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Resumo
Resumen
Muchos son los temas controvertidos sujetos a la reflexión crítica, presente en las
universidades brasileñas. Uno de ellos es la falta de iniciativas expresivas visando
afrontar diversos problemas sociales, como el racismo y el machismo. La Ley de
Directivas y Bases de la Educación Nacional (LDB/1996) dice que entre las misiones
de la Universidad está el estímulo al conocimiento de los problemas del mundo. La
UNESCO afirma ser fundamental el rol de la educación superior en la formación en
1
Doutora em História e Comunicação no Mundo Contemporâneo pela Universidad Complutense de
Madrid – Espanha. Professora do Departamento de Letras e Artes da Universidade Estadual de Santa
Cruz (UESC). E-mail: vcalmeida@uesc.br
2
Graduando do curso de Comunicação Social – Rádio TV e Internet – Universidade Estadual de
Santa Cruz (UESC). E-mail: vinicantuariafenty@gmail.com
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Graduando do curso de Comunicação Social – Rádio TV e Internet – Universidade Estadual de
Santa Cruz (UESC). E-mail: yanhughesa@gmail.com
Introdução
Ainda que a luta feminina por igualdade de direitos seja intensa e já dure mais
de um século, as mulheres continuam discriminadas e excluídas em vários âmbitos, seja
pessoal, social ou profissional. Os dados socioeconômicos aferidos pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pelo Instituto de Pesquisas Econômicas
Aplicadas (IPEA), pela Organização das Nações Unidas (ONU), pelo Instituto Ethos,
entre outros, atestam o quanto a luta das mulheres ainda tem um longo caminho a
percorrer. E quando nos referimos às mulheres negras, os problemas são ainda piores.
São muitas as discriminações sofridas por essa minoria4. Para se ter uma ideia,
no cenário da representação política nacional – um quesito extremamente importante e
imprescindível nesse processo de luta feminina –, somente 10,5% dos assentos da
Câmara dos Deputados estavam ocupados por mulheres no ano de 2017. No que diz
respeito aos cargos de gerência em empresas, o cenário não é muito diferente: o mesmo
instituto apontou que, em 2016, os homens ocupavam 60,9%, em comparação aos
39,1% ocupados por mulheres5.
Além dessas discriminações, há ainda questões bem mais graves, como os
números relacionados à violência de gênero. O Instituto Datafolha6 realizou pesquisa
encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança em 2016 e aferiu que, a cada hora,
4
Aqui nos referimos a minoria para classificar aqueles grupos ou pessoas que se encontram à margem
De uma sociedade por conta das suas identidades sociais, culturais, físicas, sexuais ou religiosas.
5
IBGE. Estatísticas de Gênero Indicadores sociais das mulheres no Brasil. Disponível em: <
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101551_informativo.pdf>. Acesso em: 29 abr. 2020.
6
REVISTA GLAMOUR. Violência contra a mulher: no Brasil e no mundo, dados são assustadores.
Disponível em: <https://revistaglamour.globo.com/Lifestyle/Must-Share/noticia/2017/11/violencia-
contra-mulher-no-brasil-e-no-mundo-dados-sao-assustadores.html> Acesso em: 29 Abr. 2020.
503 mulheres são vítimas de agressão em nosso país. A mesma pesquisa apurou que
40% das mulheres acima de 16 anos já sofreram algum tipo de assédio, assim como 2,2
milhões de mulheres já foram beijadas ou agarradas sem consentimento.
Entre os anos 2017 e 2018 houve um aumento significativo da violência contra
as mulheres, de acordo com o então Ministério dos Direitos Humanos7. Segundo os
dados, nesse período, a média mensal de agressões subiu 24%: em 2018, 7.634
mulheres foram vítimas todos os meses, contra 6.139 no ano anterior. No quesito
tentativa de feminicídio, o mesmo estudo aferiu que os casos mais que dobraram e
ultrapassaram 7 mil registros.
Em 2019 esse quadro de violência contra a mulher não reduziu. Somente entre o
dia 1 e o dia 24 de janeiro houve uma média de cinco ocorrências registradas
diariamente, no Ligue 1808. No total, 107 casos de feminicídio ou de tentativa foram
denunciados, sendo que 68 acabaram consumados e 39 ficaram restritos a tentativas,
conforme levantamento realizado pelo Professor Jefferson Nascimento, Doutor em
Direito Internacional pela Universidade de São Paulo (USP) 9. Há registros de
ocorrências em pelo menos 94 cidades, distribuídas por 20 estados e o Distrito Federal.
Conforme o Instituto Igarapé10 – que analisou dados da Colômbia, do México e
do Brasil –, mais de um milhão de mulheres receberam atendimento pelo Sistema
Único de Saúde (SUS) no país, vítimas de violência entre os anos 2010 e 2017. De
acordo com o informe disponibilizado em janeiro de 2020 pelo Instituto, os parceiros
representam 36% entre os autores dos comportamentos violentos. Esse problema atinge
7
Atualmente Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.
8
A Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência - Ligue 180 - é um serviço de utilidade
pública, gratuito e confidencial oferecido pela Secretaria Nacional de Políticas, desde 2005, para receber
denúncias de violência, reclamações sobre os serviços da rede de atendimento à mulher e de orientar as
mulheres sobre seus direitos e sobre a legislação vigente, encaminhando-as para outros serviços quando
necessário. Funciona 24 horas, todos os dias, inclusive finais de semana e feriados, e pode ser acionada de
qualquer lugar do Brasil e de mais 16 países (Argentina, Bélgica, Espanha, EUA (São Francisco), França,
Guiana Francesa, Holanda, Inglaterra, Itália, Luxemburgo, Noruega, Paraguai, Portugal, Suíça, Uruguai e
Venezuela). Desde março de 2014, o Ligue 180 funciona como disque-denúncia, com capacidade de
envio de denúncias para a Segurança Pública com cópia para o Ministério Público de cada estado.
9
Disponível em: < http://www.mulheres.ba.gov.br/2019/02/2282/Media-mensal-de-casos-
deviolenciacontra-a-mulhercresce-24-em-um-ano.html>. Acesso em: 30 abr. 2020.
10
Organização Não Governamental dedicada à integração das agendas de segurança, clima e
desenvolvimento, cujo objetivo é propor soluções e parcerias a desafios globais por meio de pesquisas,
novas tecnologias, influência em políticas públicas e comunicação, com sede no Rio de Janeiro.
Disponível em: https://igarape.org.br/wp-content/uploads/2020/01/2020-01-30-AE45_Evidencias-sobre-
violencia-contra-mulheres-no-Brasil-na-Colombia-e-no-Mexico.pdf>. Acesso em: fev. 2020.
12
Conforme os dados mais recentes do Censo da Educação Superior, divulgados pelo Instituto Nacional
de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), publicados em 2018. Disponível em:
<http://portal.inep.gov.br/artigo/-/asset_publisher/B4AQV9zFY7Bv/content/mulheres-sao maioria-na-
educacao-superior-brasileira/21206>. Acesso em: 20 março 2020.
Homens Mulheres
37,78%
62,22%
13
Disponível em: <https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/populacao/25844-desigualdades
sociais-por-cor-ouraca.html?=&t=downloads.> Acesso em: 20 mar. 2020.
14
Disponível em: http://www.heads.com.br/uploads/Heads_Todxs.pdf>. Acesso em: 20 abr. 2020.
15
Disponível em: https://www.ethos.org.br/cedoc/profissionais-negras-demandam-mais-politicas
afirmativas-no-mercadocorporativo-brasileiro/.>. Acesso em: 30 abr. 2020.
Considerações finais
Referências