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Primeira Prova de BC 1425. 01 de julho de 2015


Professor Antonio Cândido Faleiros

Nome:
Caros alunos: Durante a prova poderão usar apenas lápis, borracha, caneta azul, régua.
Façam uma prova limpa, com letra legível e apresentem o raciocínio usado pois tudo será
avaliado. Poderão resolvê-la usando lápis com gra…te escura e responder as perguntas usando
caneta azul. Escreva as respostas pois elas serão avaliadas. Resolva as questões seguindo a se-
qüência dos enunciados, da primeira para a última questão. Boa prova.

1. Obtenha a solução geral da equação abaixo usando eliminação de Gauss-Jordan


2 32 3 2 3
0 1 2 x 3
4 1 3 5 54 y 5 = 4 7 5
2 7 12 z 17
Forneça uma base para o espaço solução da equação homogênea associada, que é o sistema
homogêneo obtido quando fazemos o lado direito da equação acima igual a zero.
Resolução: O método de Gauss-Jordan é aquele no qual se realiza transformações elementares
sobre a matriz completa do sistema até obter sua forma escalonada reduzida. Inicialmente,
anulam-se as entradas que …cam embaixo dos pivôs, percorrendo a matriz da primeira linha
até a última. Neste processo, se o pivô de uma linha estiver à direita do pivô de uma linha
de baixo, troca-se as linhas, levando uma para a posição da outra. Em seguida, anulam-se as
entradas acima dos pivôs, percorrendo a matriz da última linha até a primeira.
Vamos escalonar a matriz completa da equação que é
2 3
0 1 2 3
C=4 1 3 5 7 5:
2 7 12 17
Inicialmente realizamos a operação elementar L1 $ L2 que consiste em trocar as posições das
duas linhas 2 3
1 3 5 7
C1 = 4 0 1 2 3 5
2 7 12 17
e com isto o pivô da primeira linha não …ca à direita dos pivôs das linhas de baixo. Para
continuar o escalonamento, realizamos em C1 a operação elementar L3 + 2L1 ! L3 para com
isto obter 2 3
1 3 5 7
C2 = 4 0 1 2 3 5:
0 1 2 3
Com a operação elementar L3 L2 ! L3 chegamos a
2 3
1 3 5 7
C3 = 4 0 1 2 3 5:
0 0 0 0
Finalmente, a operação elementar L1 + 3L2 ! L1 nos leva à forma escalonada reduzida de C
2 3
1 0 1 2
C4 = 4 0 1 2 3 5 :
0 0 0 0
2

A equação matricial é equivalente ao sistema

x+z =2 e y + 2z = 3:

e, explicitando as variáveis líderes, chegamos a

x=2 z e y=3 2z:

Toda solução da equação é da forma


2 3 2 3
x 2 z
4 y 5 = 4 3 2z 5 ;
z z

onde z é uma variável livre. A solução geral da equação matricial é o conjunto


82 3 9
< 2 z =
4 3 2z 5 2 M3 1 (R) : z 2 R :
: ;
z

Pede-se ainda uma base para o espaço solução da equação homogênea associada à equação dada
que é 2 32 3 2 3
0 1 2 x 0
4 1 3 5 54 y 5 = 4 0 5:
2 7 12 z 0
Não precisamos refazer as contas, uma vez que basta fazer igual a zero o segundo membro da
equação anterior. Assim, toda solução da equação homogênea é do tipo
2 3 2 3 2 3
x z 1
4 y 5 = 4 2z 5 = z 4 2 5 ;
z z 1

onde z é uma variável livre. Logo, o conjunto formado pela matriz


82 39
< 1 =
4 2 5
: ;
1

gera o espaço solução da equação homogênea e é linearmente independente, sendo assim, a base
desejada.
Resposta: A solução geral da equação matricial é
82 3 9
< 2 z =
4 3 2z 5 2 M3 1 (R) : z 2 R :
: ;
z

e uma base da equação homogênea associada é


82 39
< 1 =
4 2 5 :
: ;
1
3

2. Determine uma base do subespaço vetorial do R4 gerado pelo conjunto de vetores G = f x; y;


z; wg; onde
x = (1; 0; 1; 1)
y = (0; 1; 0; 1)
z = (2; 0; 2; 3)
w = (1; 1; 1; 3)

Resolução: Vamos veri…car se G é LI ou não. Sejam a; b; c e d números reais tais que


ax + by + cz + dw = 0;
isto é
a(1; 0; 1; 1) + b(0; 1; 0; 1)+
c(2; 0; 2; 3) + d(1; 1; 1; 3) = (0; 0; 0; 0):
Tal equação vetorial é equivalente à equação matricial
2 32 3 2 3
1 0 2 1 a 0
6 0 1 0 1 7 6 b 7 6 0 7
6 76 7 = 6 7
4 1 0 2 1 54 c 5 4 0 5
1 1 3 3 d 0
Escalonando a matriz dos coe…cientes, chegamos ao sistema
2 32 3 2 3
1 0 2 1 a 0
6 0 1 0 1 7 6 b 7 6 0 7
6 76 7 = 6 7
4 0 0 1 1 54 c 5 4 0 5
0 0 0 0 d 0
onde as variáveis a; b e c são líderes (multiplicam os pivôs das linhas) e d é a variável livre, pode
assumir qualquer valor real. Explicitando as variáveis líderes e fazendo a substituição reversa,
obtemos
a = d; b = d; c= d
Fazendo d = 1; obtemos a = 1; b = 1; c = 1: Logo,
x y z + w = 0;
mostrando que G é LD e que
w= x + y + z:
Como w é uma combinação linear de x; y e z; podemos retirar w de G pois o conjunto G1 =
fx; y; zg ainda gera o mesmo subespaço que G:
Para veri…car a existência de uma dependência linear netre os vetores do conjunto G1 ; con-
struímos a combinação linear
ax + by + cz = 0
e veri…camos que valores de a; b e c satisfazem esta equação. Ora, não é preciso refazer todas
as contas para determinar a; b e c que satisfazem a esta equação vetorial. Observe que basta
tomar d = 0 na equação ax + by + cz + dw = 0 para chegar a esta. Fazendo d = 0 na
solução desta equação vetorial, obtemos a = 0; b = 0 e c = 0; mostrando que G1 é linearmente
independente.
Resposta: O conjunto G1 = fx; y; zg é linearmente independente e gera o mesmo espaço
vetorial que G: Logo, G1 é uma base para o espaço gerado por G:
4

3. Quais matrizes elementares E1 ; : : : ; Ek devemos multiplicar a matriz


2 3
1 0 2
A=4 1 1 2 5
2 3 5

para que Ek E1 A = I; onde I é a matriz identidade. Qual é a inversa de A?


Resolução: Para calcular a inversa de A; precisamos escalonar a matriz ampliada
2 3
1 0 2 1 0 0
C=[AjI ]=4 1 1 2 0 1 0 5
2 3 5 0 0 1

até reduzir a matriz do lado esquerdo à matriz identidade. A matriz resultante do lado direito
será a inversa de A: Realizamos sobre a matriz ampliada as operações elementares L2 L1 !
L2 e L3 2L1 ! L3 para obter
2 3
1 0 2 1 0 0
C1 = 4 0 1 0 1 1 0 5:
0 3 1 2 0 1

Realizando a operação elementar L3 3L2 ! L3 em C1 ; chegamos a


2 3
1 0 2 1 0 0
4
C2 = 0 1 0 1 1 0 5:
0 0 1 1 3 1

Finalmente a operação elementar L1 2L3 ! L1 nos leva a


2 3
1 0 0 1 6 2
C3 = 4 0 1 0 1 1 0 5:
0 0 1 1 3 1

A matriz da metade esquerda se reduziu à identidade e, portanto, a matriz do lado direito é a


inversa de A: Assim, 2 3
1 6 2
A =1 4 1 1 0 5:
1 3 1
Para obtê-la, realizamos as operações elementares

(1) L2 L1 ! L2 ; (2) L3 2L1 ! L3 ;


(3) L3 3L2 ! L3 ; (4) L1 2L3 ! L1 :

Realizar estas operações em A corresponde a multiplicá-la por E4 ; E3 ; E2 ; E1 ; onde


2 3 2 3 2 3 2 3
1 0 0 1 0 0 1 0 0 1 0 2
E1 = 4 5
1 1 0 ; E2 = 4 5
0 1 0 ; E3 = 0 4 5
1 0 ; E4 = 0 1 4 0 5:
0 0 1 2 0 1 0 3 1 0 0 1

Tais matrizes E1 ; E2 ; E3 ; E4 foram obtidas realizando na matriz identidade 3 3 as operações


elementares 1; 2; 3 e 4 destacadas acima.
5

Resposta: A matriz inversa de A é


2 3
1 6 2
A 1
=4 1 1 0 5:
1 3 1
e as matrizes elementares E1 ; E2 ; E3 e E4 que devemos multiplicar A para que E4 E3 E2 E1 A =
I são
2 3 2 3 2 3 2 3
1 0 0 1 0 0 1 0 0 1 0 2
E1 = 4 1 1 0 5; E2 = 4 0 1 0 5; 4
E3 = 0 1 0 5; 4
E4 = 0 1 0 5:
0 0 1 2 0 1 0 3 1 0 0 1

4. Seja S um subconjunto não vazio de um espaço vetorial V não nulo.


(a) Sob que condições S é um subespaço vetorial de V:
(b) Veri…que se o conjunto
a b
S= 2 M2 2 (R) : 2a c=0
d c
é um subespaço vetorial de M2 2 (R):
Resolução: (a) O subconjunto S é um subespaço vetorial de V quando for fechado na multi-
plicação e na adição. O que isto signi…ca? Signi…ca que, dados dois vetores v e w quaisquer
de S e qualquer escalar x; então v + w e xv pertencem a S:
(b) Vamos veri…car que, dados
a b e f
e
d c g h
em S e o número real r; então
a b e f a+e b+f
+ =
d c g h d+g c+h
e
a b ra rb
r =
d c rd rc
pertencem a S: De fato, estando
a b e f
e
d c g h
em S; então
2a c=0 e 2e h = 0:
Assim,
2(a + e) (c + h) = (2a c) + (2e h) = 0 + 0 = 0
e
2(ra) (rc) = r(2a c) = r0 = 0;
mostrando que a adição de matrizes de S e a multiplicação de um número real por uma matriz
de S ainda pertencem a S:
Resposta: O conjunto S é fechado na adição de matrizes e na multiplicação de um número
real por uma matriz. Conclui-se que S é um subespaço vetorial do R4 :

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