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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS Boletim PETECO

FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E de Conjuntura


CONTABILIDADE

O Boletim PETECO de Conjuntura é uma


publicação mensal, online, do PET-

PET
ECONOMIA da UFAL, que, através de
PROGRAMA DE análises setoriais, realiza o
acompanhamento sistemático da evolução e
EDUCAÇÃO TUTORIAL das tendências de curto prazo da economia
alagoana.

O Programa de Educação Tutorial (PET) é


um programa do governo federal brasileiro
que tem como objetivo promover a formação Equipe:
ampla dos alunos de graduação envolvidos,
através da realização de atividades de
ensino, pesquisa e extensão. Cid Olival Feitosa (Tutor)
Bruna Rocha Tenório de Gauw
Caio Cesar de Melo
Daliana Maria Ferreira dos Santos
Kaylan Gabriel L. Cavalcante
Letícia Albuquerque Leal
Liara Maria Cavalcante da Silva
Maria Isabel Souza
Maria Larissa Nunes da Paz
Nairan Custódio dos Santos
Sílvia Cardoso Ferreira

O PET-Economia foi um dos primeiros PET’s


da UFAL, criado em 10 de outubro de 1991,
sob a tutoria do professor Vladimir Micheletti.
Com seus 24 anos de história, o PET-Eco
Contatos:
desenvolve atividades que buscam integrar o
corpo discente, proporcionar outras formas http://petecoufal.weebly.com/
de aprendizagem e contribuir para a melhoria
do curso de graduação em Economia da E-mail: peteco_ufal@hotmail.com
UFAL, como as monitorias voluntárias, os
Ciclos de Debates, a Semana do
Economista, o CinePET, etc.
/peteconomiaufal1

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Balança comercial alagoana permanece negativa
em setembro, após aumento das exportações
Gráfico 1 - Alagoas: Balança Comercial - abr/set 2015
(em milhões de US$ - FOB)
80.000.000

70.000.000

60.000.000

50.000.000
US FOB

40.000.000 Exportação
30.000.000 Importação

20.000.000

10.000.000

-
Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro

Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio exterior

Após apresentar o maior déficit do ano em agosto de 2015, a balança


comercial alagoana fechou o mês de setembro com um saldo negativo de US$ -
28.992.200 milhões. Este resultado mostra que, embora a balança comercial
continue negativa, houve uma melhora significativa em um espaço temporal de um
mês. As exportações obtiveram um aumento de 593,5% em relação a agosto,
enquanto que as importações caíram a uma taxa de -42,75%, no mesmo período.

Como 98% das exportações do estado estão diretamente ligadas ao açúcar


e seus derivados, esta melhoria no saldo da balança comercial pode ser entendida
pelo aumento do número de vendas de produtos semimanufaturados, uma vez que
entramos no período de safra da colheita de cana e produção de açúcar. De acordo
com informações do Sindaçúcar, a safra atual apresentou um crescimento superior
a 32 mil toneladas de açúcar, quando comparado com o mesmo período de 2014.

O Índice de Preços ao Consumidor de setembro indica


leve oscilação da inflação
O IPC do mês de setembro deste ano atingiu uma variação de 0,44%, quando
comparado com o mês anterior, indicando que a inflação teve um leve aumento na
capital alagoana. Em relação a setembro passado, a variação foi maior (1,25%),
mostrando que – apesar desta ter sido positiva – o índice diminuiu este mês perante
a 2014.

Observando o gráfico dos grupos específicos, nos meses de agosto e


setembro de 2015, percebe-se alguns destaques: a queda no índice de transportes
e despesas pessoais (-0,84%), o aumento em habitação (1,51%) e saúde e cuidados
pessoais (1,54%), mostrando que, apesar do nível geral do IPC não ter tido uma
grande variação entre agosto e setembro (apenas 0,07%), as taxas nos grupos
mostrados no gráfico não tiveram um padrão, então alguns crescimentos
compensaram algumas diminuições.
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Gráfico 2: Maceió - Taxa de variação do IPC por grupo específico (%)
2
1,51 1,54
1,5

1
0,62 0,61 0,46 0,62
0,42 0,57 0,49
0,5 0,26 0,19 0,3 0,13 0,23
0,04 0,01 0,13
0

-0,5

-1 -0,84

ago/15

set/15

Fonte: Secretária de Estado do Planejamento, Gestão e Patrimônio (SEPLAG)

A taxa de IPC acumulada, segundo dados da Secretaria de Estado do


Planejamento, Gestão e Patrimônio de Alagoas, do ano de 2015 fechou em 7,11%,
contra 4,18% em 2014, enquanto que a dos últimos 12 meses ficou em 8,42%.

Em setembro, produção de milho cresce


consideravelmente em relação ao ano anterior
Segundo dados obtidos do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola
(LSPA), em setembro deste ano, a previsão da safra de milho em Alagoas teve um
aumento expressivo de 81,9% em relação ao mesmo período de 2014. Todos os
outros itens elevaram sua produção, exceto o abacaxi, que apresentou baixa de 6.925
toneladas, e a cana-de-açúcar, que apesar de ter apresentado uma redução de
apenas 5,25%, em números absolutos isto significou uma queda de 1.516.438
toneladas do produto, bastante superior ao aumento de todos os demais itens.

Tabela 1 - Alagoas - Previsão de safra - Setembro de 2015


Período
Produto
Safra 2014 Safra 2015
Cana-de-açúcar (t) 28 706 014 27 189 576
Mandioca (t) 235 737 248 647
Abacaxi (Mil frutos) 52 904 45 979

Coco-da-baía (Mil frutos) 51 507 62 873


Laranja (t) 48 766 48 934
Feijão (2º SAFRA) (t) 11 664 20 335
Milho (t) 8 950 16 280
Fonte: IBGE - LSPA

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Produção de petróleo e gás natural em baixa

Tabela 2: Alagoas - Produção de petróleo e gás natural (m³)


2014 2015
Dados Julho Agosto Variação Julho Agosto Variação

Gás Natural 44.953 45.946 2,2% 42.386 42.186 -0,5%


Petróleo 24.091 23.267 -3,4% 26.068 25.441 -2,4%
Fonte: ANP - Boletim Mensal de Produção, conforme o Decreto n.º 2.705/98.

A produção de gás natural de agosto decresceu em relação ao mês de julho


em 0,5%. Os valores também são menores perante o ano de 2014, em que a
produção bruta registrada foi de 45.946 m³, frente a 42.186 m³ este ano. No âmbito
da produção de petróleo, nota-se um decréscimo ainda maior: 2,4% a menos em
relação ao mês de julho de 2015, sendo muito mais expressiva do que a verificada
em 2014

Custo do m² em agosto registra uma leve alta

Segundo dados fornecidos pelo Sistema Nacional de Custos e Índices da


Construção Civil (SINAPI), o custo do m² em Alagoas fechou o mês em alta, passando
de R$ 879,93, em agosto, para R$ 888,35, em setembro, figurando como o custo mais
caro de 2015. O processo inflacionário no custo do m² (aumento de R$ 8,42) se deu
principalmente pelos componentes relacionado aos materiais, que passaram de R$
497,09 em agosto, para R$ 505,39, em setembro; a outra parcela, mão-de-obra, se
mostrou estável, muito por conta de salários mais rígidos que têm seus valores
ajustados anualmente, representando um aumento pequeno de R$ 0,16. Em
comparação com o mesmo período do ano anterior, pode-se perceber um aumento de
9%, o que representou, em valores brutos, um crescimento de R$ 72,41.

Gráfico 3: Brasil, Alagoas - Custo médio do m² -


2014/2015

1000
955,12 957,63
950
902,94
900 879,93 888,35

850
815,94 set/14
800
ago/15
750
set/15
700
Brasil Alagoas

Fonte: Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil

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Receita nominal de serviços fecha agosto em queda
A receita nominal de serviços em Alagoas apresentou queda de -1,8% em agosto
de 2015, se comparado a julho do mesmo ano. Apesar disto, quando se observa a
variação mensal constata-se um crescimento de 3,5%, frente ao mesmo mês de 2014.
Os resultados também se mostraram animadores quando analisada a variação
acumulada anualmente, que cresceu 1,4% em relação ao mesmo período do ano
passado. Apesar das oscilações e da queda registrada em agosto deste ano, a receita
nominal de serviços apresentou crescimento de 2,6% nos últimos 12 meses.

Tabela 3: Alagoas - Variação da receita nominal dos serviços - Jul/Ago -


2015
Mês
Variável
mai/15 jun/15 jul/15 ago/15
Índice de receita nominal de serviços 125,6 120,8 127,9 125,5
Variação mensal da receita nominal de serviços 4,8 8,1 4 3,5
Variação acumulada no ano da receita nominal
-0,6 0,7 1,2 1,4
de serviços
Variação acumulada em 12 meses da receita
1,8 2,3 2,4 2,6
nominal de serviços
Fonte: IBGE - Pesquisa Mensal de Serviços

Em agosto, volume de vendas do comércio


varejista recua
Em agosto, o comércio varejista alagoano apresentou um recuo de -3,3% no
volume de vendas com ajuste sazonal, em relação ao mês anterior. Comparado a
agosto de 2014 a variação foi de -14,8%. Esta queda é maior do que a verificada para
o varejo nacional, que apresentou uma retração de -6,9% no mês de agosto.

Gráfico 4: Brasil, Alagoas - Variação do volume de vendas no


comércio varejista - 2015

0,5 0,3
2
0
-2 -0,7
-4 -1,9 -3,3 -2,7
-3,3 -3,9
-6 -3,8
-6 -4,5
-8 -6,6
-7,8 -6,9
-10
-12
-11,7
-14
-16 -14,8

Fonte: Pesquisa Mensal do Comércio - IBGE Brasil Alagoas

As atividades que apresentaram maior recuo no país foram: móveis e


eletrodomésticos (-18,6%); livros, jornais e papelaria (-15,6%); tecidos, vestuário e
calçados (-13,7%).

A política econômica do ajuste fiscal tem criado um ambiente contrário ao


consumo, uma vez que provoca recessão econômica com a diminuição dos postos de
trabalho e a redução do nível de renda em circulação. Os juros têm se elevado e a
inflação está alta. A tendência é a redução do consumo, o que resulta na queda do
volume de vendas do comércio.
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O fluxo de passageiros na capital alagoana cresceu
4,3% em relação ao mês anterior
O número de desembarques aeroportuários em Alagoas apontou um
pequeno crescimento de 2,3%, em setembro de 2015, quando comparado ao
mesmo período do ano passado. Porém, quando analisamos com o mês anterior,
agosto, vemos que a elevação do fluxo de passageiros atingiu 4,3%, apontando
um estímulo ao setor turístico, que possui correlação positiva com as estatísticas
de voos.

Gráfico 5: Alagoas - Fluxo de passageiros -


Desembaques
95.000
90.000
85.000
Título do Eixo

80.000
75.000
70.000
65.000
60.000
55.000
50.000
jun jul ago set
2015 70.572 91.698 72.262 75.426
2014 62.454 76.608 70.312 73.682

Fonte: Infraero

Em setembro, cresce o número de endividados com


contas atrasadas
De acordo com os dados fornecidos pela Federação do Comércio do Estado
de Alagoas (FECOMERCIO), em setembro de 2015, o número total de endividados
em Alagoas foi de 189.199 pessoas, um aumento de 2% em relação a agosto deste
ano. Do total, 22% informaram estar com contas em atraso e 15% indicaram que não
terão condições de pagamento. Ainda de acordo com a Fecomércio o campeão das
dívidas é o cartão de crédito, com 88,2%, seguido do carnê com 83%. Em relação ao
mesmo período de 2014, observa-se uma queda no total de endividados da ordem de
-5,7%. No entanto, os endividados com contas atrasadas cresceram 9,1%, bem como
aqueles que informaram que não terão condições de pagamento, que passaram de
29.494, em 2014, para 43.227, em 2015.

Tabela 4: Pesquisa de endividamento e inadimplência do consumidor - Ago/Set

Em valores absolutos Em porcentagem


Mês Endividados Não terão Endividados Não terão
Total de Total de
(contas condições (contas condições
endividados endividados
atrasadas) de pagar atrasadas) de pagar
Set\15 189.199 64.428 43.227 65,2 22,2 14,9
Ago\15 185.446 58.154 36.743 63,9 20 12,7
Set \14 200.683 59.036 29.493 69,1 20,3 10,2
Fonte: FECOMERCIO

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Em setembro, Alagoas lidera o segundo lugar no
ranking nacional de empregabilidade
Em setembro, a indústria de transformação, que concentra o setor
sucroalcooleiro, foi a que mais contribuiu para impulsionar a elevação do número de
empregos celetistas em Alagoas, com um aumento líquido de quase 11 mil novos
postos de trabalho. Em contrapartida, os setores de construção civil (-396) e
agropecuária (-48) apresentaram um saldo negativo ao compararmos admissões e
desligamentos.

Tabela 5: Alagoas - Evolução do emprego por setor de atividade econômica -


Set/2015
set/15
Setores
Admissões Desligamentos Saldo
Extração Mineral 2 17 -15
Indústria de Transformação 11.858 1.123 10.735
Serviços de utilidade pública 88 48 40
Construção Civil 1.379 1.775 -396
Comércio 2.007 2.034 -27
Serviços 4.072 3.159 913
Administração pública 5 0 5
Agropecuária 247 295 -48
Total 19.658 8.451 11.207
Fonte: MTE - Cadastro Geral de Empregados e Desempregados

De acordo com dados fornecidos pelo Cadastro Geral de Empregados e


Desempregados (CAGED), neste mesmo mês, Alagoas destacou-se como o segundo
estado com maior geração de emprego no Brasil, com um saldo de 19.658 admissões
e taxa de variação de 3,27% em relação a agosto deste ano. Os municípios de Coruripe
e Campo Alegre destacaram-se pelo número de contratações, que foram,
respectivamente, 3.588 e 1.364. Apesar do bom resultado mensal de setembro deste
ano, quando se compara com o mesmo período de 2014, observa-se uma queda de
18,5% no saldo líquido de empregos, sinalizando o momento vivido pela economia
alagoana e brasileira.

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