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IC V Maria Eduarda Mariano

Raiva
É uma antropozoonose transmitida ao Os morcegos são os responsáveis pela
ser humano pela inoculação do vírus manutenção de cadeia silvestre,
presente na saliva e secreções do animal entretanto, outros mamíferos, outros
infectado carnívoros silvestres, gambás, saruês e
primatas, tb apresentam importância
Caracteriza-se como uma encefalite epidemiológica nos ciclos enzoóticos da
progressiva e aguda q apresenta uma raiva
letalidade de quase 100%
Na zona rural, a doença afeta animais de
Agente etiológico produção

Pertence à família Rhabdoviridae e Modo de transmissão


gênero Lyssavirus
Penetração do vírus contido na saliva
Possui aspecto de projétil e genoma
infectado, principalmente pela
constituído por RNA
mordedura e pela arranhadura e
lambedura de mucosas
Apresenta 2 antígenos principais:
O vírus penetra no organismo, se
 1 de superfície, constituído por
multiplica no ponto de inoculação, atinge
uma glicoproteína, responsável
o SNP e posteriormente o SNC
pela formação de anticorpos
neutralizantes e adsorção vírus-  Dissemina p/ vários órgãos e
célula, glândulas salivares, onde se
 1 interno, constituído por uma replica, sendo eliminado pela
nucleoproteína, que é grupo saliva
específico.
Tem 4 ciclos: urbano, rural, silvestre
O genótipo 1 – rabies vírus (RABV) é o aéreo e silvestre terrestre
único presente no BR
Período de incubação
 Variantes 1 e 2, isoladas dos cãos
 Variante 3, de morcego É extremamente variável – média de 45
hematófago dias no homem
 Variantes 4 e 6 morcegos
insetívoros Está diretamente relacionado à
localização, extensão e profundidade da
Reservatório mordedura, arranhadura, lambedura ou
contato com a saliva de animais
Apenas os mamíferos transmitem e são infectados; distância entre o local do
acometidos pelo vírus da raiva ferimento, do cérebro e roncos
nervosos; concentração de partículas
virais inoculadas e cepa viral
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Os espasmos musculares evoluem para
um quadro de paralisia, levando a
alterações cardiorrespiratórias,
retenção urinária e obstipação
Período de transmissibilidade intestinal.

Observa-se, ainda, a presença de


Nos cães e gatos, a eliminação de vírus
disfagia, aerofobia, hiperacusia,
pela saliva ocorre de 2 a 5 dias antes do
fotofobia.
aparecimento dos sinais clínicos e
persiste durante toda a evolução da O paciente se mantém consciente, com
doença período de alucinações, até a instalação
de quadro comatoso e a evolução para
Morte do animal acontece entre 5 e 7 óbito
dias após a apresentação dos sintomas
O período de evolução do quadro clínico,
Suscetibilidade e imunidade depois de instalados os sinais e sintomas
até o óbito, é, em geral, de 2 a 7 dias.
Todos os mamíferos são suscetíveis
Diagnostico
Imunidade é conferida por meio de
vacinação, acompanhada ou ñ por soro Laboratorial
A confirmação:
Manifestações clínicas
 Imunofluorescência direta (IFD)
Pródromos duram em média 2 a 10 dias e – sensibilidade dessa prova é
os sinais clínicos são inespecíficos limitada e, quando negativas, ñ se
pode excluir a possibilidade de
Tem mal-estar gera, peq. aumento de
infecção
temp., anorexia, cefaleia, náuseas, dor
 Prova biológica (PB)
de garganta, entorpecimento,
 Detecção de anticorpos
irritabilidade, inquietude e sensação de
específicos no soro ou liq.
angústia
cefalorraquidiano
 PCR
Pode ocorrer linfoadenopatia,
hiperestesia e parestesia no trajeto de Realização da autópsia é de extrema
nervos periféricos, próximos ao local da importância p/ confirmação diagnostica
mordedura, bem como alterações de
comportamento Tratamento

A infecção progride, surgindo O protocolo de recife deve ser adotado


manifestações de ansiedade e frente a casos confirmados da doença
hiperexcitabilidade crescentes, febre, O tratamento deve ser aplicado +
delírios, espasmos musculares precocemente possível
involuntários, generalizados, e/ou
convulsões. Indução de coma, uso de antivirais e
reposição de enzimas, além da
Espasmos dos músculos da laringe, manutenção dos sinais vitais
faringe e língua ocorrem quando o
paciente vê ou tenta ingerir líquido, Vigilância epidemiológica
apresentando sialorreia intensa.
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Os dados epidemiológico são essenciais  Todo caso suspeito com IFD e PB
p/ a tomada de decisão de profilaxia de – ou q, durante a investigação,
pós-exposição em tempo oportuno teve seu diagnostico firmado
laboratorialmente por outra
A integração entre assistência médica e
etiologia
as vigilâncias epidemiológica/ambiental
são imprescindíveis p/ o controle dessa Notificação
zoonose
De casos humano de raiva
Objetivos
 Todo caso suspeito é de
 Investigar todos os casos notificação compulsória e
suspeitos de raiva imediata nas esferas municipal,
 Determinar as áreas de risco estadual e federal
 Monitorar a raiva animal  Sinan – ficha de investigação da
 Realizar e avaliar os bloqueios raiva
de foco
De acidente por animal potencialmente
 Realizar e avaliar as campanhas
transmissor da raiva
de vacinação antirrábica
 Propor e avaliar as medidas de  Deve ser notificado todos os
prevenção e controle casos pelos serviços de saúde,
 Realizar ações educativas de por meio da ficha de investigação
forma continuada de atendimento antirrábico do
Sinam
Definição de caso  Independentemente se o
Suspeito paciente ter indicação de
receber vacina ou soro
 Todo paciente com quadro clínico
sugestivo de encefalite, com De eventos adversos à vacina ou soro
antecedentes ou ñ de exposição à  Deve ser notificado todos casos
infecção pelo vírus  Respeitando-se a plausibilidade
Confirmado biológico da ocorrência,
realizando-se um diagnóstico
 Critério laboratorial: caso diferencial abrangente e
suspeito com sintomatologia descartadas condições ocorridas
compatível, p/ qual a IFD, ou PB, concomitantemente ao uso da
ou PCR foi + vacina sem qualquer relação com
 Critério clínico-epidemiológico: ela
paciente com quadro neurológico
A profilaxia da raiva humana, incluindo
agudo (encefalite), q apresenta
a utilização da vacina ou da
formas de hiperatividade,
vacina+soro, deve ser anotada em
seguidos de síndrome paralítica cartão de vacina com data de aplicação,
com progressão p/ coma, sem lote da vacina e datas das próximas
possibilidade de diagnostico doses a serem aplicadas. Para soro,
laboratorial, mas com anotar a quantidade de UI/kg ou mL e o
antecedente de exposição a uma lote das ampolas utilizadas.
provável fonte de infecção
Investigação
Descartado
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Imediatamente ou até 72h após a O instrumento de coleta de dados e a
notificação de um caso de raiva, deve-se ficha de investigação da raiva
iniciar a investigação epidemiológica, p/
Outros itens e observações podem ser
q as medidas de controle possam ser
incluídos em relatório anexo, conforme
adotadas
as necessidades e peculiaridades de
cada situação

hospitalização e exposição ao
vírus rábico, espécie animal
Identificação do paciente – preencher
agressora e local provável de
todos os campos, relativos aos dados
infecção, devem ser informados o
gerais, notificação individual e dados de
critério de confirmação, a
residência
classificação final, a evolução do
Coleta de dados clínicos e caso, a data do óbito e a data do
epidemiológico encerramento. Quando se
suspeita de raiva humana, os
 P/ confirmar a suspeita
doentes são hospitalizados,
diagnóstica: Devem ser
impõem-se a consulta do
coletadas as informações
prontuário e a entrevista ao
referentes ao início dos
médico assistente para completar
sintomas, datas de investigação,
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as informações clínicas sobre o profissionais da vigilância
paciente. Essas informações epidemiologica e/ou laboratórios
servirão para definir se o quadro centrais de saúde pública ou de
apresentado é compatível com a referência viabilizar, orientar ou
doença. Convém acompanhar a mesmo proceder a essas coletas
evolução dos pacientes e os
resultados dos exames Enceramento de caso: deve ser
laboratoriais específicos. encerrado oportunamente em até 60
 P/ identificação da área de dias da notificação
transmissão: identificar fatores
Relatório final
de risco, avaliar os riscos de
infecção a q foi exposto o animal,  Intervenção sobre a fonte de
em períodos de até 180 dias infecção
antes, e a ocorrência de  Dados pessoais
epizootias sugestivas de  Antecedentes epidemiológicos
encefalites. Em casos de  Dados de atendimento
morcegos devem ser avaliados a  Exames laboratoriais
espécie, hábitos alimentares,
localização de possíveis abrigos, Medidas de prevenção e controle
risco de infecção p/outras
espécies animais, mudanças A profilaxia deve ser iniciada o +
climáticas, alterações no meio precocemente possível
ambiente, mudanças de processos
produtivos. Buscar no LPI, Vacina antirrábica
pessoas e outros animais q foram
 Administrada em indivíduos
expostos. Verificar o acesso dos
expostos ao vírus ou em pessoas
expostos aos serviços de saúde e
q estão permanentemente
realizar busca ativa dos
expostas ao risco da infecção
pacientes faltosos e/ou q
pelo vírus
abandonaram a profilaxia da raiva
 Em algumas situações, a indicação
 P/ identificação do ciclo de
da profilaxia é complementada
transmissão: realização das
com a administração de soro
técnicas convencionais em 100%
 É apresentada sob a forma
das amostras suspeitas e a
liofilizante, acompanhada do
tipificação antigênica de isolados
diluente, em ampolas contendo
de vírus da raiva em humanos, em
dose única de 0,5mL ou 1,0mL
cães e gatos livros ou controladas
 A potência mínima das vacinas é
e de animais silvestres
de 2,5 UI/dose
 Coleta e remessa de amostra
 Dose e via de aplicação
p/ diagnostico: deve orientar
o Via intramuscular
sobre a coleta de amostra p/
o Via intradermica – 0,1mL
laboratório. Óbito tem q coletar
 Recomenda-se a interrupção do
e enviar fragmentos do córtex,
tratamento com corticoides e/ou
hipocampo, tronco encefálico,
imunossupressores, ao se iniciar
cerebelo e medula ao laboratório
o esquema de vacinação
p/ confirmação do caso. É da
 Em situação de eventos
responsabilidade dos
neurológico ou de
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hipersensibilidade grave, após dobro do volume,
reavaliação da necessidade da preferencialmente
manutenção do esquema
profilático, a vacina deve ser Profilaxia pré- exposição: vacina é
substituída por outra q ñ indicada p/ pessoas com risco de
contenha albumina humana exposição permanente ao vírus da raiva,
durante atividades ocupacionais
Soro antirrábico uso humano (SAR)
 Esquema:
 Deve ser recomendado, se houver o 3 doses
indicação, em situações especiais, o Dias de aplicação: 0, 7 e
como pacientes imunodeprimidos 28
ou dúvidas com relação ao o VI profunda, utilizando
esquema profilático anterior dose completa, no musc
 Ñ deve ser utilizado em situação deltoide ou vasto lateral
de reexposição ao vírus da raiva da coxa
ou em caso de pessoas q já o Controle sorológico: a
tenham feito seu uso partir do 14° após a última
anteriormente dose do esquema
 Apresentação: forma liq,
geralmente em ampolas com 5mL Profilaxia pós exposição
 Dose é de 40 UI/Kg de peso,
 Lavar o ferimento com agua
pode ser dividida e administrada
corrente abundante e sabão
em diferentes músculos,
 Antissépticos deverão ser
simultaneamente
utilizados uma única vez, na 1°
 Deve-se infiltrar na(s) lesão(ões)
consulta e, posteriormente,
a maior quant possível da dose do
sempre q possível, a região deve
soro q a região anatômica
ser lavada com solução fisiológica
permita
 Ñ se recomenda a sutura dos
Imunoglobulina antirrábica humana ferimentos
(IGHAR)  Proceder à profilaxia do tétano
segundo o esquema preconizado e
 Indicação: hipersensibilidade ao uso de antibióticos nos casos
SAR, história pregressa de indicados, após avaliação médica
utilização de outros heterólogos,  Nas aplicações seguintes da
contatos frequentes com animais vacina, devem-se realizar
 Forma liofilizada ou liq, cuidados gerais orientados pelo
geralmente em frasco-ampola ou profissional de saúde, de acordo
ampola com 150UI (1mL), 300UI com a avaliação da lesão
(2mL) e 1500UI (10mL)  Utilizar a ficha de atendimento
 Administrada em dose única, de antirrábico humano p/ auxiliar na
20UI/Kg de peso condução da anamnese
 A maior quant possível da dose  Vacinação
prescrita de IGHAR deve ser o IM: 4 doses. Dias 0, 3, 7 e
infiltrada na lesão 14. Aplicar no musc
 Quando necessário pode ser deltoide ou vasto lateral
diluído em soro fisiológico até o da coxa
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o ID: fracionar o frasco musc deltoide. Dias 0, 3, 7
ampola p/ 0,1 ml/dose. e 28 → 2 doses/2 locais
Aplicação somente no distintos

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