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MARINALVA JOSÉ PEREIRA

EMPREENDEDORISMO FEMININO

Rondonópolis

2020
MARINALVA JOSÉ PEREIRA

EMPREENDEDORISMO FEMININO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à Unic de Rondonópolis MT, como requisito
parcial para a obtenção do título de graduado
em Administração.

Orientador: Isabella dos Santos

Rondonópolis
2020
MARINALVA JOSÉ PEREIRA

EMPREENDEDORISMO FEMININO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à Unic de Rondonópolis MT, como requisito
parcial para a obtenção do título de graduado
em Administração.

BANCA EXAMINADORA

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Rondonópolis, 20 de maio de 2020


Dedico este trabalho a Deus e a minha
família.
5

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................17
2. EMPREENDEDORISMO.....................................................................................19
2.1 CONCEITOS E DEFINIÇÕES......................................................................................................................19
2.2 CARACTERISTICAS DO EMPREENDEDOR.................................................................................................20
2.3 RISCOS DO EMPREENDEDORISMO.........................................................................................................21

3. EMPREENDEDORISMO FEMININO..................................................................25
4. AS EMPREENDEDORAS E SUAS EMPRESAS...............................................30
4.1 PREOCUPAÇÕES E CONQUISTAS DAS EMPREENDEDORAS.....................................................................31
4.2 QUALIDADE DE VIDA DAS EMPREENDEDORAS.......................................................................................34

5. CONCLUSÃO......................................................................................................36
6. REFERÊNCIAS ..................................................................................................38
6

PEREIRA, MARINALVA JOSÉ. Empreendedorismo feminino. 2020. 32. Trabalho


de Conclusão de Curso (Graduação em Admininistração) – UNIC, Rondonólis, 2020.

RESUMO

O presente trabalho tem como finalidade o estudo do processo de evolução da mulher


no mercado de trabalho, considerando suas habilidades e competências na área
empreendedora. Nessa perspectiva , utilizou-se como recurso metodológico a
pesquisa bibliográfica por meio de livros, artigos, sites e outros matérias relacionados
ao assunto em questão, A evidência da capacidade empreendedora da mulher
brasileira nos últimos tempos, e o interesse em compreender a forma como se deu
esse processo é o que justifica a escolha desse tema como objeto de pesquisa,
considerando o percurso evolutivo por que passou a mulher no decorrer da história. O
desenvolvimento do trabalho demonstrou que as mulheres já foram consideradas
incapazes e por isso impedidas de participar ou exercer quaisquer funções que fosse
além do contexto doméstico, não podendo se envolver em questões sociais
principalmente quando que exigisse tomadas de decisões. Hoje, isso fora superado
culminando em um estágio extremamente glorioso e próspero para este segmento da
sociedade que têm se mostrado cada dia mais capaz e merecedor das oportunidades
que lhes tem sido criada.

Palavras-chave: Empreendedorismo feminino; Gerenciamento de negócios; Evolução;


Decisões; Mercado de trabalho.
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PEREIRA, MARINALVA JOSÉ. Female entrepreneurship. 2020. 32. Course


Conclusion Paper (Graduation in Administration) - UNIC, Rondonólis, 2020.

ABSTRACT

The present work aims to study the process of evolution of women in the labor
market, considering their skills and competences in the entrepreneurial area. In this
perspective, bibliographic research was used as a methodological resource through
books, articles, websites and other matters related to the subject in question, The
evidence of the entrepreneurial capacity of Brazilian women in recent times, and the
interest in understanding how this process is what justifies the choice of this theme
as an object of research, considering the evolutionary path that women went through
throughout history. The development of the work showed that women were already
considered incapable and therefore prevented from participating or exercising any
function that went beyond the domestic context, and could not get involved in social
issues, especially when it required decision making. Today, this has been overcome,
culminating in an extremely glorious and prosperous stage for this segment of society
that has shown itself more and more capable and deserving of the opportunities that
have been created for them.

Keywords: Female entrepreneurship; Business management; Evolution; Decisions;


Labor Market.
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INTRODUÇÃO

A presente pesquisa abordou o tema do caminho da mulher no


empreendedorismo, e como o seu envolvimento e integração no mundo dos
negócios aumentaram dramaticamente, mostrando uma mudança significativa no
profissionalismo e no empreendedorismo feminino
A competência das mulheres em criar, administrar e conduzir negócios hoje é
inquestionável, considerando que muitas delas usam sua criatividade e competência
empreendedora para iniciar seu próprio negócio, desenvolvendo estratégias e
alternativas que as colocam em condições iguais ao desenvolvimento masculino no
mercado de trabalho. Assim, considera-se relevante destacar alguns fatores que
contribuíram para a mulher assumir os desafios e riscos de iniciar um
empreendimento de forma independente e autônoma.
Este tema foi selecionado, por tratar da importância evidenciada pela
contribuição que possibilita compreender o processo evolutivo das mulheres no
mundo dos negócios, mais precisamente em relação à capacidade empreendedora
que cada vez mais colocam em prática, por necessidade ou impulsionada pelas
oportunidades resultante da modernidade e da globalização mundial.
O problema desta pesquisa consiste em que o empreendedorismo está
crescendo em todo o mundo e a inserção das mulheres no mesmo está em pauta,
pois elas ainda sofrem preconceitos de gênero de várias maneiras, como salário
mais baixo, menos emprego, entre outros. Desta forma, quais os principais fatores
e/ou variáveis que contribuem para o crescimento do empreendedorismo do gênero
feminino?
Assim, o presente estudo buscou como objetivo estudar os aspectos que
norteiam o empreendedorismo feminino no atual contexto de reestruturação
produtiva, pois há uma acentuada tendência da atividade produtiva feminina. Desta
formar, buscou-se definir o conceito de empreendedorismo, compreender os
benefícios da mulher na gestão da empresa e abordar os impactos do
empreendedorismo feminino.
A metodologia desta pesquisa caracteriza-se numa pesquisa bibliográfica, no
qual realizou-se uma pesquisa qualitativa das dissertações e artigos científicos de
autores Idalberto Chiavenato, José Carlos Assis Dornelas, entre outros. Para as
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pesquisas utilizou-se das seguintes bases de dados na biblioteca virtual em


Administração, nas bases de dados LILACS (Literatura Latino-Americana e do
Caribe em Ciências da Saúde), Scielo (Scientific Eletronic Library online),
bibliotecas, artigos acadêmicos, dissertações e artigos virtuais, dados de órgãos
governamentais e entidades. Visando a reunião do máximo de informações a
respeito do assunto e discorrer dos conhecimentos disponíveis sobre o tema.
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EMPREENDEDORISMO

1.1 CONCEITOS E DEFINIÇÕES

O termo empreendedorismo não é algo novo, mas nos últimos anos vem
sendo discutido com mais intensidade e maior preocupação, vejamos a seguir
algumas definições do quem vem a ser o empreendedor: “O empreendedor é a
pessoa que inicia e/ou opera um negócio para realizar uma ideia ou projeto pessoal
assumindo responsabilidades e inovando continuamente”. (CHIAVENATO, 2004 p 3)

“Empreendedor é o que empreende o novo negócio e assume todos os riscos


comerciais, legais e pessoais do empreendimento”. (DEGEN, 2009 p 6 e 7). Richard
Cantillon, importante escritor e economista do século XVII, é considerado por muitos
como um dos criadores do termo empreendedorismo, tendo sido um dos primeiros a
diferenciar o empreendedor aquele que assume riscos, do capitalista aquele que
fornecia o capital. (DORNELAS, 2008).

O empreendedor acaba não sendo apenas o construtor e fundador de novas


empresas, sua importância vai muito, além disso, ele se torna responsável pela
energia da economia, a alavanca de recursos, impulso e geração de novos talentos
e o dinamismo de ideias.

O mundo vive uma constante transformação e crescimento, os


empreendedores podem ser considerados heróis populares do mundo dos negócios,
pois além de incentivarem o crescimento econômico, fornecem empregos e
introduzem inovações no mercado.

A 11° edição da pesquisa realizada anualmente pelo Global Entrepreneurship


Monitor (GEM), revela que o Brasil alcançou em 2010 a mais elevada taxa de
empreendedorismo entre os países do G20, grupo formado pelas maiores
economias do planeta. A taxa nacional de Empreendedores em Estágio Inicial (ETA)
é de 17,5% e revela que há 21,1 milhões de brasileiros à frente de negócios com até
três anos e meio de existência. Para se ter uma ideia da representatividade desse
número, a China alcançou o índice de 14,4% e os Estados Unidos, de 7,6%.
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1.2 CARACTERISTICAS DO EMPREENDEDOR

Chiavenato (2004) descreve o empreendedor como: o ser humano com a


capacidade de realizar as coisas que precisam ser feitas, pelo fato que o mesmo
possui sensibilidade para os negócios, tino financeiro e capacidade de identificar
oportunidades. Desta forma, as ideias são colocadas em práticas, tornando-as reais
para benefício próprio e para benefício da comunidade. Contudo, o empreendedor
combina habilidades como imaginação e perseverança, que resulta em uma pessoa
capaz de adequar ideias mal organizadas em propostas concretas e bem sucedidas
no mercado.

Dornelas (2008 pág 25) complementa dizendo que “o empreendedor cria e


aloca valores para indivíduos e para sociedade, ou seja, é responsável pela
inovação tecnológica e crescimento econômico”. As vantagens de se tornar um
empreendedor são inúmeras, vamos citar algumas delas: ao se tornar um
empreendedor a pessoa pode decidir o futuro da sua empresa tomar todas as
decisões através de seus conhecimentos e intuição, pode tomar decisões
estratégicas, o empreendedor constrói algo totalmente seu e pode montar sua
equipe da forma que desejar e um dos maiores benefícios encontrados pelas pessoa
que decidem encarar o sonho de empreender é um maior retorno financeiro, pois
nas organizações o empregado têm seu salário mensal e fixo e não têm a
possibilidade de maiores ganhos.

Mas muitos se enganam que ao se tornar um empreendedor, a pessoa que


será o dono do negócio só terá a função de buscar o capital na empresa e no
restante dos dias ficará desfrutando de viagens e férias constantemente. Para ser
empreendedor o custo é muito alto, que muitos não estão dispostos a pagar. Para
citar um exemplo é necessário esquecer o horário comercial praticado na maioria
das empresas das oito as dezessete, com descanso nos finais de semana e uma
carga total de quarenta horas semanais.

Aquele empreendedor bem-sucedido, em geral trabalha sete dias por semana


de doze até dezesseis horas diárias, tudo em função de aproveitar o maior tempo
possível para atingir os resultados e realizar os objetivos. Ao investir tantas horas
em trabalho, é evidente que a pessoa sacrifica muitos aspectos da vida pessoal
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deixando de lado principalmente a família e o lazer. Para chegar à independência


econômica e o sucesso financeiro o caminho é árduo e a jornada é longa, para
potenciais empreendedores o sacrifico é muito alto e o sonho fica pelo caminho.
Mas, para poucos e muitas vezes considerados loucos, vale a pena o sacrifício, eles
acreditam na sua ideia e conseguem convencer outras pessoas de que é possível
realizar o sonho do próprio negócio.

1.3 RISCOS DO EMPREENDEDORISMO

Até agora falamos do perfil que deve ter o empreendedor, dos riscos que ele
deve assumir suas motivações e custos pessoais que terá ao iniciar seu negócio.
Entretanto, temos que entender o outro lado também porque as pessoas não
conseguem, ou que elas deixam de fazer para ser um empreendedor.

Algumas dessas razões são citadas por Degen (2009), como não ter a
necessidade de realizar um negócio próprio ou não ser motivado para ganhar muito
dinheiro. Existem pessoas que já são bem-sucedidas em sua área de atuação como:
esportistas, atores e músicos. Com isso, as pessoas não se interessam em
empreender um novo negócio.

Outra razão citada por Degen (2009), é que muitos não estão dispostos a
pagar o preço pessoal para iniciar um próprio negócio. Existem outras que pensam
em seu bem estar e qualidade de vida e a vida de um empreendedor é agitada com
poucos momentos com a família e lazer com os amigos. Por isso, esses tipos de
pessoas não se interessam em empreender. Além que, da imagem social que eles
procuram projetar para a família, os amigos e os colegas de trabalho, a disposição
de assumir os riscos de abandonar a relativa segurança de bons empregos para
iniciar seus negócios, o capital social adquirido em sua formação, os outros
interesses que tornam a opção de iniciar um negócio próprio pouco atrativo.

Degen (2009), analisa os fatores citados anteriormente da seguinte forma: O


primeiro fator é a imagem social que é considerada o principal fator para que a
maioria das pessoas deixarem de empreender. Não que as pessoas não queiram ter
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seu próprio negócio e serem bem-sucedidas. É que muitos consideram que ao


iniciar um novo empreendimento darão um passo para trás, tendo que realizar as
funções operacionais, e, esses não estão dispostos a colocar a mão na massa e
trabalhar duro, o que é imprescindível para iniciar um negócio com chances de
sucesso.

Na verdade, a pessoa que sonha em ter sucesso como empreendedor, tem que
estar disposto a, no início, desenvolver, todas as funções para o negócio crescer e
alavancar. Esse tipo de trabalho por mais humilde que seja não é nenhuma
vergonha de ser realizado, pois, é, um trabalho honesto e digno que como qualquer
outro merece respeito. Mas muitos acreditam que após terem atingindo uma posição
na sociedade e emprego em uma grande empresa, estariam se rebaixando voltando
a realizar tarefas consideradas humildes.

O segundo fator é a disposição para assumir riscos como afirma Chiavenato


(2004), o empreendedor assume variados riscos ao iniciar seu próprio negócio:
riscos financeiros decorrentes do investimento do próprio dinheiro e do abandono de
empregos seguros e cadeiras definidas; riscos familiares ao envolver a família no
negócio; riscos psicológicos pela possibilidade de fracassar no negócio.

De acordo com Degen (2009) as pessoas não têm a mesma disposição para
assumir riscos, muitos têm a necessidade de ter um horário de trabalho, salário fixo
e férias após um ano de trabalho e todos outros diretos que um funcionário com
carteira assinada possui. O que muitos se esquecem é de que quaisquer atividades
empresariais possuem riscos, entretanto, é preciso aprender administrá-los.
Qualquer negócio sofre revezes. As dificuldades para os possíveis empreendedores
são inúmeras, mas os riscos podem ser muito menores se for feito um bom
planejamento por parte do empreendedor.

Os aprendizados que têm o empreendedor têm diariamente no convívio do lar,


na escola, amigos e trabalho, formam um alicerce transformado em conhecimento e
experiência, adquirido ao longo de sua nossa vida. Grande parte das pessoas
acumula conhecimentos na juventude, mas que vão diminuindo ao longo do tempo.
Portanto, para iniciar um novo negócio é necessário que além da autoconfiança o
empreendedor, possua habilidades gerenciais, experiência do ramo de atuação,
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conhecimento e domínio das tarefas do negócio. Para pesar contra no outro lado a
balança existe os interesses pessoais a satisfação no trabalho e as incertezas do
negócio o que acaba inibindo as pessoas a escolherem o empreendedorismo como
opção de carreira.

Segundo Chiavenato (2004) o processo empreendedor envolve as atividades que


estão diretamente relacionadas com a criação de um novo negócio.
Em primeiro, destaca-se o empreendedorismo que nada mais é do que a criação de
algo novo, tendo valor e consequentemente sendo valorizado pelo mercado.
Em segundo, o empreendedorismo exige visão, dedicação, coragem e a entrega de
muito tempo por parte do empreendedor para que o empreendimento consiga
crescer e prosperar no futuro.

Em terceiro, o empreendedorismo exige competência e o empreendedor dever


assumir riscos calculados e tomar decisões difíceis que podem comprometer todo o
sucesso do empreendimento. O empreendedor revolucionário é o que faz algo único
e com isso cria novos mercados. Entretanto, os empreendedores na sua maioria
estabelecem negócios em mercados já existentes mesmo com o sucesso na
atuação de segmentos estabelecidos. Segundo Chiavenato (2004), seja qual for o
tipo de empreendedor revolucionário ou conservador independente do caminho
escolhido para entrar e se manter no mercado, o processo necessita dos seguintes
passos:

1. Reconhecimento e desenvolvimento de uma oportunidade de forma


visionária.

2. Validação e criação de um conceito de negócio e estratégias que ajudem a


alcançar essa visão por meio de criação, aquisição, franquia etc.

3. Captação dos recursos necessários para implementar o conceito, ou seja,


talentos, tecnologias, capital e crédito, equipamentos etc.

4. Implementação do conceito empresarial ou do empreendimento para fazê-lo


começar a trabalhar.

5. Captura da oportunidade por meio do início e crescimento do negócio.


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6. Extensão do crescimento do negócio por meio da atividade empreendedora


sustentada.

Essas atividades levam tempo, porém, não obedecem a regras preestabelecidas,


existindo a possibilidade de o empreendedor voltar atrás ou ainda ajustar o negócio
conforme o surgimento de novas oportunidades. É uma junção de fatores talento
empreendedor, direção, dedicação e trabalho duro que fazem o empreendedor se
desenvolver rumo a excelência.
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EMPREENDEDORISMO FEMININO

As mulheres vêm modificando seu perfil e principalmente sua ocupação na


sociedade, o que antes era visto apenas como sexo frágil, e exclusivamente
responsável pela difícil tarefa de educar e disponibilizar ao mundo cidadãos e, até
mesmo que de forma involuntária, prepará-los para serem empreendedores. Dessa,
forma, ganhando espaço para competir de forma igualitária na atualidade.
A revolução industrial é um dos pontos de partidas para a participação efetiva
da mulher no mercado de trabalho, sem falar nos primórdios da história com sua
contribuição ao lado dos homens. Durante as guerras mundiais com o desfalque de
homens na sociedade, as mulheres puderam mostrar um pouco do que eram
capazes, ocupando as vagas disponíveis pela ausência dos homens.
Nesse período começou os primeiros movimentos feministas em busca de
igualdades de trabalho. Na década de 80 as mulheres ganharam força em
movimentos sindicais no Brasil. Atualmente ainda, percebe-se a desigualdade entre
os gêneros, mas não se pode deixar de salientar que as mulheres vêm conquistando
seu espaço de forma eficaz. É perceptível, talvez por conta da genética, que as
mulheres tem uma sensibilidade maior, comprometimento, e empatia, derivados da
instinto materno.
Empreender em setores cujas atividades sejam prazerosas e com
conhecimento técnico, possibilita uma grande probabilidade de acertos, segundo
Dogen (1989, p. 28) "São raros os hobbies que não representam oportunidades. É
sem dúvida, a forma mais agradável de desenvolver um negócio próprio".
“Existem importantes diferenças entre os estilos de empreender masculinos e
femininos. Elas têm uma ótima capacidade de persuasão e se preocupam com
clientes e fornecedores, o que contribui para o progresso da empresa"
A capacidade que as mulheres têm de unir a vida profissional com a pessoal,
é a grande chave do empreendedorismo na atualidade. As várias atividades que
executam com diversas responsabilidades (casa, marido, filhos e trabalho). Segundo
Villas Boas (2010, p.51) “Existem importantes diferenças entre os estilos de
empreender masculino e feminino. Elas têm uma ótima capacidade de persuasão e
se preocupam com clientes e fornecedores, o que contribui para o progresso da
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empresa”, o que se torna um diferencial em relação aos homens e de acordo com


Grzybovski et. al. (2002):
A mulher consegue construir um sentimento de comunidade, por meio do qual
os membros da organização se unem, e aprendem a acreditar e a cuidar uns dos
outros. As informações são compartilhadas e todos os que serão afetados por uma
decisão têm a oportunidade de participar da tomada desta decisão. (GRZYBOVSKI
et. al. 2002)
Além dessas características as mulheres vêm assumindo um estilo de
administrar antes comum apenas ao universo masculino, como a competitividade,
liderança, ambição, capacidade de assumir riscos, aceitação de mudanças,
possuindo um pensamento analítico e objetivo, independência e autoconfiança. Mas
é importante frisar que essa tendência é adaptável ao estilo próprio das mulheres
como uma liderança democrática, como menciona Robbins apud Grzybovski et. al.
(2002): As mulheres encorajam a participação, a partilha do poder e da informação e
tentam aumentar a auto-estima dos seguidores. Preferem liderar pela inclusão e
recorrem a seu carisma, experiência, contatos e habilidades interpessoais para
influenciar os outros. (ROBBINS apud GRZYBOVSKI et. al. 2002)
O estilo empreendedor feminino ressalva aspectos importantes sobre os
valores humanos demonstrando eficiência, e igualdade social. Os funcionários
liderados por empreendedoras demonstram um sentimento de acolhida, respeito,
quebra de conflitos no ambiente interno, solução de problemas, o que gera um
aumento e satisfação dos consumidores internos e provavelmente o externo
também.
Percebe-se a importância das mulheres como empreendedoras para a
sociedade na sua participação econômica, uma vez que gera empregos e renda, na
sua contribuição para a sociedade moderna, onde conseguem administrar as várias
jornadas entre trabalho e família, tornando-se um exemplo de autonomia. Deixando
para trás o estigma e a rotulagem de sexo frágil, que carregavam consigo junto com
a omissão de não lutar para uma vida que desejavam.
O empreendedorismo existe desde os primórdios da humanidade, porém o
tema passou a ter destaque de forma sistemática no inicio do século XX, desde
então o empreendedorismo vem se desenvolvendo e sendo foco de estudos
econômicos e acadêmicos (GIMENEZ et al, 2008).  Schumpeter (1949) citado por
18

Dornelas (2008, pag 18) define o termo empreendedor como: “Empreendedor é


aquele que destrói a ordem econômica existente pela introdução de novos produtos
e serviço, pela criação de novas formas de organização ou pela exploração de
novos recursos”. E para Idalberto Chiavenato (2012, pag 39) “Empreendedor é
aquele que assume risco e começa algo inteiramente novo”.
A pesquisa do Sebrae, a GEM 2012, mostra um aumento para 65% das
iniciativas de empreendedorismo entre mulheres. Na última década, eles ganharam
espaço no mercado de trabalho e aumentaram as posições de poder na política.
Entre 2001 e 2011, o número de mulheres donas do próprio negócio aumentou em
21%, mais do que o dobro do crescimento verificado entre os homens. “É um
movimento que não tem mais volta. As mulheres chegaram para ficar”, analisa o
presidente do Sebrae, Luiz Barretto.
Percebe-se no perfil das mulheres empreendedoras, é que elas quebraram o
paradigma machista, deixando como segundo plano o os afazeres de dona de casa,
que lhes foram impostos durante muito tempo. Abandonando o estereótipo de
“Amélia”, combatendo preconceitos e discriminação, revelando atitudes próprias,
buscando seus sonhos e ideais (ANDREOLI; BORGES, 2007).
É notável a participação feminina na nova economia contemporânea, ou
seja, a cada vez mais mulheres assumindo cargos de liderança nas organizações,
como também as que abrem seu próprio negócio. Dados do relatório GEM
(SEBRAE, 2008), apontam que a iniciativa empreendedora feminina vem
crescendo significavelmente nos últimos anos, como também seu endosso no
mercado de trabalho.
O Brasil está na sétima posição do ranking mundial de
mulheres empreendedoras, com cerca de 8 milhões de donas do próprio negócio.
Estima-se que mais de 8 milhões de mulheres americanas são proprietárias
de empresa, e “essas empresas faturam em torno de $2,3 trilhões em vendas
anuais e empregam mais de 18 milhões de pessoas” (PETERS, 1998, p. 404).
“As mulheres também, impulsionam com mais intensidade a economia, pelo
fato de serem mais consumistas, ou seja, tem maior porcentagem na decisão de
compra de produtos. Homens e mulheres não compram pelas mesmas razões, elas
estão interessadas em criar um relacionamento enquanto os homens simplesmente
querem fazer a transação” Clicking (apud, PETERS 1998, p. 40).
19

Outras características do perfil da mulher empreendedora é que elas


possuem uma sensibilidade para os negócios, capacidade de identificar e aproveitar
oportunidades nem sempre claras e definidas. Com tantas habilidades elas
transformam ideias em realidades para seu benefício e consequentemente para
benefício da sociedade e da economia. Isso se deve ao seu alto nível de
criatividade, energia e perseverança, que juntos possibilitam a transformação de
ideias simples em negócios que produzem resultados concretos e bem sucedidos
(CHIAVENATO, 2012).
O novo modelo de gestão das organizações tende a requerer um perfil de
profissional mais flexível, sensível e cooperativo. Sob a influência de valores
matriarcais, a vida organizacional apresentaria menos níveis hierárquicos e uma
menor centralização. Teria maior tolerância pela adversidade e maior abertura a
criatividade. Nota-se também que a mulher tem uma visão mais holística, mais
ampla do negócio, como uma tendência conciliatória e harmonizante em um grupo
de trabalho (ANDREOLI; BORGES, 2007).
Devido as novas exigências das empresas de hoje, as mulheres se destacam
bastante pela sua multifuncionalidade profissional, isto é, a capacidade de realizar
múltiplas tarefas e funções, cuidando de vários assuntos ao mesmo tempo. Pois ela
possui a habilidade de desempenhar vários papeis diferentes dentro da organização,
ressaltando que a capacidade de improvisar também é bastante relevante.
(BARNETT, 2004).
Outro atributo feminino é que as mulheres tendem a ouvir mais as pessoas,
levando em consideração a opinião de todos os integrantes da organização antes de
tomar qualquer decisão. Há quem julgue essa característica feminina como negativa
em sua gestão, pois acha que tal atitude causa lentidão no processo de tomada de
decisão. Em contrapartida há quem ache que tal precaução é pertinente, pois as
consequências do processo de tomada de decisões devem ser calculadas
detalhadamente. (ANDREOLI; BORGES, 2007).
Diferentemente do que ocorria no passado, hoje o empreendedorismo é visto
como uma opção de carreira e o papel das mulheres em projetos empreendedores é
cada vez maior, sendo mesmo encaradas como canais desta grande mudança.
O empreendedorismo feminino ganha importância para a economia mundial e
desperta muito interesse pelo tema.
20

As barreiras encontradas pela maioria das mulheres quanto ao


reconhecimento e a ascensão nas organizações, a dificuldade de exercer seu estilo
natural de liderança e a falta de compreensão que o mundo dos negócios tem em
relação ao cuidado com as outras responsabilidades que possuem, acabam por
incentivar estas profissionais a optarem por deixar seus atuais empregos e
lançarem-se por conta própria como empresárias, na expectativa de poderem
alcançar êxito por meio de seu estilo, sentindo-se inteiras pela oportunidade de
respeito às suas próprias necessidades (Munhoz, 2000).
Capowski (1992) destaca também o empreendedorismo como uma opção
interessante de geração de trabalho e renda para as mulheres, uma vez que as
organizações teriam falhado em lhes oferecer oportunidades de trabalho que
garantissem estabilidade e flexibilidade. Por esta razão, o empreendedorismo se
tornaria uma alternativa para que pudessem ter controle sobre o seu tempo, seu
futuro e destino profissional.
Assim, as carreiras das mulheres não podem ser compreendidas analisando-
se sob uma perspectiva masculina, pois os homens geralmente empregam
primeiramente as suas energias na vida profissional, enquanto as mulheres têm de
equilibrar a sua energia tanto na vida familiar quanto profissional (Buttner & Moore,
1997
O empreendedorismo feminino está em evidência e ocorre assim um aumento
gradativo de empreendimentos organizados por mulheres, tornar-se cada vez mais
relevante conhecer a sua importância no cenário econômico e o respectivo impacto
na sociedade e, primordialmente, as razões que levam as mulheres a empreender.
21

AS EMPREENDEDORAS E SUAS EMPRESAS

As empreendedoras tendem a serem muito escolarizadas, possuindo em geral


o ensino superior completo. A idade média entre elas é de 43,8 anos, sendo em
grande maioria casadas. Conforme o estado civil e a idade das empreendedoras,
possuem em média 2 filhos. Geralmente contam com a ajuda nos cuidados de casa,
que podem variar desde a ajuda de empregados, como a de familiares.
Se tratando dos empreendimentos mantidos pelas empreendedoras, o setor
preferencialmente escolhido para abrirem suas empresas é o setor de serviços,
seguido do setor de comércio e a área industrial. As empresas são comandadas por 1
a 5 sócios em média e tendem a ter um bom posicionamento no mercado. Esses
dados foram extraídos de uma pesquisa feita pelo SEBRAE (2003).
Segundo as pesquisas de Timmons (1994), as principais características
peculiares de uma empreendedora de sucesso, são: a empreendedora tem um
“modelo”, uma pessoa que a influência; tem iniciativa, autonomia, autoconfiança,
otimismo, necessidade de realização; trabalha em grande parte sozinha; tem
perseverança e tenacidade e o fracasso é considerado um resultado como outro
qualquer, pois a empreendedora aprende com os resultados negativos, com os
próprios erros.
A empreendedora é capaz de se dedicar intensamente ao trabalho e sabe
concentrar os seus esforços para alcançar resultados, fixando metas e alcançando-as.
Tem a capacidade de ocupar um espaço não ocupado por outros no mercado,
descobrindo nichos com sua forte intuição e alto comprometimento. Há grandes
dificuldades na criação do negócio próprio, como também para manter a empresa
diante dos obstáculos cada vez mais presente na vida da empreendedora. É de
fundamental importância a área de maior identificação com a empreendedora como
também o estabelecimento de metas e as estratégias a serem usadas para criação do
novo negócio.
Dolabela (2001) afirma que: há três principais dificuldades de abrir um negócio,
comuns a homens e mulheres: carga tributária, falta de capital de giro e taxa de juro.
A atividade empresarial, no entanto interfere bem mais no ambiente familiar da
empresária, nos aspectos da organização administrativa da casa e na educação dos
filhos. Entre as empresárias, não são relevantes as diferenças no que se refere ao
22

perfil socioeconômico. Quanto à faixa etária, existe maior concentração de mulheres


com menos de 39 anos e menor incidência de empresárias nas faixas superiores.
Anteriormente à abertura da empresa, as empresárias eram na maioria
funcionárias de empresas privadas. A experiência foi adquirida, no caso das mulheres,
principalmente porque alguém da família tinha negócio similar. Porém a abertura da
empresa se deve principalmente à identificação de oportunidade de negócio.
Ressaltando ainda que algumas empresárias recorrem a algum tipo de financiamento
para implantar sua empresa.

1.4 PREOCUPAÇÕES E CONQUISTAS DAS EMPREENDEDORAS

As empreendedoras tendem a ser otimistas e perseverantes, confirmando que


o empreendedorismo abrange o risco e a ausência de medo. Medo esse que está
relacionado por vezes a sobrevivência da empresa e a seus aspectos financeiros, e
mesmo quando presente não inerte as empreendedoras. Contudo o crescimento da
empresa assusta algumas empreendedoras, que prezam pela qualidade e pela
segurança do retorno financeiro.
Também há outro quadro de inquietações que atingem o mundo dos negócios
das empreendedoras, que são as condições sócio político-econômicas do país, a
satisfação dos clientes, bem como a preocupação com seus funcionários.
Detectados os medos e preocupações, as empreendedoras expressam uma emoção
clara à suas conquistas e vitórias. O orgulho demonstrado em suas realizações e o
reconhecimento pessoal cativa a percepção de que são vencedoras.
Quando paramos para analisar a relação entre o mundo da família e o do
trabalho da empreendedora, destacam-se as exigências da produção e a ausência no
lar, afirmando que a atual simetria teria reflexos negativos na relação pais e filhos,
bem como na vida familiar como um todo.
Algumas argumentações que tanto o trabalho quanto a família baseiam-se, gira
em torno de mitos, enfatizados ainda hoje pela relação à diferença entre o sexo
oposto. A ideia de que as mulheres têm necessidade, tendências e habilidades para
23

cuidar do lar e trabalhar fora, ao passo que os homens têm capacidade para
atividades fora do lar e para tomada de decisões, cria um mal-estar.
Esse mal-estar gera empecilhos e desvantagens atingindo principalmente o
sexo feminino, especialmente as que trabalham ou são mães. Se tratando delas, há
duas impressões que se sobressaí: ou são caracterizadas como competentes e
insensíveis, ou ao contrário, são analisadas como sentimentais e sem competência,
não sendo dignas de novas chances de emprego, de promoção ou de educação
adicional.
A discussão sobre a transição das mulheres no espaço público se constitui num
imenso abismo que influencia a representação social da maternidade, que reforça o
preconceito e a desvalorização da mulher na execução de seu trabalho e no seu papel
de mãe. Tradicionalmente assim, as mulheres tem se empenhado com grande esforço
as atividades no espaço privado e a sua participação no mercado de trabalho. Um
envolvimento acentuado em atividades produtivas fora do lar, bem como a
participação e o empenho contínuo na administração da casa e do cuidado com a
família, fazem parte da vida das mulheres modernas e em busca da autossatisfação.
A “dupla jornada” como é chamada o acúmulo de tarefas públicas e privadas, atribui a
origem de problemas, conflitos e desgastes.
Contudo, pode-se questionar que a variação de papeis femininos não envolve
demandas inconciliáveis em sua natureza, tornando-se necessário admitir que os
papeis de gênero são estruturados socialmente e que há a delimitação de espaços
devido aos processos de socialização, expectativas e atividades a serem colocadas
em prática pelos membros da sociedade. Emergindo assim, neste contexto de
estruturação social do indivíduo, a percepção do inconciliável, do “ou isso ou aquilo” e
o debate da culpa feminina, onde o processo de socialização fez com as mulheres
internalizasse essa culpa. Nesse contexto, a mulher contemporânea não tem saída:
culpada por trabalhar, culpada por não o fazer.
A complexidade aumenta na medida em que a contenta de que mulheres, e
especialmente mãe que trabalham fora demonstram melhores índices de satisfação e
de bem-estar. Diante de tais dados a necessidade da mudança do pensamento
relacionado ao trabalho feminino é rela e cada vez mais precisa, pondo em debate o
tabu do fardo que o labor fora do lar representa para as mulheres. Segundo Cherlin
24

(2001), uma vida que contempla trabalho e maternidade traz satisfação e sentimento
de realização à protagonista.
Nessa abordagem a contribuição do desempenho da multiplicidade de papeis
faz com que haja o aumento das fontes de satisfação e sendo assim, a concomitante
transição nos espaços privados e públicos tendem a ser um fator enriquecedor e não
de estresse e culpa.
Por outro lado, sendo a multiplicidade de papeis e a capacidade de pensar e
fazer coisas simultaneamente, uma característica de papeis e a capacidade de pensar
e fazer coisas simultaneamente, uma característica feminina analisada por
observadores do comportamento feminino, faz-se necessário adquirir um melhor
entendimento acerca das formas desempenhadas pelas mulheres para lidar com tal
multiplicidade.
Se tratando das empreendedoras, elas buscam auto realização pessoal através
da criação e da administração de seus próprios negócios. Nota-se, também uma
maior eficácia no emprego de estratégias que são colocadas em prática por
empreendedoras que são mães na tentativa de satisfazer suas próprias emoções
quanto para satisfazer as necessidades de seus filhos. Demonstrando uma maior
conciliação das demandas profissionais, familiares e pessoais.
Num contexto geral, as empreendedoras desejam intensamente uma
estabilidade entre as demandas familiares e profissionais, e dão a entender que
alcançar tal harmonia na proporção reciprocamente. De outra forma, trabalho, filhos e
respeito próprio se integram formando fontes elevadas de satisfação para as
empreendedoras, demonstrando que as áreas profissionais, familiares e pessoais
auxiliam de forma harmoniosa para o bem-estar psicológico destas mulheres.
Em conjunto, funções exercidas que exigem delas liderança na área pública,
insinuam que elas prestigiam tanto a conquista profissional quanto a maternidade, o
relacionamento afetuoso equilibrado com um par e o tempo devotado a si mesma.
Ficando nítido que mulheres que exercem liderança expõem um convívio mais
opulento na família, no trabalho e como pessoa, adquirindo o fortalecimento e
novamente a afirmação dos laços entre afeição e labuta, entre produção e
reprodução.
No entanto, a valorização dos diferentes papeis possibilita a diversificação em
função de diversas situações e da ocasião vivenciada. A discussão da variedade dos
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papéis femininos, que foram analisados, reafirma o mérito da prática de escolhas sem
coação e sem cobranças. Discorrer-se de uma inevitável necessidade a ser
identificada pela sociedade e pelas organizações como um todo, a qual necessita
deparar-se com novas e mais ajustadas referencias de articulação entre o mundo do
trabalho e a realidade da vida familiar.

1.5 QUALIDADE DE VIDA DAS EMPREENDEDORAS

A compreensão de forma mais ampla dos reflexos dos desafios defrontados


pelas empreendedoras é de grande importância para a qualidade de sua vida. Na
sua característica psicológica, e em conformidade com a Organização Mundial de
Saúde, qualidade de vida refere-se à compreensão que o sujeito tem da
circunstância do sistema de valores no qual está incluso e do conjunto cultural,
tendo como menção suas próprias expectativas, objetivos, preocupações e padrões.
Andreoli (2007), define qualidade de vida como o equilíbrio de todas as áreas
do sujeito. De um aspecto conceitual, o enfoque da qualidade de vida baseia-se no
bem-estar subjetivo que é uma de suas extensões. O estado de bem-estar pessoal
submete a vida um aspecto positivo, supondo que há satisfação com diversos
domínios das experiências vividas tais como: a vida familiar, a saúde, o trabalho, o
contato social, dentre vários outros.
Portanto, a experiência vivida conta na forma como se vai lidar com o
estresse e a tensão que são ligados. Neste sentido, a inclinação pelo poder de
decisão e pela autonomia tornam-se vinculados as empreendedoras na prática da
multiplicidade de papeis que a estas mulheres dão o sentimento pela auto
realização.
Uma análise entre donas de negócios próprios e executivas sinaliza que as
donas de negócios próprios demonstram maiores índices de satisfação do que as
executivas, interesses pessoais satisfeitos, quantidade mínima de intervenção de
terceiros e ritmo de trabalho são as origens principais da distinta satisfação das
empreendedoras, que se comprometem muito com seu trabalho.
O reconhecimento proporcionado pelo ambiente do negócio próprio trás a
satisfação pelo impacto nas autoridades exercidas na hora de fazer decisões e em
conjunto realizações para a organização, abrindo caminho para possíveis
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oportunidades de desenvolver novas competências e o trabalho com novas ideias,


em ultima referencia a realização de seus sonhos e a posição de seus próprios
valores.
Sobre outra holística, o bem-estar pessoal é produto simultâneo da ação e por
conseguinte, a satisfação acontece da atividade em si e não do atingimento das
metas. A adequação perfeita se expressa através do conceito de fluxo que é a
geradora de satisfação, entre a grandeza das habilidades e dos desafios encarados.
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CONCLUSÃO

Cada vez mais as mulheres têm participado do crescimento do mercado de


trabalho. Algumas dessas mulheres criam seus próprios negócios e, enquanto
proprietárias e líderes, elas revelam uma rica cultura empreendedora.
Apesar dos grandes desafios, elas persistem e são assertivas ao lidarem com
problemas relativos ao financiamento de seus negócios, a competição, à busca de
autonomia, bem como os referentes à discriminação de gênero e de idade.
Triplas demandas as desafiam e, embora o negócio seja central em suas vidas,
elas buscam alcançar um equilíbrio entre as demandas pessoais, familiares e
dificuldades que variam, mas aparentemente elas são bem sucedidas.
As empreendedoras revelam uma tendência na forma de gerir seus negócios: há
reconhecimento e valorização de sua condição feminina de empreendedora bem
como da “alma feminina” de suas empresas.
Os bons relacionamentos internos e externos constituem as principais
características da “gestão feminina” das mulheres no comando de suas empresas.
O empreendedorismo no Brasil se enriquece com a contribuição singular das
empreendedoras que lideram seus próprios negócios.
Ao longo desse estudo discutiu-se brevemente a inserção feminina no mundo
do trabalho, através da implantação do empreendimento próprio. Infelizmente, a falta
de levantamentos estatísticos e mais estudos sobre a mulher empreendedora tem
atrasado o avanço das pesquisas sobre o assunto, principalmente no Brasil que tem
revelado como um país empreendedor. Por outro lado, essa escassez pode motivar
outras pesquisas sobre o tema. O fato é que a medida que forem desenvolvidas mais
pesquisas sobre o assunto, mais se poderá fazer pelas mulheres empreendedoras.
Porém, conclui-se que a atuação da mulher, no mercado de trabalho, assim
como seu potencial de inovação e empreendedorismo no Brasil é uma conquista,
algo que há algum tempo atrás não acontecia nem em pensamento e hoje é uma
realidade.
As mulheres tem ocupados espaços antes somente destinados aos homens,
demonstrando não somente capacidade, mas determinação, criatividade e espírito
empreendedor. Desta forma o sexo “frágil”, tornou-se líder, administradora,
empreendedora e capaz, superou traumas, pressões e preconceitos, mas se
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manteve forte e determinada em conquistar o seu espaço além dos limites


domésticos, no campo profissional, social e empresarial.
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REFERÊNCIAS

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Dificuldades Enfrentadas por Mulheres Detentoras de um Pequeno Negócio.
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