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Atos Jurídicos Unilaterais
• Fundamento: Decorre da voluntariedade do DI e do princípio da
autonomia da vontade. Assim sendo, o estado é livre para se obrigar do
modo como lhe aprouver (p 2).
• Noção: Medidas que um Estado ou uma OIs adota através de qualquer
forma com o objetivo de se vincular a uma obrigação internacional sem o
concurso de outras entidades internacionais.
• Elementos: ato autónomo. Não recobre os atos unilaterais não-autónomos,
aqueles que não conseguem por si só criar obrigações, requerendo
conjugação com outras condutas e estando enquadrados por um mecanismo
determinado de produção de normas (atos ou omissões no processo
costumeiro; proposta de tratado; reserva; denúncia/retirada, etc.)
• Natureza: conduta de auto-vinculação.
• Modalidades Principais: reconhecimento, renúncia; promessa.
• OBS: Apresentação das principais orientações aparece no Texto dos
Princípios Directores Aplicáveis às Declarações Unilaterais dos Estados
Capazes de criar Obrigações Jurídicas aprovado pela Comissão de Direito
Internacional, documento aprovado pela Comissão de Direito Internacional.
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• Condições de Validade: Pressuposto subjectivo: intenção de criar obrigação (1)-
manifestação livre de vontade: meio das quais se manifesta vontade de obrigar-se
poderão criar obrigações. A forma é livre: “oralmente ou por escrito” (princípio 5)
• Requisitos: Publicidade (1): “Declarações feitas publicamente por meio das quais se
manifesta vontade de obrigar-se poderão criar obrigações jurídicas quando, presentes
as condições para que isso ocorra, o carácter obrigatório de tais declarações se funda
na boa fé”
• Formulação por autoridade com capacidade para vincular o Estado (representantes
naturais do Estado ou OI = tratados) (4): “Uma declaração unilateral obriga
internacionalmente o Estado somente se emana de autoridade que tenha competência
para fazer produzir tais efeitos. Em razão das suas funções, os chefes de Estado, os
chefes de Governo e os ministros das relações exteriores são competentes para
formular tais declarações. Outras pessoas que representam o Estado em esferas
determinadas poderão ser autorizadas para o obrigar através das suas declarações
nas matérias que correspondam à sua esfera de competência”.
• Clareza e especificidade (7).: “As declarações unilaterais contêm obrigações para o
Estado que a formulou somente se for enunciada em termos claros e específicos. No
caso de dúvida sobre quanto ao alcance das obrigações resultantes de uma declaração
dessa índole, tais obrigações deverão ser interpretadas restritivamente”.
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• Limites: Normas de jus cogens (P. 8): “É nula toda declaração unilateral que
esteja em oposição com uma norma imperativa de direito internacional geral”
• Cessação de Produção de Efeitos: de acordo com a intenção da entidade
que o produz e da protecção de direitos e interesses legítimos de terceiros
beneficiados (um ou vários), adotando-se o princípio da não-arbitrariedade
da revogação) P 10) .
“Uma declaração unilateral que criou obrigações jurídicas para o Estado que fez a
declaração não pode ser revogada arbitrariamente. Para determinar se uma
revogação seria arbitrária, há que se levar em conta: i. Todos os termos da declaração
que se refiram especificamente à revogação; ii. A medida em que os sujeitos a quem se
destina o cumprimento das obrigações se tenham baseado nelas; iii. A medida em que
produziu um alteração fundamental das circunstâncias”
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Meios Auxiliares de Identificação de Normas Jurídicas
Internacionais
Doutrina: Obra científica produzida por abalizados especialistas (conceito
material) em DI. Evidentemente não cria normas jurídicas, por melhor que seja ou
auxilia materialmente à sua elaboração ou alternativamente ajuda à
identificação das que já existem. Já foi fonte do DI em tempos (período medieval
e moderno, com figuras como Grócio; Pufendorf ou Vattel a fazerem direito).
Apesar de haver uma invocação forte que ainda há de autoridades académicas
gerais (Brownlie; Shaw; Dupuy, etc.) não se o faz como direito e sem um certo
risco.
Jurisprudência: Podia dar a entender que seria mais relevante no DI do que é
num sistema como o cabo-verdiano pela aproximação que aparenta com
a common law. Porém, não. Os Estados não conferem poderes normativos aos
juízes, medida natural em razão da sua prudência habitual nas RIs. A única
ressalva feita pelo é a res judicata, a ele limitam-se os efeitos. Ainda assim, para
evitar o forum shopping resultante da proliferação de órgãos judiciários
internacionais, o princípio começou a ser adotado mais generalizamente no que
toca admissibilidade de ações internacionais as decisões reiteradas de órgãos
judiciais (judiciários e quase-judiciários) internacional.
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Os Princípios Gerais de Direito e a Equidade
a) Princípios gerais de Direito: não são fontes formais (já que estas são
mecanismos de criação); na realidade, são o resultado desses
mecanismos, a própria norma, e como tais criadas por tratado, costumes,
actos normativos de Ois ou actos jurídicos unilaterais). Por exemplo, o
da pacta sunt servanda),
-Não seriam verdadeiras fontes nem mesmo se considerarmos que é
abarcado pelo conceito princípios de justiça (uma visão mais jusnaturalista)
ou decorrentes da universalização de princípios de direito interno.
a) Equidade (Equitas): Aplicação da justiça ao caso concreto (v. conceito de
Aristóteles) – Autorização conferida a um órgão judiciário para decidir
contra ou para além do direito normalmente aplicável; sempre possível,
por considera-se que há criação de regra especial (voluntariedade),
desde que não seja contrária a norma imperativa de DI ou lese direitos e
interesses legítimos de terceiros. legitimidade: próprios Estados
litigantes; limites: normas com estatuto de jus cogens.
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Estatuto do chamado soft law
• É um direito impropriamente chamado por não ser vinculativo
formalmente, mas poder ser apelativo do ponto de vista político ou moral.
• Por exemplo, as resoluções da AG da ONU ou outras desta índole não são
consideradas normas jurídicas internacionais, ainda que possam exercer
uma influência notável em razão da sua aceitação pelos Estados
(especialmente em certas matérias, por exemplo a definição de boas
práticas ligadas ao Direito Internacional de Protecção da Pessoa Humana
ou do Direito Internacional do Meio Ambiente); a partir dali pode dar
origem a tratados (Convenção das Nações Unidas sobre Direitos das
Crianças a partir da Declaração das Nações Unidas sobre Direitos das
Crianças) ou resultar em normas/regime costumeiros.
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