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APOSTILA DE

TECNOLOGIA DOS

MATERIAIS - I

TECNOLOGIA DOS MATERIAIS-I (TEM I)

Classes de Materiais; Critérios de seleção e aplicação dos materiais;


Composição química; Estrutura dos Materiais; Propriedades físicas,

Anotações de aula: Prof. José Claudio 1


químicas e mecânicas dos materiais; Ensaio Mecânico - Dureza e
Impacto; Ensaio Mecânico - Tração e A produção do aço.

SEÇÃO 1 – Classes de Materiais


Objetivo: Fornecer conhecimentos para seleção adequada de materiais

Uma breve história:

Verificando a linha do tempo observamos que o primeiro metal a ser utilizado pelo homem
foi o OURO a 8000AC,em seguida o BRONZE(que é uma liga de cobre e estanho) a
7000AC e o FERRO só começou a ser utilizado por volta de 3500AC.

Nascimento de Jesus Cristo

8000AC 7000AC 3500AC 1000AC

Ouro Bronze Ferro

As idades na história da Tecnologia dos materiais são:

IDADE DA PEDRA

IDADE DO BRONZE

IDADE DO FERRO

MATERIAIS

METÁLICOS NÃO METÁLICOS

FERROSO NÃO NATURAIS


SINTÉTIC
S FERROSOS
OS

ALUMINI
AÇO O MADEI PLÁSTIC
RA OS
PEDR
COBR
FERR FIBRA DE
O BORRACH CARBONO
NÍQUE
RESINA
S

Anotações de aula: Prof. José Claudio CHUMB


O 2
Classificação geral
Metais
Cerâmicos
Polímeros
Compostos
Bio-materiais
Semicondutores

• Introdução

Abrangência do estudo dos materiais:


- utilização, processamento, projeto e construção de componentes, seleção adequada de
materiais para aplicação tecnológica, substituição de materiais visando fatores econômicos,
estudo de falhas e novos materiais.

Tecnologia dos Materiais : é o ramo da ciência que trata das relações gerais
existentes entre a composição, estrutura e propriedades dos materiais, e os processos
físicos e químicos que as podem alterar.

• Classes de Materiais
De modo geral, podemos classificá-los como:
- Metais (Metálicos);
- Cerâmicos;
- Polímeros;
- Compósitos (Compostos);
- Bio-materiais;
- Semicondutores.

• Materiais Metálicos
O tipo de ligação predominante é a ligação metálica e geralmente tem uma estrutura
cristalina. O material mais utilizado na engenharia é o aço, que é uma liga de ferro com
carbono e possui boa ductilidade, boa resistência mecânica e é bom condutor elétrico e
térmico. É utilizado nas industrias em geral.

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• Materiais Cerâmicos
São materiais inorgânicos compostos por elementos metálicos
(alumínio, silício, magnésio etc.) e não metálicos (oxigênio, carbono e nitrogênio) de
estrutura cristalina.
Características: Ductilidade baixa, frágeis, baixa condutividade elétrica, resiste a altas
temperaturas, resiste a ataques químicos
Exemplos de aplicação: vidros, porcelanas, refratários, pisos e revestimentos, etc.

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• Polímeros
São compostos orgânicos baseados em C e H e outros elementos não metálicos.
Possuem estruturas moleculares muito grandes, baixa densidade e são extremamente
flexíveis.
Incluem os plásticos e os elastômeros
Há dois grupos gerais de plásticos:
1) Termofixos ou termoestáveis:
2) Termoplásticos

Características dos polímeros:


Baixa condutividade térmica
Resistência e ductilidade variáveis
Aplicação:
Termofixo: Baquelite: usada em tomadas, telefones antigos.
Poliester: usado em carrocerias, caixas d’água, piscinas.
Termoplástico: cd’s, garrafas, persianas, brinquedos, etc.
Elastômeros: pneus, vedações, mangueiras de borracha

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• Compostos (ou Composítos)
São formados por duas ou mais classes de materiais, produzindo materiais com
características não encontradas em cada um dos materiais isoladamente.
Tipos de compósitos com base na estrutura e determinada pelos componentes:
a) Fibroso: composto de fibras com ou sem matriz (resina);
b) Particulado: composto de partículas com ou sem matriz (resina);
c) Lamelar: composto de camadas de constituintes laminados;
d) Escamado: composto de escamas achatadas com ou sem matriz (resina);
e) Enchido: composto de um esqueleto (matriz), preenchido com outro material.

Esses materiais têm várias características, tais como:


- resistência à corrosão;
- elevado Módulo de Elasticidade;
- resistência mecânica;
- combinação das melhores características de dois materiais.
Exemplos de aplicação: a) plásticos reforçados com fibras; b) cermets; c) correias de
tecidos de borrachas; d) circuitos impressos.

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Bio-materiais
São utilizados em componentes implantados no corpo humano, em substituição as partes
doentes ou danificadas.
Exemplos de aplicação: implantes de platina, silicone, acrílico, próteses dentárias etc.

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pino de Titânio
Semicondutores
Tem propriedades elétricas intermediárias entre os condutores elétricos e os isolantes.
São de grande utilidade para aplicações em eletrônica, comunicação e informática pois
convertem os sinais elétricos em luz e vice versa
Aplicação: circuitos integrados, diodo, transistores etc.

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SEÇÃO 2 – Critérios de Seleção e aplicação dos
materiais
Objetivo: Estabelecer pré-requisitos para seleção e aplicação dos materiais.

- Exigências em Serviço – Resistência Mecânica


- Exigências Econômicas; Preço
- Exigências para a Fabricação.
- Custo de Usinagem

Teoricamente, podemos estabelecer vários critérios como: propriedades, processabilidade,


acabamento etc.
Estabelecer pré-requisitos nos facilita na hora da seleção do melhor material a ser aplicado,
contudo, na prática, muitas vezes, não se obtém o resultado desejado.
Desta forma, necessitamos de procedimentos de interação e otimização. Podemos
estabelecer alguns tópicos que sejam mais representativos, entretanto, essa lista não se
esgota.

 Considerações dimensionais
 Considerações de forma
 Considerações de peso
 Considerações de resistência mecânica
 Resistência ao desgaste
 Conhecimento das variáveis de operações
 Facilidade de fabricação
 Facilidade de montagem
 Requisitos de durabilidade
 Número de unidades
 Disponibilidade de material
 Custo da matéria-prima

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 Custo do processamento
 Existência de especificações e códigos
 Viabilidade de reciclagem
 Valor da sucata
 Grau de normalização
 Tipo de transporte
 Acabamento de superfície

CÁLCULO DE ÁREAS(REVISÃO)

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SEÇÃO 3 – Composição Química
Objetivo: Conhecer a estrutura e os tipos de ligações atômicas.

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Estrutura Atômica
• O Átomo: menor partícula constituinte da matéria. Composto de um núcleo
circundado por elétrons. Sendo o núcleo composto por nêutrons e prótons.
O próton é portador de uma carga elétrica positiva, enquanto que o elétron é portador de
uma carga elétrica negativa e o nêutron não é carregado eletricamente.
Segue abaixo um modelo aproximado para um átomo

• O número atômico (Z) de um elemento químico é o número de elétrons, ou de


prótons do seu respectivo átomo.

• A massa atômica (A) de um elemento químico é a soma das massas dos prótons e
nêutrons do núcleo.

Tipos de ligação Atômica:


• Ligação Iônica: íons positivos (cátions) quando em contato com os íons negativos
(ânions), se atrairão mutuamente, mantendo-se ligados. Exemplos: H2O e NaCl.

• Ligação Covalente: é quando dois átomos compartilham de um ou mais elétrons


para completar o número máximo de elétrons em sua última camada
Exemplos: o diamante, silício, O2 e H2.

• Ligação Metálica: é quando muitos átomos de um metal perdem elétrons ao mesmo


tempo, e os cátions formados se estabilizam pela "nuvem'' de elétrons que fica ao
redor, ou seja, quando um átomo apresenta poucos elétrons na sua camada de
valência, eles podem ser removidos de modo relativamente fácil, enquanto os
elétrons restantes se mantêm firmemente ligados ao núcleo.

Exemplos: cobre e ferro.

SEÇÃO 4 – Estrutura dos Materiais

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Objetivo: Conhecer os diversos tipos de estrutura dos materiais e o cálculo do fator de
empacotamento.

Arranjos Atômicos
Os átomos tendem a ficar arranjados de forma a melhor ocupar o espaço. Este arranjo é
chamado empacotamento compacto.

Sobre os espaços vazios podemos imaginar uma nova camada de átomos empacotados
compactamente.
Desta forma podemos construir uma estrutura 3D.

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Quanto ao arranjo estrutural podemos dividir os materiais em três grupos diferentes:
estruturas moleculares, cristalinas e não cristalinas.
Estruturas Moleculares
Compõe-se de grupos de moléculas, unidas entre si por forças chamadas intermoleculares
ou de Van der Waals
Exemplos: polímeros, água, sais óxidos, ácidos etc.

Estruturas Não Cristalinas: Essas estruturas são conhecidas como estruturas amorfas,
isto é, sem forma.
Exemplos: gases, líquidos e vidros.

Estruturas Cristalinas
Os átomos se encontram dispostos ordenadamente segundo padrões repetitivos, nas três
dimensões, formando cristais.
Os átomos são organizados em um arranjo espacial (reticulado).
O reticulado pode ser descrito pela célula unitária
(modelo geométrico), que é a menor unidade de repetição do reticulado (cristal).

A célula unitária permite descrever qualquer tipo estrutura como um todo, porque a
estrutura completa pode ser gerada pela repetição da célula unitária no espaço.
Há apenas sete formas de célula unitária que podem ser empilhadas para formar os
sistemas cristalinos no espaço tridimensional. Elas são:
cúbica,tetragonal, ortorrômbica, romboédrica
hexagonal, monoclínica e triclínica.

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Destes sistemas cristalinos podemos identificar 14 tipos diferentes de células unitárias,
conhecidas como redes de Bravais.
Dentre várias células unitárias, as de ocorrência mais freqüentes nos metais são:
Cúbica de Face Centrada (CFC)
Cúbica de Corpo Centrada (CCC)

Antes vamos falar sobre a célula unitária cúbica simples.


Neste tipo de célula os átomos estão distribuídos nos vértices do cubo:
Obs.: os átomos tem forma de esfera, logo o volume é dado pela fórmula V = 4/3 . π . r3
Número total de átomos na célula cúbica simples:
São 8 vértices. Cada vértice tem 1/8 do átomo, logo 8 . 1/8 = 1 átomo

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Considerando uma das faces deste cubo:

a = 2.r

Fator de Empacotamento

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Fator de empacotamento mede o espaço ocupado pelos átomos dentro da célula unitária

Definição:
Fator de empacotamento (F.E)=

F.E = n0 de átomos x Vol. Átomo


Vol. cubo

FE = 1 . 4/3.π . r3
a3

Como a = 2.r

FE = 1 . 4/3.π . r3
(2.r)3

FE = 1 . 4/3.π . r3
8.r3

Logo, o F.E para célula cúbica simples é 0,52

Cúbica de Face Centrada – CFC


A célula unitária tem a forma de um cubo, com um átomo em cada vértice e mais um
átomo no centro de cada uma das 6 faces do cubo, muitos metais tem esta estrutura, tais
como o ferro a altas temperaturas, alumínio, chumbo, níquel e o cobre.

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Neste tipo de célula os átomos estão distribuídos nos vértices e nas faces do cubo:
O número total de átomos é 4(1 correspondente aos vértices mais 3 das faces). Cada face
tem meio(1/2) átomo. Como são 6 faces temos 6 . ½ = 3.

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a

2r

4r a

a
a

Aplicando Pitágoras:
( 4r )2 = a2 + a2 16 r2 = 2a2
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2 2
2 a = 16 r
a2 = 8.r2

a = 2,82 .r

Fator de empacotamento (F.E)


F.E = No átomos . Vol átomo
Vol. Cubo

F.E = 4 . 4/3 . π . r3
(2,82. r )3
F.E = 16,73 . r3
3
22,42.r
F.E = 0,74
Cúbica de Corpo Centrado (CCC)
A célula unitária tem a forma de um cubo com um átomo distribuído nos vértices
e mais um no centro, conforme se pode ver na figura.

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Exemplos de metais que possuem este tipo de estrutura: ferro a temperatura ambiente,
cromo, tungstênio ,etc.
Sendo assim, cada célula unitária contém dois átomos : 8 x 1/8 + 1 = 2.

Definindo o fator de empacotamento como a relação entre o volume ocupado pelos átomos
e o volume da célula unitária, temos: fator de empacotamento = volume de 1 átomo
(esfera) x 2 átomos / volume do cubo.
Fator de empacotamento = 0,68
Note que 0,74 é o maior valor que pode ter o fator de empacotamento quando se
considera um modelo de esferas de mesmo diâmetro.

Polimorfismo ou Alotropia
Existem metais, como o ferro, que mudam de estrutura cristalina com o aumento da
temperatura: o ferro é ccc desde a temperatura ambiente até 910ºC, quando então passa a
ser cfc. Se continuarmos a aquecer, o ferro novamente muda de estrutura cristalina
voltando a ser ccc a partir de 1396ºC e mantém esta estrutura até sua fusão (aprox. 1536ºC).
Diz-se que metais como o ferro, sofrem transformações alotrópicas de fase no estado
sólido.

Hexagonal Compacta (HC)

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A célula unitária tem a forma de um prisma de base hexagonal, com um átomo em cada
vértice, mais um átomo no centro de cada base e mais três átomos no interior, conforme se
pode ver na figura.
O fator de empacotamento é exatamente idêntico ao da estrutura CFC (0,74), uma vez
que ambas estruturas estão empacotadas compactamente. Este tipo de estrutura pode ser
observado no zinco, titânio, cobalto etc.

Imperfeições Estruturais
• É um "defeito" no arranjo periódico regular dos átomos em um cristal.
• Podem causar uma mudança significativa nas propriedades de um material.
• Podem ser classificadas em duas categorias:
variações na composição e imperfeições cristalinas.

Variações na composição

Significa que a estrutura do material é imperfeita, devido presença de átomos de elementos


estranhos, que são as impurezas.
Ás vezes, essas impurezas são oriundas do processo de obtenção do material, outras,
essas são adicionadas intencionalmente no material, com a finalidade de se alterar suas
propriedades.

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Solução Sólida Substitucional

Na qual os átomos de soluto tem aproximadamente o mesmo diâmetro que os átomos de


solvente, portanto, podem substituí-los em suas posições originais, conforme se pode ver na
figura.
Exemplos de solução sólida substitucional: zinco em cobre, cobre em níquel etc.

Solução Sólida Intersticial

Na qual os átomos de soluto são muito menores que os átomos de solvente, portanto,
podem alojar-se nos seus interstícios, conforme se pode ver na figura.
Exemplos de solução sólida intersticial: carbono em ferro.

Imperfeições cristalinas

Os materiais cristalinos são formados por cristais que possuem diversos tipos de
imperfeições, tais como: defeitos pontuais, defeitos em linha e defeitos de superfície.
Defeitos Pontuais
Ocorrem em pontos isolados do cristal.
Entre os tipos mais comuns, podemos citar as vacâncias (vazios), os intersticiais e os de
Frenkel.

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vacâncias (vazios)

intersticiais

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Defeitos em Linha (Discordâncias)
São defeitos alinhados continuamente dentro do cristal. As discordâncias podem se
apresentar de duas maneiras: em cunha (aresta) e em hélice (helicoidais).
Defeitos em cunha: é tipo mais simples de discordância, pode ser visto como um
semiplano atômico extra, inserido na estrutura.

Defeitos em hélice: são defeitos lineares em que a superfície formada pelos planos
atômicos extras tem uma característica helicoidal ou espiral

Defeitos de Superfícies: são oriundos da extensão de imperfeições cristalinas


segundo duas direções, de forma que se tenha uma superfície de fronteira, que pode ser, por
exemplo, o contorno de grão.

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SEÇÃO 5 - Propriedades dos Materiais
Objetivo: Conhecer as características mais importantes dos materiais para sua
aplicação nos vários campos da mecânica.

Propriedades Químicas
Densidade(d): essa propriedade é também conhecida como massa específica, e
define-se como a massa contida pela unidade de volume.
d= m / v
A massa m pode ser dada em g, kg, etc
O volume v pode ser dado em m3, cm3, etc

Densidade de alguns materiais

Elemento Densidade d(g/cm³)


aço 7,87
alumínio 2,70
chumbo 11,34

Exemplos de aplicação da fórmula:

1- Qual é o volume ocupado por 2kg de alumínio? (daluminio = 2,70 g / cm3 ).

2- Qual é a massa equivalente a 500 cm3 de cobre? (dcobre = 8,96 g / cm3 ).

3- Qual é a massa de alumínio de um cubo cuja aresta mede 5 cm?


d=m/v d = 2,70 g / cm3

Propriedades Físicas

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Propriedade Térmica:

Dilatação Térmica: É a variação das dimensões em função da temperatura.


Vamos considerar uma barra metálica de comprimento inicial L0 e temperatura incial t0 . Se
aquecermos esta barra até uma temperatura tf o comprimento final será Lf.
Logo o aumento no comprimento da barra será: ΔL = L f – L0
Fórmula geral:
Lf = L0.[ 1 + α.( tf – t0 ) onde α é o coeficiente de dilatação térmica do metal.
É um valor tabelado.

αferro = 1,1x10 C
Ex.: -5 0 -1

αcobre = 1,7x10 C -5 0 -1

αalumínio = 2,4x10 C -5 0 -1

Exemplos de cálculos

1-Uma barra de cobre tem 80cm de comprimento a uma temperatura de 150 C. Qual será
seu aumento de comprimento quando aquecida a 350 C?

2- Calcular o aumento no comprimento de um fio de cobre de 50m quando sua temperatura


muda de 1200 C para 3200 C.

Propriedades Mecânicas
Os tipos de forças que atuam sobre os corpos rígidos são: tração, compressão,
cisalhamento, flexão e torção.

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Propriedades Elásticas
Descobriu-se que os materiais de estrutura cristalina quando sujeitos a uma força de tração,
deformam-se proporcionalmente, da mesma forma que uma mola.

SEÇÃO 6 - Dureza Rockwell


Objetivo: Conhecer um dos processos mais universais de medição de dureza

Neste método, a carga do ensaio é aplicada em etapas, ou seja, primeiro se aplica


uma pré-carga, para garantir um contato firme entre o penetrador e o material ensaiado,
e depois aplica-se a carga do ensaio propriamente dita.
A leitura do grau de dureza é feita diretamente num mostrador acoplado
à máquina de ensaio, de acordo com uma escala predeterminada, adequada à faixa

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de dureza do material.

Os penetradores utilizados na máquina de ensaio de dureza Rockwell são do tipo


esférico (esfera de aço temperado) ou cônico (cone de diamante com 120º de conicidade).

Pode-se realizar o ensaio de dureza Rockwell em dois tipos de máquinas, ambas com a mesma
técnica de operação, que diferem apenas pela precisão de seus componentes.
A máquina padrão mede a dureza Rockwell normal e é indicada para avaliação de dureza em geral.
A máquina mais precisa mede a dureza Rockwell superficial, e é indicada para avaliação de dureza
em folhas finas ou lâminas, ou camadas superficiais de materiais.

Nos ensaios de dureza Rockwell normal utiliza-se uma pré-carga de 10 kgf e a carga maior pode ser
de 60, 100 ou 150 kgf.
Nos ensaios de dureza Rockwell superficial a pré-carga é de 3 kgf e a carga
maior pode ser de 15, 30 ou 45 kgf.

Os quadros a seguir mostram as escalas mais utilizadas nos processos industriais:

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Máquina Padrão (normal):

Máquina mais precisa (superficial)

É possível obter a medida aproximada da profundidade de penetração (P), a partir do

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valor de dureza indicado na escala da máquina de ensaio, utilizando as fórmulas a seguir:

Penetrador de diamante:

HR normal: P = 0,002 ´ (100 - HR)

HR superficial: P = 0,001 ´ (100 - HR)

Penetrador esférico:

HR normal: P = 0,002 ´ (130 - HR)

HR superficial: P = 0,001 ´ (100 - HR)

Exemplo: Qual é a profundidade aproximada de penetração que será atingida ao ensaiar um material
com dureza estimada de 40HRC?

A espessura mínima do corpo de prova equivale a 17 vezes a medida da


profundidade. Em = 17.p
Exemplo: Qual deve ser a espessura mínima de uma chapa que será submetida ao
ensaio de dureza Rockwell para um material com dureza esperada de 80HRB?

SEÇÃO 7 – Ensaio Mecânico - Tração


Objetivo: Conhecer como é feito um ensaio mecânico de tração bem como os cálculos
relacionados ao mesmo.

Definição de Tensão e Deformação

Tensão (σ) é a relação entre uma força (F) aplicada sobre um corpo e a área inicial
(A), ou seja: σ=F/A
Obs.: A= área da seção transversal

Deformação (ε): é a relação entre o alongamento (ΔL) sofrido por um corpo e o


seu comprimento inicial (L0), ou seja:
ε= ΔL / L0 onde ΔL = Lf – L0
(Lf = comprimento final)

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Unidades de Tensão e Deformação

Unidades de tensão – σ
-A força pode ser dada em Newtons (N) ou quilograma-força (kgf)
-A área pode ser dada em m2, cm2, mm2
Logo a tensão será dada em: N/m2, N/cm2, kgf/mm2, kgf/cm2.
A deformação não possui unidade. É um número puro. As vezes vem em forma de
ε
porcentagem. Ex.: =0,3 ou =30% ε

Exemplos para aplicação das fórmulas


1- Um corpo cilíndrico de diâmetro 5mm está sob ação de uma força de tração de 3500kgf.
Calcular a tensão correspondente.

Resp: σ = 178,38kgf/mm 2

2- Calcule a deformação sofrida por um corpo de 15cm, que após um ensaio de tração
passou a apresentar 16cm de comprimento. Dar a resposta em porcentagem.
Resp : ε = 6,66%

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DIAGRAMA TENSÃO X DEFORMAÇÃO

A curva acima é chamada de Tensão x Deformação de um material, e a constante de


proporcionalidade entre tensão e deformação é chamada de Módulo de Elasticidade ou
Módulo de Young do material, sendo expressa Matematicamente pela fórmula abaixo:

ESTRICÇÃO

Dois fenômenos passam a ocorrer na região onde ocorre o escoamento: as deformações


tornam-se permanentes, denominadas deformação plásticas e a área da seção transversal
diminui bastante, no caso de tensão de tração, dando origem ao que se chama de estricção
( ψ). A estricção pode ser expressa da seguinte maneira:

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Exemplo:
Um corpo de prova possui diâmetro de 10mm. Após ensaio de tração o diâmetro passou
para 7,5mm. Determinar a estricção em porcentagem.
Resp.: ψ = 43%

SEÇÃO 8- Produção do aço


Objetivo: Conhecer os processos para produção do ferro e do aço.

Produção do Gusa

O ferro gusa ou ferro de 1a fusão é fabricado em um forno denominado Alto Forno.


A carga do Alto Forno é composta de Minério de ferro, Combustível e Fundente.
O Minério de ferro é a matéria prima para produção do ferro gusa. Ele é retirado do solo e
pode ser de diversos tipos sendo os mais importantes a Hematita e a Magnetita.
O combustível pode ser de dois tipos: Carvão Vegetal e o Carvão Mineral (conhecido como
Coque).

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O Fundente é o Calcário que é formado pelos elementos cálcio e manganês e ajuda na
formação da escória.

Alto Forno

Produção:
Para cada tonelada de ferro gusa produzido, são usadas cerca de 2t de minério, 0,5t de
calcário, 1t de coque e 4t de ar. E, como subprodutos, cerca de 0,5t de escória e 6t de gás.
A escória é utilizada para fabricação de cimento e materiais refratários e o gás carbônico é
utilizado em caldeiras.

Quando o gusa sai do Alto Forno ele tem dois caminhos a seguir: Vai para o forno Cubilot
para produção do ferro fundido ou vai para os Conversores para produção do aço.

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Porcentagem de carbono

Ferro gusa 5 a 6% C
Ferro fundido 4 a 5% C
Aço < 2%

Impurezas

Enxofre (S) – É prejudicial pois torna o aço quebradiço


Fósforo (P) - É prejudicial pois torna o açi frágil
Manganês (Mn) – Benéfico pois elimina a fragilidade do aço
Silício (Si) – Benéfico pois aumenta a resistência a corrosão

Classificação segundo a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas):

Segundo a ABNT, os dois primeiros algarismos designam a classe do aço, os dois últimos a
média do teor de carbono empregado. Exemplos:

Aço 1020
10- significa que é aço ao carbono
20- significa que a porcentagem média de carbono é 0,20%

Aço 1030 – porcentagem média de carbono é 0,30%

O aço pode ser classificado em 3 categorias:

Aços baixo-carbono, ou aços doces, com % C entre 0,008 a 0,25


Aços médio-carbono ou aços meio –duros com % C entre 0,25 0,55
Aços alto-carbono ou aços duros com % C acima de 0,55

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