Você está na página 1de 15

A Era Meji

O desenvolvimento do Japão

Maria João Quintela nº 18


Beatriz Almeida nº 3
Maria Silva nº 20

Aveiro, 4 de maio de 2015

1
Índice

Índice de conteúdos

Introdução................................................................................................3

Antecedentes.............................................................................................4

A Restauração Meiji....................................................................................6

Efeitos.......................................................................................................8

As mudanças políticas, económicas e sociais (resumo)..................................10

O crescimento industrial japonês................................................................11

O crescimento económico..........................................................................12

Início do imperialismo na Ásia....................................................................12

As Consequências.....................................................................................13

Conclusão................................................................................................15

2
Introdução

Escolhemos este tema porque, apesar de ter sido abordado muito


superficialmente na aula, chamou-nos a atenção. É um tema diferente e
que nos permitiu alargar o conhecimento da 2ª metade da revolução
industrial aos países da Ásia e mais especificamente do Japão.

A Restauração Meiji (também conhecida como Meiji Ishin, Revolução Meiji,


ou simplesmente como Renovação) refere-se a uma série de
transformações do regime teocrático do governo do Imperador Meiji que se
estendeu de 11 de maio de 1867 a 28 de dezembro de 1902. As mudanças
deram-se nas áreas do governo, da sociedade, da educação, da economia,
da religião, entre outros. A restauração transformou o Império do Japão na
primeira nação asiática com um moderno sistema de nação-estado. A
Restauração Meiji também marca a mudança na história do Japão do
Período Edo para o Período Meiji.

Antecedentes

3
No final do Período Edo (1603-1868), o Japão era um país feudal,
economicamente atrasado, e que permanecia distante em termos de
relações internacionais.

A Revolução Meiji originou-se a partir do movimento de resistência contra a


expansão económica e militar das potências ocidentais, simbolizada pela
chegada dos barcos negros1 no século XV. No início do período da Guerra do
Ópio, o meio escolhido pelo recém formado governo Tokugawa para manter
o novo quadro político foi o isolamento. Esta decisão não se traduziu em
melhorias significativas para o
Japão, visto que, sem rotas
comerciais, os avanços tecnológicos
mundiais não chegaram ao
arquipélago. Isto começou a causar
algum descontentamento na
população. O governo era liderado
imagem 1- chegada dos barcos americanos ao Japão
pelo shogum e a figura do
Imperador perdeu a sua força
durante o Shogunato Tokugawa.

O movimento xenófobo, muito comum no Japão, afirmava que o país


deveria recusar o contacto com os estrangeiros. Por muito tempo, esta
acção motivou a população a aceitar a política dos portos fechados para o
comércio com o resto do mundo. Porém, uma parte da elite imperial
japonesa estava insatisfeita com a situação a que o Japão tinha chegado.

Paralelamente a essa ideia, o governo Tokugawa continuava com as


reformas inetrnas, visando melhorar a situação económica do país, mas
sem nenhum resultado. Assim, enquanto o Japão entrava numa profunda
crise, com o seu governo já sem prestígio, o ideal da restauração do poder
imperial tornava-se cada vez mais forte, alastrando-se por todo o
arquipélago. Além disso, cada vez mais navios estrangeiros,
maioritariamente dos Estados Unidos, atracavam na costa do Japão, que
procuravam negociar a abertura dos portos.

O movimento da Restauração Imperial continuava a expandir-se. Porém, o


ideal de que o Japão não devia relacionar-se com os estrangeiros era
mantido pelos líderes do movimento xenófobo.

Em 1840, com a Guerra do Ópio, entre a Inglaterra e a China, a nação


asiática viu-se forçada a abrir seus portos para o comércio. Nesse período,
os ingleses voltaram os seus olhos para o Japão, mas não estabeleceram
estratégias por causa da guerra que se desenrolava. Os Estados Unidos,
uma potência emergente, também se interessavam pelos mercados do
Pacífico e, em 1851, o comodoro norte-americano Matthew Calbraith Perry
foi ao Japão para levar uma proposta de abertura e trocas ao governo
japonês. Temendo futuros problemas com os norte-americanos, o governo

1 Nome dado pelos japoneses aos primeiros navios ocidentais que atracaram nos portos do Japão
4
de Tokugawa aceitou o acordo e, em 1854, o Japão abria os seus portos
para o comércio com o mundo.

O responsável pelas conversações com os norte-americanos foi Ii Naosuke.


Com os portos abertos, o Japão poderia participar no comércio
internacional, mas, devido aos séculos de sakoku2, a produção interna era
escassa e as importações superavam as exportações. Para combater isso, Ii
ordenou um desvio de ouro e prata da nação para ajudar o comércio. Isso
causou uma grave crise interna. Ii passou a ser odiado pela elite feudal e,
em 1860, foi assassinado por um grupo de samurais, vassalos de alguns
senhores feudais. Este facto aumentou o descontentamento da população
para com o governo da família Tokugawa.

A população, que até antes nunca havia pensado em derrubar a família


Tokugawa, já estava pobre e a morte de Ii Naosuke foi o motivo para uma
rebelião. Os movimentos da restauração imperial tornaram-se fortes na
região de Yamaguchi e o governo viu-se obrigado a enviar tropas para
acalmar a situação. Paralelamente, em Kagoshima, um grupo de ingleses foi
atacado e, em Yamaguchi, um navio estrangeiro também foi atacado. Esses
incidentes fizeram com que, em 1863, o Reino Unido bombardeasse
Kagoshima e, no mesmo ano, outras potências invadiram Yamaguchi.

Até então, a prioridade da população era expulsar os estrangeiros do


arquipélago, mas devido aos ataques, o fraco poderio bélico japonês ficou
evidente, e o foco da população tornou-se a restauração política.

2 Sakoku (em japonês 鎖国, literalmente "país acorrentado") é uma palavra chave que explica a política de relações
internacionais do Shogunato Tokugawa de 1639 a 1854 na História do Japão. Durante esse período, ninguém, sendo
estrangeiro ou japonês, poderia entrar ou sair do Japão. A violação dessa lei era punida com a morte.
5
A Restauraçã o Meiji

No final da década de 1860, o


Japão entrou num dos períodos
mais tumultuados da sua história.
Esse período é conhecido como a
Restauração Meiji.

Em 25 de fevereiro de 1867, o príncipe Mutsuhito


imagem 2- revolução Meiji
(que passaria a ser conhecido como Imperador
Meiji), então com catorze anos de idade, sucedeu ao seu pai, o Imperador
Kōmei, e a nova era, a de Meiji (regime iluminado) foi proclamada. A
restauração Meiji, que teve lugar em 1868, terminou com o sistema feudal
de 256 anos dos Xogunato Tokugawa.

A Restauração Meiji propunha a queda do Shogunato – que mantinha o


país numa forma de governo sob o comando ditatorial e praticamente
mergulhado num sistema feudal – para abertura do Japão para o mundo.

Os militares cederam os seus poderes sem grandes problemas. Porém, com


isso, a classe dos samurais, que tinha ganho grandes privilégios e um dos
lugares mais invejável dentro da sociedade, perderam tudo o que tinham e
muitos tornaram-se vagabundos andantes, os chamados Rurouni.

No Japão, a guerra civil – Bakumatsu – pôs fim à era Edo que durava desde
o ano de 1600.

Este conflito surgiu dado que o governo do Japão e a fação do Edo Bakufu
não concordavam em abrir as portas para negociações com outros países.
Muitas províncias também se recusavam a aceitar forasteiros nas suas
terras. Só que algumas dessas províncias decidiram agir por conta própria,
como a Choushuuhan que ficava em Kyoto, e abriram fogo contra os
visitantes. A ação não agradou o governo que enviou soldados a
Choushuuhan. Um combate ocorreu e resultou na morte de centenas de
pessoas.

A província não gostou da retaliação e uniu-se a outras províncias que


estavam descontentes com o governo Edo, que mantinha o Japão preso ao
Shogunato. Surgiu então da união dessas províncias uma nova fração que
lutava por um novo Japão, a Meiji Ishin.

A Meiji Ishin era encabeçada por três pessoas: Shintarou Nakoaka, Ryouma
Sakamoto e Toshimichi Ookubo que passaram a organizar o movimento
reformista. Temendo um ataque, o governo Edo criou uma polícia especial
em Kyoto para deter os rebeldes, a Shinsengumi, que matava qualquer um
que mostrasse um mínimo de alinhamento aos revolucionários. Para se

6
protegerem, os líderes da Meiji Ishin recrutaram espadachins e formaram
uma nova tropa, a Ishinshishi.

A Bakumatsu, a guerra civil, terminou com vitória da Meiji Ishin, e então


surgiu um novo governo, o Meiji, que se sediou na cidade de Edo, conhecida
hoje como Tóquio. Mas as mudanças sociais e políticas estavam apenas a
começar. Ainda havia muito descontentamento no ar e classes sociais
marginalizadas como os próprios samurais.

O último shogun, Tokugawa Yoshinobu, renunciou em 1867 e, em 1868, o


império foi restaurado. Os exércitos dos feudos de Satsuma, Choshu e Tosa,
que agora compunham as forças imperiais, dominaram os seguidores dos
Tokugawa e, pouco depois, asseguraram a restauração Meiji.

O governo Meiji assegurou às potências internacionais que iria seguir os


antigos tratados negociados pelo bakufu e anunciou que iria agir de acordo
com a lei internacional. Mutsuhito selecionou o novo título para seu regime
(Meiji), para marcar o início de uma nova era da história.

Durante muito tempo as autoridades do novo regime perseguiram os


defensores do antigo sistema Edo, enquanto o Japão abria suas fronteiras
para novos países, iniciando sua industrialização.

A Revolução Meiji (1868-1900) marcou a entrada do Japão na corrida


imperialista do século XIX. Para conquistar a supremacia da Ásia, as elites
japonesas seguiram dois caminhos: o do domínio económico e o do
expansionismo militar.

No período posterior à Primeira Guerra Mundial (1914-1918) o Japão


começou a exercer um poder
maior na hegemonia mundial.

imagem 3- proclamação da constituição Meiji

No entanto, o imperialismo nipônico no extremo leste asiático foi


bruscamente interrompido pela crise de 1929. A economia japonesa era
dependente do mercado externo e os resultados da crise nos Estados
Unidos acabaram por comprometer as relações comerciais do Japão com o
exterior. Como consequência, os mercados estrangeiros do Japão
reduziram-se de maneira drástica, o que instalou uma grave crise
económico-social.
7
No fim da década de 1930, o Japão já se apresentava ao mundo como uma
nação forte e determinada a manter sua hegemonia na Ásia.

O governo japonês considerava a União Soviética a grande rival em termos


de hegemonia no extremo oriente. Numa tentativa de neutralizar o poder
soviético, os japoneses trataram de assinar um pacto com a Alemanha, que
ficou conhecido como o Pacto Anti-Komintern, isto é, contra a União
Soviética e o que esta representava, o comunismo. Esse acordo foi o
embrião da aliança política que reuniu Alemanha, Itália e Japão na Segunda
Guerra Mundial.

Efeitos
A Restauração Meiji acelerou a industrialização no Japão, o que levou à sua
ascensão como uma autoridade militar até o ano de 1905, sob o lema de
"Enriqueça o país, fortaleça as forças armadas".

A oligarquia3 Meiji, que formou o governo sob a autoridade do imperador


introduziu medidas para consolidar o seu poder contra os remanescentes do
governo do período Edo, o shogunato, os daimyo4 e a classe samurai.

Em 1868, todas as terras dos Tokugawa e de alguns dos seus seguidores


foram confiscadas e colocados sob "controlo imperial", colocando-os sob a
prerrogativa do novo governo Meiji. Outros foram posteriormente
convencidos a devolver as suas terras, criando, assim, pela primeira vez,
um governo central do Japão, que exercia o poder direto através de todo o
reino, centrado na posse.

Finalmente, em 1871, foi declarado que todos os domínios passariam a ser


devolvidos ao Imperador. Os cerca de 300 domínios (HAN) foram
transformados em prefeituras, cada um sob o controle de um governante
nomeado pelo Estado. Em 1888, várias prefeituras foram fundidas em
várias etapas para reduzir o seu número para 75. Para os daimyo foram
prometidos 10% dos rendimentos associados aos feudos. Mais tarde, as
suas dívidas e pagamentos dos salários dos samurais passariam a ser
assumidos pelo Estado.

O governo embarcou numa série de reformas agrárias. Em particular,


legitimou o sistema de arrendamentos. Os aldeões começaram a arrendar
terras para outros agricultores de fora,
enriquecendo com este processo.

Isso perturbou o sistema de classes


claramente definidas em épocas
anteriores.

3 Forma de governo em que o poder político está concentrado num pequeno número pertencente a uma mesma
família, um mesmo partido político ou grupo económico ou corporação.
4 Termo genérico que se refere a um poderoso senhor de terras no Japão pré-moderno, que governava a maior
parte do país a partir de suas imensas propriedades de terra hereditárias
8
Imagem 4- samurais

Além de mudanças drásticas na estrutura social do Japão, o governo


estabeleceu um dialeto dominante nacional, baseado em padrões da classe
samurai de Tóquio que acabou por se tornar a norma.

Em todo o Japão naquele momento, existiam 1,9 milhões de samurais. Os


samurais não eram meramente os senhores, mas retinham um dos mais
altos status sociais.

Com cada samurai a ser pago com soldos fixos, a sua manutenção
apresentou uma tremenda carga financeira, que pode ter levado os
oligarcas a agir. Independentemente das suas verdadeiras intenções, os
oligarcas embarcaram noutro processo lento e deliberado de abolir a classe
samurai. Primeiro, em 1873, foi anunciado que os soldos dos samurais
passariam a ser tributados. Mais tarde, em 1874, aos samurais foi dada a
opção de converter os seus salários em títulos do governo. Finalmente, em
1876, esta conversão foi tornada obrigatória.

Para reformar o sector militar, o governo instituiu o alistamento de âmbito


nacional em 1873, determinando que todos os homens servissem nas
Forças Armadas a partir dos 21 anos e por quatro anos, seguido por mais
três anos na reserva.

Uma das principais diferenças entre os samurais e classe camponesa era o


direito do uso de armas. No entanto, esse privilégio antigo foi subitamente
alargado a todos os homens da nação. Além disso, os samurais já não eram
autorizados a andar pela cidade carregando uma espada ou arma para
mostrar seu status como em épocas anteriores.

Isto levou a uma série de revoltas de samurais descontentes. Uma das


principais revoltas foi liderada por Saigo Takamori, a Rebelião de Satsuma,
que eventualmente se transformou numa guerra civil. Essa rebelião
pretendia derrubar rapidamente, o recém-formado Exército Imperial
Japonês, treinado em armas e táticas ocidentais, embora o núcleo do novo
exército fosse a força policial de Tóquio, em grande parte composta de
samurais.

A maioria dos samurais estava satisfeita, apesar de ter o seu estatuto


abolido. Muitos encontraram emprego na burocracia do governo. Os
samurais, sendo educado melhor do que a maioria da população, tornaram-
se professores, fabricantes de armas, oficiais do governo ou oficiais
militares. Embora o título formal do samurai tivesse sido abolido, o status
social que caracterizou a classe samurai ainda resistia.

9
As mudanças políticas, econó micas e sociais (resumo)
A unidade política do país permitiu a centralização da administração pública
e a intervenção do Estado na economia. Isso, por sua vez, possibilitou
reformas económicas que consistiram na eliminação de entraves e
resquícios do modo de produção feudal, na liberação da mão-de-obra, e na
assimilação da tecnologia ocidental, preparando o Japão para o capitalismo.

Em 1871, o imperador Meiji aboliu a hierarquia instaurada pelos shoguns.


Assim, os samurais, até então obrigados de pai para filho a obedecer ao seu
senhor, o daimiô, seguindo um rígido código de honra (o bushidô),
puseram-se ao serviço do imperador.

Os antigos feudos foram extintos e os privilégios pessoais foram eliminados


através de uma reforma agrária e da reformulação da legislação do imposto
territorial rural.

Também em 1871, Meiji enviou ao Ocidente uma missão de estudo, a


"Missão Iwakura", que tinha em vista compilar todas as ideias de sucesso
em prática e estabelecê-las no Japão a fim de modernizar o país.

Assim, já em 1872, o Japão construiu sua primeira linha ferroviária;


instaurou o serviço militar e organizou um exército moderno, segundo o
modelo alemão e com uniformes inspirados no exército francês,
aposentando os uniformes samurais e seu armamento (como a temida
katana); criou o iene e o Banco do Japão; estabeleceu o ensino primário
obrigatório; determinou a centralização do poder e o fortalecimento do
Estado.

Em paralelo, foram criadas universidades e um gabinete parlamentar


(1885). Em 1889, foi promulgada a primeira constituição, instaurando-se
uma monarquia constitucional.

Surgiram então os zaibatsus, grandes conglomerados empresariais


originados dos clãs familiares, como a Mitsubishi, a Mitsui, a Sumitomo, a
Yasuda, entre outros, que passaram a dominar cada vez mais a economia
japonesa, atuando praticamente em todos os setores industriais, além do
comércio e das finanças.

Estes grandes grupos incorporaram as indústrias menores e, inclusive, as


indústrias do Estado. Com esse processo de modernização, o Japão
industrializou-se rapidamente, fortalecendo a sua economia.

O crescimento industrial japonês


A rápida industrialização e modernização do Japão, permitiu e requereu um
enorme aumento na produção e nas infra-estrutura. O Japão construiu
indústrias, tais como estaleiros, fundições de ferro e fábricas de fiação.
Tornou-se consumidor de tecnologia ocidental e aplicou isso para produzir
10
itens que seriam vendidos a preços baixos no mercado internacional. Com
isso, as zonas industriais cresceram enormemente. A industrialização era
paralela com o desenvolvimento de um sistema ferroviário e comunicações
modernas, integrando o país.

imagem 6 - comboio imagem 7- revolução dos transportes

11
O crescimento econó mico
De acordo com o descrito, conclui-se que a industrialização no Japão
ocorreu principalmente durante a Era Meiji.

Existem pelo menos duas razões para a velocidade da modernização


japonesa: o emprego de mais de 3 mil especialistas estrangeiros (chamados
o-yatoi gaikokujin ou estrangeiros contratados) em várias áreas como o
ensino de inglês, ciências, engenharia, o exército e a marinha etc; e o envio
de muitos estudantes japoneses para intercâmbio na Europa e América,
baseado no quinto e último artigo da Carta de Juramento 5 de 1868:

'O conhecimento deve ser buscado ao redor do mundo a fim de fortalecer as bases do domínio
imperial'.

Esse processo de modernização foi monitorizado de perto e intensamente


subsidiado pelo governo Meiji, aumentando o poder das grandes zaibatsus.

Juntos, os zaibatsu e o governo guiaram a nação. O Japão gradualmente


tomou controlo da maior parte do mercado asiático de bens
manufacturados, a começar com os têxteis. A estrutura económica tornou-
se muito mercantilística, importando matérias-primas e exportando
produtos finalizados - um reflexo da relativa escassez de comodidades no
país.

O Japão emergiu da transição shogunato Tokugawa-Tenno (Keio-Meiji) em


1868 como a primeira nação industrializada da Ásia.

As atividades comerciais domésticas e o limitado comércio estrangeiro


suprimiram a demanda por cultura material até o período Keio, mas o
modernizado período Meiji tinha ideias muito diferentes. Desde o início, os
governadores Meiji abraçaram o conceito de economia de mercado e
adotaram os modelos britânicos e norte-americano de capitalismo de livre
empreendedorismo. O sector privado, num país com uma abundância de
empreendedores agressivos, celebraram essa mudança. Inicialmente, a
economia cresceu apenas moderadamente e baseou-se na agricultura
tradicional japonesa para financiar uma moderna infraestrutura industrial.

Quando a Guerra Russo-Japonesa começou em 1904, 65% dos


trabalhadores e 30% do Produto Interno Bruto (PIB) estavam concentrados
na agricultura, mas a indústria moderna começava a expandir-se
substancialmente. No final da década de 1920, a manufatura e a exploração
mineira correspondiam a 23% do PIB, sendo que a agricultura era
responsável por 21%.

As reformas económicas incluíram uma moeda moderna baseada no iene,


um novo sistema comercial, leis comerciais e tributárias, bolsas de valores e
uma rede de comunicações. O estabelecimento de uma estrutura

5 Foi promulgada na entronização do Imperador Meiji do Japão em 7 de abril de 1868.

12
institucional moderna que levou a uma avançada economia capitalista levou
tempo mas foi dada como terminada na década de 1890. Nessa época, o
governo abandonou o controlo direito do processo de modernização,
principalmente por razões orçamentais.

Muitos dos antigos daimyos, cujas pensões eram pagas em valor único,
foram muito beneficiados através de investimentos que fizeram nas
indústrias emergentes. Aqueles que também se envolveram informalmente
no comércio externo antes da Restauração Meiji também tiveram sucesso.

Estimulado pelas guerras e pelo planeamento económico cuidadoso, o Japão


emergiu da Primeira Guerra Mundial como um grande país industrial.

Início do imperialismo na Á sia


O rápido desenvolvimento económico não tardou a ter reflexos, também, na
esfera militar.

Em 1895, Japão e China assinaram o Tratado de Shimonoseki, no qual foi


reconhecida a independência da Coreia (abrindo mão a China, portanto, de
qualquer ambição territorial na península coreana - até então seu estado
vassalo) deixando o caminho livre para os japoneses a anexarem
formalmente 15 anos depois, em 1910, permanecendo como colónia até o
fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945.

Também, no início do século XX, o Japão ganha a Guerra Russo-Japonesa,


sendo a primeira vez que um país asiático derrota um estado europeu.

As Consequências
Após a morte do imperador Meiji, em 1912, o imperador Taisho tomou o
trono, dando início ao período Taisho.

O Japão enfrentou graves problemas estruturais que, se não fossem


superados, poderiam comprometer o seu crescimento econômico. Esses
problemas consistiam na escassez de matéria-prima e de fontes de energia,
e na limitação do seu mercado interno. Para tentar solucionar esse
problema, o Japão investiu no seu poder bélico, a fim de obter uma
expansão militar. O exército japonês ocupou a Coreia, Taiwan, as ilhas
Sacalinas e a Manchúria. Essa disputa, principalmente contra a China,
conduziu o Japão à Primeira e à Segunda Guerra Mundial, e à sua derrota
nesta última.

13
imagem 9- crianças do regime Taisho
imagem 8- imperador Taisho

14
Conclusão

Com o fim do período Tokugawa, o Japão deixou de se isolar do resto do


mundo e passou a assinar tratados de comércio e amizade com diversas
nações. O intercâmbio de relações refletiu-se no movimento migratório. Os
japoneses foram, aos poucos, espalhando-se pelos vários continentes no
exercício de diferentes atividades.

Com este trabalho ficámos a compreender melhor como se processou a


revolução industrial no Japão, as mudanças ocorridas, as causas e as
posteriores consequências.

Apesar do risco na escolha do tema, completamente novo para nós,


voltaríamos a elegê-lo dada a riqueza da história deste país.

imagem 12- imperador Meiji no seu fim de vida

15

Você também pode gostar