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COMPETÊNCIA EM INSTALAÇÕES E ACIONAMENTO DE MÁQUINAS ELÉTRICAS

O aluno deverá saber dimensionar componentes de instalações elétricas e de


máquinas elétricas: disjuntores, contactoras, DPS, DR, disjuntor motor, relé de sobrecarga,
fusíveis, temporizadores, eletrocalhas, canaletas, borners, lâmpadas, reatores, cabos,
motores, bancos de capacitores para correção do fator de potencia e além do
dimensionamento destes componentes o aluno deverá instalar e montar quadros de
comando para partida de motores.

Conhecimentos Habilidades Valores Bases Tecnológicas

Conhecer a Desenvolvimento de Capacidade de Simbologia e


nomenclatura e esquemas e diagramas elaborar e representação de
simbologia de elétricos desenhar componentes de
instalações esquemas circuitos elétricos.
elétricas elétricos AutoCAD em
esquemas elétricos.

Conhecer Medir tensões e corrente Aquisição de Sistemas de


instalações de em redes elétricas de experiência em potência, geração e
baixa tensão potência. instalações transformação de
Conhecimento de elétricas energia.
instalações elétricas Normas de
residenciais, comerciais e instalações elétricas
industriais de baixa tensão

Saber Dimensionar cabos, Atenção e Normas técnicas


dimensionar e eletrocalhas, eletrodutos, concentração para
corrigir disjuntores, fusíveis, relés na elaboração dimensionamento de
instalações de de cálculos componentes
contendo sobrecarga,contactoras elétricos. Curvas de
máquinas e capacitores para capacidade de
elétricas. correção fator de corrente e
potência interrupção de curto-
circuito. Correção
de fator de potência.

Conhecer o Identificar os vários tipos Conhecimento Motores C.C, Motores


funcionamento de motores, montar teórico sobre o síncronos e
de motores e os sistemas de partida direta funcionamento assíncronos, motores
métodos de e indireta para motores de motores, de indução,
acionamento e trifásicos e monofásicos cuidados na sistemas de partidas
comando de Elaborar diagramas de manipulação de de motores.
motores elétricos comando. circuitos Diagramas de
energizados com comando e circuitos
380/220V. auxiliares.
UNIDADE AVALIATIVA – MÓDULO 4

COMPETÊNCIA EM INSTALAÇÕES E ACIONAMENTO DE MÁQUINAS ELÉTRICAS

NOME DO ALUNO:_____________________________________________________________

O aluno deverá saber dimensionar componentes de instalações elétricas e de


máquinas elétricas: disjuntores, contactoras, DPS, DR, disjuntor motor, relé de sobrecarga,
fusíveis, temporizadores, eletrocalhas, canaletas, borners, lâmpadas, reatores, cabos,
motores, bancos de capacitores para correção do fator de potencia e além do
dimensionamento destes componentes o aluno deverá instalar e montar quadros de
comando para partida de motores.

Unidade Avaliativa Técnicas Recursos Instrumentos Norma


de Avaliação Reguladora:
Está apto o
aluno que:

Desenvolvimento de Interpretação e Projetos elétricos Trabalho Desenvolver e


esquemas e desenho de em papel de teórico interpretar
diagramas elétricos simbolos elétricos tamanho A0. esquemas e
em projetos Computadores diagrams
elétricos para desenho de elétricos
diagramas
S I
elétricos

Medir tensões e Laboratório Multiteste, Rede Relatório Conhecer as


correntes em redes prático, elétrica trifásica e teórico da instalações
elétricas de Visita técnica e monofásica aula prática elétricas
potência. teoria disponível em
Conhecimento de relacionada a bancadas S I
instalações elétricas funcionamento e didáticas e
residenciais, dimensionamento componentes
comerciais e de componentes elétricos.
industriais elétricos Transporte para
uma visita técnica.

Dimensionar cabos, Aplicação de Apostilas, Normas Prova teórica Dimensionar e


eletrocalhas, tabelas, gráficos e catalogos aplicar
eletrodutos, e normas (NBR e técnicos componentes
disjuntores, fusíveis, RIC BT) para elétricos
relés de dimensionamento
sobrecarga,contact S I
oras e capacitores
para correção fator
de potência

Identificar os vários Teoria sobre Motores elétricos Montar Compreender e


tipos de motores. motores, monofásicos e sistemas de montar partidas
Montar sistemas de montagem de trifásicos, partida direta com motores
partida direta e partidas direta e componentes e indireta para
indireta para indireta elétricos para motores S I
motores trifásicos e montagem de trifásicos e
monofásicos comandos monofásicos
Elaborar diagramas
de comando.
As unidades avaliativas descrevem a forma como o aluno deverá
demonstrar as competências desenvolvidas. Os resultados das avaliações serão:

APTO quando o aluno demonstrar desempenho satisfatório S nas


competências.
NÃO APTO quando o aluno demonstrar desempenho insatisfatório I nas
competências.
ÍNDICE

1 COMPONENTES ELÉTRICOS.......................................................................................1
1.1 CONTACTORAS........................................................................................................2
1.1.1 Nomenclatura de contatos ..................................................................................2
1.1.2 Categorias de corrente alternada: ........................................................................4
1.1.3 Categorias de corrente contínua: .........................................................................4
1.2 RELÉ TÉRMICO DE SOBRECARGA .........................................................................5
1.3 INTERRUPTOR DIFERENCIAL RESIDUAL - DR.......................................................7
1.3.1 Dados Gerais ....................................................................................................7
1.3.2 Sensibilidade (I n)............................................................................................7
1.3.3 Princípio de Funcionamento...............................................................................7
1.3.4 Tabela de Escolha .............................................................................................9
1.3.5 Características Técnicas.....................................................................................9
1.3.6 Aplicação.......................................................................................................10
1.3.7 Instalação.......................................................................................................10
1.3.8 Recomendações ..............................................................................................10
1.4 DISJUNTORES ........................................................................................................11
1.4.1 Principais características de um disjuntor ..........................................................11
1.5 FUSÍVEIS ................................................................................................................14
1.5.1 Princípio de Funcionamento.............................................................................14
1.5.2 Norma dos fusíveis .........................................................................................14
1.5.3 Ação de um fusível limitador ...........................................................................15
1.5.4 Curva característica de um fusível de ação rápida e retardada ..............................15
1.5.5 Principais tipos de fusíveis existentes em uma instalação industrial ......................15
1.5.6 Base de fixação...............................................................................................16
1.5.7 Vantagens dos fusíveis ....................................................................................17
1.5.8 Desvantagens dos fusíveis................................................................................17
1.6 FIOS E CABOS ........................................................................................................18
1.6.1 A diferença entre um Fio e um Cabo. ................................................................18
1.6.2 Como é a divisão de classes de condutor?..........................................................18
1.6.3 Tipos de cabos elétricos...................................................................................18
1.6.4 Cores utilizadas em circuitos de Baixa - Tensão? ...............................................18
1.6.5 O que é temperatura de trabalho?......................................................................19
1.6.6 O que é temperatura de sobrecarga? ..................................................................19
1.6.7 O que é a capacidade de corrente de um cabo? ...................................................19
1.6.8 Temperaturas máximas de operação dos condutores ...........................................19
1.6.9 Temperatura de curto-circuito ..........................................................................19
1.6.10 Seção mínima dos condutores de neutro e de proteção ........................................19
1.7 TERMINAIS ELÉTRICOS ........................................................................................21
1.7.1 Terminais pré-isolados ....................................................................................21
1.8 CONECTORES E BORNERS ....................................................................................24
1.8.1 Tipo de conexão .............................................................................................24
1.9 CANALETAS...........................................................................................................26
1.9.1 Características gerais:......................................................................................26
1.9.2 Especificações: ...............................................................................................26
1.9.3 Tabela técnica: ...............................................................................................26
1.10 ELETROCALHAS ....................................................................................................27
2 - ATERRAMENTO ELÉTRICO ....................................................................................41
2.1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................42
2.2 PARA QUE SERVE O ATERRAMENO ELÉTRICO...................................................42
2.3 DEFINIÇÕES: TERRA, NEUTRO, MASSA ...............................................................42
2.4 TIPOS DE ATERRAMENTO ....................................................................................43
2.5 PROCEDIMENTOS PARA DIMENSIONAR UM ATERRAMENTO ...........................46
2.6 MEDINDO O TERRA ...............................................................................................46
2.7 IMPLICAÇÕES DE UM MAU ATERRAMENTO.......................................................48
2.8 TIPOS DE ELEMENTOS PARA ATERRAMENTOS ..................................................48
2.9 TRATAMENTO QUÍMICO DO SOLO ......................................................................49
2.10 BITOLA E CONEXÃO DO FIO TERRRA..................................................................50

3 - SÍMBOLOS GRÁFICOS UTILIZADOS EM PROJETOS ELÉTRICOS ......................52


3.1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................53
3.2 TABELA DE SÍMBOLOS GRÁFICOS.......................................................................54

4 - PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS..............................................................60


4.1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................61
4.2 TENSÃO E CORRENTE ELÉTRICA .........................................................................63
4.3 POTENCIA ELÉTRICA ............................................................................................63
4.4 FATOR DE POTENCIA ............................................................................................65
4.5 RECOMENDAÇÕES PARA LEVANTAMENTO DAS CARGAS DE ILUMINAÇÃO ..66
4.6 RECOMENDAÇÕES PARA LEVANTAMENTO DAS CARGAS DE TOMADAS........66
4.7 PLANTA BAIXA SITUAÇÃO/LOCALIZAÇÃO ........................................................70
4.8 PLANTA BAIXA DA RESIDENCIA .........................................................................71
4.9 PREVISÃO DAS CARGAS DE ILUMINÇÃO ............................................................72
4.10 PREVISÃO TUG E TUE ...........................................................................................73
4.11 QUADRO GERAL....................................................................................................74
4.12 TIPO DE FORNECIMENTO .....................................................................................75
4.13 PADRÃO DE ENTRADA..........................................................................................78
4.14 QUADRO DE DISTRIBUIÇÃO .................................................................................81
4.15 DISJUNTOR TERMOMAGNÉTICO..........................................................................83
4.16 DISJUNTOR DIFERENCIAL RESIDUAL..................................................................84
4.17 INTERRUPTOR DIFERENCIAL RESIDUAL ............................................................85
4.18 CIRCUITOS ELÉTRICOS .........................................................................................86
4.18.1 Circuitos de distribuição ..................................................................................87
4.18.2 Circuitos terminais ..........................................................................................87
4.18.3 Circuito de iluminação (F N)............................................................................88
4.18.4 Circuito de iluminação externa (F N) ................................................................89
4.18.5 Circuito de tomadas de uso geral (FN) ..............................................................89
4.18.6 Circuito de tomadas de uso específico (FN) .......................................................89
4.18.7 Distribuição dos circuitos ................................................................................90
4.18.8 Critérios para distribuição de circuitos ..............................................................91
4.19 CONDUTORES ELÉTRICOS....................................................................................96
4.19.1 Condutor de proteção PE .................................................................................97
4.19.2 Como instalar o fio terra?.................................................................................97
4.20 USO DO DISPOSITIVO DR ......................................................................................98
4.20.1 Recomendações e exigências da NBR 5410 .......................................................98
4.20.2 Desenho esquemático do quadro de distribuição com IDR.................................100
4.20.3 Uso de Interruptor DR na proteção Geral.........................................................100
4.21 ELÉTRODUTOS ....................................................................................................101
4.22 FIAÇÃO.................................................................................................................103
4.22.1 Ligação de uma lâmpada comandada por interruptor simples.............................103
4.22.2 Ligação de lâmpada comandada de dois pontos (interruptores paralelos) ............104
4.22.3 Ligação de lâmpada comandada de três pontos (paralelos + intermediários) ........104
4.22.4 Ligação de tomadas de uso geral (monofásicas). ..............................................104
4.22.5 Ligação de tomadas de uso específico. ............................................................105
4.23 CALCULO DA CORRENTE DOS CIRCUITOS .......................................................107
4.24 CÁLCULO DA DEMANDA DO CIRCUITO DE DISTRIBUIÇÃO ............................108
4.25 DIMENSIONAMENTO DA FIAÇÃO ......................................................................110
4.25.1 Critério da bitola mínima ...............................................................................110
4.25.2 Critério da capacidade de corrente ..................................................................111
4.25.3 Critério da queda de tensão pelo método W/m .................................................116
4.25.4 Dimensionamento da Fiação para o exemplo utilizado ......................................117
4.26 DIMENSIONAMENTO DO DISJUNTOR ................................................................119
4.27 DIMENSIONAMENTO DO DISPOSITIVO DR........................................................121
4.28 DIMENSIONAMENTO DA TUBULAÇÃO..............................................................123
4.29 LISTA DE MATERIAL...........................................................................................126
4.30 EXERCÍCIOS .........................................................................................................127

5 - DICAS PARA INSTALAÇÕES ELÉTRICAS RESIDENCIAIS..................................130


5.1 DICAS ...................................................................................................................131
5.2 COMO CALCULAR O CONSUMO EM R$ DE UM CHUVEIRO ..............................131
5.3 VANTAGENS NA INSTALAÇÃO DE CABOS FLEXÍVEIS .....................................132
5.4 TABELA DE CONVERSÃO DE AWG PARA MM2 .................................................132

6 - CAPACITORES PARA CORREÇÃO DO FATOR DE POTENCIA...........................134


6.1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................135
6.2 FATOR DE POTENCIA ..........................................................................................136
6.2.1 Conceitos Básicos .........................................................................................136
6.2.2 Conseqüências e Causas de um Baixo Fator de Potência ...................................137
6.2.3 Onde Corrigir o Baixo Fator de Potência?........................................................139
6.2.4 Vantagens da Correção do Fator de Potência....................................................139
6.3 CORREÇÃO DO FATOR DE POTENCIA EM BAIXA TENSÃO ..............................142
6.3.1 Tipos de Correção do Fator de Potência ..........................................................142
6.3.2 Projeto da Correção do Fator de Potência ........................................................143
6.3.3 Determinação da Potência Reativa ..................................................................144
6.3.4 Proteção contra curto-circuito.........................................................................145
6.3.5 Condutores...................................................................................................145
6.3.6 Dimensionamento da Potência Reativa para a Correção Localizada de Motores...145
6.3.7 Dimensionamento da Potência Reativa para Bancos Automáticos. .....................146
6.3.8 Capacitores em instalações elétricas com (grupo gerador) .................................146
6.3.9 Aplicação de contactoras para manobra de capacitores......................................147
6.4 MANUTENÇÃO PREVENTIVA .............................................................................148
6.5 CONSEQÜÊNCIAS DA INSTALAÇÃO INCORRETA DE CAPACITORES ..............149
6.6 MANUAL DE SEGURANÇA E APLICAÇÃO DE CAPACITORES...........................150
6.6.1 Segurança na aplicação de capacitores ............................................................150
6.6.2 Classes de Proteção de Segurança...................................................................151
6.6.3 Dispositivos de Proteção Interna de Capacitores...............................................152
6.6.4 Distorção Harmônica.....................................................................................154
6.6.5 Posições de montagem ..................................................................................154
6.6.6 Fixação ........................................................................................................155
6.6.7 Conexão de capacitores .................................................................................156
6.6.8 Descarga de Capacitores ................................................................................157
6.6.9 Componentes de Proteção e Chaveamento .......................................................158
6.7 ANEXO A: Tabela do fator multiplicador (F).............................................................159
6.8 ANEXO D: Contactoras para manobra de capacitores (AC-6b) ...................................160
6.9 ANEXO E: Tabela de condução de corrente de fios e cabos .........................................161
6.10 ANEXO F: Correção para chave de partida direta sem contactor ..................................162
6.11 ANEXO G: Correção para chave de partida direta com contactor .................................163
6.12 ANEXO H: Correção para chave de partida Estrela – Triangulo ...................................164
6.13 ANEXO M: Contactoras convencionais para regime AC – 6b ......................................165

7 - MOTORES MONOFÁSICOS ....................................................................................166


7.1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................167
7.2 PARTIDA DE MOTORES MONOFÁSICOS. ...........................................................170
7.3 TIPOS DE MOTORES DE INDUÇÃO MONOFÁSICOS ...........................................172
7.3.1 Motor de Fase Dividida .................................................................................172
7.3.2 Motor com Capacitor de Partida .....................................................................172
7.3.3 Motor com dois Capacitores ou Capacitor Permanente......................................173
7.3.4 Motor de Campo Distorcido ou Pólos Sombreados ...........................................174
7.4 PLACA DE IDENTIFICAÇÃO DOS MOTORES ......................................................175
7.4.1 MOD: Modelo..............................................................................................175
7.4.2 In: Corrente Nominal ....................................................................................175
7.4.3 Ip Corrente de Partida....................................................................................175
7.4.4 Ip/In Corrente de rotor bloqueado. ..................................................................176
7.4.5 RPM: Rotação ..............................................................................................176
7.4.6 Ns: Velocidade Síncrona ...............................................................................176
7.4.7 N: Velocidade Assíncrona..............................................................................176
7.4.8 ES: Escorregamento ......................................................................................176
7.4.9 T: Torque.....................................................................................................176
7.4.10 Potencia Mecânica ........................................................................................177
7.4.11 Potencia Elétrica (W) ....................................................................................177
7.4.12 η: Rendimento ..............................................................................................178
7.4.13 FS: Fator de Serviço......................................................................................178
7.4.14 REG.S: Regime de Serviço ............................................................................179
7.4.15 ISOL: Classe de Isolamento ...........................................................................180
7.4.16 IP: Grau de Proteção .....................................................................................180
7.4.17 CAT: Categoria ............................................................................................181
7.5 TOLERÂNCIAS A VARIAÇÕES DE TENSÃO EM MOTORES MONOFÁSICOS .....182
7.6 LIGAÇÃO DE MOTORES MONOFÁSICOS À REDE DE ALIMENTAÇÃO .............183
7.7 PRINCIPAIS PARTES CONSTITUINTES DE UM MOTOR......................................185
1 COMPONENTES
ELÉTRICOS
Instalações Acionamento de Máquinas Elétricas Prof. Cassiano Groth

1.1 CONTACTORAS

Para fins didáticos pode-se considerar os contatores como relés expandidos, pois o
principio de funcionamento é similar, pode ser encarada também como uma chave liga e
desliga, sendo que seu acionamento é eletromagnético ao invés de manual, ou seja,
ocorre através de um eletroímã.
Conceituando de forma mais técnica, o contactora é um elemento eletro-mecânico
de comando a distância, com uma única posição de repouso e sem travamento.
O contator consiste basicamente de um núcleo magnético excitado por uma
bobina.
Uma parte do núcleo magnético é móvel, e é atraído por forças de ação magnética
quando a bobina é percorrida por corrente e cria um fluxo magnético.
Quando não circula corrente pela bobina de excitação essa parte do núcleo é
repelida por ação de molas, contatos elétricos são distribuídos a esta parte móvel do
núcleo, constituindo um conjunto de contatos móveis.
Junto à carcaça do contator existe um conjunto de contatos fixos. Cada jogo de
contatos fixos e móveis podem ser do tipo Normalmente aberto (NA), ou normalmente
fechados (NF).

1.1.1 Nomenclatura de contatos

A identificação de terminais de contatores e relés associados têm por finalidade


fornecer informações a respeito da função de cada terminal ou sua localização com
respeito a outros terminais ou para outras aplicações:

• Bobinas: São identificadas de forma alfanumérica com A1 e A2.

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• Terminais do circuito principal (força): São identificados por números unitários e


por um sistema alfanumérico.

Os terminais 1L1, 3L2 e 5L3 voltam-se para a rede (fonte) e os terminais 2T1, 4T2
e 6T3 para a carga.

• Terminais de contatos auxiliares: Os terminais dos circuitos auxiliares devem ser


marcados ou identificados nos diagramas, através de figura com dois números.

A unidade representa a função do contato;


A dezena representa a seqüência de numeração;

O exemplo abaixo ilustra este sistema de marcação:

• Número de função: Os números de função 1,2 são próprios de contatos


normalmente fechados e 3,4 próprios de contatos normalmente abertos.

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• Número de seqüência: Os terminais pertencentes a um mesmo elemento de
contato devem ser marcados com o mesmo número de seqüência. Logo, todos os
contatos de mesma função devem ter número de seqüência diferente.

Para especificação do contator deve-se levar em conta alguns pontos:


Número de contatos, tensão nominal da bobina, corrente máxima nos contatos e
condições de operação definindo as categorias de emprego.
Os contatores podem ser classificados como principais (CW, CWM) ou auxiliares
(CAW).
De forma simples pode-se afirmar que os contatores auxiliares têm corrente
máxima de 10A e possuem de 4 a 8 contatos, podendo chegar a 12 contatos. Os
contatores principais têm corrente máxima de até 600A. E de uma maneira geral possuem
3 contatos principais do tipo NA, para manobra de cargas trifásicas a 3 fios.
Um fator importante a ser observando no uso dos contatores são as faíscas
produzidas pelo impacto, durante a comutação dos contatos. Isso promove o desgaste
natural dos mesmos, além de consistir em riscos a saúde humana.
Estes contatos podem ser substituídos quando danificados não sendo necessária a
troca de toda a contatora.

1.1.2 Categorias de corrente alternada:

AC1 = cargas resistivas (coscp ~ 0,95); AC2 = motores de anel (Ip/ln == 2,5);
AC3 = motores com rotor em curto (Ip/ln == 7,0);
AC4 = motores com acionamento intermitente (liga, desliga e freia constantemente); AC14
= circuitos de comando até 72 VA;
AC15 = circuitos de comando superiores a 72 VA;

1.1.3 Categorias de corrente contínua:

DC1 = cargas resistivas;


DC2 = motores CC, de excitação paralela, funcionamento normal;
DC3 = motores CC, de excitação paralela, com frenagem;
DC4 = motores CC, de excitação série, funcionamento normal;
DCS = motores CC, de excitação série, com frenagem;
DC13 = circuitos de comando DC.

Além da categoria de emprego, da tensão da bobina e do número de contatos,


existem outras características a serem observadas na escolha de um contator tais como
corrente de emprego (Ie), tensão de emprego (Ue), tensão nominal de isolação (Ui),
potência nominal de emprego (KW ou CV ou Hp), corrente térmica máxima (Ith), entre
outros.

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1.2 RELÉ TÉRMICO DE SOBRECARGA

Existem basicamente dois tipos: Bimetálico e Eletrônico.


São dispositivos baseados no princípio da dilatação de partes termoelétricas
(bimetálicos). A operação de um relé está baseada nas diferentes dilatações que os
metais apresentam, quando submetidos a uma variação de temperatura, provocando um
aquecimento maior e, consequentemente, um acréscimo na dilatação do bimetal. Essa
deformação aciona a abertura do contato auxiliar que interrompe a passagem da corrente
para a bobina, desacionando a carga. Para ligar novamente a carga devemos acionar
manualmente o botão de rearme do relé térmico, motivo pelo quais os relés térmicos
devem ser usados com contatores ou componentes de acionamento semelhante.
Os relés térmicos eletrônicos são instalados da mesma maneira que os
bimetálicos, porém através de TCs que fazem a leitura da corrente, tendo estes valores
monitorados por um circuito eletrônico. Se os limites forem ultrapassados o circuito
comuta o contato auxiliar.
Cada relé térmico de sobrecarga é fabricado para uma faixa de corrente, sendo
necessária sua regulagem conforme a carga acionada. Os relés térmicos têm
características de ação retardada, suportando sem problemas os picos de corrente da
partida dos motores elétricos.

O relé térmico possui as seguintes partes principais:

• Contato auxiliar (NA + NF) de comando da bobina do contator;


• Botão de regulagem da corrente de desarme;
• Botão de rearme de ação manual;
• Três bimetais.

Relés de sobrecarga são usados para proteger INDIRETAMENTE equipamentos


elétricos, como motores e transformadores, de um possível superaquecimento.
O superaquecimento de um motor pode, por exemplo, ser causado por:

• Sobrecarga mecânica na ponta do eixo;


• Tempo de partida muito alto;
• Rotor bloqueado;
• Falta de uma fase;
• Desvios excessivos de tensão e freqüência da rede.

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Os terminais do circuito principal dos relés de sobrecarga são marcados da mesma
forma que os terminais de potência dos contatores assim como os terminais dos circuitos
auxiliares.
Atualmente os disjuntores englobam a função que o relé de sobrecarga exerce e
pode ser usado em seu lugar em alguns casos.

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1.3 INTERRUPTOR DIFERENCIAL RESIDUAL - DR

1.3.1 Dados Gerais


O Interruptor Diferencial tem como função principal proteger as pessoas ou o
patrimônio contra faltas à terra:

• Evitando choques elétricos (proteção às pessoas)


• Evitando Incêndios (proteção ao patrimônio)

O DR não substitui um disjuntor, pois ele não protege contra sobrecargas e curtos-
circuitos. Para estas proteções, devem-se utilizar os disjuntores em associação.

1.3.2 Sensibilidade (I n)
A sensibilidade do interruptor varia de 30 a 500mA e deve ser dimensionada com
cuidado, pois existem perdas para terra inerentes à própria qualidade da instalação.

Proteção contra contato direto: 30mA


Contato direto com partes energizadas pode ocasionar fuga de corrente elétrica, através
do corpo humano, para terra.

Proteção contra contato indireto: 100mA a 300mA


No caso de uma falta interna em algum equipamento ou falha na isolação, peças de metal
podem tornar-se "vivas" (energizadas).

Proteção contra incêndio: 500mA


Correntes para terra com este valor podem gerar arcos / faíscas e provocar incêndios.

1.3.3 Princípio de Funcionamento


O DR funciona com um sensor que mede as correntes que entram e saem no
circuito (fig. 1). As duas são de mesmo valor, porém de direções contrárias em relação à
carga.

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Se chamarmos a corrente que entra na carga de +I e a que sai de -I, logo a soma
das correntes é igual a zero (fig. 2).
A soma só não será igual a zero se houver corrente fluindo para a terra (fig. 3),
como no caso de um choque elétrico.

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1.3.4 Tabela de Escolha

I n (sensibilidade) In (A) 2 módulos 4 módulos


25 BDC225/030 BPC425/030
40 BDC240/030 BPC440/030
30 mA 63 BPC263/030 BPC463/030
80 BPC280/030 BPC480/030
100 BPC2100/030 BPC4100/030
25 BPC225/100 BPC425/100
40 BPC240/100 BPC440/100
100 mA 63 BPC263/100 BPC463/100
80 BPC280/100 BPC480/100
100 BPC2100/100 BPC4100/100
25 BDC225/300 BPC425/300
40 BDC240/300 BPC440/300
300mA 63 BPC263/300 BPC463/300
80 BPC280/300 BPC480/300
100 BPC2100/300 BPC4100/300
25 BPC225/500 BPC425/500
40 BPC240/500 BPC440/500
500 mA 63 BPC263/500 BPC463/500
80 BPC280/500 BPC480/500
100 BPC2100/500 BPC4100/500

1.3.5 Características Técnicas

Normas IEC 1008 e BS EN 61008


Números de módulos 2e4
Corrente Nominal (In) 25, 40, 63, 80 e 100A
Sensibilidade 30, 100, 300 e 500mA
Tensão Máxima 240 Vca -Bipolar / 415Vca-Tetrapolar
Frequência 50/60Hz
Fixação Trilho Din 35mm
Terminais 25mm_ até 40A, 50mm_ até 100A
Tipo AC
Temperatura Ambiente -25oC a +55oC
Montagem qualquer posição
Peso - 2 pólos 250g
Peso - 4 pólos 368g
o
N de manobras - 2 pólos - Elétricas/Mecânicas 10.000 / 20.000
o
N de manobras - 4 pólos - Elétricas/Mecânicas 10.000 / 20.000
Torque de Aperto dos Terminais 5,0 Nm

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1.3.6 Aplicação

2 módulos 4 módulos
fase-neutro
fase-fase
fase-neutro
Aplicação 2 fases e neutro
fase-fase
3 fases
3 fases 3 fases e neutro

1.3.7 Instalação
O DR deve estar instalado em série com os disjuntores de um quadro de
distribuição. Em geral, ele é colocado depois do disjuntor principal e antes dos disjuntores
de distribuição.
Para facilitar a detecção do defeito, aconselha-se proteger cada aparelho com
dispositivo diferencial. Caso isto não seja viável, deve-se separar por grupos que
possuam características semelhantes.
Exemplo : circuito de tomadas, circuito de iluminação, etc.

1.3.8 Recomendações
Todos os fios do circuito têm que obrigatoriamente passar pelo DR
O fio terra (proteção) nunca poderá passar pelo interruptor diferencial
O neutro não poderá ser aterrado após ter passado pelo interruptor
O botão de teste para o DR de 4 pólos está entre os pólos centrais F/F (220V), mas
o DR funciona normalmente se conectado F/N (127V) nestes pólos.

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1.4 DISJUNTORES

São dispositivos de proteção capazes de proteger circuitos elétricos, tendo como


função básica o desligamento do circuito e como função secundária permitir a operação
manual, através de alavanca liga/desliga.

1.4.1 Principais características de um disjuntor

(a) Estabelecer, conduzir e interromper correntes em condições normais de um circuito;

(b) Conduzir por tempo especificado e interromper em condições anormais as correntes


de curto-circuito;

(c) Sua operação é repetitiva, ou seja, podem ser religados após ter atuado, sem
necessidade de troca;

(D) Corrente nominal: 6, 10, 16, 20, 32, 40, 50, 63, 70, 80, 100, 125, 150, 200 etc...

(e) Capacidade de interrupção de curto-circuito: 3KA, 4,5KA, 6KA, 10KA, 15KA, 18KA
etc... Dependendo da tensão aplicada.

(f) Disparador termomagnético ou magnético

(f) A característica tempo x corrente na maioria das vezes podem ser ajustadas.

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1.5 FUSÍVEIS

São dispositivos usados com o objetivo de limitar o efeito de uma perturbação,


proporcionando a sua interrupção.
Os fusíveis são os elementos mais frágeis que são propositadamente intercalados
num determinado ponto do circuito elétrico para interromper corrente de sobrecargas
violentas. Após a interrupção temos que assegurar que a d.d.p que poderão aparecer na
extremidade do elo fundido não venha estabelecer condições de circulação de correntes
através do invólucro ou pela interrupção do elo.
Apresentaremos os dois tipos de normalmente encontrados de sobrecarga:

i) Tipo 1: Sobrecarga moderada ---------- IR = 5.IN


ii) Tipo 2: Sobrecarga violenta ------------- IR = 100IN

1.5.1 Princípio de Funcionamento

Apresentaremos agora o funcionamento do fusível de alta capacidade de


interrupção:

O condutor e o elemento fusível são percorridos por uma corrente admissível que
os aquece. A temperatura do condutor deverá assumir um valor constante em toda a sua
extensão. Devido a resistência do elo fusível este sofre um aquecimento maior, atingindo
na parte central uma temperatura TB, o qual a partir deste valor é transferida par ao meio
ambiente.
A temperatura TA não deve ultrapassar a um determinado valor para não prejudicar
a vida útil do isolamento do elemento condutor.

1.5.2 Norma dos fusíveis

As normas de fusíveis definem para diversos tipos, diversas faixas de corrente


nominais, os seguintes parâmetros:

(a) Tempo convencional: tc:

(b) Corrente convencional de não fusão (Inf): é o maior valor de corrente, para o qual o
dispositivo não atua em menos de 2 horas

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(c) Corrente convencional de fusão (If): é o menor valor de corrente para o qual o
dispositivo atua em 1 hora.

(d) Corrente nominal (IN): corrente elétrica que poderá percorrer permanentemente no
elemento sem provocar sua fusão.

1.5.3 Ação de um fusível limitador

Alguns fusíveis tais como o NH, HH, Diazed de elevada capacidade de interrupção,
apresentam características de limitação de corrente para determinados níveis de corrente
de curto-circuito, que é uma característica importante na proteção de condutores e
equipamentos, pois a limitação da intensidade da corrente de curto-circuito implica em
valores mais reduzidos das solicitações térmicas e dinâmicas.
Estas limitações são conseguidas com a utilização de elos especialmente
projetados.

1.5.4 Curva característica de um fusível de ação rápida e retardada

Devido às características próprias dos diversos tipos de carga (resistiva, capacitiva


e indutiva), os fusíveis são fabricados em conformidade com estas peculiaridades, para
poder desempenhar com mais eficiência possível nas suas funções de proteção.
Para atender a estas condições de carga, os fusíveis são fabricados com duas
características distintas de ação: RÁPIDA e RETARDADA.
Os fusíveis de característica rápida são utilizados nos circuitos que operam em
condições de corrente nominal, como é o caso de circuitos que suprem cargas resistivas.
Os fusíveis de efeito retardado é o mais adequado aos circuitos sujeitos a
sobrecarga periódica, tais como motores e capacitores.

1.5.5 Principais tipos de fusíveis existentes em uma instalação industrial

Os principais tipos de fusíveis utilizados são:

a) Tipo Cartucho - São limitadores de corrente usados especialmente para proteger


circuitos elétricos em geral, tais como: os condutores, os aparelhos elétricos, os
consumidores/instalações residenciais, etc. Exemplos: Diazed, Silized e Neozed.
Os tipos Diazed e Neozed têm ação retardada, sendo que esse é utilizado em
painéis e aquele é utilizado na proteção dos circuitos de comando. O Silized é ultra-rápido
esse é ideal para a proteção de aparelhos equipados com semicondutores (tiristore e
diodos).

b) Tipo Faca - São dispositivos limitadores de corrente, utilizados preferencialmente em


instalações industriais, protegendo circuitos elétricos em geral, tais como: os condutores,
os aparelhos, os consumidores/prediais, os motores, etc. Exemplo são os fusíveis NH.
Esses fusíveis possuem características retardadas em função das partidas de
motores trifásicos com rotor em curto-circuito que estão sujeitos a sobrecarga de curta
duração. Exemplo: motores trifásicos
Estes são os principais tipos de fusíveis existentes, onde os mais utilizados quase
que na sua maioria são os de elevada capacidade de interrupção (Tipo Faca), devido

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principalmente as suas principais características: elevada capacidade de interrupção,
limitadores de corrente, curvas típicas de atuação (fusão ).
Através de estudos realizados, foi verificado que a maioria dos motores existentes
num sistema industrial, são motores de pequenas potências (P<20 cv). Desse modo, os
fusíveis de encaixe calibrado, são os mais utilizados, devido basicamente a quatro
fatores:

(i) Atender eletricamente qualquer tipo de instalação existente (curto-circuito, tensão


nominal, etc.);
(ii) Custo relativamente baixo;
(iii) Ocupar pouco espaço nos quadros de força;
(iv) Corrente nominais comercialmente encontrados: 2 – 4 – 6 – 10 – 16 – 20 – 25 - 35 –
50 – 63 – 80 – 100 A).

1.5.6 Base de fixação

• Tipos Diazed, Silized e Neozed: sua fixação compõe-se dos seguintes


elementosbase, parafuso de ajuste, anel de proteção e tampa. Podem ser fixados
diretamente no trilho ou no espelho do painel, sempre com o auxílio de dois
parafusos.

• Tipo NH - é utilizado com uma base de fixação, sendo individuais ou em conjunto


com chaves seccionadoras, sendo essas, para abertura em sobre carga ou
simples. Após retirado o fusível, a base constitui uma separação visível das fases,
tornando dispensável, em alguns casos, a utilização de um seccionador adicional.

OBS.:
1) Para as bases com fusíveis tipo NH é recomendável a utilização de um punho
apropriado para instalar ou sacar o fusível. Observamos que o equipamento deve ser
desligado antes de instalar e/ou retirar o fusível;

2) Os tipos de fusíveis Diazed, Silized e Neozed são utilizados para correntes menores e
os tipo NH são para correntes maiores;

3) Material de enchimento - os corpos dos fusíveis de alta capacidade de interrupção são

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sempre cheios com quartzo granulado de alta pureza química.

1.5.7 Vantagens dos fusíveis


a) Elevada capacidade de interrupção;
b) Para altas correntes funcionam como fusíveis limitadores;
c) Custo inicial da instalação relativamente baixo.

1.5.8 Desvantagens dos fusíveis


a) Intervalo de fabricação
b) O fusível não pode ser testado e nem calibrado;
c) Favorece funcionamento bifásico em sistema trifásico;
d) Perigo ao recolocar o fusível;
e) Reserva;
f) Custo alto de manutenção.

Os fusíveis são utilizados principalmente quando:


a) A ocorrência de curto-circuito é remota;
b) As correntes de curto circuito são tão elevadas que o uso de disjuntores
torna-se quase impossível devido ao elevadíssimo custo;
c) É desejado a a limitação da corrente com pouco investimento;
d) Existir pouco espaço.

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1.6 FIOS E CABOS

Os materiais condutores mais utilizados são; alumínio e cobre. O primeiro tem seu
uso em aplicações mais especificas. O mais utilizado é o cobre por ter a melhor relação
custo benefício.
Cada fio ou cabo deve conter as seguintes informações gravadas de forma
contínua: Bitola - isolação - temperatura - nome do fabricante

1.6.1 A diferença entre um Fio e um Cabo.

Os fios são feitos de um único e espesso filamento, e por isso são rígidos.
Os cabos são feitos por diversos filamentos finos, o que lhes dá maleabilidade e
facilita sua colocação dentro dos eletrodutos.
As características elétricas (capacidade de condução de corrente, resistência da
isolação, etc.) dos cabos flexíveis são as mesmas dos fios rígidos.
A grande diferença é que os cabos flexíveis são melhores para a instalação devido
ao fácil manuseio.

1.6.2 Como é a divisão de classes de condutor?


A classe define se o condutor é um fio, cabo (rígido) ou cabo flexível. A Classe 1
destina-se somente a condutores sólidos (fios) e a Classe 2, a condutores encordoados
(cabos rígidos).
Para condutores flexíveis existem as Classes 4, 5 e 6, sendo a Classe 6 mais
flexível que a 5, e a Classe 5 mais flexível que a 4.

1.6.3 Tipos de cabos elétricos

Condutor Isolado: Condutor dotado apenas de isolação


Cabo unipolar: Cabo constituído por um único condutor isolado e provido de cobertura
sobre a isolação
Cabo multipolar: cabo constituído por vários condutores isolados e provido de cobertura
sobre o conjunto dos condutores isolados.

1.6.4 Cores utilizadas em circuitos de Baixa - Tensão?

NEUTRO / TERRA / FASE


Instalações elétricas de baixa tensão, conforme norma NBR 5410 - as cores azul-
claro e verde-amarelo ou simplesmente verde, são exclusivas para certas funções.
O condutor com isolação na cor azul-claro deve ser utilizado como condutor neutro.
O condutor com isolação verde-amarelo ou simplesmente verde deve ser utilizado
como condutor de proteção, também conhecido como terra.
O condutor utilizado como fase poderá ser de qualquer cor, exceto as cores citadas
acima. Para os outros cabos/fios (fases) não é prevista a utilização obrigatória de uma cor
específica.

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1.6.5 O que é temperatura de trabalho?


É a temperatura máxima que um condutor pode atingir em regime permanente.
Para um cabo isolado em PVC a temperatura de trabalho é de 70°C e para cabos
isolados em EPR 90°C.

1.6.6 O que é temperatura de sobrecarga?


É a temperatura máxima que um condutor pode atingir em regime de sobrecarga.
A duração desse regime não pode ser superior a 100h durante 12 meses
consecutivos, nem 500h durante toda a vida do cabo.
Para um cabo isolado em PVC a temperatura de sobrecarga é de 100oC e para
cabos isolados em EPR 130C.

1.6.7 O que é a capacidade de corrente de um cabo?


É a maior corrente, em regime permanente, que um condutor suporta sem que a
temperatura do mesmo ultrapasse a temperatura máxima suportada pela isolação
(temperatura de trabalho).
Depende do material do condutor, do material da isolação, da construção do cabo,
da temperatura ambiente e da forma como está instalado.

1.6.8 Temperaturas máximas de operação dos condutores


Regime permanente: 70 °C
Regime de sobrecarga: 100 °C
Regime de curto-circuito: 160 °C

1.6.9 Temperatura de curto-circuito

É a temperatura máxima que um condutor pode atingir em regime de curto-circuito.


A duração desse regime não pode ser superior a 5 s. Para um cabo isolado em
PVC a temperatura de curto-circuito é de 160C e para cabos isolados em EPR 250C.

1.6.10 Seção mínima dos condutores de neutro e de proteção

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1.7 TERMINAIS ELÉTRICOS

1.7.1 Terminais pré-isolados

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1.8 CONECTORES E BORNERS

Bornes de ligação para quadros elétricos tratam-se de componentes passivos num


circuito elétrico que podem também desempenhar funções secundárias, não menos
importantes, constituindo ponto de derivação para tensão corrente, de prova de
comutação e inversão de circuitos, de secciona mento, de proteção, de sinalização, de
filtragem, de regulação ou de ligação à terra.

Ele pode ser utilizado em diversos setores distintos, como:


• construtores do setor elétrico e eletrônico
• para instalações industriais
• carga e transporte
• aquecimento e refrigeração
• construção e indústria de máquinas em geral

Existem disponíveis, bornes de passagem para condutor de 0,5mm2 a 240mm2 e


entre outros: bornes seccionáveis, de fusível, com diodo, com led, com resistência, com
invólucro isolante em Poliamida UL 94V-0, em melamina ou porcelana.
O corpo condutor é inteiramente realizado em liga de cobre/zinco, com alta
porcentagem de cobre, com proteção galvânica de niquilagem, para assegurar a máxima
CONFIABILIDADE de UTILIZAÇÃO em qualquer condição ambiental de trabalho, mesmo
em instalações de “alto risco”.

1.8.1 Tipo de conexão


A PARAFUSO; os parafusos são acessíveis com trava em particular oferece
capacidade mecânica e eficaz passagem da corrente, adaptado para ligação, com uma
preparação especial para todos condutores e seções.
A operação de aperto é extremamente simples, é efetuado com chave de fenda de
uso comum de acordo com as dimensões da parte isolante. CORPO CONDUTOR: tipo
TUBO, inteiramente de Liga de Cobre, com tratamento de Níquel.
A característica do material usado impossibilita a ruptura e garante a mínima
resistência a corrente, a utilização de matérias de alumínio, por exemplo, pode ter sua
compra efetuada mais barata, mas sua durabilidade cai em comparação a outros
materiais.

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1.9 CANALETAS

Produzidas em PVC principalmente nas cores cinza e creme, as cor podem variar
ser combinada com o fornecedor, as barras têm medidas que variam de 2 ou 4 metros,
ele pode ser utilizado, por exemplo, em painéis de controle e comando, automação
industrial, tratamento de água, painéis telefônicos, e máquinas para sinalizações e
comando, em equipamentos para intercomunicações, em instalações elétricas industriais,
informática, instalações elétricas comerciais, residenciais e em geral.
Os dutos são utilizados principalmente para proteger os cabos contra influências
mecânicas externas, danos de isolação, etc.

1.9.1 Características gerais:


Comprimento: Barras de 2 ou 4 metros
Cor: cinza ou creme.
Tipos: liso, recorte-aberto, recorte fechado e semi-recortado.

1.9.2 Especificações:
Dutos de PVC (Cloreto de Polininil) rígido.
Resistência à tração: 3,6 - 6,3 (kg/mm).
Resistência a impacto: 2,1 – 100 (Kg-cm-cm).
Resistência Térmica: 50 a 70 ºC.
Absorção de água: 0,07 – 0,4 (24h 3,2mm%).
Não é inflamável (Norma DIN)

A sua furação lateral, em alguns modelos, permite a saída de fios para qualquer lugar.

1.9.3 Tabela técnica:


Base (mm) Altura (mm) Base (mm) Altura (mm)
15 15 30 80
15 22 50 80
22 22 50 35
30 30 80 35
30 50 110 80
50 50 22 30
80 50 30 38,5
80 80 60 50
110 50 80 126
140 50 110 126

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1.10 ELETROCALHAS

As eletrocalhas são bandejas metálicas fabricadas em chapas de aço dobradas em


forma de “U”, podendo ser com ou sem virola (abas voltadas para parte interna),
proporcionando maior resistência a flexo-torção.
Elas podem ser totalmente perfuradas, oferecendo ventilação nos cabos, com furos
oblongos de 7x25 mm, espaçados entre si em 25 mm no sentido transversal e 38 mm no
sentido longitudinal, ou lisa para instalações hermeticamente fechadas, com furos
oblongos de 7x25 mm apenas nas extremidades, para união das peças.
Por serem aparentes, proporcionam rápida instalação e ampliação, além de
oferecerem fácil manutenção e inspeções periódicas, permitindo a visualização de toda
linha de distribuição elétrica.
Utilizadas para passagem de fios e cabos, distribuição de energia elétrica, telefonia
e dados, em qualquer tipo de instalação elétrica, tais como galpões industriais,
comerciais, prédios, shopping centers, etc.

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2 - ATERRAMENTO
ELÉTRICO

GARANTA UMA
INSTALAÇÃO ELÉTRICA
SEGURA

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2.1 INTRODUÇÃO
O aterramento elétrico, com certeza, é um assunto que gera um número enorme de
dúvidas quanto às normas e procedimentos no que se refere ao ambiente elétrico
industrial. Muitas vezes, o desconhecimento das técnicas para realizar um aterramento
eficiente, ocasiona a queima de equipamentos, ou pior, o choque elétrico nos operadores
desses equipamentos. Mas o que é o “terra”? Qual a diferença entre terra, neutro, e
massa? Quais são as normas que devo seguir para garantir um bom aterramento?
Bem, esses são os tópicos que este capitulo tentará esclarecer. É fato que o assunto
"aterramento" é bastante vasto e complexo, porém, demonstraremos algumas regras
básicas.

2.2 PARA QUE SERVE O ATERRAMENO ELÉTRICO

O aterramento elétrico tem três funções principais:

a – Proteger o usuário do equipamento das descargas atmosféricas, através da


viabilização de um caminho alternativo para a terra, de descargas atmosféricas.

b – “Descarregar” cargas estáticas acumuladas nas carcaças das máquinas ou


equipamentos para a terra.

c – Facilitar o funcionamento dos dispositivos de proteção ( fusíveis, disjuntores, etc. ),


através da corrente desviada para a terra.

Veremos, mais adiante, que existem várias outras funções para o aterramento
elétrico, até mesmo para eliminação de EMI, porém essas três acima são as mais
fundamentais.

2.3 DEFINIÇÕES: TERRA, NEUTRO, MASSA

Antes de falarmos sobre os tipos de aterramento, devemos esclarecer (de uma vez
por todas !) o que é terra, neutro, e massa.
Na figura abaixo temos um exemplo da ligação de um PC à rede elétrica, que possui
duas fases (+110 VCA, - 110 VCA), e um neutro.
Essa alimentação é fornecida pela concessionária de energia elétrica, que somente
liga a caixa de entrada ao poste externo se houver uma haste de aterramento padrão
dentro do ambiente do usuário. Além disso, a concessionária também exige dois
disjuntores de proteção.
Teoricamente, o terminal neutro da concessionária deve ter potencial igual a zero
volt. Porém, devido ao desbalanceamento nas fases do transformador de distribuição, é
comum esse terminal tender a assumir potenciais diferentes de zero.
O desbalanceamento de fases ocorre quando temos consumidores com necessidades
de potências muito distintas, ligadas em um mesmo link.
Por exemplo, um transformador alimenta, em um setor seu, uma residência comum, e
no outro setor, um pequeno supermercado. Essa diferença de demanda, em um mesmo
link, pode fazer com que o neutro varie seu potencial (flutue) .

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Para evitar que esse potencial “flutue”, ligamos (logo na entrada) o fio neutro a uma
haste de terra. Sendo assim, qualquer potencial que tender a aparecer será escoado para
a terra.
Ainda analisando a figura abaixo, vemos que o PC está ligado em 110 VCA, pois
utiliza uma fase e o neutro.

Mas, ao mesmo tempo, ligamos sua carcaça através de outro condutor na mesma haste,
e damos o nome desse condutor de “terra”.
Pergunta “fatídica”: Se o neutro e o terra estão conectados ao mesmo ponto
(haste de aterramento), porque um é chamado de terra e o outro de neutro?
Aqui vai a primeira definição:
O neutro é um “condutor” fornecido pela concessionária de energia elétrica, pelo
qual há o “retorno” da corrente elétrica.
O terra é um condutor construído através de uma haste metálica e que, em
situações normais, não deve possuir corrente elétrica circulante.
Resumindo: A grande diferença entre terra e neutro é que, pelo neutro há corrente
circulando, e pelo terra, não. Quando houver alguma corrente circulando pelo terra,
normalmente ela deverá ser transitória, isto é, desviar uma descarga atmosférica para a
terra,
por exemplo. O fio terra, por norma, vem identificado pelas letras PE, e deve ser de
cor verde e amarela. Notem ainda que ele está ligado à carcaça do PC. A carcaça do PC,
ou de qualquer outro equipamento é o que chamamos de “massa”.

2.4 TIPOS DE ATERRAMENTO

A ABNT ( Associação Brasileira de Normas Técnicas ) possui uma norma que rege o
campo de instalações elétricas em baixa tensão. Essa norma é a NBR 54.10, a qual,
como todas as demais normas da ABNT, possui subseções que referem-se aos possíveis
sistemas de aterramento que podem ser feitos na indústria.
Os três sistemas da NBR 5410 mais utilizados na indústria são: TN-S, TN-C e TT.

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Sua classificação é feita da seguinte maneira:

A primeira letra indica a situação da alimentação em relação à terra:

T = um ponto diretamente aterrado;


I = todos os pontos de fase e neutro são isolados em relação à terra ou um dos
pontos é isolado através de uma carga.

A segunda letra indica a situação das massas da instalação elétrica em relação à


terra:

T = massas diretamente aterradas, independentemente do aterramento da


alimentação;
N = massas ligadas no ponto de alimentação aterrado (normalmente o ponto neutro).

Outras letras (eventuais) indicam a disposição do condutor neutro e do condutor de


proteção:

S = funções de neutro e de proteção asseguradas por condutores distintos;


C = funções de neutro e de proteção combinadas em um único condutor (condutor
PEN).

Nos itens abaixo iremos abordar os 3 sistemas mais usados:

a – Sistema TN-S :
Notem pela figura 2 que temos o secundário de um transformador ( cabine
primária trifásica ) ligado em Y. O neutro é aterrado logo na entrada, e levado até a carga.
Paralelamente , outro condutor identificado como PE é utilizado como fio terra , e é
conectado à carcaça (massa) do equipamento.

b – Sistema TN-C:

Esse sistema, embora normalizado, não é aconselhável, pois o fio terra e o neutro são
constituídos pelo mesmo condutor. Dessa vez, sua identificação é PEN ( e não PE, como
o anterior ). Podemos notar pela figura 3 que, após o neutro ser aterrado na entrada, ele
próprio é ligado ao neutro e à massa do equipamento.

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c – Sistema TT :

Esse sistema é o mais eficiente de todos. Na figura 4 vemos que o neutro é


aterrado logo na entrada e segue (como neutro) até a carga ( equipamento). A massa do
equipamento é aterrada com uma haste própria, independente da haste de aterramento
do neutro.
O leitor pode estar pensando:
Mas qual desses sistemas devo utilizar na prática?”
Geralmente, o próprio fabricante do equipamento especifica qual sistema é melhor
para sua máquina, porém, como regra geral, temos:

a ) Sempre que possível, optar pelo sistema TT em 1º lugar.


b) Caso, por razões operacionais e estruturais do local, não seja possível o sistema
TT, optar pelo sistema TN-S.
c ) Somente optar pelo sistema TNC em último caso, isto é, quando realmente for
impossível estabelecer qualquer um dos dois sistemas anteriores.

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2.5 PROCEDIMENTOS PARA DIMENSIONAR UM ATERRAMENTO

Os cálculos e variáveis para dimensionar um aterramento podem ser considerados


assuntos para “pós – graduação em Engenharia Elétrica”. A resistividade e tipo do solo,
geometria e constituição da haste de aterramento, formato em que as hastes são
distribuídas, são alguns dos fatores que influenciam o valor da resistência do aterramento.
Como não podemos abordar tudo isso em um único artigo, daremos algumas
“dicas” que, com certeza, irão ajudar:

a ) Haste de aterramento:
A haste de aterramento normalmente, é feita de uma alma de aço revestida de cobre.
Seu comprimento pode variar de 1,5 a 4,0m. As de 2,5m são as mais utilizadas, pois
diminuem o risco de atingirem dutos subterrâneos em sua instalação.

b ) O valor ideal para um bom aterramento deve ser menor ou igual a 5W. Dependendo
da química do solo (quantidade de água, salinidade, alcalinidade, etc.), mais de uma
haste pode se fazer necessária para nos aproximarmos desse valor. Caso isso ocorra,
existem duas possibilidades: tratamento químico do solo (que será analisado mais
adiante), e o agrupamento de barras em paralelo.
Uma boa regra para agruparem-se barras é a da formação de polígonos.
A figura 5 mostra alguns passos.

Notem que, quanto maior o número de barras, mais próximo a um círculo ficamos.
Outra regra no agrupamento de barras é manter sempre a distância entre elas, o
mais próximo possível do comprimento de uma barra.
É bom lembrar ao leitor que essas são regras práticas. Como dissemos
anteriormente, o dimensionamento do aterramento é complexo, e repleto de cálculos.
Para um trabalho mais preciso e científico, o leitor deve consultar uma literatura própria.

2.6 MEDINDO O TERRA

O instrumento clássico para medir se a resistência do terra é o terrômetro. Esse


instrumento possui 2 hastes de referência, que servem como divisores resistivos
conforme a figura 6 .
Na verdade, o terrômetro “injeta” uma corrente pela terra que é transformada em
“quedas” de tensão pelos resistores formados pelas hastes de referência, e pela própria
haste de
terra.

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Através do valor dessa queda de tensão, o mostrador é calibrado para indicar o
valor ôhmico da resistência do terra.
Uma grande dificuldade na utilização desse instrumento é achar um local
apropriado para instalar as hastes de referência. Normalmente, o chão das fábricas são
concretados, e, com certeza, fazer dois “ buracos” no chão ( muitas vezes até já pintado )
não é algo agradável .
Infelizmente, caso haja a necessidade de medir – se o terra , não temos outra
opção a não ser essa. Mas, podemos ter uma idéia sobre o estado em que ele se
encontra , sem medi–lo propriamente. A figura 7 mostra esse “ truque”.
Em primeiro lugar escolhemos uma fase qualquer, e a conectamos a um pólo de
uma lâmpada elétrica comum.
Em segundo lugar, ligamos o outro pólo da lâmpada na haste de terra que estamos
analisando. Quanto mais próximo do normal for o brilho da lâmpada , mais baixa é a
resistência de terra .

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2.7 IMPLICAÇÕES DE UM MAU ATERRAMENTO

Ao contrário do que muitos pensam, os problemas que um aterramento deficiente


pode causar não se limitam apenas aos aspectos de segurança.
É bem verdade que os principais efeitos de uma máquina mal aterrada são choques
elétricos ao operador, e resposta lenta (ou ausente) dos sistemas de proteção (fusíveis,
disjuntores, etc...).
Mas outros problemas operacionais podem ter origem no aterramento deficiente.
Abaixo segue uma pequena lista do que já observamos em campo. Caso alguém se
identifique com algum desses problemas, e ainda não checou seu aterramento, está aí a
dica:
• Quebra de comunicação entre máquina e PC ( CPL, CNC, etc... ) em modo on-line.
Principalmente se o protocolo de comunicação for RS 232.
• Excesso de EMI gerado ( interferências eletromagnéticas ) .
• Aquecimento anormal das etapas de potência ( inversores, conversores, etc... ).
• Em caso de computadores pessoais, funcionamento irregular com constantes
“travamentos”.
• Falhas intermitentes, que não seguem um padrão.
• Queima de CI’s ou placas eletrônicas sem razão aparente , mesmo sendo elas
novas e confiáveis.
• Para equipamentos com monitores de vídeo, interferências na imagem e
ondulações podem ocorrer.

2.8 TIPOS DE ELEMENTOS PARA ATERRAMENTOS

As características químicas do solo (teor de água, quantidade de sais, etc...) influem


diretamente sobre o modo como escolhemos o eletrodo de aterramento. Os eletrodos
mais utilizados na prática são: hastes de aterramento, malhas de aterramento e estruturas
metálicas das fundações de concreto.

Haste de aterramento
A haste pode ser encontrada em vários tamanhos e diâmetros. O mais comum é a
haste de 2,5 m por 0,5 polegadas de diâmetro. Não é raro, porém, encontrarmos hastes
com 4,0 m de comprimento por 1 polegada de diâmetro. Cabe lembrar que, quanto maior
a haste, mais riscos corremos de atingir dutos subterrâneos (telefonia, gás, etc...) na hora
da sua instalação.
Normalmente , quando não conseguimos uma boa resistência de terra (menor que
10 OHMS) , agrupamos mais de uma barra em paralelo. Quanto à haste, podemos
encontrar no mercado dois tipos básicos:
Copperweld (haste com alma de aço revestida de cobre) e
Cantoneira (trata-se de uma cantoneira de ferro zincada, ou de alumínio).

Malhas de aterramento
A malha de aterramento é indicada para locais cujo solo seja extremamente seco.
Esse tipo de eletrodo de aterramento, normalmente, é instalado antes da montagem do
contra-piso do prédio, e se estende por quase toda a área da construção. A malha de
aterramento é feita de cobre, e sua “janela” interna pode variar de tamanho dependendo
da aplicação, porém a mais comum está mostrada na figura 1.

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Estruturas metálicas
Muitas instalações utilizam as ferragens da estrutura da construção como eletrodo
de aterramento elétrico.(figura 2).

Resumindo, qualquer que seja o eletrodo de aterramento (haste, malha, ou


ferragens da estrutura), ele deve ter as seguintes características gerais:

- Ser bom condutor de eletricidade.


- Ter resistência mecânica adequada ao esforço a que está submetido.
- Não reagir (oxidar) quimicamente com o solo.

2.9 TRATAMENTO QUÍMICO DO SOLO

Um aterramento elétrico é considerado satisfatório quando sua resistência encontra-


se abaixo dos 10 OHMS. Quando não conseguimos esse valor, podemos mudar o
número ou o tipo de eletrodo de aterramento. No caso de haste, podemos mudá-la para
canaleta (onde a área de contato com o solo é maior) , ou ainda agruparmos mais de uma
barra para o mesmo terra.
Caso isso não seja suficiente, podemos pensar em uma malha de aterramento. Mas
imaginem um solo tão seco que, mesmo com todas essas técnicas, ainda não seja
possível chegar-se aos 10 OHMS.
Nesse caso a única alternativa é o tratamento químico do solo. O tratamento do solo
tem como objetivo alterar sua constituição química, aumentando o teor de água e sal e,

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consequentemente, melhorando sua condutividade. O tratamento químico deve ser o
último recurso, visto que sua durabilidade não é indeterminada.
O produto mais utilizado para esse tratamento é o Erico – gel.
Podemos encontrar no mercado outros tipos de produtos para o tratamento químico
(Bentonita , Earthron , etc.), porém o Erico – gel é um dos mais modernos. Suas principais
características são: Ph alcalino (não corrosivo), baixa resistividade elétrica, não é tóxico,
não é solúvel em água (retém a água no local da haste).
Passos para realizar o tratamento químico do solo:

2.10 BITOLA E CONEXÃO DO FIO TERRRA

Ter uma boa haste ou um solo favorável não basta para termos um bom aterramento
elétrico. As conexões da haste com os cabos de terra , bem como a bitola do cabo terra
também contribuem muito para a resistência total de aterramento.
No que se refere à bitola do fio terra, ela deve ser a maior possível. Temos abaixo
uma regra prática que evita desperdícios, e garante um bom aterramento.

Para :
Sf < 35 mm² St = 16 mm²
Sf ³ 35 mm² St = 0,5 Sf

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Onde :

Sf = a seção transversal dos cabos (fios) de alimentação do equipamento (fases).


St = a seção transversal do fio terra.

Notem que para diâmetros inferiores a 35 mm² para as fases , temos o fio terra de
16 mm² . Já para diâmetros iguais ou acima de 35 mm², o fio terra deverá ter seção
transversal igual à metade da seção dos cabos de alimentação.
Quanto à conexões , devemos optar em 1º lugar pela fixação por solda do fio terra
à haste . Isso evita o aumento da resistência do terra por oxidação de contato .
Caso isso não seja possível, poderemos utilizar anéis de fixação com parafusos.
Nesse caso porém , é conveniente que a conexão fique sobre o solo , e dentro de uma
caixa de inspeção.

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3 - SÍMBOLOS GRÁFICOS
UTILIZADOS EM PROJETOS
ELÉTRICOS

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3.1 INTRODUÇÃO

Os símbolos gráficos usados nos diagramas unifilares e nos projetos de instalações


elétricas residenciais e prediais desenhados em planta baixa são definidos pela norma
NBR5444. Neste tipo de planta é indicada a localização exata dos circuitos de luz, de
força, de telefone e seus respectivos aparelhos.
Através destes símbolos também são desenhados diagramas elétricos de comando
e força para partida de motores.
Neste capítulo será apresentada a simbologia usualmente empregada pelos
projetistas. Como não existe ainda um acordo comum a respeito da simbologia adotada, o
projetista pode adotar uma simbologia própria, identificando-a no projeto através de uma
legenda.
As tabelas a seguir mostram a simbologia para instalações elétricas prediais e
diagramas unifilares.

Letra Utilização
B Botoeira, fim de curso, chave de comando em
geral.
C Capacitor
D Contato auxiliar e temporizador
F Dispositivo de proteção
H Sinalizador
K Contato principal
M Motor
N Retificador e baterias
R Resistência
S Sensor
T Transformador

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3.2 TABELA DE SÍMBOLOS GRÁFICOS


Dutos e Distribuição
Ite Simbologia Descrição
m
1 Eletroduto embutido no teto ou parede
2 Eletroduto embutido no piso
3 Telefone no teto
4 Telefone no piso
Tubulação para campainha, som , TV, anunciador ou outro
5
sistema
6 Condutor de fase no interior do eletroduto

7 Condutor de neutro no interior do eletroduto


8 Condutor de retorno no interior do eletroduto
9 Condutor de terra no interior do eletroduto

10 Caixa de passagem no piso

11 Caixa de passagem no teto

Quadros de Distribuição
Ite Simbologia Descrição
m
12 Caixa para o Medidor

13 Quadro geral de luz e força aparente

14 Quadro geral de luz e força embutido

15 Caixa de telefone
Tomadas e Interruptores
Ite Simbologia Descrição
m
16 Botão de minuteira

17 Botão de campainha na parede

18 Saída para telefone externo na parede

19 Saída para telefone interno na parede

20 Saída para telefone externo no piso

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21 Saída para telefone interno no piso

22 Ponto de telefone extensão

23 Ponto de telefone principal

24 Saída de som no teto

25 Saída de som na parede

26 Tomada 2P + T universal h=1.1m

27 Tomada 2P + T universal h=0.3m

28 Tomada 2P + T universal no teto

29 Tomada 2P + T universal no piso

30 Tomada 2P + T universal h=2.1m

31 Tomada 2P + T ar condicionado h=2.1m

32 Tomada 2P + T ar condicionado h=0.3m

33 Ponto de espera para o chuveiro h=2.1m

34 Dimmer h=1.1m

35 Interruptor paralelo h=1.1m

36 Interruptor 2 paralelo h=1.1m

37 Interruptor simples h=1.1m

38 Interruptor duplo h=1.1m

39 Interruptor triplo h=1.1m

40 Interruptor duplo e paralelo h=1.1m

41 Interruptor simples e 2 paralelo h=1.1m

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42 Interruptor simples e paralelo h=1.1m

43 Interruptor intermediário h=1.1m

44 Campainha h= 2.1m

45 Tomada 1 x RJ45 h=0.5m

46 Tomada 1 x RJ45 h=1.1m

47 Tomada 1 x RJ45 no teto

48 Tomada 1 x RJ45 no piso

49 Tomada 2 x RJ45 h=0.5m

50 Tomada 2 x RJ45 h=1.1m

51 Tomada 2 x RJ45 no piso

52 Tomada Trifásica

Luminárias
Ite Simbologia Descrição
m
53 Arandela

54 Luminária externa

55 Luz de vigília

56 Refletor externo

57 Iluminação de emergência

58 Lâmpada econômica 20W

59 Lâmpada incandescente 40W

60 Fluorescente compacta PL 2 x 26W

61 Luminária com lâmpada fluorescente tubular 4 x 16W

62 Luminária com lâmpada fluorescente 2 x 20W


63 Luminária com lâmpada fluorescente 2 x 32W

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64 Luminária com lâmpada fluorescente 2 x 36W

65 Luminária com lâmpada fluorescente 2 x 40W

66 Luminária com lâmpada fluorescente HO 2 x 110W


Simbologia utilizada em diagramas
Ite Simbologia Descrição
m

66 Disjuntor trifásico 10A

67 DR monofásico

68 Auto Transformador

69 Banco de capacitor

70 Transformador de força

71 Transformador de corrente

72 Transformador de potencia

73 Disjuntor a óleo

74 Contactor relé térmico de sobrecarga

75 Chave fusível 3F
76 Fusível 3F
77 Chave seccionadora abertura sem carga
78 Chave seccionadora abertura em carga

79 Chave reversora

80 Contactora contatos principais

81 Relé térmico de sobrecarga

82 Chave seccionadora tripolar

83 Disjuntor tripolar

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84 Botoeira sem retenção

85 Botoeira com retenção

86 Fim de curso

87 Contato auxiliar NA NF

88 Termostato

89 Pressostato

90 Temporizador com retardo na energização ( ON - Delay)

91 Temporizador com retardo na desenergização ( OFF - Delay)

92 Contator Bobina

93 Temporizador Y - ∆ Bobina

94 Temporizador com retardo na energização Bobina

95 Temporizador com retardo na desenergização Bobina

96 Cruzamento com ligação

97 Cruzamento sem ligação

98 Aterramento

99 Sinalização visual (lâmpada)

100 Sinalização sonora

101 Conector
102 Resistência elétrica
103 Bobina, indutor
104 Capacitor
105 Diodo retificador

106 Motor monofásico

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107 Motor trifásico

108 Motor trifásico de rotor bobinado

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4 - PROJETO DE INSTALAÇÕES
ELÉTRICAS

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4.1 INTRODUÇÃO

O projeto de instalações elétricas visa garantir a transferência de energia desde uma


fonte, que pode ser a rede de distribuição de energia elétrica da concessionária ou
geradores particulares, até os pontos de utilização (pontos de luz, tomadas, motores).
O projeto elétrico predial consiste basicamente de documentos e desenhos técnicos,
em que o nível de detalhamento deve ser suficientemente compreensível e esclarecedor
para a sua correta execução, observando o cumprimento das normas técnicas, das
normas específicas e da legislação local.
Os componentes de um projeto elétrico, de um modo geral, são:

1) ART, Anotação de Responsabilidade Técnica:


• Documento (formulário) de registro do contrato (verbal ou escrito) do projeto no
CREA;
• Define e delimita, para os efeitos legais, o responsável técnico pela obra/serviço;
• Envolve qualquer serviço profissional, desde uma simples consulta até uma grande
obra;
• Requer pagamento de uma taxa;
• Das ART, o profissional obtém o Acervo Técnico.

2) Formulário de Solicitação Ligação Nova à Concessionária:


• Classe (Residencial Comercial ou Industrial);
• Tipo de imóvel (casa, apartamento);
• Dados da Localização;
• Dados de ligação (número de fases, área construída, aparelhos elétricos, motores
elétricos, ar condicionado, carga total);
• Informações Adicionais (padrão de instalação, rede de energia elétrica disponível);

3) Memorial Descritivo:
• Identificação do projeto;
• Justificativa de procedimentos adotados;
• Informações qualitativas do projeto;
• Descrição geral e documentação do projeto.

4) Memória de Cálculo:
• Previsão de cargas;
• Cálculo da demanda;
• Dimensionamento dos condutores e eletrodutos;
• Dimensionamento das proteções;

5) Plantas
• Planta de situação;
• Planta dos pavimentos;

6) Esquemas Verticais – Prumadas


• Elétrica;
• Antena coletiva;
• Porteiro eletrônico
• Instalações complementares como, por exemplo, alarme, segurança, iluminação de
emergência;

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7) Quadros:
• Quadros de distribuição de cargas;
• Diagrama unifilar;

8) Detalhes (entrada de serviço, caixa seccionadora, centros de medição, pára-raios,


caixas de passagem, aterramentos e outros);

9) Convenções;

10) Especificações;

11) Lista de Materiais;

12) Orçamento.

Um projeto de instalações elétricas prediais de baixa tensão é regido


predominantemente pela norma brasileira de instalações elétricas de baixa tensão, NBR
5410.
A NBR 5410 (Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2004) estabelece as
condições, em instalações elétricas de baixa tensão, para garantir a segurança de
pessoas ou animais, o funcionamento adequado da instalação e a conservação dos bens.
O objetivo deste capitulo é o de fornecer, em linguagem simples e acessível, as
informações mais importantes relativas ao que é a eletricidade, ao que é uma instalação
elétrica, quais seus principais componentes, como dimensiona-los e escolhê-los.
Com isto, esperamos contribuir para que nossas instalações elétricas possam ter
melhor qualidade e se tornem mais seguras para todos nos.

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4.2 TENSÃO E CORRENTE ELÉTRICA

Nos fios, existem partículas invisíveis chamadas elétrons livres que estão em
constante movimento de forma desordenada.
Para que estes elétrons livres passem a se movimentar de forma ordenada, nos
fios, é necessário ter uma força que os empurre. A esta força é dado o nome de tensão
elétrica (U).
Esse movimento ordenado dos elétrons livres nos fios, provocado pela ação da
tensão, forma uma corrente de elétrons. Essa corrente de elétrons livres é chamada de
corrente elétrica (I).

Pode-se dizer que:

4.3 POTENCIA ELÉTRICA


Agora, para entender potência elétrica, observe novamente o desenho.

A tensão elétrica faz movimentar os elétrons de forma ordenada, dando origem à


corrente elétrica.

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E importante gravar, para haver potencia elétrica, é necessário haver:

A unidade de medida da potência elétrica será VA pois a potencia elétrica é


calculada da seguinte forma:

A essa potência dá-se o nome de potência aparente.


A potência aparente é composta por duas parcelas:

A potência ativa é a parcela efetivamente transformada em:

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A unidade de medida da potência ativa é o watt (W).


A potência reativa é a parcela transformada em campo magnético, necessário ao
funcionamento de:

A unidade de medida da potência reativa é o volt-ampère reativo (VAr).


Em projetos de instalação elétrica residencial os cálculos efetuados são baseados
na potência parente e potência ativa. Portanto, é importante conhecer a relação entre elas
para que se entenda o que é fator de potência.

4.4 FATOR DE POTENCIA

Sendo a potência ativa uma parcela da potência aparente, pode-se dizer que ela
representa uma porcentagem da potência aparente que é transformada em potência
mecânica, térmica ou luminosa.
A esta porcentagem dá-se o nome de fator de potência.

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Nos projetos elétricos


residenciais, desejando-se saber
o quanto da potência aparente foi
transformada em potência ativa,
aplica-se os seguintes valores de
fator de potência:

Quando o fator de potência é igual a 1, significa que toda potência aparente é


transformada em potência ativa. Isto acontece nos equipamentos que só possuem
resistência, tais como: chuveiro elétrico, torneira elétrica, lâmpadas incandescentes, fogão
elétrico, etc.

4.5 RECOMENDAÇÕES PARA LEVANTAMENTO DAS CARGAS DE ILUMINAÇÃO


A NBR 5410 estabelece algumas condições para o levantamento da potencias de
iluminação em residências conforme itens abaixo.

1) Quantidade mínima de ponto de luz

2) Potencia mínima de iluminação em função da área do cômodo.

NOTA: A NBR 5410 não estabelece critérios para iluminação de áreas externas em
residências, ficando a decisão por conta do projetista e do cliente.

4.6 RECOMENDAÇÕES PARA LEVANTAMENTO DAS CARGAS DE TOMADAS

1) Condições para se estabelecer a quantidade mínima de tomadas de uso geral (TUG’s).

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NOTA: em diversas aplicações, é recomendável prever uma quantidade de tomadas de


uso geral maior do que o mínimo calculado, evitando-se, assim, o emprego de extensões
e benjamins (tes) que, além de desperdiçarem energia, podem comprometer a segurança
da instalação.

O que são tomadas de uso geral:

São tomadas que não se destinam à ligação de equipamentos específicos e nelas


são sempre ligados aparelhos móveis ou aparelhos portáteis.

2) Condições para se estabelecer a potência mínima de tomadas de uso geral (TUG’s).

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3) Condições para se estabelecer a quantidade de tomadas de uso específico


(TUE’s).
A quantidade de TUE’s é estabelecida de acordo com o número de aparelhos de
utilização que sabidamente vão estar fixos em uma dada posição no ambiente.
Podem ser classificadas como tomadas de uso específico as tomadas destinadas a
alimentar os seguintes equipamentos:

NOTA: Quando usamos o termo “tomada de uso específico”, não necessariamente


queremos dizer que a ligação do equipamento à instalação elétrica irá utilizar uma
tomada. Em alguns casos, a ligação poderá ser feita, por exemplo, por ligação direta
(emenda) de fios ou por uso de conectores.

4) Condições para se estabelecer a potência de tomadas de uso específico (TUE’s).

Utilizaremos a planta baixa representada abaixo para fazer o levantamento das


potencias de iluminação e tomadas de uma residência.

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Potencia típica de alguns aparelhos e eletrodomésticos e eletroprofissionais

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4.7 PLANTA BAIXA SITUAÇÃO/LOCALIZAÇÃO

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4.8 PLANTA BAIXA DA RESIDENCIA

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4.9 PREVISÃO DAS CARGAS DE ILUMINÇÃO

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4.10 PREVISÃO TUG E TUE

Estabelecendo a quantidade mínima de tomadas de uso geral e específico:

Prevendo as cargas de tomadas de uso geral e específico.

Obs.: (*) nesses cômodos, optou-se por instalar uma quantidade deTUG’s maior do que a
quantidade mínima calculada anteriormente.

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4.11 QUADRO GERAL

Resumindo todos os dados obtidos anteriormente tem-se o seguinte quadro

Para obter a potência total da instalação, faz-se necessário:


a) calcular a potência ativa;
b) somar as potências ativas.

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Em função da potência ativa total prevista para a residência é que se determina o


tipo de fornecimento, a tensão de alimentação e o padrão de entrada.

4.12 TIPO DE FORNECIMENTO

Para determinar o tipo de fornecimento de cada residência devemos verificar as


normas da concessionária local.
A tabela abaixo é utilizada nas regiões alimentadas pela RGE. Esta tabela pode ser
encontrada no RIC BT (Regulamento de instalações consumidoras em baixa tensão).

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CONDUTOR ELETRODUTO LIMITE


PROTEÇÃO
FORNECIMENTO

(mm²) DN (mm) DE POTÊNCIA


CARGA INSTALADA

Aterramento

Aterramento
TIPO DE MEDIÇÃO
DEMANDA CALC.

/ Proteção
MAIOR MOTOR

Proteção
TERMOMAGNETICO
RAMAL RAMAL RAMAL
OU
DE DE DE

D (KVA)
SOLDA A MOTOR

DISJUNTOR
C (KW)

LIGAÇÃO ENTRADA ENTRADA


(CV)

(A)
TENSÃO

TIPO
(V)

COBRE ALUMÍNIO COBRE ISOLADO AÇO PVC FN FF FFF

A1 C ≤ 10  50 10 D-10 10 10 10 20 25 20 1  
B1 C ≤ 15  50 10 T-10 10 10 10 20 25 20 2 3 
DIRETA

C1 D ≤ 10 30 10 Q-10 6 6 6 20 25 20 1 2 3
C2 10<D≤15 40 10 Q-10 10 10 10 25 32 20 1 2 5
C3 15<D≤19 50 10 Q-10 10 10 10 25 32 20 2 3 15
C4 19<D≤27 70 10 Q-16 25 10 16 32 40 20 2 5 20
220/127

C5 27<D≤38 100 16 Q-25 35 10 16 32 40 20 3 7,5 25


C6 C ≤ 75 38<D≤47 125 25 Q-35 50 16 25 40 50 25 5 7,5 30
C7 47<D≤57 150 70 25 35 50 60 25 7,5 10 30
C8 57<D≤66 175 95 25 50 50 60 32 7,5 12 30
INDIRETA

C9 66<D≤76 200 120 35 70 65 75 40 7,5 15 30


ENTRADA
C10 76<D≤86 225 SUBTERRÂNEA 150 50 70 100 100 40   
C11 86<D≤95 250 185 50 95 100 100 40   
95<D≤11
C12 300 240 70 120 100 100 50   
5
A2 C ≤ 15  40 10 D-10 6 6 6 20 25 20 3  
B2 C ≤ 25  50 10 T-10 10 10 10 20 25 20 3 5 
DIRETA

C13 D ≤ 19 30 10 Q-10 6 6 6 20 25 20 2 3 15
C14 19<D≤26 40 10 Q-10 10 10 10 25 32 20 3 5 20
380/220

C15 26<D≤32 50 10 Q-10 10 10 10 25 32 20 3 5 25


C16 32<D≤46 70 10 Q-16 25 10 16 32 40 20 5 10 30
C17 C ≤ 75 46<D≤66 100 16 Q-25 35 10 16 32 40 20 7,5 12 40
C18 66<D≤82 125 25 Q-35 50 16 25 40 50 25 7,5 12 50
C19 82<D≤99 150 70 25 35 50 60 25   
IND.

ENTRADA
99<D≤11 SUBTERRÂNEA
C20 175 95 35 50 65 75 32   
5
D-
220

DIR

A3  D≤11 50 10 10 10 10 20 25 20 7,5  
10

No exemplo visto a potencia ativa total foi de:

15000W e
25000W 220V e 380V

NOTA: Não sendo área de concessão da RGE, o limite de fornecimento, o tipo de


fornecimento e os valores de tensão podem ser diferentes do exemplo. Estas informações
são obtidas na companhia de eletricidade de sua cidade.

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4.13 PADRÃO DE ENTRADA

O que vem a ser o padrão de entrada...

Padrão de entrada nada


mais é do que o poste
com isolador de roldana,
bengala, caixa de medição
e haste de terra, que
devem estar instalados,
atendendo
às especificações da
norma técnica da
concessionária para
o tipo de fornecimento.

Uma vez pronto o padrão de entrada, segundo as especificações da norma técnica,


compete à concessionária fazer a sua inspeção.

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Estando tudo certo, a


concessionária
instala e liga
o medidor e
o ramal de serviço,

A norma técnica referente à instalação do padrão de entrada, bem como outras


informações a esse respeito deverão ser obtidas junto à agência local da companhia de
eletricidade.
Uma vez pronto o padrão de entrada e estando ligados o medidor e o ramal de
serviço, a energia elétrica entregue pela concessionária estará disponível para ser
utilizada.

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AÉREA

ramal de ligação ponto de


entrega

condutor do
circuito alimentador
rede secundária
de distribuição condutor do
ramal de entrada

eletroduto do
ramal de entrada eletroduto
do circuito
alimentador
poste particular
medição

eletroduto de
aterramento

haste de
aterramento
AB - RAMAL DE LIGAÇÃO
AC - ENTRADA DE SERVIÇO
BC - RAMAL DE ENTRADA
BCD - ENTRADA DE ENERGIA
CDE - CIRCUITO ALIMENTADOR
SUBTERRÂNEA
ponto de
entrega

rede secundária
de distribuição

condutor do ramal
de entrada subterrâneo

eletroduto
medição
de proteção

eletroduto do
ramal de entrada

duto do ramal curva de raio longo


de entrada
caixa de passagem
do ramal de entrada

AB - RAMAL DE ENTRADA SUBTERRÂNEO

Através do circuito de distribuição, essa energia é levada do medidor até o quadro


de distribuição, também conhecido como quadro de luz.

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4.14 QUADRO DE DISTRIBUIÇÃO

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Dele é que partem os circuitos terminais que vão alimentar diretamente as
lâmpadas, tomadas e aparelhos elétricos.

O Quadro de distribuição deve estar localizado:

Isto é feito para se evitar gastos desnecessários com os fios do circuito de


distribuição, que são os mais grossos de toda a instalação e, portanto, os mais caros.
Através dos desenhos a seguir, você poderá enxergar os componentes e as
ligações feitas no quadro de distribuição.

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Este é um exemplo de quadro de distribuição para fornecimento bifásico.

4.15 DISJUNTOR TERMOMAGNÉTICO

Um dos dispositivos de proteção que se encontra no quadro de distribuição é o


disjuntor termomagnético.
Vamos falar um pouco a seu respeito.

Os disjuntores termomagnéticos são dispositivos que:

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Os disjuntores termomagnéticos têm a mesma função que as chaves fusíveis.


Entretanto:

No quadro de distribuição, encontra-se também:


- o disjuntor diferencial residual ou, então,
- o interruptor diferencial residual.

4.16 DISJUNTOR DIFERENCIAL RESIDUAL

É um dispositivo constituído de um disjuntor termomagnético acoplado a um outro


dispositivo: o diferencial residual. Sendo assim, ele conjuga as duas funções:

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Pode-se dizer então que o disjuntor diferencial residual é um dispositivo que
protege:

- os fios do circuito contra sobrecarga e curto-circuito e;


- as pessoas contra choques elétricos.

4.17 INTERRUPTOR DIFERENCIAL RESIDUAL


É um dispositivo composto de um interruptor acoplado a um outro dispositivo: o
diferencial residual.
Este dispositivo possue duas funções:

Pode-se dizer então que:

Interruptor diferencial residual é um dispositivo que liga e desliga, manualmente, o


circuito e protege as pessoas contra choques elétricos.
Os dispositivos vistos anteriormente têm em comum o dispositivo diferencial
residual (DR).

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NOTA:
• Interruptores DR devem ser utilizados nos circuitos em conjunto com dispositivos a
sobrecorrente (disjuntor ou fusível), colocados antes do interruptor DR.
• Os disjuntores DR devem ser ligados aos condutores fase e neutro dos circuitos,
sendo que o neutro não pode ser aterrado após o DR.
• Os disjuntores termomagnéticos somente devem ser ligados aos condutores fase
dos circuitos.

4.18 CIRCUITOS ELÉTRICOS


É o conjunto de equipamentos e fios, ligados ao mesmo dispositivo de proteção.
Em uma instalação elétrica residencial, encontramos dois tipos de circuito:
• o de distribuição
• e os circuitos terminais

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4.18.1 Circuitos de distribuição

Os circuitos de distribuição ligam o quadro do medidor ao quadro de distribuição.

4.18.2 Circuitos terminais


Partem do quadro de distribuição e alimentam diretamente lâmpadas, tomadas de
uso geral e tomadas de uso específico.
Em todos os exemplos a seguir, será admitido que a tensão entre FASE e
NEUTRO é 127V e entre FASES é 220V. Consulte as tensões oferecidas em sua região.

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Exemplo de circuitos terminais protegidos por disjuntores termomagnéticos:

4.18.3 Circuito de iluminação (F N)

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4.18.4 Circuito de iluminação externa (F N)

4.18.5 Circuito de tomadas de uso geral (FN)

4.18.6 Circuito de tomadas de uso específico (FN)


Exemplo de circuitos protegidos por DR:

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4.18.7 Distribuição dos circuitos

A instalação elétrica de uma residência deve ser dividida em vários circuitos


terminais.
Isso facilita a manutenção e reduz a interferência.
A divisão da instalação elétrica em circuitos terminais segue critérios estabelecidos
pela NBR 5410, apresentados em seguida.

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4.18.8 Critérios para distribuição de circuitos

Além desses critérios, o projetista considera também as dificuldades referentes à


execução da instalação.

Para que isto não ocorra, uma boa recomendação é, nos circuitos de iluminação e
tomadas de uso geral, limitar a corrente a 1OA, ou seja, 1270VA em 127V ou 2200VA em
220V.
Aplicando os critérios no exemplo em questão, deverá haver, no mínimo, quatro
circuitos terminais:

• um para iluminação;
• um para tomadas de uso geral;
• dois para tomadas de uso específico (chuveiro e torneira elétrica).

Mas, tendo em vista as questões de ordem prática, optou-se no exemplo em dividir:

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Com relação aos circuitos de tomadas de uso específico, permanecem os 2


circuitos independentes:

Essa divisão dos circuitos, bem como suas respectivas cargas, estão indicados na
tabela a seguir:

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Como o tipo de fornecimento determinado para o exemplo em questão é bifásico,


têm-se duas fases e um neutro alimentando o quadro de distribuição.
Sendo assim, neste projeto foram adotados os seguintes critérios:

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Quanto ao circuito de distribuição, deve-se sempre considerar a maior tensão


(fase-fase) quando este for bifásico ou trifásico. No caso, a tensão do circuito de
distribuição é 220V.
Uma vez dividida a instalação elétrica em circuitos, deve-se marcar, na planta, o
número correspondente a cada ponto de luz e tomadas.
No caso do exemplo, a instalação ficou com 1 circuito de distribuição e 12 circuitos
terminais que estão apresentados na planta a seguir.

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4.19 CONDUTORES ELÉTRICOS
O termo condutor elétrico é usado para designar um produto destinado a transportar
corrente (energia) elétrica, sendo que os fios e os cabos elétricos são os tipos mais
comuns de condutores. O cobre é o metal mais utilizado na fabricação de condutores
elétricos para instalações residenciais, comerciais e industriais.
Um fio é um condutor sólido, maciço, provido de isolação, usado diretamente como
condutor de energia elétrica. Por sua vez, a palavra cabo é utilizada quando um conjunto
de fios é reunido para formar um condutor elétrico.
Dependendo do número de fios que compõe um cabo e do diâmetro de cada um
deles, um condutor apresenta diferentes graus de flexibilidade. A norma brasileira NBR
NM280 define algumas classes de flexibilidade para os condutores elétricos, a saber:

E qual a importância da flexibilidade de um condutor nas instalações elétricas


residenciais?

Geralmente, nas instalações residenciais, os condutores são enfiados no interior de


eletrodutos e passam por curvas e caixas de passagem até chegar ao seu destino final,
que é, quase sempre, uma caixa de ligação 5 x 10cm ou 10 x 10cm instalada nas paredes
ou uma caixa octogonal situada no teto ou forro.
Além disso, em muitas ocasiões, há vários condutores de diferentes circuitos no
interior do mesmo eledroduto, o que torna o trabalho de enfiação mais difícil ainda.
Nestas situações, o uso de cabos flexíveis, com classe 5, no mínimo, reduz
significativa- mente o esforço de enfiação dos condutores nos eletrodutos, facilitando
também a eventual retirada dos mesmos.

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4.19.1 Condutor de proteção PE
Dentro de todos os aparelhos elétricos existem elétrons que querem “fugir” do
interior dos condutores. Como o corpo humano é capaz de conduzir eletricidade, se uma
pessoa encostar nesses equipamentos, ela estará sujeita a levar um choque, ada mais é
do que a ensação desagradável provocada pela passagem dos elétrons pelo corpo.
É preciso lembrar que correntes elétricas de apenas 0,05 ampère já podem
provocar graves danos ao organismo!

Sendo assim como podemos fazer para evitar os choques elétricos?

O conceito básico da proteção contra choques é o de que os elétrons devem ser


“desviados” da pessoa.
Sabendo-se que um fio de cobre é um milhão de vezes melhor condutor do que o
corpo humano, fica evidente que, se oferecermos aos elétrons dois caminhos para eles
circularem, sendo um o corpo e o outro um fio, a enorme maioria deles irá circular pelo
último, minimizando os efeitos do choque na pessoa. Esse fio pelo qual irão circular os
elétrons que “escapam” dos aparelhos é chamado de fio terra,
Como a função do fio terra é “recolher” elétrons “fugitivos”, nada tendo a ver com o
funcionamento propriamente dito do aparelho, muitas vezes as pessoas esquecem de sua
importância para a segurança.
É como em um automóvel: é possível fazê-lo funcionar e nos transportar até o local
desejado, sem o uso do cinto de segurança. No entanto, é sabido que os riscos relativos à
segurança em caso de acidente aumentam em muito sem o seu uso.

4.19.2 Como instalar o fio terra?


A figura abaixo indica a maneira mais simples de instalar o fio terra em uma
residência.
Pode-se utilizar um único fio terra por eletroduto, interligando vários aparelhos e
tomadas. Por norma, a cor do fio terra é obrigatoriamente verde/amarela ou somente
verde.

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4.20 USO DO DISPOSITIVO DR

Como vimos anteriormente, o dispositivo DR é um interruptor automático que desliga


correntes elétricas de pequena intensidade (da ordem de centésimos de ampère), que um
disjuntor comum não consegue detectar, mas que podem ser fatais se percorrerem o
corpo humano.
Dessa forma, um completo sistema de aterramento, que proteja as pessoas de um
modo eficaz, deve conter, além do fio terra, o dispositivo DR.

4.20.1 Recomendações e exigências da NBR 5410

A utilização de proteção diferencial residual (disjuntor ou interruptor) de alta


sensibilidade em circuitos termina is que sirvam a:

• Tomadas de corrente em cozinhas, copas-cozinhas, lavanderias, áreas de serviço,


garagens e, no geral, a todo local interno molhado em uso normal ou sujeito a
lavagens;
• Tomadas de corrente em áreas externas;
• Tomadas de corrente que, embora instaladas em áreas internas, possam alimentar
equipamentos de uso em áreas externas;
• Pontos situados em locais contendo banheira ou chuveiro.

NOTA: os circuitos não relacionados nas recomendações e exigências acima poderão ser
protegidos apenas por disjuntores termomagnéticos (DTM).

Aplicando-se as recomendações e exigências da NBR 5410 ao projeto utilizado


como exemplo, onde já se tem a divisão dos circuitos, o tipo de proteção a ser empregado
é apresentado no quadro abaixo:

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4.20.2 Desenho esquemático do quadro de distribuição com IDR

A NBR 5410 também prevê a possibilidade de optar pela instalação de disjuntor DR


ou interruptor DR na proteção geral. A seguir serão apresentadas as regras e a devida
aplicação no exemplo em questão.

4.20.3 Uso de Interruptor DR na proteção Geral

No caso de instalação de interruptor DR na proteção geral, a proteção de todos os


circuitos terminais pode ser feita com disjuntor termomagnético. A sua instalação é
necessariamente no quadro de distribuição e deve ser precedida de proteção geral contra
sobrecorrente e curto-circuito no quadro do medidor.
Esta solução pode, em alguns casos, apresentar o inconveniente de o IDR disparar
com mais freqüência, uma vez que ele “sente” todas as correntes de fuga naturais da
instalação.

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Uma vez determinado o numero de circuitos elétricos em que a instalação elétrica


foi dividida e já definido o tipo de proteção de cada um, chega o momento de se efetuar a
sua ligação.

4.21 ELÉTRODUTOS

Entretanto, para o planejamento do caminho que o eletroduto irá percorrer, fazem-se


necessárias algumas orientações básicas:

A) Locar, primeiramente, o quadro de distribuição, em lugar de fácil acesso e que fique o


mais próximo possível do medidor.

B) Partir com o eletroduto do quadro de distribuição, traçando seu caminho de forma a


encurtar as distâncias entre os pontos de ligação.

C) Utilizar a simbologia gráfica para representar, na planta residencial, o caminhamento


do eletroduto.

D) Fazer uma legenda da simbologia empregada.

E) Ligar os interruptores e tomadas ao ponto de luz de cada cômodo.

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4.22 FIAÇÃO

Após colocar no desenho todo o traçado da tubulação já é possível especificar a


quantidade de cabos que irá passar em cada eletroduto.

A seguir serão apresentadas algumas ligações mais utilizadas em instalações


residenciais.

4.22.1 Ligação de uma lâmpada comandada por interruptor simples.

Ligar sempre:
- a fase ao interruptor;
- o retorno ao contato do disco central da lâmpada;
- o neutro diretamente ao contato da base rosqueada da lâmpada;
- o fio terra à luminária metálica.

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4.22.2 Ligação de lâmpada comandada de dois pontos (interruptores paralelos)

4.22.3 Ligação de lâmpada comandada de três pontos (paralelos + intermediários)

4.22.4 Ligação de tomadas de uso geral (monofásicas).

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4.22.5 Ligação de tomadas de uso específico.

Sabendo-se como as ligações elétricas são feitas, pode-se então representá-las


graficamente na planta, devendo sempre:
Na prática, não se recomenda instalar mais do que 6 ou 7 condutores por
eletroduto, visando facilitar a enfiação e/ou retirada dos mesmos, além de evitar a
aplicação de fatores de correções por agrupamento muito rigorosos.

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4.23 CALCULO DA CORRENTE DOS CIRCUITOS

A fórmula P = U x 1 permite o cálculo da corrente, desde que os valores da potência


e da tensão sejam conhecidos.

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4.24 CÁLCULO DA DEMANDA DO CIRCUITO DE DISTRIBUIÇÃO

Os valores das potencias já foram calculados anteriormente:

Multiplica-se o valor calculado (6600W) pelo fator de demanda correspondente a


esta potência.

Fator de demanda representa uma porcentagem do quanto das potências previstas


serão utilizadas simultaneamente no momento de maior solicitação da instalação. Isto é
feito para não superdimensionar os componentes dos circuitos de distribuição, tendo em
vista que numa residência nem todas as lâmpadas e tomadas são utilizadas ao mesmo
tempo.
O fator de demanda para as TUE’s é obtido em função do número de circuitos de
TUE’s previstos no projeto.

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Após calcular os valores das potências ativas de iluminação, de TUG’s e de TUE’s


já corrigidos pelos respectivos fatores de demandas, estes valores deverão ser somados.

Divide-se o valor obtido pelo fator de potência médio de 0,95, obtendo-se assim o
valor da potência do circuito de distribuição.

Uma vez obtida a potência do circuito de distribuição, pode-se efetuar o:


Calculo da corrente do circuito de distribuição

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4.25 DIMENSIONAMENTO DA FIAÇÃO

Dimensionar a fiação de um circuito é determinar a seção padronizada (bitola) dos fios


deste circuito, de forma a garantir que a corrente calculada para ele possa circular pelos
fios, por um tempo ilimitado, sem que ocorra superaquecimento.
A NBR 5410 estabelece que o condutor neutro não pode ser comum a mais de um
circuito. Em um circuito monofásico o condutor neutro deve ter a mesma seção do
condutor de fase.
Normalmente, todos os condutores de um mesmo circuito possuem a mesma seção.
No entanto, é permitido usar condutores de proteção com seção inferior ao de fase com
seção superior a 16 mm2, de acordo com a tabela abaixo:

Tabela da seção mínima do condutor de proteção

Para se efetuar o dimensionamento dos fios fase do circuito, algumas etapas devem
ser seguidas.

Consultar a planta com a representação gráfica da fiação e seguir


o caminho que cada circuito percorre, observando neste trajeto
qual o maior número de circuitos que se agrupa com ele.

№ do № de circuitos № do № de circuitos
circuito agrupados circuito agrupados
1 3 7 3
2 5 8 5
3 3 9 5
4 3 10 5
5 3 11 1
6 5 12 3
Distrib. 1

Determinar a Bitola dos cabos conforme 3 critérios e adotar a


maior bitola encontrada para cada circuito:
• Bitola mínima
• Capacidade de corrente
• Queda de tensão

4.25.1 Critério da bitola mínima


A NBR 5410 estabelece as seguintes seções mínimas de condutores de acordo
com o tipo de circuito:

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Para o exemplo utilizado as bitolas dos cabos dimensionados pelo critério da bitola
mínima serão conforme a tabela abaixo:

4.25.2 Critério da capacidade de corrente

Tem o objetivo de garantir condições satisfatórias de operação aos condutores e as


isolações, submetidos aos efeitos térmicos, produzidos pela circulação da corrente
elétrica.
O tipo de isolação determina a temperatura máxima a que os condutores podem
estar submetidos em regime contínuo, em sobrecarga, ou em condição de curto-circuito.

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Temperatura característica dos condutores

A maneira como os condutores são instalados influencia na capacidade de troca


térmica entre os condutores e o ambiente, e em conseqüência, na capacidade de
condução da corrente elétrica.

• Eletroduto embutidos ou aparentes;


• Canaletas ou bandejas;
• Subterrâneos;
• Diretamente aterrados ou ao ar livre;
• Cabos unipolares ou multipolares.

A tabela abaixo da NBR 5410 define algumas das diversas maneiras de instalar
(tipos de linhas elétricas), codificando-as conforme uma letra e um número.
O código corresponde ao método de referência a ser utilizado na determinação da
capacidade de condução de corrente.
Métodos de referência são os métodos de instalação, para os quais a capacidade
de condução de corrente foi determinada por ensaio ou por cálculo. São eles:

• A1: condutores isolados em eletroduto de seção circular embutido em parede


termicamente isolante;
• A2: cabo multipolar em eletroduto de seção circular embutido em parede
termicamente isolante;
• B1: condutores isolados em eletroduto de seção circular sobre parede de madeira;
• B2: cabo multipolar em eletroduto de seção circular sobre parede de madeira;
• C: cabos unipolares ou cabo multipolar sobre parede de madeira;
• D: cabo multipolar em eletroduto enterrado no solo;
• E: cabo multipolar ao ar livre;
• G: cabos unipolares espaçados ao ar livre.

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Tabela Capacidades de condução de corrente, em ampères, para os métodos de


referência A1, A2, B1, B2, C e D – tabela 36 da NBR 5410

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Fator de correção de temperatura (FCT)


Aplicável para temperaturas ambientes diferentes de:
• 30 oC para cabos não enterrados;
• 20 oC temperatura do solo para cabos enterrados.

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Fator de correção de agrupamento (FCA)


Aplicável para circuitos que estejam instalados em conjunto com outros circuitos
em um mesmo eletroduto, calha, bloco alveolado, bandeja, agrupados sobre uma
superfície, ou ainda para cabos em eletrodutos aterrados, ou cabos diretamente
enterrados no solo.

Tabela 23: Fatores de correção aplicáveis a condutores agrupados em feixe (em


linhas abertas ou fechadas) e a condutores agrupados num mesmo plano, em
camada única,

4.25.3 Critério da queda de tensão pelo método W/m

A queda de tensão provocada pela passagem de corrente elétrica nos condutores


dos circuitos de uma instalação deve estar dentro de determinados limites máximos, a fim
de não prejudicar o funcionamento dos equipamentos de utilização ligados aos circuitos
terminais.
Uma tensão inferior ao valor nominal pode provocar redução de iluminância em
circuitos de iluminação, redução de torque ou impossibilidade de partida de motores além
de poder reduzir a vida útil dos equipamentos.
Pode-se utilizar um método simplificado para calcular a queda de tensão em
circuitos com pequenas cargas. Esse método pode ser aplicado a circuitos terminais de
instalações de casas e apartamentos, nos quais tem-se diversas cargas (lâmpadas e
tomadas) distribuídas ao longo deles.

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O método tem por base o emprego das tabelas Watts metros referentes
respectivamente às tensões 110 V e 220 V. O valor Σ(P(Watts) l(metros)), representa:
P: Potência da carga, em watts;
l: Distância, em metros, da carga ao quadro que a alimenta.

Soma dos produtos potências (Watts) x Distâncias (m) V = 110 Volts (V)
Circuito a 2 condutores.

Soma dos produtos potências (Watts) x Distâncias (m) V = 220 Volts (V)

4.25.4 Dimensionamento da Fiação para o exemplo utilizado


Neste capitulo será demonstrado o dimensionamento dos cabos para o exemplo de
projeto da residência demonstrada nos itens anteriores.
Serão apresentados os cálculos completos apenas para 2 circuitos.

CIRCUITO: 1
Fase(s)= 1 Tensão fase-neutro= 127V
Carga Total= 620.00V.A Demanda= 100% Carga utilizada= 620.00V.A
Num.Circuitos Agrupados= 3 Fator de correção= 0.70
Corrente de Projeto= P/V = 4.88 A Corrente corrigida= I /0.7 = 6.97 A

Critério: Capacidade de Corrente


Fiação/Maneira de instalar: Fios/Cabos isolados com PVC (B1)
Bitola = 0.5mm2 Cap.Corrente da bitola = 9.00A

Critério: Queda de tensão


Limite de queda de tensão= 2.00%
Comprimento da fiação= 5.98m Potencia do circuito = 620VA

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∑(PW x Lm) = 620 x 5.98 = 3979 Wm
Bitola = 1.5 mm2 Queda de tensão 1%

Critério: Bitola Mínima


Utilização do circuito: Iluminação
Bitola = 1.5 mm2

BITOLA UTILIZADA = 1.5 mm2

CIRCUITO: 12
Fase(s)= 2 Tensão entre fase= 220V Tensão fase-neutro= 127V
Carga Total= 5500V.A Demanda= 100% Carga utilizada= 5500V.A
Num.Circuitos Agrupados= 3 Fator de correção= 0.70
Corrente de Projeto= P/V = 25 A Corrente corrigida= I /0.7 = 35.7 A

Critério: Capacidade de Corrente


Fiação/Maneira de instalar: Fios/Cabos isolados com PVC (B1)
Bitola = 6mm2 Cap.Corrente da bitola = 41.00A

Critério: Queda de tensão


Limite de queda de tensão= 2.00%
Comprimento da fiação= 11.3m Potencia do circuito = 5500VA
∑(PW x Lm) = 5500 x 11.3 = 62150 Wm
Bitola = 2,5 mm2 Queda de tensão 2%

Critério: Bitola Mínima


Utilização do circuito: Força
Bitola = 2.5 mm2

BITOLA UTILIZADA = 6 mm2

Critério Critério da
Critério da
Circuito Capacidade de Queda de Bitola Utilizada
Bitola Mínima
corrente Tensão
1 0,5mm² 1,5mm² 1,5mm² 1,5mm²
2 0,5mm² 1,5mm² 1,5mm² 1,5mm²
3 1mm² 1,5mm² 2,5mm² 2,5mm²
4 1,5mm² 2,5mm² 2,5mm² 2,5mm²
5 1,5mm² 1,5mm² 2,5mm² 2,5mm²
6 1mm² 1,5mm² 2,5mm² 2,5mm²
7 1,5mm² 2,5mm² 2,5mm² 2,5mm²
8 2,5mm² 2,5mm² 2,5mm² 2,5mm²
9 2,5mm² 2,5mm² 2,5mm² 2,5mm²
10 1,5mm² 2,5mm² 2,5mm² 2,5mm²
11 4mm² 1,5mm² 2,5mm² 4mm²
12 6mm² 2,5mm² 2,5mm² 6mm²
Distribuição 10mm² 2,5mm² 2,5mm² 10mm²

Para determinar o cabo e o disjuntor do ramal de entrada devemos observar a tabela


abaixo fornecida pela concessionária local de cada região.

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CONDUTOR ELETRODUTO LIMITE


PROTEÇÃO
FORNECIMENTO

(mm²) DN (mm) DE POTÊNCIA


CARGA INSTALADA

Aterramento

Aterramento
TIPO DE MEDIÇÃO
DEMANDA CALC.

/ Proteção
MAIOR MOTOR

Proteção
TERMOMAGNETICO
RAMAL RAMAL RAMAL
OU
DE DE DE
D (KVA) SOLDA A MOTOR

DISJUNTOR
C (KW)

LIGAÇÃO ENTRADA ENTRADA


(CV)

(A)
TENSÃO

TIPO
(V)

COBRE ALUMÍNIO COBRE ISOLADO AÇO PVC FN FF FFF

A1 C ≤ 10  50 10 D-10 10 10 10 20 25 20 1  
B1 C ≤ 15  50 10 T-10 10 10 10 20 25 20 2 3 
DIRETA

C1 D ≤ 10 30 10 Q-10 6 6 6 20 25 20 1 2 3
C2 10<D≤15 40 10 Q-10 10 10 10 25 32 20 1 2 5
C3 15<D≤19 50 10 Q-10 10 10 10 25 32 20 2 3 15
C4 19<D≤27 70 10 Q-16 25 10 16 32 40 20 2 5 20
220/127

C5 27<D≤38 100 16 Q-25 35 10 16 32 40 20 3 7,5 25


C6 C ≤ 75 38<D≤47 125 25 Q-35 50 16 25 40 50 25 5 7,5 30
C7 47<D≤57 150 70 25 35 50 60 25 7,5 10 30
C8 57<D≤66 175 95 25 50 50 60 32 7,5 12 30
INDIRETA

C9 66<D≤76 200 120 35 70 65 75 40 7,5 15 30


ENTRADA
C10 76<D≤86 225 SUBTERRÂNEA
150 50 70 100 100 40   
C11 86<D≤95 250 185 50 95 100 100 40   
95<D≤11
C12 300 240 70 120 100 100 50   
5
A2 C ≤ 15  40 10 D-10 6 6 6 20 25 20 3  
B2 C ≤ 25  50 10 T-10 10 10 10 20 25 20 3 5 
DIRETA

C13 D ≤ 19 30 10 Q-10 6 6 6 20 25 20 2 3 15
C14 19<D≤26 40 10 Q-10 10 10 10 25 32 20 3 5 20
380/220

C15 26<D≤32 50 10 Q-10 10 10 10 25 32 20 3 5 25


C16 32<D≤46 70 10 Q-16 25 10 16 32 40 20 5 10 30
C17 C ≤ 75 46<D≤66 100 16 Q-25 35 10 16 32 40 20 7,5 12 40
C18 66<D≤82 125 25 Q-35 50 16 25 40 50 25 7,5 12 50
C19 82<D≤99 150 70 25 35 50 60 25   
IND.

ENTRADA
99<D≤11 SUBTERRÂNEA
C20 175 95 35 50 65 75 32   
5
D-
220

DIR

A3  D≤11 50 10 10 10 10 20 25 20 7,5  
10

4.26 DIMENSIONAMENTO DO DISJUNTOR

A seleção do disjuntor, termomagnético ou DR, para proteção contra sobrecarga


ocorre a partir da curva de característica de disparo do disjuntor.
Os disjuntores de curva B são apropriados para proteção de circuitos que alimentam
cargas com características predominantemente resistivas, como lâmpadas
incandescentes, chuveiros, torneiras e aquecedores elétricos, além dos circuitos de
tomadas de uso geral.
Os disjuntores de curva C são apropriados para proteção de circuitos que alimentam
especificamente cargas de natureza indutiva que apresentam picos de corrente no
momento de ligação, como microondas, geladeiras, máquinas de lavar, ar condicionado,
motores para bombas,
além de tomadas das áreas de serviço.
Os disjuntores de curva D são apropriados para proteção de circuitos que
alimentam cargas altamente indutivas que apresentam elevados picos de corrente no
momento de ligação, como grandes motores, transformadores, além de circuitos com
cargas de características semelhantes a essas.

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Características nominais do disjuntor termomagnético:


Número de pólos; Tensão nominal; Freqüência; Capacidade de ruptura (kA);
Corrente nominal(A); Faixa de ajuste do disparador magnético (caso opcional); Faixa de
ajuste do disparador térmico (caso opcional).

Linha de disjuntores NEMA GE

Um dispositivo de proteção contra correntes de sobrecarga funciona corretamente


se:
Sua corrente nominal, ou de ajuste, for igual ou superior à corrente de projeto do
circuito, porém inferior à capacidade de condução de corrente dos condutores do circuito.

OBS: Geralmente a corrente de projeto utiliza 80% da capacidade da corrente nominal do


disjuntor.

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4.27 DIMENSIONAMENTO DO DISPOSITIVO DR

Dimensionar o dispositivo DR é determinar o valor da corrente nominal e da corrente


diferencial-residual nominal de atuação de tal forma que se garanta a proteção das
pessoas contra choques elétricos que possam colocar em risco a vida da pessoa.

O dispositivo DR deve ser escolhido conforme o disjuntor de proteção do circuito.

Aplicando os métodos de escolha de disjuntores e dispositivos DR vistos


anteriormente, temos:

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4.28 DIMENSIONAMENTO DA TUBULAÇÃO

De acordo com o manual da PRYSMIAN para instalações elétricas residenciais, é


obrigatório que os condutores não ocupem mais que 40% da área útil dos eletrodutos e
para dimensionar os eletrodutos, basta saber o número de condutores no eletroduto e a
maior seção destes.

Este procedimento descrito no manual da PRYSMIAN pode ser utilizado para


instalações simples nos quais o comprimento do trecho de eletrodutos esteja dentro dos
limites de comprimento máximo dos eletroduto.

Tabela para dimensionamento dos eletrodutos de PVC

Exemplo: Em um trecho do eletroduto estão inseridos 6 condutores, sendo a maior seção


dos condutores de 4 mm2. De acordo com a tabela acima o tamanho nominal do
eletroduto é de 20 mm2.
Sendo assim, é necessário a planta com a representação gráfica da fiação com as
seções dos condutores indicados.
De acordo com a NBR-5410 a taxa máxima de ocupação em relação à área de
seção transversal dos eletrodutos não deve ser superior a:

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a) 53% no caso de um condutor (fio ou cabo);
b) 31% no caso de dois condutores (fios ou cabos);
c) 40% no caso de três ou mais condutores (fios ou cabos).

Eletrodutos de PVC rígido roscável – classe A (NBR 6150).

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4.29 LISTA DE MATERIAL

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4.30 EXERCÍCIOS

1) Dimensionar os condutores para um circuito terminal (F-F) de um chuveiro elétrico,


dados: Pn =4500 W; V = 220 V; condutores de isolação PVC; eletroduto de PVC embutido
em alvenaria metodo B1; temperatura ambiente de 30 distancia 20m. Dimensionar pelos 3
métodos.

2) Considerando o circuito terminal do exercício anterior, supondo que ele esteja instalado
em um eletroduto, no qual, em certo trecho, também estejam mais três circuitos
monofásicos (F-N). Determine a nova bitola do condutor do circuito que alimenta o
chuveiro.

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3) Dimensionar o circuito terminal de um apartamento, cujas cargas estão representadas
na figura (instalação em eletroduto de PVC embutido em alvenaria; temperatura ambiente
30 oC; isolação PVC; tensão 127 V). Utilizar fator de potencia 0.8.

4) Dimensionar os condutores de neutro e proteção dos exercícios 1, 2 e 3.

5) Dimensionar os eletrodutos dos exercícios 1, 2, e 3.

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6) Dimensionar o dispositivo de proteção para o circuito abaixo, sabendo que ele é
constituído de condutores unipolares de cobre com isolação de PVC, está instalado em
eletroduto de PVC embutido em alvenaria.

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5 - DICAS PARA INSTALAÇÕES


ELÉTRICAS RESIDENCIAIS

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5.1 DICAS

• Nunca aumente o valor do disjuntor ou do fusível sem trocar a fiação. Conforme


visto, deve haver uma correspondência entre eles.

• A menor bitola permitida por norma para circuitos de lâmpadas é de 1 ,5mm2 e


para tomadas é de 2,5mm2.

• Devem ser previstos circuitos separados para iluminação e tomadas.

• Nunca inutilize o fio terra dos aparelhos. Ao


contrário, instale um bom sistema de aterramento
na sua residência.

• Nunca utilize o fio neutro (cor azul) como fio terra.

• Mantenha o quadro de luz sempre limpo,


ventilado e desempedido, longe de botijões de
gás.

• Evite a utilização dos chamados “benjamins” ou


“Is”, pois o uso indevido dos mesmos pode
causar sobrecargas nas instalações. Para
resolver o problema, instalem mais tomadas,
respeitando o limite dos fios.

• Desde dezembro de 1997, é obrigatório no Brasil, em todas as instalações


elétricas, o uso do chamado dispositivo DR (diferencial residual) nos circuitos
elétricos que atendam aos seguintes locais: banheiros, cozinhas, copas-cozinhas,
lavanderias, áreas de serviço e áreas externas.

5.2 COMO CALCULAR O CONSUMO EM R$ DE UM CHUVEIRO

A tensão é medida em volts, a corrente em ampères, a potência em watts e a


energia em quilowatt—hora.
Assim, um chuveiro de 4400 W, ligado em 220 volts, é percorrido por uma corrente
elétrica de 4400 / 220 = 20 ampères.
Esse chuveiro, ligado durante 1/2 hora por dia, 30 dias, consome uma energia de:
4,4 quilowatts x 0,5 hora x 30 dias = 66 quilowatt—hora. Se, por exemplo, o quilowatt-hora
custar R$ 0,20, então o chuveiro exemplificado representará um custo mensal de R$
13,20.

Veja a potência de alguns aparelhos eletrodomésticos:

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Como escolher o cabo certo para algumas aplicações:

5.3 VANTAGENS NA INSTALAÇÃO DE CABOS FLEXÍVEIS

• Reduz tempo de instalação quando comparado aos rígidos;


• Facilidade de manuseio, instalação e manutenção;
• Facilidade de retirar cabos das caixas e bobinas;
• Reduz possibilidade de defeitos superficiais nas passagens por eletrodutos;
• Facilidade de manuseio nas mudanças de layout;
• Segurança para instalação em determinadas alturas (profissional trabalha em escadas
ou andaimes).

5.4 TABELA DE CONVERSÃO DE AWG PARA MM2

Só para lembrar, você já sabe que os condutores elétricos no Brasil seguem série
milimétrica conforme a NBR NM 280, sendo que no passado utilizava—se o padrão AWG.
Para sua orientação segue abaixo uma tabela prática como referência.

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Os comprimentos máximos indicados foram calculados considerando, quedas de


tensão máximas de 2% para as seções de 1,5 a 6mm , inclusive, e de 4% para as demais
seções.

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6 - CAPACITORES PARA
CORREÇÃO DO FATOR
DE POTENCIA

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6.1 INTRODUÇÃO

A Correção do fator de potência através, principalmente, da instalação de capacitores


tem sido alvo de muita atenção das áreas de projeto, manutenção e finanças de
empresas interessadas em racionalizar o consumo de seus equipamentos elétricos.
Objetivando otimizar o uso da energia elétrica gerada no país, o extinto DNAEE
(Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica), atualmente com a denominação de
ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), através do Decreto Nº 479 de 20 de
março de 1992 estabeleceu que o fator de potência mínimo deve ser 0,92.
Com o avanço da tecnologia e com o aumento das cargas não lineares nas
instalações elétricas, a correção do fator de potência passa a exigir alguns cuidados
especiais.
Este manual tem como objetivo dar orientação para uma correta instalação de
capacitores, corrigindo efetivamente o fator de potência e proporcionando às empresas
maior qualidade e maior competitividade.
Em conformidade com o estabelecido pelo Decretonº 62.724 de 17 de maio de
1968 e com a nova redação dada pelo Decreto nº 75.887 de 20 de junho de 1975, as
concessionárias de energia elétrica adotaram, desde então, o fator de potência de 0,85
como referência para limitar o fornecimento de energia reativa.
O Decreto nº 479, de 20 de março de 1992, reiterou a obrigatoriedade de se
manter o fator de potência o mais próximo possível da unidade (1,00), tanto pelas
concessionárias quanto pelos consumidores, recomendando, ainda, ao Departamento
Nacional de Águas e Energia Elétrica - DNAEE - o estabelecimento de um novo limite de
referência para o fator de potência indutivo e capacitivo, bem como a forma de avaliação
e de critério de faturamento da energia reativa excedente a esse novo limite.
A nova legislação pertinente, estabelecida pelo DNAEE, introduziu uma nova forma
de abordagem do ajuste pelo baixo fator de potência, com os seguintes aspectos
relevantes:
- Aumento do limite mínimo do fator de potência de 0,85 para 0,92;
- Faturamento de energia reativa excedente;
- Redução do período de avaliação do fator de potência de mensal para horário, a
partir de 1996 para consumidores com medição horosazonal.

Com isso muda-se o objetivo do faturamento: em vez de ser cobrado um ajuste por
baixo fator de potência, como faziam até então, as concessionárias passam a faturar a
quantidade de energia ativa que poderia ser transportada no espaço ocupado por esse
consumo de reativo. Este é o motivo de as tarifas aplicadas serem de demanda e
consumo de ativos, inclusive ponta e fora de ponta para os consumidores enquadrados na
tarifação horosazonal.
Além do novo limite e da nova forma de medição, outro ponto importante ficou
definido: das 6h da manhã às 24h o fator de potência deve ser no mínimo 0,92 para a
energia e demanda de potência reativa indutiva fornecida, e das 24h até as 6h no mínimo
0,92 para energia e demanda de potência reativa capacitiva recebida.

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6.2 FATOR DE POTENCIA


6.2.1 Conceitos Básicos
A maioria das cargas das unidades consumidoras consome energia reativa indutiva,
tais como: motores, transformadores, reatores para lâmpadas de descarga, fornos de
indução, entre outros.
As cargas indutivas necessitam de campo eletromagnético para seu funcionamento,
por isso sua operação requer dois tipos de potência:
- Potência ativa: Potência que efetivamente realiza trabalho gerando calor, luz,
movimento, etc.. É medida em kW. A fig. abaixo mostra uma ilustração disto.

- Potência reativa: Potência usada apenas para criar e manter os campos


eletromagnéticos das cargas indutivas. É medida em kvar. A fig. abaixo ilustra esta
definição.

Assim, enquanto a potência ativa é sempre consumida na execução de trabalho, a


potência reativa, além de não produzir trabalho, circula entre a carga e a fonte de
alimentação, ocupando um espaço no sistema elétrico que poderia ser utilizado para
fornecer mais energia ativa.

Definição: o fator de potência é a razão entre a potência ativa e a potência


aparente. Ele indica a eficiência do uso da energia. Um alto fator de potência indica uma
eficiência alta e inversamente, um fator de potência baixo indica baixa eficiência
energética. Um triângulo retângulo
é freqüentemente utilizado para representar as relações entre kW, kvar e kVA, conforme a
Fig. abaixo.

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Potência: Capacidade de produzir trabalho na unidade de tempo;


Energia: Utilização da potência num intervalo de tempo;
Potência Ativa (kW): É a que realmente produz trabalho útil;
Energia Ativa (kWh):Uso da potência ativa num intervalo de tempo;
Potência Reativa (kvar):É a usada para criar o campo eletromagnético das cargas
indutivas;
Energia Reativa (kvarh):Uso da potência reativa num intervalo de tempo;
Potência Aparente (kVA): Soma vetorial das potências ativa e reativa, ou seja, é a
potência total absorvida pela instalação.
6.2.2 Conseqüências e Causas de um Baixo Fator de Potência
Perdas na Instalação
As perdas de energia elétrica ocorrem em forma de calor e são proporcionais ao
quadrado da corrente total (I2.R). Como essa corrente cresce com o excesso de energia
reativa, estabelece-se uma relação entre o incremento das perdas e o baixo fator de
potência, provocando o aumento do aquecimento de condutores e equipamentos.

Quedas de Tensão
O aumento da corrente devido ao excesso de energia reativa leva a quedas de
tensão acentuadas, podendo ocasionar a interrupção do fornecimento de energia elétrica
e a sobrecarga em certos elementos da rede.
Esse risco é, sobretudo, acentuado durante os períodos nos quais a rede é
fortemente solicitada. As quedas de tensão podem provocar ainda, a diminuição da
intensidade luminosa das lâmpadas e aumento da corrente nos motores.

Subutilização da Capacidade Instalada


A energia reativa, ao sobrecarregar uma instalação elétrica, inviabiliza sua plena
utilização, condicionando a instalação de novas cargas a investimentos que seriam
evitados se o fator de potência apresentasse valores mais altos. O “espaço” ocupado pela
energia reativa poderia ser então utilizado para o atendimento de novas cargas.
Os investimentos em ampliação das instalações estão relacionados principalmente
aos transformadores e condutores necessários. O transformador a ser instalado deve
atender à potência total dos equipamentos utilizados, mas devido à presença de potência
reativa, a sua capacidade deve ser calculada com base na potência aparente das
instalações.
A Tabela abaixo mostra a potência total que deve ter o transformador, para atender
uma carga útil de 800 kW para fatores de potência crescentes.

Tabela - Variação da potência do trafo em função do fator de potência

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Também o custo dos sistemas de comando, proteção e controle dos equipamentos


crescem com o aumento da energia reativa. Da mesma forma, para transportar a mesma
potência ativa sem o aumento de perdas, a seção dos condutores deve aumentar na
medida em que o fator de potência diminui.
A Tabela abaixo ilustra a variação da seção de um condutor em função do fator de
potência.

Nota-se que a seção necessária, supondo um fator de potência 0,70 é o dobro da


seção para o fator de potência 1,00.
Tabela - Variação da seção do cabo em função do fator de potência

A correção do fator de potência por si só já libera capacidade para instalação de


novos equipamentos, sem a necessidade de investimentos em transformador ou
substituição de condutores para esse fim específico.

Principais Conseqüências
¾ Acréscimo na conta de energia elétrica por estar operando com baixo fator de
potência;
¾ Limitação da capacidade dos transformadores de alimentação;
¾ Quedas e flutuações de tensão nos circuitos de distribuição;
¾ Sobrecarga nos equipamentos de manobra, limitando sua vida útil;
¾ Aumento das perdas elétricas na linha de distribuição pelo efeito Joule;
¾ Necessidade de aumento do diâmetro dos condutores;

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¾ Necessidade de aumento da capacidade dos equipamentos de manobra e de
proteção.

Causas do Baixo fator de Potência


¾ Motores de indução trabalhando a vazio;
¾ Motores superdimensionados para sua necessidade de trabalho;
¾ Transformadores trabalhando a vazio ou com pouca carga;
¾ Reatores de baixo fator de potência no sistema de iluminação;
¾ Fornos de indução ou a arco;
¾ Máquinas de tratamento térmico;
¾ Máquinas de solda;
¾ Nível de tensão acima do valor nominal provocando um aumento do consumo de
energia reativa.
6.2.3 Onde Corrigir o Baixo Fator de Potência?
Uma forma econômica e racional de se obter a energia reativa necessária para a
operação adequada dos equipamentos é a instalação de capacitores próximos desses
equipamentos. A instalação de capacitores, porém, deve ser precedida de medidas
operacionais que levem à diminuição da necessidade de energia reativa, como o
desligamento de motores e outras cargas indutivas ociosas ou superdimensionadas.

6.2.4 Vantagens da Correção do Fator de Potência


Melhoria da Tensão
As desvantagens de tensões abaixo da nominal em qualquer sistema elétrico são
bastante conhecidas. Embora os capacitores elevem os níveis de tensão, é raramente
econômico instalá-los em estabelecimentos industriais apenas para esse fim. A melhoria
da tensão deve ser considerada como um benefício adicional dos capacitores.
A tensão em qualquer ponto de um circuito elétrico é igual a da fonte geradora
menos a queda de tensão até aquele ponto. Assim, se a tensão da fonte geradora e as
diversas quedas de tensão forem conhecidas, a tensão em qualquer ponto pode ser
facilmente determinada.
Como a tensão na fonte é conhecida, o problema consiste apenas na determinação
das quedas de tensão.
A fim de simplificar o cálculo das quedas de tensão, a seguinte fórmula é
geralmente usada:

∆V = R * I * cos φ ± X * I * senφ
Onde:

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∆V = Queda de tensão
R = Resistência
I = Corrente total
φ = Ângulo do fator de potencia
X = Reatância
(+) = Para cargas com fator de potencia atrasado
(-) = Para cargas com fator de potencia adiantado

Os valores de ∆V, R e X são valores por fase. A queda de tensão entre fases para
um sistema trifásico seria ∆V* √3
Conhecido o fator de potência e a corrente total, as componentes da corrente são
facilmente obtidas:
IkW = I . cos φ Ikvar = I . sen φ
onde:

IkW = corrente ativa


Ikvar = corrente reativa

Assim, a equação acima pode ser escrita da seguinte forma:

V = R . IkW ± X . Ikvar

Como esta corrente é reduzida pelos capacitores, a queda de tensão total é então
reduzida de um valor igual a corrente do capacitor multiplicada pela reatância.
Portanto, é apenas necessário conhecer a potência nominal do capacitor e a
reatância do sistema para se conhecer a elevação de tensão ocasionada pelos
capacitores.
Nos estabelecimentos industriais com sistemas de distribuição modernos e a uma
só transformação, a elevação de tensão proveniente da instalação de capacitores é da
ordem de 4 a 5%.

Redução das Perdas


Na maioria dos sistemas de distribuição de energia elétrica de estabelecimentos
industriais, as perdas RI2t variam de 2,5 a 7,5% dos kWh da carga, dependendo das
horas de trabalho a plena carga, bitola dos condutores e comprimento dos alimentadores
e circuitos de distribuição.
As perdas são proporcionais ao quadrado da corrente e como a corrente é reduzida
na razão direta da melhoria do fator de potência, as perdas são inversamente
proporcionais ao quadrado do fator de potência.
A Fig. abaixo está baseada na consideração de que a potência original da carga
permanece constante. Se o fator de potência for melhorado para liberar capacidade do
sistema e, em vista disso, for ligada a carga máxima permissível, a corrente total é a
mesma, de modo que as perdas serão também as mesmas. Entretanto, a carga total em
kW será maior e, portanto, a perda percentual no sistema será menor.

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Vantagens das Empresas


¾ Redução significativa do custo de energia elétrica;
¾ Aumento da eficiência energética da empresa;
¾ Melhoria da tensão;
¾ Aumento da vida útil das instalações e equipamentos;
¾ Redução do efeito Joule;
¾ Redução da corrente reativa na rede elétrica.

Vantagens da Concessionária
¾ O bloco de potência reativa deixa de circular no sistema de transmissão e
distribuição;
¾ Evita as perdas pelo efeito Joule;
¾ Aumenta a capacidade do sistema de transmissão e distribuição para conduzir o
bloco de potência ativa;
¾ Aumenta a capacidade de geração com intuito de atender mais consumidores;
¾ Diminui os custos de geração.

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6.3 CORREÇÃO DO FATOR DE POTENCIA EM BAIXA TENSÃO


6.3.1 Tipos de Correção do Fator de Potência
A correção pode ser feita instalando os capacitores de tres maneiras diferentes,
tendo como objetivos a conservação de energia e a relação custo/benefício:

a) Correção na entrada da energia de alta tensão: corrige o fator de potência visto


pela concessionária, permanecendo internamente todos os inconvenientes citados pelo
baixo fator de potência e o custo é elevado.

b) Correção localizada: é obtida instalando-se os capacitores junto ao equipamento


que se pretende corrigir o fator de potência. Representa do ponto de vista técnico, a
melhor solução, apresentando as seguintes vantagens:
¾ Reduz as perdas energéticas em toda a instalação;
¾ Diminui a carga nos circuitos de alimentação dos equipamentos;
¾ Pode-se utilizar em sistema único de acionamento para a carga e o capacitor,
economizando-se um equipamento de manobra;
¾ Gera potência reativa somente onde é necessário.

c) Correção mista: no ponto de vista “Conservação de Energia”, considerando


aspectos técnicos, práticos e financeiros, torna-se a melhor solução. Usa-se o seguinte
critério para correção mista:
1. Instala-se um capacitor fixo diretamente no lado secundário do transformador;
2. Motores de aproximadamente 10 cv ou mais, corrige-se localmente (cuidado com
motores de alta inércia, pois não se deve dispensar o uso de contactoras para manobra
dos capacitores sempre que a corrente nominal dos mesmos for superior a 90% da
corrente de excitação do motor).
3. Motores com menos de 10 cv corrige-se por grupos.
4. Redes próprias para iluminação com lâmpadas de descarga, usando-se reatores
de baixo fator de potência, corrige-se na entrada da rede;
5. Na entrada instala-se um banco automático de pequena potência para
equalização final.

Quando se corrige um fator de potência de uma instalação, consegue-se um


aumento de potência aparente disponível e também uma queda significativa da corrente,
conforme exemplo:

Deseja-se corrigir o fator de potência para 0,92 de uma carga de 930 kW, 380 V e
f.p.= 0,65:

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Neste caso, após a correção do fator de potência, a instalação poderá ter


aumentos de cargas em até 41%.

Diagrama dos vários métodos de correção do fator de potencia

6.3.2 Projeto da Correção do Fator de Potência


Para iniciar um projeto de Correção do Fator de Potência deveremos seguir
inicialmente duas etapas básicas:
1. Interpretar e analisar os parâmetros elétricos das instalações: nas Empresas em
Operação, através das medições efetuadas e nas Empresas em Projeto, através dos
parâmetros elétricos presumidos;
2. Ter em mãos e interpretar as especificações técnicas de todos os materiais que
serão empregados na execução do projeto.

Levantamento de Dados

¾ Empresa em Operação:

Dados a serem considerados


- Tipo de tarifação;
- Demanda contratada;
- Fator de potência registrado.

Transformador
- Tensão no primário;
- Tensão no secundário;
- Potência nominal;

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- Potência de curto-circuito;
- Grau de ocupação;
- Corrente de magnetização;
- Impedância;
- Cos Ø

Medições
- Medir as tensões e as correntes ( BT ) nas seguintes condições:
Carga mínima
Carga máxima

Aterramento e pára-raios
- Tipo
- Resistência
- Neutro aterrado ( S/N )
- Local do aterramento
- Conta de energia elétrica (12 meses)

¾ Empresa em Projeto
Nas instalações em projeto, deve-se levantar os dados das cargas que serão
instaladas, a fim de presumir o Fator de Potência da Instalação:
1. Levantar a potência das cargas não lineares e, se estas não ultrapassarem 20%
da carga total da fábrica, pode-se corrigir o fator de potência somente com capacitores,
pois é pouca a possibilidade de haver problemas com harmônicas na instalação elétrica;
2. Se o total de cargas não lineares ultrapassarem 20% da carga total instalada
deverá ser efetuada uma medição detalhada dos níveis de harmônicas. Detectando-se a
existência de harmônicas na instalação elétrica deve-se obedecer ao seguinte critério:
- Limite de distorção harmônica individual de tensão deverá ser menor ou igual à 3%;
- Limite de distorção total de harmônicas de tensão (THD) deverá ser menor ou igual à
5%.
Ultrapassando estes limites deverão ser instalados indutores de proteção anti-
harmônicas nos capacitores ou filtros para as harmônicas significativas;
3. Decidir tecnicamente pelo tipo de correção mais adequada às necessidades da
Empresa;
4. Elaborar o diagrama unifilar das instalações incluindo os capacitores para a
correção do fator de potência;
5. Levantamento do ciclo operacional das cargas da empresa que deverão ser
separadas em resistivas ou ativas, indutivas lineares e indutivas não lineares;
6. Elaborar curvas de demanda para as potências ativas e reativas.
6.3.3 Determinação da Potência Reativa
Considerando as observações descritas no itens acima apresentamos um
dimensionamento de capacitores para correção do fator de potência que não tenha
interferência significativa de harmônicas.

onde:

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F: é o fator de multiplicação necessário para a correção do fator de potência existente
para o desejado, coletado do Anexo A .
η: é o rendimento do motor de acordo com a carga aplicada ao eixo.

Utilizar a equação I para todos os casos, com exceção de motores onde deverá ser
utilizada a equação II.

Calculo da capacitância do capacitor

Calculo da corrente nominal do capacitor

6.3.4 Proteção contra curto-circuito


Dimensionar para utilização de fusíveis, características gL - gG, conforme a seguinte
equação:

onde:
Inf = Corrente calculada do fusível (usar o valor comercial do fusível imediatamente
superior);
Inc = Corrente nominal do capacitor
6.3.5 Condutores
Utilizar condutores superdimensionados em 1,43 vezes (NBR 5060) a corrente
nominal do capacitor e levar em consideração outros critérios, tais como: maneira de
instalar, temperatura ambiente, etc.
6.3.6 Dimensionamento da Potência Reativa para a Correção Localizada de
Motores
Para correção do fator de potência de motores, utiliza-se a seguinte fórmula:

(%c arg a) * P * F
Qcapm =
η

% carga : Fator relativo a pot. de trabalho do motor: motor operando a 50% da potencia
= 0,5, 75% da potencia = 0,75 e 100% da potencia = 1,0;
P : Potência ativa em kW;
F : Fator de multiplicação, conforme tabela acima;
η : Rendimento do motor em função do percentual de carga que está operando;
Qcapm : Potência reativa do capacitor necessário no motor em kvar.

Para se calcular o valor da potência reativa necessária para elevar o fator de


potência ao valor desejado através de contas de energia elétrica (recomenda-se realizar a

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média dos últimos doze meses, no mínimo (1)), utiliza-se os valores de fator de potência
atual e potência ativa consumida das contas e o fator encontrado na tabela acima.

Exemplo (2):
Fator de potência atual (FPA)= 0,80;
Potência ativa consumida (PA)= 1000kW;
Fator de potência desejado (FPD)= 0,92;
Fator (vide tabela acima) (F)= 0,324;
kvar = PA x F = 1000 x 0,324 = 324 kvar

6.3.7 Dimensionamento da Potência Reativa para Bancos Automáticos.


Para o cálculo da potência reativa necessária consultar a, equação I.

a) Quantidade de Estágios:
Recomenda-se dividir em estágios de no máximo 25 kvar (380/440V) ou 15 kvar
(220V) por estágio do controlador, excetuando-se um dos estágios que deve ter a metade
da potência em kvar do maior estágio para facilitar o ajuste fino do fator de potência, pois
os controladores modernos fazem leitura por varredura, buscando a melhor combinação
de estágios em cada situação.

b) Proteção com Fusíveis: Idem ao item do dimensionamento do fusível.

c) Contactoras de manobra: Vide anexo D.

d) Proteção contra corrente de surto: Em bancos automáticos com estágios de


potência superior a 15kvar em 220V e 25 kvar em 380/440V, utilizar sempre em série com
os capacitores, proteção contra o surto de corrente que surge no momento em que se
energiza capacitores. Tal proteção pode ser através da associação de contatores
convencionais mais os resistores de précarga (vide anexo D) ou através de contator
convencional em série com indutores anti-surto (vide ítem e) feitos com os próprios cabos
de força que alimentam os capacitores. No caso de se optar pelo uso de indutores,
dimensionar o contator convencional para regime AC-6b (vide anexo M).

e) Cálculo da Indutância Anti-surto:


Para confecção do indutor L de N espira utiliza-se a seguinte expressão:

onde :
Li : indutância do indutor em µH;
d : diâmetro externo do cabo em m;
S : seção do condutor em m²;
D : diâmetro interno do indutor (desejável no mínimo 0,075m ou 75mm).
6.3.8 Capacitores em instalações elétricas com (grupo gerador)
Em instalações elétricas com fonte de alimentação alternativa através de grupo
gerador, aconselha-se que todos os capacitores sejam desligados, pois o próprio grupo
gerador pode corrigir o fator de potência da carga, evitando assim problemas tais como

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perda de sincronismo e excitação pelo fato do gerador operar fora da sua curva de
capabilidade (curva de operação).
6.3.9 Aplicação de contactoras para manobra de capacitores
Os contatores WEG da linha CWMC(Anexo C) para manobra de capacitores, são
contatores especiais que possuem em paralelo a seus contatos principais, contatos
auxiliares NA especiais adiantados. Estes contatos auxiliares especiais, também possuem
em série, resistores de pré-carga, que servem para reduzir as elevadas correntes de
“inrush” que ocorrem na hora da energização de capacitores.
Conforme já visto anteriormente, caso a potência reativa do capacitor for superior a
potência reativa máxima dos contatores CWMC poderemos utilizar um contator
convencional CWM(Anexo K) para regime AC-6b utilizando em série, indutores anti-surto.

Obs.: Quando realizarmos a correção individual, o contator poderá ser dispensado


para cargas de baixa inércia ou sempre que a corrente nominal do capacitor for
menor ou igual a 90% da corrente de excitação do motor.

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6.4 MANUTENÇÃO PREVENTIVA


a) Mensal
- Verifique visualmente em todas as Unidades Capacitivas se houve atuação do
dispositivo de segurança interno, indicado pela expansão da caneca de alumínio no
sentido longitudinal. Caso
positivo, substituir por outra com a mesma potência;
- Verifique se há fusíveis queimados. Caso positivo, tentar identificar a causa antes
da troca. Usar fusíveis com corrente nominal indicada no Catálogo;
- Verificar o funcionamento adequado dos contatores;
- Nos bancos com ventilação forçada, comprovar o funcionamento do termostato e
do ventilador. Medir a temperatura interna (máxima de 450C);
- Medir a tensão e a corrente das unidades capacitivas;
- Verificar o aperto das conexões (fast-on) dos capacitores.

Obs.: Sempre que um terminal tipo “fast-on” for desconectado, deverá ser reapertado
antes de ser reconectado.

b) Semestral
- Efetuar limpeza completa do armário metálico interna e externamente, usando
álcool isopropílico;
- Repetir todos os procedimentos do ítem anterior (mensal);
- Reapertar todos os parafusos dos contatos elétricos e mecânicos;
- Medir a temperatura dos cabos conectados ao contator;
- Verificar estado de conservação das vedações contra a entrada de insetos e
outros objetos.
- Instalação dos cabos de sinal de corrente e tensão muito próximos ao barramento
(<50cm), causando interferências eletromagnéticas.
- Defeito de fabricação do controlador, ou seja, controlador com repique.

Obs: Cuidar com o repique (rápida abertura e fechamento dos contatos de saída) que
pode ocorrer no controlador, provocando com isso queima dos indutores de pré-carga dos
contatores e expansão dos capacitores.

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6.5 CONSEQÜÊNCIAS DA INSTALAÇÃO INCORRETA DE CAPACITORES


I - Queima do Indutor de Pré-Carga do Contator Especial
Causa:
- Repique do contator, que geralmente é causado pelo repique do controlador.

II - Queima de Fusíveis
Causas:
- Harmônicas na rede, gerando ressonância série, provocando sobrecorrente;
- Desequilíbrio de tensão;
- Fusíveis ultra-rápidos (usar fusível retardado);
- Aplicar tensão em capacitores ainda carregados.

III - Expansão da Unidade Capacitiva


Causas:
- Repique no contator que pode ser causado pelo repique do controlador ;
- Temperatura elevada;
- Tensão elevada;
- Corrente de surto elevada (> 100 . In);
- Descargas atmosféricas;
- Chaveamento de capacitores em bancos automáticos sem dar tempo (30 ou 180s) para
a descarga dos capacitores;
- Final de vida.

IV - Corrente Especificada Abaixo da Nominal.


Causas:
- Tensão do capacitor abaixo da nominal;
- Células expandidas;
- Perda de capacitância.

V - Aquecimento nos Terminais da Unidade Capacitiva (vazamento da resina pelos


terminais)
Causa:
- Mau contato nos terminais de conexão;
- Erro de instalação (ex: solda mal feita nos terminais);
- Interligação entre células capacitivas, conduzindo corrente de uma célula para outra via
terminal.

VI - Tensão Acima da Nominal


- Fator de potência unitário, mesmo não tendo harmônicas, porém ocorrendo ressonância
paralela.
- Efeito da ressonância paralela entre os capacitores e a carga.

VII - Corrente acima da nominal


- Efeito de ressonância série entre os capacitores e o trafo, provocado pela igualdade
entre a freqüência do trafo e a freqüência de alguma harmônica significativa na instalação.

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6.6 MANUAL DE SEGURANÇA E APLICAÇÃO DE CAPACITORES


As linhas de capacitores para corrente alternada são divididas em 3 tipos de
aplicações: Correção do Fator de Potência (C.F.P.), motores monofásicos (motor run) e
Iluminação (lighting), conforme tabela abaixo.

6.6.1 Segurança na aplicação de capacitores


Capacitores são componentes passivos do sistema, que possuem a capacidade de
armazenar energia elétrica. Capacitores, mesmo depois de desligados do sistema,
sempre devem ser manuseados com cuidado, pois podem possuir altos níveis de tensão
armazenados e podem por em risco a vida humana. Portanto, sempre descarregar e fazer
um curto-circuito nos terminais do capacitor antes de manusear. Esta regra também é
válida para todos os componentes e dispositivos que possuem alguma conexão elétrica
com os capacitores.
As normas internacionais, nacionais, estaduais e locais devem sempre ser
seguidas quando trabalhos em equipamentos e componentes em sistemas elétricos forem
executados.

Condições de Operação e Armazenagem

A. A aplicação, instalação e manutenção devem estar sempre em conformidade com as


especificações do produto e normas aplicáveis.

B. Capacitores nunca devem ser armazenados ou usados fora dos limites de temperatura
especificados.

C. Não deve ocorrer a condensação do capacitor. A umidade relativa média anual


permitida é de 75%, sendo o valor máximo de 95%.

D. Capacitores não devem ser armazenados ou usados em ambientes corrosivos,


especialmente onde há gás clorídrico, gás sulfídrico, ácidos, solventes orgânicos ou
substâncias similares.

E. Capacitores armazenados ou usados em ambientes com poeira devem sofrer passar


por manutenção regular para garantir a isolação elétrica entre fases e/ou fases e
invólucro.

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F. Os valores máximos de temperatura, tensão, corrente, potência ativa, potência reativa,
freqüência, tempos de descarga e número de chaveamentos devem estar sempre em
conformidade com as especificações do produto e normas aplicáveis.

G. Meios suficientes de dissipação de calor ou saída de gases, em caso de mau


funcionamento, devem ser providenciados. As distâncias entre os capacitores e fontes de
calor (motores, reatores, etc.) devem ser suficientes para que a temperatura máxima do
capacitor não seja ultrapassada.

H. Torques de aperto das conexões elétricas devem estar sempre em conformidade com
as especificações do produto para garantir assim seu perfeito funcionamento.

I. Quando os capacitores sofrerem qualquer tipo de dano elétrico, mecânico ou


vazamento, eles não devem ser utilizados ou não deve ser continuado seu uso.

J. Não realizar nenhum tipo de solda nos terminais dos capacitores, pois tais
procedimentos podem causar deterioração dos materiais de vedação

6.6.2 Classes de Proteção de Segurança


Cada linha de capacitores possui uma classe de proteção de segurança, em
conformidade com a norma que é aplicada.

¾ Classificação de capacitores permanentes para motores


Conforme norma IEC60252-1 existe 3 classes de Proteção de Segurança:
P2 – Indica que o capacitor é projetado para falhar no modo de circuito aberto e é
protegido contra fogo e choques elétricos. Os capacitores WEG P2 possuem um
dispositivo de proteção interna.

P1 – Indica que o capacitor pode falhar no modo de circuito aberto ou no modo


“curto-circuito” e é protegido contra fogo ou choques elétricos.

P0 – Indica que o capacitor não tem um modo de falha especifico. Os capacitores


WEG P0 não possuem dispositivo de proteção interna.

¾ Classificação de capacitores para iluminação


Conforme a IEC61048, existem 2 classes de Proteção de Segurança:
Tipo B – Capacitor auto-regenerativo que possui um dispositivo de proteção
interna, para uso em série ou paralelo em circuitos de iluminação

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Tipo A – Capacitor auto-regenerativo que não necessariamente possui um


dispositivo de proteção interna, para uso paralelo em circuitos de iluminação. Os
capacitores WEG Tipo A não possuem dispositivo de proteção interna.

¾ Classificação de capacitores para C.F.P.


Conforme a IEC 60831-1/2, todos os capacitores para C.F.P. devem possuir
dispositivo de proteção interna. Os capacitores WEG para C.F.P. possuem dispositivo de
proteção interna sensível a pressão e são fabricados com filme auto-regenerativo.
Portanto, no caso de falha, sobrecarga ou final de sua vida útil, o modo de falha do
capacitor será em circuito aberto, protegendo o ambiente do risco de incêndios e choques
elétricos.

Observações importantes sobre segurança na aplicação de capacitores tipo A e P0


Os capacitores com classe de proteção de segurança Tipo A e P0 não possuem
um modo de falha específico e não possuem dispositivo de proteção interna.
No caso de falha ou sobrecarga, o elemento capacitivo poderá superaquecer,
derreter, produzir fumaça e até emitir chamas, podendo danificar elementos próximos a
ele. Portanto, somente devem ser aplicados em ambientes não críticos, que não
coloquem a segurança em risco de pessoas e da aplicação ou que medidas construtivas
adicionais sejam aplicadas. (Ex.: Encapsulamento metálico), para garantir a segurança de
pessoas, aplicação e prevenir incêndios.
6.6.3 Dispositivos de Proteção Interna de Capacitores
Os capacitores que possuem dispositivos de proteção interna são aplicados onde
se necessita saber como será o seu comportamento em caso de falha. Esses capacitores
são projetados para ter um modo de falha seguro, ou seja, após uma falha, o capacitor
seja um circuito aberto.
Duas tecnologias são as mais usadas para a proteção dos capacitores: canecas
metálicas com dispositivo sensível a pressão e canecas plásticas com filme de
polipropileno metalizado segmentado.

a) Caneca metálica com dispositivo sensível a pressão


O dispositivo para a proteção do capacitor é um interruptor sensível à pressão
interna. A atuação do dispositivo ocorre no final da vida útil do produto.
No decorrer da vida do capacitor, ocorrem as regenerações no filme de
polipropileno metalizado, aumentando a pressão interna da caneca metálica do capacitor.
Esta pressão interna irá exercer uma força sobre as paredes do capacitor e como na
região superior do capacitor existem “sulcos expansíveis”, conforme figura 01, a força
exercida sobre a tampa fará com que ocorra a expansão da caneca, mais precisamente
dos “sulcos”, fazendo com que ocorra a interrupção do fusível mecânico e
conseqüentemente da alimentação de energia para o elemento capacitivo.

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b) Caneca Plástica com filme de polipropileno metalizado segmentado


O dispositivo de proteção do capacitor é a segmentação na metalização do filme de
polipropileno, ou seja, em seus eletrodos. Estes segmentos, ou pequenas áreas
metalizadas, são interligados através de “fusíveis”, conforme figura 02.
A atuação do dispositivo ocorre no caso de uma falha em um segmento, atuando o
fusível, conforme figura 03, e isolando o segmento que apresentou a falha. Portanto, a
segurança deste dispositivo de proteção está em limitar a energia liberada durante a
regeneração, que é proporcional a área do segmento.

Notas importantes
Somente os dispositivos de proteção interna não são suficientes para prevenir
todos os perigos em caso de mau funcionamento.
Em alguns casos o dispositivo de proteção interna pode não atuar de forma
eficiente, entre os motivos podemos destacar os seguintes:
¾ Descargas atmosféricas;
¾ Tensão aplicada ao capacitor maior que 1,3 x Vn (limite máximo de 550V);
¾ Ultrapassagem da temperatura máxima de armazenagem ou de utilização do
capacitor;
¾ Má conexão dos terminais fazendo com que os mesmos fiquem sobreaquecidos
ocasionando vazamento da resina do capacitor;
¾ Conexão dos cabos de alimentação através de solda nos terminais faston,
podendo ocasionar vazamento de resina do capacitor;
¾ Sobrecorrentes podendo provocar o sobreaquecimento dos terminais, podendo o
capacitor apresentar vazamento da resina;
¾ Repique do controlador do fator de potência;
¾ Limite de curto-circuito nos terminais do capacitor superiores a 10kA;
¾ Aplicação e instalação incorreta;
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¾ Falta de manutenção, tais como limpeza.

6.6.4 Distorção Harmônica


Uma tensão ou corrente harmônica pode ser definida como um sinal senoidal cuja
freqüência é múltiplo inteiro da freqüência fundamental do sinal de alimentação (50/60
Hz). Têm sua principal origem na instalação de cargas não-lineares cuja forma de onda
da corrente não acompanha a forma de onda senoidal da tensão de alimentação.
As principais cargas não-lineares num circuito elétrico que distorcem a forma de
onda de corrente e/ou tensão, são: -Retificadores, variadores de velocidade, fornos a arco
e indução, no–breaks (UPS), fontes chaveadas, máquinas de solda elétrica, lâmpadas
fluorescentes, etc.

6.6.5 Posições de montagem


Uma tensão ou corrente harmônica pode ser definida como um sinal senoidal cuja
freqüência é múltiplo inteiro da freqüência fundamental do sinal de alimentação

¾ Linhas de capacitores permanentes (Motor run e Lighting)


Os capacitores permanentes para motores e iluminação podem ser montados em
qualquer posição. Porém, a posição mais favorável para a dissipação térmica é a vertical
com os terminais para cima.

¾ Linha de capacitores para Correção do Fator de Potência - diâmetro 60mm (C.F.P)


Os capacitores para correção do fator de potência, diâmetro 60mm, podem ser
montados na horizontal e na vertical com os terminais para cima. A posição mais
favorável para a dissipação térmica é a vertical com os terminais para cima.

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¾ Linha de capacitores para Correção do Fator de Potência - diâmetro 85mm (C.F.P)


Os capacitores para correção do fator de potência, diâmetro 85mm, devem ser
montados na vertical com os terminais para cima, pois é a posição mais favorável para a
dissipação térmica.

6.6.6 Fixação
A vida útil de um capacitor depende diretamente da temperatura do ambiente a
qual foi instalado. Uma correta fixação, feita em um ambiente bem ventilado e fresco,
afastado de fontes de calor, garante ao capacitor uma maior expectativa de vida.

¾ Linha de capacitores permanentes (Motor run e Lighting)


Os capacitores permanentes para motores e iluminação podem ser fixados com o
parafuso de fixação, abraçadeiras plásticas ou metálicas. Quando a fixação dos
capacitores metálicos é feita com abraçadeiras, a mesma não deve impedir ou dificultar a
expansão da caneca. Portanto, a distância mínima entre o primeiro sulco e a abraçadeira
é de 5 mm.

A temperatura máxima de operação dos capacitores deve ser respeitada, portanto,


a fixação não deve ser feita muito próxima a fontes de calor ou equipamentos com

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temperaturas elevadas, tais como motores e reatores. Vale salientar que o calor pode ser
conduzido através dos cabos de alimentação da fonte de calor ao capacitor.

¾ Linha de capacitores para Correção do Fator de Potência - diâmetro 60mm


e 85mm (C.F.P)
Os capacitores para correção do fator de potência, diâmetro 60 e 85mm, devem ser
fixados através de seu parafuso de fixação M12x16. A fixação com abraçadeiras não é
indicada. A instalação dos capacitores deve ser feita em ambiente ventilado e fresco,
afastado de fontes de calor, como reatores de filtros, fornos, estufas, próximo ao teto e a
luz solar.
Deve ser dada especial atenção a ventilação dos painéis, seja ela natural ou
forçada, bem como as entradas e saídas devem estar sempre desobstruídas. A distância
entre unidades capacitivas deve ser de no mínimo 20mm.
Deve ser sempre previsto uma área livre sobre o capacitor, de no mínimo 20mm,
para garantir o funcionamento seguro do dispositivo de proteção interna do capacitor
(expansão) no final da sua vida útil ou em alguma situação de sobrecarga.
6.6.7 Conexão de capacitores
Um item muito importante na instalação de capacitores é a escolha correta da sua
conexão com a rede de alimentação.
Conexões de baixa qualidade, feitas de forma incorreta ou subdimensionadas
podem gerar calor e conseqüentemente reduzir a vida útil e/ou desabilitar o dispositivo de
proteção interna do capacitor.
Os cabos de alimentação e as conexões devem ter uma capacidade mínima de
1,43 vezes à corrente nominal do capacitor, para evitar qualquer aquecimento dos
mesmos e conseqüentemente do capacitor.

¾ Linha de capacitores permanentes (Motor run e Lighting)


Na utilização de terminais tipo fast on, o conector fêmea deve ser apropriado e
proporcionar uma firme fixação dos terminais.
Nunca deve ser feita a interligação de capacitores através de seus terminais. Não
são permitidos dobras ou outros esforços mecânicos nos terminais. Na utilização de
terminais tipo fio, a conexão e/ou emenda deve ser apropriada.
Para capacitores permanentes com dispositivo de proteção interna sensível a
pressão, deve-se ter os mesmos cuidados que a linha para C.F.P. (item 7.2.).

¾ Linha de capacitores para Correção do Fator de Potência - diâmetro 60mm


e 85mm (C.F.P)
Os cabos de alimentação devem ser do tipo flexível. Não é permitida a alimentação
dos capacitores através de barramentos.
Esta condição é obrigatória para garantir a expansão do capacitor e evitar esforços
nos terminais dos capacitores.
Os cabos de alimentação nunca devem ser soldados nos terminais, para evitar
aquecimentos e possíveis vazamentos de resina. Os cabos de alimentação devem ser
conectados nos terminais parafuso + arruela. Os terminais fast on são destinados a
conexão dos resistores de descarga.
Nunca deve ser feita a interligação de capacitores através de seus terminais. Neste
caso, a corrente aumenta e provoca o aquecimento do capacitor, que pode reduzir sua
vida útil e/ou desabilitar o dispositivo de proteção interna.

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6.6.8 Descarga de Capacitores


Capacitores sempre devem ser descarregados antes de colocá-los em operação
novamente. O valor residual máximo é de 10% da tensão nominal, porém, o mais indicado
é a descarga total do capacitor. A descarga total do capacitor previne contra picos de
corrente, garantindo a vida útil dos capacitores e dos componentes conectados ao
sistema.
A descarga dos capacitores também é necessária para proteção contra riscos de
choques.

¾ Linha de capacitores permanentes (Motor run e Lighting)


Em circuitos de iluminação, deve ser previsto uma forma de descarga dos
capacitores. Geralmente, a descarga dos capacitores é feita através de resistores de
descarga fornecidos internamente ao capacitor ou através de resistores de descarga
externos. A WEG indica a utilização de resistores de descarga fornecidos internamente ao
capacitor, para garantia da descarga do capacitor.
Os capacitores permanentes para motores geralmente não necessitam de
resistores de descarga, pois a descarga do mesmo é feita através dos enrolamentos do
motor. Porém, sempre deve ser analisado se o tempo de descarga é suficiente, como por
exemplo, no caso de motores monofásicos com reversão instantânea.

¾ Linha de capacitores para Correção do Fator de Potência - diâmetro 60mm


e 85mm (C.F.P)
Os capacitores para correção do fator de potência devem ser descarregados antes
de entrar em operação novamente.
A tensão residual deve ser no máximo de 10% da tensão nominal. A descarga do
capacitor previne contra picos de corrente, garantindo a vida útil dos capacitores e dos
componentes conectados ao sistema.

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6.6.9 Componentes de Proteção e Chaveamento
Capacitores devem ser protegidos contra curto-circuito por fusíveis ou disjuntores
termomagnéticos com alta capacidade de interrupção. São recomendados contatores
especiais, com resistores de pré-carga, para a manobra de capacitores.
Os resistores de pré-carga têm a função de amortecer a corrente de surto (in rush).

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6.7 ANEXO A: Tabela do fator multiplicador (F)

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6.8 ANEXO D: Contactoras para manobra de capacitores (AC-6b)

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6.9 ANEXO E: Tabela de condução de corrente de fios e cabos

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6.10 ANEXO F: Correção para chave de partida direta sem contactor

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6.11 ANEXO G: Correção para chave de partida direta com contactor

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6.12 ANEXO H: Correção para chave de partida Estrela – Triangulo

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6.13 ANEXO M: Contactoras convencionais para regime AC – 6b

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7 - MOTORES
MONOFÁSICOS

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7.1 INTRODUÇÃO
Motor elétrico é uma máquina destinada a transformar energia elétrica em mecânica.
É o mais usado de todos os tipos de motores, pois combinam as vantagens da energia
elétrica - baixo custo, facilidade de transporte, limpeza e simplicidade de comando – com
sua construção simples, custo reduzido, grande versatilidade de adaptação às cargas dos
mais diversos tipos e melhores rendimentos.
A tarefa reversa, aquela de converter o movimento mecânico na energia elétrica, é
realizada por um gerador ou por um dínamo. Em muitos casos os dois dispositivos
diferem somente em sua aplicação e detalhes menores de construção. Os motores de
tração usados em locomotivas executam freqüentemente ambas as tarefas se a
locomotiva for equipada com os freios dinâmicos.

A maioria dos motores elétricos trabalha pelo eletromagnetismo, mas existem


motores baseados em outros fenômenos eletromecânicos, tais como forças eletrostáticas.
O princípio fundamental em que os motores eletromagnéticos são baseados é que
há uma força mecânica em todo o fio quando está conduzindo a eletricidade contida
dentro de um campo magnético.
A força é descrita pela lei da força de Lorentz e é perpendicular ao fio e ao campo
magnético. Em um motor giratório, há um elemento girando, o rotor. O rotor gira porque
os fios e o campo magnético são arranjados de modo que um torque seja desenvolvido
sobre a linha central do rotor.
A maioria dos motores magnéticos são giratórios, mas os tipos lineares existem
também. Em um motor giratório, a parte giratória (geralmente no interior) é chamada o
rotor, e a parte estacionária é chamada o estator.

Motores de corrente contínua


São motores de custo elevado e, além disso, precisam de uma fonte de corrente
contínua, ou de um dispositivo que converta a corrente alternada comum em contínua.
Podem funcionar com velocidade ajustável entre amplos limites e se prestam a
controles de grande flexibilidade e precisão. Por isso seu uso é restrito a casos especiais
em que estas exigências compensam o custo muito mais alto da instalação, ou no caso
da alimentação usada ser contínua, como no caso das pilhas em brinquedos.

Motores de corrente alternada


São os mais utilizados, porque a distribuição de energia elétrica é feita
normalmente em corrente alternada. Seu princípio de funcionamento é baseado no campo
girante, que surge quando um sistema de correntes alternadas trifásico é aplicada em
pólos defasados fisicamente de 120º.

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Dessa forma, como as correntes são defasadas 120º elétricos, em cada instante,
um par de pólos possui o campo de maior intensidade, causando a associação vetorial
desse efeito o campo girante.

Os principais tipos de motores monofásicos:

1. Motor síncrono: funciona com velocidade estável; utiliza-se de um induzido que


possui um campo constante pré-definido e, com isso, aumenta a resposta ao processo de
arraste criado pelo campo girante. É geralmente utilizado quando se necessita de
velocidades estáveis sob a ação de cargas variáveis. Também pode ser utilizado quando
se requer grande potência, com torque constante.
2. Motor de indução: funciona normalmente com velocidade constante, que varia
ligeiramente com a carga mecânica aplicada ao eixo. Devido a sua grande simplicidade,
robustez e baixo custo, é o motor mais utilizado de todos, sendo adequado para quase
todos os tipos de máquinas acionadas encontradas na prática.
Os motores de indução monofásicos são a alternativa natural aos motores de
indução polifásicos, nos locais onde não se dispõe de alimentação trifásica, como
residências, escritórios, oficinas e em zonas rurais. Apenas se justifica a sua utilização
para baixas potências (1 a 2 KW).
Atualmente é possível controlarmos a velocidade dos motores de indução com o
auxílio de conversores de freqüência.
A classificação dos motores elétricos quando vista de uma forma um pouco mais
detalhada é um tanto complexa e quase sempre leva a confusões mesmo de estudiosos
do assunto:

Tipos de motores monofásicos:

¾ Motores CA Monofásico (corrente alternada)


Assíncrono (de indução) Monofásico
Rotor gaiola ou em curto-circuito
Fase dividida
Capacitor de partida
Capacitor permanente
Polos Sombreados
Dois capacitores
Rotor enrolado ou bobinado
Repulsão
Repulsão de partida

Síncrono Monofásico
Ímã permanente
Histerese
Relutância
De passo

Isto é uma pequena amostra da enorme quantidade de motores elétricos


monofásicos que existem. Um estudo profundo seria necessário para conhecer todos
eles.

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Comparação entre motores monofásicos e trifásicos.

Construtivamente, os motores monofásicos são semelhantes aos trifásicos, com a


diferença de possuírem um único enrolamento de fase.
Sua grande vantagem é a de poderem ser ligados à tensão de fase das redes
elétricas, normalmente disponíveis em residências e pequenas propriedades rurais - ao
contrário do que se sucede com as redes trifásicas.
Em contrapartida, possuem o inconveniente de serem incapazes de partir sem a
ajuda de um circuito auxiliar, o que não ocorre com os motores trifásicos.
Em uma comparação com motores trifásicos, os monofásicos apresentam muitas
desvantagens:
¾ Apresentam maiores volume e peso para potências e velocidades iguais (em média
4 vezes); em razão disto, seu custo é também mais elevado que os de motores
trifásicos de mesma potência e velocidade;
¾ Necessitam de manutenção mais apurada devido ao circuito de partida e seus
acessórios;
¾ Apresentam rendimento e fator de potência menor para a mesma potência em
função disso apresenta maior consumo de energia (em média 20% a mais);
¾ Possuem menor conjugado de partida;
¾ São difíceis de encontrar no comércio para potências mais elevadas (acima de 10
cv).

TABELA 1 - Comparação entre rendimento (η) e fator de potência (cos Ø) de


motores mono e trifásicos para a mesma faixa de potência.

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7.2 PARTIDA DE MOTORES MONOFÁSICOS.

Por terem somente uma fase de alimentação, não possuem um campo girante como
os motores trifásicos, mas sim um campo magnético pulsante. Isto impede que tenham
torque de arranque, tendo em conta que no rotor se induzem campos magnéticos
alinhados com o campo do estator.
Para solucionar o problema de arranque utilizam-se enrolamentos auxiliares, que são
dimensionados e posicionados de forma a criar uma segunda fase fictícia, permitindo a
formação do campo girante necessário para o arranque.
A Fig. abaixo mostra a formação do campo magnético devido a uma só fase. Como se
vê, este campo é pulsante, tendo sempre a mesma direção e não permitindo a indução de
correntes significativas nos enrolamentos rotóricos.

Porém, se de alguma forma se puder conseguir um segundo campo com


defasagem de 90° em relação à alimentação, se terá um sistema bifásico, com a
conseqüente formação de um campo girante capaz de promover a partida, como mostra a
Fig. abaixo.
Existem várias maneiras de proporcionar esta defasagem. Cada uma delas
corresponde a um determinado tipo de motor monofásico, como se verá na próxima
seção.

Fig. 2 – Campo magnético girante B formado por alimentação bifásica

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É importante salientar que após atingir certa velocidade (entre 65 - 80% de sua
velocidade síncrona), o motor pode continuar trabalhando com uma só fase. Isto quer
dizer que, após acelerado, o circuito auxiliar de partida pode ser "desligado" sem que o
motor pare.

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7.3 TIPOS DE MOTORES DE INDUÇÃO MONOFÁSICOS

7.3.1 Motor de Fase Dividida


Possui um enrolamento auxiliar espacialmente defasado de 90° em relação ao
enrolamento principal. Quando é atingido 75% da velocidade nominal, este enrolamento
auxiliar é desconectado do circuito do motor por intermédio de uma chave centrífuga. Já
que é dimensionado para atuar somente durante a partida, se não for desconectado
acabará por queimar.
Na prática, o ângulo de defasagem entre os campos nos dois enrolamentos (principal
e auxiliar) é bem menor que 90° o que resulta em conjugado de partida igual ou pouco
superior ao nominal. Por isso esse tipo de motor é usado para cargas de pequena
potência e conjugados de partida moderados (por exemplo: ventiladores, exaustores,
bombas centrífugas, etc.).
A rotação destes motores pode ser trocada invertendo a ligação dos enrolamentos da
fase auxiliar.

7.3.2 Motor com Capacitor de Partida


Em determinados casos, o torque fornecido pelos motores com enrolamentos de
divisão de fase é insuficiente para arrancar com uma carga. Nesta situação utilizam-se os
motores com arranque por capacitor (condensador).
O que diferencia este motor do de fase dividida é a inclusão de um capacitor em
série com a fase auxiliar, o que permite a obtenção de ângulos de defasagem bem
maiores e, conseqüentemente, conjugados de partida bem mais elevados (entre 200 e
350% do conjugado nominal).
O circuito do enrolamento auxiliar também é desligado através de chave centrífuga
quando o motor atinge entre 75 e 80% da rotação síncrona.
É fabricado na faixa de potências de 1/4 a 15 cv e é usado numa grande variedade
de aplicações.

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7.3.3 Motor com dois Capacitores ou Capacitor Permanente


Os Motores Elétricos Monofásicos de Capacitor Permanente são extremamente
econômicos, pois operam com elevado fator de potência, proporcionando um elevado
rendimento.
É uma "mistura" dos 2 anteriores: possui um capacitor de partida, desligado através
de chave centrífuga quando o motor atinge cerca de 80% de sua rotação síncrona, e um
outro que se encontra permanente mente ligado.
Com isso, possui todas as vantagens daqueles motores: alto conjugado de partida,
alta eficiência e fator de potência elevado.
No entanto seu custo é elevado e só é fabricado para potências superiores a 1 cv.

Aplicações:

Máquinas para uso doméstico: lavadoras, secadoras e passadoras de roupas, trituradores


de carne, amassadeiras, exaustores de cozinha, bombas residenciais, cortadores de
grama, etc.

Máquinas para uso industrial e rural: bombas industriais, pulverizadores, irrigadores,


equipamentos de lavagem, exaustores, ventiladores, sopradores, succionadores, etc.

Máquinas para indústrias de confecções: Máquinas de costurar, cortar, bordar, tecer, etc.

Equipamentos Odontológicos e Hospitalares: Compressores e elevadores de cadeiras


odontológicas inaladores, máquinas de lixar e lapidar lentes.

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Portas e Portões de Garagem: Desenvolvidos especialmente para acionamento de portas
e portões de garagem, os Motores Elétricos Monofásicos de Capacitor Permanente
possuem os enrolamentos efetivo e auxiliar, iguais e são fornecidos normalmente em
220V. São reversíveis de comandos simples, totalmente fechados com ventilação externa,
propiciando sua instalação nos mais variados tipos de ambientes.
7.3.4 Motor de Campo Distorcido ou Pólos Sombreados
Também chamado de motor de pólos sombreados, este motor consegue criar um
campo girante através de modificações feitas em seus pólos, o que pode ser feito de
várias maneiras.
Um dos mais comuns é o de pólos salientes (figura abaixo), onde uma parte de
cada pólos (entre 25% e 35%) é abraçada por uma espira de cobre em curto-circuito. O
fluxo magnético produzido nesta espira fica atrasado em relação ao fluxo da parte não
abraçada pela mesma, resultando num campo girante que sempre se move na direção da
parte não abraçada para a parte abraçada do pólo.

Estes motores apresentam um único sentido de rotação. A maneira mais prática de


obter-se rotação no sentido oposto é mudar a posição da ponta do eixo em relação ao
estator, outros métodos são possíveis, porém muito onerosos.
Devido ao seu método de partida, é o motor mais simples, confiável e econômico.
Porém, seu conjugado de partida é bastante baixo (15% a 50% do Cnom) e apresenta fator
de potência e rendimento baixos. Por este motivo é fabricado para pequenas potências
(tipicamente de alguns milésimos de cv até 1/4 cv), podendo ser usado em processos de
movimentação de ar (ventiladores, exaustores, secadores de roupa e de cabelo),
pequenas bombas, compressores, projetores de slides, toca-discos e outros
eletrodomésticos.

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7.4 PLACA DE IDENTIFICAÇÃO DOS MOTORES


Quando o fabricante projeta um motor e oferece à venda, ele tem que partir de certos
valores adotados para:

¾ Características da rede elétrica


¾ Características da carga a ser acionada
¾ Condições em que o motor irá funcionar

O conjunto desses valores constitui as características nominais do motor. O fabricante


comunica estas informações ao cliente através da placa de identificação do motor.
Evidentemente, é impossível colocar na placa todas as informações por extenso, de
modo que é preciso recorrer a certas abreviações que são gravadas na placa de
identificação do motor conforme descrição abaixo:

7.4.1 MOD: Modelo


Refere-se ao modelo do motor especificado pelo fabricante.
7.4.2 In: Corrente Nominal
Corrente nominal lida na placa de identificação do motor, ou seja, aquela que o
motor absorve da rede quando funcionando a potencia nominal, sob tensão e freqüência
nominais.
Quando houver mais de um valor na placa de identificação, cada um refere-se a
tensão ou a velocidade diferente.
7.4.3 Ip Corrente de Partida
Os motores elétricos solicitam da rede de alimentação, durante a partida, uma
corrente de valor elevado, da ordem de 6 a 10 vezes a corrente nominal. Este valor
depende das características construtivas do motor e não da carga acionada. A carga
influencia apenas no tempo durante o qual a corrente de acionamento circula no motor e
na rede de alimentação (tempo de aceleração do motor).
A corrente é representada na placa de identificação pela sigla lp (corrente de
partida).
OBS: Não se deve confundir com a sigla IP, que significa grau de proteção.

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7.4.4 Ip/In Corrente de rotor bloqueado.
Esta corrente surge quando o rotor permanece bloqueado.
7.4.5 RPM: Rotação
A rotação de um motor elétrico trifásico (rotor tipo gaiola) e determinada pelo numero
de pólos do motor e pela freqüência da rede elétrica. A tensão elétrica não influencia na
rotação (a menos que se aplique tensão muito inferior a nominal, o que refletira na potencia e
no torque do motor, neste caso podendo ate queimá-lo).
7.4.6 Ns: Velocidade Síncrona
É a velocidade do campo magnético girante formado internamente no motor.
Através dela pode-se saber 0 valor da rotação do motor.
A equação que determina a RPM (rotação por minuto) é:

2 * 60 * f
ns =
p
Onde: Ns= Velocidade síncrona em RPM
F= Freqüência da rede em Hz
P = número de pólos

Exemplo: em um motor de 2 pólos em rede de 60hz a rotação será de 3600 rpm.


7.4.7 N: Velocidade Assíncrona
Um pouco inferior à velocidade síncrona, a velocidade assíncrona é a rotação
medida no eixo do motor. Em síntese, é a verdadeira rotação do motor, descontando-se
as perdas, daí o nome de motor assíncrono ( em português assíncrono significa fora do
sincronismo, no caso entre a velocidade do campo magnético e a do eixo do motor). O
valor lido na placa dos motores, portanto valor nominal é o valor da velocidade
assíncrona.
7.4.8 ES: Escorregamento
É a diferença entre a velocidade do campo magnético (velocidade síncrona) e a
rotação do motor, sendo também chamado de deslizamento.
O escorregamento de um motor normalmente varia em função da carga: quando a
carga for zero ( motor a vazio) o escorregamento será praticamente nulo, quando for a
nominal, o escorregamento também será nominal.
O escorregamento pode ser dado em rpm ou em %.
Exemplo: motor de quatro pólos - 60 Hz - 1746 rpm. 0 escorregamento e de 54 rpm
ou 3% (ns = 1800 rpm).
Na placa de identificação geralmente é informada a rpm nominal (a plena carga) e
não o escorregamento do motor, havendo necessidade de calcular Io caso interesse.
7.4.9 T: Torque
Torque e a medida do esforço necessário para se girar um eixo. Freqüentemente é
confundido com "força", que é um dos componentes do torque. É o produto da distancia e
da força, também conhecido por conjugado, momento, par e binário.

T = F *d

Onde: T=Torque
F= Força em Kgf

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D=Distancia em m

Quando se coloca uma carga a ser movimentada por um motor, a força que ele
pode fazer estará ligada diretamente ao comprimento da alavanca a partir do centro do
eixo. Logo, não se pode determinar um valor fixo para a força de um motor
Quando se especifica a força relacionando-a com o comprimento da alavanca, ou
seja, determina o torque deste motor, e possível saber qual a· carga máxima que este
poderá acionar para cada alavanca construída.
O mesmo motor pode erguer cargas muito diferentes dependendo da alavanca do
sistema. Porem deve-se observar que o torque do motor não seja ultrapassado.
7.4.10 Potencia Mecânica
A potencia mede a rapidez com que a energia é aplicada ou consumida. Para
levantar uma carga de 45 kgf a uma altura de 100 m, a energia necessária será de:

E = 45 kgf x 100 m:= 4500kgfm

Quando se usa um motor elétrico capaz de erguer esta carga em 30 segundos, a


potencia necessária será de:

P = 4500 kgfm I 30 s =150 kgfm/s

A unidade mais usual para pertencia e o cv (cavalo-vapor), equivalente a 75 kgfm/s.


Assim, a potencia do motor acima será:

150
p= = 2cv
75

Observação: A unidade de medida de energia mecânica, kgfm, e a mesma usada


para conjugado, mas trata-se de grandezas de diferente natureza que não devem
ser confundidas, pelo que se costuma representá-las invertidas: conjugado: mkgf e
energia mecânica: kgfm.
7.4.11 Potencia Elétrica (W)
A potencia elétrica absorvida por uma carga monofásica resistiva é calculada
multiplicando-se a tensão pela corrente

P =V *I

Em um sistema trifásico, a potencia elétrica e calculada da seguinte forma:

P =V *I * 3

Esta expressão é valida para circuitos formados por resistências. Em circuitos


reativos, como nos motores (reatância indutiva - XI), onde existe defasagem, esta deve
ser levada em conta, ficando a expressão assim:

P = V * I * 3 * cos θ

Onde: P = potencia em Watts (W)


V = tensão de linha em V

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I = corrente da linha em amperes
Cosθ = coseno do ângulo de defasagem entre V e I. (fator de potencia)

Para expressar a potencia elétrica em cv (cavalo vapor) ou HP (Horse-Power), a


relação é:
1 CV = 736W;
1 HP = 746W;
7.4.12 η: Rendimento
A energia elétrica absorvida da rede por um motor elétrico é transformada em
energia mecânica disponível no eixo. A potencia ativa fornecida pela rede não será cedida
na totalidade como sendo potencia mecânica no eixo do motor.
A potencia cedida sofre uma diminuição relativa as perdas que ocorrem no motor.
O rendimento define a eficiência desta transformação sendo expresso por um numero <1
ou em percentagem.

Pfornecida(mecanica)
η=
Psoliciada(elétrica)

A potencia fornecida disponível no eixo é calculada por:

P = V * I * 3 * cos θ *η

A potência recebida da rede é calculada:

P = V * I * 3 * cos θ

Exemplo 1: Qual e a potencia fornecida por um motor trifásico, com rendimento de 90%,
que recebe uma potencia de 15,5 kWh
P = 15,5 kW x 0,90
P = 13,95 kW

Exemplo 2: Qual é o rendimento de um motor trifásico em plena carga que tem os


seguintes dados de placa: P = 5,4 kW; V = 380 V; I = 9,5 A; F.P = 0,927
P = V * I * 3 * cos θ *η
5,4 kW = 380 V x 9,5 x 3 x 0,92 x η
η = 0,94 ou 94%
7.4.13 FS: Fator de Serviço
Fator de serviço é um multiplicador que, quando aplicado a potencia nominal do
motor elétrico, indica a carga que pode ser acionada continuamente sob tensão e
freqüência nominais e com limite de elevação de temperatura do enrolamento.
Note que se trata de uma capacidade de sobrecarga contínua, ou seja, uma
reserva de potencia que dá ao motor uma capacidade de suportar melhor o
funcionamento em condições desfavoráveis.
A utilização do fator de serviço implica uma vida útil inferior aquela do motor com
carga nominal. 0 fator de serviço não deve ser confundido com a capacidade de
sobrecarga momentânea que o motor pode suportar. Para este caso, o valor é geralmente
de ate 60% da carga nominal durante 15 segundos.

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Exemplo 1:motor 5 cv e FS 1,10
Carga máxima admissível no eixo = 5 cv x 1,10 = 5,5 cv

Exemplo2: motor In 8,7 A e FS 1,15


Corrente máxima admissível = 8,7 A x 1,15 = 10,005 A

Exemplo3:motor com In 12,4A e FS 1,00


Corrente máxima admissível = 12,4 A x 1,00 = 12,4 A
7.4.14 REG.S: Regime de Serviço
Cada tipo de maquina exige uma condição de carga diferente do motor. Um
ventilador ou uma bomba centrífuga, por exemplo, solicita carga contínua, enquanto uma
prensa puncionadora, um guindaste ou uma ponte rolante solicita carga alternada
(intermitente).
O regime de serviço define a regularidade da carga a que o motor é submetido. A
escolha do tipo do motor deve ser feita pelo fabricante da maquina a ser acionada,
comprando o motor mais adequado a seu caso. Quando os regimes padrões não se
enquadram exatamente com o perfil da maquina, deve escolher um motor para condições
no mínimo mais exigentes que a necessária.
Os regimes padronizados estão definidos a seguir:

¾ Regime continuo (S1): Funcionamento a carga constante de duração suficiente para


que se alcance o equilíbrio térmico.

¾ Regime de tempo limitado (S2): Funcionamento constante, durante um certo tempo,


inferior ao necessário para atingir o equilíbrio térmico, seguido de um período de
repouso de duração suficiente para restabelecer a igualdade de temperatura com o
meio refrigerante.

¾ Regime intermitente periódico (S3): Seqüência de ciclos idênticos, cada qual incluindo
um período de funcionamento a carga constante e um período de repouso, sendo tais
períodos muito curtos para que se atinja o equilíbrio térmico. Durante um ciclo de
regime e no qual a corrente de partida não afeta de modo significativo a elevação de
temperatura.

¾ Regime intermitente periódico com partidas (S4): Seqüência de ciclos de regime


idênticos, cada qual constituído de um período de partida, um período de
funcionamento a carga constante e um período de repouso, sendo tais períodos muito
curtos para que se atinja o equilíbrio térmico.

¾ Regime intermitente periódico com frenagem elétrica (S5): Seqüência de ciclos de


regime idênticos, cada qual constituído de um período de partida, um período de
funcionamento a carga constante, um período de frenagem elétrica e um período de
repouso, sendo tais períodos muito curtos para que se atinja o equilíbrio térmico.

¾ Regime de funcionamento contínuo com carga intermitente (S6): Seqüência de ciclos


de regime idênticos, cada qual constituído de um período de funcionamento a carga
constante e um período de funcionamento a vazio, não exigindo o período de repouso.

¾ Regime de funcionamento contínuo com frenagem elétrica (S7): Seqüência de ciclos de


regime idênticos, cada qual constituído de um período de partida, um período de

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funcionamento a carga constante e um período de frenagem elétrica, não exigindo o
período de repouso.

¾ Regime de funcionamento contínuo com mudança periódica na relação


carga/velocidade de rotação (S8): Seqüência de ciclos de regime idênticos, cada qual
constituído de um período de partida, um período de funcionamento a carga constante,
correspondente a uma velocidade de rotação predeterminada, seguidos de um ou mais
períodos de funcionamento a outras cargas constantes, correspondentes a diferentes
velocidades de rotação. Não existe o período de repouso.

¾ Regimes especiais: A carga pode variar durante os períodos de funcionamento, existe


reversão ou frenagem por contra-corrente e etc.

Nas placas dos motores consta seu tipo de regime (SX). Alguns regimes são
acompanhados de dadas suplementares (Exemplo: S2 60 minutos).
7.4.15 ISOL: Classe de Isolamento
É a determinação da temperatura máxima de trabalho que o motor pode suportar
continuamente sem ter prejuízos em sua vida util.
A classe de cada motor e em função de suas características construtivas. As
classes de isolamento padronizadas para maquinas elétricas segundo a norma NBR –
7094 são:

CLASSE A - 105°C;
CLASSE E - 120°C;
CLASSE B - 130°C;
CLASSE F - 155°C;
CLASSE H - 180°C.
7.4.16 IP: Grau de Proteção
É a indicação das características físicas dos equipamentos elétricos, referenciando-
se a permissão da entrada de corpos estranhos para seu interior. É definido pelas letras IP
seguidas por dois algarismos que representam:

1°Algarismo: indica o grau de proteção contra a penetração de corpos sólidos


estranhos e contato acidental

0 – sem proteção
1 - corpos estranhos de dimensões acima de 50 mm
2 - corpos estranhos de dimensões acima de 12 mm
4 - corpos estranhos de dimensões acima de 1 mm
5 - proteção contra acumulo de poeiras prejudicial ao equipamento
6 - proteção total contra a poeira

2° algarismo: indica o grau de proteção contra a penetração de água no interior do


equipamento:

0 – Sem proteção
1 - pingos de água na vertical
2 - pingos de água ate a inclinação de 15° com a vertical
3 - água de chuva ate a inclinação de 60° com a vertical
4 - respingos de todas as direções

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5 - jatos de água de todas as direções
6 - água de vagalhões
7 - imersão temporária
8 - imersão permanente

Exemplo: grau de proteção IP54: proteção completa contra toques acumulo de poeiras
nocivas e respingos de todas as direções.
7.4.17 CAT: Categoria
Um motor elétrico não apresenta 0 mesmo conjugado para diferentes rotações. A
medida que vai acelerando, 0 valor do conjugado altera, adquirindo valores que vão
depender das características de construção do motor (normalmente do formato do rotor).
A variação do conjugado não é linear e não existe relação de proporcionalidade com a
rotação.
Existem três categorias de conjugados definidos por norma que determinam a
relação do conjugado com a velocidade e a corrente de partida dos motores trifásicos de
indução com rotor de gaiola, sendo cada uma adequada a um tipo de carga.

Categoria N - conjugado de partida normal, corrente de partida normal, baixo


escorregamento. A maior parte dos motores encontrados no mercado pertencem a esta
categoria, e são indicados para 0 acionamento de cargas normais como bombas e
maquinas operatrizes.

Categoria H - conjugado de partida alto, corrente de partida normal, baixo


escorregamento.
Empregado em maquinas que exigem maior conjugado na partida como peneiras,
transportadores carregadores, cargas de alta inércia e outros.

Categoria D - conjugado de partida alto, corrente de partida normal, alto escorregamento


(superior a 5%). Usado em prensas concêntricas e maquinas semelhante, onde a carga
apresenta picos periódicos, em elevadores e cargas que necessitem de conjugado de
partida muito alto e corrente de partida limitada

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7.5 TOLERÂNCIAS A VARIAÇÕES DE TENSÃO EM MOTORES MONOFÁSICOS


Um motor elétrico não deve ter 0 rendimento alterado de maneira considerável
quando funcionando com tensões 10% acima ou abaixo do valor nominal, desde que
tenha a freqüência no valor nominal. Se a freqüência variar ao mesmo tempo da tensão, 0
somatório das duas variações não deve ultrapassar 0 limite de 10%.

Para a freqüência 0 valor limite e de 5%, tanto superior como inferior. Esses valores
são determinados por normas especificas.

Um motor elétrico trifásico pode ser ligado em freqüências diferentes, desde que se
observem as variações das características que ocorrerão. Alias, isto é feito com muita
intensidade em maquinas que necessitam controle de velocidade.

Exemplo:
ligando-se um motor para 50 Hz em 60 Hz:
a potencia é a mesma;
a corrente nominal é a mesma;
a corrente de partida diminui em 17%;
conjugado de partida diminui em 17%;
conjugado máximo diminui em 17%;
a velocidade nominal aumenta em 20%.

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7.6 LIGAÇÃO DE MOTORES MONOFÁSICOS À REDE DE ALIMENTAÇÃO


Assim como os motores trifásicos, os monofásicos são projetados para trabalhar em
duas tensões distintas, como 110V ou 220V. Para isso, o enrolamento principal é dividido
em duas partes (enrolamentos 1 - 3 e 2 - 4), sendo que cada parte pode funcionar com no
máximo 127V como mostra a Fig.(a) abaixo e uma terceira parte corresponde ao circuito
auxiliar de partida (que, nesta figura é do tipo capacitor de partida), o enrolamento 5 - 6;
Na Fig. (b) abaixo se mostra a caixa de terminais do motor, com os bornes à vista.

As ligações devem ser feitas de tal forma que a tensão nos enrolamentos seja
sempre a mais baixa entre aquelas especificadas na placa do motor. Admite-se certa
flexibilidade nesta tensão: por exemplo, os enrolamentos podem trabalhar na faixa de 110
a 127 V sem problemas.

Exemplo 1 - Fazer o diagrama de ligações de um motor de indução monofásico de 110-


220 se o mesmo deve ser ligado à rede de: (a)220 V (b)127 V

Solução:
A tensão em cada enrolamento deverá ser 110 V (ou 127, o que dá na mesma).
(A) Neste caso, as duas partes do enrolamento principal são ligadas em série e o
enrolamento auxiliar é ligado em paralelo com uma dessas duas metades, conforme se vê
na Fig. (a).
(B) Como a fase é 127 V, os enrolamentos são ligados em paralelo, como mostra a
Fig.(b).

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Como se pode observar pelos esquemas da Fig. 9, o circuito auxiliar com a chave
centrífuga desconecta o motor quando este estiver convenientemente acelerado.

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7.7 PRINCIPAIS PARTES CONSTITUINTES DE UM MOTOR


As partes de um motor elétrico têm nomes técnicos específicos. Basicamente um
motor é composto pelo estator e pelo rotor conforme descritos abaixo

¾ Rotor:
É a parte girante da máquina, montada sobre o eixo da máquina, construído de um
material ferromagnético envolto em um enrolamento chamado de enrolamento de
armadura.
O rotor é composto de:
a) Eixo da Armadura: responsável pela transmissão de energia mecânica para fora do
motor, pelo suporte dos elementos internos do rotor e pela fixação ao estator, por meio de
rolamentos e mancais.
b) Núcleo da Armadura: composta de lâminas de Fe-Si, isoladas umas das outras,
com ranhuras axiais na sua periferia para a colocação dos enrolamentos da armadura.
c) Enrolamento da Armadura: São bobinas isoladas entre sí e eletricamente ligadas
ao comutador.
d) Comutador: consiste de um anel com segmentos de cobre isolados entre sí, e
eletricamente conectados às bobinas do enrolamento da armadura.

¾ Estator:
É a parte estática, montada em volta do rotor, de modo que o rotor possa girar
internamente.
O estator é composto de:
a) Carcaça: serve de suporte ao rotor, aos pólos e de fechamento de caminho
magnético.
b) Enrolamento de campo: são bobinas que geram um campo magnético intenso nos
pólos.
c) Pólos ou sapatas polares: distribui o fluxo magnético produzido pela bobinas de
campo.
d) Escovas: são barras de carvão e grafite que estão em contato permanente com o
comutador.

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