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763123
ISBN 978-85-387-6312-3
9 788538
Análise Orçamentária
e Fiscal
2017
© 2017 – IESDE BRASIL S/A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos
autores e do detentor dos direitos autorais.
Bons estudos!
Sobre os autores
1 Controle gerencial 9
1.1 Natureza do controle gerencial 10
1.2 Ambiente do controle gerencial 14
1.3 Centros de responsabilidade 15
2 Planejamento 23
2.1 Natureza do planejamento estratégico 24
2.2 Posicionamento estratégico 26
2.3 Forças competitivas 27
3 Orçamentos 39
3.1 Orçamentos 40
3.2 Tipos de orçamentos 43
3.3 Processo de elaboração de orçamentos 46
O termo controle tem diferentes significados no cotidiano, e não é diferente quando apli-
cado ao ambiente organizacional.
Para Chiavenato (2010), de forma geral o controle assume três significados: (i) apresenta
uma função restritiva e coercitiva; (ii) é um sistema automático de regulação; (iii) pode ter
uma função administrativa. O controle como função restritiva ou coercitiva é utilizado no
sentido de restringir desvios ou comportamentos indesejáveis. Se empregado dessa forma,
ele assume uma conotação negativa, delimitativa, é uma espécie de controle social e serve
para inibir o individualismo e a liberdade das pessoas. O controle como sistema de regula-
ção é utilizado para detectar possíveis desvios ou irregularidades, a fim de manter um pro-
cesso ou procedimento dentro de uma expectativa. O controle como função administrativa
faz parte do processo administrativo e engloba planejamento, organização e direção.
O controle é uma função do processo administrativo, uma vez que parte de padrões
estabelecidos nas etapas anteriores. Com ele é possível medir e avaliar o resultado das ações
e assim munir de informação os gestores, que, por sua vez, corrigem o rumo ou reforçam os
procedimentos positivos, cumprindo as metas e os objetivos preestabelecidos. O resultado
final do controle é a informação (OLIVEIRA, 2007).
Crepaldi e Crepaldi (2012) afirmam que uma organização sem controle é inviável. As
empresas utilizam sistemas de controle para coordenar o exercício do direito de decisão
de um grupo de indivíduos, para medir a eficácia com que essas decisões se traduzem em
resultados e para atingir metas. Dessa forma, esses sistemas influenciam o comportamento
das pessoas, uma vez que elas são levadas a tomar atitudes em direção a metas estabelecidas
pelo planejamento. Para Chiavenato (2010), o controle verifica se a execução está ocorrendo
de acordo com o planejado. Quanto mais definido, detalhado e completo for o planejamen-
to, mais fácil será de realizar o controle.
Diehl (2004) enumera as seguintes definições de controle, a saber:
Autor Conceito
Green; Whelsh (1988) Monitoramento do comportamento dos empregados, um pro-
cesso regulador.
De Queiroz (2002) O exercício da autoridade sobre um acontecimento ou proces-
so ao longo do tempo, determinando que se realize conforme
padrões desejados e tomando medidas corretivas se necessá-
rias, caso haja afastamento do padrão.
Fonte: DIEHL, 2004, p. 87. Adaptado.
Planejamento Controle
Estratégico Estratégico
Empresa
Tático Tático
Operacional Operacional
Tendo por base essas finalidades, o controle pode ser utilizado para diversas funções,
como: corrigir ou reforçar o desempenho apresentado; informar sobre a necessidade de al-
terações de planejamento, organização e direcionamento; proteger os ativos da organização;
garantir a manutenção ou incremento de eficiência, eficácia e consecução de seus objetivos;
acompanhar os programas, projetos e planos de ação de acordo com o planejado; informar
se os recursos estão sendo utilizados de forma otimizada (OLIVEIRA, 2007).
Estudo Classificação
Anthony et al., 1989 Controles formais e informais
Ouchi, 1977 Controle de saída e de comportamento
Ouchi, 1979 Controle do mercado, da burocracia e controles de clã
Hopwood, 1976 Controles administrativos e controles sociais
Merchant, 1985 Controles de resultados, de ação e de pessoal
Fonte: LANGFIELD-SMITH, 1997, p. 208. Adaptado.
Com esse quadro, podemos observar que, mesmo partindo do mesmo ponto, as decisões
de cunho estratégico têm caráter mais permanente e impacto no longo prazo; as decisões que
envolvem o controle de tarefas são pontuais e de curto prazo; e o controle gerencial medeia
questões de curto e longo prazo. O controle gerencial é limitado pela estratégia e faz uso do
controle de tarefas para consecução de seus objetivos. O cerne do processo de controle geren-
cial são os centros de responsabilidade.
Os centros de responsabilidade não estão isolados uns dos outros, de maneira que cada
decisão tomada pode afetar os demais centros, direta ou indiretamente.
Cada centro de custo possui sua métrica específica e análise de desempenho. Por isso,
os gestores precisam estar informados não apenas de seus centros de custos, mas também
dos demais, pois esses interagem. Os centros de custos podem variar em tamanho, podendo
ser um departamento, uma unidade fabril ou agrupar vários outros centros. No entanto, eles
representam a menor unidade de agrupamento de custos.
Stoner e Freeman (1991) exemplificam que os centros de receita podem ter sua métrica
estabelecida em termos monetários, mas de forma independente de seu custo, pois esses
centros não são responsáveis pela formação do preço do produto. Esses centros devem ter
seu desempenho medido pelos pedidos que forem convertidos em vendas ou, ainda, pela
visualização do desempenho dos vendedores individualmente.
No centro de resultado, o gerente da unidade tem responsabilidade para alterar deci-
sões que afetam os custos e as receitas e, por conseguinte, os lucros. É criado sempre que
uma unidade organizacional tem a responsabilidade de gerar lucros. Centros de lucros ou
de resultados podem ser departamentos ou um produto; assim, o gerente de um centro de
resultado não toma decisões sobre ativos fixos em seu centro, e o lucro operacional é resul-
tado da medida de desempenho gerencial, devendo ser comparado com valores orçados
para o período. Nos centros de resultados, o desempenho será medido pela diferença entre
as receitas e despesas; já em um centro de investimento, o gerente da unidade, além de con-
trolar seus custos e receitas, responde pelos investimentos em ativos. Dessa forma, o lucro
operacional é uma importante parte do relatório desse centro, porém outras medidas de
Controle gerencial
(NASCIMENTO, 2006, p. 2-5)
Congruência de objetivos
[...]
Atividades
1. No que se diferenciam os controles formais dos informais?
Referências
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Learning, 2008.
Resolução
1. Os controles formais incluem regras, procedimentos operacionais padrão e sistemas
de orçamentação. Estes são os componentes mais visíveis e objetivos do sistema de
controle e visam assegurar que os resultados específicos serão alcançados e envol-
vem: controle, medição e tomada de ações corretivas. Os controles informais não são
conscientemente projetados; eles incluem as políticas não escritas da organização e,
muitas vezes derivam ou são um artefato da cultura organizacional. Os controles
informais são aspectos importantes dos sistemas de controle gerenciais.
O trabalho do gestor não se restringe ao presente, ele precisa projetar cenários e visões
do futuro, para tanto precisa tomar decisões que configurem e reconfigurem continuamente
a sua organização. Assim, o gestor precisa saber quais são os objetivos da organização e
manter sua tomada de decisão alinhada com esses objetivos (CHIAVENATTO, 2010).
O planejamento estratégico corresponde ao estabelecimento de um conjunto de provi-
dências que devem ser tomadas pelo gestor para que as organizações consigam se adequar
às incertezas, corrigir rumos mediante diversas variáveis e fatores, com intuito de atingir
seus objetivos. Pressupõe um conjunto de tomada de decisões, antes, durante e depois da
elaboração e da implantação dos planos para a organização (OLIVEIRA, 2007).
Anthony e Govindarajan (2002, p. 382) posicionam o conceito de planejamento estraté-
gico em relação à estratégia, os autores inferem que a “formulação da estratégia é o processo
pelo qual se decide desenvolver uma estratégia; o planejamento estratégico é o processo
pelo qual se decide como implementar uma estratégia”. Já o plano estratégico é o documen-
to que descreve a forma com que as estratégias devem ser implementadas.
O planejamento estratégico é uma importante ferramenta de gestão e é definido con-
ceitualmente por diversas formas. O Quadro 1 condensa as principais definições de plane-
jamento estratégico.
Pode provocar uma série de modificações nas características e atividades da organização ge-
rando maior influência e abrangência, e deve procurar maximizar os resultados e minimizar
as deficiências (OLIVEIRA, 2007).
A Figura 1 ilustra o passo a passo da implantação do planejamento estratégico.
Análise do
ambiente externo
(oportunidades
e ameaças)
Estabeleci-
Missão do Formulação Elaboração Feedback e
Análise SWOT mento de Implementação
negócio de estratégias de programas controle
metas
Análise do
ambiente interno
(forças e fraquezas)
Nível estratégico
Nível tático
Nível operacional
marcantes. Algumas empresas conseguem obter mais recursos e nesse sentido conseguem
se diferenciar.
Conforme Ribeiro (2005), “a busca de uma posição competitiva e inovadora é absoluta-
mente importante para o desenvolvimento de uma empresa. Uma estratégia que se atenta
no alcance da competitividade visa estabelecer uma posição lucrativa e sustentável contra as
forças que determinam a concorrência”.
Segundo Porter (1986, p. 23), uma empresa pode avaliar a sua atratividade no mercado
por meio das cinco forças competitivas que dirigem a concorrência na indústria: ameaças de
novos entrantes; ameaça de produtos ou serviços substitutos; poder de negociação dos com-
pradores; poder de negociação dos fornecedores; e rivalidade entre as empresas existentes.
Novos entrantes
Ameaça de
novos entrantes
Poder de Poder de
Competidores na
barganha dos barganha
indústria dos clientes
fornecedores
Fornecedores Clientes
Intensidade
na rivalidade
Ameaça de
produtos
substitutos
Produtos substitutos
Por sua vez, as estratégias genéricas de Porter podem ser consideradas mecanismos
de sustentação no mercado ou ferramentas de avaliação de forças diante dos concorrentes.
Vantagem estratégica
Unicidade observada
Posição de baixo custo
No âmbito pelo cliente
indústria
de toda a
Apenas um
segmento
Foco/enfoque
A seguir apresentamos uma descrição mais detalhada dessas três estratégias genéricas:
1. A liderança no custo total, segundo Porter (1986), foi
a primeira estratégia que se tornou bastante comum nos anos 70 devido à popu-
lação do conceito da curva de experiência, consiste em atingir a liderança no cus-
to total em uma indústria através de um conjunto de políticas funcionais orien-
tadas para este objetivo básico. A liderança no custo exige a construção agressiva
de instalações em escala eficiente, uma perseguição vigorosa de reduções de
custo pela experiência; um controle rígido do custo e das despesas gerais, que
não seja permitida a formação de contas marginais dos clientes; e a minimiza-
ção do custo em áreas com P&D, assistência, força de vendas, publicidade, etc.
(PORTER, 1986, p. 50)
Essa estratégia, como as outras, ressalta a prioridade ao custo baixo.Apesar das forças
competitivas, a empresa que conseguir manter um custo baixo pode se defender dos
seus concorrentes, além disso, essa situação lhe proporciona retornos acima da média.
Segundo Porter (1986),
os fatores que levam a uma posição de baixo custo em geral também propor-
cionam barreiras de entrada substanciais em termos de economia de escala e
vantagens de custo. Finalmente, uma posição de baixo custo em geral coloca a
empresa em uma posição favorável em relação aos produtos substitutos de seus
concorrentes na indústria. (PORTER, 1986, p. 50)
2. A diferenciação, segundo Porter (1986, p. 51), é uma abordagem que traz um “con-
ceito de inovação, procurando lançar na indústria um produto ou serviço diferente
ou até mesmo único, daqueles que já estão na indústria”.
Estratégia competitiva tem a ver com ser diferente. Significa escolher deli-
beradamente um conjunto diferente de atividades para distribuir um mix
único de valor.
A Southwest, por outro lado, adapta todas as suas atividades para ofere-
cer um serviço conveniente, de baixo custo, no seu tipo específico de rota.
Através de tarefas rápidas no portão de apenas 15 minutos, a Southwest
consegue manter os aviões no ar, por mais horas do que suas rivais,
e fornecer partidas frequentes com menos aeronaves. A Southwest não
oferece refeições, poltronas numeradas, transferência de bagagem entre
companhias aéreas ou classes superiores de serviço. A compra/retirada
automatizadas de bilhetes no portão estimula os clientes a deixarem de
lado os agentes de viagem, o que permite que a Southwest não tenha
que dar comissões. Uma frota padronizada de aeronaves (Boeing) 737
impulsiona a eficiência da manutenção.
Por outro lado, a Idea atende clientes que preferem trocar serviços por
custo. Em vez de ter um vendedor acompanhando os clientes pela loja,
a Ikea usa um modelo de autosserviço baseado em mostruários claros,
dentro da loja. Em vez de depender unicamente de fabricantes terceiriza-
dos, a Ikea projeta sua própria mobília modular, de custo acessível, pronta
para montar, condizente com o seu posicionamento. Em grandes lojas, a
Ikea exibe cada produto que vende em cenários parecidos com ambientes
reais, para que os clientes não precisem de um decorador para ajudá-los
a imaginar como juntar todas as peças. Adjacente às salas de exposição
mobiliadas, encontra-se uma seção de depósito com os produtos em caixas
sobre paletes. Espera-se que os próprios clientes apanhem e transportem
as peças compradas, e a Ikea poderá até vender-lhes um rack-bagageiro
para o carro que poderá ser devolvido para reembolso na próxima visita.
Embora uma grande parte desta posição de baixo custo venha do fato de
fazer com que os clientes “executem por si mesmos”, a Ikea oferece uma
série de serviços extras que suas rivais não oferecem. Creche e recreação
para crianças no interior das lojas é um desses serviços. Horas prolonga-
das são outro. Esses serviços estão incomparavelmente alinhados com as
necessidades de seus clientes, que são jovens, não ricos, provavelmente
com filhos (mas sem babá) e, por trabalharem para viver, requerem a
oportunidade de fazer compras em horas não convencionais.
[...]
Referências
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na Região de São José do Rio Preto. São Paulo: 2003. Dissertação. Unimep.
Resolução
1. Os principais graus de influência em relação à concorrência, os quais a empresa apre-
senta menor controle são:
Vale ressaltar que Porter (1986) observa que as empresas confundem o conceito de
qualidade e diferenciação. Embora a diferenciação envolva qualidade, ela constitui
um conceito muito mais amplo. A qualidade normalmente está associada ao produto
físico. As estratégias de diferenciação procuram criar valor ao comprador.
Os planos estratégicos contêm alvos embutidos que são usados para monitorar
o cumprimento organizacional das estratégias (SIMONS, 1995). O orçamento é uma
das mais antigas ferramentas utilizadas pelas organizações. Consiste em um plano
gerencial contendo metas de custos e receitas a serem atingidas; é expresso em termos
monetários e tem caráter prescritivo (DIEHL, 2004). O orçamento tem sido tradicional-
mente a base central de controle da maioria das organizações. É um mecanismo capaz
de integrar toda a gama da atividade organizacional em um único resumo coerente
(OTLEY, 1999). E dependendo da atividade que a organização exerce, são várias as
possibilidades de geração de relatórios para acompanhamento e controle.
3.1 Orçamentos
Dados
Orçamento por unidade
unitários
Níveis de atividades – em unidades 7.000 8.000 9.000
Vendas $31,00 217.000 248.000 279.000
Materiais e componentes $21,00 147.000 168.000 189.000
Outros custos e despesas variáreis $0,80 5.600 6.400 7.200
Soma – custos e despesas variáveis $21,80 152.600 174.400 196.200
Margem de contribuição $9,20 64.400 73.600 82.800
Orçamento – gastos mensais
Custos fixos de manufatura 37.000 37.000 37.000
Estrutura Medida
Comitê orçamentário Decisão sobre a visão maior do orçamento anual, geralmente é
composto pelas diretorias e o controller responsável direto pelo
processo orçamentário.
Premissas orçamentárias Regras gerais que vigorarão para o próximo orçamento.
Modelo do proces- Define o modelo de condução de todo processo. Deve ser coe-
so orçamentário rente com o subsistema institucional da empresa e decorre das
crenças e valores organizacionais.
Estrutura contábil De responsabilidade do controller, em observância da missão e
dos objetivos da organização. Estrutura e monitora o sistema de
informação contábil, para atendimento dos princípios orçamen-
tários. Aqui se definem: critérios de contabilização de receitas e
despesas; critérios de distribuição de gastos, manualização de
procedimentos; definição de áreas de responsabilidade e seus
centros de custos e receitas; definição e criação de tabelas de uni-
dades de negócios, centros de lucros e as funções hierárquicas;
estrutura do plano de contas contábil.
Sistemas de apoio De responsabilidade do controller, define as tecnologias e sis-
temas de informações e apoio para os cálculos e lançamentos
orçamentários.
Relatórios De responsabilidade do controller, definição dos relatórios a se-
rem utilizados na preparação dos orçamentos, bem como os rela-
tórios de acompanhamento e controle.
Cronograma Também de responsabilidade do controller, a liderança na execu-
ção do cronograma nas etapas de previsão, reprojeção e controle.
Fonte: PADOVEZE, 2010. Adaptado.
Projeção de caixa
Balanço orçado
Fonte: ANTHONY; GOVINDARAJAN, 2002, p. 466.
A preparação dos orçamentos inicia com os planos estratégicos, que definem recei-
tas e despesas para cada programa, não necessariamente por centro de responsabilidade.
Também não traz dados pormenorizados, apresentando uma maior quantidade de despe-
sas variáveis. A preparação dos orçamentos inclui vários anos e os totais coincidem com
os totais do orçamento operacional. A partir dos planos estratégicos, é feita a elaboração
do orçamento operacional e de investimento. O orçamento operacional apresenta dados da
empresa como um todo, classifica os gastos e receitas por centros de responsabilidade, cobre
um ano subdividido em trimestres ou meses, e os totais coincidem com os totais dos planos
estratégicos. O orçamento de investimentos apresenta detalhadamente cada projeto de in-
vestimento e seus totais são apresentados trimestralmente (ANTHONY; GOVINDARAJAN,
2002). Esses elementos comuns também são destacados por Maher (2001).
Maher (2001) indica que a elaboração do orçamento deve iniciar pela previsão de ven-
das. Esse é um processo que envolve muita subjetividade e os gestores precisam coletar o
maior número de informações possível. Para tanto, fazem uso de diversos métodos para
essa coleta. Dessa forma, deve-se fazer uso de reuniões com as equipes de vendas e com as
equipes de pesquisa de mercado. Para trabalhar com pesquisas de mercado, podem fazer
uso da técnica Delphi, da análise de tendência e de modelos econométricos.
Stoner e Freeman (1991) também destacam a questão da subjetividade e apontam que a
projeção das vendas é a parte mais crítica do orçamento de lucro por conta da incerteza nas
estimativas.
A equipe de vendas é a que traz informações diretas dos consumidores. No entanto,
suas informações têm alcance de curto e médio prazo. Podem ocorrer distorções nas es-
timativas feitas pela equipe de venda, se a avaliação de desempenho estiver vinculada ao
cumprimento do orçamento. Por exemplo, o gestor de vendas pode subestimar as projeções
com intuito de alcançar facilmente a meta. No entanto, essa medida pode vir de encontro
com a justificativa de manutenção do número de vendedores. Essa situação tem a ver com o
aspecto comportamental que envolve os orçamentos e, para mitigar esse tipo de comporta-
mento, a organização pode avaliar o desempenho utilizando medidas variáveis com incen-
tivos diferentes para cada percentual de atingimento (MAHER, 2001).
A equipe de pesquisa de mercado observa as informações de vendas com o olhar de
longo prazo. Para tanto, fazem uso da técnica Delphi, da análise de tendência e de métodos
econométricos. A técnica Delphi é um método de previsão, por meio do qual as previsões indi-
viduais dos analistas são submetidas anonimamente ao grupo que as avaliam integralmente.
A análise de tendência é um método que extrapola visualmente os pontos em um gráfico e
podem ir até as análises sofisticadas, utilizando análise de séries temporais em computador,
que são observações futuras com base em dados provenientes de observações passadas. E os
modelos econométricos são modelos estatísticos de previsão de dados econômicos que utili-
zam modelos de regressão para obter estimativas estatísticas de vendas (MAHER, 2001).
O orçamento de vendas indica para cada produto (1) a quantidade estimada de vendas,
e (2) o preço de venda unitário esperado. Esses dados são relatados por regiões ou represen-
tantes de vendas e, geralmente, têm como base os dados históricos como ponto de partida.
Esses valores são afetados por fatores diversos, tais como: ordens de vendas em carteiras
não atendidas; planejamento de promoção e propaganda; condições econômicas, gerais e
industriais esperadas; capacidade produtiva; política de projeção de preços; e descobertas
de estudos de pesquisa de mercado (WARREN; REEVES; FESS, 2008).
Após a elaboração do orçamento de vendas, trabalha-se com os orçamentos de custos
de produção e de despesas. Segundo Anthony e Govindarajan (2002), embora a literatura
especializada afirme que os custos de matéria-prima e de mão de obra sejam apurados com
base no volume de produção contido no orçamento de vendas, na prática isso não é possível,
pois, há pormenores que dependem da composição do mix de produção. Esses orçamentos
são elaborados com base em custos padrões para o volume de produção planejado. Os cus-
tos orçados para a produção incluem adições e subtrações provenientes da disponibilidade
de produtos acabados em estoque.
FESS, 2008). Esse orçamento inclui projetos de investimentos aprovados e uma quantia para
pequenos projetos, que não requerem autorizações superiores; são propostas de investimen-
tos destinadas a quaisquer níveis da organização e fazem parte do planejamento estratégi-
co. Essa projeção é necessária para a elaboração do fluxo de caixa projetado (ANTHONY;
GOVINDARAJAN, 2002).
Durante o processo de elaboração do orçamento, é preciso atentar para o elemento huma-
no, pois todos os dados quantitativos baseiam-se em expectativas de pessoas do que deverá
acontecer no futuro. A visão dos gerentes regionais de vendas permite uma projeção de ven-
das de sua região para os próximos meses, já o gerente de pesquisa de mercado, consegue vi-
sualizar as tendências futuras do mercado e, portanto, tem um alcance de longo prazo. Dessa
maneira, o desafio na elaboração do orçamento é identificar quais atores da organização estão
mais capacitados a fornecer as projeções de forma mais precisa (MAHER, 2001).
[...]
Atividades
1. Por que a participação dos empregados no processo de elaboração dos orçamentos
é importante?
3. Identifique os fatores que fazem com que os orçamentos variem de uma organização
para outra.
Referências
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STONER, J. A.; FREEMANN, R. E.. Administração. 5 ed. Rio de Janeiro: LTC, 1991.
WARREN, C. S.; REEVE, J. M.; FESS, P. E. Contabilidade Gerencial. 2 ed. São Paulo: Thompson
Learning, 2008.
Resolução
1. A participação dos empregados na elaboração dos orçamentos proporciona o au-
mento da motivação dos empregados no sentido de aceitação das metas fixadas pelo
orçamento e pelo detalhamento de informações, conhecidas pelos funcionários, mas
desconhecidas pela administração, e também pela facilidade de relacionar a avalia-
ção de desempenho com o sistema de penalidades e recompensas.
Este capítulo tem como objetivo ilustrar a importância do orçamento empresarial, com
foco na projeção do faturamento que corresponde aos valores pretendidos pela venda dos
produtos ou serviços principais e as despesas projetadas vinculadas a essas vendas.
Para Castanheira (2008), o orçamento pode ser elaborado em 11 etapas, sendo: as premissas;
o volume de vendas por produto e suas apresentações; a produção; investimentos, headcount
(diz respeito sobre as novas contratações, eventuais demissões, transferências de funcionários,
aumentos de salários e concessão de benefícios etc.); as vendas; os custos dos produtos vendidos;
as despesas variáveis por produto; as despesas fixas da força de vendas e de marketing; as despe-
sas fixas, gerais e administrativas; a consolidação e elaboração dos relatórios.
Para realizar a projeção de receitas, devemos fazer o orçamento das contas de resultado
para verificar se o resultado será positivo ou negativo, calcular as margens de lucro e ana-
lisar se a meta planejada está de acordo com os resultados pretendidos pela empresa. As
contas de resultado são receitas, despesas, custos, ganhos e perdas.
As informações de vários orçamentos operacionais, como orçamento de vendas, de com-
pras e os de despesas administrativas irão gerar reflexos no orçamento de caixa (WARREN;
REEVES; FESS, 2008), e é esse orçamento que vai influenciar a execução de todos os demais
(HORNGREN; DATAR; FOSTER, 2004).
Conforme Castanheira (2008), após a projeção da Demonstração do Resultado do
Exercício é possível fazer a projeção da margem de contribuição de cada produto, grupo de
produtos e unidade de negócio. Na receita total de cada produto, deve-se deduzir todos os
custos e despesas diretamente alocados a ele. Esse relatório possibilita avaliar a contribuição
de cada produto para a cobertura dos custos e despesas fixas e para a composição do lucro
da empresa. O autor afirma ser necessário ainda outras três projeções: gastos por área, fluxo
de caixa e Balanço Patrimonial.
A receita ou venda corresponde aos valores obtidos por meio da comercialização dos
produtos/serviços principais da empresa; o faturamento dessa atividade é calculado para
determinado período. A geração da receita é decorrente do consumo de bens, definido como
custos ou despesas. Assim, os valores pagos pelas empresas na comercialização dos produtos
são denominados custos. E os valores destinados à área de vendas e administração corres-
pondem às despesas do período. Desses gastos necessários para a obtenção de receitas há
também os definidos como tributários: FGTS, INSS, PIS, COFINS, IPI, Imposto de Renda e
Contribuição Social, além do ICMS e ISS.
Dessa forma, faz-se necessário entender as terminologias contábeis que formam o resul-
tado das organizações, conforme exposto no quadro a seguir:
No orçamento de receitas deve constar o valor da receita vinculado aos custos, às des-
pesas administrativas, despesas de vendas e financeiras que foram incorridas no processo
de obtenção dessas receitas (HORNGREN; DATAR; FOSTER, 2004). Observamos que estão
incluídos nas despesas os gastos tributários e que estes devem atender às orientações da
legislação, podendo ser classificados como custo, despesas administrativas ou de vendas.
Para Castanheira (2008, p. 33), “após elaboração do orçamento, são realizadas análises
financeiras para verificar se o nível operacional planejado gera o resultado necessário para
garantia do alcance dos objetivos propostos”. Nessa etapa é importante o entendimento dos
custos e despesas necessários ao resultado da empresa.
O ponto de partida para geração desse orçamento reside na projeção da demanda espe-
rada. É preciso coletar e discutir as informações com gerentes e representantes de vendas;
para isso, faz-se necessário compreender as necessidades dos clientes, do potencial de mer-
cado, conhecer os produtos e seus concorrentes (HORNGREN; DATAR; FOSTER, 2004).
Um orçamento de vendas consiste em uma projeção das vendas e suas quantidades
pelo preço esperado de venda. Esse orçamento é o mais crítico e sujeito a um alto grau de in-
certeza (ANTHONY; GOVINDARAJAN, 2002; STONER; FREEMANN, 1991). Essa projeção
é embasada em muitas condições nas quais os executivos não podem ser responsabilizados,
tais como: a conjuntura econômica, mudanças no ambiente regulatório, entre outros fatores
(ANTHONY; GOVINDARAJAN, 2002).
Esse orçamento é fundamentado na previsão de vendas em quantidade por produto,
na previsão dos preços para os produtos e seus mercados, na identificação dos impostos
incidentes sobre as vendas. Ele é gerado utilizando a moeda corrente do país e projeta um
saldo final de contas a receber (PADOVEZE, 2010).
O orçamento de vendas tem de ser conciliado com as projeções de níveis de produção.
A fórmula que determina o volume de produção é referenciada por Maher (2001) e Warren,
Reeves e Fess (2008):
Unidades vendidas esperadas
(+) Estoque final em unidades
Como podemos observar, temos diferentes métodos que podem ser utilizados para rea-
lizar as previsões de vendas, cada um apresentando pontos fortes e fracos. A própria diver-
sidade de métodos já aponta para a subjetividade inerente à principal previsão, que são as
vendas, uma vez que é com base nelas que os demais orçamentos são elaborados.
Com esse modelo, observa-se que os valores orçados sempre levam em consideração
um saldo histórico, e que o orçamento de vendas se inicia com a projeção de quantidades.
Horngren, Datar e Foster (2004) afirmam que é necessário considerar uma demanda por
produto, porém ocasionalmente uma demanda pode superar a capacidade produtiva da
organização, assim o orçamento teria por base a capacidade máxima de produção porque as
vendas seriam limitadas pela quantidade produzida.
Padoveze (2010) elenca alguns pontos que devem ser observados na elaboração do or-
çamento de vendas, a saber:
• identificação dos produtos a serem vendidos;
• determinação do critério de entendimento de categorização dos produtos que se-
rão projetados no orçamento (modelo, linha, versão, dentre outras possibilidades
de classificação);
Para que as organizações obtenham receitas, elas consomem recursos, entre esses, os
custos e as despesas. Ao abordar as despesas temos a separação dos valores destinados às
áreas administrativas, vendas e financeiras.
Grupo de
Natureza dos gastos Exemplos
despesa
Horngren, Datar e Foster (2004) recomendam que as despesas variáveis sejam vincula-
das à geração de suas receitas. Os autores exemplificam que em função da geração das recei-
tas são aplicados percentuais, tais como: o desenho do produto representa um pagamento
de royalties de 1,5% das receitas geradas pelo produto em questão, as despesas variáveis de
Young (2011, p. 76) define evasão fiscal como “aquele negócio jurídico efetuado de for-
ma dolosa, com intuito de burlar o Fisco, visando o não pagamento da obrigação tributária,
ou pagando com menor carga, porém, de forma ilícita”.
Para Fabretti (2001, p. 148), “evasão fiscal ocorre quando o contribuinte adota méto-
dos ilícitos, após a ocorrência do fato gerador, para diminuir o montante do tributo devido
ou para, até mesmo, não pagá-lo”. Por ser ilícita, a evasão fiscal configura crime contra a
ordem tributária.
A elisão fiscal é atividade lícita de busca e identificação de alternativas que, observados
os marcos da ordem jurídica, levem a uma menor carga tributária e requerem o manejo da
ordem competente de duas linguagens: a do Direito positivo e a dos negócios, e, portanto,
não se restringe à descoberta de lacunas ou “brechas” existentes na legislação (ANDRADE
FILHO, 2005, p. 644).
Para Torres (2005, p. 246), elisão “é a economia de imposto obtida pela prática de um ato
revestido de forma jurídica que não se subsume na descrição abstrata da lei”.
Diante do contexto, para evitar a evasão e trabalhar com a elisão devemos incluir os
seguintes tributos e contribuições federais ao elaborar o orçamento: PIS, COFINS, INSS,
FGTS, IRPJ, CSLL e IPI.
tributação pelo lucro real em função da atividade exercida ou da sua constituição societária
ou natureza jurídica (BRASIL, 2017b).
Para fins da legislação do Imposto de Renda, a expressão lucro real significa o próprio
lucro tributável, e distingue-se do lucro líquido apurado contabilmente. De acordo com o
art. 247 do RIR/1999, lucro real é o lucro líquido do período de apuração ajustado pelas
adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pela legislação fiscal. A de-
terminação do lucro real será precedida da apuração do lucro líquido de cada período de
apuração com observância das leis comerciais (BRASIL, 2017c).
Ainda, conforme a Receita Federal (BRASIL, 2017c), a pessoa jurídica sujeita à tributa-
ção com base no lucro real pode, opcionalmente, pagar o imposto de renda mensalmente,
determinado sobre base de cálculo estimada. Nessa hipótese, deve fazer a apuração anual
do lucro real em 31 de dezembro de cada ano-calendário.
O lucro real é determinado com base no lucro líquido do período de apuração, obtido
na escrituração comercial (antes da provisão para o imposto de renda) e demonstrado no
Livro de Apuração do Lucro Real, o Lalur, em que se procede uma série de ajustes com adi-
ções, exclusões e compensações, chegando ao lucro real (BRASIL, 2017c).
Conforme a Receita Federal (2017c), o arbitramento de lucro é uma forma de apuração
da base de cálculo do imposto de renda utilizada pela autoridade tributária ou pelo contri-
buinte. É aplicável pela autoridade tributária quando a pessoa jurídica deixar de cumprir as
obrigações acessórias relativas à determinação do lucro real ou presumido, conforme o caso.
Quando conhecida a receita bruta, e, desde que ocorrida qualquer das hipóteses de
arbitramento previstas na legislação fiscal, o contribuinte pode efetuar o pagamento do im-
posto de renda correspondente com base nas regras do Lucro Arbitrado. Ocorridas quais-
quer das hipóteses que ensejam o arbitramento de lucro, previstas na legislação fiscal, pode
o arbitramento: 1) ser aplicado pela autoridade fiscal, em qualquer dos casos previstos na
legislação do imposto de renda; 2) ser adotado pelo próprio contribuinte, quando conhecida
a sua receita bruta (BRASIL, 2017c).
A tributação com base no lucro arbitrado é manifestada mediante o pagamento da pri-
meira quota ou da quota única do imposto devido, correspondente ao período de apuração
trimestral em que o contribuinte, pelas razões determinantes na legislação, se encontrar em
condições de proceder ao arbitramento do seu lucro. A pessoa jurídica que, em qualquer
trimestre do ano-calendário, tiver seu lucro arbitrado, pode optar pela tributação com base
no lucro presumido nos demais trimestres, desde que não esteja obrigada à apuração pelo
lucro real (BRASIL, 2017d).
Conforme o regime de tributação, há diferenciação de alíquotas a serem consideradas
na elaboração dos orçamentos. Outro aspecto relevante diz respeito à diferenciação dos im-
postos, os quais são incidentes sobre o orçamento de receitas, o PIS, COFINS, IPI, ICMS e
ISS, sobre o lucro a CSLL e o IRPJ. Incidem sobre a folha de pagamento o INSS e FGTS que
fazem parte do orçamento de despesas ou de custos, dependendo de onde a mão de obra
estiver alocada.
Atividades
1. Como o processo de orçamento de receitas deve ser iniciado?
Referências
ANDRADE FILHO, E. O. Imposto de renda das empresas. São Paulo: Atlas, 2005
ANTHONY, R. N.; GOVINDARAJAN, V. Sistemas de controle gerencial. São Paulo: Atlas, 2002.
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de novos setores, efeitos no Lucro Presumido/Lucro Real e Impactos do PLP 25/2007.
______. O que é o Simples Nacional? Disponível em: <https://www8.receita.fazenda.gov.br/
SimplesNacional/Documentos/Pagina.aspx?id=3>. Acesso em: 17 maio 2107a.
______. Capítulo XIII – IRPJ - Lucro Presumido 2016. Acesso: <http://idg.receita.fazenda.gov.br/
orientacao>. Disponível em: 23 dez. 2017b.
______. Capítulo VI - Lucro Real 2016. Acesso: <http://idg.receita.fazenda.gov.br/orientacao>.
Disponível em: 17 maio 2017c.
______. Capítulo XIV - Lucro Arbitrado. Acesso: <http://idg.receita.fazenda.gov.br/orientacao>.
Disponível em: 17 maio 2017d.
______. Senado Federal. Código Tributário Nacional. Brasília: Secretaria Especial de Editoração e
Publicações. Subsecretaria de Edições Técnicas, 2012. Disponível em: <https://www2.senado.leg.br/
bdsf/bitstream/handle/id/496301/000958177.pdf?sequence=1>. Acesso em: 17 maio 2017.
BRUNI, A. L.; FAMA, R. Gestão de custos e formação de preços: com aplicação na calculadora HP 12C
e Excel. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2004.
CASTANHEIRA, D. R. F. O uso do orçamento empresarial como ferramenta de apoio à tomada
de decisão e ao controle gerencial em indústrias farmacêuticas de médio porte. 2008. Dissertação
(Mestrado em Administração) - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade
de São Paulo, São Paulo, 2008. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/
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FRANGIOTTI, A. T. Elaboração do orçamento empresarial com base na geração de valor. Dissertação
(Mestrado em Administração de Organizações) Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade
de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2011. Disponível em: <http://www.teses.
usp.br/teses/disponiveis/96/96132/tde-23112011-135821/pt-br.php>. Acesso em: 5 jun. 2017.
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Oliveira (org.). Planejamento fiscal teoria e prática. v. 2. São Paulo: Dialética, 1998.
Resolução
1. O ponto de partida para geração desse orçamento reside na projeção da demanda
esperada. Para tanto, é necessário coletar informações e discuti-las entre gerentes
e representantes de vendas. Para isso, é preciso compreender as necessidades dos
clientes, do potencial de mercado, conhecer os produtos e seus concorrentes.
Esse tipo de custeio apresenta duas desvantagens: a primeira é que os gestores podem retirar
alguns custos do período atual da demonstração do resultado para produzir estoque; a segunda
é que o formato do custeio por absorção não é útil para a tomada de decisão. O propósito de levar
custos para estoque é aumentar o lucro acima do que teria sido sem a produção extra. Os gestores
são avaliados com base no lucro operacional e sabem que temporariamente podem aumentar a
rentabilidade, aumentando a produção. As empresas que utilizam a produção como medida de
rentabilidade devem instituir regras em relação à produção (HANSEN; MOWEN, 2001).
Uma forma de distribuir os custos consiste na departamentalização. Um departamento
é uma unidade mínima administrativa, que acumula os custos até sua atribuição ao produto.
O objetivo da departamentalização reside no controle dos custos e na determinação
mais precisa do custo dos produtos. Na maioria das vezes, um departamento é um centro de
custos, mas pode reunir mais que um centro de custo sob a responsabilidade de um gestor.
O controle de custos é atingido principalmente porque sua ocorrência se dá pela responsabi-
lidade de um chefe ou supervisor de departamento, e a determinação mais precisa do custo
é atingida, pois reduz a arbitrariedade dos critérios de rateio. Um centro de custo é uma
unidade mínima de acumulação de custos (NEVES; VICECONTI, 2010).
Geralmente os departamentos podem ser divididos em dois grupos: os de produção,
diretamente responsáveis por criar os produtos ou serviços; e os departamentos de apoio,
que fornecem serviços essenciais para os departamentos de produção.
A sequência lógica da departamentalização obedece aos seguintes passos:
• identificação dos custos indiretos que podem ser atribuídos diretamente aos
departamentos;
• rateio dos custos comuns a todos os departamentos;
• alocação dos custos dos departamentos de serviços para os departamentos de pro-
dução, segundo uma ordem pré-determinada, de preferência primeiro os que têm
mais custos a ratear;
• uma vez que todos os custos estejam alocados aos departamentos de produção,
é necessário dividi-los entre os produtos por algum critério de rateio (NEVES;
VICECONTI, 2010, p. 103).
Trabalharmos com centros de responsabilidade não consiste em uma nova maneira de
custeio e, sim, uma forma, dentro de quaisquer sistemas de custeio utilizado, de controlar os
custos por níveis de responsabilidade (MARTINS, 2000).
Os tributos possuem diversas divisões. Porém, uma das mais comuns é dividirmos em
tributos: diretos e indiretos. Os primeiros são aqueles que incidem diretamente sobre a ren-
da, como o IRPJ e a CSLL. Já os indiretos são os impostos, os quais a cada etapa econômica
são repassados para o valor do produto, entre eles: ICMS, IPI, ISS, PIS, as contribuições
sobre a folha de pagamento e a COFINS.
Para entendermos a sistemática de cada um desses tributos, vamos pensar em uma
empresa que, ao fazer o orçamento de uma compra, deve levar em conta o valor dos impos-
tos (ICMS), no caso de opção pelo Lucro Presumido. Assim, se uma empresa realizar em
determinado período a compra de mercadorias com valor de R$ 200.000,00, com mais 18%
de ICMS, a situação seria a seguinte:
INSS 20,00 %
Seguro Acidente de Trabalho (SAT) 3,00 %
Salário educação 2,50 %
INCRA/SEST/SEBRAE/SENAT 3,30 %
Total do percentual 28,80 %
Fonte: BRASIL, 2012.
Portanto, para apuração do resultado líquido orçado, a empresa deve levar em conta:
a receita, os custos, as despesas, os tributos e as peculiaridades de cada sistema de contri-
buição (Real, Presumido e Simples) para cada produto. Depois, deve calcular o resultado
consolidado ou total dos produtos comercializados no período. Vale ressaltar que devemos
considerar a previsão de férias e 13º salário, no período (mês, trimestre ou semestre).
custeio adotada, ou do plano de contas, essa estrutura pode e deve ser flexibilizada para
atender à necessidade por informação da organização.
Orçamento de vendas
(a) Abordagem das causas em que são identificadas as variáveis que pos-
suem influência sobre as vendas futuras.
(a) Econômico
i. Receita Bruta
(b) Financeiro
i. Recebimento de vendas
(c) Patrimoniais
Orçamento da produção
(a) Econômico
(b) Financeiro
(c) Patrimoniais
Este orçamento inclui todos os gastos que não são derivados das operações
de produção e de vendas. Elas ocorrem na supervisão e prestação de ser-
viços a todas as principais funções. Além disso, as contas deste orçamento
são fixas e são influenciadas pelas políticas e decisões de administração,
(a) Econômico
(b) Financeiros
(c) Patrimoniais
(ii) Fornecedores
[...]
Atividades
1. No que consiste o custo-meta?
Referências
ANTHONY, R. N.; GOVINDARAJAN, V. Sistemas de controle gerencial. São Paulo: Atlas, 2002.
BRASIL. Lei n. 9.317, de 05 de dezembro de 1996. Dispõe sobre o regime tributário das microem-
presas e das empresas de pequeno porte, institui o Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e
Contribuições das Microempresas e das Empresas. Brasília, DF: Senado Federal, 1994. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9317.htm>. Acesso em: 4 abr. 2017.
HORNGREN, C. T.; DATAR, S. M.; FOSTER, G. Contabilidade de custos. Uma abordagem gerencial.
11 ed. São Paulo: Pearson, Prentice Hall, 2004.
MAHER, M. Contabilidade de custos. Gerando valor para a Administração. São Paulo: Atlas, 2001.
NEVES, S.; VICECONTI, P. E. V. Contabilidade de Custos. Um enfoque direto e objetivo. 9. ed. São
Paulo: Frase, 2010.
SCARPIN, J. E. Target costing e sua utilização como mecanismo de formação de preço para novos
produtos. Dissertação (Mestrado em Contabilidade e Controladoria) – Programa de Pós-Graduação
em Contabilidade e Controladoria, Universidade Norte do Paraná, Londrina, 2000.
SOUZA, A.; CLEMENTE, A. Gestão de custos. Aplicações operacionais e estratégicas. São Paulo: Atlas,
2007.
WARREN, C. S; REEVE, J. M; FESS, P. E. Contabilidade gerencial. 2 ed. São Paulo: Thomson Learning,
2008.
Resolução
1. O custo-meta pode ser entendido como o valor de custo de um produto a ser alcan-
çado pelo qual é possível cobrar um preço de venda suficiente para ser aceito pelo
mercado consumidor e proporcionar o lucro desejado pelos acionistas. O conceito de
custo-meta parte do pressuposto de que o mercado já assumiu um preço de venda
unitário para o produto ou serviço que, em princípio, não é passível de alterações,
restando para a empresa administrar seus custos operacionais para obter a rentabi-
lidade desejada.
Propostas Características
Não interferem nas demais propostas, concorrem entre si na disputa
Independentes de um montante limitado de recursos e são selecionadas caso sejam
mais atraentes.
Mutuamente Possuem a mesma finalidade ou atendem a um mesmo objetivo, a
excludentes aprovação de uma elimina automaticamente as demais.
Também são mutuamente excludentes mas tem objetivos diferentes, e
Colidentes
a escolha de uma elimina a outra.
Dependem da aprovação de outra cujos recursos são afetados por ou-
Contingentes
tros projetos.
Fonte: BRAGA, 1995, p. 278-279. Adaptado.
Hansen e Mowen (2001) apresentam quatro técnicas comumente utilizadas para orien-
tar os gestores na seleção de decisões de investimento, sendo que duas delas consideram
o valor do dinheiro no tempo: os denominados modelos descontados e não descontados. Essas
técnicas são: o Valor Presente Líquido (VPL), o payback, o retorno médio de investimento, a
Taxa Interna de Retorno e o índice de lucratividade, porém, na prática, as empresas traba-
lham com métodos conjugados (MINARDI; SAITO, 2007).
Para tomar decisões de investimento de capital, um gestor deve estimar a quantidade e
o momento oportuno dos fluxos de caixa, avaliar o risco do investimento e o impacto do pro-
jeto sobre os lucros da empresa. Uma das tarefas mais difíceis é estimar os fluxos de caixa,
pois as projeções devem incluir anos subsequente e estão sujeitas às incertezas de natureza
diversas (HANSEN; MOWEN, 2001).
Para entender as decisões de investimento, algumas técnicas reconhecem o valor do
dinheiro no tempo. Alguns pacotes de software estão disponíveis para otimizar o tempo dis-
pendido para elaboração dos orçamentos. Esses softwares fazem uso de modelos de plane-
jamento financeiro que, por sua vez, utilizam cálculos ou representações matemáticas dos
relacionamentos entre as atividades operacionais e financeiras, bem como incluem outros
fatores que afetam o orçamento de forma geral (HORNGREN; DATAR; FOSTER, 2004).
Para reconhecer o valor do dinheiro no tempo, empregam-se os cálculos de Valor
Presente Líquido e Taxa Interna de Retorno.
N. Critérios
A nova proposta não deve computar perdas sofridas com projeto anterior fracassa-
1
do, uma vez que tais perdas pertencem a decisões passadas.
Se a proposta envolver um bem atualmente ocioso, deve considerar esse valor de
2
mercado como parte do investimento.
No lançamento de novos produtos que concorrem com as linhas tradicionais da or-
3 ganização, deve-se abater das receitas de novos produtos as quedas previstas pela
redução de vendas das linhas antigas.
Os acréscimos de desembolsos com despesas operacionais devem ser subtraídos
4
das entradas de caixa adicionais.
Os recursos da venda de ativos fixos a serem substituídos com a implantação da
proposta devem ser abatidos dos desembolsos projetados com as novas aquisições,
5
bem como deve ser subtraído o valor residual dos novos ativos fixos no final da
vida útil do projeto.
Nos fluxos de caixa devem ser computadas as alterações nos desembolsos com o
6
imposto de renda provocado pela nova proposta.
Fonte: BRAGA, 1995, p. 279. Adaptado.
Em síntese, Braga (1995) enumera situações nas quais os fluxos de caixa devem refletir
as saídas líquidas de caixa ou investimento líquido e as entradas líquidas de caixa ou bene-
fícios líquidos.
Por exemplo, uma organização opta pela compra de uma máquina, com investimento
de R$ 5.000,00, no qual reduzirá os custos anuais em R$ 1.800,00. A princípio, já temos a
informação de que nos próximos 5 anos haverá uma redução de R$ 9.000,00 (R$ 1.800,00 de
economia multiplicados por 5 anos); no entanto a organização obterá um retorno de 20% se
investir o valor em outra atividade. Assim, é preciso descontar o fluxo de redução dos custos
anuais para obtenção do Valor Presente desse investimento (WAREEN; REEVE; FESS, 2008).
A Tabela 1 apresenta a projeção do fluxo de caixa descontado para essa situação.
Assim, podemos visualizar que a máquina promete mais do que a taxa de retorno preten-
dida a 20% em um investimento alternativo, gerando um Valor Presente Líquido de R $384,00.
Nesse caso, a opção seria por investir na máquina que gerará uma redução de recursos.
Nas decisões de investimento, o ponto central está no fluxo de caixa e não no lucro lí-
quido contábil, pois o lucro é gerado pelo regime de competência, enquanto que em termos
de investimento, o tempo do fluxo das entradas e saídas de caixa são mais importantes. Nos
projetos de investimento, são comuns os desembolsos de caixa para: investimentos iniciais
incluindo os custos de instalação; aumento da necessidade de capital de giro que é obtido
pela diferença entre a variação do Ativo Circulante e do Passivo Circulante entre dois perío-
dos distintos; reparos e manutenção; custos operacionais incrementais. No entanto, também
são comuns as entradas de caixa, tais como: receitas incrementais; redução dos custos; valor
de alienação final e liberação do capital de giro (WAREEN; REEVE; FESS, 2008).
O Quadro 3 ilustra a situação das adições e subtrações que devem ser realizadas para
estabelecer o valor do investimento líquido.
n 1,00% 2,00% 3,00% 4,00% 5,00% 6,00% 7,00% 8,00% 9,00% 10,00% 12,00% 15,00% 18,00%
1 0,990 0,980 0,971 0,962 0,952 0,943 0,935 0,926 0,917 0,909 0,893 0,870 0,847
2 1,970 1,942 1,913 1,886 1,859 1,833 1,808 1,783 1,759 1,736 1,690 1,626 1,566
3 2,941 2,884 2,829 2,775 2,723 2,673 2,624 2,577 2,531 2,487 2,402 2,283 2,174
4 3,902 3,808 3,717 3,630 3,546 3,465 3,387 3,312 3,240 3,170 3,037 2,855 2,690
5 4,853 4,713 4,580 4,452 4,329 4,212 4,100 3,993 3,890 3,791 3,605 3,352 3,127
6 5,795 5,601 5,417 5,242 5,076 4,917 4,767 4,623 4,486 4,355 4,111 3,784 3,498
7 6,728 6,472 6,230 6,002 5,786 5,582 5,389 5,206 5,033 4,868 4,564 4,160 3,812
8 7,652 7,325 7,020 6,733 6,463 6,210 5,971 5,747 5,535 5,335 4,968 4,487 4,078
9 8,566 8,162 7,786 7,435 7,108 6,802 6,515 6,247 5,995 5,759 5,328 4,772 4,303
10 9,471 8,983 8,530 8,111 7,722 7,360 7,024 6,710 6,418 6,145 5,650 5,019 4,494
11 10,368 9,787 9,253 8,760 8,306 7,887 7,499 7,139 6,805 6,495 5,938 5,234 4,656
12 11,255 10,575 9,954 9,385 8,863 8,384 7,943 7,536 7,161 6,814 6,194 5,421 4,793
13 12,134 11,348 10,635 9,986 9,394 8,853 8,358 7,904 7,487 7,103 6,424 5,583 4,910
14 13,004 12,106 11,296 10,563 9,899 9,295 8,745 8,244 7,786 7,367 6,628 5,724 5,008
15 13,865 12,849 11,938 11,118 10,380 9,712 9,108 8,559 8,061 7,606 6,811 5,847 5,092
16 14,718 13,578 12,561 11,652 10,838 10,106 9,447 8,851 8,313 7,824 6,974 5,954 5,162
17 15,562 14,292 13,166 12,166 11,274 10,477 9,763 9,122 8,544 8,022 7,120 6,047 5,222
18 16,398 14,992 13,754 12,659 11,690 10,828 10,059 9,372 8,756 8,201 7,250 6,128 5,273
Fonte: HANSEN; MOWEN 2001, p. 727. Adaptado.
6.1.4 Payback
Um modelo de avaliação de investimentos que faz parte dos modelos não descontados,
ou que não consideram o valor do dinheiro no tempo, é o payback, também encontrado na
literatura como período de recuperação ou prazo de retorno.
Braga (1995) infere que quanto maior for o horizonte de tempo do investimento, maiores
serão as incertezas a que estão sujeitas essas previsões. Geralmente esses prazos de retorno são
fixados pela alta administração e as propostas que não se encaixam nesse prazo são rejeitadas.
O payback se concentra no período de recuperação do investimento, que é o tempo que o
projeto leva para compensar seu custo inicial em recebimentos de caixa; é expresso em anos
Observando esses projetos, temos que a proposta A tem um prazo de retorno de 2 anos,
a B de 2,5 anos e a C de 3 anos. Assim, a proposta A seria a opção escolhida.
Recursos de terceiros
Padoveze (2010) aponta que além das despesas financeiras geradas pelos financiamen-
tos e empréstimos, a organização também incorre em gastos financeiros decorrentes das
atividades cotidianas junto aos estabelecimentos bancários e também devem ser orçadas da
melhor forma possível.
A organização desse orçamento deve apresentar as informações das contas contábeis
pertencentes a esse grupo, assim como essas estão dispostas no plano de contas. Nesse sen-
tido, dentro do grupo despesas financeiras, já constam as receitas financeiras e sua apresen-
tação da demonstração do resultado do exercício é líquida.
As receitas financeiras que geram excedentes de caixa são passíveis de cálculo após a
elaboração do orçamento de caixa ou a demonstração de resultado projetada. São exemplos
de receitas financeiras: juros por atraso de clientes, variações cambiais pós embarque e ex-
portações, descontos obtidos, ajustes a valor presente, entre outras (PADOVEZE, 2010).
Fluxo de Valor
Operações Anos Fator %
Caixa Presente
Opção adquirir máquina nova
Investimento inicial 1 (25.000) 1 (25.000)
Valor Residual 1 3.000 1 3.000
Desembolso Operacional anual 1–6 (9.000) 4,355 (39.195)
Valor residual máquina nova 6 5.000 0,564 2.820
Valor presente da máquina nova (58.375)
Opção manter máquina velha
Revisão imediata 1 (4.000) 1 (4.000)
[...]
Atividades
1. Quais aspectos são cruciais para o planejamento financeiro?
Referências
ABENSUR, E. O. Um modelo multiobjetivo de otimização aplicado ao processo de orçamento de capi-
tal. Gest. Prod., São Carlos, v. 19, n. 4, p. 747-758, 2012.
ANTHONY, R. N.; GOVINDARAJAN, V. Sistemas de controle gerencial. São Paulo: Atlas, 2002.
BRAGA, R. Fundamentos e Técnicas de Administração Financeira. São Paulo: Atlas, 1995.
CASTANHEIRA, D. R. F. O uso do orçamento empresarial como ferramenta de apoio à tomada
de decisão e ao controle gerencial em indústrias farmacêuticas de médio porte. 2008. Dissertação
(Mestrado em Administração) - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade
de São Paulo, São Paulo, 2008. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/
tde-11122008-165845/pt-br.php>. Acesso em: 5 jun. 2017.
Resolução
1. Os aspectos são: planejamento de caixa e de lucros. O primeiro diz respeito ao orça-
mento de caixa da empresa e o segundo é realizado por meio de demonstrativos finan-
ceiros projetados. Esses demonstrativos reúnem informações de vários orçamentos.
Os planos estratégicos contêm alvos embutidos que são usados para monitorar o
cumprimento organizacional para as estratégias (SIMONS, 1995). Nesse sentido, os
orçamentos têm sido tradicionalmente a base central de controle da maioria das orga-
nizações (OTLEY, 1999).
Otley (1999) afirma que o termo desempenho, bastante ambíguo, considera que a orga-
nização tem um bom desempenho quando efetivamente implementa uma estratégia ade-
quada aos seus propósitos. Nesse sentido, as possibilidades de medição do desempenho
são diversas. Entre essas, a tradicionalmente utilizada para fins de controle é o orçamento.
O orçamento representa um compromisso do executivo responsável pelo setor orçado,
para com o seu superior hierárquico. O orçamento atribui responsabilidades ao centro de lu-
cro, que por sua vez atribui responsabilidades às áreas funcionais sob sua responsabilidade
(ANTHONY; GOVINDARAJAN, 2002). Assim, o atingimento das metas estabelecidas pelos
orçamentos se transforma em uma medida de desempenho.
Maher (2001) afirma que, em contabilidade gerencial, qualquer desvio detectado em
relação à quantia predeterminada é conhecido como variação. A diferença entre o orçado e o
realizado é uma medida de desempenho.
Todas as peças orçamentárias são objetos de acompanhamento em relação ao realizado.
Padoveze (2010) aponta que o relatório clássico de controle orçamentário para todos os cen-
tros de custos ou divisões reúne:
a) os valores orçados para a competência observada;
b) os valores reais contabilizados;
c) a variação do real e do orçado;
d) os valores orçados acumulados até a presente data;
e) os valores reais acumulados até a presente data;
f) a variação acumulada entre o real e o orçado.
Esse relatório pode ser complementado por informações. A saber: variação percentual
mensal; variação percentual acumulada até o período em análise; total do orçamento anual;
somatório dos dados reais até a competência analisada acrescida da projeção até o final do
período orçamentário (PADOVEZE, 2010).
O orçamento geral de uma organização reúne os orçamentos operacionais e os finan-
ceiros. A parte operacional reúne a demonstração do resultado orçada, o orçamento da pro-
dução e o orçamento de custos. A parte financeira compreende os orçamentos de caixa e o
balanço orçado. Ao utilizar o orçamento como ferramenta de controle, a organização foca-
liza a atenção em elementos-chave. A maioria desses elementos está disposta no orçamento
operacional. Quando a demonstração do resultado real é comparada com a orçada, quase
sempre aparecem as diferenças de valores, que são as variações. Os gestores precisam enten-
der as causas das variações fim de tomar medidas corretivas (MAHER, 2001).
Crepaldi e Crepaldi (2014) afirmam que, ao avaliarmos os orçamentos, devemos consi-
derar as causas, que podem ser observadas no Quadro 1.
Vendas
Receita Bruta
(–) Impostos
Receita
Líquida
B) Orçamento
dos Custos da
MP
Custos fixos
Custos
variáveis
Valor total dos
custos
Total despesas
Padoveze (2010) aponta que as variações decorrem geralmente da quantidade real ter
sido efetivamente diferente da orçada e do preço praticado ser diferente do orçado.
Kaplan e Norton (2004) iniciam sua obra afirmando que o que é medido é realizado e
explicam que os sistemas de mensuração exercem forte influência sobre o comportamen-
to dos gerentes e dos empregados. Os autores desenvolveram, ao longo de um projeto de
pesquisa de um ano com doze empresas de vanguarda, um conjunto de indicadores que se
propõem a fornecer uma visão rápida e abrangente da organização.
O Balanced Scorecard traduz a missão e a estratégia da empresa em um conjunto de
indicadores de desempenho. É assim chamado porque equilibra o uso de indicadores finan-
ceiros e não financeiros para avaliar o desempenho de curto e de longo prazo em um único
documento (HORNGREN; DATAR; FOSTER, 2004).
Hansen e Mowen (2001) utilizam a denominação de painel de indicadores equilibrados
para o Balanced Scorecard e o consideram como um sistema de gestão estratégica que define
um sistema de contabilidade por responsabilidade. Esses indicadores fornecem respostas a
quatro questões básicas, a saber:
Questões Perspectiva
Finanças
Para sermos bem Objetivos Indicadores Metas Iniciativas
sucedidos finan-
ceiramente, como
devemos parecer aos
olhos dos aconistas?
Aprendizado e crescimento
Hansen e Mowen (2001) apontam que esse conjunto de indicadores são derivados da
visão, da estratégia e dos objetivos da empresa, que são equilibrados entre medidas de resul-
tado e previsão, com medidas financeiras e não financeiras. Essas medidas de desempenho
são ligadas à estratégia da organização.
Diferentes estratégias, situações de mercado e setor de atuação exigirão diferentes score-
cards. Cada unidade de negócio deve desenvolver seu s corecard compatível com sua missão,
estratégia, tecnologias e cultura (KAPLAN; NORTON, 2004).
Os sistemas de controle operacional e gerencial da maioria das empresas se de-
senvolveram em torno de indicadores e metas financeiras que têm pouca relação
com o progresso na realização dos objetivos estratégicos de longo prazo. Assim,
a ênfase da maioria das empresas nos indicadores financeiros de curto prazo cria
um hiato entre o desenvolvimento e a implementação da estratégia. (KAPLAN;
NORTON, 2004, p. 69)
Objetivos Medidas
Participação de mercado (porcentagem
de mercado).
Essenciais:
Porcentagem de crescimento, clientes
Aumentar a participação de mercado. existentes.
Aumentar a retenção de clientes. Porcentagem de clientes que retornam.
Aumentar a satisfação de clientes. Número de clientes novos.
Aumentar a rentabilidade do cliente. Índices de pesquisas de clientes.
Objetivos Medidas
Inovação:
Objetivos Medidas
Índices de satisfação dos empregados.
Horas de treinamentos.
Aumentar as competências
dos empregados. Quociente da cobertura estratégica de serviços (porcenta-
gem de requisitos críticos de funções preenchidas).
Aumentar a motivação e o
alinhamento. Sugestões por empregado.
Aumentar as competências Sugestões implementadas por empregado.
dos sistemas de informação.
Porcentagem de processos com possibilidades de realimen-
tação em tempo real.
Objetivos Medidas
Crescimento da receita.
Aumentar número de produtos novos. Porcentagem de receitas de produtos novos.
Criar novas aplicações. Porcentagem de receitas de novas aplicações.
Desenvolver novos clientes e mercados. Porcentagem de receitas de fontes novas.
Adotar uma nova estratégia de preços. Rentabilidade do produto e do cliente.
Redução de custo.
Reduzir o custo unitário do produto. Custo unitário do produto.
Reduzir o custo unitário do cliente. Custo unitário do cliente.
Reduzir o custo do canal de distribuição. Custo do canal de distribuição.
Utilização de ativos. Retorno sobre o investimento (ROI).
Melhorar a utilização dos ativos. Valor econômico adicionado.
Fonte: HANSEN; MOWEN, 2001, p. 495. Adaptado.
O método EVATM foi criado por Joel Stern e G. Bennett Stewart III e patenteado por sua
empresa, a Stern & Stewart Co., no início da década de 1990. Consiste em uma medida de
avaliação de desempenho financeiro que tenta encontrar o verdadeiro resultado econômico
gerado ou acrescentado, que, por sua vez, relaciona-se com a criação de valor para o acio-
nista, quando seu valor consegue gerar um resultado maior do que o seu custeio de capital
(CREPALDI; CREPALDI, 2014).
A base com a qual se fundamenta o processo de criação de valor nas organizações é a
produção e venda de produtos e serviços. Cada unidade traz dentro de si seu valor agrega-
do, alcançado pela diferença entre o preço de venda obtido no mercado, menos o preço de
compra dos insumos e serviços também adquiridos no mercado (PADOVEZE, 2010).
A gestão baseada em valor prioriza a maximização do valor da empresa e, para
tanto, se utilizam técnicas e processos gerenciais orientados para tal premissa.
Nessa abordagem, a ênfase está nos direcionadores de valor (value drivers), sendo
o custo de capital o mais utilizado. (ARAÚJO; ASSAF NETO, 2003, p. 24)
Araújo e Assaf Neto (2003) afirmam que as organizações investem em uma diversidade
de ativos, com o objetivo de maximização de seu valor. Isso significa que as organizações
almejam ativos que agregam maior valor a elas, e, a fim de identificar quais são eles, faz-se
necessária a utilização de medidas gerenciais que tragam essa informação.
O EVATM é a medida do lucro econômico de uma organização após descontar o custo
do capital empregado. “Trata-se de uma forma de aferição do lucro econômico de uma em-
presa ao final de determinado período de tempo”. De forma direta, é o lucro líquido opera-
cional depois dos impostos, deduzido do custo de capital de terceiros e do custo de capital
próprio, ou seja, o lucro líquido operacional deduzido do custo de oportunidade de todo
capital investido na organização (CREPALDI; CREPALDI, 2014, p. 323).
O custo de oportunidade é o benefício ao qual se abriu mão por ter escolhido um curso
de ação ao invés de outro. Esse conceito pode ser monetário ou não. O custo é um sacrifício
de recursos, pois, ao usar um recurso para um propósito faz com que esse recurso não possa
ser empregado em outro lugar. O retorno abdicado de seu uso em outro lugar é o custo de
oportunidade de seu uso atual. Assim, o custo de oportunidade de uma decisão particular
depende das alternativas disponíveis (ZIMMERMAN, 1997).
O custo de oportunidade é o sacrifício da melhor alternativa por uma dada ação.
Se o capital pode ser vendido, então os juros deveriam ser incluídos como um
custo de oportunidade. Se o capital não tem nenhum valor de revenda, então ob-
viamente não há quaisquer juros a serem abdicados. (ZIMMERMAN, 1997, p. 29)
Essa situação ilustrada por Zimmerman (1997) aponta uma aplicação do custo de opor-
tunidade do capital, que implica no valor mínimo que o acionista deveria receber por em-
pregar seu capital na entidade, em vez de empregar em quaisquer outras atividades, ou,
ainda, aplicar seu recurso no mercado financeiro.
Padoveze (2010) infere que a adoção do custo de oportunidade para os acionistas requer
a criação de uma área de resultados específica para mensurar a rentabilidade dos acionistas.
Para eles, o custo de oportunidade seria o lucro mínimo que poderia perceber para justifi-
car seu investimento. Adotando esse conceito, o lucro que seria distribuível, seria apenas
o excedente à manutenção do capital financeiro, proporcionando melhores condições de
continuidade para organização.
Crepaldi e Crepaldi (2014) reiteram essa posição e afirmam que esse indicador tem a
finalidade de avaliar se a organização está ganhando dinheiro suficiente para pagar o custo
de capital que administra. O conceito básico é calcular a remuneração mínima exigida pelos
acionistas e abater do lucro apurado no período.
O custo de oportunidade consiste em uma ferramenta muito útil para a tomada de deci-
são, pois implica em conhecer todas as alternativas disponíveis de aplicação, bem como seus
riscos e estimados retornos, possibilitando ao tomador de decisão optar pela alternativa que
melhor atenda aos seus anseios e objetivos.
É obtido pelo resultado operacional após o Imposto de Renda menos o total de custo
anual do capital. Se o EVATM for positivo, a empresa está criando riqueza; caso seja negativo,
[...]
Atividades
1. Dadas as operações abaixo, calcule o EVATM da Companhia Pega Ratão. O custo de
oportunidade sobre os investimentos dos acionistas foi estipulado em 15% e a taxa
de juros do financiamento foi fixada em 25%. Dessa taxa, considere 30% de tributação
Demonstração do resultado do
2016
exercício Cia Pega Ratão
Vendas 30.000
(–) Custo (5.000)
Lucro bruto 25.000
(–) Despesas
De vendas (2.000)
Administrativas (4.000)
Financeiras (10.000)
Lucro operacional 9.000
(–) Imposto de Renda (4.000)
Lucro líquido 5.000
2. Considere que a Cia. Pega Ratão trabalha com duas divisões. A divisão A detém
R$ 13.000,00 dos ativos operacionais, e a divisão B trabalha com ativos operacio-
nais no valor de R$ 7.000,00. Considere ainda que o lucro operacional gerado pela
divisão A foi de R$ 5.000,00 e da divisão B foi de R$ 4.000,00.
Utilize para cálculo de medida de desempenho o lucro residual por divisões e utilize
a taxa almejada de lucro operacional de 15% sobre os ativos operacionais alocados
por divisão.
Referências
ANTHONY, R. N.; GOVINDARAJAN, V. Sistemas de controle gerencial. São Paulo: Atlas, 2002.
ARAÚJO, A. M. P.; ASSAF NETO, A. A Contabilidade Tradicional e a Contabilidade Baseada em
Valor. Revista Contabilidade & Finanças – USP, São Paulo, n. 33, p. 16 - 32, set./dez., 2003.
ARTHUZO, M. R. Medidas de Desempenho. Ferramentas para avaliar a estratégia e impulsionar a
criação de valor para o acionista. 136 f. (Dissertação de Mestrado em Administração de Empresas)
EAESP/FGV: São Paulo, 2002.
CREPALDI, S. A.; CREPALDI, G. S. Contabilidade gerencial: teoria e prática. 7. ed. São Paulo: Atlas,
2004.
HANSEN, D. R. MOWEN, M. M. Gestão de custos. Contabilidade e controle. 1. ed. São Paulo: Pioneira
Thompson Learning, 2001.
HORNGREN, C. T.; DATAR, S. M.; FOSTER, G. Contabilidade de custos. Uma abordagem gerencial.
11 ed. São Paulo: Pearson, Prentice Hall, 2004.
KAPLAN, R. S. NORTON, D. P. Kaplan e Norton na prática. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
MAHER, M. Contabilidade de custos. Gerando valor para a administração. São Paulo: Atlas, 2001.
OTLEY, D. T. Performance management: a framework for management control systems research.
Management Accounting Research, n. 10, p. 363-382, 1999.
PADOVEZE, C. Contabilidade gerencial. Um enfoque em sistema de informação contábil. 7 ed. São
Paulo: Atlas, 2010.
SIMONS, R. Levers of control: how managers use innovative control systems to drive strategic rene-
wal. Harvard Business Press, 1995.
WARREN, C. S.; REEVE, J. M.; FESS, P. E. Contabilidade gerencial. 2 ed. São Paulo: Thompson
Learning, 2008.
ZIMMERMAN, J. L. Accounting for Decision Making and Control. 2 Ed. Boston: Irwin/Mc Graw-Hill.
1997.
Resolução
1. Cálculo do Custo Médio Ponderado do Capital CMPC
(1) Fontes de (2) Montante % (4) Custo Resultado (5) Custo
financiamento após os ponderado
impostos = (3 x 4)
Cálculo do EVATM:
O EVATM positivo indica que a Cia. Pega Ratão criou valor além do custo de capital
utilizado.
2. O lucro divisional é calculado com base em uma taxa mínima de retorno esperada
pelo emprego dos ativos em cada divisão. Permite visualizar qual divisão está sendo
mais eficiente no emprego de seus ativos. Assim, apesar da divisão A gerar um lucro
3. Quanto maior for a taxa de desconto dos investimentos, obtida pelo cálculo do ROI,
melhor é o desempenho do centro de responsabilidade. Assim confirma-se que a
divisão B é mais eficiente na gestão dos ativos de sua responsabilidade.
Tabela 2 – Payback para fluxo de caixa não uniforme para aquisição de máquinas – Heitor
Mendonça Móveis e Arte.
Investimento
Ano Investimento a recuperar Fluxo de caixa anual
inicial
1 110.000 110.000 25.000
2 85.000 30.000
3 55.000 40.000
4 15.000 50.000
Fonte: Elaborada pelos autores.
Verificamos que, no quarto mês do quarto ano, a máquina conseguirá trazer o retor-
no necessário para cobrir o investimento inicial. A opção alternativa seria o arrendamento
dessa máquina por R$ 20.000,00 anuais. Nesse caso, na metade do quinto ano já teríamos
alcançado o total de R$ 110.000,00, que seriam o montante necessário para aquisição desse
bem. Essa comparação desprezou seu valor residual. Considerando uma vida útil de 10 anos
e o fluxo de benefícios futuros, já se mostra vantajosa a opção pela aquisição da máquina.
Os recursos para a aquisição dessa máquina serão adquiridos por linha de financiamento
específico, com carência de 1 ano a contar da aquisição para amortização em 11 anos, confor-
me o orçamento de financiamentos. Além desse recurso, foi necessário recorrer aos recursos
para compra de móveis e utensílios no valor de R$ 20.000,00 para pagamento em 20 parcelas.
Demais informações sobre o financiamento são qualitativas e devem vir dispostas nesse
orçamento. Já as taxas de juros, comissões bancárias e impostos incidentes sobre essas ope-
rações serão objeto do orçamento de despesas e receitas financeiras.
Tabela 5 – Orçamento de vendas – preço, quantidade e receita – Heitor Mendonça Móveis e Arte.
Tabela 6 – Orçamento de custos com mão de obra – Heitor Mendonça Móveis e Arte.
Somando materiais diretos, custos indiretos de fabricação e mão de obra, temos o orçamen-
to de custos. O método de custeio empregado para fins orçamentários é de custeio variável.
Seguros 1.500,00
Outros custos indiretos 1.000,00
Depreciação das máquinas 13.000,00
Total dos custos 50.776,00 46.664,00 90.940,00 279.880,00
Fonte: Elaborada pelos autores.
Despesas Totais
Administrativas 46.760,00
Salários 13.500,00
Encargos sociais 28% 3.780,00
FGTS 8% 1.080,00
Energia elétrica 2.400,00
Aluguéis 3.600,00
Combustíveis e manutenções 1.800,00
Seguros 1.000,00
Depreciação de veículo 4.000,00
Depreciação de móveis e utensílios 2.000,00
Honorários contábeis 3.600,00
Despesas diversas 10.000,00
Vendas 39.200,00
Salários 20.000,00
Encargos sociais 28% 5.600,00
FGTS 8% 1.600,00
Propaganda e publicidade 12.000,00
Fonte: Elaborada pelos autores.
Lembre-se de que a disposição das contas nos orçamentos deve respeitar a ordem dos
planos de contas. Aqui apresentamos uma proposta didática, mas obviamente temos várias
outras despesas que poderiam ou deveriam estar orçadas. Desse modo, deixamos um valor
representado para despesas diversas. Na sequência, precisamos considerar o orçamento de
receitas e despesas financeiras. No entanto, essa projeção deve ser revisitada por conta da
elaboração da projeção da demonstração de fluxo de caixa, que pode indicar a necessidade
de recursos para capital de giro, ou, ao contrário, indicar excedente em caixa, podendo não
ser necessário recorrer aos montantes orçados preliminarmente.
Despesas Anual
Despesas financeiras 19.714,31
Juros – financiamento de máquinas e equipamentos 5,6% 13.477,24
Taxas diversas – financiamento de máquinas e equipamentos TJLP 7,5% 1.800,07
Juros – empréstimo de curto prazo (12 meses) 1.200,00
Taxas diversas – empréstimo de curto prazo (12 meses) 720,00
Juros – empréstimo LP móveis (8 meses) 1.200,00
Taxas diversas – empréstimo LP móveis (8 meses) 720,00
Fonte: Elaborada pelos autores.
(–) Despesas
(46.760,00) (42.980) (46.760,00)
administrativas
(–) Despesas
(39.200,00) (33.600) (39.200,00)
com vendas
Resultado
83.085 165.318 61.535
operacional
(–) Despesas
(17.197,01) (17.197,01) (17.197,01)
financeiras
Resultado antes
65.887,69 148.120,99 44.337,99
do IR e CSLL
(–) Provisão
(6.600,00) 6.650,70
para o IR 15%
(–) Provisão
(5.940,00) 3.990,42
da CSLL 9%
Resultado
53.347,69 148.120,99 33.696,87
líquido
Fonte: Elaborada pelos autores.
Uma referência comum na literatura contábil é entender que o orçamento de caixa encer-
ra o ciclo do processo orçamentário, porém o saldo de caixa é apenas mais um dos saldos do
Na ocorrência de saldo excedente de caixa, deve-se realizar uma aplicação desse valor.
Para tanto, há necessidade de conhecer a taxa de juros para projeção das receitas financeiras.
No caso de o saldo de caixa ser negativo, é preciso projetar a tomada de recursos e incluir a
taxa de captação desse recurso e sua despesa financeira (PADOVEZE, 2010).
O orçamento de caixa resume os planos de aquisição de ativos fixos, que são necessários
para execução dos planos para vários períodos, considerando a obsolescência e o desgaste
desses ativos (WAREEN; REEVE; FESS, 2008).
(1) Fontes de (2) Montante (3) % (4) Custo após (5) Custo ponderado
financiamento os impostos = (3 x 4)
Recursos de LP 110.000 0,37 0,13 0,0480
Recursos de LP 8.000 0,03 0,15 0,0040
Patrimônio líquido 180.000 0,60 0,15 0,0906
Total 298.000 1 0,1426
Fonte: Elaborada pelos autores.
Esse resultado demonstra que a organização está criando valor. Outra medida de de-
sempenho interessante de se aplicar seria verificar o ROI ou observar o lucro residual, con-
siderando cada produto como um centro de responsabilidade.
[...]
Atividades
1. No que consiste o pacote de decisões?
Referências
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como ferramenta de apoio à formulação de estratégia, de controle e de interatividade: um estudo
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Revista. Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, v. 20, n. 3, jul./set. 2009.
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11 ed. São Paulo: Pearson, Prentice Hall, 2004.
KOTLER, P. Administração de marketing. 12 ed. São Paulo: Prentice Hall 2007.
MARION, J. C. Contabilidade empresarial. Livro de Exercícios. Editora Atlas, 1985.
PADOVEZE, C. Contabilidade gerencial. Um enfoque em sistema de informação contábil. 7 ed. São
Paulo: Atlas, 2010.
Resolução
1. O pacote de decisões é uma descrição dos serviços, com os custos associados que
um centro de responsabilidade vai incorrer. Nesse documento se definem as metas,
os programas e as consequências acarretados pela decisão ou não desse pacote.
Sempre são gerados pacotes alternativos, e a opção por determinado pacote incorre
em descartar outro.
3. Porque a depreciação é uma despesa que não gera desembolso; assim, não afeta as
disponibilidades.
763123
ISBN 978-85-387-6312-3
9 788538