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IDENTIFICAÇÃO: Stéfane Firmino

Disciplina: ESTAGIO DO NUCLEO BASICO II

Período: 6º | Ano / Semestre: 2020 / 2º | Data: 30/09/2020

Docente: Ms. Adriano Watanabe

LUTO COMPLICADO

O luto pode ser definido como um processo. Seria o tempo que o enlutado leva para
se adaptar ou aceitar a ausência do outro. E a forma como lidamos com o luto e a
intensidade e duração do luto, se dá de maneira variada de acordo com nossas
experiências , idade, vinculo emocional e em quais circunstancias se deu a perda..

No luto complicado, a pessoa pode apresentar sintomas como:

● Falta persistente de quem se foi;


● Grande dor e pesar emocional;
● Preocupação excessiva com quem se foi.
● Dificuldade na aceitação da perda;
● Incredulidade quanto à perda;
● Dificuldades em ter memorias positivas;
● Amargura ou raiva;
● Sentimento de culpa ou autoacusação;
● Comportamento evitativo quanto às lembranças;
● Desejo de morrer para estar perto de quem se foi;
● Dificuldades para confiar nos outros;
● Solidão ou isolamento;
● Sentimento de ausência de sentido na vida sem a pessoa que se foi.

Os sintomas descritos também estão presentes em um processo de luto normal, no


luto complicado, esses sintomas são persistentes, pode trazer prejuízo funcional
(onde o individuo passa a não conseguir exercer as atividades básicas de sua rotina
diária) e geralmente vem acompanhado de transtornos como depressão, ansiedade,
abuso de substancias, com a possibilidade de evoluir para um comportamento
suicida em algum momento.

FATORES QUE PODEM LEVAR AO LUTO COMPLICADO

Uma das dificuldades para diferenciar o luto normal ou complicado é o


estabelecimento de um tempo especifico para tal, uma vez que o processo de
resolução do luto é subjetivo a cada individuo, bem como a intensidade do
sofrimento, onde se pode identificar sinais patológicos ou não.

Alguns fatores podem potencializar o luto complicado, como fatores relacionais,


onde o individuo tinha uma relação com o falecido, como relação parental
complicada, sentimentos não expressos, dependência do outro ou com histórico de
abusos.

Indivíduos com histórico de respostas patológicas ao luto, histórico de depressão ou


com características de comportamento evitativo ao luto de maneira persistente, bem
como quando não se permitem demonstrar ou vir à tona os sentimentos de enlutado,
pode ser fator a ser observado para um possível luto complicado.

As circunstancias em que a perda se dá também pode potencializar o luto


complicado, como situações de acidentes, emergências e desastres, que podem
constituir mortes violentas, múltiplas perdas, ausência de corpos, bem como o que
se denomina morte escancarada, onde há a intensa exposição da perda nos
veículos midiáticos, às vezes por muitos anos, onde o enlutado passa a reviver a
situação traumática. Esses cenários também podem trazer a ausência de um ritual
de despedida, quando não há corpos, o que também interfere na resolução do luto.

Os profissionais que atuam nesses cenários também podem apresentar


características de luto complicado e TEPT, ou por presenciarem situações
traumáticas, bem como por não terem a liberdade de expressar sentimentos
específicos das perdas que presenciam, por serem os responsáveis por dar o
suporte aos familiares naquele momento. Nesse mesmo sentido, os familiares das
pessoas que causam os acidentes, tragédias ou cometem suicídio também tem
chance de vivenciar um luto complicado, uma vez que podem vir a não se sentir
autorizados a vivenciar o luto, por serem muitas vezes hostilizados pelo ocorrido,
voltando parte ou toda culpa para si mesmos.
O luto vivenciado nas emergências ou desastres, traz um fator complicador que é a
quebra de um mundo anteriormente presumido. O mundo presumido [...] “é a nossa
concepção pessoal da realidade, é aquilo que acreditamos que a vida seja e o modo
como cremos que as coisas são.” (FRANCO, 2015). A partir do momento que essa
realidade se desfaz de maneira inesperada, o individuo pode ter uma dificuldade
maior na resolução do luto, se tornando complicado. Nessa realidade dos desastres,
muitas vezes pode não existir uma perda de uma pessoa, mas alguém que perde
tudo que tem em um desastre ambiental, também vai passar por um processo de
luto que pode vir a ser complicado.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

American Psychological Association (2014). Manual diagnostico e estatístico de


transtornos mentais: DSM-5. Porto Alegre: Artmed.

Franco, M.H.P. (2015). A intervenção psicológica em emergências e desastres:


fundamentos para a pratica. Ed. Summus: São Paulo.

Marques M. (2015) Fatores que impedem a resolução do luto. Psicologia Pt. p. 1-8.

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