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MECÂNICA DOS FLUIDOS

Semanas Dias Aulas Práticas/Trabalhos/Provas


Apresentação do curso e revisão da matéria dada antes da pandemia: Conceitos
13/out
1a semana fundamentais
14/out Revisão da matéria dada antes da pandemia: Hidrostática
1º conjunto de Práticas:
1a: Densidade de Fluidos;
20/out Volume de controle e vazão
2a semana 2a: Viscosidade;
3a: Vazão
21/out Teorema de Transporte de Reynolds
27/out Teorema de Transporte de Reynolds: Continuidade
3a semana
28/out Teorema de Transporte de Reynolds: Quantidade de Movimento Linear Entrega do 1º conjunto de Práticas
03/nov Teorema de Transporte de Reynolds: Quantidade de Movimento angular e Energia
Prática: 4a: Bernoulli Drenagem de um
4a semana
04/nov Aplicações da Equação de Energia: Bernoulli tanque.
Trabalho 1 sobre medidores de vazão
10/nov Dúvidas
5a semana
11/nov P1 P1
17/nov Cinemática
5a semana
18/nov Dinâmica e Escoamento Potencial Entrega do Pratica 4 e Trabalho 1
24/nov Escoamento Potencial
7a semana
25/nov Equações de Navier Stokes e aplicações e vista da P1
01/dez Análise dimensional e Semelhança
8a semana
02/dez Análise dimensional e Semelhança e início perda de carga
08/dez Perda de carga
9a semana Prática: 5a:Perda de carga em
09/dez Perda de Carga
tubulações
Trabalho 2: Escoamento em canais
15/dez Escoamento em canais abertos
10a semana abertos e escoamento externo
16/dez Escoamento externo
22/dez Escoamento compressível
11a semana
23/dez P2 P2 e Entrega do trabalho 2
05/jan P3 P3
12a semana
06/jan Vista de Provas (P2 e P3)
12/jan Prova Final PF
13a semana 13/jan Vista de prova (PF)
15/jan Entrega de Graus no sistema
Bibliografia Básica:

FOX, R., W.; McDONALD, A. T., PRITCHARD, P. J. Introdução a Mecânica dos Fluidos.
5a ed., Rio de Janeiro: LTC, 2001.

MUNSON, B. R.; YOUNG, D. F.; OKIISHI, T. H. Fundamentos da Mecânica dos Fluidos.


São Paulo: Edgard Blucher, 2004.

WHITE, F. M. Mecânica dos Fluidos. 6a ed., São Paulo: McGraw-Hill, 2011.


Mecânica dos Fluidos
A mecânica dos fluidos é a ciência que estuda o comportamento dos fluidos em repouso (estática) e em
movimento (dinâmica). Esta ciência pode ser dividida em duas grandes vertentes: a dinâmica
dos fluidos e a hidrostática ou estática dos fluidos.

Definição de Fluido
• Um fluido é uma substância que se deforma continuamente sob a aplicação de uma tensão de
cisalhamento, não importa quão pequena ela seja.

• Os fluidos compreendem as fases líquida e gasosa.


• A distinção entre um sólido e um fluido é baseada na capacidade da substância de resistir a uma
tensão de cisalhamento (ou tangencial).
• O sólido resiste à tensão de cisalhamento aplicada deformando-se, ao passo que o fluido deforma-se
continuamente sob a influência da tensão de cisalhamento, não importando quão pequena ela seja.
• Nos sólidos a tensão é proporcional à deformação, mas nos fluidos a tensão é proporcional à taxa de
deformação.

Comportamento de um sólido e de um fluido sob a ação de uma força de cisalhamento constante


• Tensão é definida como força por unidade de área. A componente normal da força que atua sobre a
superfície por unidade de área é chamada de tensão normal. A componente tangencial da força que atua
sobre uma superfície por unidade de área é chamada de tensão de cisalhamento.

• Um fluido em repouso, a tensão normal é chamada de pressão. O fluido em repouso está no estado de
tensão de cisalhamento nula.

𝐹𝑛
Tensão normal: 𝜎 =
𝑑𝐴

𝐹𝑡
Tensão de cisalhamento: 𝜏 =
𝑑𝐴
Massa Específica
A massa específica de uma substância (𝜌) é definida como a massa da substância
contida numa unidade de volume (SI: kg/m3)
Exemplo: massa específica da água em função da Temperatura

• A massa específica dos líquidos é pouco sensível as variações de pressão e temperatura.


• A massa específica dos gases é fortemente influenciada tanto pela pressão e quanto pela
temperatura.
• Escoamentos nos quais as variações na massa específica são desprezíveis são chamados de incompressíveis

• Escoamentos nos quais as variações na massa específica não são desprezíveis são chamados de compressíveis

• Para muitos líquidos, a temperatura tem pouca influência sobre a massa específica. Sob pressões moderadas,
os líquidos podem ser considerados incompressíveis. Entretanto, em altas pressões , os efeitos de
compressibilidade nos líquidos podem ser importantes

• Gases são considerados compressíveis, pois a massa específica dos gases é fortemente influenciada tanto pela
pressão e quanto pela temperatura. Porém, para baixas pressões de trabalho os gases podem ser considerados
incompressíveis.
Peso Específico
O peso específico de uma substância (𝛾) é definida como o peso da substância contida
numa unidade de volume (SI: N/m3)

𝛾 = 𝜌𝑔 𝑔 é a aceleração da gravidade

Densidade relativa

A densidade de um fluido (𝑆𝐺) é definida como uma razão entre a massa específica
do fluido e a massa específica da água numa certa temperatura. Usualmente, a
temperatura especificada é 4oC (já que a massa específica da água é igual a
1000kg/m3) 𝜌
𝑆𝐺 =
𝜌𝐻2𝑂 𝑎 4oC
Lei dos Gases Perfeitos
A equação de estado do gás ideal é um modelo que relaciona a massa específica com a
pressão e a temperatura para muitos gases sob as condições normais

𝑝 = 𝜌𝑅𝑇

𝑝 é a pressão absoluta
𝜌 é a massa específica

𝑅 é a constante do gás

𝑇 é a temperatura absoluta

o A pressão absoluta é a pressão medida em relação a pressão absoluta zero (a pressão que ocorreria no vácuo
perfeito)

o Lembrando que a pressão no nível do mar é aproximadamente 101,3 kPa (abs) ou 14,7 psi (abs)
Viscosidade Propriedade para descrever a “fluidez” das substâncias

Considere o comportamento de um elemento fluido entre duas placas infinitas e a placa superior
move-se a uma velocidade constant U sob a influência de uma força constante P

Fluido em contato com com a placa superior se move com velocidade U e o fluido em
contato com a placa inferior apresenta velocidade nula (no slip condition ou condição
de não escorregamento)!
Viscosidade
No Slip Condition (condição de não escorregamento)

Ver vídeo

https://www.youtube.com/watch?v=XBBvLoI4NA0
O fluido entre as duas placas se move com velocidade:

𝑢 𝑈 𝑈𝑦
= 𝑢=
𝑦 𝑏 𝑏

𝑑𝑢
O gradiente de velocidade :
𝑑𝑦

𝑑𝑢 𝑈
= constante
𝑑𝑦 𝑏

Em um pequeno intervalo 𝛿𝑡, uma linha vertical AB no fluido rotaciona de um ângulo 𝛿𝛽:

𝛿𝑎 𝑈𝛿𝑡
tg 𝛿𝛽 ≈ 𝛿𝛽 = =
𝑏 𝑏
Considere a taxa de variação de 𝛿𝛽 com o tempo e definamos a taxa de deformação por
cisalhamento 𝛾ሶ como:

𝛿𝛽 𝑈 𝑈 𝑑𝑢
𝛾ሶ = lim = 𝛾ሶ = =
𝛿𝑡→0 𝛿𝑡 𝑏 𝑏 𝑑𝑦

Se variarmos as condições do experimento podemos verificar que a taxa de deformação por


cisalhamento (𝛾)
ሶ aumenta proporcionalmente com a tensão de cisalhamento (𝜏)

Lembrando: ∝ é o símbolo de proporcionalidade


𝑑𝑢
𝜏 ∝ 𝛾ሶ ou 𝜏∝
𝑑𝑦

Sendo a constante de proporcionalidade a viscosidade dinâmica 𝜇


𝑑𝑢
𝜏=𝜇 𝑈𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑆𝐼: 𝑁. 𝑠/𝑚2
𝑑𝑦
Fluidos que apresentam relação linear entre tensão de cisalhamento e a taxa de
deformação por cisalhamento (conhecida também como taxa de deformação angular) são
denomidados Newtonianos. A maioria de fluidos comuns (líquidos e gases) são
newtonianos

A viscosidade dinâmica varia de fluido para fluido e, em particular, esta viscosidade depende muito da temperatura
Viscosidade Cinemática

É a viscosidade dinâmica dividida pela massa específica

𝜇
𝜈= 𝑈𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑆𝐼: 𝑚2 /s
𝜌
Fluidos Não-Newtonianos
Para melhor visualização de seus comportamentos, ver vídeos
sobre fluidos não newtonianos

Referência: National Committee for Fluid Mechanics Films


(NCFMF)

http://web.mit.edu/hml/ncfmf.html
Compressibilidade dos Fluidos
Escoamentos nos quais as variações na massa específica são desprezíveis denominam-se incompressíveis;
quando as variações de massa específica não são desprezíveis, o escoamento é denominado compressível.

Módulo de compressibilidade ou de elasticidade:

𝑑𝑝 𝑑𝑝
𝐸𝑣 = − ou 𝐸𝑣 =
𝑑𝑉Τ𝑉 𝑑𝜌Τ𝜌

𝑉= volume
𝑝= pressão
𝜌= massa específica
𝑑𝑝= variação diferencial de pressão necessária para provocar uma variação diferencial de
volume 𝑑𝒱 em um volume𝒱
Pressão de vapor e cavitação
o A pressão de vapor de um líquido é a pressão desempenhada por vapor quando em contato com o
líquido em equilíbrio termodinâmico a uma dada temperatura. Quando a pressão em um líquido é
reduzida abaixo da pressão de vapor, o líquido pode passar abruptamente para a fase vapor.

o A cavitação ocorre quando bolhas ou bolsas de vapor se formam em um escoamento líquido como
consequência de reduções locais na pressão. Dependendo do número e da distribuição de partículas no
líquido às quais pequenas bolhas de gás ou de ar não dissolvidos podem se agregar, a pressão de início
da cavitação pode ser igual ou menor que a pressão de vapor do líquido. Essas partículas agem como
locais de nucleação para iniciar a vaporização. Logo, a cavitação é um processo de vaporização do
fluido que ocorre quando a pressão absoluta baixa até alcançar a pressão de vapor do fluido na
temperatura em que ele se encontra.

o O crescimento e o colapso de bolhas de vapor em regiões adjacentes a superficies sólidas podem


causar sérios danos por erosão das superficies do material.
Ver vídeo

Referência: IET Institute for Energy Technology

https://www.youtube.com/watch?v=U-uUYCFDTrc
Tensão Superficial
o Na interface entre um líquido e um gás (ou entre dois líquidos imiscíveis) é possível detectar a
existência de forças superfíciais.

o A tensão superficial (designada por 𝜎) é uma propriedade do líquido e depende da temperatura


bem como do outro fluido que está em contato com o líquido.

o A dimensão da tensão superficial é FL-1 ( a unidade no SI é N/m)


O ângulo de contato é função da combinação líquido-material da superfície.

• A tensão superficial tem origem das forças de atração


intermoleculares (forças de coesão) e forças de atração
Fig 1 (forças de adesão) pode surgir quando um líquido que está em
contato com uma superfície sólida
• Ao inserir um tubo capilar em um líquido, aberto em ambas
extremidades, pode-se ver o resultado da competição entre
estas forças.
• Em Fig 1, as forças de adesão são maiores que as de coesão.
As moléculas de água são atraídas mais fortemente pelo vidro
Fig 2 do que entre si. A tensão superficial gera uma força F atuando
na fronteira circular entre a água e o vidro orientada por um
ângulo 𝜃.
• A componente vertical de F puxa a água para cima no tubo até
a altura h. A esta altura a componente vertical de F se
contrapõe ao peso da coluna de água de comprimento h.
• Se substituirmos a água por mercúrio (Fig 2), as forças de
coesão serão maiores que as de adesão. Os átomos de
mercúrio são atraídos mais fortemente entre si do que pelo
vidro.
Ascensão capilar e depressão capilar dentro e fora de um tubo circular
Pressão no interior de uma bolha de sabão

Uma bolha de sabão tem duas superfícies esféricas (interior e exterior)


com uma fina camada de líquido entre elas. Esta diferença de pressão
depende da tensão superficial do líquido 𝜎 e do raio R da bolha. A
pressão externa é 𝑃𝑒 e a pressão interna é 𝑃𝑖 , sendo Δ𝑃 = 𝑃𝑖 − 𝑃𝑒

෍𝐹 = 0

෍ 𝐹 = 2σ 2𝜋𝑅 + Δ𝑃(𝜋𝑅2 ) = 0


Δ𝑃 =
𝑅

A diferença de pressão depende da tensão superficial e do raio da esfera. Quanto menor a


esfera maior será a diferença de pressão.
Pressão no interior de uma gota de líquido

Em uma gota esférica de água há apenas uma superfície em contato com o meio externo, em vez de
duas. Portanto, a força devido à tensão superficial é apenas a metade daquela da bolha de sabão.
Consequentemente, a diferença de pressão interna e externa é a metade da apresentada na bolha de
sabão:

A pressão dentro de uma gota de fluido pode ser calculada como:

2𝜋𝑅𝜎 = Δ𝑝𝜋𝑅 2

2𝜎
Δ𝑝 = 𝑝𝑖 − 𝑝𝑒 =
𝑅
Forças que atuam na metade de uma gota de líquido
Crie um gráfico mostrando a ascensão ou depressão capilar em uma coluna de mercúrio ou de água,
respectivamente, como uma função do diâmetro do tubo D. Determine o diâmetro mínimo requerido
para cada coluna, de forma que a magnitude da altura seja menor que 1mm

Vamos fazer o somatório das forças verticais

෍ 𝐹𝑧 = 0

෍ 𝐹𝑧 = σ𝜋𝐷𝑐𝑜𝑠𝜃 − 𝜌𝑔Δ∀= 0

𝜋𝐷2
Volume: Δ∀= Δℎ
4

4σ𝑐𝑜𝑠𝜃
Δℎ =
𝜌𝑔𝐷
4σ𝑐𝑜𝑠𝜃
𝐷𝑚𝑖𝑛 = = ? (1)
𝜌𝑔Δℎ
Δ∀ é o volume da coluna de líquido com altura Δℎ Para água e mercúrio em contato com ar quando Δℎ = 1mm
Para água Para mercúrio Tabela A.4 Fox
𝜎=72,8 mN/m e 𝜃 = 0𝑜 𝜎=484 mN/m e 𝜃 = 140𝑜

Para calcular o diâmetro mínimo (𝐷𝑚𝑖𝑛 ) para Δℎ=1mm usamos a eq (1):

𝐷𝑚𝑖𝑛 =11,2 mm 𝐷𝑚𝑖𝑛 =30 mm


água mercúrio

4σ𝑐𝑜𝑠𝜃
Δℎ =
𝜌𝑔𝐷

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