sucesso, o pré-carnaval de Maceió.
Filhos Ilustres – Marechal Floriano Peixoto, segundo Presidente do Brasil, nasceu no distri-
to de Ipioca, em 1839 e morreu no Rio de Janeiro, em 1895. Foi denominado o Consolidador
da República. Nise Magalhães da Silveira – nasceu em 1905 e morreu no Rio de Janeiro, em
1999. Médica, destacou-se pelo seu trabalho em prol da humanização dos manicômios. Criou o
Museu do Inconsciente, em Engenho de Dentro – RJ, em 1946.
Patrimônio – Igrejas - Catedral de N. S. dos Pra-
zeres – Inaugurada em 31 de dezembro de 1859, com
a presença de D. Pedro II e da Imperatriz Tereza
Cristina, acredita-se que o projeto seja de autoria de
Grandjan de Montigny, membro da Missão Artística
Francesa de 1817. Recebeu o título de Catedral, em
1900. Em seu aspecto externo, o monumento preser-
va as características básicas das construções do século
XIX, com frontão triangular, detalhes neoclássicos e
alta escadaria. Igreja de N. S. do Rosário – Na Rua
João Pessoa, com apenas uma torre sineira, segue a
tradição das igrejas sob o padroado de N. S. do Rosá-
rio. Foi edificada no século XIX para atender à prática
religiosa de pessoas negras.
Igreja do Livramento – Na Rua Senador Mendon-
ça, no Centro, teve sua construção iniciada no século
XIX. Sofreu várias interrupções e só foi concluída no
inicio do século passado. Tem em sua torre um sino
da oficina de Coruripe. Igreja de Bom Jesus dos Martí-
rios – Em frente ao Palácio Floriano Peixoto, compõe,
com a antiga Intendência, a Fundação Pierre Chalita e algumas casas e sobrados do século
XIX, um dos mais expressivos conjuntos arquitetônicos que a cidade preserva. Toda a fachada
é revestida com azulejos portugueses e sua feição eclética tem frontão neoclássico ladeado por
torres com coroamento espiralado. No altar-mor, permanece a imagem original do padroeiro, o
Bom Jesus. A Igreja teve sua escadaria e seu interior modificados na década de 1970. São Gon-
çalo do Amaranto – A particularidade dessa Igreja é que a princípio era um paiol de pólvora. Na
reforma, ganhou um frontão, uma torre sineira e um altar. Pequena e proporcional, destaca-se
pelo equilíbrio e singeleza de suas linhas. Compõe com o Mirante Rosalvo Ribeiro, (pintor ala-

236 | Maceió | 2018


goano do século XIX) no Bairro do Farol, um dos pontos turísticos com a mais bela vista para
o mar. Igreja de N. S. da Guia – No Bairro do Trapiche, esta Igreja foi edificada nos primórdios
da povoação, sendo o Bairro, na época, entreposto de mercadoria que vinha do interior por via
lacustre. Sua arquitetura simples é
um bom exemplar do estilo nor-
destino de arquitetura colonial.
Igreja de Nossa Senhora do Ó
– No alto de Ipioca está a Igreja
de N. S. do Ó, um belo exemplar
do século XVIII, com fachada de
frontão recordado e delicada de-
coração de elementos barrocos.
Museus – Casa do Patrimônio
– A sede do Iphan, na Rua Sá e
Albuquerque, expõe uma cole-
ção de arte popular intitulada A
Invenção da Terra, que se desta- Museu da Cultura
ca pela variedade de seu acervo,
com peças de vários estados e predominância da arte de Alagoas. Este acervo foi reunido pela
conhecida artista plástica Tânia de Maya Pedrosa e cedido ao Iphan-Al. Associação Comer-
cial de Maceió – Na Rua Sá e Albuquerque, o prédio foi inaugurado em 1928. Altas colunas,
escadaria de mármore e frontão triangular caracterizam sua fachada. O salão nobre mantém
a pintura original de José Paulino de Albuquerque Lins, artista alagoano, representando cenas
campestres. Monumental nas proporções, é o mais emblemático registro do apogeu econômico
do bairro. Em seu interior tem uma escultura do deus Mercúrio e o Museu do Comércio, com
peças ligadas ao comércio, à história do prédio e da própria Associação. Museu da Imagem e do
Som - O prédio, construído para sede do Consulado Provincial, no século XIX, é hoje a sede
do Museu da Imagem e do Som, na Rua Sá e Albuquerque. Entre suas coleções de fotografias
antigas destacam-se: Maceió de Outrora, Espetáculos Teatrais, Vultos Históricos, Alagoanos
Ilustres, Cidades Alagoanas do Século XIX e Vida Social em Maceió. Além das fotos, vasta
coleção de LPs e publicações enriquecem seu acervo. Museu Théo Brandão da Universidade
Federal de Alagoas – É instalado em prédio de arquitetura eclética da primeira metade do século
passado. Théo Brandão, seu patrono, foi o maior folclorista alagoano. Ele doou à Instituição
sua coleção de arte popular composta de peças nordestinas, principalmente alagoanas. Além do
vasto acervo museológico, possui um arquivo audiovisual e documental com discos e filmes de
antigas manifestações da cultura alagoana. Outro ponto que privilegia o Museu é o fato de o
prédio estar localizado na Avenida da Paz, ponto obrigatório de passagem de todos que visitam
a cidade. A Avenida compõe o pretendido corredor da cultura que tem início em Jaraguá e segue
até o Centro. Também liga a área urbana ao litoral sul, onde estão as mais belas praias do estado.
Pinacoteca Universitária - Na Praça Visconde de Sinimbu está a Pinacoteca da Ufal, ocupando
um prédio de arquitetura moderna, que concentra a ação cultural da Universidade, no Centro
da cidade. Suas exposições, palestras e eventos em geral têm como foco os movimentos van-
guardistas, selo que lhe imprime uma identidade própria. Exposições memoráveis passam por

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 237
237
seu circuito, trazendo novas propostas e abrindo o entendimento da comunidade a arte livre e
universal. Museu do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas – Na Rua João Pessoa, criado
em 1869, o Ihgal é a mais antiga instituição, do gênero, em Alagoas, e dos primeiros Institutos
do país a preservar a memória história e a geográfica dos estados. Seu Museu tem importantes
coleções como: a Coleção Perseverança que reúne peças ritualísticas de raiz africana, as cole-
ções arqueológicas: Jonas Montenegro e Mário Marroquim, além da Etnográfica Indígena, da
máscara mortuária de Lampião, o Rei do Cangaço, e objetos de seu uso, religiosidade popular,
mobiliário, porcelana, pinturas a óleo etc. Fundação Pierre Chalita - O prédio é um dos poucos
remanescentes de arquitetura residencial no centro da cidade. Situa-se na Praça dos Martírios,
esquina de acesso ao tradicional bairro de Bebedouro. O acervo reúne peças doadas pelo seu
patrono, o colecionador e artista plástico Pierre Chalita. São peças de arte sacra, mobiliário,
pintura histórica, objetos de artes decorativas dos séculos XVIII e XIX, além de uma pina-
coteca com obras de artistas nacionais e alagoanos. Entre os alagoanos, preserva trabalhos
de Lourenço Peixoto, o mestre do paralelismo,
que deixou seu nome marcado no movimento
da Arte Nova, em Alagoas, ocorrido no ano de
1928. Chalita também doou à Fundação quadros
de sua autoria que permitem uma leitura do tra-
jeto percorrido nas duas séries de seu trabalho:
a do Baile e a do Paraíso. Museu do Palácio Flo-
riano Peixoto - O prédio foi projetado para ser
Palácio do Governo pelo arquiteto italiano Luigi
Lucarini, e inaugurado em 1902, totalmente mo-
biliado, passando a ser o monumento referencial
da expansão urbana do Centro de Maceió. Entre
as peças antigas que preserva destaca-se a cole-
ção de quadros do pintor Rosalvo Ribeiro, doada
ao Estado em agradecimento ao custeio de seus
estudos, em Paris, no período de 1888 a 1891.
O Palácio foi ocupado como Museu depois da
edificação do Palácio Zumbi dos Palmares, em
Igreja dos Martírios 2006, que passou a ser a nova sede do Governo
do Estado.
Teatro e Biblioteca - O Teatro Deodoro é mais um monumento projetado pelo italiano
Luigi Lucarini, no início do século XX. Sua fachada tem a elegância de um neoclássico tardio
com elementos ecléticos, conforme a arquitetura que predominava na cidade, nos fins do século
XIX. Sobre os frontões, estátuas de louça representam as musas inspiradoras das artes. Além da
ala do teatro, a Casa tem um belo salão nobre com pinturas decorativas nas paredes e mobiliário
elegante. Ao lado, o Teatro de Arena e o Centro de Belas Artes que mantém atividades culturais
permanentes. Biblioteca – Instalada no antigo Palácio do Barão de Jaraguá, a Biblioteca Pública
da Alagoas tem uma das mais completas coleções de livros de autores alagoanos. O prédio é
uma construção da primeira metade do século XIX e um dos melhores monumentos antigos
de arquitetura residencial do estado, composto por três pavimentos, tendo no telhado um mi-

238 | | Maceió
238 Maceió | | 2018
2018
rante que é visto em sua fachada. Passou a ser denominado de Palácio, a partir de 1859, quando
hospedou D. Pedro II e Dona Tereza Cristina.
Memoriais - Saindo de Jaraguá em direção à Praia da Pajuçara está o Memorial Teotônio
Vilela, projeto de Oscar Niemeyer, reunindo objetos pessoas e contando a história de vida de
seu patrono. O senador alagoano Teotônio Vilela tornou-se uma personalidade nacional em
sua campanha pela redemocratização do país, após o Golpe de 1964. Se o percurso for em
direção ao Centro, encontra-se o Memorial à República, projetado pelo arquiteto alagoano Alex
Barbosa. Em linha horizontal, o monumento traz em seu mirante duas grandes esculturas, em
bronze, dos primeiros Presidentes da República do Brasil, Deodoro da Fonseca e Floriano
Peixoto, ambos alagoanos.
Arte Popular – Merece destaque na Praia da Pajuçara a escultura da Sereia, autoria do mestre
Zezinho, de Arapiraca, pela sua graça e concepção popular que atrai a atenção dos passantes
pelo seu ar, ao mesmo tempo, maroto e ingênuo. A Sereia é uma escultura de 2017 e sua inau-
guração na Pajuçara foi parte das comemora-
ções dos 200 Anos de Alagoas. Vale informar
que a conhecida música Minha Sereia, do ala-
goano Carlos Moura, interpretada também
pelo outro alagoano Djavan é uma homena-
gem a Maceió.
Artesanato - o Trapiche da Barra é o
porto seguro da renda filé, artesanato mais
tradicional de Alagoas. O bairro é abençoa-
do por Nossa Senhora da Guia, sua devoção
mais antiga, cultuada na igrejinha de igual
nome. Para lá converge todo o fluxo turístico
interessado na aquisição do artesanato. Tam-
bém nas praias de Pajuçara e de Ponta Verde
existem pontos de venda organizados. Já no
Mercado do Artesanato, junto ao Mercado da
Produção, no Centro, a quantidade de artesa-
nato é grande e sua exposição se mistura com
o ambiente natural das feiras públicas.
O filé não depende do risco ou debuxo para ser tecido. O preenchimento da rede é feito de
memória, com os pontos comuns à comunidade. No Pontal, os mais conhecidos são: jasmim,
bom-gosto, olho-de-pombo, tecido, barafunda, três marias, besouro, rosa, girassol, palhinha,
quadrado aberto, quadrado cheio e aranha. Tecem os fios com a destreza de quem tem o do-
mínio técnico acumulado desde a infância. Muitas preferem trabalhar em grupo, dividindo as
tarefas. Com isso, a consciência associativa vem se fortalecendo entre elas e as peças ganharam
um melhor padrão de qualidade. Além de gostarem do trabalho, as artesãs melhoram a renda
familiar e revigoram a autoestima pela contribuição que estão prestando à preservação de um
artesanato que, além de belo, é muito importante como símbolo de identidade cultural e social,
não só de Maceió, mas de toda Alagoas.

Maceió | 2018 | 239


HISTÓRIA
DOUGLAS APRATTO TENÓRIO

Maceió, paraíso das águas

MACEIÓ
Maceió é a capital do “país dos alagoanos”, porto e porta das Alagoas, dizia o inesquecível
bardo Lêdo Ivo. Após alcançar sua autonomia em 1815, disputou com cerca de oito vilas a pri-
mazia der ser a sede do novo governo provincial, criado por D. João VI, em decreto real de 16
de setembro de 1817. A competição foi renhida, quatro eram marítimas, Maceió, Poxim, Porto
Calvo e Porto de Pedras. Uma era lacustre e ganhou a contenda, Alagoas do Sul, sendo capital
por mais de 20 anos, outra era fluvial, Penedo, a mais séria concorrente e duas mediterrâneas,
Anadia e Atalaia. Maceió não desistiu, como fizeram as outras, e finalmente substituiu Alagoas
do Sul, ainda na era imperial, em 1839, consolidando sua posição e ganhando definitivamente
a questão, até os dias de hoje.

240 | Maceió | 2018


Há várias Maceió a conhecer. A Maceió indígena, dos seus antigos habitantes, a Maceió
negra, com sua população imensa de afrodescendentes, a Maceió portuguesa com seus templos
e hábitos do colonizador que impôs sua cultura, mas não conseguiu erradicar as duas outras
anteriores. A Maceió colonial, a imperial, a republicana, a moderna, a contemporânea. A Maceió
rural, pois é, ainda há uma urbe rural e uma Maceió ultra urbana e conectada com as conquistas
mais avançadas do mundo do século XXI. Uma cidade que tem também uma grande divisão
social. Da mesma forma que encontramos uma Miami ou uma Lisboa verde e amarela, temos
uma Calcutá e uma Serra Leoa maceioense, numa cidade fraturada com todas as suas dificul-
dades e misérias. Uma viagem por Maceió é um itinerário fascinante que o viajante jamais vai
conhecer de uma só vez. São várias cidades dentro de uma só, litorânea com belíssimas praias,
outra lagunar e periférica, com um caldeirão cultural inimaginável, o planalto do Jacutinga, a
urbe agrária do Rio Novo ou de Saúde. Para começar um passeio de trem que vai de Jaraguá até
Fernão Velho, conhecendo nossa história ferroviária e lugares que ninguém imagina, um pas-
seio de jangada para saber a tecnologia da jangada de nossos avós tupis ou uma visita aos seus
prédios históricos na cidade. São tantas atrações históricas sobre a vida e a trajetória da cidade,
sobre momentos memoráveis da história alagoana, de seus vultos principais, que o visitante
com toda certeza vai voltar muitas vezes mais.

Maceió

Massayó era o nome de engenho der açúcar do se originou a cidade. Antes disso, havia nas
imediações do porto natural de Jaraguá um grande movimento dos nativos caetés com os fran-
ceses, que faziam a exploração do pau brasil e escoavam o produto tirado das matas vizinhas
as praias, produto que era uma comoditie de muito valor no mercado europeu. É possível que
antes da descoberta pelos portugueses o litoral alagoano já fosse conhecido por eles. Entende-
mos, mas não concordamos com um conceituado historiador ao dizer que “nasceu espúrias a
cidade num pátio de um engenho colonial”, pois ao terminar o século XVIII a metrópole de
hoje era apenas a casa grande e a senzala de um engenho banguê, no local onde se encontra hoje
o prédio do Tesouro provincial, atual Praça D. Pedro II. E no lugar onde se encontra a catedral
havia capelinha do mesmo engenho, dedicada a São Gonçalo.
Foi exatamente após o fim da guerra dos holandeses, que teve início o primeiro povoado
que formou Maceió, através desse engenho que tomou emprestado o nome indígena dado ao
território de restingam, cheio de alagadiços. Ali com o pequeno conjunto agroindustrial, de
nome nativo, nasceria uma modesta povoação sem mim redor, célula mãe da futura capital.
O nome do pequeno, mas robusto riacho que banhava o sítio maceioense, era chamado pelos
índios que habitavam o lugar era Massayó ou Maçay-ok, ou seja, “o que tapa o alagadiço”, ex-
plicação sobre a restinga onde os nossos avós caetés viviam desde muitas eras. O riacho é hoje
o nosso Salgadinho, com águas límpidas e largura bem maior, nada semelhante ás do poluído e
quase inexistente regato de hoje.
Os capitães reais Apolinário Padilha e Gonçalo de Cerqueira que não tomaram posse da
sesmaria que ganharam da Corte, entre as vilas Madalena e Porto Calvo, preferiram instalar-se
na área que foi doada a Manoel Antônio Duro, aquele da famosa casa de telhas de Jaraguá,
empório de pau brasil e madeiras. Padilha pagou por conta dos foros da nova propriedade. Ele

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 241
241
e sua mulher estabeleceram o patrimônio de Nossa Senhora dos Prazeres, nova invocação que
substituiu a da antiga capelinha de São Gonçalo do Amarante, santo de devoção de muito pres-
tígio entre os portugueses. O culto à Nossa Senhora dos Prazeres foi muito intenso durante a
Guerra do Açúcar, durante a dominação holandesa. E chegou aqui trazida por um franciscano
que veio de Pernambuco. E foi importante em várias vitórias das forças portuguesas contra os
invasores. Diariamente os moradores da pequena povoação e o franciscano depositavam flores
em seu altar. E ela tornou-se padroeira da nascente urbe.
O modesto povoado evoluiu para uma pequena vila, constituída por um conjunto de ruelas
e habitações rústicas, com luxuriante cobertura vegetal, cheia de pequenas cascatas como a que
descia do casarão onde funciona atualmente a Unidade IV do Centro Universitário Cesmac. O
engenho e a ermida foram o núcleo do povoado que não pararia de crescer. Foi muito difícil
domar os terrenos pantanosos da restinga e os mangues da lagoa. O movimento comercial foi
aumentando, servindo de confluência para a produção agrícola das propriedades dos vales do
Mundaú, do Paraíba e de São Miguel, incluindo aí também o Manguaba e demais rios de açúcar
cortados por dois caminhos abertos de acesso ao sertão. Daí o mérito do porto de Jaraguá que
definiria a sua importância como polo hegemônico, da economia e da administração. Perto de
Madalena ou Alagoas do Sul, um lugar de passagem de Alagoas Boreal para Alagoas Austral.
Como se fosse um novo caminho para as índias. As estradas eram quase inexistentes, veredas
indígenas e passagens naturais, viagens feitas com enormes sacrifícios pelos pioneiros. Daí ser
uma rota valiosa, não apenas por seu porto marítimo de bom calado para as embarcações da
época, mas também pela presença das lagoas Mundaú e Manguaba. Um movimentado e estra-
tégico ponto de encontro antes d\e indígenas e franceses, de uma Pindorama indígena para um
reduzido burgo, iniciado por um pequeno engenho e um povoado, cuja história seria escrita
com capítulos inusitados e fascinantes.

Maceió Indígena

Maceió, assim como Alagoas e o Brasil são invenções recentes e, por isso, saber a história
de nossos antepassados nativos, antes da chegada dos colonizadores europeus não é uma tarefa
fácil, eles não conheciam a escrita, mas deixaram vestígios em todas as partes. Os navegantes e
colonizadores lusos não chegaram, portanto, a um território vazio e não descobriram nada, eles
encontraram o que já existia. As terras maceioenses eram ocupadas por uma população que se
dedicava a caça e principalmente a pesca, pois a região oferecia muitas opções para a alimenta-
ção em suas águas marinhas, lacustres e fluviais. Elas praticavam uma agricultura rudimentar e
faziam seus próprios instrumentos de trabalho e adorno. Os franceses, antes mesmos dos seus
colegas europeus, trocavam presentes com os nativos que lhes retribuíam com o pau brasil, aves
e animais e artesanato. Igualmente os antepassados dos índios deixaram muitos vestígios de sua
presença, com sambaquis, fósseis, inscrições e instrumentos de pedra. A toponímia de Maceió
já se inicia com o seu nome. É tão forte essa presença que está em toda parte, nos seus bairros e
em muitos outros lugares. Pajuçara, Pratagy, Jacutinga, Mundaú, Manguaba, Guaxuma, Jatiúca,
Sauaçuy, por exemplo. Proibida pelos jesuítas, pela administração portuguesa e pelas escolas, ta-
chada de bárbara e menosprezada, a língua caeté, o tupi continua sendo usado á larga ainda hoje.
A rede de dormir, a canoa, o curral de peixe, o banho diário, o saburá, balaios, covos, adereços
e muitos quitutes são herança desses nossos antepassados.

242 | | Maceió
242 Maceió | | 2018
2018
Maceió negra

Maceió exerceu um fascínio sobre os estrangeiros que passaram aqui além dos portugueses.
Espanhóis, italianos, franceses, ingleses, radicando-se aqui e deixando marcas der sua passagem
como a sede de nossa Estação Ferroviária, antiga Alagoas Railway, uma reminiscência da era
das ferrovias e do legado britânico aqui em Maceió, que abrigava legações e sedes diplomáticas,
igreja anglicana e até cemitério para os súditos de sua Majestade. Mas nenhuma se compara a
herança portuguesa presente em quase todas as manifestações culturais, na língua, na religião,
nas edificações, na agricultura, nos costumes trazidos pelos nossos colonizadores que deram
importante contribuição a argamassa do homem alagoano de hoje. A sociedade senhorial, pa-
triarcal, cristã, latifundiária, escravagista, veio também com ela.
Mas seria imperdoável deixar de falar em nossa composição racial e da cultura maceioen-
se, deixar de mencionar a presença negra, indissociável da formação da capital alagoana. Não
só no cinturão de engenhos, fazendas e sítios que permeavam a futura capital da Província e
do Estado, sua presença era essencial para manter a estrutura econômica agrária. Os negros
também estariam mais tarde nas ruas, becos e travessas do centro, em Jaraguá e Bebedouro,
nas atividades portuárias, nas construções e nas diversas atividades ligadas as habitações e aos
serviços públicos. Antes e depois da Abolição, em 1888, era comum ver os “negros de ganho”
circulando com cestas na cabeça, vendendo frutas, doces e licores para a própria sobrevivência
e dos seus senhores. Lugares como Cambona, Parque Gonçalves Ledo e rua Ângelo Neto,
cujas denominações vieram muito tempo depois, abrigavam populações negras e quilombolas.
O número de escravos no Censo de 1870 rivalizava com a população livre. Vejam que as leis
imperiais eram restritivas ao tráfico.
Muitas das palavras alagoanas são de origem africana: quiabo, mulungu, fulo, nanico, samba,
etc. Quem já não ouviu a expressão “fulano está capiongo hoje” querendo dizer que está triste
ou melancólico. O enorme número de terreiros existentes nos bairros de Maceió hoje mostra
uma cultura forte que conseguiu sobreviver às perseguições e a segregação, mantendo vivo seus
conhecimentos, seus saberes, sua religião. Os nossos folguedos, artesanato, nossa agricultura,
nossa culinária, esporte, arte, não seriam os mesmos sem o legado afrodescendente. Eles não ti-
nham acesso fácil ás igrejas e confrarias frequentadas pelos brancos, mas com muita luta vence-
ram a discriminação como nas Igrejas do Rosário e a de São Benedito. As irmandades são fruto
dessa luta incessante, pois eles não podiam entrar nos templos católicos. Foi além do processo
de miscigenação. Hoje nos bairros periféricos como Tabuleiro, Vergel, Bebedouro, Pescaria, e
muitos outros há atuantes redutos da cultura negra, quilombola, exibindo com robustez a graça,
a criatividade, a força de uma cultura que sobreviveu a séculos de exclusão e de preconceito.

O trem e a modernização no século XIX

A era dos melhoramentos materiais que se abria para o Brasil na segunda metade do século
XIX alterou o cenário urbano nas províncias e foi vivida com intensidade na capital alagoana.
A implantação do primeiro ramal ferroviário de 6 quilômetros ligando a ponte de desembarque
de Jaraguá ao Trapiche da Barra, em 25 de março de 1868, e depois de outro que ia da rua do
Livramento até Bebedouro, foi a arrancada da chamada modernização conservadora. Trapiche
da Barra, Poço, Bebedouro e Mangabeiras se consolidavam como áreas urbanas nesse período
de crescimento, tendo como epicentro Jaraguá. Da mesma forma que a navegação a vapor deu

Maceió | 2018 | 243


impulso idêntico nas comunicações. O transporte do açúcar, do algodão e de muitos outros
gêneros era feito no lombo dos burros, nos caros de boi, nas barcaças, canoas e sumacas e
passou a ter uma condução mais rápida e com muito mais volume. Tudo o que a nova era
mundial apresentou de mais significativo podia ser encontrada em Maceió dessa época o seu
bairro portuário convertido em city financeira. Ruas iluminadas com lampião a gás, calçamento
das ruas principais, rede telegráfica, jardins, praças, casas bancárias e os principais prédios pú-
blicos agora não mais em prédios acanhados, mas em construções sólidas e vistosas, Consulado
Provincial, Alfândega, Capitania do Porto, Assembleia Provincial, Delegacia Fiscal, etc. Navios
de várias bandeiras zarpavam com regularidade do porto de Jaraguá. A vida urbana de Maceió
começava ali. A capital concorre com Penedo, a orgulhosa capital do São Francisco, mas vai
ultrapassando-a.

A visita do Imperador

Muitos acontecimentos marcaram época nesse período como o recrutamento de volun-


tários maceioenses para a Guerra do Paraguai, o boom da imprensa, o acirramento político
entre Lisos e Cabeludos, as campanhas em favor da Abolição e da República, o surgimento do
Liceu Provincial de Artes e Ofícios, A Escola Normal, a criação da Santa Casa de Misericórdia,
o movimento do Quebra Quilos. O advento da vida intelectual e acadêmica com a criação do
Instituto Histórico e Arqueológico de Alagoas, mas talvez o acontecimento que mais gravado
na memória do maceioense, eternizado com história e estórias foi a visita do Imperador D.
Pedro II, quando acompanhado da Imperatriz D. Teresa Cristina, em 31 de dezembro de 1859,
presidiu a inauguração da atual igreja matriz de Maceió, a Catedral de Nossa Senhora dos Pra-
zeres e se hospedou no Palacete do Barão de Jaraguá, sendo sua estada muito disputada pelos
homens de bens da época. Sua passagem está marcada em frente a atual Assembleia Legislativa,
por um monumento na praça que leva o seu nome. Ficaram célebres seus passeios matinais a
cavalo pelos arrabaldes, a cômica disputa por medalhas e condecorações reais e suas visitas com
críticas a precária rede de ensino da capital.

A queda da monarquia e os alagoanos que fizeram 1889

O fim da escravidão e o advento da República foi umas surpresas para as elites e o povo
alagoano já que os líderes desses dois movimentos não conseguiam mobilizar um contingente
expressivo de seguidores e as correntes escravagistas e monárquicas eram atuantes. Mas foram
dois alagoanos, um alagoense e outro maceioenses que se notabilizaram como grandes lideran-
ças desses dois eventos que marcaram a vida do país. Deodoro quando se recusou em nome
do Exército a prender escravos fugidos dizendo que os” soldados brasileiros não eram capitães
do mato.” E ele foi só graças a ele que a Proclamação da República se efetivou. Os dois com o
prestígio de heróis da Guerra do Paraguai. Floriano estava em Maceió, sua cidade natal, feste-
jando a assinatura da Lei Aurea, ele como Deodoro, abolicionista convicto. E foi chamado de
“marechal de ferro” por sua atuação como consolidador da República, por ocasião da Guerra
Civil após a renúncia de Deodoro.

244 | Maceió | 2018


As tensões políticas e sociais sempre desembocam em Maceió

As tensões políticas que convergiam para a capital da província nem sempre ficaram isoladas
das agitações que surgiram no período imperial e continuaram após a queda do regime. Feitas
muitas vezes por grupos e lideranças em favor de seus interesses. Lisos e Cabeludos, conserva-
dores e Liberais, partidários de Sinimbú versus partidários de Tavares Bastos. Vicente de Paula,
o famoso Imperador das Matas e comandante dos Cabanos, movimento social que estourou
no Norte, apareceu em Maceió para apoiar os Lisos, acampando na Mata do Rolo e invadindo
Maceió deixando um rastro de mortes e feridos. Os famigerados Irmãos Morais organiza-
ram um bando de cangaceiros que aterrorizou o Estado, e morto em outras plagas, tiveram
suas cabeças exibidas como troféu, na capital alagoana. O que mais tarde se daria com o não
menos famoso Lampião e seu bando que também
tiveram suas cabeças mostradas da mesma forma.
O Ronco da Abelha e o Quebra Quilos foram ou-
tros movimentos que passaram pela cidade restinga.
Maceió sempre padeceu o seu quinhão amargo de
crises nacionais e locais. A capital continuou como
estuário dessas tensões no regime republicano. Nos
turbulentos anos do início da República, com a que-
da da oligarquia dos Malta, na Quebra dos Ter-
reiros em 1912, no estremecimento entre Fernandes
Lima e Batista Acioli, na tentativa de assassinato de
Costa Rego, na deposição de Álvaro Paes, na Revo-
lução dos Tenentes em 1930, nas rivalidades entre
os membros da família Góis Monteiro, na Campa-
nha do Petróleo, nos conflitos e entre integralistas e
comunistas, na queda do regime varguista em 1945,
na sucessão de crimes políticos que vindo de todo o
período republicano acentuou-se na década de 50,
Dom Pedro II ensanguentando as rua da capital alagoana, no ru-
moroso caso do impeachment de Munia Falcão, durante o período militar de 64, na redemocra-
tização, nas campanhas das “diretas já” , nas lutas feministas, sindicais, dos movimentos sociais,
LGBT, afro-indígena, estudantis, na queda de Divaldo Suruagy. Maceió sempre foi o teatro dos
grandes acontecimentos da vida alagoana. O palco iluminado onde as tensões sociais, o desfe-
cho das crises políticas, acontecia. A capital do país dos alagoanos, da terra dos marechais, o
paraíso das águas, a restinga querida da Pindorama caeté, onde os negros exibiam sua alforria as
duras penas e celebraram o Dia do Perdão do Governo do Estado pela perseguição aos terrei-
ros em 1912, celebrando o pertencimento de sua raça com alegria e honra, Maceió onde a força
imensa do cosmopolitismo não consegue vencer o sentimento de alagoanidade, que inseriu-se
na “belle époque” tropical e na globalização, sem deixar o que é sempre foi e será, uma cidade
mestiça por natureza. Embora fraturada por uma abissal divisão de classes, de exclusão, discri-
minação e enorme dívida social, nunca perdeu seu espírito combativo e definidor de impasses,
uma cidade onde a história alagoana e brasileira fez morada desde os seus primórdios. Orgulho
do alagoano e síntese de sua formação social. Grandes desafios continuam nesse Século XXI.

Maceió
Maceió | | 2018
2018 | | 245
245
ECONOMIA
CÍCERO PÉRICLES DE CARVALHO

COMÉRCIO & SERVIÇOS

Tabuleiro do Martins

Maceió é uma das mais belas capitais brasileiras, conhecida como o “paraíso das águas”, um
dos destinos mais procurados pelo turismo nacional. Seu aeroporto movimenta mais de dois
milhões de passageiros anualmente, e a cidade concentra a maior parte da rede hoteleira e gas-
tronômica do Estado. É, também, o 39º município mais rico entre os 5.570 existentes no Brasil,
porque centraliza em seu território metade da produção econômica de Alagoas. Em 2014, antes
mesmo de completar o segundo centenário como cidade, ultrapassou o simbólico número de
um milhão de habitantes, concentrando metade da população urbana do Estado, ocupando o
17º lugar na lista das cidades mais populosas do país.

246 | | Maceió
206 Maceió | | 2018
2018
A cidade atravessou uma longa e demorada construção como centro econômico. Entre os
séculos XVI e XVIIII viveu seu período de formação, sendo ocupada pelas sesmarias e pelos
poucos engenhos. No século XIX, na era imperial, tornou-se vila e cidade, ganhando a disputa
com a antiga sede administrativa (hoje Marechal Deodoro), no privilégio de ser a capital de Ala-
goas, centralizando quase todos os órgãos federais, estaduais, além da Prefeitura da Cidade. No
século XX, a capital se expandiu e de 36 mil habitantes, em 1900, chegou a quase um milhão,
em 2000. Ou seja, multiplicou seu tamanho por 26 vezes. O período republicano representou
a afirmação da cidade como polo regional, por seu peso administrativo, econômico e cultural,
com a ampliação de seus laços comerciais e políticos com o interior de Alagoas.

Comércio e serviços. Maceió é um centro prestador de serviços de reconhecida qualidade,


ancorado em alguns setores urbanos fortemente competitivos nas áreas do comércio, saúde,
educação, técnica e superior, turismo e gastronomia, tecnologia da informação, business servi-
ces e da produção cultural e artística, o que lhe confere relativa competitividade no plano regio-
nal nordestino. Essa presença econômica permite a Maceió estender sua influência ao Agreste
e Sertão, até suas fronteiras com Pernambuco, Sergipe e Bahia.

Turismo. Com seus aspectos favoráveis nos planos comparativos – patrimônio natural, his-
tórico e cultural – e vantagens competitivas, a exemplo da ampla rede hoteleira-gastronômica,
a cidade vem assistindo a especialização setorial no turismo, que transformou Maceió num dos
mais demandados destinos do Nordeste.

Construção Civil. A capital está em plena construção. Hoje, comporta 350 mil imóveis.
Alguns bairros da cidade têm recebido grandes investimentos imobiliários, com destaque para
os edifícios e condomínios de classes média e média alta. A construção popular dinamiza outro
tipo de mercado: o varejo da construção civil e os empreendimentos informais, presentes e nos
bairros periféricos.

Indústria. As poucas fábricas alagoanas fora da agroindústria sucroalcooleira estão quase


todas em Maceió ou na sua região metropolitana. Dois grandes símbolos da industrialização
setorial, como a Braskem, na área química, e a Sococo, no setor alimentar, estão na capital. A
maior concentração de fábricas – pequenas e médias empresas – está na parte alta da cidade,
dentro e no entorno do distrito industrial do Tabuleiro do Martins, e no distrito de Marechal
Deodoro, município que pertence à sua região metropolitana.

Artesanato. O artesanato alagoano é, dentre os estados brasileiros, um dos mais ricos entre
as suas diversas manifestações culturais. Mais de doze mil profissionais atuam nesse mercado,
realizando uma ampla produção, resultado da fusão de várias culturas presentes na nossa for-
mação. Vinculados ao comércio popular e ao turismo, milhares de trabalhadores produzem seus
objetos de cerâmica, madeira, couro, cestaria, trançados e tecelagem manual, representando um
importante segmento da economia.

Maceió | 2018 | 247

Você também pode gostar