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Sacrifício na Grécia Antiga

Na religião da Grécia Antiga, o templo não servia de lugar ao culto onde os fiéis se reuniam para celebrar
os ritos, o tempo é a casa do deus a que se consagrou. O lugar de reunião dos devotos era o altar
exterior, o bomos, bloco de cantaria quadrangular onde se desenrolava o rito central da religião grega, o
sacrifício.[1]

Representação de um sacrifício oferecido em conjunto com uma libação num vaso da Grécia Antiga.
Figuração Ática em negativo de preto sobre o vermelho do barro enócoa, ca. 430-425 BC (Louvre).

O sacrifício era de origem alimentar, envolvendo um animal doméstico como os que hoje nos servem de
alimento, que seguia numa procissão ritual até ao bomos. A cabeça era cortada com uma espada curta, a
machaira, que até ali estava dissimulada debaixo de cereal no cesto ritual, o kanun. O sangue que jorrava
sobre o altar era recolhido num recipiente, tal como ainda se faz num açougue ou matadouro, e abria-se
o animal para se examinar as entranhas, e em especial o fígado, de modo a concluir se o sacrifício era
aprovado pelos deuses. No caso afirmativo, a vítima é esquartejada e dividida nas suas diversas partes,
tarefa que atualmente se faz num talho. As gorduras e os ossos maiores, completamente descarnados,
eram deixados no altar para serem cremados, processo pelo qual se enviava o produto sacrificial aos
deuses. Alguns dos pedaços internos, os splanchna, eram grelhados em espetos neste fogo, pelos
executantes do rito, e posteriormente distribuídos pelos mesmos, garantindo assim o contacto entre os
deuses e os executantes do rito. O resto da carne era cozida e dividida em partes iguais para ser
consumida no local, como consumação geral da festa sacrificial por todos os participantes. As peles e a
língua eram entregues ao sacerdote, ou cidadão imaculado, que procedera ao sacrifício.[1]

O que no sacrifício grego é, para os deuses, uma oferenda, para os homens é uma refeição de festa que
desde a imolação ao repasto estava envolvida numa atmosfera de fausto e alegria. Toda a encenação
ritual era conduzida de modo a velar quaisquer traços de violência e assassinato, para fazer ressaltar a
solenidade pacífica de uma festa feliz. O animal do sacrifício não chegava a perceber qual era o seu
destino e ninguém se horrorizava com o prospecto da sua morte. Ainda hoje, nos açougues
industrializados, procura fazer-se a matança sem que o animal perceba, para que não liberte as toxinas
produzidas pela ansiedade anterior ao golpe que o leva à morte, que infestam e muitas vezes inutilizam
a sua carne. Na sociedade grega antiga não se comia outra carne que não a dos sacrifícios.[1]Sacrifício na
Grécia Antiga

Na religião da Grécia Antiga, o templo não servia de lugar ao culto onde os fiéis se reuniam para celebrar
os ritos, o tempo é a casa do deus a que se consagrou. O lugar de reunião dos devotos era o altar
exterior, o bomos, bloco de cantaria quadrangular onde se desenrolava o rito central da religião grega, o
sacrifício.[1]
Representação de um sacrifício oferecido em conjunto com uma libação num vaso da Grécia Antiga.
Figuração Ática em negativo de preto sobre o vermelho do barro enócoa, ca. 430-425 BC (Louvre).

O sacrifício era de origem alimentar, envolvendo um animal doméstico como os que hoje nos servem de
alimento, que seguia numa procissão ritual até ao bomos. A cabeça era cortada com uma espada curta, a
machaira, que até ali estava dissimulada debaixo de cereal no cesto ritual, o kanun. O sangue que jorrava
sobre o altar era recolhido num recipiente, tal como ainda se faz num açougue ou matadouro, e abria-se
o animal para se examinar as entranhas, e em especial o fígado, de modo a concluir se o sacrifício era
aprovado pelos deuses. No caso afirmativo, a vítima é esquartejada e dividida nas suas diversas partes,
tarefa que atualmente se faz num talho. As gorduras e os ossos maiores, completamente descarnados,
eram deixados no altar para serem cremados, processo pelo qual se enviava o produto sacrificial aos
deuses. Alguns dos pedaços internos, os splanchna, eram grelhados em espetos neste fogo, pelos
executantes do rito, e posteriormente distribuídos pelos mesmos, garantindo assim o contacto entre os
deuses e os executantes do rito. O resto da carne era cozida e dividida em partes iguais para ser
consumida no local, como consumação geral da festa sacrificial por todos os participantes. As peles e a
língua eram entregues ao sacerdote, ou cidadão imaculado, que procedera ao sacrifício.[1]

O que no sacrifício grego é, para os deuses, uma oferenda, para os homens é uma refeição de festa que
desde a imolação ao repasto estava envolvida numa atmosfera de fausto e alegria. Toda a encenação
ritual era conduzida de modo a velar quaisquer traços de violência e assassinato, para fazer ressaltar a
solenidade pacífica de uma festa feliz. O animal do sacrifício não chegava a perceber qual era o seu
destino e ninguém se horrorizava com o prospecto da sua morte. Ainda hoje, nos açougues
industrializados, procura fazer-se a matança sem que o animal perceba, para que não liberte as toxinas
produzidas pela ansiedade anterior ao golpe que o leva à morte, que infestam e muitas vezes inutilizam
a sua carne. Na sociedade grega antiga não se comia outra carne que não a dos sacrifícios.[1]

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