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ESTRATÉGIAS DE ENSINO E MÉTODOS NA APRENDIZAGEM

Ludmylla Larissa Carris Montini 1

A utilização das estratégias de ensino-aprendizagem por parte dos docentes


está vinculada a gestão acadêmica e esta, por sua vez, atrelada a gestão da
instituição de Ensino Superior. Desse modo, a ação docente ocorre no âmago da
instituição de ensino que é regida por objetivos e regras institucionais definidas em
instrumentos de gestão como o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) e o
Projeto Pedagógico Institucional (PPI). No caso das instituições integrantes da Rede
Federal de Educação Profissional e Tecnológica, estes documentos devem ser
embasados numa perspectiva em que o processo educativo torna-se mais
significativo, envolvente e prazeroso, alcançando a proposta da EPT (Educação
Profissional e Tecnológica) de ser uma educação integral e emancipadora e romper
com a dualidade e fragmentação do ser humano (PLÁCIDO, SCHONS & SOUZA,
2017).
Abordar as estratégias de ensino-aprendizagem utilizadas por docentes é ir
além dos métodos e técnicas utilizados, mas sem desconsiderá-los, pois fazem
parte do planejamento, execução e avaliação do processo. Analisar a gestão das
estratégias de ensino-aprendizagem é ampliar a análise da atividade docente, é
desbravar o objetivo principal da docência que é a aprendizagem dos alunos
(MASETTO, 2003).
Luckesi (1994) considera que os procedimentos de ensino geram
consequências para a prática docente: para se definir procedimentos de ensino com
certa precisão, é necessário ter clara uma proposta pedagógica; é preciso
compreender que os procedimentos de ensino selecionados ou construídos são
mediações da proposta pedagógica e metodológica, devendo estar estreitamente
articulados; se a intenção é que efetivamente a proposta pedagógica se traduza em
resultados concretos, tem-se que selecionar ou construir procedimentos que
conduzam a resultados, ainda que parciais, porém complexos com a dinâmica do
tempo e da história; ao lado da proposta pedagógica, o educador deve lançar mão
dos conhecimentos científicos disponíveis; estar permanentemente alerta para o que
se está fazendo, avaliando a atividade e tomando novas e subsequentes decisões.

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Pós-Graduanda em Docência Universitária, pelas faculdades Integradas de Diamantino - FID.
Diamantino - MT.
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As estratégias de ensino necessitam estimular diversas capacidades do


sujeito. O aluno precisa liderar atividades grupais distribuindo responsabilidades.
Expor trabalhos e executar tarefas com roteiro podem ser algumas alternativas
importantes desenvolvidas pelo docente para que o aluno aprenda com significado.
Observar, teorizar e sintetizar as informações relevantes deve fazer parte constante
das atividades de ensino. Para desenvolver a capacidade de observação deve-se
usar diversos recursos tecnológicos, experimentais e informacionais (MOREIRA,
2009).
Uma metodologia nada mais é que o direcionamento para a realização de
algum objetivo, alcançando a “linha de chegada”. A origem do termo vem do latim
“methodus” e se difundiu no meio da educação como o campo que estuda a forma
com que o conhecimento é produzido (ELEVA PLATAFORMA, 2020).
Em outras palavras, a metodologia de ensino compreende todas as
ferramentas que os educadores utilizam para transmitir os seus conhecimentos aos
alunos. Cada professor utiliza um método para tal, em busca da melhor forma de
motivar crianças e jovens, direcionando-os ao aprendizado. Logo, é possível
perceber que é a soma de atitudes que molda a forma como os professores
ministram as suas aulas e lidam com o conhecimento transmitido aos seus alunos
(ELEVA PLATAFORMA, 2020).
Ao escolher a metodologia de ensino ideal para a escola, é possível colocar
em prática sua missão, visão e valores implementados na aprendizagem dos alunos.
Desse modo, eles são educados seguindo esses princípios, motivados pelo que a
gestão acredita ser o melhor para o desenvolvimento pessoal e profissional dos seus
estudantes. A metodologia escolhida guiará os professores nesse processo,
indicando novas formas de ensino e, às vezes, até mesmo novos recursos de
aprendizagem (ELEVA PLATAFORMA, 2020).
A metodologia tradicional de ensino parte do princípio em que o professor é o
narrador dos fatos e os alunos, os ouvintes. Dentro do espaço da sala de aula, o
educador prepara o conteúdo previamente e o transmite aos estudantes, que têm a
função de assimilar e memorizar o que foi ensinado (ELEVA PLATAFORMA, 2020).
Uma vertente da metodologia de ensino tradicional é a sociointeracionista.
Nesse modelo, os alunos são motivados por meio de atividades em equipe, recursos
importantes para aproximá-los de seus colegas e, logo, desenvolvendo habilidades
socioemocionais (ELEVA PLATAFORMA, 2020).
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Os alunos são incentivados a inovar, liderar projetos, criar soluções e lidar


com outras pessoas. Eles são reconhecidos tanto por seus resultados conquistados
quanto pelo esforço que empregaram nesse percurso. Ao contrário da metodologia
tradicional de ensino, na escola construtivista, o aluno se torna o protagonista de seu
aprendizado. O educador, nesse cenário, é o responsável apenas por facilitar esse
processo, oferecendo o necessário para que o discente aprenda (ELEVA
PLATAFORMA, 2020).
Diferentemente das metodologias em que o professor é um condutor do
ensino ou mesmo o próprio protagonista do processo, nas escolas montessorianas
há o profissional observador. Esse educador, no caso, tem o objetivo de monitorar
bem de perto o aprendizado de crianças e jovens, verificando a evolução e
descobrindo as razões que bloqueiam o seu aprendizado, de fato. A avaliação é
feita, então, por meio dessa observação (ELEVA PLATAFORMA, 2020).
Cabe ao docente o desafio de fazer da sala de aula um espaço que valoriza
os saberes e identidade sócio-cultural dos educandos, possibilitando o confronto de
significados, desejos, experiências. O professor deve garantir a liberdade e a
diversidade das opiniões dos alunos. Nesse sentido ele é obrigado a abandonar
crenças e comportamentos que negam ao aluno a possibilidade de aprender a partir
do que sabe e chegar até onde é capaz de progredir (MOREIRA, 2009).
É preciso interrelacionar os conteúdos com a vida dos alunos, ressaltando a
utilidade do conhecimento para a vida do sujeito. Assim necessita estabelecer uma
relação professor-aluno dialógica discutindo e analisando diferentes opiniões
(FREIRE, 1996).
Ao respeitar e discutir a curiosidade do grupo frente à vida atua com “olhos
analíticos” para seu trabalho em sala de aula. Organiza suas aulas (planejamentos,
estratégias de ação, objetivos específicos) e apresenta estratégias diversificadas
para atender as especificidades dos alunos. Neste contexto o professor precisa
mostrar-se disposto a aperfeiçoar sua formação, deve realizar leituras diversas e
aprofundadas sobre concepções de ensino-aprendizagem, interação professor-
aluno, motivação para aprender, estratégias de ensino. É fundamental interagir e
participar de grupos de estudos onde possam ser transmitidos e analisados os
resultados dessa pesquisa. Opinar, trocar informações, buscar alternativas
consistentes para resolver os desafios profissionais nas experiências diversificadas
as quais poderão suscitar em estratégias de ensino (MOREIRA, 2009).
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REFERÊNCIAS

ELEVA PLATAFORMA. METODOLOGIA DE ENSINO: TUDO O QUE VOCÊ


PRECISA SABER SOBRE O TEMA. 2020. Disponível em
<https://blog.elevaplataforma.com.br/metodologia-de-ensino/> Acesso em
22/07/2020

FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São


Paulo: Paz e Terra, 1996.

LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo: Cortez. LUNT, I.


1994.

MASETTO, M. T. Competência pedagógica do professor universitário. São Paulo:


Summus, 2003

MOREIRA, A. E. da C. A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DAS ESTRATÉGIAS DE


APRENDIZAGEM AOS ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL. 2009. Disponível
em <https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2015/16254_9274.pdf> Acesso em
22/07/2020.

PLÁCIDO, R. L. SCHONS, M. SOUZA, M. J. C. UTILIZAÇÃO DAS ESTRATÉGIAS


DE ENSINO-APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E
TECNOLÓGICA. Revista Dynamis. FURB, Blumenau, v. 23, n. 1, p. 40-57, 2017.

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