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Forca E Movimento — II 6-1 Atrito As forgas de atrito inevitavelmente fazem parte do nos- 0 cotidiano, Se deixassemos que agissem sozinhas. to- das as roday em movimento parariam, bem como tudo que estivesse em movimento rotacional. Num automé- vel, cetea de 20% da gasolina é consumida para superar © aurito nas partes do motor, eixos ¢ rodas. Por outro la- do, se 0 atrito fosse totalmente eliminado, no poderia- ‘mos caminhgr nem andar de bicicleta. Nao poderiamos segurar um Jépis ¢. se pudéssemos, nao conseguiria- tos escrever, Nao poderiamos utilizar pregos ou parafu- 508, 05 tecldos das roupas se desfariam ¢ 0s nés seriam desfeitos. Neste capitulo, vamos rabalhar amplamente com as for. «gas de atrito que existem entre as superficies sdlidas nio- lubrificadas, que se movem a velocidades relativamente Em geval, os gatos criados em apartamentos goutam de dornir nos parapeites das janclas. Quando wm deter at, acidentalmente, de urna janet sobre ‘calgada.a extent dar lees (come 0 rumero de rawwas ow de movies) dimigui cam a altura, sea queda ccorve do setimo ‘ou oitavo andares para cima. (Hd até ‘mesmo uo reconde de wn gato que cat do 2 andar de ur euifiioe sfreu operas Teves comusies mo seu tiraxe em un dente.) Brevemente veremos por que. Daixas, umas sobre as outras. Consideremos dus experi éncias simples: 1, Primeira experiéncia. Fagamos um liveo destizay sobre erta mesa. A forga de atrito, exercida pela mesa sobre o Jivro que desliza,retarda 0 seu movimento e acaba por fazé- Je parar. Se quisermos que o livro se movimente ote a ‘Mesa com velocidade constante, devemos empurté-to ou Puxé-lo com uma forga constante, de médulo igual so da forga de attito que se ope a0 movimento, 2. Segunda experiéncia. Um caixote pesado esté parado Sobre o chao em um depdsito de mercadorias. Poemos mpurré-lo horizontalmente, apticando sobre ele Uma for- 4 constante, mas ele ndo se move. Isso porque 2 fora que Alicamos ¢ equilibrada pela forca de atrito exercida na ho. tizontal pelo chio sobre o fundo do caixote, no sentido posto ao do empurrac. E interessante notar como ests Forga 110 MECANICA, de atrito se ajusta automaticamente, em médulo e sentido, cancelando a que aplicamos. F claro que, se pudermos ‘empurrar com forya suficiente, conseguiremos mover ocai- ote (veja a primeira experiencia) ‘A Fig. 6-1 mostra uma situacdo parecida em detalhes. Na Fig. 6-1a, um bloco esta paraco sobre @ mesa, seu peso P esta equilibrado por uma forga normal N de mesmo, médulo-e de sentido oposto. Na Fig. 6-16, 2Plicamos uma forga F ao bloco, tentando puxé-lo para a esquerda. Como conseqiléncia, surge uma forca de atrito f, apontando para a direita, que equilibra a que foi aplicada. A torga f, écha- mada de forga de atrito estético. As Figs. 6-Lc € 6-Ld mostram que, se avmentarmos a orga aplicada, a de atrto estético f, também aumentaré ¢ obloco permanecers estacionério, Entretanto, para um de- terminado vafor da torga apficada, 0 bfoco “tompe” 0 con- {ato solidério com a mesa se movimenta para a esquerda, ‘como na Fig. 6-Le. Entao, a forga de atrito que se opie a0, ‘movimento é chamada de forga de atrito cinético f. Em geral, a forga de atrito cinético, que ata quando ba movimento, € menor do que a forca maxima de atrito esté- tico que atua quando nao hd movimento. Logo, se quiser- mos que 0 bloco se mova na superficie da mesa com uma velocidade constante, geralmente teremos de diminuir a forga aplicada sobre o bloco, assim que comegar a se mo- ver. conforme ilustrado na Fig. 6-1f. ‘A Fig. 6-1 mostra os resultados de uma experiéncia, em que a forca sobre um bloco de 400 2 foi lentamente aumen- tada até romper a ligagdo entre as superficies, Observe a redugdo no médulo da forca necesséria para manter 0 blo- ‘co em movimento com velocidade constante, apés 0 rom- pimento da ligagio entre as superficies.* Emboraa transigio da forga de atitoesttico para ade atito cingtico parega abrupta, nio é instantinea. De fato, 0 a (o cinético entre superficics nio-lubrificedas a bainas ve- Jocidades € produzido por um proceso de “prende-e-les- liza’ o deslizamenta estando mais relacionado com orom- ‘pimento inicial da condic3o estitica. E esse prende-e-des- liza repetitivo que provoca um rangido no movimento re- lativo entre duas superficies nao-lubrificades. Por isso, um, ‘pneu “canta” durante uma derrapagem em pista seca, as do- bbradigas enferrajadas produzem um chiado ¢ » rangido de ‘um giz num quadro de escrita provoca um som desconfor- + je- Undergrad Competing Poss Sep Piston ‘Subder, The Piiysies Teacher, Maio de 1987 se Fig. 61 (a As Forgas sobre obloco em repouso (bod) Uma forga exter= ina F aplicada sobre o bloco. éequilibrada por uri forga de atito est ticof, de igual intensidade ede semida conta. Conforme Faumen= pe" a mera, ¢aceleraa repentinamente i {Gy Se sgeraabloce std se movendo com vlocidade constants ferga FP splicada deve ser maz ovale initial gue essa 0. imediatamente antes dele iniciar 0 movimento. (g) Alguns re enperimentais para a sequzncia de (ah até). ® lovensidade da forca de ato “Valor mama def Jf Gaprosimadamente Inicio de movimento Tempo Em Acelerado Velocidnde tivel, Algumas vezes, 0 atrto seco provoca sons agradd- veis como, por exemplo, o do prende-e-desliza do arco sobre as cordas de um violino. Basicamente, a forga de atrto é urna forga que atua en- tte 05 dtomos superticiais de dois corpos em contato. Se ‘duas superticies metdlicas, altamente polidas ¢ cuidadosa- mente limpas, forem colocadas em contato numa regio de alto vacuo, no consegnirio deslizar uma sobre a outra. Ao contrério, as duas pegas se soldardo a frio no mesmo ins- tante,formando um pedaco tinico de metal. Se blocos po- Tidos de calibragem forem mantidos juntos em presenga do at, aderem um ao outro quase to intensamente como no ‘aso anterior e s6 conseguem ser separadas por meio de um puxao. Em circunstancias comuns, todavia, esses con {atos interatdmicos nio so possiveis. Mesmo uma super- ficie metdlica altamente polida, como a mostrada na Fig 6-2, esté longe de ser plana, em escala atomica. Akém dis- 50, a8 superficies dos objetos comuns sofrem oxidacao, fi- cando recobertas por uma camada de éxido e outros con- ‘aminantes, 0 que reduz a possibitidade de fusdo sob pres- sao. Quando duas superficies so colocadas em contato, so- mente 0s pontos salientes se tocam. (E como se duas ca- deias de montanhas fossem colocadas uma sobre a outa.) ‘A frea microscépica real de contato € muito menor do.que a macroscépica aparente, por um fator quase igual a 10°. Em muitos pontos de contato ocorre fusio. Quando as su- perilcies so deslocadas umas sobre as outras, hd uma rup- turae uma regeneracio continua das fusdes, 4 medida que novos contatos sdo estabelecidos (Fig. 6-3). Experiéncias com tragadores radioativos mostram que, ‘quando uma superficie de metal ndo-lubrificada ¢ arrasta- ‘da sobre outra, na realidade mimisculos fragmentos de metal s4o arrancados de cada ume. Os anéis que revesterm tum pistao tm sido testados com a utilizagao de anéis irra- diados em reatores nucleares. O material arrancado desses andis transportado para fora pele dleo lubrificante, sendo detectado pela sua radioatividade. nehaiaaneer inet Abarat or iaee as Seco oniuniabtnen ener ibs ieee He ie Peon Sea ig. 6-2 Uma sero amplinda de uma superficie de metal inrensamnente plida.& altura das irogularidades da superficie igual aviros mila resde dametios aomicas. FORGAE MOVIMENTO—i 111 Fig 633 0 mecanismno do atrto de desizamento, (@) Numa visto ma- = f= mg sent = ma, = (my(0) = 0, (10) ‘nde a, = 0, pois m se move com velocidade conslame. Em seguida, aplicamos ¢ segunds fei de Newton para mem telagig ao eid) 8 Fig. 6-7e,cansidrando que m,se move com Velocidade gonstante: Em mag = aaa = (0) OP za T= mg. em Substiuindo T da Bq. 6-17 na Bq. 6-16 e resolvendo pga f, bternas fom mag — me sen? = (14 bg) (98 m/e) ~ (14g) (9.8 m/#4c4en 90") = OR5N~09N Resposts) Qual o valor de .? ‘Solugio Podemos usar a Bq, 6:2 para calcuar fT pyimeirotemos ‘de saber o médilo da normal N sobre m, Para calcula ¥.aplicamos a ‘segunda lei de Newton para my, sobre 0 eito y na Fig. 6.75: =n 1d, = 0, N— mgcos N= mg cose, Da Eg. 6-2 temos neha he me core 6a6N Ta Hg) OB misty lcos 30) (Resposta) 6-3 Forca de Viscosidade e Velocidade Limite Um fluido ¢ qualquer substancia que pode escoar — em eral, um Iiguido ou um g4s. Quando hé uma velocidade relativa entre um corpo e um fluido (ou porque 0 corpo se move alravés do SJwido on porgue este se move em olla do corpo), este experimenta uma forga de viscosidade F. ue se opie ao movimento relativo e aponta no sentido da corrente do fluido em relagao 20 corpo. ‘Vamos estudar apenas Os casos em que 0 fluide € o ar, © corpo € arredondado e volumoso (como uma bola ou uum gato caindo), em vez de fino e pontiagudo (como ‘um dardo), ¢ 0 movimento relativo € répido o suficiente pa- ra causar uma turbuléneia no at (em forma de redemoi- tnho) atrés do corpo. Nesses casos, 0 médulo da forca de viscosidade F, esté relacionado a velocidade escalar re~ lativa v pelo coefielente de viseosidade C, de scardo cos epee com & te PRETEEN naa onde péa densidade do ar(massa por volume)eA éa grea da segdo reta efetiva do corpo (considerada perpendicu- larmente & velocidade v). O coeficiente de viscasidade C (Gipicamente varia de 0.4.8 1,0) na verdade no € constante ‘para um determinado corpo porque, se v vatia significati- ‘vamente, 0 valor de C também varia. Nao vamos conside- rar, aqui, este complicador. ‘Uma esquiadora, descendo velozmente determinada _montanha, sabe bem que a forca de viscosidade depende de Ae 1, Para atingir grandes velocidades, deve reduzir F tanto quanto possivel e, por exemplo, esquiar “egacha- da” (Fig, 6-8) para reduzir A. A Ba. 6-18 indica que, quando um objeto iniciatmen- te em repouso cai através do ar, F, cresce gradativamen- te com o aumento da velocidade do corpo, a partic de 22 ro, Como indica a Fig. 6-9, s¢ 0 coo cair de uma altu- ‘ra muito grande, F, acabaré por se tornar igual ao peso do compo P (= mg) e a forea vertical resultante sobre ele serd nula, Pela segunda lei de Newton, a aceleragio também serd nula e, por isso, a velocidade escalar do cor- po nao aumentaré mais. Entio, ele cairé com uma velock dade limite constante v, fazendo F, = mg na Eq. 6-18,0b- tendo AG pAv} = me, Fig. 6-8 Estsesquiadora se agacha para minimizar sua area desegao eta letiva e, consequentemente, a 3530 da viscosidade do a sobe ela. ogue dé a Tabela 6-1 fornece os valores de vpara alguns objetos comuns ‘Um gato deve cair cerca de seis andares para atingir 2 velocidade limite, Alé este instante, P > Fe 0 movimen- todo gato € acelerado para baixo por causa da forga tesul- tante no mesmo sentido. Lembre-se do Cap. 2, que dizia ser 0 nosso corpo um acelerémetro, no um velocimet. Dat o gato sentir também a aceleraydo, ficar assustado € rmanter seus pés por baixo do seu corpo, a cabeza encolhi- da ea espinha curvada para cima, diminuindo 4 ¢ aumen- tando y, provavelmente se ferindo na queda. iy nn Cope ‘| | I queda P ry ® Fig. 69 As forges que atuam sobre um corpo caindo no a {a0 corpo stim que comegou & cig, (b) 0 diagrama de corpo isolado ness ins- ante o/c) 0 diaghatta de corpo isolado logo em seguida, depois de apa- fonga de viscosidade (4) A forga de viscosidade sumenta aé ‘quiibraro peso do corpo, Agora, o corpo cai com a sua velocidade lie ‘aie constante FORGAEMOVINENTO—M 115 Tabela 6-1 ‘Algumas Veloeidades Limites no Ar Objet0 Velocidade Limite Distincia cam 95% ims) (om) Tito de 16.16 4s 2.500 Prs-quedista (salto o 230 Tivre — Bola de beisebol 2 210 Bola de tenis 31 is Bole de basquete 2» ° Bos de pingue-pongue 9 10 Gotas de chova 1 7 6 ¢e rio) ira-quedista pice) 5 3 “Esta divi gue o corpo deve prcore ea gue, x pati dorepeso. paca nic 98% da sun Veloce Fonte: Adapado de Petr. Brancazio, Spot Sloe, Son & Setuster Nova Torque, 1984 Entretanto, quando o gato atinge v, aaceleragdo € nula, le fica relaxadbo, estica as pernas e 0 pescogo horizontal- ‘mente e sua espinha fica reta (parecendo com um esqh voador). Estas atitudes aumentam Ae F,,€a velocidade do gato diminui porque agora F, > P — a fotca resultante aponta para cima — diminuindo v, Esta diminuigao reduz a possibilidade de danas fisicas na queda. Um pouco antes do final da queda, quando se aproxima do solo, o gato puxa ‘suas patas iraseiras para debaixo do seu corpo, preparan- do-o para a aterrissagem, EXEMPLO 6-5 Um gato caindo ange uma primsia velocidad Yin te de 96 kavh, enquanto est encolhido, quando entio se estica dupli cando A. Qual a velocidadeescalarda queda quando ee atinge uma nova velocidade limite? ‘Solugio Sejam 4, ujas velocidades terminis.¢A,€ Aas Seu cor- respondentes, Usamor entio » Bq. 6-19 para estabolecerb 280 entre 1s velocidades: EEE isso significa que y, «0.70, 04 cerca de 67 kan, WE ~ 07, Ei abril de 1987, durante um salto, opéra-quedista Gregory Robert son notou que sua corapanelsa, Debbie Willams, baviesido nocayteada una colise com um terceino compare. Fcando impossbiitada de abr seu pira-quedas. Robertson, que estava bem acima de Williams rragucle momenta e anda nao havia aber seu péru-quedas para um ‘mergulbo de 1-117 m,reosienou-se de eabeca para baixo de forma 3 rmicimizar A e gumentar sua velccidace de cescids. Atingindo uma ‘estimada em 322 kifh alcangou Williams e assum, ent posigio cconhecida gomo “grande dguia” na horizontal «veja Fig. 6-10), pars aumentar Fe poder agama. to, abru o para-quedasdelac depois ‘seu proprio, aaperas 10 do impacto. Wills saftey vis kesdes temas por causa da arerrissagem descontrclada, mas sobrevive. EXEMPLO 6-6 Uma gota de chuva com raio R = 1,5 mm esi de uma ‘nuvem queesté a uma altura = 1.200m acima do solo. O coeficente se viseesidage C para a goes ¢ 0,60. Suponta que a gota sea esterica 118 MECANICA Fig. 6-10 0s péra-quediseasestto na posigdo “vo de dguia” para maximizar a forea de viscosidad do ar. durante a queda. A densidade da gua p.$ de 1,000 kim’ ¢ a deesida- dedoar py, de 12 kein’ 4. Qual 6 velovidade limit da gow? Solugie 0 volume de ums esfora é 403 ¢ a sua ea efetiva A éade tum cfoulo de vato R, Assim, para a goa, 0s mm dale, © Am AR Ent, da Bg. 6-19, encontrarnes PN ELTON Ld LL "Nand ~ N3ce,ntt” V3Cp., — af ODE oo Re )(060) (1.2 kg/m?) = Ta ea/s (= 17 mi’. (Respostay Observe que a sliyra da nuvem nBo faz parte do céleulo. As gotas de cova atingem a yefociade Timite logo apss alguns metros de queda (veja Tabela 6-1), ». Qual seria velocidade imediatamente antes do impacto néo how: vesse a orga de viscose? Solugie Da Eg. 2-21, fazendo eh GIA AMO MD = 150 m/s (= 340 mish) (sn) © =O, eros Resposta} Nessus condigdes, Shakespeare mal poderia ter escrito, “ela cai do céu ‘como uma chuva suave spore 0 chao" 6-4 Movimento Circular Uniforme ‘Uma particula esté em movimento circular uniforme quan- do se move num cfreulo ou num arco circular, de Taio r, ‘com velocidad escatarconstante ve sua aceleragdo aponta para o centro do circulo. A sua acelerago centripeta tem médiulo constante dado pela Eq. 4-2: Ra Daa ae BER Se: A aceleragio centeipeta é devido a uma forga centripe- ta que alua sobre 0 corpo, direcionada para 0 centro do eir- culo. Esta forga tem médulo constante dado pela segunda lei de Newton: ea SEaD ar as ‘Se essa Forga nao existir, © corpo nao se manterdiem movie mento circular uniformie, Tanto a acelerago quanto a for- ‘ca centripeta sto grandezas vetoriais que tem médulo cons- {ante, mas suas ditegSes variam continuamente, de modo ‘mantero sentido sempre apontando para o centro do citculo, ‘Se a corpoem movimento circular uniforme é, por exer plo, uum disco de borracha girando preso.a um cordio, como nna Fig, 6-11, a forga centeipeta é devide a tenso no cor ddgo. Para a Lua, em seu movimento (aproximadamente) circular uniforme ém tomo da Terra, a forga centripeta se deve atrago gravitacional da Terra, Logo, a forca cent peta nio é um novo tipo de forga; pode ser uma forga de tensZo, uma forga gravitacional ou qualquer outra ‘Vamos comparar dois exemaplos conhecides de movi ‘mento circular uniforme: 1, Um carro fazendo uma curva, Quando estamos sent- dos no meio do banco traseito de um carro, movendo-s Fig. 6-11 Umdiscode hg de massa se move com velocidad coms: {ante b, numa irsjetéria eitcula Sobre ura superficie horizontal sem tro. Pa forga contripeta sobre o disco e também a tragio da cord, em alta velocidade por uma rodovia plana, e de repente © ‘motorista dobra a esquerda, deserevendo um arco circular. deslizatnos pelo assente em diregio a direita e somos pres- sionados contra a lateral intema do carro, Por que isso ocor- re? No momento em que © catro esta percorrendo win arco circular, esté em movimento circular uniforme. A forga centripeta responséivel pelo movimento écausada pelo atrito dos pneus sobre a estrada. Esta forya aponta radialmente para o interior do arco de cfreulo — abrangendo 0s quatro pncus —e 0 seu médulo ¢ dado pela Eq. 6-21 Durante o movimento circular uniforme, poderfamos ccontinuar sentados no meio do banco traseiro, se a forga de atrito entre nds ¢ o assento fosse suficientermente gran- de. Entretanto, como nao é, deslizamos sobre 0 assento, Visto de um referencial no solo, continuariamos nos mo- vendo ci linha reta, enguanto o assento deslizaria sob o ‘nosso corpo até que a lateral do carro nos alcangasse. A forga da lateral sobre nés seria uma forga centripeta e, en= tio, nos tornarfamos solidérios com © movimento circular informe do carro, 2. Um corpo em drbita da Terra, Desta ver somos 0s pas- sageiros do Snibus espacial Avlantis, orbitando a Terra e experimentando a “auséncia de peso”. O que acontece neste caso? ‘A forga centripeta que nos mantém € a espagonave em movimento circular uniforme & a atracio gravitacional da “Terra, Esta forga€ dirigida radialmente para o centroda Ter- ra, com médulo dado pela Eq. 6-21. ‘Tanto no carro quanto na espagonave, estamos em mo- vimento circular uniforme submetidos a uma forga centri- peta, Contudo, experimentamos sensagdes bem diferentes ‘nt cada situago, No carro, percebemos que estamos sen- do comprimidos contra a lateral interna do veiculo. Por ‘outro lado, no Gnibus espacial em drbita, estamos flutuan- ddo com a sensaedo de que nenhuma forga esté atuando so- bre nés. Por que essa grande diferenga? ‘A diferenca devé-se & natureza das duas forcas centripetas, No carro, a forga centripeta é uma forea de con- tato, exercida pela lateral interna do carro sobre a parte de seu corpo com que esté em contato, No énibus espacial, a FORGAE MOVIMENTO—M 117 forga centripeta é uma forga volumérrica, porque a atrago _gravitacional da Terra é aplicada sobre todos os dtomos, tan (0.05 do nosso corpo como os do Snibus espacial. de modo proporcional a massa de cada tomo. Assim, nenbuma parte de nosso corpo sofre compressa0, por isso termos a sensa- glo de nenhuma forga atuando sobre nés. EXEMPLA 6-1 }gor€0 engenhsto de bordo da nave espacial Vostok 1, orbitando i-Teera a uma alte h de 520 km. com uma velocidade ‘esealar Ue 7,6 kms. A massa m de Igor & de 79 kg 2. Qual sua aceleragio? ‘Solugée Igor est em movimento circular uniforme num cirealo de rao r+ h, onde Ry €0 taio ds Terra. Sus aceleracSo centripet & dud pela Ey, 6-20: (7.6 108 m/s)? E37 10m +052 x10 = 888 m/e ~ 84 m/s, ‘Respostad que & 0 valor da aeclerago em queda livre na slide em que Igor se enconta. Se ele fosseerguido largado a essa aliede, em vez de ser colocado em érbita, cir em diego uo centro da Tera com essa ace leragio inicial. A diferenga entre 0: dois casos é que, quando ele orbia Terra fem seropre um movimyenta“lateral’- media que ai se move para o lado a0 mesmo tempo, de maneira que acaba descrevendo uma trajetéria curvillnea em vola da Tera. +, Qual forga gravitacional(centipeta que a Tera exeree sobre Igor? ‘Solugio A forga centrpeta € Fe ma = (79g 838 m/s") = 660N~ eke esprsta) ‘Se Igor fiease sobre uma balanga no topo de uma torre de altura 520 km, &leitora da balanga sea de 660 N 8 68 kg F. Em otbita, a ieiura da balanca (se Teor pudesse “Yar” sce ela seria zero, porque tanto ele como a balangaestariam em queda live, logo, seus pes 80, cexerceriam pressio sobre ela, RESOLUCAO DE PROBLEMAS TATICA IT: CONSULTAR [No Exemplo 67, tnhamos de saber v rao da Tera, que no foi fore ido no enoneiado do problema. Precisamos wos familarizar com 35 Tontes de consulta, comegando por este livre. Muitos dados wets sio Fomecidos no inicio do live, abe diversos apéndices e nas abel. O Hondbook of Chemistry and Posies (Manual de Quimica e Fisica) Dublicadoanualmente pelo Chemical Rubber Company (CRC), € wns ome de consul vabiona, Para praticar, veja se consepue encontrar a densidade do fer. 3 _expansfo em série de -onimerode cemtimetrosem ura mila, adistia- ‘id media de Satumo 80 So, 8 massa do proton, a velocidad due © Iinoc atbmico do samro, Tudo iso pode sor encontrado aqui nes seo EXEMPLO 6-4 Fm 1901, num espetéculo clrcense, Allo Diavolo, 0 “Destemido".apresentu-se montardo uma icicleta wine pistaem oop 118 MECANICA no plano vertics(veja Fig. 6-122), Supondo que o loop éum circulo de ‘aie R ~ 2,7 m, qual s menor velosidade escalar wque ele deverd ter no ‘po do foop, para permanecer ems contato com a pista? ‘Solugho A Fig. 6-128 ¢ um disgrama de corpo isoledo pars Diavolo 2 ‘a Bicieleta no tapo do foop{eonsiderados como uma Unica paricula), conde sio mostrados a forga notral N exercida sobre eles pelo loop, © seu peso P= mg, Sua aceleragio a aponta para bao, digida pars tentro do loop e, de avordo com a Eq, 6-20, tem médulo a = VR. ‘Aplicando a segunda lei de Newton em relajdo a0 eine y, temos Nong mee nS, pre ¥ Se ele esta ponto de perder contato coma pista, W = Oe femos,entio MG NOERTTET A = St m/s (Respos) Para eviter a perda de conta, Diavolo certiioou-se de tet na topo do Joop wina volocidade maior, neste cas0, N> 0. EXEMPLO 69 Um péndulo cdnico estd mostrado na Fig. 6-1 [A massa mr de 1.5 kg estd presa 4 ponta de um cordio de comy ‘mento L~ 1,7 m, medigo ee o centro da massa, que descreve wa t= csalo herizonial com velacidade escalarconstante vO cordio fa? Um eee TIT) cay Diavotoe abicileta ® Fig.6-12 Exemplo 6-8. (a) Propaganda e (6) diagrama de corpo isclado para Diavele, Fig. 6-13 Exempio 6-9, (a) Um pedo conico com sua cond fazendo ‘um igulo @ com a vertical. (6) Um diagrama de corpo isolado para a ssa do péndulo. Os eixos apontamn nas diregdes vertical e radial. A forga resultant (e também a acelerasdo) apontaredialmente em dire ‘¢i0 20 centto do cireulo.(c) Ties pndulos, de diferentes comprimen 1s, sto gitados pela rotagdo de umerxo, suas massasctculam no mes ‘mo plano horizonial, come prevé 2 Ba, 6-25, “angulo @ = 37°com a vertical, Como a massa descreve um circle, & ‘condo varre a superficie de um cone. Deteriineo peodo do péndulo, isto 6, o tempo F para 2 massa completar ua volta no cteulo Solugo Na Fig. 6-136, 0 diagrama de corpo isolado mostra as Fargas ‘que atuam na massa: 2 tensio'T da eorda eo peso P (= mig) da massa Fazemas a origem dos eixos coincidir com o entre da massa, confor: sme mostado aa figura. Em vez do eixe x tradicional (que € etacions- tio), vemos uiizro eixo radial, que sempre aponta da massa para ‘centro do cievlo. As componcntes de T em ye 7 Bo T 00s Be 7 sen respectivamente. Como a, = 0. segunda li de Newion d T cos 6~ mg 0, ov Teos@= mg. 620) ‘Deve aver uma forga resultante no eixo rresponsivel pela sceeragho centripeta da massa A unica componente de forge naguela diego € sen @ Entio, aplicando a segunda Ie de Neon a0 exo r. temos Tesen@= ma, = 7 om lonile ®é0 rio da eajetdcacireulae, Divine a Eg. 6-23 pela Ba 6 2e resolvendo para v. vamos obter demos substituir24R/r(a distincia zo longo do eireuo dividida pelo tempo de uma revolugso) para a velocidade escalar da massa, Fnac ‘Odesizemento. graxa usada no esqui tema finalidade de repel, reduzindo © arto entre a parte metiicae a camada de igua resuliame do derretimenta da neve, Une evista informow que am nove tipo de ‘esgu, feta de um material plstico desenvelvido para repelir a gua, Totizado por um esquiador numa inclinagao suave de 200 m. nos AL [es © que permit reduzit seu tempo de descida de 6) para 42 s (a) Determine os mdulos das aeleragdes médias para cada par de esau. (©) Suponha que a inclinaglo é de 3.0", calcule © coeficiente de atte inetico para cada cso, 19P. Um bloco de ago de 11 ky esté em repouso Sobre uma mesa hoi zontal. O cocfciente de arto estitico entre bloco.e a mess €0:52. 43) (Qual o méculo da forga horizontal que iniiaréo movimeata do loca? (b) Qual © médulo de uma forg2aplicada num Angulo de 60" acim dt horizontal que iniciar o sew movimento? (e)Se a forga for aplicada mut Angulo de 60” sbaixe da horizontal, qual o mator module que ela pode ‘assumie sem movimenté-o? 20P. Um vago aberto de trem esti carregado com caixas que tém amt ‘coeficiente de atte etitico d 0.25 com o assole do vagia. Seo trem ‘se move a48 kan, qual 1 menor distncia em que pode ser parod, com ‘uma desacelerasio constant, sem provocarodesliamenta das cainas? IP. Um bloco desliza para taixo com velocidade constate sobre um plano com inclinacao 8, Erm sesuida, é langado para cima sobre 9 mes- to plana comcna velocidadeescalr nila ya} Que alten do lee na anaes pare”) Eledesizar par alto movement” hs Tifigue sua respost, 2. Uma caina de 68 kg & puxada pelo chio por uma conda que faz vm fo de 15" acima da horizontal. (a) $20 coeticiente de ato esttico £0150, qual atensio minima necessria pera iniciara movimente da c= ral (b) Se x, = 0.35. qual asus aceleragio nical? 23P. Un porco deslizs para baixo, num plano inetinada de 35° (Fig. 6- 23), nodobro do tempo que levatadeslzando no mesmo plano ser in to. Qual ocoeticiemt de art cindtico entre ale eo plano? Fig. 6:23 Problema 23 2UP. Na Fig, 6-24, ¢ Bo blacos com pesos do 44 N © 22 N, respec: _livamente(3) Determine 0 menor peso (blovo C) que deve se coloca- dosobre oblooo A para impedilo de desizar,sabendo qe ja ente 8 € mesa 40.20 (hy Seo bloco C for repentinamenteretrado. qual senda aceleragio do bloco A. sabendo que js, enlte Ae a mesa € 0,15? Polis sem massa ‘ese atrito Fig. 624 Problema 24 25P. Um bloco de 3.5 kg éempurado sobre um piso horizontal por uma foxga F = 15 N.que faz um angulo @ = 40” com a horizontal Fig. 6-25), Ocoeticiente de ato cindsen entre oblocoe a cho £0.25. Calle ada foxga de tito exerci sobre o Dloco e(b) a aeleraglo do bloso, Fig, 628 Problema 25. FORGAE MOVIMENTO —1I 125 26P, Na Fig. 6-26, wm abalhador cuidadosoaplica uma forga F 20 one 0 do cabo de um strep. O eat faz um angulo Ycoma vertical. sen- do 11,€ ss os tespectivos coefeienes de auto esttio ecintico ene ‘oesfrep30 €0 chio, Despreze a massa do caboe suponhaque toda massa _mesteja no esregio, (a) Qual 0 valor dé F,5¢o esregao se move pelo ‘cho com velocidad eonstame? (by Mose que, se @€ menor do que ‘om deterinado valor, entio F (ainda aplicada 20 longo do cabo) € incepaz de mover o estregio. Determine . —” Fig. 6-26 Problema 26. -29P. Una forea horizontal de 50 N ¢aplicada a um blovo de S.0kg que est sole um plano inclinado (Fig. 6-27) Oceetciente de atria cinelico enuze 0 bloca€0 plana 030. Ode ato estitico nao € formecido tas ‘ocd pode Saber algo a cespeito dele) (a) Qual aacelerarée do blozo ae se mover para cima, ao plano?

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