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Saude PDF
Saude PDF
e
segurança
do
consumidor
Saúde
e
segurança
do
consumidor
Presidente da República
Fernando Henrique Cardoso
Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
Sérgio Amaral
Presidente do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização
e Qualidade Industrial – Inmetro
Armando Mariante Carvalho
Diretor da Diretoria da Qualidade Industrial do Inmetro
Alfredo Carlos O. Lobo
Apresentação
O módulo Saúde e Segurança dados nas escolas.
do Consumidor integra a coleção A experiência internacional mostra que os
Educação para o Consumo países mais competitivos são exatamente aqueles
Responsável, destinada à formação que possuem consumidores mais exigentes. O
de multiplicadores dos conceitos de presente material representa uma importante con-
educação para o consumo, de tribuição ao processo já desencadeado de cresci-
maneira a atingir aos professores e mento do consumidor brasileiro, mantendo-o como
alunos da 5a à 8a séries do ensino parte efetiva do processo de melhoria da qualidade
fundamental de escolas públicas e das empresas brasileiras.
privadas. Além de conter informações relevantes, os
A coleção, elaborada pelo Idec módulos sugerem uma série de atividades
– Instituto Brasileiro de Defesa do capazes de estimular o debate sobre o tema do
Consumidor – sob a coordenação do consumo, a partir de enfoques múltiplos e diver-
Inmetro – Instituto Nacional de sificados, despertando nos jovens uma consciên-
Metrologia, Normalização e Quali- cia crítica dos padrões de consumo da sociedade
dade Industrial –, aborda cinco temas atual.
em quatro volumes: Meio Ambiente e É uma contribuição cuidadosamente elabo-
Consumo; Publicidade e Consumo; rada por especialistas e educadores para que os
Direitos do Consumidor e Ética no professores possam contar com material que lhes
Consumo; e Saúde e Segurança do permita abordar sem dificuldades os temas trata-
Consumidor. dos. Esse material se destina a ser reproduzido
O objetivo é contribuir para a para a realização de cursos de formação de mul-
formação de cidadãos conscientes tiplicadores de forma a introduzir a educação para
do seu papel como consumidores o consumo responsável no ensino fundamental
parti-cipativos, autônomos e críticos, de todos os estados e municípios.
a partir da sala de aula, como Lançamos esta coleção na esperança de
propõem os Parâmetros Curriculares contribuir para formar e informar o consumidor,
Nacio-nais elaborados pelo sempre na busca de um mercado mais saudável.
Ministério da Educação em 1998,
que introduziram o Consumo entre
os temas transversais a serem abor- Armando Mariante
Presidente do Inmetro
Sumário
Apresentação 3
Introdução 8
Segurança com
medicamentos 29
Os medicamentos essenciais 29
A lei dos genéricos 30
O consumo abusivo pelos jovens31 Medicamentos: cuidado com o
Falsificação de remédios 32 uso abusivo 55
Cuidados na compra de Os riscos do consumo na
medicamentos 33 adolescência 57
As drogas consentidas ou não 34 • O consumo de drogas 57
O que fazer 35, 36 • Gravidez e doenças
sexualmente transmissíveis 60
Problemas com gravidez e
Na sala de aula 61
doenças sexualmente
transmissíveis 37
Produtos para a prevenção 38
• Camisinha masculina e feminina 38
• Pílulas 39
• Diafragma 39
• DIU 39
• Outros métodos: injeções e
espermicidas 39
O que fazer 40
Glossário 41
Bibliografia 45
Sites na internet 48
Módulos didáticos 49
A segurança dos produtos
e serviços 50
Alimentos e a saúde
do consumidor 52
Saúde
e
segura
do
consum
É direito básico do consumidor:
e
“A proteção da vida, saúde e
perigosos e nocivos.”
Art. 6o, inciso I do Código de
Defesa do Consumidor, 1990
de existência.”
midor
Art. 7o do Estatuto da Criança e do
Adolescente, 1990
Saúde e segurança do consumidor
Introdução
S aúde é uma palavra de origem latina, salute,
que quer dizer salvação, conserva-ção da
vida. Segundo a definição da Organização
ção de produtos e serviços. É pre-
ciso estar sempre atento às infor-
mações disponíveis e ter bastante
Mundial de Saúde (OMS) de 1948: “Saúde é o cuidado ao consumir. A educação
estado de completo bem-estar físico, mental e para o consu-mo é a fórmula preven-
social e não apenas ausência de doença”,1 sendo tiva mais eficaz para garantir a saúde
considerada não apenas um bem individual mas e a segurança.
também coletivo. O espaço da escola poderá
A frágil dinâmica que se estabelece entre a desempenhar um papel decisivo na
saúde e a doença depende de múltiplos fatores discussão acerca da vulnerabilidade
que determinam os hábitos de vida de cada pes- do consumidor, principalmente dos
soa: o tipo de alimentação, a prática ou não de adolescentes, na prevenção de
exercícios físicos, os cuidados com o corpo, o cui- doen-ças e acidentes de consumo,
dado com produtos consumidos, a adoção de re- no conhe-cimento dos seus direitos e
gimes para emagrecimento sem necessidade ou responsa-bilidades, na identificação
sem orientação profissional, a adoção de medi- das informações importantes.
das que previnam os acidentes de consumo cau- Conhecendo e exercendo os seus
sados por produtos inseguros, entre outros. direitos, os alunos certamente influ-
Nossa saúde está direta ou indiretamente enciarão o comportamento da família
relacionada aos nossos hábitos de vida e de con- e dos amigos.
sumo, e a segurança dos produtos e serviços que
utilizamos é um fator importante a ser considera-
do. É por isso que o artigo 6o do Código de Defesa
do Consumidor (CDC) estabelece como primeiro
direito básico do consumidor “a proteção da vida,
saúde e segurança”.2
Neste volume, vamos discutir aspectos im-
portantes para assegurar a saúde e a segurança
no consumo de produtos e serviços, como alguns
hábitos de consumo que são nocivos ao consum-
idor. Trataremos de forma especial dos alimentos
e medicamentos, bem como de alguns produtos
1. Brasil, Secretaria da Educação Fundamental.
de maior importância para os jovens. Parâmetros curriculares nacionais, terceiro e quarto cic-
A saúde e a segurança do indivíduo estão los: apresentação dos temas transversais, Secretaria
de Edu-cação Fundamental, Brasília: MEC/ SEF, 1998,
cada vez mais ligadas ao consumo, seja pela p. 249.
2. Guia do consumo com segurança, São Paulo, Idec,
ingestão, contato, manipulação ou simples utiliza- agosto de 2000.
8
Introdução
A segurança
dos produtos
e serviços
O s produtos ou serviços não
podem causar prejuízos à saú-de
ou à segurança dos consumidores. E
O consumidor deve recusar botijões amassados e
com ferrugem aparente, verificar com espuma de
sabão se há vazamento na válvula, fechar a cir-
só podem ser comercializados se culação do gás para o fogão sempre que não
trouxerem, em seus rótulos, embala- estiver em uso e manter o botijão em local bem
gens e manuais, as informações ne- ventilado.
cessárias para a sua utilização de Os fogões a gás também podem apresentar
forma clara e precisa. muitos problemas ao consumidor: vazamento de
Além de medicamentos, produ- gás ou aquecimento excessivo do lado externo
tos de limpeza e outros produtos quí- quando o forno está ligado, podendo causar
micos, que representam perigos pre- queimaduras principalmente em crianças. Em
visíveis, também “moram” em nossas 1997, o Instituto Brasileiro de Defesa do
casas botijões de gás, eletrodomésti- Consumidor (Idec) testou cinco modelos das mar-
cos, fogões a gás, chuveiros elétricos cas de fogão mais vendidas no país e concluiu
e instalações elétricas antigas que que, na época, todos apresentaram problemas de
podem ameaçar a nossa saúde e aquecimento excessivo das paredes, além de
segurança. casos de vazamento de gás, mau funcionamento
Estima-se que existam cerca e tombamento.4
de 80 milhões de botijões de gás no
país. Uma pesquisa realizada pelo
Insti-tuto de Pesquisas Tecnológicas Acidentes de consumo
(IPT), em 1995, revelou que 87%
dos acidentes com botijões de gás Defeitos existentes nos produtos, como no
eram provocados por instalação ou caso dos fogões, ou na prestação de serviços
mani-pulação incorretas, enquanto podem causar danos a pessoas e a seus bens.
13% eram causados por defeitos nos Quando isso ocorre, estamos diante de um aci-
botijões3. Isso significa que muitos dente de consumo. Uma batida de carro provoca-
acidentes poderiam ter sido evitados da por defeito no freio é um caso típico de aciden-
se o consumidor tivesse tomado te de consumo. O prejuízo do consumidor não se
algumas medidas de segurança e se restringe apenas ao defeito do produto, mas
houvesse uma adequada orientação
3. Consumidor S.A., São Paulo, Idec, número 22, agosto de 1997, p.9.
por parte das distribuidoras de gás. 4. Consumidor S.A., São Paulo, Idec, número 22, agosto de 1997, p.9.
9
Saúde e segurança do consumidor
abrange danos mais amplos, como gastos médi- risco a vida das pessoas6. Esses
cos e hospitalares, o conserto do carro, etc. dados são confirmados pelo Instituto
Outro acidente desse tipo, comum em nosso Nacional de Metrologia,
país, é a ingestão de alimento deteriorado, cau- Normalização e Qualidade Industrial
sando problemas de saúde ao consumidor. (Inmetro), que, através do Programa
Também se considera acidente de consumo o de Análise de Produtos, testou, no
dano decorrente da falta ou inadequação da infor- período de 1996 a 2000, cerca de
mação a respeito do produto ou serviço. 1.500 marcas de produtos, das quais
Em qualquer um desses e de outros casos 33% não estavam de acordo com as
de acidente de consumo, o consumidor tem dire- normas e regulamentos em aspectos
ito a indenização por todos os danos materiais e diretamente ligados à saúde e segu-
morais que sofreu. rança.
Nos Estados Unidos, estatísticas oficiais Intoxicações
mostram que 15 milhões de pessoas por ano são
vítimas de acidentes com produtos destinados a A Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz)
crianças, equipamentos de esportes e lazer, divulgou, em 1999, 66.584 casos de
instalações, móveis, utensílios domésticos, obje- intoxicação, registrados pelos 29
tos de uso pessoal, entre outros. Esses dados Centros de Controle de Intoxica-
são da Comissão de Segurança de Produtos ções.7 Mais da metade foi acidental,
(U.S. Consu-mer Product Safety Commission), sendo que 24,94% das vítimas eram
agência governamental norte-americana, criada crianças de 1 a 4 anos. Segundo da-
em 1972, que protege a população dos riscos de dos do Sistema Nacional de Informa-
acidentes com ferimentos ou mesmo mortes ções Tóxico-Farmacológicas
associados aos produtos de consumo. Cerca de (Sintox), a primeira causa de aci-
15 mil tipos de produ-tos estão sob a jurisdição da dentes são os medicamentos
agência, que também coordena um sistema para (28,27% dos casos), seguidos dos
coletar informações sobre os acidentes ocorridos produtos de limpeza (8,69%) e out-
com esses produtos5. ros produtos químicos industriais
Nos países europeus existe uma regula- (7,12%). Esses dados de-vem servir
mentação, a Diretiva no 92/59/CEE, de 29 de de alerta tanto para as empresas
junho de 1992, relativa à segurança geral de pro- que fabricam esses produtos quanto
dutos. Cada país criou internamente organismos para os consumidores. Se fossem
para implementar essa legislação e garantir maior tomadas medidas preventivas sim-
segurança aos consumidores. ples, como adotar embalagens com
No Brasil não se sabe oficialmente qual é a tampas à prova de crianças e
incidência de acidentes de consumo, pois não guardar esses produtos em lugares
existe um sistema estruturado para o registro de seguros, mais de 33 mil casos de
forma sistemática, exceto nos casos de informa- intoxicação infantil por ano poderiam
ções tóxico-farmacológicas (veja boxe). Análises ser evitados8.
feitas pelo Idec em mais de 2 mil produtos e 5. Site da Safety Comission: http://www.cpsc.gov
serviços revelaram que 30% deles tinham proble- 6. Guia do consumo com segurança, São Paulo, Idec,
agosto de 2000.
mas de segurança e mais de 20% colocavam em 7. www.fiocruz.br/cicit/sinitox/tabela
8. Guia do consumo com segurança, 2ª edição, São
Paulo, Idec, 2001, p. 50.
10
A segurança dos produtos e serviços
O que garante
a segurança dos
produtos e serviços
O fabricante é o responsável le-gal
pela colocação no mercado
de produtos seguros, que não acar-
observar as instruções de uso e manuseio do pro-
duto. Muitas vezes um produto é seguro se usado
para o fim a que se destina, podendo, no entanto,
retem riscos ao consumidor, exceto ocasionar acidentes se utilizado de forma incorre-
aqueles que sejam normais ou pre- ta ou para finalidade diferente daquela para a qual
visíveis, como é o caso, por exemp- foi fabricado. Imagine uma cadeira: ela pode ser
lo, de uma faca, que deve cortar para absolutamente estável e segura se for usada
cumprir a sua finalidade. A questão apenas para sentar, mas poderá ser muito
da segurança deve ser considerada perigosa se usada como escada.
desde o momento da concepção do Alguns produtos podem ser seguros para
produto, quando o fabricante deve fa- usuários de uma certa faixa etária, mas não ser
zer uma análise dos riscos potenci- recomendável para outros. É necessária a ade-
ais aos usuários e ao meio ambiente. quação do produto ao perfil do consumidor. Um
Essa análise envolve todo o proces- brinquedo destinado às crianças ainda bem
so produtivo — incluindo a escolha pequenas não deve conter peças que possam se
da matéria-prima utilizada, a segu- desprender e ser engolidas. Por isso, os brinque-
rança dos trabalhadores, a dos devem trazer na embalagem informações cla-
deposição dos dejetos industriais, ras sobre a faixa etária a que são recomendados.
etc. —, o transporte, o armazena- Os cuidados com o descarte também são
mento e a comercialização. Mas isso essenciais. Formas inadequadas de descarte
não é tudo. O fabricante deve con- po-dem provocar desde pequenos acidentes,
siderar também como o produto será como um ferimento leve provocado por uten-
usado e descartado pelo consumidor sílios de vidro quebrados ou explosões de
final. aerossóis jogados em incineradores, até situ-
O consumidor, por sua vez, na ações muito gra-ves, como foi o caso da cáp-
hora da compra, deve buscar infor- sula de Césio de um aparelho de raio X odon-
mações sobre os aspectos rela- tológico, em Goiânia, que provocou mortes e
cionados à segurança, verificando, enfermidades graves em pessoas que a
por exemplo, se o produto foi certifi- manusearam inadvertidamente. Outro caso
cado (veja informações sobre certifi- bastante divulgado foi o da cons-trução de um
cação na pág. 16). Durante o con- conjunto habitacional em Mauá, município da
sumo ou utilização, é importante Grande São Paulo, sobre um terreno contami-
11
Saúde e segurança do consumidor
12
A segurança dos produtos e serviços
13
Saúde e segurança do consumidor
ofereçam riscos aos consumidores. O fato de um cos que poderiam levar à ruptura no
produto estar de acordo com uma norma significa momento da sua utilização, expondo
que ele deve ser seguro se utilizado da forma a riscos seu usuário, além de impedir
para a qual foi concebido, observando-se as que seja usada para seu fim.
recomendações constantes do rótulo, da embal- Algumas vezes, a norma tem
agem ou do manual de instruções. que exigir que o produto contenha
Durante a elaboração de uma norma, uma dispositivos que impeçam a oper-
tarefa da Comissão de Estudo é considerar tanto ação em condições inseguras. Um
os riscos decorrentes do uso normal ao qual o exemplo típico é o das máquinas de
produto se destina quanto os do uso abusivo lavar roupa. Em geral, elas possuem
razoavelmente previsível. Deve-se identificar os dispositivos eletro-mecânicos que
riscos em potencial em todos os estágios e impedem seu funcionamento se a
condições de uso do produto, incluindo o trans- tampa não estiver fechada, evitando
porte, a armazenagem e o descarte para avaliar assim riscos de acidentes com o
se são toleráveis. Se o potencial de risco não é usuário O mesmo acontece com os
tole-rável, a norma deve estabelecer requisitos fornos de microondas.
para reduzir o perigo. No que diz respeito às normas
Para estabelecer padrões de segurança, as relacionadas ao descarte, um exem-
normas podem fazer exigências em termos de plo típico é o das latas de aerossol.
controle da qualidade de produtos prontos. A nor- Por conterem gás explosivo, é co-
ma NBR 10334, por exemplo, que trata da segu- mum exigir-se que a embalagem tra-
rança de chupetas, exige que os diferentes lotes ga um alerta ao consumidor no sen-
fabricados sejam submetidos a um ensaio que tido de não fazer o descarte em
simula a mordida ou a mastigação, de forma a locais sujeitos à chama para evitar
avaliar se a mesma não desprende partes que acidentes provocados pela inevitável
possam ameaçar a segurança da criança, devido explosão.
a uma eventual ingestão.
Algumas vezes, as normas têm que tratar da • Ainda falta muito
segurança do transporte dos produtos, prevendo Muitos produtos ainda não têm
embalagens que preservem a integridade de pro- normas ou as que existem podem
dutos perigosos, diminuindo o risco de queda no não atender a todos os requisitos de
transporte ou manuseio pelo consumidor. Nesse segurança esperados. Uma
sentido, a norma NBR 5991 exige que se sub- pesquisa feita pelo Idec em 1995
meta a garrafa cheia de álcool a um teste de mostrou que os playgrounds não
queda livre, não devendo haver ruptura da gar- possuíam norma de segurança para
rafa, o que levaria ao vazamento do produto e a tratar do projeto dos brinquedos e do
um iminente risco de incêndio. ambiente do parque. A NBR 14350-1
Outras normas tratam da forma de armaze- (segurança de brinquedos de play-
namento para a preservação do produto. Por ground) só foi estabelecida em 1999.
exemplo, a NBR 11861, relativa a mangueiras de E mais: com a evolução dos
incêndio, estabelece requisitos quanto à forma de produtos, do mercado de consumo e
enrolar a mangueira, evitado a formação de vin- das pesquisas, as normas também
14
A segurança dos produtos e serviços
• Fósforos
Na análise de fósforos, os principais proble-
mas apresentados foram: explosão, fragmen-
tação ou separação das cabeças e pingos de
cinza quente durante o acendimento. Das seis
marcas anali-sadas, três não atenderam ao
ensaio que permite a classificação do produto
Playgrounds: em 1996,
o Idec encontrou brinquedos mal instalados e malcon- como fósforo de segurança, uma vez que acen-
servados. A norma de segurança só saiu em 1999.
15
Saúde e segurança do consumidor
Avaliação feita em 1997 pelo Instituto Nacional de 9. Direitos do consumidor de A a Z, 2ª edição revisada e atualizada, São
Tecnologia, do Rio de Janeiro, a pedido do Idec, revel- Paulo, Idec, p.64.
ou problemas de segurança em berços. 10. Consumidor S.A., São Paulo, Idec, nov/dez de 2000.
17
Saúde e segurança do consumidor
• Guardar produtos de
limpeza, inseticidas e certificação são obrigatórias na embalagem ou no
medicamentos em lo- próprio produto.
cal fechado à chave,
longe do alcance de
crianças e de animais. PARA SABER MAIS
Não deixar detergentes Existe um projeto de lei para obrigar os
em cima da pia ou sa- fabricantes de medicamentos e de pro-
bão embaixo do tanque. dutos químicos, inclusive os de uso do-
méstico, a colocar embalagens especiais de
• No caso dos insetici- proteção à criança (EEPC) em seus produ-
das, dar preferência tos. A EEPC é projetada para impedir que
aos que têm cheiro bem uma criança com menos de 5 anos abra um
Lugar impr prio para frasco ou qualquer outra embalagem que
acentuado. Quando não
desinfetantes e inseticidas. contenha produto que pode ser nocivo a ela.
têm cheiro, a tendência
Nos EUA, as EEPCs são obrigatórias para
é de que as pessoas usem mais do que o necessário os medicamentos desde 1970. Naquele
e, com isso, fiquem mais sujeitas a intoxicações, país, estudos apontam que esse tipo de
principalmente as crianças. embalagem evitou, em um só ano, que se
registrassem 200 mil casos de ingestão aci-
• Inseticidas, produtos de limpeza, venenos e subs- dental por crianças. Em uma cidade ameri-
tâncias químicas não podem ser armazenados perto cana, o número de intoxicações caiu de 149
de alimentos. para 17. No Brasil, porém, o projeto de lei
que institui a EEPC está tramitando na
• Não utilizar embalagens de refrigerantes ou frascos Câmara dos Deputados desde 1994.11
de alimentos para guardar produtos de limpeza,
inseticidas ou produtos químicos. Manter a emba-
lagem original, que traz a composição do produto e
11. Consumidor S.A., São Paulo, Idec, no 50, maio de
as instruções para primeiros socorros. Ler cuida- 2000, p.18.
18
Segurança
com alimentos CASOS DE CONTAMINAÇÃO DE ALIMENTOS NO BRASIL
19
Saúde e segurança do consumidor
As doenças veiculadas
pelos alimentos
20
Segurança com alimentos
r(a):
Professo
i-
os princ
c a ra c te rísticas d
s as
os aluno veiculad
as
Mostre a e doenças
re s d
sado
ntes cau comuns
e as
pais age a s m a is
s sintom
entos, o
por alim
nção.
de preve
medidas
BACTÉRIA ALIMENTOS MAIS COMUNS PERÍODO DE INCUBAÇÃO SINTOMAS MAIS COMUNS MEDIDAS DE PREVENÇÃO
StaphylococcusQueijos, bolos com cremes 1 a 6 horas Vômitos, náusea, cólicas eHigiene dos manipuladores,
aureus farofas e salgadinhos, diarréia curta, sem febre. refrigeração abaixo de 5ºC,
produtos de amido e carnes Quadro de intoxicação preparo próximo ao consumo
Salmonella spp Carnes, frutos do mar, 5 a 72 horas Diarréia severa, febre e Cocção acima de 65ºC,
maioneses e ovos infecção intestinal. conservar no frio abaixo
de 5ºC, evitar alimentos
sem inspeção sanitária
Bacillus cereus Carnes, cereais (arroz), 1a5 Dois tipos de Cocção acima de 65ºC,
vegetais, produtos de ou sintomatologia: conservar no frio
amido, pescados e leite 12 a 24 horas 1o) Diarréia, vômitos, abaixo de 5ºC, evitar
sem febre. Quadro de alimentos sem inspeção
intoxicação. sanitária, preparo próximo
2o) Diarréia, febre, ao consumo
infecção intestinal
Clostridium Carnes assadas e 8 a 15 horas Diarréia, cólicas, vômito, Higiene dos utensílios,
perfringens cozidas e pescados náusea e febre baixa cocção adequada, preparo
próximo ao consumo,
matéria-prima inspecionada
Clostridium Conservas vegetais, de 12 a 36 horas Envenenamento com Processamento térmico
botulinum carnes e mel. ou até 14 dias distúrbios neurológicos, adequado (esterilização),
visão dupla, dificuldade de acidificação e salga
falar, de se locomover adequadas de conservas
e respirar.
Shigella sp Carnes, aves, água e leite 1 a 7 dias Cólica, diarréia, febre, Higiene na preparação,
v mito, fezes com sangue conserva ªo adequada
e coc ªo a 70”C
Escherichia coli Todo tipo de alimento 12 a 72 horas DiarrØia, sangue, pus Coc ªo adequada, higiene
nas fezes e falŒncia renalna prepara ªo, conserva ªo
a frio abaixo de 5”C
Fonte: Elementos de apoio para o Sistema APPCC. Brasília, Senai/DN, 1999. 317p.
Série Qualidade e Segurança Alimentar. Projeto APPCC. Convênio Senai/CNI/Sebrae.
21
Saúde e segurança do consumidor
Dez regras de ouro na preparação e para aquecer por igual, juntando água se pos-
consumo de alimentos propostas sível, para permitir a fervura, que mata os
pela Organização Mundial de Saúde micróbios.
22
Segurança com alimentos
23
Saúde e segurança do consumidor
Rotulagem clara
e completa
24
Seguran a com alimentos
• Advertências obrigatórias
nos rótulos
• Contém glúten – em produtos
que contêm aveia, trigo, cevada ou
malte. Exemplo: biscoitos, massas,
etc.
25
Saúde e segurança do consumidor
26
Segurança com alimentos
27
Saúde e segurança do consumidor
r(a):
Professo n o s qu e uma ali
menta-
ar aos alu
nte inform decres- Segundo a nutricionista Midori Ishii,
É importa in a r, e m ordem professora da Faculdade de Saúde
b
eve com
ibrada d ntos, con
- Pública da Universidade de São
ção equil e g u in tes alime Paulo, "uma boa nutrição baseia-se
de, os s
quantida entos: Gorduras, na combinação de 50% a 60% de
cente de e dos alim carboidratos, 30% a 35% de gor-
a pir â m id óleos e doces,
tabelece duras e 10% a 15% de proteínas em
forme es que fornecem relação ao consumo calórico diário.
energia ou calorias.
Leite e derivados,
que fornecem
proteínas, cálcio e
vitaminas docomplexo B
28
Segurança
29
Saúde e segurança do consumidor
30
Segurança com medicamentos
31
Saúde e segurança do consumidor
mo, insônia ou diarréia. Esses medicamentos são nosso país. O consumidor precisa se
fa-bricados e vendidos por diversos laboratórios, precaver contra a atuação das
com diferentes nomes de fantasia. O Brasil é o quadrilhas de falsificadores de
maior importador de anfetaminas do mundo20. medicamentos. Os tipos mais comuns
• Barbitúricos: medicamentos para tran- de falsificação vão desde a raspagem
qüilizar, induzir o sono e diminuir as dores. da frase “venda proibida”, no caso de
• Benzodiazepínicos: medicamentos indica- amostras grátis ou medicamentos dis-
dos para o controle de ansiedade e tensão ou
para ajudar as pessoas a dormir, como o Lexotan.
• Xaropes e gotas para tosse: alguns deles
VOCÊ SABIA?
têm em suas fórmulas a codeína, que é um
opiáceo natural. Um adulto precisa de uma dose
• Esteróides anabolizantes: drogas fabri- diária de 60 mg de vitamina C. O con-
cadas à base de hormônio masculino, a testos- sumo excessivo dessa vitamina pode
terona. Para melhorar a aparência física e mode- causar problemas respiratórios, gastrin-
lar o corpo, jovens as usam de forma indevida, em testinais e cálculos renais. A quantidade
necessária é facilmente ingerida com
alguns casos induzidos por preparadores físicos e
uma alimentação que inclui cítricos ou
instrutores de academia, colocando em risco seu
tomates, por exemplo.
bem-estar.
Falsificação
19. Consumidor S.A., São Paulo, Idec, no 18, abril de
de remédios 1997, pp.18-22.
20. Saúde, Vida, Alegria! Manual para Educação em
Saúde de Adolescentes, Claudius Ceccon e Dra.
Essa é uma situação muito freqüente em Evelyn Eisenstein, Porto Alegre, Artmed, 2000, p.161.
32
Segurança com medicamentos
tribuídos pela rede do SUS, até a mis- serviço de saúde ou os serviços de defesa do
tura dos medicamentos líquidos com consumidor mais próximos, levando a embal-
água ou outro diluidor. Houve casos agem do medicamento adquirido ou o ende-reço
em que os falsificadores mudaram as do local onde você observou o medicamento sus-
embalagens: retiraram as peito.
Quanto à propaganda dos remédios, o mel-
VOCÊ SABIA?
hor é ignorar o que diz a televisão, o rádio ou a
Os medicamentos que trazem mídia impressa. Geralmente, os anúncios trazem
na embalagem uma tarja vermelha mais desinformação do que informação, chegan-
ou preta não podem ser comercial- do a ser francamente enganosos. É melhor procu-
izados sem receita médica. A tarja rar orientação com seu médico.
preta indica altíssimo potencial de
As mulheres grávidas devem redobrar o
dano ao consumidor.
cuidado com os remédios. O Grupo de Prevenção
do Uso Indevido de Medicamentos (GPUIM), da
pílulas das cartelas e as colocaram Universidade Federal do Ceará, trabalhando com
em frascos, para evitar o controle de o Idec, avaliou 255 remédios vendidos no Brasil
validade. Outros venderam produtos que oferecem riscos para gestantes e lactantes.
totalmen-te falsos e ineficazes, feitos Desse total, 93 podem causar problemas ao feto,
de substâncias baratas, como a farin- sendo que apenas 77 trazem informações pre-
ha, moldadas na forma de comprimi- cisas sobre esses riscos21.
dos. Para inibir a ação dos criminosos,
foi aprovada uma lei que condena a
até 30 anos de prisão os falsificadores
de medicamentos.
PARA SABER MAIS
33
Saúde e segurança do consumidor
As drogas, Atualmen-
VOCÊ SABIA?
consentidas ou não te o alcoo-
lismo é responsável pela internação
34
Segurança com medicamentos
a):
Professor( u su ários de dro
gas, lícitas
ou
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s e adolesc direitos e
As criança e vi st a de seus
do po n to d
cidadãos, entivas e
a
ilícitas, são v as e prev
s e d u c a ti
. As açõe gas
obrigações rios de dro
a d o le sc e ntes usuá
crianças e ducação
Nova forma de advertência à saúde dos fumantes, obri- atenção a o s si st emas de e
gatória nos maços de cigarro desde fevereiro de 2002. bilidad e d
de responsa , é preciso
devem ser ia l. Para tanto
stem a p o lic
pela entidade uma epidemia interna- nunca do si
e saúde e
cional, tem início, em 90% dos nos a:
levar os alu
casos, na adolescência, e atinge
aproximadamente 40% da popu-
lação adulta do mundo.
O consumo de tabaco pode
O QUE FAZER
levar à morte, por aumentar as pro-
babilidades de ocorrência de proble-
• Conversar e refletir acerca de suas expectativas, de
mas pulmonares, cardiovasculares e suas aspirações, de seus desejos, das relações fami-
diversos tipos de câncer. O cigarro liares e de amigos, a fim de reforçar atitudes positi-
contém mais de 4 mil substâncias vas e de auto-estima no processo de transformações
químicas altamente prejudiciais à relacionadas com a adolescência.
• Considerar o álcool e o cigarro como drogas peri-
saúde25. A Organização Mundial de
gosas e que causam dependência.
Saúde estima que 3,5 milhões de • Exigir um trabalho de prevenção de consumo de
pessoas morrem, anualmente, de drogas nas escolas e junto às famílias.
causas relacionadas ao uso do taba- • Evitar o consumo abusivo de qualquer produto.
• Solicitar apoio aos dependentes de drogas.
co26.
• Não dirigir automóvel depois de ter consumido be-
Dados sobre o uso de drogas bidas alcoólicas.
entre estudantes do Ensino Funda- • Incorporar hábitos saudáveis de viver: alimentação
mental e Médio, levantados em dez equilibrada, prática de esportes, etc.
• Exigir as informações necessárias dos fornecedores
capitais brasileiras pelo Cebrid,
sobre os riscos à saúde e à segurança dos consumi-
mostram que: dores em relação ao álcool, tabaco e outros produtos.
• 12 em cada 100 jovens
de 10 a 12 anos de idade
25. “O Alto Preço do Barato”, in Saúde, Vida e Alegria! Manual para
já experimentaram o taba- Educação em Saúde de Adolescentes, Claudius Ceccon e Dra. Evelyn
co, e esse número tende a Eisenstein, Porto Alegre, Artmed, 2000.
26. Relatório do Desenvolvimento Humano, Lisboa, Editora Trinova, 1998,
aumentar. p.63.
27. O Usuário, São Paulo, Ed. 34 Letras, p. 8.
35
Saúde e segurança do consumidor
Professor(a):
As indústrias farma
PARA SABER MAIS cêuticas estimulam,
por meio de men-
sagens publicitár
ias, o consumo
de medicamentos
A Associação de Defesa e Orientação do Cidadão . É
importante saber
(Adoc), de Curitiba, entrou com uma ação na Jus- que não existe me
dicamento que nã
o
tiça Federal exigindo que os fabricantes de bebidas tenha efeitos colat
erais. Só que os
riscos e danos sã
alcoólicas coloquem nos rótulos dos produtos e nas o
pouco divulgados
e não chegam ao
propagandas uma advertência sobre o risco do álcool: s ouvidos do cons
u-
midor. Os adolesc
“O álcool pode causar dependência e em excesso é entes são especia
lmente vulneráveis
ao
prejudicial à saúde”28. consumo impróprio
de medicamentos
. Por isso, o(a) pr
o-
fessor(a) precisa:
O QUE FAZER
28. Consumidor S.A., São Paulo, Idec, número 47, fevereiro de 2000, p.7.
36
Segurança com medicamentos
37
Saúde e segurança do consumidor
38
Segurança com medicamentos
masculina. É eficaz na proteção das as DST. O uso desse medicamento deve ser feito
DST e aids, mas o risco de gravidez é sempre com acompa-nhamento médico, para
de 21% contra 14% da camisinha controle e maiores esclarecimentos.
masculina. • Diafragma
Cuidados na compra É uma membrana de borracha que, quando
Geralmente, os centros de inserida na vagina, cobre apenas o colo do útero.
saúde distribuem camisinhas de gra- O diafragma não oferece proteção contra a aids e
ça. O Idec e o Inmetro vêm acompa- outras doenças sexualmente transmissíveis. Há
nhando a qualidade das camisinhas um risco de 20% de ter uma gravidez. Deve ser
no Brasil e hoje em dia as marcas são usado com um espermicida. Pode provocar irri-
seguras. Mas, na hora da compra, tação na vagina, infecções na bexiga e é contra-
fique atento: indicado para quem tem infecções urinárias crôni-
• Não compre produtos em cas, alguma anormalidade do útero ou problemas
feiras livres ou camelôs – muitos são na coluna.
irregulares e de qualidade inferior. • DIU
• Observe se a embalagem não O dispositivo intra-uterino (DIU) é um mé-
está violada. Dê preferência para as todo anticoncepcional eficaz, inserido no útero
camisinhas lubrificadas – isso reduz a pelo médico, mas é indicado para as mulheres
freqüência de ruptura em uso. Está que já tiveram filhos. Sua durabilidade varia de
indicado na embalagem. cinco a dez anos. O risco de gravidez é muito
• Verifique se a embalagem baixo, menos de 1%. Exige acompanhamento
apresenta o símbolo do Inmetro, o médico e não protege contra as DST.
que demonstra que o produto pas- • Outros métodos: injeções e espermicidas
sou pelos testes de qualidade e A injeção contém hormônios que podem
segurança necessários para sua provocar efeitos colaterais e exige acompanha-
certificação. mento médico. Os espermicidas vaginais
• Confira a data de validade. (cremes, geléias e óvulos) matam os esperma-
Normalmente elas valem por três tozóides, mas não o suficiente para evitar a
anos.
• Leia as instruções contidas na
embalagem34. É muito importante
saber colocar bem a camisinha para
evitar que ela se desprenda ou rompa
Foto de Gl ria Fl gel
• Pílulas
São comprimidos feitos à base Diafragma apresenta 20% de risco para gravidez. E, como cobre apenas
de hormônios artificiais que, se inge- o colo do útero, não protege contra aids e outras DST.
39
Saúde e segurança do consumidor
a):
Professor( ss o in tenso na a
dolescênci
a,
p ro ce
ade é um rio, do
A sexualid e n to de si próp
e ci m
o conh
à busca d relações
associada co n strução de
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mento em ra para o d
iá-
amadureci r. A abertu
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de amigos éias
familiares, troquem id
ite q u e os jovens
scola perm al, “tro-
logo na e se xu a lidade. Afin
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ter um O QUE FAZER
35
. Ta m b é m o profe
o”
ger o outr s onde o
rm a n d o aos aluno É preciso incentivar
fo
ortante in
papel imp icípio ofere
ce os alunos a:
S a ú d e d o seu mun
nico de nais para • Aprender a conhecer o próprio corpo
Sistema Ú n ticoncepcio
to d o s a e a cuidar dele.
mé
mento e ste
aconse-lha alizam o te
m o o s lo cais que re • Reconhecer os próprios limites e
tes, bem co
adolescen desejos sexuais e respeitar os dos
.
tuitamente outros.
de aids gra
• Ser capaz de tomar decisões e ser
responsável por elas ao se envolver
em relacionamentos sexuais.
• Defender-se de vínculos nos quais
se sinta objeto ou vítima de manipu-
lação ou exploração.
• Saber onde procurar se informar ou
conseguir atendimento para saúde
reprodutiva. Escolher um método an-
ticoncepcional que considere as ca-
racterísticas pessoais, para poder
usá-lo de forma eficaz.
• Buscar acompanhamento médico
integral durante a gravidez.
• Evitar contrair ou transmitir doença
sexualmente transmissível, inclusive
o vírus da aids.
• Realizar regularmente procedimen-
tos preventivos, tais como: Papani-
colaou, auto-exames dos seios e
testículos.
40
Glossário
Glossário
• Aditivos: substâncias usadas na composição de alguns produ-
tos com a finalidade de melhorar o processo de fabricação,
tratamento, embalagem, transporte ou estocagem.
41
Saúde e segurança do consumidor
42
Glossário
43
Saúde e segurança do consumidor
44
Bibliografia
livros, revistas
Bibliografia e publicações
AQUINO, Julio Groppa (org.). Drogas na cional brasileiro.
escola: alternativas teóricas e práticas. BUCHER, Richard. Drogas e drogadição no Brasil, Porto
São Paulo, Summus, 1998. Alegre: Artes Médicas, 1992.
Este livro reúne artigos de vários pro- Escrito numa linguagem clara e envolvente, este livro,
fissionais em torno da questão do con- cujo autor é um psicanalista, faz uma abordagem da
sumo de drogas na adolescência e das droga como um fenômeno da sociedade, que envolve
formas de prevenção apresentadas na aspectos afetivos, sociais e antropológicos.
instituição escolar. Cecip. Saúde, vida, alegria!, Rio de Janeiro, Cecip, 1998.
AQUINO, Julio Groppa (org.). Sexualidade Excelente manual que propõe aos educadores e ado-
na escola: altenativas teóricas e práti- lescentes um diálogo permanente acerca da saúde
cas, 2a edição, São Paulo, Summus, dos jovens: crescimento, desenvolvimento biopsicos-
1997. social, nutrição, saúde bucal, sexualidade, gravidez,
Reúne artigos de especialistas de dife- DST/ aids, drogas, violência, acidentes e cidadania.
rentes áreas em torno do tema da se- Contém ainda publicações com Sugestões
xualidade humana. Trata-se de um Pedagógicas, Men-sagens Ilustradas, 12 folhetos e 11
conjunto de reflexões sobre as múlti- vídeos sobre esses temas.
plas possibilidades de manejo teórico e Cecip. Comunidades terapêuticas, Rio de Janeiro, Cecip,
prático das manifestações da sexuali- 1998.
dade no cotidiano escolar. A publicação é um produto do Programa Nacional de
BONTEMPO, Alcides. O que você precisa Treinamento para Prevenção do Abuso de Drogas e
saber sobre nutrição, 5a edição total- Tratamento, Reabilitação e Reinserção Social do
mente renovada e ampliada, Rio de Ja- Usuário, financiada pelo Programa das Nações Unidas
neiro, Editora Ground, 1989. para o Controle Internacional de Drogas (UNDCP).
O livro aborda as principais dúvidas em Apresenta como funcionam as "Comunidades Tera-
relação à alimentação e às proprie- pêuticas", programas de prevenção integrados, princi-
dades dos alimentos, orientando a co- palmente junto às comunidades de baixa renda, com o
mer bem. objetivo de reduzir o abuso de drogas.
Brasil. Secretaria de Educação Cecip. Ficar...Por dentro!, Rio de Janeiro, Cecip, 1995.
Fundamental. Parâmetros curriculares Orientação para agentes de saúde e professores a
nacionais: terceiro e quarto ciclos do res-peito do uso dos seis métodos contraceptivos mais
Ensino Funda-mental. Secretaria de conhecidos, ajudando a tirar dúvidas de adolescentes
Educação Fun-damental, Brasília: de diferentes idades e níveis sociais.
MEC/SEF, 1998. Cecip. Situações de risco à saúde de crianças e adoles-
Os Parâmetros Curriculares Nacionais, centes, Rio de Janeiro, Cecip, 1993.
destinados aos professores das séries O livro visa debater situações difíceis e polêmicas que
finais do Ensino Fundamental, têm a envolvem crianças e adolescentes e, ao mesmo
intenção de ampliar e aprofundar um tempo, multiplicar conhecimentos de saúde de uma
debate educacional que envolva esco- maneira acessível para profissionais da área, edu-
las, pais, governos e sociedade, de cadores sociais e líderes comunitários. Aborda os
mo-do a transformar o sistema educa- seguintes temas: direitos de cidadania e saúde, sexu-
45
Saúde e segurança do consumidor
46
Bibliografia
47
Saúde e segurança do consumidor
48
M ódulos
didáticos
Saúde
e
segurança
Saúde e segurança do consumidor
A segurança dos
produtos e serviços
Objetivos Atividade 1
Durante uma semana, propor aos
Conscientizar os alunos dos perigos alunos que pesquisem, em jornais,
de alguns produtos de uso cotidiano revistas e internet, informações
que ameaçam a saúde e a segurança sobre acidentes de consumo no
do consumidor. Brasil. Levar para a classe e discutir
• Buscar informações sobre os aspectos com os alunos.
relacionados à segurança do produto.
• Criar o hábito de ler manuais de
instrução.
• Saber evitar os acidentes de consumo. Atividade 2
Dividir a classe em grupos. Cada
grupo vai fazer uma lista de produtos
perigosos com os quais convivem
diariamente, justificando as razões
de sua periculosidade, como evitar
os acidentes de consumo e quais de-
veriam ser as normas de uso desses
produtos. Fazer seminários para a
classe toda e, na semana seguinte,
confrontar as informações dos alu-
nos com os próprios rótulos dos pro-
dutos.
Atividade 3
Procurar, no mercado, produtos
que tenham a marca do Inmetro e
identificar aqueles que foram certifi-
cados por motivos de segurança.
50
A segurança dos produtos e serviços
Atividade 4
Dividir a turma em grupos para
que cada um diga o que aprendeu ao
ler o manual de um produto, apre-
sentando as vantagens de estar
atento às orientações do fabricante.
Atividade 5
Elaborar uma lista dos telefones
úteis no caso de acidentes de con-
sumo de seu bairro ou sua cidade.
Atividade 6
Pedir à unidade do Corpo de Bom-
beiros mais próxima da escola uma
demonstração de como agir em caso
de vazamento seguido de incêndio
em botijão de gás e dar outras infor-
mações sobre segurança.
Avaliação
51
Saœde e seguran a do consumidor
Alimentos e a saúde
do consumidor
Atividade 1
Pedir aos alunos que anotem tudo
Objetivos o que comerem e beberem durante
um dia. Em uma aula expositiva, o
• Valorizar a alimentação como um com- professor salienta a importância de
ponente essencial da qualidade de vida. cada tipo de alimento, classificando-
• Fazer com que os alunos compreen- os em: construtores (carnes, ovos,
dam para que serve cada alimento queijos e leites), energéticos (arroz,
que é ingerido por eles. mandioca, macarrão e farinhas) e
reguladores (frutas e hortaliças).
• Conscientizá-los dos maus hábitos
Cada aluno fará uma análise da
alimentares.
sua alimentação, conforme os dados
• Compreender códigos e rótulos dos levantados. Em duplas, os alunos
produtos industrializados. devem fazer um levantamento dos
• Valorizar os padrões nutritivos de ali- pontos considerados positivos e ne-
mentação. Estar atento para casos de gativos de seus hábitos alimentares.
fraude, uso de aditivo e de outros pro- Fazer uma tabela com os alimentos
dutos prejudiciais à saúde. mais consumidos e menos consumi-
dos da classe. Todos juntos deverão
concluir qual é o hábito alimentar da
região em que vivem.
Atividade 2
Observar os prazos de validade dos alimentos
no supermercado e fazer um levantamento do
tempo de duração dos produtos. Em grupos, tro-
car as informações e discutir o que deverá ser
feito quando:
• O produto não se encontrar mais dentro do
prazo de validade.
• O alimento estiver contaminado e intoxicar
várias famílias no seu bairro.
52
Alimentos e a saúde do consumidor
Atividade 3
Elaborar um cardápio bem balanceado que
leve em consideração o aproveitamento dos ali-
mentos, isto é, receitas que podem ser feitas com
casca de laranja, talos de beterraba, etc. Expor
para a classe com o objetivo de confeccionar um
livro com os cardápios criados.
Atividade 4
Trazer de casa embalagens e rótulos de pro-
dutos alimentícios. Em duplas, analisar quatro
produtos e listar os ingredientes encontrados em
cada um. Coletivamente, fazer um glossário com
os termos utilizados nas embalagens (espes-
sante, aci-dulante, conservante, etc.). Pesquisar
em grupos a utilidade de cada um desses ingredi-
entes e expor para a classe.
Atividade 5
Pesquisar em grupo a respeito dos alimentos
transgênicos. Feita a pesquisa, dividir a sala em
três grupos:
1. os juízes.
2. defesa do uso dos alimentos transgênicos.
3. contra o uso de alimentos transgênicos.
O professor coloca em julgamento a questão:
“Deve-se ou não incentivar a produção e o con-
sumo de alimentos transgênicos?”
Cada grupo tem um tempo estipulado para
preparar e defender suas idéias numa dramatiza-
ção. Ao final, os juízes justificam a sua decisão.
53
Saúde e segurança do consumidor
Atividade 6
Pesquisar diferentes formas de conservar os
alimentos. O resultado desta pesquisa deverá
cons-tar do livro junto com os cardápios.
Conforme o grupo e as condições gerais, é pos-
sível concluir o assunto estudado propondo um
lanche coletivo, equilibrado e saudável.
Atividade 7
Fazer uma redação com a sua opinião sobre
os alimentos transgênicos. Cada aluno lerá sua
dissertação para a classe. O professor avaliará a
argumentação.
Avaliação
54
Medicamentos: cuidado com o uso abusivo
Medicamentos:
cuidado com o uso
abusivo Objetivos
Atividade 2
Crie uma embalagem de um medicamento já
existente com todas as informações necessárias
ao consumidor.
55
Saúde e segurança do consumidor
Atividade 3
Buscar em jornais, revistas e internet reporta-
gens sobre a propaganda de remédios e se ela
de-ve ou não continuar sendo divulgada pela
mídia. Distribuir os artigos para duplas ou grupin-
hos e pedir que conversem a respeito das vanta-
gens e desvantagens desse tipo de propaganda e
Avaliação pensem em soluções. Abrir uma conversa com a
classe toda; cada grupo trará suas conclusões.
56
Os riscos de consumo na adolescência
Os riscos de
consumo na Atividade 2
57
Saúde e segurança do consumidor
58
Os riscos de consumo na adolescência
Avaliação
Atividade 3
Entrevistar donos de bares, pada-
rias, supermercados e vendas sobre Fazer uma reflexão por escrito
a freqüência com que os adoles- so-bre o texto abaixo e as
centes aparecem para comprar bebi- questões que suscita:
da al-coólica e cigarro; como eles “Comecei ainda adolescente,
reagem (os adolescentes e os
porque não sabia o que fazer
vendedores); o que procuram mais;
com as mãos quando chegava
como eles acham que essa questão
poderia ser solucionada. às festas. Era início dos anos
60, e o cigarro estava em toda
parte: televisão, cinema, out-
doors e com os amigos. As
meninas co-meçavam a fumar
em público, de minissaia, com
as bocas pintadas assoprando a
Atividade 4 fumaça para o alto. O jovem que
Cada aluno deverá analisar não fumasse estava por fora.”
as publicidades de álcool e cigarro
veicu-ladas pela mídia. Em grupos,
os alu-nos devem trocar idéias e
dramatizar uma publicidade escolhi-
da, procurando manter a idéia origi-
nal. Ao final das dramatizações, a
classe deverá discutir se é a favor ou
contra tais pu-blicidades, justificando
Divulgação
59
Saúde e segurança do consumidor
Gravidez e doenças
sexualmente transmissíveis
Atividade 1
Organizar uma discussão sobre a gravidez
precoce identificando todos os produtos e servi-
ços que deverão ser consumidos até o nasci-
mento da criança.
Atividade 2
O professor propõe uma pesquisa aos alunos,
divididos em grupos, sobre as vantagens e des-
vantagens de cada um dos métodos contracep-
tivos, considerando a anticoncepção e a prevenção
das doenças sexualmente transmissíveis (DST). A
pesquisa poderá ser feita em livros, na internet,
com médicos, usuários, familiares e outros.
Depois de apresentada a pesquisa pelos gru-
pos, o professor retoma com a classe toda as
espe-cificidades dos métodos anticoncepcionais.
Avaliação Divulgação
Pedir ao aluno uma redação so- Os alunos devem montar um mural na esco-
bre opção de cada um quanto la com informações, desenhos e gráficos
aos métodos contraceptivos e sobre os riscos das drogas e da gravidez na
os cuidados com as DST. adolescência e dicas de como prevenir as
DST.
60
Na sala de aula
Português
• Leitura e análise de artigos de jornais.
• Elaboração e comparação de textos.
• Redação de um rótulo
Matemática
• Leitura de rótulos com números e porcentagens de produtos que causam danos à saúde.
Ciências
• Identificação da existência de produtos perigosos que ponham em risco a saúde do consumidor.
• Conhecimento das causas dos acidentes por intoxicação.
História
• Conhecimento a respeito dos direitos das vítimas de acidentes de consumo.
Geografia
• Conhecimento dos acidentes de consumo mais comuns em seu município e de como
é possível evitá-los.
Artes
• Criação de uma embalagem de um produto com desenho e o rótulo adequado para fornecer
as informações necessárias ao consumidor.
61
Saúde e segurança do consumidor
Português
• Leitura, redação e interpretação de textos.
• Leitura e análise de rótulos e embalagens.
• Elaboração de um glossário.
• Redação de um livro de receitas.
Matemática
• Cálculo dos prazos de validade dos produtos.
• Avaliação de preços, ofertas e quantidades.
Ciências
• Classificação dos alimentos segundo as normas de consumo (naturais, enlatados, etc.)
• Pesquisa de conservação de alimentos.
• Pesquisa e reflexão sobre os alimentos transgênicos.
• Realização de trabalhos com aditivos.
• Identificação da existência de conservantes, corantes, aditivos, utilizando a embalagem
de produtos que os alunos consomem diariamente.
História
• Pesquisa sobre a história da alimentação no Brasil.
• Estudo de costumes, tradições e lendas relacionadas ao hábito alimentar.
Geografia
• Conhecimento acerca do hábito alimentar da região.
Artes
• Dramatização sobre os alimentos transgênicos.
• Confecção de um livro.
62
Na sala de aula
Capítulo 3 – Medicamentos
Português
• Leitura, análise e interpretação de textos.
• Análise de propaganda de remédio.
• Redação de texto.
• Compreensão de bulas.
Matemática
• Observação das medidas, dosagens indicadas e prazos de validade dos medicamentos.
• Cálculo do preço do genérico em relação ao medicamento de referência.
Ciências
• Pesquisa sobre os genéricos.
História
• Pesquisa sobre o aumento de consumo de medicamentos nas últimas décadas.
Geografia
• Levantamento a respeito do consumo de remédios caseiros em seu município.
Artes
• Criação de uma embalagem de um medicamento já existente.
• Elaboração de cartazes, músicas, panfletos e dramatização sobre o consumo indiscriminado
de drogas entre os jovens.
63
Saúde e segurança do consumidor
Português
• Leitura, interpretação e redação de textos.
• Criação de histórias.
• Análise de publicidades de álcool e cigarro veiculadas pela mídia.
Matemática
• Conhecimento das porcentagens crescentes do consumo de drogas entre 10 e 19 anos.
• Análise das drogas mais consumidas pelos adolescentes.
• Conhecimento da porcentagem de adolescentes que ficaram grávidas nos últimos anos.
Ciências
• Pesquisa sobre as vantagens e as desvantagens de cada um dos métodos contraceptivos.
• Conhecimento sobre a prevenção da aids e de outras doenças sexualmente transmissíveis (DST).
História
• Pesquisa a respeito da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (aids).
Geografia
• Campanha pela prevenção do consumo de drogas, das DST e da gravidez na adolescência em seu município.
Artes
• Dramatizações referentes aos temas: cigarro, álcool, drogas legais, drogas ilegais e medicamentos.
• Dramatizações referentes aos temas: gravidez precoce, DST, aids, métodos anticoncepcionais.
• Criação de cartaz, música ou dramatização, depois da leitura do texto Droga Pesada, de Drauzio Varella.
• Elaboração de um mural com as entrevistas dos jovens.
• Confecção de desenhos.
64
A coleção Educação para o
Normalização e Qualidade
• Publicidade e Consumo;
D ireitos do
• Direitos do Consumidor e consumidor
tica
Ética no Consumo; no consumo
• Saúde e Segurança do
Consumidor.
Saœdee
O objetivo é contribuir para a seguran a
do
formação de cidadãos conscientes consumidor
participativos, autônomos e