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GVPESQUISA

ASPECTOS SOCIAIS: CÓDIGOS


DE CONDUTA DO SETOR DE GÁS
E PETRÓLEO

Relatório 22/2005

LIGIA MAURA FERNANDES GARCIA DA COSTA

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ASPECTOS SOCIAIS: CÓDIGOS DE CONDUTA DO SETOR DE GÁS E PETRÓLEO


SOCIAL ASPECTS: CODES OF CONDUCT OF THE OIL AND GAS INDUSTRY

Resumo: A presença de uma empresa internacionalmente significa também a disseminação


mundial de seu Código de Conduta de Responsabilidade Social (Código de CRS). É
portanto necessário um certo controle do conteúdo desses Códigos. As regras e padrões
internacionais podem desempenhar este papel. O setor de gás e petróleo causa grande
impacto nas comunidades em que as empresas exercem suas atividades. O mesmo se pode
afirmar em relação aos seus Códigos de CRS. Este estudo examina, então, duas vertentes
distintas mas convergentes. De um lado, o estudo comparativo de como os Códigos de CRS
das empresas do setor de gás e petróleo tratam dos aspectos sociais. De outro, examina-se a
conformidade – ou falta de conformidade – dos Códigos de CRS com os tratados,
convenções, normas e padrões internacionais. Estratégias podem então ser propostas ao
setor de gás e petróleo, para a melhoria dos padrões sociais de seus Códigos de CRS. Com
isso atende-se às necessidades das comunidades envolvidas e, também, cria-se valor para as
empresas do setor de gás e petróleo.

Palavras-chave: Código de Conduta de Responsabilidade Social (CRS); Setor de gás e


petróleo; Aspectos sociais; Impactos sociais; Participação pública; Povos indígenas;
Reassentamento, deslocamento; Desenvolvimento econômico.

Abstract: The presence of a company on an international level also means the worldwide
dissemination of its Code of Conduct of Social Responsibility (CSR code of conduct). It is
therefore necessary to have a certain amount of control over the contents of such codes or
manuals. International rules and standards may be used for such purpose. The oil and gas
industry has a great impact on the communities where these companies perform their
activities. The same is true with respect to their CSR codes of conduct. Therefore, this
study cover two approaches that are different from each other but nonetheless converge.
On the one hand, the comparative study of how oil and gas companies deal with social
issues under their CSR codes of conduct. On the other hand, we review compliance or
noncompliance of such CSR codes with the international treaties, agreements, rules and
standards. Strategies may then be recommended to the oil and gas industry, to improve the
social standards of their CSR codes of conduct. This will meet the needs of the
communities involved while adding value to the oil and gas companies.

Key words: Codes of Conduct of Social Responsibility (CSR); Oil and gas industry; Social
aspects; Social assessment; Public participation; Indigenous people; Resettlement,
displacement; Economic development.

Ligia Maura Costa


Professor Adjunto – Departamento de Fundamentos Sociais e Jurídicos (FSJ)
Escola de Administração de Empresas de São Paulo – Fundação Getulio Vargas
(FGV/EAESP)
Doutor em direito – Université de Paris – X (Nanterre)
DESS em direito do comércio internacional – Université de Paris – X (Nanterre)
Visiting Scholar – University of Michigan Law School
RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005
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ÍNDICE
LISTA DE ACRÔNIMOS E ABREVIATURAS............................................................... 4

INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 5

1. ASPECTOS SOCIAIS: ABORDAGEM COMPARATIVA DOS CÓDIGOS DE


CRS ..................................................................................................................................... 6
1.1. Avaliação de Impacto Social .................................................................................................... 7
1.2. Participação Pública/Comunidade.......................................................................................... 7
1.3. Povos Indígenas ........................................................................................................................ 8
1.4. Reassentamento e Deslocamento ............................................................................................. 9
1.5. Desenvolvimento Econômico ................................................................................................. 10

2. ASPECTOS SOCIAIS: ENFOQUE INTERNACIONAL ......................................... 11


2.1. Avaliação de Impacto Social .................................................................................................. 13
2.2. Participação Pública/Comunidade........................................................................................ 13
2.3. Povos Indígenas ...................................................................................................................... 15
2.4. Reassentamento e Deslocamento ........................................................................................... 17
2.5. Desenvolvimento Econômico ................................................................................................. 19

3. CONFORMIDADE C. NÃO CONFORMIDADE: CÓDIGOS DE CRS E O


ENFOQUE INTERNACIONAL ...................................................................................... 19

CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES .................................................. 21

ANEXO A ......................................................................................................................... 24
BP p.l.c. (BP) ....................................................................................................................................... 24
ChevronTexaco Corporation (ChevronTexaco) .............................................................................. 29
ENI S.p.A (Eni) ................................................................................................................................... 34
Exxon Mobil Corporation (ExxonMobil) ......................................................................................... 40
Galp Energia (Galp) ........................................................................................................................... 45
Odebrecht S.A. (Odebrecht) .............................................................................................................. 50
Petróleo Brasileiro SA (Petrobras).................................................................................................... 57
The Royal Dutch/ Shell Group of Companies (Shell) ...................................................................... 63
Statoil ASA (Statoil) ........................................................................................................................... 68
CONCLUSÃO GERAL ................................................................................................. 73

Referências .......................................................................................................................... 79
Sites das empresas do setor de gás e petróleo................................................................................... 81

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LISTA DE ACRÔNIMOS E ABREVIATURAS

American Petroleum Institute API


BP p.l.c. BP
Caux Roundtable Principles for Business Caux
ChevronTexaco Corporation ChevronTexaco
Códigos de Conduta de Responsabilidade Social CRS
Declaração Universal dos Direitos Humanos, 1948 DUDH
Draft Declaration on the Rights of Indigenous Peoples UN Draft Declaration
Eni S.p.A Eni
Exxon Mobil Corporation ExxonMobil
Galp Energia Galp
Global Sullivan Principles Princípios Sullivan
Indigenous and Tribal Peoples Convention, 1989 OIT 169
Indigenous and Tribal Populations Convention, 1957 OIT 107
International Bank for Reconstruction and Development IBRD
International Chamber of Commerce ICC
International Covenant on Civil and Political Rights, 1966 CCPR
International Finance Corporation IFC
Odebrecht S.A. Odebrecht
Organização das Nações Unidas ONU
Organização Internacional do Trabalho OIT
Organization for Economic Cooperation and Development OECD
Organization for Economic Cooperation and Development Guidelines for OECD Guidelines
Multinational Enterprises
Petróleo Brasileiro AS Petrobras
Policy on Environmental Assessment – IFC OP 4.01
Regional Association of Oil and Natural Gas Companies in Latin America and the ARPEL
Caribbean
Statoil ASA Statoil
The Royal Dutch/ Shell Group of Companies Shell
Tripartite Declaration of Principles concerning Multinational Enterprises and Social Tripartite Declaration
Policy
United Nations Guiding Principles on Internal Displacement UN Guiding Principles
UN Norms on the responsibilities of transnational corporations and other business UN Norms
enterprises with regard to human rights
World Bank Group WB
World Bank Operational Directive 4.20 on Indigenous Peoples (Sept 1991) OD 4.20
World Bank Operational Directive 4.30 on Involuntary Resettlement (June 1990) OD 4.30

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INTRODUÇÃO

O conceito de legitimidade social de uma empresa com presença internacional é


entendido como a sua capacidade de construir estratégias que integrem com sinergia cinco
grandes princípios diretores: direitos humanos, direitos trabalhistas, meio ambiente,
aspectos econômicos e sociais. Muitas empresas contemplam esses princípios em suas
políticas internas, intituladas Códigos de Conduta de Responsabilidade Social (Códigos de
CRS). Através desses Códigos de CRS, as empresas pretendem atender, satisfatoriamente,
as demandas de todas as partes interessadas (stakeholders) num ambiente
internacionalizado e, com isso, criar valor. Dos cinco princípios diretores, apenas os
aspectos sociais são analisados no presente estudo.

A disseminação mundial de Códigos de CRS se dá através da presença de uma


empresa num determinado território soberano. Os Códigos de CRS podem ser instrumentos
valiosos de melhoria das condições locais. Todavia, na relação entre empresa e partes
interessadas há interesses divergentes ou no mínimo distintos. É, portanto, necessário
compreender se os Códigos de CRS formulados pelas empresas e disseminados
mundialmente atendem às normas e padrões reconhecidos internacionalmente. A escala da
disseminação de Códigos de CRS é variável, atingindo porém seu nível máximo nos setores
em que são necessários grandes projetos de investimento para permitir o exercício das
atividades das empresas. O setor de gás e petróleo é um bom exemplo.

Num primeiro momento, este estudo examina, comparativamente, os aspectos


sociais presentes nos Códigos CRS das seguintes empresas do setor de gás e petróleo:

- BP p.l.c. (BP);
- ChevronTexaco Corporation (ChevronTexaco);
- Eni S.p.A (Eni);
- Exxon Mobil Corporation (ExxonMobil);
- Galp Energia (Galp);
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- Odebrecht S.A. (Odebrecht);


- Petróleo Brasileiro SA (Petrobras);
- Statoil ASA (Statoil), e
- The Royal Dutch/ Shell Group of Companies (Shell).

A escolha das empresas foi feita com base nos seguintes critérios: desenvolvimento
de suas operações no território brasileiro e, concomitantemente, presença em países
emergentes. Para realizar a presente análise comparativa, foi utilizada a estratégia
metodológica intitulada estudo de caso fundamentado em informações e dados secundários,
extraídos de documentos, relatórios e publicações das respectivas empresas.

Num segundo momento, este estudo coloca em evidência os aspectos sociais sob o
prisma internacional, através da análise dos tratados e convenções internacionais mais
relevantes e das directrizes, normas e padrões de algumas associações de gás e petróleo,
organismos internacionais, ONGs e organizações multilaterais. Os principais resultados
obtidos por este estudo comparativo estão apresentados no Quadro 1 (Anexo A) e são
analisados na parte 3 do presente estudo.

1. ASPECTOS SOCIAIS: ABORDAGEM COMPARATIVA DOS CÓDIGOS DE


CRS

Os aspectos sociais estão divididos em cinco subcategorias comuns presentes nos


Códigos de CRS das empresas analisadas. São elas:

- avaliação de impacto social,


- participação pública/comunidade,
- povos indígenas,
- reassentamento e deslocamento, e
- desenvolvimento econômico.

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1.1. Avaliação de Impacto Social

A maior parte dos Código de CRS das empresas examinadas traça linhas gerais
sobre avaliação de impacto social. Nesse sentido, a ExxonMobil faz uma “avaliação de
impacto social e ambiental”, para os novos projetos.

Já a BP “considera o impacto dos grandes investimentos nas comunidades locais e


indígenas, na infra-estrutura local [...]”. A Odebrecht tem por meta satisfazer “seus clientes,
com serviços e bens que resultem na melhoria da qualidade de vida nas Comunidades em
que se encontra inserida” e “contribuir para o desenvolvimento socioeconômico,
tecnológico e empresarial” nos setores e países onde atua. Do mesmo modo, a Petrobras
considera como “parte da visão de negócios da companhia uma atuação responsável com o
objetivo de cumprir sua função social e econômica”. A Shell criou uma “Unidade de
Administração de Desempenho Social (UADS) para dar apoio a seus esforços de melhorar
o desempenho social”.

Os Códigos de CRS da ChevronTexaco e da Galp não tratam, especificamente,


deste aspecto.

1.2. Participação Pública/Comunidade

A maioria dos Códigos de CRS traz afirmações genéricas sobre políticas de


participação pública/comunidade. Em particular, eles reconhecem a importância da
cooperação, da consulta, da parceria e do diálogo com todas as partes interessadas. Uma
boa ilustração é dada pelo Código de CRS da Shell ao dizer que “[a Shell] influencia – e é
influenciada por – diferentes e variados grupos de pessoas, nossas partes interessadas.” Por
essa razão, a Shell tem por meta “reconhecer os interesses delas nos nossos negócios e
ouvir e responder a elas.” No mesmo sentido, a ChevronTexaco declara que “compromete-
se com um diálogo aberto para construir confiança”.

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As necessidades das partes interessadas são reconhecidas, como um fator


substancial de política de responsabilidade social e, portanto, estão presentes na maior parte
dos Códigos de CRS examinados. A Galp, por exemplo, proclama “seriedade e
credibilidade nas relações com os mais variados agentes de negócio, desde a fase inicial de
exploração e/ou produção até ao processo de disponibilização dos nossos produtos e
serviços à sociedade, no que diz respeito à qualidade e fiabilidade desses produtos e
serviços em si, como também no impacto social, ambiental e económico na sociedade
provocado pelas nossas actividades.” Já a Eni proclama, simplesmente, “o respeito de todas
as partes interessadas”.

Os Códigos de CRS da Petrobras e da Odebrecht entendem que os projetos


comunitários são instrumentos de apoio à participação pública/comunidade. A Petrobras
direciona suas “ações ao conceito de Desenvolvimento com Cidadania e às diretrizes do
Programa Petrobras Fome Zero.” Desta forma, permite-se “aos gerentes gerais, gerentes,
coordenadores regionais e assessores de comunicação exercerem o papel de protagonistas
na implementação de projetos que proporcionem melhoria de vida para as comunidades
vizinhas às áreas industriais da companhia.”

Por fim, é certo que a transparência reduz o impacto das atividades do setor de gás e
petróleo nas comunidades, em relação à segurança, à saúde e ao meio ambiente. Este ponto
é ressaltado por quase todos os Códigos de CRS examinados.

1.3. Povos Indígenas

A maioria dos Códigos de CRS enfatiza o respeito pelos direitos indígenas (i.e.,
culturas, religiões, valores e tradições, costumes, diversidade étnica, terras). A maior parte
deles, porém, tem políticas gerais a esse respeito. Dentre eles, a ExxonMobil declara ter
“profundo respeito e compreensão pelas pessoas e pelas culturas diferentes”. A
ChevronTexaco e a Shell incluem os Princípios Sullivan, nos seus Códigos de CRS. Outros
Códigos de CRS, têm diretrizes mais específicas. A BP, por exemplo, diz que “manterá

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contato com o governo e com as ONGs responsáveis, afim de respeitar a terra e outros
direitos dos povos indígenas”.

Os Códigos de CRS da Galp e da Petrobras não fazem referência expressa aos


povos indígenas.

1.4. Reassentamento e Deslocamento

Poucos são os Códigos de CRS que tratam dos aspectos relacionados ao


reassentamento e deslocamento. Dos Códigos examinados, a BP traz a política de
reassentamento mais específica e completa. Não apenas tenta evitar o reassentamento,
quando possível, mas a BP também promove o diálogo e a compensação justa para as
pessoas reassentadas involuntariamente. No seu Código de CRS, lê-se que a BP pretende
“evitar o reassentamento físico, sempre que possível, mas quando o projeto torna o
reassentamento inevitável, garante que este será minimizado e executado por meio de um
processo justo, em consulta com a pessoa afetada”. A BP preconiza ainda que as pessoas
reassentadas involuntariamente devam receber, antes da mudança, compensação justa pelas
perdas, assistência para o deslocamento, apoio durante o período de transição para o novo
local e auxílio para restauração do antigo padrão de vida.

Além da BP, os outros Códigos de CRS que merecem ser citados são o da Shell, da
ExxonMobil e o da Eni.

Apesar de não dispor de regras específicas, a Shell declara que se “compromete a


trabalhar, juntamente com a comunidade, para limitar […] rompimentos”, incluindo
algumas formas de reassentamento. A Eni também não possui uma política de
reassentamento específica, mas diz que “a aquisição de terras é sempre feita por meio de
acordos voluntários com os proprietários e são pagos montantes indenizatórios padrão pela
restrição ao uso da terra, de acordo com a legislação local”. A linha comum é evitar ou
minimizar o reassentamento involuntário, quando possível.

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Os Códigos de CRS da Petrobras, da Statoil e da Galp não tratam deste tema.

1.5. Desenvolvimento Econômico

Todos os Códigos de CRS têm políticas que enfatizam o investimento em prol do


desenvolvimento econômico. A natureza e a extensão das contribuições é, porém, diversa.
Alguns Códigos de CRS priorizam doações a esforços humanitários locais. É o caso,
especificamente, da Petrobras e da Odebrecht.

Outros dirigem seus esforços ao desenvolvimento econômico sustentável. A Statoil,


por exemplo, adota os “guias mais recentes sobre investimento social como uma política
ampla do grupo”. Assim, “todos os projetos patrocinados pela Statoil devem estar de
acordo com os princípios da ONU para cooperação e desenvolvimento; [...] baseados nos
esforços da própria comunidade e se adequar aos planos nacionais de desenvolvimento; [...]
ser realizados através de organizações com a necessária especialização e capacidade para
promover os direitos humanos [...] projetos sociais de investimento devem visar a formação
de mão-de-obra local nos setores da saúde, educação, direitos humanos e governança”.

O objetivo da BP, como é o da Galp, “é que os países e as comunidades [...] se


beneficiem com a nossa presença – através da criação de empregos e de bem estar [...] isto
então gera progresso humano substancial”. No mesmo sentido, os Códigos de CRS da BP,
da Exxon Mobil, da Petrobras, da Odebrecht e da Eni possuem políticas enfatizando o
treinamento e a contratação de empregados oriundos da força de trabalho local. A
Odebrecht tem por filosofia empresarial “criar oportunidades de trabalho e de
desenvolvimento para as pessoas, inclusive com reinvestimento dos resultados obtidos.”
Ainda a esse título, vale mencionar o Programa Avançado de Assistência e Tratamento a
Pessoas Especiais (PATE) da Petrobras, cuja missão é incluir “essas pessoas em suas
comunidades e na sociedade brasileira, seja na escola, no trabalho, nas atividades de lazer,
turismo e esportes; nas artes, cultura e outras áreas.”

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2. ASPECTOS SOCIAIS: ENFOQUE INTERNACIONAL

Os tratados e convenções internacionais mais relevantes quanto aos aspectos sociais


são:

- Declaração Universal dos Direitos Humanos, 1948 (DUDH) da Organização das


Nações Unidas (ONU);

- Indigenous and Tribal Populations Convention, 1957 (Convenção sobre as


Populações Indígenas e Tribais, 1957 – OIT 107);

- Indigenous and Tribal Peoples Convention, 1989 (Convenção sobre Povos


Indígenas e Tribais, 1989 – OIT 169), e

- International Covenant on Civil and Political Rights, 1966 (Pacto Internacional dos
Direitos Civis e Políticos, 1966 – CCPR).

Já as directrizes, normas e padrões de associações de gás e petróleo, organismos


internacionais, ONGs e organizações multilaterais objeto deste estudo são:

- World Bank Group (Grupo Banco Mundial – WB);

- UN Draft Declaration on the Rights of Indigenous Peoples (Minuta de Declaração


sobre os Direitos dos Povos Indígenas da ONU – UN Draft Declaration);

- UN Guiding Principles on Internal Displacement (Princípios Diretores sobre


Deslocamento Interno das Nações Unidas – UN Guiding Principles);

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- UN Norms on the Responsibilities of Transnational Corporations and other


Business Enterprises with Regard to Human Rights (Normas das Nações Unidas
sobre Responsabilidades de Corporações Internacionais e Outros Empresas de
Negócios com Relação aos Direitos Humanos – UN Norms);

- American Petroleum Institute (API);

- Regional Association of Oil and Natural Gas Companies in Latin America and the
Caribbean (ARPEL);

- International Chamber of Commerce (Câmara de Comércio Internacional – ICC);

- ICC Business Charter on Sustainable Development (ICC Carta de Negócios sobre


Desenvolvimento Sustentável – ICC Business Charter);

- Global Sullivan Principles (Princípios Globais Sullivan);

- Caux Roundtable Principles for Business (Caux);

- Organization for Economic Cooperation and Development Guidelines for


Multinational Enterprises (Orientações para as Empresas Multinacionais da OECD
– OECD Guidelines);

- Tripartite Declaration of Principles concerning Multinational Enterprises and Social


Policy (Declaração Tripartida de Princípios sobre as Empresas Multinacionais e a
Política Social – Tripartite Declaration), e

- Principles for the Conduct of Company Operations within the Minerals Industry
produced by the Mineral Policy Institute (Princípios de Conduta para as Operações
das Empresas da Indústria Mineral elaboradas pelo Instituto de Política Mineral).

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Assim, as cinco subcategorias de aspectos sociais comuns aos Códigos de CRS


passam a ser examinadas, a seguir, sob o prisma internacional.

2.1. Avaliação de Impacto Social

A grande maioria das normas e padrões internacionais examinados não fazem


referência à avaliação de impacto social, com exceção da International Finance Corporation
(Corporação Financeira Internacional – IFC) Policy on Environmental Assessment OP 4.01
(Política sobre Avaliação Ambiental da IFC – OP 4.01) e dos Principles for the Conduct of
Company Operations within the Minerals Industry produced by the Mineral Policy
Institute. Estes últimos recomendam às empresas “realizar avaliação de impacto social e
ambiental tanto para as atividades de exploração quanto de mineração”.

As recomendações da ICC Business Charter seguem a mesma linha de raciocínio,


entretanto estão limitadas aos aspectos ambientais. Diante disso, não podem aqui ser
levadas em consideração. Não há convenções ou tratados internacionais a esse respeito. As
associações internacionais não abordam este tema.

2.2. Participação Pública/Comunidade

Não há tratados ou convenções internacionais que tratem da participação


pública/comunidade.

As principais recomendações dos organismos multilaterais sobre participação


pública/comunidade são da IFC e da OECD. As recomendações são bastante similares aos
Códigos de CRS das empresas. A importância da cooperação, da consulta e do diálogo com
todas as partes interessadas é um fator comum.

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Um bom exemplo é a política da IFC – OP 4.01. De modo similar, é pedra angular


dos OECD Guidelines a transparência das atividades do setor de gás e petróleo, em relação
à segurança, à saúde e ao meio ambiente para todas as partes interessadas. Seus itens II:3 e
II:7 incentivam, por um lado, a “capacitação de mão-de-obra local, através da cooperação
junto à comunidade local” e, por outro, entendem que as empresas devem “desenvolver e
utilizar práticas auto-regulatórias efetivas e sistemas de gerenciamento que adotem um
relacionamento de confiança mútua entre as empresas e as sociedades nas quais exercem
atividades”.

As associações e organizações internacionais também tratam dos aspectos


relacionados à participação pública/comunidade. As recomendações e diretrizes são
bastante similares as dos Códigos de CRS das empresas. O ponto comum é a cooperação, a
consulta e o diálogo com as partes interessadas. Assim, a ARPEL, do mesmo modo que os
Caux, recomenda o “respeito às comunidades vivendo nas áreas afetadas pelas operações,
através da promoção de atividades de boa vizinhança e aconselhamento ao público em geral
sobre o uso e manuseamento seguro dos produtos petrolíferos”. A API “reconhece e
responde às preocupações da comunidade sobre nossa matéria prima, produtos e
operações”.

A transparência das informações está presente nos Principles for the Conduct of
Company Operations within the Minerals Industry produced by the Mineral Policy
Institute: “divulgação completa de todos os relatórios aos governos, empresas outras partes
interessadas em relação a aspectos ambientais, sociais, humanos, políticos, direitos civis e
sociais, saúde e segurança”. No mesmo sentido, o artigo 37 da Tripartite Declaration diz
que as empresas devem “disponibilizar aos representantes dos empregados nas empresas
[...] às autoridades competentes e às organizações de empregados e empregadores [...]
informação sobre padrões de segurança e saúde, que sejam relevantes para suas atividades
locais”.

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Os Princípios Sullivan ressaltam, ainda, aspectos como cultura e educação. Assim,


recomendam que os governos e as comunidades trabalhem juntos, para melhorar a
qualidade de vida e o bem estar educacional, cultural, econômico e social.

2.3. Povos Indígenas

A DUDH foi adotada e proclamada pela Resolução n.º 217 A (III) da Assembléia
Geral da Nações Unidas, em 10 de dezembro de 1948. Seu artigo II estabelece que “Toda
pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta
Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião,
opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou
qualquer outra condição.”

Do mesmo modo, o CCPR reconhece a dignidade inerente a todos os membros da


família humana. A igualdade para todos é, então, sua mola mestra. Assim, seu artigo 2° §
1° dispõe que “Os Estados-partes no presente Pacto comprometem-se a garantir a todos os
indivíduos que se encontrem em seu território e que estejam sujeitos à sua jurisdição os
direitos reconhecidos no presente Pacto, sem discriminação alguma por motivo de raça, cor,
sexo, língua, religião, opinião política ou de qualquer outra natureza, origem nacional ou
social, situação.”

As duas convenções internacionais mais relevantes a esse título são: a OIT 107 e a
OIT 169.

A OIT 107 visa proteger e integrar os povos indígenas e outras populações tribais e
semi-tribais em países independentes e melhorar o padrão de vida desses povos. Para tanto,
encoraja os governos a tomar medidas que permitam que essas minorias usufruam dos
mesmos direitos e oportunidades dadas aos outros cidadãos e a promover o
desenvolvimento social, econômico e cultural (artigos 2, 4 e 5 da OIT 107). Por fim, e
desde que de acordo com a legislação local, a OIT 107 protege a manutenção dos costumes

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e instituições indígenas; o direito dos povos indígenas e tribais à propriedade de suas terras,
seja ela coletiva ou individual, e de não serem removidos, sem o seu consentimento, de seus
territórios.

A evolução do direito internacional a partir de 1957 e as alterações na vida dos


povos indígenas e tribais em todas as regiões do mundo fez com que fossem editadas novas
normas internacionais. Assim, a OIT 107 foi substituída pela OIT 169. A ratificação da OIT
169 pelos países que anteriormente ratificaram a OIT 107 corresponde à uma renúncia
desta última. A OIT 169 não enfatiza apenas a proteção dos povos indígenas e tribais como
OIT 107. Ela vai mais além ao dispor sobre a necessidade do respeito a esses povos e da
sua participação na comunidade. Nesse sentido, diz seu artigo 2:1 que “Os governos
deverão assumir a responsabilidade de desenvolver, com a participação dos povos
interessados, uma ação coordenada e sistemática visando proteger os direitos desses povos
e garantir o respeito pela sua integridade.”

As UN Norms determinam que “dentro de suas respectivas esferas de atividade e


influência, as corporações transnacionais e outras companhias de negócios têm a obrigação
de promover, assegurar o cumprimento, respeitar, assegurar o respeito e proteger os direitos
humanos, assim reconhecidos pelo direito interno e internacional, incluindo os direitos e
interesses dos povos indígenas e outros grupos vulneráveis” (Normas da ONU A.1.
Obrigações Gerais).

A Draft Declaration on the Rights of Indigenous Peoples (Minuta de Declaração


sobre os Direitos dos Povos Indígenas – UN Draft Declaration) ainda não foi aprovada,
nem mesmo terminada a sua fase de negociações preparatórias. De qualquer modo, ela trata
dos direitos dos povos indígenas, bem como da sua promoção pelos governos. De acordo
com a UN Draft Declaration, os povos indígenas devem gozar de todos os direitos humanos
e liberdades fundamentais. A igualdade desses povos e a proteção contra a discriminação
são também aspectos relevantes da UN Draft Declaration.

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A World Bank Operational Directive 4.20 on Indigenous Peoples – Sept 1991


(Diretiva Operacional 4.20 sobre Povos Indígenas do Banco Mundial – OD 4.20) assegura
que os povos indígenas sejam beneficiados pelos projetos de desenvolvimento. A OD 4.20
tem, também, por objetivo evitar ou mitigar, através da informação e da participação dos
povos indígenas, os potenciais efeitos adversos causados pelas atividades assistidas pelo
WB. Por fim, ela visa garantir que os povos indígenas recebam benefícios sociais e
econômicos compatíveis, culturalmente, com os projetos de desenvolvimento. Os
Princípios Sullivan enfatizam a importância de se prover treinamento e oportunidades de
trabalho para as pessoas oriundas de ambientes desfavoráveis.

Em geral, pode-se dizer que as diretrizes das associações internacionais reconhecem


a importância do respeito à titularidade da terra, da tradição e dos costumes dos povos
indígenas, em especial em países onde não é reconhecido o direito consuetudinário da terra.
De todas as associações examinadas, a ARPEL tem a política mais específica sobre povos
indígenas, tendo criado inclusive encontros de discussão tripartidos entre suas associadas,
os governos e os povos indígenas.

2.4. Reassentamento e Deslocamento

A DUDH dispõe em seu artigo 17 que “1. Toda a pessoa, individual ou coletiva,
tem direito à propriedade. 2. Ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua
propriedade.” Reassentamento e deslocamento são temas importantes, para proteger as
minorias dependentes da terra. É o caso dos povos indígenas. Por essa razão, tanto a OIT
107 quanto a OIT 169 tratam abundantemente do tema. Ambas dispõem sobre a
propriedade e a posse de terras ocupadas tradicionalmente pelos povos indígenas, a
transmissão de propriedade e venda de terras, os programas agrários e os deslocamentos
(cf. artigos 11, 13 14 e 12 da ILO 107 e artigos 13, 14, 15 e 16 da ILO 169).

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Os UN Guiding Principles foram adotados em 1998 pela Assembléia Geral da ONU


e refletem aspectos relacionados aos direitos humanos, bem como um conjunto de padrões
sobre pessoas deslocadas internamente. O princípio 6 dos Guiding Principles diz que “todo
ser humano tem o direito de ser protegido de deslocamentos arbitrários de sua casa ou de
seu local habitual de residência. A proibição ao deslocamento arbitrário inclui: [...] (c) Os
casos de projetos de desenvolvimento de larga escala, que não sejam justificados por
interesses públicos obrigatórios”.

No mesmo sentido dos Guiding Principles estão os demais padrões e diretrizes de


organizações internacionais. Para corroborar tal afirmação, cita-se a World Bank
Operational Directive 4.30 on Involuntary Resettlement – June 1990 (Diretiva Operacional
4.30 sobre Reassentamento Involuntário do Banco Mundial – OD 4.30). A OD 4.30 diz
que, quando possível, deve-se evitar ou minimizar o reassentamento involuntário, ficando
assegurado que, se o deslocamento for inevitável, “a população deslocada por um projeto
beneficie-se do mesmo”, inclusive em relação à indenização e assistência para o
reassentamento. Além disso, o reassentamento deve ser planejado e implementado com a
participação da comunidade. Por fim, o WB rejeitará o financiamento de projetos de
desenvolvimento que danifiquem, substancialmente, o patrimônio cultural.

As UN Norms declaram que as corporações transnacionais e outras companhias


comerciais devem respeitar os direitos das comunidades de “ocupar, desenvolver, controlar,
proteger e usar suas terras”. Os Princípios Sullivan proclamam, apenas, o “apoio aos
direitos humanos universais e, particularmente, aqueles de nossos empregados, aos das
comunidades nas quais operamos e aos de terceiros com os quais fazemos negócios”, assim
sendo, não tratam expressamente dos aspectos relacionados ao reassentamento ou
deslocamento.

Os Principles for the Conduct of Company Operations within the Minerals Industry
produced by the Mineral Policy Institute tratam do tema, mas apenas em relação aos povos
indígenas. Tais princípios estabelecem no seu item 3 que as “companhias não devem retirar
à força ou auxiliar outros que queiram remover os povos indígenas de suas terras ou

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 19/82

territórios” e, também, “não devem participar de reassentamento sem o livre e consciente


consentimento dos povos indígenas”. Se houver reassentamento, este deve ser acordado
com os interessados, e as companhias devem prover uma “indenização justa e imparcial”.
As associações internacionais objeto do presente estudo não tratam deste aspecto.

2.5. Desenvolvimento Econômico

Não há tratados ou convenções internacionais a esse respeito. Os OECD Guidelines


“encorajam a criação de mão-de-obra local através de uma próxima cooperação com a
comunidade local”.

Os Caux incluem, como responsabilidade de uma boa empresa cidadã, as “doações


para obras de caridade, contribuições educacional e cultural, e a participação dos
empregados nos negócios comunitários e cívicos”. Os demais organismos e associações
internacionais não tratam do tema.

3. CONFORMIDADE c. NÃO CONFORMIDADE: CÓDIGOS DE CRS E O


ENFOQUE INTERNACIONAL

A maior parte dos Códigos de CRS não têm políticas específicas para avaliação de
impacto social. Não há convenções ou tratados internacionais sobre o tema. Com exceção
da OP 4.01 e dos Principles for the Conduct of Company Operations within the Minerals
Industry produced by the Mineral Policy Institute, as poucas organizações e associações
internacionais e multilaterais que tratam do tema preocupam-se, fundamentalmente, com os
aspectos ambientais. Tendo em vista que os Códigos de CRS, no seu conjunto, não tratam,
expressamente, da avaliação de impacto social, é difícil averiguar a conformidade com as
normas e padrões internacionais.

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 20/82

Em relação à participação pública/comunidade, os Códigos de CRS reconhecem a


importância do tema, embora não existam tratados ou convenções internacionais sobre o
assunto. Já as normas e padrões internacionais apresentam declarações muito mais
completas e precisas do que aquelas presentes na maioria dos Códigos de CRS. Mas, em
linhas gerais, pode-se afirmar que os Códigos de CRS são consistentes com as normas e
padrões internacionais.

Ao tratar dos povos indígenas, tanto os Códigos de CRS quanto as normas e padrões
internacionais abrangem aspectos genéricos, tais como o respeito às culturas, religiões,
valores e tradições, costumes, diversidade étnica e terra. A maioria dos Códigos de CRS e
das normas e padrões internacionais reconhece a importância do diálogo e da consulta com
os povos indígenas e demonstra preocupação com os projetos de desenvolvimento que
possam afeta-los adversamente. De um modo geral, pode-se afirmar que os Códigos de
CRS são consistentes com a OIT 107 e, especialmente, com a OIT 169, embora os Códigos
de CRS não primem por definições e políticas específicas quanto aos povos indígenas.

A maioria dos Códigos de CRS não têm políticas específicas sobre reassentamento e
deslocamento. Já a OIT 107 e a OIT 169 analisam, detalhadamente, os aspectos
relacionados ao reassentamento e ao deslocamento. Todavia, elas estão limitadas aos povos
indígenas. Em linhas gerais, as normas e padrões internacionais estabelecem utilmente um
conjunto de regras e diretrizes específicas sobre o tema. As associações internacionais não
tratam do tema. De qualquer modo, a ausência de disposições claras sobre políticas de
reassentamento e deslocamento na maior parte dos Códigos de CRS não permite determinar
a conformidade com os tratados, convenções, normas e padrões internacionais existentes.

A melhoria da qualidade de vida e do desenvolvimento econômico das comunidades


são aspectos sociais importantes para os Códigos de CRS. A natureza e extensão de tais
contribuições são, contudo, diferenciadas. Todos os Códigos de CRS, sem exceção, tratam
do tema. Boa parte dos Códigos de CRS preocupa-se com a capacitação de mão-de-obra
local e com a empregabilidade dos habitantes nas comunidades locais. As normas e padrões
internacionais encorajam esta “associação” entre empresas e partes interessadas, visando

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 21/82

alcançar sustentabilidade sócio-econômica, sem a criação de dependência. Não há, porém,


tratados ou convenções internacionais que possam ser utilmente reprochados a esse
respeito. Os Códigos de CRS podem ser considerados como consistentes com as normas e
padrões internacionais a esse título.

CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES

Este estudo teve por objetivo analisar, comparativamente, as interações entre os


aspectos sociais constantes dos Códigos de CRS de algumas das mais relevantes empresas
do setor de gás e petróleo com as normas, padrões, tratados e convenções internacionais.
No decorrer deste estudo, tais interações foram examinadas a partir de uma análise
comparativa construída a partir de cinco subcategorias comuns de aspectos sociais
presentes nos Códigos de CRS. Constatou-se uma grande uniformização de políticas entre
os Códigos de CRS, o que permitiu a identificação do modus operandi comum dos Códigos
de CRS, necessário à análise da conformidade do seu conjunto com as normas, padrões,
convenções e tratados internacionais.

Desta compreensão ampliada das interações sociais entre empresas e parte


interessadas num enfoque internacional, focalizado através dos Códigos de CRS, pode-se
afirmar a consistência em três subcategorias comuns: participação pública/comunidade,
povos indígenas e desenvolvimentos econômico. Ressalte-se, porém, ainda dentro desse
entendimento ampliado e comparativo que tanto a avaliação dos impactos sociais quanto os
aspectos relacionados ao reassentamento e deslocamento são tratados pelos Códigos de
CRS genericamente – uma pequena minoria – ou o que é pior a grande maioria sequer
menciona o tema, a despeito de normas e padrões internacionais a respeito. É importante
salientar que a grade comparativa aqui utilizada privilegiou deliberadamente a compreensão
dos Códigos de CRS como formadores de estratégias sociais internacionais das empresas
do setor de gás e petróleo. A conformidade da grande maioria dos Códigos de CRS com as
regras internacionais é sem dúvida importante. Defendemos os Códigos de CRS como um

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 22/82

dos meios para atender os anseios das partes interessadas e também como forma de criação
de valor para as empresas do setor de gás e petróleo, mas não como o meio único e
exclusivo.

De fato, observou-se que para atender às demandas de todas as partes interessadas e


criar valor para as empresas, não basta apenas a conformidade das disposições dos Códigos
de CRS com os padrões, normas, tratados e convenções internacionais. Este é um elemento
relevante mas não é o único fator determinante. Na verdade, o processo é muito mais rico e
dinâmico, requerendo uma abordagem restrita e direcionada.

Não se trata aqui de negar a importância da conformidade dos Códigos de CRS com
as regras internacionais, mas sim de alertar para a sua insuficiência. Uma compreensão
mais restrita dos aspectos sociais constantes nos Códigos de CRS pode ser obtida através de
uma análise localizada num determinado país, na qual a interação entre os aspectos sociais
constantes dos Códigos de CRS e das regras internacionais pudesse ser delineada, também,
no ambiente jurídico local. Seguindo essa linha de raciocínio, apontam-se as limitações
deste estudo que permitiram a extração de lições para investigações futuras.

1) Embora este estudo agregue evidências para a melhoria dos aspectos sociais
dos Códigos de CRS através do seu exame sob o foco das regras
internacionais, é fácil constatar como é importante um sistema legal local
relativo aos aspectos sociais para um controle maior e efetivo dos Códigos
de CRS, visando assim a melhoria das comunidades em que atuam as
empresas do setor de gás e petróleo. Em outras palavras, como podem as
empresas analisar, controlar, estabelecer regras nos seus Códigos de CRS,
regras essas que influenciam a estrutura empresarial dessas empresas e que,
concomitantemente, visam atender aos anseios nem sempre convergentes das
comunidades em que atuam?

2) A compreensão da realidade local no contexto Códigos de CRS-regras


jurídicas locais é um dos limites deste trabalho. É fato que os Códigos de

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 23/82

CRS têm autonomia restrita apenas pela legislação do país em que as


empresas atuam e a análise comparativa realizada com base nas regras
internacionais não privilegia o contexto em que os problemas reais ocorrem,
nem enfoca os conflitos sociais reais no âmbito jurídico local. Assim, surge a
necessidade de contextualizar os resultados aqui obtidos num espaço
jurídico-social micro.

3) O papel “regulador” dos Códigos de CRS é muito claro. Diante disso, seria
relevante analisar até que ponto o direito local da sede das empresas
examinadas influenciou as declarações de conduta constantes dos Códigos
de CRS.

4) Por fim, mas não por último, é relevante examinar se de fato as regras
estabelecidas pelos Códigos de CRS são aplicadas e cumpridas pelas
respectivas empresas, para evitar que esses Códigos de CRS sejam apenas
declarações de conduta “para inglês ver”.

Feitas essas premissas de base a respeito dos alcances e limites do presente estudo,
recomenda-se, por fim, como forma de contribuir para o processo de criação de valor para
as empresas e atendimento dos anseios sociais das comunidades locais através do enfoque
dos Códigos de CRS, que a análise dos aspectos sociais aqui realizada seja inserida num
determinado âmbito jurídico e verificadas as origens jurídicas das declarações constantes
nos Códigos de CRS de cada uma das empresas analisadas. Com isso, seria possível uma
análise dos Códigos de CRS, já emoldurados no âmbito internacional, sob um foco mais
restrito, o que poderia resultar em melhorias reais das condições sociais das comunidades,
além de criar valor para as empresas do setor de gás e petróleo.

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 24/82

ANEXO A

Quadro 1 – Códigos de CRS e as regras e padrões internacionais

BP p.l.c. (BP)

Subcategoria Código de CRS1 Tratados e Normas e Padrões Conclusão


Convenções Internacionais
Internacionais

Avaliação de “Antes de fazer Não há convenções A maioria das A BP tem uma


impacto social grande ou tratados normas e padrões preocupação real
investimentos em internacionais a internacionais não com impactos
novas áreas, avalia esse respeito. trata da avaliação de sociais e faz
o impacto impacto social, com avaliação de
provável de sua exceção da – IFC impacto social. As
presença e de suas Policy on poucas organizações
atividades. Essas Environmental e associações
avaliações Assessment OP 4.01 internacionais e
consideram o e dos Principles for multilaterais que
impacto dos the Conduct of tratam do tema
grandes Company preocupam-se,
investimentos nas Operations within fundamentalmente,
comunidades the Minerals com os aspectos
locais e indígenas, Industry produced ambientais. Seja
na infra-estrutura by the Mineral como for, pode-se
local, bem como Policy Institute. As afirmar a
potencial conflito recomendações da conformidade do
e suas implicações ICC de realização seu Código de CRS
para a segurança.” avaliações de com as normas e
impacto, estão padrões
limitadas aos internacionais. Não
aspectos ambientais. há convenções ou
tratados.
internacionais sobre
o tema.
Subcategoria Código de CRS Tratados e Normas e Padrões Conclusão
Convenções Internacionais
Internacionais

Participação “aberta a parcerias Não há tratados ou As principais O Código de CRS


pública/comunidade com o governo, convenções recomendações dos da BP reconhece a
sociedade civil e internacionais a organismos importância da
organizações esse respeito. multilaterais sobre parceria com as
internacionais...” participação partes interessadas.
pública/comunidade Não há tratados ou
são da IFC e da convenções
OECD. As internacionais sobre

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 25/82

recomendações são participação


bastante similares pública/comunidade.
aos Códigos de CRS Diante disso, não é
das empresas. A possível examinar a
importância da conformidade do
cooperação, da Código de CRS. Por
consulta e do outro lado, pode-se
diálogo com todas as afirmar que o
partes interessadas é Código de CRS da
um fator comum. BP está, em linhas
Um bom exemplo é gerais, em
a política OP 4.01 da conformidade com
IFC. É pedra angular as normas e padrões
dos OECD internacionais.
Guidelines, a
transparência das
atividades do setor
de gás e petróleo, em
relação à segurança,
à saúde e ao meio
ambiente para todas
as partes
interessadas (itens
II:3 e II:7).

Subcategoria Código de CRS Tratados e Normas e Padrões Conclusão


Convenções Internacionais
Internacionais

Povos indígenas “Manterá contato O artigo II da As UN Norms O Código de CRS


com o governo e DUDH proclama a determinam que as da BP traz
com as ONGs não discriminação, empresas “têm a disposições
responsáveis, afim como princípio obrigação de específicas aos
de respeitar a terra geral. Do mesmo promover, assegurar povos indígenas. O
e outros direitos modo, o CCPR o cumprimento, Código de CRS está,
dos povos reconhece a respeitar, assegurar o alinhado com as
indígenas.” dignidade a todos respeito e proteger Convenções OIT
os membros da os direitos humanos, 107 e OIT 169.
família humana e assim reconhecidos
de seus direitos pelo direito interno e
iguais e internacional,
inalienáveis (artigo incluindo os direitos
2° § 1°). e interesses dos
As duas povos indígenas e
convenções outros grupos
internacionais mais vulneráveis” (A.1.
relevantes a esse Obrigações Gerais).
título são: a OIT A UN Draft
107 e a OIT 169. A Declaration on the
OIT 169 enfatiza a Rights of Indigenous
proteção aos povos Peoples os Indígenas
indígenas e tribais ainda não foi
e dispõe sobre a aprovada, nem
necessidade do mesmo terminada a
respeito a esses sua fase de
povos e da sua negociações

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 26/82

participação na preparatórias. A
comunidade (artigo World Bank
2:1). Operational
Directive 4.20 on
Indigenous Peoples
– Sept 1991 visa
assegurar que os
povos indígenas
sejam beneficiados
pelos projetos de
desenvolvimento;
tem também por
objetivo evitar ou
mitigar, através da
informação e da
participação dos
povos indígenas, os
potenciais efeitos
adversos causados
pelas atividades
assistidas pelo WB;
e, visa garantir que
os povos indígenas
recebam benefícios
sociais e econômicos
compatíveis,
culturalmente, com
os projetos de
desenvolvimento.
Os Princípios
Globais Sullivan
enfatizam a
importância de se
prover treinamento e
oportunidades para
os trabalhadores
oriundos de
ambientes
desfavoráveis.
As diretrizes das
associações
internacionais, em
geral, reconhecem a
importância do
respeito à
titularidade da terra,
da tradição e dos
costumes dos povos
indígenas, em
especial em países
onde não é
reconhecido o direito
consuetudinário da
Terra. De todas as
associações
examinadas, a

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 27/82

ARPEL tem a
política mais
específica sobre
povos indígenas.

Subcategoria Código de CRS Tratados e Normas e Padrões Conclusão


Convenções Internacionais
Internacionais

Reassentamento e “evitar o O artigo 17 da Os United Nations O Código de CRS


deslocamento reassentamento DUDH dispõe Guiding Principles da BP traz regras
físico, sempre que sobre a proteção da on Internal específicas sobre
possível, mas propriedade da Displacement deslocamento e
quando o projeto pessoa física ou refletem aspectos reassentamento,
torna o jurídica e veda a relacionados aos inclusive com
reassentamento desapropriação direitos humanos, diretrizes a esse
inevitável, garante arbitrária. bem como um respeito. Em suma, a
que este será A OIT 107 e a OIT conjunto de padrões BP tenta evitar o
minimizado e 169 tratam do referentes ao reassentamento.
executado por tema, mas somente tratamento a ser Assim, pode-se
meio de um em relação aos dado às pessoas afirmar a
processo justo, em povos indígenas deslocadas conformidade com
consulta com a (artigos 11, 13 14 e internamente os tratados,
pessoa afetada”. 12 da ILO 107 e (princípio 6). convenções, normas
artigos 13, 14, 15 e No mesmo sentido, a e padrões
“restaurar ou 16 da ILO 169). World Bank internacionais.
melhorar a Operational
capacidade de Directive 4.30 on
geração de riqueza Involuntary
e a qualidade de Resettlement – June
vida de qualquer 1990.
pessoa As UN Norms
reassentada, em proclamam o
decorrência de respeito aos direitos
nossas atividades.” humanos, assim
sendo, não tratam
“Em 2002, expressamente dos
desenvolvemos aspectos
um conjunto de relacionados ao
diretrizes sobre reassentamento ou
reassentamento deslocamento.
para nossas Os Principles for the
atividades em Conduct of
parceria com uma Company
importante ONG Operations within
direcionada a the Minerals
direitos sociais e Industry produced
econômicos. by the Mineral
Nossas Diretrizes Policy Institute
estão baseadas na tratam do tema, mas
melhor prática e apenas em relação
nos direitos aos povos indígenas
humanos (item 3)
internacionais.” As associações
internacionais

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 28/82

examinadas não
tratam deste aspecto.

Subcategoria Código de CRS Tratados e Normas e Padrões Conclusão


Convenções Internacionais
Internacionais

Desenvolvimento “... os países e as Não há tratados ou Os OECD O Código de CRS


econômico comunidades [...] convenções Guidelines da BP trata do
se beneficiem com internacionais a “encorajam a criação desenvolvimento
a nossa presença – esse respeito. de mão-de-obra local econômico das
através da criação através de uma comunidades em
de empregos e de cooperação próxima que atua. A BP
bem estar [...] isto com a comunidade enfatiza a criação de
então gera local”. Os Caux empregos para
progresso humano mencionam alcançar o bem estar
substancial.” “doações para obras social. Não há
de caridade, tratados ou
“trabalhamos contribuições convenções
visando melhorias educacional e internacionais. O
que são cultural, e a Código de CRS está
mensuráveis e participação dos em consonância
contribuímos para empregados nos com as normas e
o crescimento real negócios padrões
e independente das comunitários e internacionais a esse
comunidades nas cívicos”. respeito.
quais exercemos
atividades.”

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 29/82

ChevronTexaco Corporation (ChevronTexaco)

Subcategoria Código de CRS2 Tratados e Normas e Padrões Conclusão


Convenções Internacionais
Internacionais

Avaliação de -x- Não há convenções A maioria das A ChevronTexaco


impacto social ou tratados normas e padrões não tem política
internacionais a internacionais não sobre avaliação de
esse respeito. trata da avaliação de impacto social. As
impacto social, com poucas organizações
exceção da – IFC e associações
Policy on internacionais e
Environmental multilaterais que
Assessment OP 4.01 tratam do tema
e dos Principles for preocupam-se,
the Conduct of fundamentalmente,
Company com os aspectos
Operations within ambientais. Dada a
the Minerals falta de disposição
Industry produced não é possível
by the Mineral determinar
Policy Institute. As conformidade ou
recomendações da falta de
ICC de realização conformidade do
avaliações de Código de CRS da
impacto, estão ChevronTexaco com
limitadas aos as normas e padrões
aspectos ambientais. internacionais. Não
há convenções ou
tratados
internacionais sobre
o tema.

Subcategoria Código de CRS Tratados e Normas e Padrões Conclusão


Convenções Internacionais
Internacionais

Participação “... compromete-se Não há tratados ou As principais O Código de CRS


pública/comunidade com um diálogo convenções recomendações dos da ChevronTexaco
aberto para internacionais a organismos traz afirmações
construir esse respeito. multilaterais sobre genéricas sobre
confiança.” participação políticas de
pública/comunidade participação
são da IFC e da pública/comunidade.
OECD. As Em particular,
recomendações são reconhece a
bastante similares importância da
aos Códigos de CRS consulta e do
das empresas. A diálogo com as
importância da partes interessadas.

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 30/82

cooperação, da Não há tratados ou


consulta e do convenções
diálogo com todas as internacionais sobre
partes interessadas é participação
um fator comum. pública/comunidade.
Um bom exemplo é Diante disso, não é
a política OP 4.01 da possível examinar a
IFC. É pedra angular conformidade do
dos OECD Código de CRS. Por
Guidelines, a outro lado, pode-se
transparência das afirmar que o
atividades do setor Código de CRS da
de gás e petróleo, em ChevronTexaco
relação à segurança, está, em linhas
à saúde e ao meio gerais, em
ambiente para todas conformidade com
as partes as normas e padrões
interessadas (itens internacionais.
II:3 e II:7).

Subcategoria Código de CRS Tratados e Normas e Padrões Conclusão


Convenções Internacionais
Internacionais

Povos indígenas A ChevronTexaco O artigo II da As UN Norms O Código de CRS


respeita os DUDH proclama a determinam que as da ChevronTexaco
Princípios Globais não discriminação, empresas “têm a traça linhas gerais
Sullivan e como princípio obrigação de de proteção às
“fornece geral. Do mesmo promover, assegurar minorias. O Código
treinamento e modo, o CCPR o cumprimento, de CRS está de
oportunidades para reconhece a respeitar, assegurar o acordo com as
os trabalhadores dignidade a todos respeito e proteger normas e padrões
oriundos de os membros da os direitos humanos, internacionais,
ambientes família humana e assim reconhecidos embora a política
desfavoráveis.” de seus direitos pelo direito interno e deste código abranja
iguais e internacional, tópicos muito
inalienáveis (artigo incluindo os direitos genéricos. Assim, o
2° § 1°). e interesses dos Código de CRS está,
As duas povos indígenas e genericamente,
convenções outros grupos alinhado com as
internacionais mais vulneráveis” (A.1. Convenções OIT
relevantes a esse Obrigações Gerais). 107, OIT 169 e,
título são: a OIT A UN Draft especialmente, com
107 e a OIT 169. A Declaration on the a DUDH.
OIT 169 enfatiza a Rights of Indigenous
proteção aos povos Peoples os Indígenas
indígenas e tribais ainda não foi
e dispõe sobre a aprovada, nem
necessidade do mesmo terminada a
respeito a esses sua fase de
povos e da sua negociações
participação na preparatórias. A
comunidade (artigo World Bank
2:1). Operational
Directive 4.20 on
Indigenous Peoples

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 31/82

– Sept 1991 visa


assegurar que os
povos indígenas
sejam beneficiados
pelos projetos de
desenvolvimento;
tem também por
objetivo evitar ou
mitigar, através da
informação e da
participação dos
povos indígenas, os
efeitos adversos
potenciais causados
pelas atividades
assistidas pelo WB;
e, visa garantir que
os povos indígenas
recebam benefícios
sociais e econômicos
compatíveis,
culturalmente, com
os projetos de
desenvolvimento.
Os Princípios
Globais Sullivan
enfatizam a
importância de se
prover treinamento e
oportunidades para
os trabalhadores
oriundos de
ambientes
desfavoráveis.
As diretrizes das
associações
internacionais, em
geral, reconhecem a
importância do
respeito à
titularidade da terra,
da tradição e dos
costumes dos povos
indígenas, em
especial em países
onde não é
reconhecido o direito
consuetudinário da
Terra. De todas as
associações
examinadas, a
ARPEL tem a
política mais
específica sobre
povos indígenas.

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 32/82

Subcategoria Código de CRS Tratados e Normas e Padrões Conclusão


Convenções Internacionais
Internacionais

Reassentamento e A ChevronTexaco O artigo 17 da Os United Nations O Código de CRS


deslocamento “respeita os DUDH dispõe Guiding Principles da ChevronTexaco
Princípios Globais sobre a proteção da on Internal não tem uma
Sullivan e propriedade da Displacement política de
expressa apoio os pessoa física ou refletem aspectos reassentamento e
direitos humanos jurídica e veda a relacionados aos deslocamento. São
universais e, desapropriação direitos humanos, traçadas linhas
particularmente, arbitrária. bem como um gerais a esse título.
dos nossos A OIT 107 e a OIT conjunto de padrões A ausência de
empregados, das 169 tratam do referentes ao disposição
comunidades nas tema, mas somente tratamento a ser específica não
quais operamos e em relação aos dado às pessoas permite determinar a
dos terceiros com povos indígenas deslocadas real conformidade
os quais fazemos (artigos 11, 13 14 e internamente com os tratados,
negócios.” 12 da ILO 107 e (princípio 6). convenções, normas
artigos 13, 14, 15 e No mesmo sentido, a e padrões
16 da ILO 169). World Bank internacionais.
Operational
Directive 4.30 on
Involuntary
Resettlement – June
1990.
As UN Norms
proclamam o
respeito aos direitos
humanos, assim
sendo, não tratam
expressamente dos
aspectos
relacionados ao
reassentamento ou
deslocamento.
Os Principles for the
Conduct of
Company
Operations within
the Minerals
Industry produced
by the Mineral
Policy Institute
tratam do tema, mas
apenas em relação
aos povos indígenas
(item 3)
As associações
internacionais
examinadas não
tratam deste aspecto.

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 33/82

Subcategoria Código de CRS Tratados e Normas e Padrões Conclusão


Convenções Internacionais
Internacionais

Desenvolvimento “Procura alcançar Não há tratados ou Os OECD O Código de CRS


econômico o crescimento convenções Guidelines da ChevronTexaco
sustentável e o internacionais a “encorajam a criação enfatiza o
progresso social esse respeito. de mão-de-obra local investimento
através de através de uma visando o
parcerias com as cooperação próxima desenvolvimento
comunidades, com a comunidade econômico
governos e local”. Os Caux sustentável através
organizações não mencionam de parcerias, tanto
governamentais.” “doações para obras com o setor público
de caridade, quanto privado. O
contribuições Código de CRS
educacional e pode ser
cultural, e a considerado como
participação dos consistente com as
empregados nos normas e padrões
negócios internacionais a esse
comunitários e respeito. Não há
cívicos”. tratados ou
convenções
internacionais.

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 34/82

ENI S.p.A (Eni)

Subcategoria Código de CRS3 Tratados e Normas e Padrões Conclusão


Convenções Internacionais
Internacionais

Avaliação de “Implementa um Não há convenções A maioria das A Eni não tem


impacto social certo número de ou tratados normas e padrões política específica
medidas para internacionais a internacionais não para avaliação de
avaliar o impacto esse respeito. trata da avaliação de impacto social. As
geral de suas impacto social, com poucas organizações
atividades.” exceção da – IFC e associações
Policy on internacionais e
Environmental multilaterais que
Assessment OP 4.01 tratam do tema
e dos Principles for preocupam-se,
the Conduct of fundamentalmente,
Company com os aspectos
Operations within ambientais. Dada a
the Minerals natureza genérica
Industry produced das declarações
by the Mineral constantes de seu
Policy Institute. As Código de CRS, não
recomendações da é possível
ICC de realização determinar a
avaliações de conformidade com
impacto, estão as normas e padrões
limitadas aos internacionais. Não
aspectos ambientais. há convenções ou
tratados
internacionais sobre
o tema.
Subcategoria Código de CRS Tratados e Normas e Padrões Conclusão
Convenções Internacionais
Internacionais

Participação “... comprometida Não há tratados ou As principais As necessidades das


pública/comunidade em compreender e convenções recomendações dos partes interessadas
respeitar o internacionais a organismos são reconhecidos,
contexto cultural, esse respeito. multilaterais sobre como um fator
social, econômico participação substancial de
e ambiental no pública/comunidade política de
qual suas são da IFC e da responsabilidade
atividades de OECD. As social no Código de
negócios são recomendações são CRS da Eni. Do
desenvolvidas e bastante similares mesmo modo,
em encontrar aos Códigos de CRS reconhece a
soluções das empresas. A importância do
inovadoras para a importância da diálogo e da
preservação do cooperação, da cooperação com as

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 35/82

ambiente social e consulta e do partes interessadas.


do meio ambiente diálogo com todas as Não há tratados ou
afetados pelas sua partes interessadas é convenções
atividades” um fator comum. internacionais sobre
Um bom exemplo é participação
“Procura a política OP 4.01 da pública/comunidade.
estabelecer uma IFC. É pedra angular Diante disso, não é
forte cooperação dos OECD possível examinar a
com os países Guidelines, a conformidade do
produtores e transparência das Código de CRS. Por
promover um bom atividades do setor outro lado, pode-se
relacionamento de gás e petróleo, em afirmar que o
com todas as relação à segurança, Código de CRS da
partes à saúde e ao meio Eni está em
interessadas” ambiente para todas conformidade com
as partes as normas e padrões
“Dedicada a interessadas (itens internacionais.
contribuir para a II:3 e II:7).
formação de
capacidade de
trabalho, melhoria
e desenvolvimento
das condições
sócio-econômicas
nas áreas em que
exerce suas
atividades”

“Comprometida
com o diálogo e a
combinação de
esforços, recursos,
conhecimentos
com as
comunidades,
autoridades locais,
agências de
desenvolvimento,
organizações
humanitárias e
outros setores da
sociedade civil.”

Subcategoria Código de CRS Tratados e Normas e Padrões Conclusão


Convenções Internacionais
Internacionais

Povos indígenas “... inspiração na O artigo II da As UN Norms O Código de CRS


conduta de suas DUDH proclama a determinam que as da Eni traça linhas
atividades no não discriminação, empresas “têm a gerais de proteção
respeito pelas como princípio obrigação de de minorias. O
culturas, religiões, geral. Do mesmo promover, assegurar Código de CRS está
tradições e modo, o CCPR o cumprimento, de acordo com as
diversidade étnica reconhece a respeitar, assegurar o normas e padrões
das comunidades dignidade a todos respeito e proteger internacionais,
em que atua e os membros da os direitos humanos, embora a política

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 36/82

está comprometida família humana e assim reconhecidos deste código abranja


com a preservação de seus direitos pelo direito interno e tópicos muito
da identidade iguais e internacional, genéricos. O
biológica, inalienáveis (artigo incluindo os direitos Códigos de CRS da
ambiental, social, 2° § 1°). e interesses dos Eni está,
cultural e As duas povos indígenas e genericamente,
econômica.” convenções outros grupos alinhado com a
internacionais mais vulneráveis” (A.1. Convenção OIT 107
relevantes a esse Obrigações Gerais). e com a OIT 169 e,
título são: a OIT A UN Draft especialmente, com
107 e a OIT 169. A Declaration on the a DUDH.
OIT 169 enfatiza a Rights of Indigenous
proteção aos povos Peoples os Indígenas
indígenas e tribais ainda não foi
e dispõe sobre a aprovada, nem
necessidade do mesmo terminada a
respeito a esses sua fase de
povos e da sua negociações
participação na preparatórias. A
comunidade (artigo World Bank
2:1). Operational
Directive 4.20 on
Indigenous Peoples
– Sept 1991 visa
assegurar que os
povos indígenas
sejam beneficiados
pelos projetos de
desenvolvimento;
tem também por
objetivo evitar ou
mitigar, através da
informação e da
participação dos
povos indígenas, os
efeitos adversos
potenciais causados
pelas atividades
assistidas pelo WB;
e, visa garantir que
os povos indígenas
recebam benefícios
sociais e econômicos
compatíveis,
culturalmente, com
os projetos de
desenvolvimento.
Os Princípios
Globais Sullivan
enfatizam a
importância de se
prover treinamento e
oportunidades para
os trabalhadores
oriundos de
ambientes

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 37/82

desfavoráveis.
As diretrizes das
associações
internacionais, em
geral, reconhecem a
importância do
respeito à
titularidade da terra,
da tradição e dos
costumes dos povos
indígenas, em
especial em países
onde não é
reconhecido o direito
consuetudinário da
Terra. De todas as
associações
examinadas, a
ARPEL tem a
política mais
específica sobre
povos indígenas.

Subcategoria Código de CRS Tratados e Normas e Padrões Conclusão


Convenções Internacionais
Internacionais

Reassentamento e “... atende O artigo 17 da Os United Nations Embora o Código de


deslocamento plenamente todos DUDH dispõe Guiding Principles CRS da Eni não
os padrões sobre a proteção da on Internal tenha uma política
regulatórios propriedade da Displacement de reassentamento
estabelecidos pelas pessoa física ou refletem aspectos específica e
leis nacionais, bem jurídica e veda a relacionados aos completa, ele trata
com padrões desapropriação direitos humanos, de aspectos
internacionais. arbitrária. bem como um relacionados à
A OIT 107 e a OIT conjunto de padrões aquisição de terras.
“A aquisição de 169 tratam do referentes ao A ausência de
terras é sempre tema, mas somente tratamento a ser disposição
feita por meio de em relação aos dado às pessoas específica não
acordos povos indígenas deslocadas permite determinar a
voluntários com os (artigos 11, 13 14 e internamente efetiva
proprietários e são 12 da ILO 107 e (princípio 6). conformidade com
pagos montantes artigos 13, 14, 15 e No mesmo sentido, a os tratados,
indenizatórios 16 da ILO 169). World Bank convenções, normas
padrão pela Operational e padrões
restrição ao uso da Directive 4.30 on internacionais.
terra, de acordo Involuntary
com a legislação Resettlement – June
local.” 1990.
As UN Norms
proclamam o
respeito aos direitos
humanos, assim
sendo, não tratam
expressamente dos
aspectos

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 38/82

relacionados ao
reassentamento ou
deslocamento.
Os Principles for the
Conduct of
Company
Operations within
the Minerals
Industry produced
by the Mineral
Policy Institute
tratam do tema, mas
apenas em relação
aos povos indígenas
(item 3)
As associações
internacionais
examinadas não
tratam deste aspecto.

Subcategoria Código de CRS Tratados e Normas e Padrões Conclusão


Convenções Internacionais
Internacionais

Desenvolvimento “Contribui, Não há tratados ou Os OECD O Código de CRS


econômico ativamente, para a convenções Guidelines da Eni enfatiza o
melhoria da internacionais a “encorajam a criação investimento
qualidade de vida esse respeito. de mão-de-obra local visando o
e para o através de uma desenvolvimento
desenvolvimento cooperação próxima econômico
sócio-econômico com a comunidade sustentável. O
das comunidades local”. Os Caux Código de CRS
onde o Grupo está mencionam pode ser
presente.” “doações para obras considerado como
de caridade, consistente com as
“Contribui, contribuições normas e padrões
ativamente, para o educacional e internacionais a esse
bem estar das cultural, e a respeito. Não há
populações onde participação dos tratados ou
tem atividades, empregados nos convenções
tentando negócios internacionais.
identificar suas comunitários e
necessidades e cívicos”.
anseios reais, que
mudam de acordo
com o nível de
desenvolvimento,
dar soluções
adequadas e
eficientes para os
problemas e
expectativas a fim
de gerar valor
sustentável e
durável. Seu
objetivo final é

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 39/82

contribuir para
auto-suficiência
econômica,
favorecer a
transferência de
conhecimentos e
de tecnologia,
promover o
diálogo com as
partes
interessadas,
enquanto criando e
preservando um
clima de
confiança.”

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 40/82

Exxon Mobil Corporation (ExxonMobil)

Subcategoria Código de CRS4 Tratados e Normas e Padrões Conclusão


Convenções Internacionais
Internacionais

Avaliação de “Antes de investir Não há convenções A maioria das A ExxonMobil tem


impacto social num grande ou tratados normas e padrões uma preocupação
projeto, prepara internacionais a internacionais não real com impactos
uma compreensiva esse respeito. trata da avaliação de sociais, como faz
avaliação sobre impacto social, com prova seu programa
impacto ambiental exceção da – IFC AISA. As poucas
e social. Nosso Policy on organizações e
processo de Environmental associações
Avaliação de Assessment OP 4.01 internacionais e
Impacto Social e e dos Principles for multilaterais que
Ambiental (AISA) the Conduct of tratam do tema
compila dados de Company preocupam-se,
base obtidos Operations within fundamentalmente,
através de the Minerals com os aspectos
pesquisa de campo Industry produced ambientais. De
ou fontes externas. by the Mineral qualquer modo e,
Ele identifica Policy Institute. As especialmente, dada
riscos potenciais recomendações da a existência do
para as ICC de realização programa AISA
comunidades” avaliações de pode-se afirmar a
impacto, estão conformidade do
limitadas aos seu Código de CRS
aspectos ambientais. com as normas e
padrões
internacionais. Não
há convenções ou
tratados.
internacionais sobre
o tema.
Subcategoria Código de CRS Tratados e Normas e Padrões Conclusão
Convenções Internacionais
Internacionais

Participação “Nós manteremos Não há tratados ou As principais O Código de CRS


pública/comunidade os mais altos convenções recomendações dos da ExxonMobil
padrões éticos, internacionais a organismos reconhece, em
obedecemos todas esse respeito. multilaterais sobre particular, a
as leis aplicáveis e participação importância da
regulamentações e pública/comunidade cooperação e da
respeitamos a são da IFC e da consulta com as
cultura local e OECD. As partes interessadas,
nacional.” recomendações são bem como o respeito
“... por exemplo: bastante similares dos princípios éticos
- apoio a aos Códigos de CRS de responsabilidade
treinamento e das empresas. A social.

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 41/82

educação; importância da Entende, ainda, que


- utilização de cooperação, da investimento em
fornecedores consulta e do projetos de
locais de bens e diálogo com todas as treinamento e
serviços partes interessadas é capacitação de mão
qualificados e um fator comum. de obra são
competitivos; Um bom exemplo é instrumentos de
- quando atuando a política OP 4.01 da apoio à participação
em IFC. É pedra angular pública/comunidade.
comunidades dos OECD Não há tratados ou
em que falta Guidelines, a convenções
capacitação transparência das internacionais sobre
local, trabalha atividades do setor participação
com os de gás e petróleo, em pública/comunidade.
governos e relação à segurança, Diante disso, não é
outros para à saúde e ao meio possível examinar a
desenvolver ambiente para todas conformidade do
capacitação as partes Código de CRS. Por
local; interessadas (itens outro lado, pode-se
- facilita a II:3 e II:7). afirmar que o
transferência de Código de CRS da
conhecimentos Shell está em
e tecnologia ... conformidade com
- contrata as normas e padrões
cidadãos internacionais.
qualificados das
comunidades
em que exerce
suas
atividades.”

Subcategoria Código de CRS Tratados e Normas e Padrões Conclusão


Convenções Internacionais
Internacionais

Povos indígenas “uma longa O artigo II da As UN Norms O Código de CRS


tradição em ajudar DUDH proclama a determinam que as da ExxonMobil traz
a desenvolver não discriminação, empresas “têm a políticas genéricas
comunidades como princípio obrigação de sobre minorias. Não
prósperas e geral. Do mesmo promover, assegurar é feita referência aos
estáveis. Isto modo, o CCPR o cumprimento, povos indígenas,
requer um reconhece a respeitar, assegurar o apesar do âmbito
profundo respeito dignidade a todos respeito e proteger internacional dar
e compreensão os membros da os direitos humanos, grande importância
pelas pessoas e família humana e assim reconhecidos a esse título. O
pelas culturas de seus direitos pelo direito interno e Código de CRS está,
diferentes.” iguais e internacional, genericamente,
inalienáveis (artigo incluindo os direitos alinhado com as
2° § 1°). e interesses dos Convenções OIT
As duas povos indígenas e 107 e OIT 169.
convenções outros grupos
internacionais mais vulneráveis” (A.1.
relevantes a esse Obrigações Gerais).
título são: a OIT A UN Draft
107 e a OIT 169. A Declaration on the
OIT 169 enfatiza a Rights of Indigenous

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 42/82

proteção aos povos Peoples os Indígenas


indígenas e tribais ainda não foi
e dispõe sobre a aprovada, nem
necessidade do mesmo terminada a
respeito a esses sua fase de
povos e da sua negociações
participação na preparatórias. A
comunidade (artigo World Bank
2:1). Operational
Directive 4.20 on
Indigenous Peoples
– Sept 1991 visa
assegurar que os
povos indígenas
sejam beneficiados
pelos projetos de
desenvolvimento;
tem também por
objetivo evitar ou
mitigar, através da
informação e da
participação dos
povos indígenas, os
efeitos adversos
potenciais causados
pelas atividades
assistidas pelo WB;
e, visa garantir que
os povos indígenas
recebam benefícios
sociais e econômicos
compatíveis,
culturalmente, com
os projetos de
desenvolvimento.
Os Princípios
Globais Sullivan
enfatizam a
importância de se
prover treinamento e
oportunidades para
os trabalhadores
oriundos de
ambientes
desfavoráveis.
As diretrizes das
associações
internacionais, em
geral, reconhecem a
importância do
respeito à
titularidade da terra,
da tradição e dos
costumes dos povos
indígenas, em
especial em países

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 43/82

onde não é
reconhecido o direito
consuetudinário da
Terra. De todas as
associações
examinadas, a
ARPEL tem a
política mais
específica sobre
povos indígenas.

Subcategoria Código de CRS Tratados e Normas e Padrões Conclusão


Convenções Internacionais
Internacionais

Reassentamento e “Com a ajuda O artigo 17 da Os United Nations A ExxonMobil teve


deslocamento direta dos cidadão DUDH dispõe Guiding Principles problemas concretos
locais, foram sobre a proteção da on Internal de reassentamento
desenvolvidos propriedade da Displacement na República dos
programas para pessoa física ou refletem aspectos Camarões e no
compensar as jurídica e veda a relacionados aos Tchad. Diante disso,
perdas temporárias desapropriação direitos humanos, seu Código de CRS
de produtos e em arbitrária. bem como um tenta evitar o
alguns casos para A OIT 107 e a OIT conjunto de padrões reassentamento,
o reassentamento.” 169 tratam do referentes ao quando possível,
“O relatório de tema, mas somente tratamento a ser mas também
inspeção do Banco em relação aos dado às pessoas promove o diálogo e
Mundial descreveu povos indígenas deslocadas a indenização justa
o programa de (artigos 11, 13 14 e internamente para as pessoas
compensação 12 da ILO 107 e (princípio 6). reassentadas
como «justo, artigos 13, 14, 15 e No mesmo sentido, a involuntariamente.
transparente e 16 da ILO 169). World Bank Assim, pode-se
eficiente».” Operational afirmar
Directive 4.30 on conformidade com
Involuntary os tratados,
Resettlement – June convenções, normas
1990. e padrões
As UN Norms internacionais.
proclamam o
respeito aos direitos
humanos, assim
sendo, não tratam
expressamente dos
aspectos
relacionados ao
reassentamento ou
deslocamento.
Os Principles for the
Conduct of
Company
Operations within
the Minerals
Industry produced
by the Mineral
Policy Institute

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 44/82

tratam do tema, mas


apenas em relação
aos povos indígenas
(item 3)
As associações
internacionais
examinadas não
tratam deste aspecto.

Subcategoria Código de CRS Tratados e Normas e Padrões Conclusão


Convenções Internacionais
Internacionais

Desenvolvimento “Nós manteremos Não há tratados ou Os OECD O Código de CRS


econômico os mais altos convenções Guidelines da ExxonMobil trata
padrões éticos, ... internacionais a “encorajam a criação do desenvolvimento
por exemplo: esse respeito. de mão-de-obra local econômico das
- apoiar a através de uma comunidades em
treinamentos e cooperação próxima que atua. É dada
educação; com a comunidade especial atenção a
- utilizar local”. Os Caux criação de empregos
fornecedores mencionam e, por via de
locais de bens e “doações para obras conseqüência, de
serviços de caridade, bem estar social.
qualificados e contribuições Não há tratados ou
competitivos; educacional e convenções
- quando atuando cultural, e a internacionais. O
em participação dos Código de CRS está
comunidades empregados nos em consonância
em que falta negócios com as normas e
capacitação comunitários e padrões
local, trabalhar cívicos”. internacionais a esse
com os respeito.
governos e
outros para
desenvolver
capacitação
local;
- facilitar a
transferência ou
conhecimentos
e tecnologia ...
- contratar
cidadãos
qualificados das
comunidades
em que exerce
suas
atividades.”

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 45/82

Galp Energia (Galp)

Subcategoria Código de CRS Tratados e Normas e Padrões Conclusão


Convenções Internacionais
Internacionais
Avaliação de
impacto social A Galp “não força Não há convenções A maioria das O Código de CRS
os trabalhadores ou tratados normas e padrões da Galp não trata de
em direção a má internacionais a internacionais não avaliação de
influência nas suas esse respeito. trata da avaliação de impacto social.
condições de impacto social, com Diante disso, não é
trabalho ou de exceção da – IFC possível determinar
seus co- Policy on conformidade do
trabalhadores." Environmental seu Código de CRS
Assessment OP 4.01 com as normas e
e dos Principles for padrões
the Conduct of internacionais. As
Company poucas organizações
Operations within e associações
the Minerals internacionais e
Industry produced multilaterais que
by the Mineral tratam do tema
Policy Institute. As preocupam-se,
recomendações da fundamentalmente,
ICC de realização com os aspectos
avaliações de ambientais. Não há
impacto, estão convenções ou
limitadas aos tratados
aspectos ambientais. internacionais sobre
o tema.
Subcategoria Código de CRS Tratados e Normas e Padrões Conclusão
Convenções Internacionais
Internacionais
Participação
pública/comunidade Galp “procura Não há tratados ou As principais O Código de CRS
atender as convenções recomendações dos da Galp preocupa-se
expectativas da internacionais a organismos com as necessidades
comunidade, esse respeito. multilaterais sobre das partes
governo, clientes, participação interessadas, sendo
empregados, pública/comunidade estas reconhecidas,
parceiros são da IFC e da como um fator
comerciais, OECD. As importante de
fornecedores, recomendações são política de
mídia, bastante similares responsabilidade
organizações não aos Códigos de CRS social. Não há
governamentais, das empresas. A tratados ou
sindicatos de importância da convenções
trabalhadores, de cooperação, da internacionais sobre
modo eficiente, consulta e do participação
transparente e diálogo com todas as pública/comunidade.
consciente com partes interessadas é Diante disso, não é

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 46/82

um um fator comum. possível examinar a


comprometimento Um bom exemplo é conformidade do
com preocupações a política OP 4.01 da Código de CRS. Por
sociais, ambientais IFC. É pedra angular outro lado, pode-se
e éticas” dos OECD afirmar que o
Guidelines, a Código de CRS da
“seriedade e transparência das Galp está em
credibilidade nas atividades do setor conformidade com
relações com os de gás e petróleo, em as normas e padrões
mais variados relação à segurança, internacionais.
agentes de à saúde e ao meio
negócio, desde a ambiente para todas
fase inicial de as partes
exploração e/ou interessadas (itens
produção até ao II:3 e II:7).
processo de
disponibilização
dos nossos
produtos e
serviços à
sociedade, no que
diz respeito à
qualidade e
fiabilidade desses
produtos e
serviços em si,
como também no
impacto social,
ambiental e
económico na
sociedade
provocado pelas
nossas
actividades.”
Subcategoria Código de CRS Tratados e Normas e Padrões Conclusão
Convenções Internacionais
Internacionais

Povos indígenas -x- O artigo II da As UN Norms O Código de CRS


DUDH proclama a determinam que as da Galp não trata
não discriminação, empresas “têm a deste aspecto, apesar
como princípio obrigação de da existência de
geral. Do mesmo promover, assegurar tratados e
modo, o CCPR o cumprimento, convenções
reconhece a respeitar, assegurar o internacionais, bem
dignidade a todos respeito e proteger como regras e
os membros da os direitos humanos, padrões
família humana e assim reconhecidos internacionais.
de seus direitos pelo direito interno e Assim, o Código de
iguais e internacional, CRS da Galp não
inalienáveis (artigo incluindo os direitos está de acordo com
2° § 1°). e interesses dos as normas e padrões
As duas povos indígenas e internacionais, nem
convenções outros grupos está alinhado com a
internacionais mais vulneráveis” (A.1. Convenção OIT 107
relevantes a esse Obrigações Gerais). e, especialmente,

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 47/82

título são: a OIT A UN Draft com a OIT 169.


107 e a OIT 169. A Declaration on the
OIT 169 enfatiza a Rights of Indigenous
proteção aos povos Peoples os Indígenas
indígenas e tribais ainda não foi
e dispõe sobre a aprovada, nem
necessidade do mesmo terminada a
respeito a esses sua fase de
povos e da sua negociações
participação na preparatórias. A
comunidade (artigo World Bank
2:1). Operational
Directive 4.20 on
Indigenous Peoples
– Sept 1991 visa
assegurar que os
povos indígenas
sejam beneficiados
pelos projetos de
desenvolvimento;
tem também por
objetivo evitar ou
mitigar, através da
informação e da
participação dos
povos indígenas, os
efeitos adversos
potenciais causados
pelas atividades
assistidas pelo WB;
e, visa garantir que
os povos indígenas
recebam benefícios
sociais e econômicos
compatíveis,
culturalmente, com
os projetos de
desenvolvimento.
Os Princípios
Globais Sullivan
enfatizam a
importância de se
prover treinamento e
oportunidades para
os trabalhadores
oriundos de
ambientes
desfavoráveis.
As diretrizes das
associações
internacionais, em
geral, reconhecem a
importância do
respeito à
titularidade da terra,
da tradição e dos

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 48/82

costumes dos povos


indígenas, em
especial em países
onde não é
reconhecido o direito
consuetudinário da
Terra. De todas as
associações
examinadas, a
ARPEL tem a
política mais
específica sobre
povos indígenas.

Subcategoria Código de CRS Tratados e Normas e Padrões Conclusão


Convenções Internacionais
Internacionais

Reassentamento e -x- O artigo 17 da Os United Nations O Código de CRS


deslocamento DUDH dispõe Guiding Principles da Galp não trata
sobre a proteção da on Internal deste aspecto, apesar
propriedade da Displacement da existência de
pessoa física ou refletem aspectos tratados e
jurídica e veda a relacionados aos convenções
desapropriação direitos humanos, internacionais, bem
arbitrária. bem como um como regras e
A OIT 107 e a OIT conjunto de padrões padrões
169 tratam do referentes ao internacionais. A
tema, mas somente tratamento a ser ausência de
em relação aos dado às pessoas disposição a esse
povos indígenas deslocadas título não permite
(artigos 11, 13 14 e internamente determinar a
12 da ILO 107 e (princípio 6). conformidade com
artigos 13, 14, 15 e No mesmo sentido, a os tratados,
16 da ILO 169). World Bank convenções, normas
Operational e padrões
Directive 4.30 on internacionais.
Involuntary
Resettlement – June
1990.
As UN Norms
proclamam o
respeito aos direitos
humanos, assim
sendo, não tratam
expressamente dos
aspectos
relacionados ao
reassentamento ou
deslocamento.
Os Principles for the
Conduct of
Company
Operations within
the Minerals
Industry produced

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 49/82

by the Mineral
Policy Institute
tratam do tema, mas
apenas em relação
aos povos indígenas
(item 3)
As associações
internacionais
examinadas não
tratam deste aspecto.

Subcategoria Código de CRS Tratados e Normas e Padrões Conclusão


Convenções Internacionais
Internacionais

Desenvolvimento “Nosso papel Não há tratados ou Os OECD O Código de CRS


econômico social como convenções Guidelines da Galp examina o
operador internacionais a “encorajam a criação desenvolvimento
económico esse respeito. de mão-de-obra local econômico das
envolve acção através de uma comunidades em
responsável [...] cooperação próxima que atua. É dada
que os países e as com a comunidade especial atenção a
comunidades [...] local”. Os Caux criação de empregos
se beneficiem com mencionam e, por via de
a nossa presença – “doações para obras conseqüência, de
através da criação de caridade, bem estar social.
de empregos e de contribuições Não há tratados ou
bem estar [...] isto educacional e convenções
então gera cultural, e a internacionais. O
progresso humano participação dos Código de CRS da
substancial”. empregados nos Galp pode ser
negócios considerado como
comunitários e consistente com as
cívicos”. regras e padrões
internacionais.

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 50/82

Odebrecht S.A. (Odebrecht)

Subcategoria Código de CRS Tratados e Normas e Padrões Conclusão


Convenções Internacionais
Internacionais

Avaliação de “Satisfazendo seus Não há convenções A maioria das A Odebrecht traça


impacto social clientes, com ou tratados normas e padrões linhas gerais sobre
serviços e bens internacionais a internacionais não avaliação de
que resultem na esse respeito. trata da avaliação de impacto social. Nas
melhoria da impacto social, com suas políticas
qualidade de vida exceção da – IFC atenção especial é
nas Comunidades Policy on dada aos impactos
em que se Environmental ao patrimônio
encontra inserida; Assessment OP 4.01 histórico e cultural.
contribuindo para e dos Principles for As poucas
o desenvolvimento the Conduct of organizações e
social, econômico, Company associações
tecnológico e Operations within internacionais e
empresarial dessas the Minerals multilaterais que
comunidades; Industry produced tratam do tema
criando by the Mineral preocupam-se,
oportunidades de Policy Institute. As fundamentalmente,
trabalho e de recomendações da com os aspectos
desenvolvimento ICC de realização ambientais. Assim,
para as Pessoas, avaliações de pode-se afirmar
inclusive mediante impacto, estão certa consistência do
o reinvestimento limitadas aos Código de CRS da
dos resultados aspectos ambientais. Odebrecht com as
obtidos.” normas e padrões
internacionais. Não
“Funcionários de há convenções ou
cada projeto, com tratados
o apoio do Gerente internacionais sobre
Corporativo o tema.
Ambiental, devem
prover o que
segue:
avaliação dos
riscos de causar
danos irreversíveis
a propriedades
culturais
identificadas
durante a
implementação do
projeto;
preparação de um
plano de proteção
a propriedades
culturais em áreas

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 51/82

sob a
responsabilidade
da Odebrecht;
avaliação de
medidas
desenvolvidas
pelas autoridades
nacionais para
proteção de
propriedade
cultural; ...
se abster de
participar em
projetos não
aprovados pela
autoridade legal,
em virtude do
risco potencial de
danos à
propriedade
cultural.”

Subcategoria Código de CRS Tratados e Normas e Padrões Conclusão


Convenções Internacionais
Internacionais

Participação “Satisfazendo seus Não há tratados ou As principais O Código de CRS


pública/comunidade clientes, com convenções recomendações dos da Odebrecht faz
serviços e bens internacionais a organismos declarações
que resultem na esse respeito. multilaterais sobre genéricas sobre
melhoria da participação políticas de
qualidade de vida pública/comunidade participação
nas Comunidades são da IFC e da pública/comunidade.
em que se OECD. As Em particular,
encontra inserida; recomendações são reconhece a
contribuindo para bastante similares importância da
o desenvolvimento aos Códigos de CRS parceria e do
social, econômico, das empresas. A atendimento das
tecnológico e importância da necessidades das
empresarial dessas cooperação, da partes interessadas.
comunidades; consulta e do Por fim, os projetos
criando diálogo com todas as comunitários são, no
oportunidades de partes interessadas é entender da
trabalho e de um fator comum. empresa,
desenvolvimento Um bom exemplo é instrumentos de
para as Pessoas, a política OP 4.01 da apoio à participação
inclusive mediante IFC. É pedra angular pública/comunidade.
o reinvestimento dos OECD Não há tratados ou
dos resultados Guidelines, a convenções
obtidos; gerando transparência das internacionais sobre
riquezas para o atividades do setor participação
Poder Público e de gás e petróleo, em pública/comunidade.
para as relação à segurança, Diante disso, não é
Comunidades, por à saúde e ao meio possível examinar a
meio do ambiente para todas conformidade do
recolhimento de as partes Código de CRS. Por

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 52/82

impostos e interessadas (itens outro lado, pode-se


encargos e pela II:3 e II:7). afirmar que, o
remuneração a Código de CRS da
Fornecedores, Odebrecht é
Integrantes e consistente com as
Acionistas” normas e padrões
internacionais.
“Odebrecht
Angola investirá
em novo projeto
no terceiro setor.
Em parceria com a
Universidade
Agostinho Neto
(UAN), o
programa,
denominado
Jovem Parceiro,
selecionará os
melhores
estudantes
finalistas dos
cursos de
Economia, Direito,
Engenharia
Mecânica e Civil e
Psicologia, além
de proporcionar
estágio e
enquadramento
garantidos na
construtora.”

“O Programa de
Prevenção à Aids
de Angola, que
começou a ser
desenvolvido pelo
Ministério da
Saúde em outubro,
terá uma
contribuição de
US$ 1 milhão da
Odebrecht.”

Subcategoria Código de CRS Tratados e Normas e Padrões Conclusão


Convenções Internacionais
Internacionais

Povos indígenas “Identificar O artigo II da As UN Norms O Código de CRS


responsabilidades DUDH proclama a determinam que as da Odebrecht
para a preparação não discriminação, empresas “têm a enfatiza o respeito
de planos e como princípio obrigação de pelos direitos
atividades geral. Do mesmo promover, assegurar indígenas, bem
relacionadas aos modo, o CCPR o cumprimento, como o atendimento

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 53/82

povos indígenas e reconhece a respeitar, assegurar o dos requisitos


avaliar o papel da dignidade a todos respeito e proteger impostos pela IFC.
Odebrecht em tais os membros da os direitos humanos, O Código de CRS
planos e família humana e assim reconhecidos está de acordo com
atividades” de seus direitos pelo direito interno e as normas e padrões
iguais e internacional, internacionais e está
“encorajar, inalienáveis (artigo incluindo os direitos alinhado com a
orientar e 2° § 1°). e interesses dos Convenção OIT 107
contribuir na As duas povos indígenas e e, especialmente,
preparação de um convenções outros grupos com a OIT 169 e,
plano que seja internacionais mais vulneráveis” (A.1. sem dúvida, também
consistente com as relevantes a esse Obrigações Gerais). com a DUDH.
políticas da título são: a OIT A UN Draft
empresa” 107 e a OIT 169. A Declaration on the
OIT 169 enfatiza a Rights of Indigenous
“dar seguimento a proteção aos povos Peoples os Indígenas
projeto, em indígenas e tribais ainda não foi
consulta com o e dispõe sobre a aprovada, nem
IFC, quando os necessidade do mesmo terminada a
planos e atividades respeito a esses sua fase de
que afetem os povos e da sua negociações
povos indígenas participação na preparatórias. A
não sejam comunidade (artigo World Bank
totalmente 2:1). Operational
consistentes com Directive 4.20 on
as políticas da Indigenous Peoples
empresa...”. – Sept 1991 visa
assegurar que os
povos indígenas
sejam beneficiados
pelos projetos de
desenvolvimento;
tem também por
objetivo evitar ou
mitigar, através da
informação e da
participação dos
povos indígenas, os
efeitos adversos
potenciais causados
pelas atividades
assistidas pelo WB;
e, visa garantir que
os povos indígenas
recebam benefícios
sociais e econômicos
compatíveis,
culturalmente, com
os projetos de
desenvolvimento.
Os Princípios
Globais Sullivan
enfatizam a
importância de se
prover treinamento e
oportunidades para

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 54/82

os trabalhadores
oriundos de
ambientes
desfavoráveis.
As diretrizes das
associações
internacionais, em
geral, reconhecem a
importância do
respeito à
titularidade da terra,
da tradição e dos
costumes dos povos
indígenas, em
especial em países
onde não é
reconhecido o direito
consuetudinário da
Terra. De todas as
associações
examinadas, a
ARPEL tem a
política mais
específica sobre
povos indígenas.
Subcategoria Código de CRS Tratados e Normas e Padrões Conclusão
Convenções Internacionais
Internacionais

Reassentamento e “Deslocamento O artigo 17 da Os United Nations O Código de CRS


deslocamento involuntário deve DUDH dispõe Guiding Principles da Odebrecht trata
ser evitado ou sobre a proteção da on Internal dos aspectos
minimizado propriedade da Displacement relacionados ao
quando possível, pessoa física ou refletem aspectos reassentamento e
explorando todas jurídica e veda a relacionados aos deslocamento. É
as alternativasdesapropriação direitos humanos, política da empresa
viáveis dearbitrária. bem como um evitar o
desenhos deA OIT 107 e a OIT conjunto de padrões reassentamento,
projetos” 169 tratam do referentes ao quando possível,
tema, mas somente tratamento a ser como também
“Pessoas em relação aos dado às pessoas promover uma
reassentadas povos indígenas deslocadas indenização justa
involuntariamente (artigos 11, 13 14 e internamente para as pessoas
devem receber o 12 da ILO 107 e (princípio 6). reassentadas
que segue: artigos 13, 14, 15 e No mesmo sentido, a involuntariamente.
compensação justa 16 da ILO 169). World Bank As disposições do
pelas perdas antes Operational Código de CRS da
de ocorrer o Directive 4.30 on Odebrecht permitem
reassentamento” Involuntary determinar a
Resettlement – June conformidade com
1990. os tratados,
As UN Norms convenções, normas
proclamam o e padrões
respeito aos direitos internacionais.
humanos, assim
sendo, não tratam

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 55/82

expressamente dos
aspectos
relacionados ao
reassentamento ou
deslocamento.
Os Principles for the
Conduct of
Company
Operations within
the Minerals
Industry produced
by the Mineral
Policy Institute
tratam do tema, mas
apenas em relação
aos povos indígenas
(item 3)
As associações
internacionais
examinadas não
tratam deste aspecto.

Subcategoria Código de CRS Tratados e Normas e Padrões Conclusão


Convenções Internacionais
Internacionais

Desenvolvimento “contribuindo para Não há tratados ou Os OECD O Código de CRS


econômico o desenvolvimento convenções Guidelines da Odebrecht
social, econômico, internacionais a “encorajam a criação enfatiza o
tecnológico eesse respeito. de mão-de-obra local investimento, para
empresarial dessas através de uma alcançar o
comunidades; cooperação próxima desenvolvimento
criando com a comunidade econômico da
oportunidades de local”. Os Caux comunidades em
trabalho e de mencionam que atua e, em
desenvolvimento “doações para obras particular, o
para as Pessoas, de caridade, desenvolvimento de
inclusive mediante contribuições programas
o reinvestimento educacional e humanitários locais.
dos resultados cultural, e a Não há tratados ou
obtidos” participação dos convenções
empregados nos internacionais. O
“Odebrecht negócios Código de CRS da
Angola investirá comunitários e Odebrecht pode ser
em novo projeto cívicos”. considerado como
no terceiro setor. consistente com as
Em parceria com a regras e padrões
Universidade internacionais.
Agostinho Neto
(UAN), o
programa,
denominado
Jovem Parceiro,
selecionará os
melhores
estudantes

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 56/82

finalistas dos
cursos de
Economia, Direito,
Engenharia
Mecânica e Civil e
Psicologia, além
de proporcionar
estágio e
enquadramento
garantidos na
construtora.”

“O Programa de
Prevenção à Aids
de Angola, que
começou a ser
desenvolvido pelo
Ministério da
Saúde em outubro,
terá uma
contribuição de
US$ 1 milhão da
Odebrecht.”

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 57/82

Petróleo Brasileiro SA (Petrobras)

Subcategoria Código de CRS Tratados e Normas e Padrões Conclusão


Convenções Internacionais
Internacionais

Avaliação de “A Petrobras é Não há convenções A maioria das A Petrobras traça


impacto social uma empresa ou tratados normas e padrões linhas muito gerais
comprometida internacionais a internacionais não sobre avaliação de
com os princípios esse respeito. trata da avaliação de impacto social. As
de impacto social, com poucas organizações
responsabilidade exceção da – IFC e associações
social. A empresa Policy on internacionais e
incorporou a seus Environmental multilaterais que
negócios os Assessment OP 4.01 tratam do tema
conceitos básicos e dos Principles for preocupam-se,
de direitos the Conduct of fundamentalmente,
humanos, trabalho Company com os aspectos
e meio ambiente, e Operations within ambientais. Diante
aderiu ao Global the Minerals disso, não é possível
Compact, uma das Industry produced determinar
mais importantes by the Mineral conformidade do
forças de Policy Institute. As seu Código de CRS
responsabilidade recomendações da com as normas e
corporativa no ICC de realização padrões
mundo.” avaliações de internacionais. Não
impacto, estão há convenções ou
“... parte da visão limitadas aos tratados
de negócios da aspectos ambientais. internacionais sobre
companhia uma o tema.
atuação
responsável com o
objetivo de
cumprir sua
função social e
econômica”.

Código de CRS Tratados e Normas e Padrões Conclusão


Convenções Internacionais
Internacionais

Participação “O objetivo que se Não há tratados ou As principais O Código de CRS


pública/comunidade pretende alcançar convenções recomendações dos da Petrobras
com este Módulo, internacionais a organismos entende que os
dirigido às esse respeito. multilaterais sobre projetos
Unidades de participação comunitários são
Negócios da pública/comunidade instrumentos de
Petrobras e às são da IFC e da apoio à participação
Companhias OECD. As pública/comunidade

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 58/82

Subsidiárias é a recomendações são Não há tratados ou


adequação de suas bastante similares convenções
ações ao conceito aos Códigos de CRS internacionais sobre
de das empresas. A participação
Desenvolvimento importância da pública/comunidade.
com Cidadania e cooperação, da Diante disso, não é
às diretrizes do consulta e do possível examinar a
Programa diálogo com todas as conformidade do
Petrobras Fome partes interessadas é Código de CRS. Por
Zero. É um um fator comum. outro lado, pode-se
instrumento de Um bom exemplo é afirmar que o
articulação e a política OP 4.01 da Códigos de CRS
orientação interna IFC. É pedra angular está em
que permite aos dos OECD conformidade com
gerentes gerais, Guidelines, a as normas e padrões
gerentes, transparência das internacionais.
coordenadores atividades do setor
regionais e de gás e petróleo, em
assessores de relação à segurança,
comunicação à saúde e ao meio
exercerem o papel ambiente para todas
de protagonistas as partes
na implementação interessadas (itens
de projetos que II:3 e II:7).
proporcionem
melhoria de vida
para as
comunidades
vizinhas às áreas
industriais da
companhia.”

Subcategoria Código de CRS Tratados e Normas e Padrões Conclusão


Convenções Internacionais
Internacionais

Povos indígenas -x- O artigo II da As UN Norms A Petrobras não faz


DUDH proclama a determinam que as referência aos povos
não discriminação, empresas “têm a indígenas no seu
como princípio obrigação de Código de CRS
geral. Do mesmo promover, assegurar Diante disso, não se
modo, o CCPR o cumprimento, pode afirmar
reconhece a respeitar, assegurar o conformidade ou
dignidade a todos respeito e proteger falta de
os membros da os direitos humanos, conformidade com
família humana e assim reconhecidos as normas e padrões
de seus direitos pelo direito interno e internacionais, nem
iguais e internacional, com as Convenções
inalienáveis (artigo incluindo os direitos OIT 107 e OIT 169.
2° § 1°). e interesses dos
As duas povos indígenas e
convenções outros grupos
internacionais mais vulneráveis” (A.1.
relevantes a esse Obrigações Gerais).
título são: a OIT A UN Draft
107 e a OIT 169. A Declaration on the

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 59/82

OIT 169 enfatiza a Rights of Indigenous


proteção aos povos Peoples os Indígenas
indígenas e tribais ainda não foi
e dispõe sobre a aprovada, nem
necessidade do mesmo terminada a
respeito a esses sua fase de
povos e da sua negociações
participação na preparatórias. A
comunidade (artigo World Bank
2:1). Operational
Directive 4.20 on
Indigenous Peoples
– Sept 1991 visa
assegurar que os
povos indígenas
sejam beneficiados
pelos projetos de
desenvolvimento;
tem também por
objetivo evitar ou
mitigar, através da
informação e da
participação dos
povos indígenas, os
efeitos adversos
potenciais causados
pelas atividades
assistidas pelo WB;
e, visa garantir que
os povos indígenas
recebam benefícios
sociais e econômicos
compatíveis,
culturalmente, com
os projetos de
desenvolvimento.
Os Princípios
Globais Sullivan
enfatizam a
importância de se
prover treinamento e
oportunidades para
os trabalhadores
oriundos de
ambientes
desfavoráveis.
As diretrizes das
associações
internacionais, em
geral, reconhecem a
importância do
respeito à
titularidade da terra,
da tradição e dos
costumes dos povos
indígenas, em

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 60/82

especial em países
onde não é
reconhecido o direito
consuetudinário da
Terra. De todas as
associações
examinadas, a
ARPEL tem a
política mais
específica sobre
povos indígenas.

Subcategoria Código de CRS Tratados e Normas e Padrões Conclusão


Convenções Internacionais
Internacionais

Reassentamento e -x- O artigo 17 da Os United Nations A ausência de


deslocamento DUDH dispõe Guiding Principles disposição a esse
sobre a proteção da on Internal respeito não permite
propriedade da Displacement determinar a
pessoa física ou refletem aspectos conformidade com
jurídica e veda a relacionados aos os tratados,
desapropriação direitos humanos, convenções, normas
arbitrária. bem como um e padrões
A OIT 107 e a OIT conjunto de padrões internacionais.
169 tratam do referentes ao
tema, mas somente tratamento a ser
em relação aos dado às pessoas
povos indígenas deslocadas
(artigos 11, 13 14 e internamente
12 da ILO 107 e (princípio 6).
artigos 13, 14, 15 e No mesmo sentido, a
16 da ILO 169). World Bank
Operational
Directive 4.30 on
Involuntary
Resettlement – June
1990.
As UN Norms
proclamam o
respeito aos direitos
humanos, assim
sendo, não tratam
expressamente dos
aspectos
relacionados ao
reassentamento ou
deslocamento.
Os Principles for the
Conduct of
Company
Operations within
the Minerals
Industry produced
by the Mineral
Policy Institute

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 61/82

tratam do tema, mas


apenas em relação
aos povos indígenas
(item 3)
As associações
internacionais
examinadas não
tratam deste aspecto.

Subcategoria Código de CRS Tratados e Normas e Padrões Conclusão


Convenções Internacionais
Internacionais

Desenvolvimento “A Companhia Não há tratados ou Os OECD O Código de CRS


econômico está consciente de convenções Guidelines da Petrobras
sua internacionais a “encorajam a criação enfatiza o
responsabilidade esse respeito. de mão-de-obra local investimento
social e cumpre através de uma visando o
sua missão de cooperação próxima desenvolvimento
empresa cidadã, com a comunidade econômico das
atuando como local”. Os Caux comunidades, em
agente de mencionam especial, através do
desenvolvimento “doações para obras desenvolvimento de
humano de caridade, programas
sustentável.” contribuições humanitários, tais
educacional e como o PATE, o
“A Petrobras, ao cultural, e a Fome Zero, entre
lançar o Programa participação dos outros. Não há
Petrobras Fome empregados nos tratados ou
Zero, assumiu o negócios convenções
compromisso de comunitários e internacionais. O
concentrar a sua cívicos”. Código de CRS da
atuação social no Petrobras pode ser
fortalecimento das considerado como
políticas públicas consistente com as
de combate à regras e padrões
miséria.” internacionais.

“O PATE
concretiza o
compromisso da
Petrobras com a
construção de uma
sociedade
inclusiva. Com
ele, a Companhia
busca contribuir
para que as
pessoas com
necessidades
especiais possam
exercer seus
direitos
fundamentais. O
fundamento ético
do Programa é a

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 62/82

inclusão dessas
pessoas em suas
comunidades e na
sociedade
brasileira, seja na
escola, no
trabalho, nas
atividades de
lazer, turismo e
esportes; nas artes,
cultura e outras
áreas.”

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 63/82

The Royal Dutch/ Shell Group of Companies (Shell)

Subcategoria Código de CRS5 Tratados e Normas e Padrões Conclusão


Convenções Internacionais
Internacionais

Avaliação de “Em 2001, nossos Não há convenções A maioria das A Shell, através do
impacto social diretores criaram ou tratados normas e padrões UADS, realiza
uma Unidade de internacionais a internacionais não avaliação de
Administração de esse respeito. trata da avaliação de impacto social. Não
Desempenho impacto social, com há disposições
Social (UADS) exceção da – IFC específicas sobre
para dar apoio a Policy on avaliação de
seus esforços de Environmental impacto social. As
melhorar o Assessment OP 4.01 poucas organizações
desempenho e dos Principles for e associações
social”. the Conduct of internacionais e
Company multilaterais que
Operations within tratam do tema
the Minerals preocupam-se,
Industry produced fundamentalmente,
by the Mineral com os aspectos
Policy Institute. As ambientais. Em
recomendações da virtude do UADS,
ICC de realização pode-se determinar
avaliações de conformidade do
impacto, estão Código de CRS da
limitadas aos Shell com as normas
aspectos ambientais. e padrões
internacionais. Não
há convenções ou
tratados
internacionais sobre
o tema.
Subcategoria Códigos de CRS Tratados e Normas e Padrões Conclusão
Convenções Internacionais
Internacionais

Participação “Nós Não há tratados ou As principais O Código de CRS


pública/comunidade influenciamos – e convenções recomendações dos da Shell traz
somos internacionais a organismos declarações
influenciados por esse respeito. multilaterais sobre genéricas sobre
– diferentes e participação políticas de
variados grupos de pública/comunidade participação
pessoas, nossas são da IFC e da pública/comunidade.
partes OECD. As Em particular,
interessadas. Nós recomendações são reconhece a
temos por objetivo bastante similares importância do
reconhecer os aos Códigos de CRS diálogo e da

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 64/82

interesses delas das empresas. A cooperação com as


nos nossos importância da partes interessadas.
negócios e ouvir e cooperação, da Não há tratados ou
responder a elas.” consulta e do convenções
diálogo com todas as internacionais sobre
partes interessadas é participação
um fator comum. pública/comunidade.
Um bom exemplo é Diante disso, não é
a política OP 4.01 da possível examinar a
IFC. É pedra angular conformidade do
dos OECD Código de CRS. Por
Guidelines, a outro lado, pode-se
transparência das afirmar que, o
atividades do setor Código de CRS da
de gás e petróleo, em Shell está em
relação à segurança, conformidade com
à saúde e ao meio as normas e padrões
ambiente para todas internacionais.
as partes
interessadas (itens
II:3 e II:7).

Subcategoria Códigos de CRS Tratados e Normas e Padrões Conclusão


Convenções Internacionais
Internacionais

Povos indígenas Comprometido O artigo II da As UN Norms O Código de CRS


com os Princípios DUDH proclama a determinam que as está de acordo com
Globais Sullivan não discriminação, empresas “têm a as normas e padrões
visando “fornecer como princípio obrigação de internacionais,
oportunidades para geral. Do mesmo promover, assegurar embora a política
trabalhadores modo, o CCPR o cumprimento, deste código abranja
oriundos de reconhece a respeitar, assegurar o tópicos muito
ambientes dignidade a todos respeito e proteger genéricos. Não se
desfavoráveis” os membros da os direitos humanos, pode sustentar que o
família humana e assim reconhecidos Código de CRS da
de seus direitos pelo direito interno e Shell esteja
iguais e internacional, estritamente
inalienáveis (artigo incluindo os direitos alinhado com a
2° § 1°). e interesses dos Convenção OIT 107
As duas povos indígenas e e, especialmente,
convenções outros grupos com a Convenção
internacionais mais vulneráveis” (A.1. OIT 169.
relevantes a esse Obrigações Gerais).
título são: a OIT A UN Draft
107 e a OIT 169. A Declaration on the
OIT 169 enfatiza a Rights of Indigenous
proteção aos povos Peoples os Indígenas
indígenas e tribais ainda não foi
e dispõe sobre a aprovada, nem
necessidade do mesmo terminada a
respeito a esses sua fase de
povos e da sua negociações
participação na preparatórias. A
comunidade (artigo World Bank

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 65/82

2:1). Operational
Directive 4.20 on
Indigenous Peoples
– Sept 1991 visa
assegurar que os
povos indígenas
sejam beneficiados
pelos projetos de
desenvolvimento;
tem também por
objetivo evitar ou
mitigar, através da
informação e da
participação dos
povos indígenas, os
efeitos adversos
potenciais causados
pelas atividades
assistidas pelo WB;
e, visa garantir que
os povos indígenas
recebam benefícios
sociais e econômicos
compatíveis,
culturalmente, com
os projetos de
desenvolvimento.
Os Princípios
Globais Sullivan
enfatizam a
importância de se
prover treinamento e
oportunidades para
os trabalhadores
oriundos de
ambientes
desfavoráveis.
As diretrizes das
associações
internacionais, em
geral, reconhecem a
importância do
respeito à
titularidade da terra,
da tradição e dos
costumes dos povos
indígenas, em
especial em países
onde não é
reconhecido o direito
consuetudinário da
Terra. De todas as
associações
examinadas, a
ARPEL tem a
política mais

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 66/82

específica sobre
povos indígenas.

Subcategoria Códigos de CRS Tratados e Normas e Padrões Conclusão


Convenções Internacionais
Internacionais

Reassentamento e “Nossas operações O artigo 17 da Os United Nations O Código de CRS


deslocamento podem também DUDH dispõe Guiding Principles da Shell trata dos
causar um impacto sobre a proteção da on Internal aspectos
negativo nas propriedade da Displacement relacionados ao
comunidades pessoa física ou refletem aspectos reassentamento,
locais. Por jurídica e veda a relacionados aos bem como do
exemplo, a desapropriação direitos humanos, impacto causado por
construção de arbitrária. bem como um suas operações.
novas instalações A OIT 107 e a OIT conjunto de padrões Nenhuma referência
pode requerer que 169 tratam do referentes ao é feita,
residentes locais tema, mas somente tratamento a ser expressamente, no
sejam em relação aos dado às pessoas Código de CRS da
reassentados. povos indígenas deslocadas Shell, em relação ao
Nossos vizinhos (artigos 11, 13 14 e internamente pagamento de
diretos podem 12 da ILO 107 e (princípio 6). indenizações em
estar sujeitos a artigos 13, 14, 15 e No mesmo sentido, a virtude de
ruídos ou outros 16 da ILO 169). World Bank reassentamento. Na
incômodos Operational verdade, não há
ambientais. Nós Directive 4.30 on referência específica
podemos causar Involuntary sobre deslocamento
um boom de Resettlement – June e reassentamento,
construções 1990. apenas indicações
quando chegamos As UN Norms genéricas a esse
o que faz com que proclamam o título. De um modo
imóveis locais e respeito aos direitos geral, pode-se
serviços subam de humanos, assim determinar certa
preço. Nós nos sendo, não tratam conformidade deste
comprometemos a expressamente dos Código de CRS com
trabalhar aspectos os tratados,
juntamente com a relacionados ao convenções, normas
comunidade para reassentamento ou e padrões
limitar deslocamento. internacionais.
rompimentos.” Os Principles for the
Comprometida Conduct of
com os Princípios Company
Globais Sullivan, a Operations within
Shell expressa the Minerals
“apoio aos direitos Industry produced
humanos by the Mineral
universais e, Policy Institute
particularmente, tratam do tema, mas
dos nossos apenas em relação
empregados, das aos povos indígenas
comunidades nas (item 3)
quais operamos e As associações
terceiros com os internacionais
quais fazemos examinadas não

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 67/82

negócios” tratam deste aspecto.

Subcategoria Códigos de CRS Tratados e Normas e Padrões Conclusão


Convenções Internacionais
Internacionais

Desenvolvimento “Aonde nós Não há tratados ou Os OECD O Código de CRS


econômico trabalhamos, nós convenções Guidelines da Shell trata do
somos parte da internacionais a “encorajam a criação bem estar geral das
comunidade local. esse respeito. de mão-de-obra local comunidades, sem
Nós procuramos através de uma uma linha específica
constantemente cooperação próxima de atuação visando o
meios de com a comunidade visando
contribuir com o local”. Os Caux especificamente o
bem estar geral da mencionam desenvolvimento
comunidade e da “doações para obras econômico das
sociedade de de caridade, comunidades em
forma mais ampla contribuições que atua. Não há
a qual nos educacional e tratados ou
concedeu licença cultural, e a convenções
para nossas participação dos internacionais. O
operações.” empregados nos Código de CRS é
negócios consistente com as
comunitários e regras e padrões
cívicos”. internacionais.

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 68/82

Statoil ASA (Statoil)

Subcategoria Código de CRS6 Tratados e Normas e Padrões Conclusão


Convenções Internacionais
Internacionais

Avaliação de “Precisamos de Não há convenções A maioria das A Statoil tem uma


impacto social avaliações que ou tratados normas e padrões preocupação real
capturem impactos internacionais a internacionais não com impactos
possíveis tanto esse respeito. trata da avaliação de sociais e faz
micro quanto no impacto social, com avaliação de
nível de projeto. exceção da – IFC impacto social. As
No Azerbaijão e Policy on poucas organizações
em Angola Environmental e associações
fizemos análises Assessment OP 4.01 internacionais e
de países com e dos Principles for multilaterais que
amplo foco the Conduct of tratam do tema
político-social e Company preocupam-se,
sócio-econômico.” Operations within fundamentalmente,
the Minerals com os aspectos
Industry produced ambientais. Seja
by the Mineral como for, pode-se
Policy Institute. As afirmar a
recomendações da conformidade do
ICC de realização seu Código de CRS
avaliações de com as normas e
impacto, estão padrões
limitadas aos internacionais. Não
aspectos ambientais. há convenções ou
tratados.
internacionais sobre
o tema.
Subcategoria Código de CRS Tratados e Normas e Padrões Conclusão
Convenções Internacionais
Internacionais

Participação “Juntamente com Não há tratados ou As principais O Código de CRS


pública/comunidade relevantes partes convenções recomendações dos da Statoil reconhece
interessadas e internacionais a organismos a importância dos
empresas esse respeito. multilaterais sobre direitos humanos.
concorrentes, nós participação Não há tratados ou
tentamos pública/comunidade convenções
desenvolver são da IFC e da internacionais sobre
métodos que OECD. As participação
melhorem nosso recomendações são pública/comunidade.
entendimento e bastante similares Diante disso, não é
apoio aos direitos aos Códigos de CRS possível examinar a
humanos.” das empresas. A conformidade do
importância da Código de CRS.
cooperação, da Como as
consulta e do declarações do

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 69/82

diálogo com todas as Código de CRS da


partes interessadas é Statoil são muito
um fator comum. genéricas, não se
Um bom exemplo é pode afirmar
a política OP 4.01 da conformidade com
IFC. É pedra angular as normas e padrões
dos OECD internacionais.
Guidelines, a
transparência das
atividades do setor
de gás e petróleo, em
relação à segurança,
à saúde e ao meio
ambiente para todas
as partes
interessadas (itens
II:3 e II:7).

Subcategoria Código de CRS Tratados e Normas e Padrões Conclusão


Convenções Internacionais
Internacionais

Povos indígenas “Nós estaremos O artigo II da As UN Norms O Código de CRS


aumentando o DUDH proclama a determinam que as da Statoil menciona
envolvimento em não discriminação, empresas “têm a a relevância da
áreas onde nossas como princípio obrigação de proteção dos direitos
operações geral. Do mesmo promover, assegurar dos povos indígenas,
requerem contato modo, o CCPR o cumprimento, mas não traz
com povos reconhece a respeitar, assegurar o disposições
indígenas e seus dignidade a todos respeito e proteger específicas a esse
direitos. Relações os membros da os direitos humanos, respeito. O Código
com os povos família humana e assim reconhecidos de CRS está de
indígenas são de seus direitos pelo direito interno e acordo com as
também iguais e internacional, regras e padrões
importantes em inalienáveis (artigo incluindo os direitos internacionais.
outras partes de 2° § 1°). e interesses dos
nossos negócios As duas povos indígenas e
internacionais .” convenções outros grupos
internacionais mais vulneráveis” (A.1.
relevantes a esse Obrigações Gerais).
título são: a OIT A UN Draft
107 e a OIT 169. A Declaration on the
OIT 169 enfatiza a Rights of Indigenous
proteção aos povos Peoples os Indígenas
indígenas e tribais ainda não foi
e dispõe sobre a aprovada, nem
necessidade do mesmo terminada a
respeito a esses sua fase de
povos e da sua negociações
participação na preparatórias. A
comunidade (artigo World Bank
2:1). Operational
Directive 4.20 on
Indigenous Peoples
– Sept 1991 visa
assegurar que os

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 70/82

povos indígenas
sejam beneficiados
pelos projetos de
desenvolvimento;
tem também por
objetivo evitar ou
mitigar, através da
informação e da
participação dos
povos indígenas, os
efeitos adversos
potenciais causados
pelas atividades
assistidas pelo WB;
e, visa garantir que
os povos indígenas
recebam benefícios
sociais e econômicos
compatíveis,
culturalmente, com
os projetos de
desenvolvimento.
Os Princípios
Globais Sullivan
enfatizam a
importância de se
prover treinamento e
oportunidades para
os trabalhadores
oriundos de
ambientes
desfavoráveis.
As diretrizes das
associações
internacionais, em
geral, reconhecem a
importância do
respeito à
titularidade da terra,
da tradição e dos
costumes dos povos
indígenas, em
especial em países
onde não é
reconhecido o direito
consuetudinário da
Terra. De todas as
associações
examinadas, a
ARPEL tem a
política mais
específica sobre
povos indígenas.

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 71/82

Subcategoria Código de CRS Tratados e Normas e Padrões Conclusão


Convenções Internacionais
Internacionais

Reassentamento e -x- O artigo 17 da Os United Nations O Código de CRS


deslocamento DUDH dispõe Guiding Principles da Statoil não traz
sobre a proteção da on Internal disposições sobre
propriedade da Displacement deslocamento e
pessoa física ou refletem aspectos reassentamento.
jurídica e veda a relacionados aos Assim, não se pode
desapropriação direitos humanos, afirmar a
arbitrária. bem como um conformidade ou
A OIT 107 e a OIT conjunto de padrões falta de
169 tratam do referentes ao conformidade com
tema, mas somente tratamento a ser os tratados,
em relação aos dado às pessoas convenções, normas
povos indígenas deslocadas e padrões
(artigos 11, 13 14 e internamente internacionais.
12 da ILO 107 e (princípio 6).
artigos 13, 14, 15 e No mesmo sentido, a
16 da ILO 169). World Bank
Operational
Directive 4.30 on
Involuntary
Resettlement – June
1990.
As UN Norms
proclamam o
respeito aos direitos
humanos, assim
sendo, não tratam
expressamente dos
aspectos
relacionados ao
reassentamento ou
deslocamento.
Os Principles for the
Conduct of
Company
Operations within
the Minerals
Industry produced
by the Mineral
Policy Institute
tratam do tema, mas
apenas em relação
aos povos indígenas
(item 3)
As associações
internacionais
examinadas não
tratam deste aspecto.

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 72/82

Subcategoria Código de CRS Tratados e Normas e Padrões Conclusão


Convenções Internacionais
Internacionais

Desenvolvimento “Desejando adotar Não há tratados ou Os OECD O Código de CRS


econômico as diretrizes convenções Guidelines da Statoil trata
recentemente internacionais a “encorajam a criação especificamente do
desenvolvidas esse respeito. de mão-de-obra local desenvolvimento
como política do através de uma econômico das
grupo. Segundo cooperação próxima comunidades em
essas diretrizes: com a comunidade que atua. A Statoil
- todos os local”. Os Caux enfatiza a
projetos mencionam participação das
patrocinados pela “doações para obras comunidades locais,
Statoil devem de caridade, bem como o respeito
estar de acordo contribuições aos direitos
conformidade educacional e humanos. Não há
com os princípios cultural, e a tratados ou
da ONU para participação dos convenções
desenvolvimento empregados nos internacionais. O
e cooperação; negócios Código de CRS está
- para ser comunitários e em consonância
sustentável, um cívicos”. com as normas e
projeto deve ser padrões
construído com internacionais a esse
base nos próprios respeito.
esforços da
comunidade e
servir para os
planos de
desenvolvimento
nacional;
- deve ser
trabalhado através
de organizações
com o
conhecimento
necessário e
capacidade de
promover os
direitos humanos
e o
desenvolvimento
na arena externa;
e
- projetos
de investimentos
sociais devem
buscar construir
capacidade local
nos setores da
saúde, educação,
direitos humanos
e governança.”

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 73/82

CONCLUSÃO GERAL

Subcategoria Códigos de CRS Tratados e Normas e Padrões Conclusão Final


Convenções Internacionais
Internacionais

Avaliação de A maior parte dos Não há convenções A maioria das Como a maioria dos
impacto social Código de CRS e tratados normas e padrões Códigos de
traça linhas gerais internacionais a internacionais não CRS não tratam,
para a avaliação de esse respeito. trata da avaliação de expressamente, de
impacto social. impacto social, com avaliação de
Nesse sentido, a exceção da – IFC impacto social, é
ExxonMobil faz Policy on difícil averiguar a
uma “avaliação de Environmental conformidade do
impacto social e Assessment OP 4.01 conjunto de Códigos
ambiental”, para e dos Principles for com as normas e
os novos projetos. the Conduct of padrões
Já a BP “considera Company internacionais. Não
o impacto dos Operations within há convenções ou
grandes the Minerals tratados
investimentos nas Industry produced internacionais sobre
comunidades by the Mineral o tema
locais e indígenas, Policy Institute. As
na infra-estrutura recomendações da
local [...]”. A ICC de realização
Odebrecht tem por avaliações de
meta “contribuir impacto, estão
para o limitadas aos
desenvolvimento aspectos ambientais.
socioeconômico,
tecnológico e
empresarial nos
setores e países
onde atua”. Do
mesmo modo, a
Petrobras
considera como
“parte da visão de
negócios da
companhia uma
atuação
responsável com o
objetivo de
cumprir sua
função social e
econômica”. A
Shell criou uma

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 74/82

“Unidade de
Administração de
Desempenho
Social (UADS)
para dar apoio a
seus esforços de
melhorar o
desempenho
social”. Os
Códigos de CRS
da
ChevronTexaco, e
da Galp não tratam
desse aspecto.

Subcategoria Códigos de CRS Tratados e Normas e Padrões Conclusão Final


Convenções Internacionais
Internacionais

Participação A maioria dos Não há tratados ou As principais Não há tratados ou


pública/comunidade códigos de CRS convenções recomendações dos convenções
traz declarações internacionais a organismos internacionais sobre
genéricas sobre esse respeito. multilaterais sobre participação
políticas de participação pública/comunidade.
participação pública/comunidade Diante disso, não é
pública/comunidad são da IFC e da possível examinar a
e. Em particular, OECD. As conformidade dos
eles reconhecem a recomendações são Códigos de CRS.
importância da bastante similares Por outro lado,
cooperação, da aos Códigos de CRS pode-se afirmar que,
consulta e do das empresas. A na sua grande
diálogo com todas importância da maioria, os Códigos
as partes cooperação, da de CRS estão em
interessadas consulta e do conformidade com
(stakeholders). A diálogo com todas as as normas e padrões
Shell diz que partes interessadas é internacionais.
“influencia – e é um fator comum.
influenciada por – Um bom exemplo é
diferentes e a política OP 4.01 da
variados grupos de IFC. É pedra angular
pessoas, nossas dos OECD
partes Guidelines, a
interessadas.” Por transparência das
essa razão, tem por atividades do setor
meta “reconhecer de gás e petróleo, em
interesses delas relação à segurança,
nos nossos à saúde e ao meio
negócios e ouvir e ambiente para todas
responder a elas.” as partes
Os anseios e as interessadas (itens
necessidades das II:3 e II:7).
partes interessadas
são reconhecidos,
como um fator
substancial de
política de

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 75/82

responsabilidade
social e, portanto,
estão presentes na
maior parte dos
Códigos de CRS
examinados. A
Galp proclama a
“seriedade e
credibilidade nas
relações com os
mais variados
agentes de
negócio, desde a
fase inicial de
exploração e/ou
produção até ao
processo de
disponibilização
dos nossos
produtos e
serviços à
sociedade, no que
diz respeito à
qualidade e
fiabilidade desses
produtos e
serviços em si,
como também no
impacto social,
ambiental e
económico na
sociedade
provocado pelas
nossas
actividades.” Já a
Eni proclama “o
respeito de todas
as partes
interessadas”.

Subcategoria Códigos de CRS Tratados e Normas e Padrões Conclusão Final


Convenções Internacionais
Internacionais

Povos indígenas A maior parte dos O artigo II da As UN Norms Poucos são os


Códigos de CRS DUDH proclama a determinam que as Códigos de CRS que
enfatiza o respeito não discriminação, empresas “têm a apresentam políticas
pelas culturas, como princípio obrigação de específicas aos
religiões, valores e geral. Do mesmo promover, assegurar povos indígenas. A
tradições, modo, o CCPR o cumprimento, maioria dos Códigos
costumes, reconhece a respeitar, assegurar o de CRS estão de
diversidade étnica, dignidade a todos respeito e proteger acordo com as
terras e outros os membros da os direitos humanos, normas e padrões
direitos família humana e assim reconhecidos internacionais,
relacionados aos de seus direitos pelo direito interno e embora as políticas
povos indígenas. iguais e internacional, desses códigos

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 76/82

Alguns deles têm inalienáveis (artigo incluindo os direitos abranjam tópicos


políticas gerais. A 2° § 1°). e interesses dos muito genéricos. Os
ExxonMobil As duas povos indígenas e Códigos de CRS, no
declara Ter convenções outros grupos seu conjunto, estão
“profundo respeito internacionais mais vulneráveis” (A.1. alinhados com a
e compreensão relevantes a esse Obrigações Gerais). Convenção OIT 107
pelas pessoas e título são: a OIT A UN Draft e, especialmente,
pelas culturas 107 e a OIT 169. A Declaration on the com a Convenção
diferentes”. A OIT 169 enfatiza a Rights of Indigenous OIT 169.
ChevronTexaco e proteção aos povos Peoples os Indígenas
a Shell incluem os indígenas e tribais ainda não foi
Princípios e dispõe sobre a aprovada, nem
Sullivan, nos seus necessidade do mesmo terminada a
Códigos de CRS. respeito a esses sua fase de
Outros Códigos de povos e da sua negociações
CRS, por outro participação na preparatórias. A
lado, têm comunidade (artigo World Bank
diretrizes muito 2:1). Operational
mais específicas. Directive 4.20 on
A BP diz que Indigenous Peoples
“manterá contato – Sept 1991 visa
com o governo e assegurar que os
com as ONGs povos indígenas
responsáveis, afim sejam beneficiados
de respeitar a terra pelos projetos de
e outros direitos desenvolvimento;
dos povos tem também por
indígenas”. Os objetivo evitar ou
Códigos de CRS mitigar, através da
da Galp e da informação e da
Petrobras não participação dos
fazem referência povos indígenas, os
aos povos efeitos adversos
indígenas. potenciais causados
pelas atividades
assistidas pelo WB;
e, visa garantir que
os povos indígenas
recebam benefícios
sociais e econômicos
compatíveis,
culturalmente, com
os projetos de
desenvolvimento.
Os Princípios
Globais Sullivan
enfatizam a
importância de se
prover treinamento e
oportunidades para
os trabalhadores
oriundos de
ambientes
desfavoráveis.
As diretrizes das
associações

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 77/82

internacionais, em
geral, reconhecem a
importância do
respeito à
titularidade da terra,
da tradição e dos
costumes dos povos
indígenas, em
especial em países
onde não é
reconhecido o direito
consuetudinário da
Terra. De todas as
associações
examinadas, a
ARPEL tem a
política mais
específica sobre
povos indígenas.

Subcategoria Códigos de CRS Tratados e Normas e Padrões Conclusão Final


Convenções Internacionais
Internacionais

Reassentamento e Poucos são os O artigo 17 da Os United Nations A ausência de


deslocamento Códigos de CRS DUDH dispõe Guiding Principles disposições
que tratam do sobre a proteção da on Internal específicas na maior
tema. A BP possui propriedade da Displacement parte dos Códigos
a política de pessoa física ou refletem aspectos de CRS não permite
reassentamento jurídica e veda a relacionados aos determinar a
mais específica e desapropriação direitos humanos, conformidade com
completa: arbitrária. bem como um os tratados,
• evitar o A OIT 107 e a OIT conjunto de padrões convenções, normas
reassentamento 169 tratam do referentes ao e padrões
• promover o tema, mas somente tratamento a ser internacionais. De
diálogo em relação aos dado às pessoas fato, poucos são os
• compensação povos indígenas deslocadas Códigos de CRS que
justa para os (artigos 11, 13 14 e internamente tratam do tema.
reassentados 12 da ILO 107 e (princípio 6).
involuntariamen artigos 13, 14, 15 e No mesmo sentido, a
te. 16 da ILO 169). World Bank
A Shell e a Eni Operational
tratam do tema, Directive 4.30 on
mas não têm Involuntary
normas específicas Resettlement – June
Os Códigos de 1990.
CRS da Petrobras, As UN Norms
e da Galp não proclamam o
tratam deste tema. respeito aos direitos
humanos, assim
sendo, não tratam
expressamente dos
aspectos
relacionados ao
reassentamento ou
deslocamento.

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 78/82

Os Principles for the


Conduct of
Company
Operations within
the Minerals
Industry produced
by the Mineral
Policy Institute
tratam do tema, mas
apenas em relação
aos povos indígenas
(item 3)
As associações
internacionais
examinadas não
tratam deste aspecto.

Subcategoria Códigos de CRS Tratados e Normas e Padrões Conclusão Final


Convenções Internacionais
Internacionais

Desenvolvimento Todos os Códigos Não há tratados ou Os OECD Não há tratados ou


econômico de CRS têm convenções Guidelines convenções
políticas que internacionais a “encorajam a criação internacionais. Os
enfatizam o esse respeito. de mão-de-obra local Códigos de CRS
investimento em através de uma podem ser
desenvolvimento cooperação próxima considerados como
econômico. com a comunidade consistentes com as
Alguns Códigos de local”. Os Caux normas e padrões
CRS declaram mencionam internacionais a esse
doações a esforços “doações para obras respeito.
humanitários de caridade,
locais. Outros contribuições
dirigem seus educacional e
esforços ao cultural, e a
desenvolvimento participação dos
econômico e social empregados nos
sustentável. negócios
Outros, ainda, comunitários e
possuem políticas cívicos”.
enfatizando
iniciativas
específicas, tais
como treinamento
e contratação de
empregados
oriundos da força
de trabalho local.

RELATÓRIO DE PESQUISA Nº 22 /2005


FGV-EAESP/GV PESQUISA 79/82

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