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ROTEIRO:
-Filosofia e arte
-O que é belo?
-O que é estética?
1. Leia:
“Em suma, o que é a aura? É uma figura singular, composta de elementos espaciais e
temporais: a aparição única de uma coisa distante, por mais perto que ela esteja. Observar, em
repouso, numa tarde de verão, uma cadeia de montanhas no horizonte, ou um galho, que
projeta sua sombra sobre nós, significa respirar a aura dessas montanhas, desse galho. Graças
a essa definição, é fácil identificar os fatores sociais específicos que condicionam o declínio
atual da aura. Ele deriva de duas circunstâncias, estreitamente ligadas à crescente difusão e
intensidade dos movimentos de massas. Fazer as coisas ‘ficarem mais próximas’ é uma
preocupação tão apaixonada das massas modernas como sua tendência a superar o caráter
único de todos os fatos através da sua reprodutibilidade”.
Fonte: BENJAMIN, W. “A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica”. In: Magia e Técnica, Arte e Política. Obras
Escolhidas. Tradução de Sérgio Paulo Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 1985, p. 170.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre Benjamin, assinale a alternativa correta:
a) A arte conduz o espírito humano a uma forma de vida completamente destituída de interesses
materiais e sociais.
c) O discurso estético tem a capacidade de atrair as pessoas, porque lida fundamentalmente com
a perspectiva de harmonia e beleza.
d) Conhecendo a arte de cada época, as sociedades presentes têm melhores condições de decidir
quanto à tendência estética atual.
e) Há uma função pedagógica da arte que é traduzida pela ideia de que ela leva a conhecer o que
escapa ao discurso da ciência e de outras linguagens discursivas.
a) A reprodução das obras de arte começa no final do século XIX com o surgimento da
fotografia e do cinema, pois até então as obras não eram copiadas, por motivos
religiosos e místicos.
c) A perda da aura retira da arte o seu papel crítico no interior da sociedade de consumo,
isto ocorre porque a reprodutibilidade técnica destrói a possibilidade de exposição das
obras.
d) Na passagem do período burguês para a sociedade de massas, o declínio da aura que
ocorre na arte pode ser creditado a fatores sociais, como o desejo de ter as coisas mais
próximas e superar aquilo que é único.
[...] devemos começar por vigiar os autores de fábulas, e selecionar as que forem boas,
e proscrever as más.
[...] Das que agora se contam, a maioria deve rejeitar-se. [...] As que nos contaram
Hesíodo e Homero – esses dois e os restantes poetas. Efectivamente, são esses que
fizeram para os homens essas fábulas falsas que contaram e continuam a contar.
Por seu turno, na Poética, Aristóteles diz o seguinte a respeito dos poetas:
[...] quando no poeta se repreende uma falta contra a verdade, há talvez que responder
como Sófocles: que representava ele os homens tais como devem ser, e Eurípides, tais
como são. E depois caberia ainda responder: os poetas representam a opinião comum,
como nas histórias que contam acerca dos deuses: essas histórias talvez não sejam
verdadeiras, nem melhores; [...] no entanto, assim as contam os homens.
(ARISTÓTELES. Poética. Tradução de Eudoro de Souza. São Paulo: Abril Cultural, 1973. p. 468. Os Pensadores
IV.)
Com base nos textos acima e nos conhecimentos sobre o pensamento estético de
Platão e de Aristóteles, assinale a alternativa correta.
c) Platão e Aristóteles concordam com o fato de o poeta falar o falso, só que para Platão
suas fábulas são indignas para a juventude, enquanto que, para Aristóteles, a poesia por
ser mímesis não precisa dizer a verdade.
d) O problema para Platão é que Homero e os outros poetas falam sobre o mundo
sensível e não sobre a verdade; já Aristóteles acredita que eles devem ser repreendidos
por isso.
e) Falar o falso para Platão é problemático porque o falso pode passar pelo verdadeiro;
para Aristóteles, o poeta apresenta a verdadeira realidade.
6. Leia:
d) o critério mais adequado para a apreciação estética consiste em sua validação pelo gosto
médio do público consumidor.
e) a autonomia dos diversos tipos de obra de arte está prioritariamente subordinada à sua
valorização como produto no mercado.
A arte de imitar está bem longe da verdade, e se executa tudo, ao que parece, é pelo
facto de atingir apenas uma pequena porção de cada coisa, que não passa de uma
aparição.
Adap. de: PLATÃO. A República. 7.ed. Trad. de Maria Helena da Rocha Pereira. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1993. p.457.
Com base nos textos, nos conhecimentos sobre estética e a questão da mímesis em Platão e
Aristóteles, assinale a alternativa correta.
a) Para Platão, a obra do artista é cópia de coisas fenomênicas, um exemplo particular e, por
isso, algo inadequado e inferior, tanto em relação aos objetos representados quanto às ideias
universais que os pressupõem.
b) Para Platão, as obras produzidas pelos poetas, pintores e escultores representam
perfeitamente a verdade e a essência do plano inteligível, sendo a atividade do artista um fazer
nobre, imprescindível para o engrandecimento da pólis e da filosofia.
d) Aristóteles concebe a mímesis artística como uma atividade que reproduz passivamente a
aparência das coisas, o que impede ao artista a possibilidade de recriação das coisas segundo
uma nova dimensão.
e) Aristóteles se opõe à concepção de que a arte é imitação e entende que a música, o teatro e a
poesia são incapazes de provocar um efeito benéfico e purificador no espectador.
8. Quando alguém capta ou percebe uma qualidade estética em um objeto, ele(a) tem
uma experiência estética. Mas o que são, afinal, tais qualidades estéticas? Essa é
uma das questões que são objetos de investigação da estética filosófica e que enceta
uma disputa entre realistas e antirrealistas estéticos. Sobre essa questão, podemos
dizer que:
I. "A distinção nítida entre o âmbito das qualidades estéticas e o das qualidades nãoestéticas é
problemática em termos filosóficos porque há uma relação das qualidades estéticas com
qualidades não-estéticas, isto é, qualidades estéticas não são independentes de qualidades
nãoestéticas".
II. "O antirrealismo estético se caracteriza pela afirmação de que as coisas não são belas ou
feias, excitantes ou entediantes, mas somos nós que as percebemos assim, isto é, as qualidades
estéticas que atribuímos aos objetos não existem na realidade. O que existem somos nós e
algumas qualidades comuns (tal como as qualidades das cores e das formas) às quais reagimos
ocasionalmente atribuindo-lhes qualidades estéticas".
III. "O realismo estético afirma que as qualidades estéticas não são meras reações privadas aos
objetos do mundo, elas existem como qualidades estéticas, ainda que como qualidades
especiais, ou seja, as qualidades estéticas existem efetivamente, mas dependem de certas
qualidades não estéticas. Quando um objeto possui determinadas qualidades não-estéticas, então
possui necessariamente também determinadas qualidades estéticas, em uma relação de
superveniência entre elas".
9. Marque a alternativa que NÃO podemos considerar como questões e/ou métodos
próprios da Estética filosófica.
a) "O que é próprio das qualidades estéticas? Que são, afinal, tais qualidades? Que relações
existem entre qualidades estéticas e não-estéticas? Como podemos reconhecer qualidades
estéticas?".
c) "Como se deve interpretar um juízo estético: é um genuíno juízo valorativo ou uma mera
expressão de sentimentos? Se é um juízo valorativo genuíno, pode ser verdadeiro? Se um juízo
estético pode ser verdadeiro, como podemos distinguir sua veracidade ou falsidade?".
d) "O que diferencia as experiências estéticas das não-estéticas? O que é próprio e característico
de uma experiência estética? Existe algo como uma "atitude estética" particular? Se ela existe,
em que consiste tal atitude?".
e) "A Estética filosófica não é genérica, mas específica, ou seja, não deve ser distinguida de
estéticas específicas, que proporcionam análise e crítica de objetos individuais (em determinado
filme, quadro, romance, etc.) ou de determinada espécie de objetos ou obras de arte (música,
literatura, jardinagem, habitação, vestimenta, etc.), justificando os juízos valorativos
estabelecidos".
A Estética, como área de investigação autônoma da Filosofia, distingue-se como tal pelos
seus objetos de pesquisa, suas perguntas, problemáticas e métodos específicos. A esse
respeito, marque a alternativa que NÃO corresponda a uma caracterização da estética
filosófica.
a) "Existe uma estética não-filosófica, que se diferencia da filosófica menos por seus objetos e
mais por seus métodos".
b) "Os objetos da estética filosófica podem ser não apenas coisas, mas também acontecimentos,
situações, qualidades, sentimentos, dentre outros".
d) "A estética filosófica não é uma teoria do Belo e da Arte porque objetos que não são
artísticos e nem belos podem proporcionar uma experiência estética, ou seja, ser possuidores de
qualidades estéticas".
e) "Caracterizar a estética como teoria do conhecimento sensitivo é, por um lado, ampliar
demais o seu escopo, vez que o conhecimento sensitivo abrange áreas que não pertencem à
estética; por outro lado, é uma caracterização estreita, porque a estética filosófica abrange
objetos que não pertencem à percepção sensitiva".
GABARITO:
1) D
2) C
3) E
4) D
5) C
6) B
7) A
8) A
9) E
10) C