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QUAL É A NATUREZA DA MÚSICA?

A música é uma das áreas do conhecimento que contribuirá para a busca do


cumprimento das finalidades da educação escolar (um conteúdo que será ensinado na
escola tendo em vista a formação dos estudantes).
Quando estudamos música, a maioria de nós, estamos pensando em tocar,
cantar, fazer música em grupo, nos divertir, nos emocionar, nos profissionalizar. São
objetivos, são finalidades que nos movem. Em função da nossa experiência, talvez não
seja difícil definir para que servem as aulas de música numa escola de música ou mesmo
num projeto social. Na escola, essa definição pode ser um pouco mais complexa, já que
o fim não é o conhecimento em si, o domínio musical, o desenvolvimento ou a
proficiência musical em si, mas os ganhos que esse conhecimento pode nos trazer, como
isso pode nos ajudar a ter uma vida boa e justa. Precisamo pensar, então, naquilo que
nos acontece para além do desenvolvimento musical, para que serve o
desenvolvimento musical num contexto específico de formação de pessoas (crianças,
adolescentes, jovens e adultos), lembrando que a educação busca desenvolver o
potencial humano; educação é formação humana.
Conforme definido em documentos legais, nos currículos escolares da educação
básica a música é uma das linguagens do componente curricular Arte, que integra a Área
de Linguagens, junto com outros componentes: Língua Portuguesa, Língua Estrangeira
e Educação Física.
O que há em comum entre esses componentes, entre essas várias linguagens?
Vamos pensar em comparação com as outras áreas.
Em cada disciplina ou campo de conhecimento, podemos identificar uma
(BRASIL, 2013, p. 12), um objeto de estudo próprio e os
métodos para abordá-lo.

Por exemplo, a biologia se desenvolveu tendo a vida orgânica como objeto; a


química, a constituição das matérias orgânica e inorgânica e suas
transformações; a física, os fenômenos da natureza mais gerais e suas
propriedades de movimento, de energia, etc. (BRASIL, 2013, p. 12)

Ao mesmo tempo em que apresentam um objeto de estudo específico, esses


campos têm algo em comum:

(...) cada um desses campos aborda a natureza que, em si, se constitui como
uma unidade vida, matéria e transformação sob algum enfoque específico.
Ou seja, há uma relação entre particularidades e totalidade que forma uma
unidade.
Esta unidade é, antes, mais da própria realidade do que da ciência. A ciência
tratou, exatamente, de cindir essa realidade para analisá-la e captar suas
determinações mais específicas. (BRASIL, 2013, p. 12)

No caso da área das Ciências da Natureza, vemos a natureza como objeto de


estudo, mas ao ser cindida para ser estudada na especificidade da vida orgânica
tem-se um campo disciplinar, a biologia; o estudo da natureza em termos da

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