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O ENVELHECIMENTO HUMANO E A INCLUSÃO DIGITAL:

Análise do Uso das Ferramentas Tecnológicas pelos Idosos

Relato de Pesquisa
Raimunda Fernanda dos Santos
Doutoranda em Ciência da Informação
Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação
Universidade Federal da Paraíba
nandaflorania@gmail.com

Kleyber Araújo Almêda


Bacharel em Biblioteconomia
Curso de Biblioteconomia
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
kbr_becho@hotmail.com

Resumo
Estuda aspectos relativos ao envelhecimento humano e à inclusão digital, focando especificamente na
análise do uso das ferramentas tecnológicas pelos idosos. Tem como objetivo geral analisar o uso das tec-
nologias de informação e comunicação pelos idosos do programa PROEJA da cidade de Florânia/RN no
intuito de compreender o impacto do uso de tais ferramentas na vida desse público. Utiliza como metodo-
logia a pesquisa bibliográfica para a fundamentação teórica do assunto estudado, seguida da pesquisa ex-
ploratória e descritiva, mediante a aplicação de entrevistas com estudo de caso de caráter qualitativo e
quantitativo, incluindo estudo de uso e de usuários. Conclui destacando a necessidade e a importância da
atuação do profissional bibliotecário na contribuição significativa para o desenvolvimento da competência
informacional em indivíduos na terceira idade através de iniciativas governamentais ou privadas visando à
independência, à qualidade de vida, à inclusão e à interação social desse público no atual contexto infor-
macional.

Palavras-chave
Envelhecimento Humano. Idosos. Tecnologias de Informação e Comunicação. Inclusão Digital. Compe-
tência Informacional.

1 INTRODUÇÃO ano. Com base nessa perspectiva, de acordo


com Prensky (2001), a sociedade atual é di-
No atual contexto social, estamos vidida pelos indivíduos nativos digitais e
presenciando a constante evolução das Tec- imigrantes digitais. De acordo com esse au-
nologias de Informação e Comunicação e a tor, os nativos digitais são os jovens que já
alteração dos modos de buscar, comparti- nasceram no contexto das novas Tecnologi-
lhar, acessar e usar as informações. Além as de Informação e Comunicação e, portan-
disso, esses recursos tecnológicos nos possi- to, têm facilidades no que concerne ao seu
bilitam maior integração social em cenários uso e manuseio. De outro modo disposto,
eletrônicos e digitais. os imigrantes digitais são as pessoas que
Contudo, em uma sociedade infor- nasceram na época anterior ao advento das
matizada, é importante que tenhamos domí- novas tecnologias, mas se interessam e usam
nio no que concerne ao uso dessas ferra- essas ferramentas em algum momento das
mentas que possibilitam o acesso às infor- suas vidas, necessitando assim de migração e
mações e a execução de diversas atividades adaptação em cenários tecnológicos.
de natureza pessoal e profissional no cotidi-

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Sob esse viés, observamos que, de e pretende contribuir para a superação do


acordo com a classificação mencionada ante- quadro da educação brasileira.
riormente, os indivíduos da terceira idade No que concerne ao uso das Tecno-
são considerados imigrantes digitais, os quais logias de Informação e Comunicação pelos
podem se deparar com algumas limitações idosos, surgem os seguintes questionamen-
no uso das ferramentas tecnológicas, em tos: quais as consequências positivas e nega-
virtude das suas sofisticações/atualizações e tivas que as tecnologias acarretam nas suas
complexidade de domínio na utilização. Nos vidas? Quais as principais facilidades e difi-
dias atuais, observamos que a interação dos culdades que o público da terceira idade tem
idosos com as ferramentas tecnológicas via- ao utilizar as Tecnologias de Informação e
biliza a qualidade de vida, a manutenção dos Comunicação?
seus deveres sociais, a busca de novos co- Visando responder tais questiona-
nhecimentos e o exercício da sua cidadania mentos, foram elencados alguns objetivos
na sociedade informacional. que nortearam os procedimentos metodoló-
Sabemos que todas as pessoas, sejam gicos deste estudo e as análises qualitativas
jovens, adultos ou idosos, têm suas particu- da pesquisa. Dessa forma, o objetivo geral
laridades. Porém, o que diferencia o público do trabalho consiste em analisar o uso das
da terceira idade desses outros grupos, além Tecnologias de Informação e Comunicação
dos aspectos fisiológicos e psicológicos, é, pelos idosos do programa PROEJA da cida-
sobretudo, a sua vida regada de sabedoria e de de Florânia/RN, no intuito de compre-
experiência. Portanto, vale destacar a impor- ender o impacto do uso de tais ferramentas
tância dos idosos estarem integrados com na vida desse público. Objetivamos, especi-
esses novos recursos informacionais, haja ficamente, conhecer o perfil dos idosos que
vista que essa inclusão está diretamente rela- frequentam o curso; levantar as motivações
cionada à integração dos cidadãos na socie- para o uso de novas tecnologias; identificar
dade e ao acesso às informações no atual as consequências positivas e negativas que as
contexto informacional. Nesse entendimen- tecnologias acarretam nas suas vidas; e apon-
to, é importante ressaltar que a população tar as principais dificuldades e facilidades
idosa é constituída por indivíduos cogniti- que esse público tem ao utilizar os novos
vamente ativos cujo aprendizado e acesso à recursos informacionais.
informação devem ser encarados como pro- A importância desta pesquisa decor-
cesso constante para tomada de decisão. re das mudanças tecnológicas presenciadas
De acordo com Loreto e Ferreira na sociedade atual. As principais justificati-
(2014), um dos meios voltados para a inclu- vas para a realização deste estudo são a mi-
são digital e para que os idosos se apropriem gração dos idosos para a era digital e a im-
da Internet e de outras ferramentas tecnoló- portância do bibliotecário como profissional
gicas como computador, celular, tablets e da informação que pode contribuir para a
caixa eletrônico de bancos são os cursos de inclusão digital na terceira idade mediante
informática direcionados para sua faixa etá- atividades que visam educar os usuários e
ria. Sendo assim, atualmente cresce o núme- torná-los competentes em informação no
ro de iniciativas educacionais e projetos que que concerne ao uso das tecnologias para os
visam contribuir significativamente com processos de busca, recuperação, comparti-
atividades direcionadas aos usuários de ter- lhamento e uso da informação.
ceira idade. Podemos evidenciar entre essas
iniciativas o curso de informática para idosos 2 O ENVELHECIMENTO DOS IN-
da cidade de Florânia, localizada no interior DIVÍDUOS E USO DAS TECNOLO-
do Estado do Rio Grande do Norte (RN), GIAS DE INFORMAÇÃO E COMU-
cuja iniciativa pertence ao Programa Nacio- NICAÇÃO NA TERCEIRA IDADE
nal de Integração da Educação Básica com a
Educação Profissional (PROEJA). Este pro- O crescimento populacional dos in-
grama é uma iniciativa do Governo Federal divíduos idosos, de acordo com a classifica-

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ção citada anteriormente, no Brasil e no positiva, como algo novo que está aconte-
mundo, consiste em uma realidade expressa cendo nas suas vidas, onde podem permane-
em pesquisas realizadas atualmente. Segundo cer atuantes, exercer seus papeis sociais e
o último levantamento de dados acerca da aproveitar as novas possibilidades que a vida
população idosa residente no Brasil, cujos traz. Além disso, nessa etapa da vida, surgem
resultados da pesquisa estão disponíveis no diversos problemas biológicos como, por
site do Departamento de Informática do exemplo, a falta de apetite e sono, as doen-
Sistema Único de Saúde do Brasil (DATA- ças degenerativas, e as perdas de visão, audi-
SUS, 2012), essa população é composta por ção e cognição.
20.889.849 indivíduos, sendo 5.531.289 deles A partir de evidências observadas,
residentes na Região Nordeste. Moreira et al. ([200-?], p.4) enfatizam que,
O envelhecimento é um processo
espontâneo nos seres vivos. Nas pessoas, Em face do crescimento popula-
esse processo se caracteriza pela influência cional exponencial de idosos e das
dos fatores fisiológicos, psicológicos e soci- alterações acarretadas pelo proces-
ais. Para Gandra (2012, p.35), “o envelheci- so de envelhecimento, faz-se ne-
cessário refletir sobre práticas que
mento não é um processo que começa aos favoreçam uma melhor qualidade
60 anos, mas é um processo contínuo que de vida para esta população.
permeia toda a vida dos sujeitos”. Neste
entendimento, o envelhecimento é um pro- Diante disso, é importante buscar so-
cesso que vai além das mudanças biológicas luções que possibilitem o envelhecimento
que atingem o indivíduo a partir dos 60 a- dos indivíduos de maneira saudável, sem que
nos; é um fator que aparece ao longo da vida eles percam a conexão com a sociedade que
do sujeito, inclusive mediante diversos tipos os cerca. Nessa perspectiva, as tecnologias
de alterações, dentre elas as alterações fisio- são elementos contribuintes para esse pro-
lógicas, psicológicas e sociais. cesso, uma vez que estão em constante a-
As mudanças fisiológicas na terceira vanço, em consonância com as alterações
idade estão relacionadas às limitações nos fisiológicas, psicológicas e sociais dos indiví-
sistemas fisiológicos, isto é, nas diversas duos, e possibilitam a comunicação e a busca
funções mecânicas, físicas e bioquímicas das por informações e conhecimento de forma
pessoas. As alterações psicológicas, por sua contínua (PETERSEN; KALEMPA; PY-
vez, surgem a partir de diversos fatores, den- KOSZ, 2013).
tre os quais: deterioração dos processos sen- Algumas das dificuldades associadas
soriais, depressão, perda de memória e ansi- ao uso das tecnologias pelos idosos estão
edade. Já as alterações sociais estão relacio- relacionadas aos declínios sensoriais, moto-
nadas às diminuições das relações dos indi- res e físicos ocasionados pelo avanço da
víduos da terceira idade com a sociedade idade desses indivíduos. Contudo, o advento
(GANDRA, 2012). das novas tecnologias tem exigido desse
Observamos, nesse sentido, que as grupo um aprendizado contínuo para que
mudanças em que os seres humanos atraves- consigam interagir de maneira autônoma
sam ao longo do envelhecimento, como as com as ferramentas tecnológicas (TAVA-
transformações fisiológicas, atingem a sua RES; SOUZA, 2012).
condição psicológica, ocorrendo alterações O Estatuto do Idoso, Lei nº 10.741,
na sua autoestima e autoimagem na socieda- de 1º de outubro de 2003, em seu artigo 3º,
de. Contudo, o envelhecimento não é viven- prevê a “viabilização de formas alternativas
ciado de forma única para todos. O público de participação, ocupação e convívio do
da terceira idade enfrenta várias situações idoso com as demais gerações” (BRASIL,
como as mencionadas anteriormente e com 2003). Além disso, no parágrafo 1º do artigo
intensidades diferentes. Desse modo, alguns 21 desta Lei, enfatiza-se que “os cursos es-
encaram o envelhecimento de forma negati- peciais para idosos incluirão conteúdos rela-
va, outros aceitam sua condição de forma tivos às técnicas de comunicação, computa-

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ção e demais avanços tecnológicos, para a no rendimento durante o curso, auxílio dos
sua integração à vida moderna” (BRASIL, professores; bem como a possibilidade de
2003). reencontros e de troca de ideias e aprendiza-
Nessa perspectiva, desenvolver inici- dos com os colegas durante o curso de in-
ativas, ações e políticas públicas voltadas formática em sala de aula.
para a inclusão digital na terceira idade con- Vechiato (2010, p.96), por sua vez,
siste em uma maneira de conceder aos ido- ressalta que as iniciativas voltadas para o uso
sos a oportunidade de usufruir das tecnolo- das Tecnologias de Informação e Comuni-
gias para a interação social, a construção do cação pelos idosos permitem que eles se
conhecimento e o acesso à informação na sintam atraídos e motivados para aprender e
sociedade atual, tendo em vista as evoluções se familiarizar com essas ferramentas. Entre-
tecnológicas e a complexidade no domínio e tanto,
manejo dessas ferramentas.
As implicações das tecnologias nas O problema é que o fato de querer
vidas das pessoas e nas relações sociais são vencer as barreiras pode colidir
fatores evidentes no atual contexto. É nesse com o medo e resistência a essas
sentido que ocorrem os processos de relação tecnologias, não permitindo que o
idoso consiga atingir seus objetivos.
dos indivíduos com as tecnologias, evidenci-
(VECHIATO, 2010, p. 96).
ando os conceitos de imigrantes digitais e
nativos digitais como classificações de usuá- Portanto, verificamos que o processo
rios da rede, os quais são discutidos pelo de inclusão digital é de extrema relevância
autor Prensky (2001) e estudados pelo autor no processo de aprendizagem do indivíduo
Vilches (2003). na terceira idade, uma vez que possibilita ao
No que concerne ao comportamento idoso vivenciar um novo envelhecer, apren-
dos usuários idosos em relação às novas dendo a superar o medo do novo no que
Tecnologias de Informação e Comunicação, concerne ao contexto digital, bem como
as autoras Maciel, Pessin e Tenório (2012) permitindo vislumbrar as possibilidades de
ressaltam que as características cognitivas aprender diante do seu desejo de conhecer,
dos idosos, como, por exemplo, a diminui- seja por inclusão digital espontânea ou indu-
ção da velocidade cognitiva e a redução de zida .
atenção e de memória, acarretam implica- Destarte, os usuários idosos pesqui-
ções nos processos de aprendizagem dos sados neste trabalho fazem parte de curso de
mesmos acerca das novas tecnologias, po- informática cuja classificação de inclusão
dendo haver dificuldades por parte desse digital é de maneira induzida, tendo em vista
público no que concerne ao uso de tecnolo- que o curso de informática oferecido pelo
gias como o computador. PROEJA na cidade de Florânia/RN contém
Através da pesquisa realizada pelas turma específica de idosos e consiste em
autoras Sá e Almeida (2012) acerca das faci- uma iniciativa pertencente a um programa
lidades e dificuldades da aprendizagem de do Governo Federal que pretende contribuir
informática pelos idosos, foram constatadas para a educação brasileira.
algumas questões relacionadas ao compor-
tamento desse grupo de usuários em relação 3 METODOLOGIA DA PESQUISA
às ferramentas tecnológicas, dentre elas,
problemas relacionados à visão e à memória; Os procedimentos metodológicos
medo de não aprender a utilizar as ferramen- para a realização deste trabalho foram em-
tas tecnológicas; seguido de receio de estra- preendidos a partir da pesquisa bibliográfica
gar o computador no processo da aprendi- para a fundamentação teórica do assunto
zagem. Por outro lado, como aspectos posi- estudado, seguida de pesquisa exploratória e
tivos em relação ao aprendizado no uso das descritiva.
tecnologias, os informantes ressaltaram os Além disso, este estudo é de caráter
seguintes aspectos: percepção de melhoria qualitativo, uma vez que estabelece conexões

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entre os aspectos teóricos e conceituais utili- do profissional, da organização curricular


zados para a discussão da temática com a integrada, da utilização de metodologias e
percepção dos sujeitos entrevistados neste mecanismos de assistência que favoreçam a
estudo. O presente estudo também apresen- permanência e a aprendizagem do estudante,
ta abordagens de caráter quantitativo, uma da falta de infraestrutura para oferta dos
vez que possibilita a melhor estruturação e cursos, dentre outros. Nessa perspectiva, o
análise de algumas informações utilizando PROEJA pretende contribuir para a supera-
dados numéricos e percentuais mediante a ção do quadro atual da educação brasileira.
apresentação de gráfico. Na cidade de Florânia/RN, o PRO-
Sendo assim, como subsídio infor- EJA oferece curso de informática para jo-
macional para a elaboração deste trabalho, vens e adultos no intuito de possibilitar aos
de caráter quantitativo e qualitativo, foram seus participantes conhecimentos básicos
utilizadas fontes de informação impressas e para o uso de computadores, e apresentação
eletrônicas, sendo elas: livros, bases de dados e utilização dos serviços oferecidos pela In-
de artigos de periódicos nacionais e interna- ternet. Dentre as turmas que fazem parte do
cionais, bibliotecas digitais, repositórios ins- curso de informática do PROEJA, uma delas
titucionais etc. Para tanto, foi realizado um é voltada para os idosos que fazem parte do
levantamento de produções científicas que Programa, com faixa etária de 60 a 75 anos
estudam aspectos relativos ao uso das Tec- de idade, os quais vivenciam o processo de
nologias de Informação e Comunicação pe- migração tecnológica e constituem como
los idosos; a influência dos fatores cogniti- universo de análise dos dados obtidos na
vos para o domínio e manejo de tais ferra- presente pesquisa.
mentas e as maneiras pelas quais os sujeitos Portanto, a seleção desse universo
da terceira idade estão se inserindo na era está atrelada ao fato de ser um curso que
digital. visa à inclusão digital, estando configurado
O universo da presente pesquisa são de acordo com o perfil do grupo de usuários
os idosos que freqüentam o curso de infor- que são objetos de estudo deste trabalho (os
mática do PROEJA, na cidade Florânia/RN. idosos).
Para tanto, foi investigado o uso das Tecno- É importante ressaltar que, mesmo
logias de Informação e Comunicação por que a pesquisa tenha sido realizada com os
esses indivíduos, mediante a realização de idosos do curso de informática do PROEJA,
uma visita in loco em dezembro de 2016, no foram apresentados questionamentos que
intuito de explorar e investigar alguns aspec- contemplassem aspectos relativos ao uso de
tos discutidos nesta pesquisa. Através do qualquer tecnologia por esse público em seu
estudo de uso e usuários, foram realizadas cotidiano, não focando apenas no uso do
também entrevistas com o grupo de idosos computador ou no curso de informática de
(doze alunos). A partir desse instrumento, que eles fazem parte.
foram apresentadas questões abertas que
transcendem aquelas relacionadas ao uso do 4 ANÁLISE E DICUSSÃO DOS RE-
computador pelos idosos. Portanto, todos os SULTADOS
alunos que fazem parte do curso em questão
foram entrevistados. Conforme foi observado, foram en-
O PROEJA consiste em uma inicia- trevistados doze alunos, quantidade inerente
tiva do Governo Federal que tem como ao total de alunos que fazem parte do curso
perspectiva a proposta de integração da edu- de informática em questão. A maioria dos
cação profissional à educação básica, bus- idosos entrevistados é do sexo feminino
cando a superação da dualidade trabalho (75%), sendo apenas 25% do sexo masculi-
manual e intelectual, assumindo o trabalho no. Sendo assim, é possível constatar a pre-
na sua perspectiva criadora e não alienante. valência do interesse das mulheres no que
Isto impõe a construção de respostas para concerne à participação nesse curso de in-
diversos desafios, tais como o da formação formática e no aprendizado do uso das fer-

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ramentas tecnológicas. De outro modo dis- são: celular, computador, tablet e caixa ele-
posto, em relação à faixa etária dos respon- trônico. Desse modo, 37% dos informantes
dentes, foi possível verificar que 50% possu- usam apenas o computador; 37% dos idosos
em entre 60 a 65 anos de idade; 37% dos utilizam celular e computador; 13% afirma-
idosos possuem entre 66 a 70 anos e 13% ram que usam celular, computador e tablet; e
informaram ter idade entre 71 a 75 anos. 12% usam celular, computador e caixa ele-
Portanto, todos os informantes desta trônico, como é possível visualizar no Gráfi-
pesquisa fazem parte do grupo da terceira co 1.
idade, uma vez que, de acordo com o Esta-
tuto do Idoso, enfatizado no referencial teó- Gráfico 1 - Tecnologias/equipamentos eletrôni-
rico deste trabalho, a população da terceira cos utilizados pelos respondentes
idade está relacionada às pessoas com idade
igual ou superior a 60 (sessenta) anos de
idade.
No que diz respeito ao grau de esco-
laridade dos idosos informantes, foi possível
verificar que a maioria (88%) dos respon-
dentes possui ensino fundamental incomple-
to e apenas 12% tem ensino fundamental
completo (apenas um respondente). Esses
dados conduzem à reflexão de que o grau de
escolaridade dos idosos pode influenciar no
uso e na facilidade de sua relação com as Fonte: os autores (2016).
novas tecnologias, bem como consiste em
um elemento contribuinte para a aquisição Outro aspecto interessante observa-
de novos conhecimentos. Nesse sentido, do nas entrevistas é que, antes de ingressar
através da entrevista realizada, observou-se no curso de informática, 88% desses idosos
que a informante com ensino fundamental não tinham nenhum contato com o compu-
completo, ao contrário dos demais idosos tador. Nesse sentido, o primeiro contato
analisados, afirmou ter mais facilidade no com essa tecnologia, pela maioria dos idosos
uso das tecnologias de informação e ferra- respondentes, foi apenas através do curso de
mentas de comunicação, como computador, informática do PROEJA.
acesso e utilização da Internet, Facebook e Os fatores motivacionais são ele-
Whatsapp através do seu celular, etc. em rela- mentos que facilitam o processo de aprendi-
ção aos demais idosos pesquisados, embora zagem do uso das tecnologias na terceira
o primeiro contato dela com tecnologias idade; sendo assim, dentre os aspectos prin-
como o computador e o celular (com Inter- cipais que motivaram esses idosos a apren-
net e aplicativos) tenha sido após o seu in- der a utilizar o computador e/ou outros
gresso no curso de informática do PROEJA. equipamentos eletrônicos no seu dia a dia foi
Nesse sentido, foi possível perceber que, possível observar nas respostas das entrevis-
apesar da inclusão digital da idosa em ques- tas as seguintes questões motivacionais apre-
tão ter sido induzida, o processo de migra- sentadas, em sua maioria, pelos informantes:
ção tecnológica está ocorrendo de forma 1) convite do PROEJA para ingressar no
rápida, uma vez que ela entrou no curso de curso de informática (65%); 2) aumento da
informática juntamente com os demais alu- frequência de comunicação com os familia-
nos há apenas dois meses. res e amigos (52%); 3) necessidade de aces-
Com relação ao uso dos equipamen- sar e recuperar informações na Internet
tos eletrônicos/ novas Tecnologias de In- (52%); 4) assimilação de novos conhecimen-
formação e Comunicação pelos idosos no tos e socialização (52%); 5) possibilidade de
seu dia a dia, observoumos que, em geral, as resolução dos problemas pessoais através
tecnologias utilizadas por esses informantes das tecnologias (39%); 6) melhoria da quali-

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dade de vida (26%); e 7) preenchimento do mento em que estão usando uma tecnologia,
tempo disponível (13%). eles expressaram diversos sentimentos, a
Nessa perspectiva, observamos que saber: 1) receio de estragar/danificar a tec-
as razões pelas quais os usuários em questão nologia, em primeiro momento (65%); 2)
se sentiram motivados em aprender a utilizar medo de desconfigurar ou travar o sistema,
as tecnologias na terceira idade estão associ- principalmente em relação ao uso do caixa
adas aos tipos de inclusão digital induzida e eletrônico (52%); 3) receio de não aprender
espontânea. Ou seja, os indivíduos entrevis- as funcionalidades da tecnologia, em virtude
tados, de forma autônoma/intuitiva ou por de problemas relacionados à visão e à me-
iniciativa governamental através do curso de mória (26%); e 4) felicidade, alegria e encan-
informática do PROEJA, aprenderam a uti- tamento por estar aprendendo e interagindo
lizar o computador e/ou outros equipamen- com algo novo, que nunca havia usado an-
tos eletrônicos no seu dia a dia. Contudo, tes, embora também tenham expressado
observamos ainda que a maioria dos infor- alguns dos sentimentos citados anteriormen-
mantes (65%) se sentiram motivados em te, (13%).
aprender a utilizar as tecnologias após o seu Em relação às consequências positi-
ingresso no curso de informática do PROE- vas e negativas que as tecnologias acarretam
JA, o que indica a contribuição da inclusão na vida desses idosos, foi possível verificar
digital induzida nesse processo. as seguintes implicações: a) capacidade de
No que se refere às possíveis mu- ativação da sua memória (65%); b) amplia-
danças ocorridas no cotidiano dos indiví- ção dos seus conhecimentos (39%); c) pos-
duos após o contato com as ferramentas sibilidade de entretenimento e lazer (26%);
tecnológicas, obtivemos os seguintes resul- d) facilidade na comunicação com amigos e
tados: 87% informaram que sim e 13% (um parentes distantes (26%); e) melhoria no
idoso) afirmou que não. Dentre as principais acesso às informações (13%); f) segurança da
justificativas apontadas pelos idosos que informação e clonagem de dados, que cor-
responderam positivamente ressaltando que respondeu ao único aspecto negativo elen-
as tecnologias influenciaram, de algum mo- cado pelos informantes, (13%).
do, o seu cotidiano após o uso dessas ferra- No que concerne às principais difi-
mentas tecnológicas, foi possível identificar culdades dos informantes ao usar um com-
nas respostas as seguintes mudanças em seu putador e/ou qualquer Tecnologia de In-
dia a dia: relações com os seus amigos e seus formação e Comunicação, foram ressaltados
familiares; formas de lazer; diminuição da os seguintes fatores: a) pouca memória para
solidão e do isolamento; e nas formas de fixarem os métodos de uso das tecnologias
acessar às informações. (87%); b) dificuldade de manusear todas
De outro modo disposto, o idoso essas ferramentas por não serem muito in-
que não identificou nenhuma mudança em tuitivas e de fácil acesso (75%); c) baixa vi-
seu cotidiano após o uso das tecnologias são, interferindo nas atividades diárias, leitu-
(referente a 13% dos informantes), ressaltou ra e a condução (26%); e d) sensibilidade à
que o único equipamento eletrônico ou tec- luz (26%).
nologia que usa é o computador no curso de Esses aspectos conduzem à reflexão
informática do PROEJA, mesmo assim até o de que todas as dificuldades citadas anteri-
momento ele só conseguiu aprender a digitar ormente devem ser levadas em consideração
textos. Além disso, avaliou o curso de forma no processo de ensino do uso das tecnologi-
positiva e destacou que o curso se configura as pelos idosos. Métodos de ensino que le-
como uma única oportunidade para ele a- vem em consideração as habilidades físicas e
prender informática de maneira gratuita e de cognitivas desses indivíduos e as tecnologias
usar uma tecnologia até o momento. com interfaces acessíveis (com arquiteturas
Quando os idosos respondentes fo- inclusivas) para esse público específico são
ram questionados na entrevista acerca do seu elementos que visam promover a inclusão
comportamento (como se sentem) no mo- digital, bem como o acesso e o uso da in-

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formação, conforme discutido no referencial ram ressaltadas mudanças no cotidiano dos


teórico desta pesquisa. idosos entrevistados.
No que diz respeito às principais fa- Sendo assim, todos os elementos menciona-
cilidades apontadas pelos informantes na dos anteriormente devem ser levados em
pesquisa, foram verificadas as seguintes: a) conta no processo de ensino do uso das
digitação de texto no computador (87%); b) Tecnologias de Informação e Comunicação
facilidade em buscar, recuperar e visualizar pelos idosos nos cursos de informática. Por-
fotos de familiares e amigos no computador tanto, são necessários métodos de ensino
ou no celular digital (65%); e c) domínio no que se preocupem, principalmente, com as
uso do celular para realizar ligações e se co- habilidades físicas e cognitivas desses indiví-
municar com familiares e amigos (52%). duos incluindo as tecnologias com interfaces
Nesse entendimento, verificamos acessíveis (com arquiteturas inclusivas) para
que a principal facilidade que esse público esse público específico como elementos que
tem ao utilizar os novos recursos informaci- visam promover a inclusão digital, bem co-
onais está associada à digitação de texto. mo o acesso e o uso da informação na soci-
Essa prática é diretamente relacionada à edade contemporânea. Nesse entendimento,
capacidade de leitura do idoso, bem como as tecnologias assistivas1 podem ser incluídas
ao reconhecimento das teclas para realizar a no processo de inclusão digital, uma vez que
digitação. Contudo, percebeu-se que dois viabilizam a acessibilidade e visam promover
dos informantes ressaltaram dificuldades em a funcionalidade, a autonomia, a indepen-
alternar letras minúsculas e maiúsculas, bem dência, a qualidade de vida e a inclusão soci-
como inserir algumas configurações no tex- al desse público.
to, como, por exemplo, negrito, itálico, sub- Os resultados permitem, de modo
linhado, etc. geral, compreender que o uso das Tecnolo-
gias de Informação e Comunicação promove
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS mudanças no cotidiano dos idosos. O estudo
permitiu, especificamente, conhecer o perfil
Estudar questões relativas ao uso das básico dos entrevistados, suas motivações
Tecnologias de Informação e Comunicação para o uso de tecnologias, as facilidades e
pelos idosos no intuito de compreender o dificuldades encontradas nesse processo e as
impacto do uso de tais ferramentas na vida consequências positivas e negativas das Tec-
desse público se faz necessário no atual con- nologias da Informação e Comunicação em
texto informacional, haja vista a necessidade suas vidas cotidianas.
de buscar também soluções que possibilitem Verificamos, portanto, a necessidade
o envelhecimento dos indivíduos de maneira e a importância da atuação do profissional
saudável, sem que eles percam a conexão bibliotecário na contribuição significativa
com a sociedade que os cerca. para o desenvolvimento da competência
Nessa perspectiva, é possível perce- informacional em indivíduos na terceira ida-
ber que as tecnologias são elementos contri- de. Essa atuação pode ocorrer no âmbito
buintes para esse processo, uma vez que elas dos cursos de informática de iniciativas go-
estão em constante avanço em consonância vernamentais ou privadas visando à inde-
com as alterações fisiológicas, psicológicas e pendência, à qualidade de vida, à inclusão e à
sociais dos indivíduos e possibilitam a co- interação social desse público, no atual con-
municação, a busca por informações e co- texto informacional. Para tanto, são necessá-
nhecimento de forma contínua na sociedade rias iniciativas, ações e políticas públicas que
contemporânea. possam implementar essas estratégias, que
Sob esse viés, visando cumprir o ob- podem contribuir significativamente para a
jetivo geral desta pesquisa, foi possível com-
1
preender que o uso das Tecnologias de In- Tecnologias que viabilizam a acessibilidade e visam
formação e Comunicação ocasionou impac- promover a funcionalidade, bem como a autonomia,
independência, qualidade e vida e inclusão social
tos na vida desse público, uma vez que fo- desse público (BRASIL, 2000).

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O Envelhecimento Humano e a Inclusão Digital: análise do uso das ferramentas tecnológicas pelos idosos

inclusão digital e para o desenvolvimento da No que diz respeito aos estudos fu-
competência informacional na terceira idade. turos que podem ser desenvolvidos com
A competência informacional é o re- base nesta pesquisa, são elencadas as seguin-
sultado de esforços mútuos e interdisciplina- tes sugestões: estudo comparativo do pro-
res entre profissionais da informação e pro- cesso de inclusão digital realizado por outros
fissionais de outras áreas do conhecimento. cursos de informática voltados para idosos
Nesse sentido, o bibliotecário como profis- (de iniciativas privadas e/ou governamental);
sional da informação deve desenvolver ativi- e análise dos perfis dos bibliotecários e a sua
dades como um agente mediador, levando formação profissional como mediador e
em conta todas as questões citadas anteri- contribuinte para o desenvolvimento da
ormente, uma vez que os idosos, assim co- competência informacional em diversos
mo os demais perfis de usuários, necessitam perfis de usuários, incluindo os usuários da
de mediação informacional na sociedade. terceira idade.

HUMAN AGING AND DIGITAL INCLUSION:


Analysis of the Use of Technological Tools by the Elderly

Abstract
Studies aspects related to human aging and digital inclusion, focusing specifically on the analysis of the use of technological
tools by the elderly. It has as general objective to analyze the use of information and communication technologies by the elderly
of the PROEJA program of the city of Florânia/RN in order to understand the impact of the use of such tools in the life of
this public. It uses as a methodology the bibliographic research for the theoretical basis of the studied subject, followed by the
exploratory and descriptive research through the application of interviews with a qualitative and quantitative case study,
including study of use and users. It concludes by highlighting the need and importance of the professional librarian in the
significant contribution to the development of informational competence in elderly individuals through governmental or private
initiatives aimed at the independence, quality of life, inclusion and social interaction of this public in the Current informa-
tional context.

Keywords
Human Aging. Elderly.Information and Communication Technologies. Digital Inclusion. Informational Competence.
Artigo recebido em 02/04/2016 e aceito para publicação em 14/05/2017

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