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DIAS, Maria Odila Leite da Silva. “A interiorização da metrópole”. In: Idem.

A
interiorização da metrópole e outros ensaios. 2ª Ed. SP: Alameda, 2009, pp. 7-37.
P.7  Principal traço da emancipação da América Portuguesa em relação ao Estado
Lusitano, ao tentar falar dos caminhos percorridos pelos historiadores dentro da
historiografia da “Independência”: a existência de uma continuidade na mudança
de colônia para império. Ou em outras palavras, a permanência de muitos aspectos
da colônia, como a escravidão, a economia agrária, a sociedade desigual e
violenta, a presença formidavel da religião católica com a Cia de Jesus,
presentes na fase imperial ou monárquica (1822-1889).

 Outros traços além do anterior: a separação quanto a Portugal não aconteceu


junto da consolidação da unidade nacional brasileira, ocorrida entre 1840 e
1850, ou seja, o Estado brasileiro entre 1822 e 1839 (Primeiro Reinado e Regência)
ainda estava em formação/fragmentado politicamente, e a “independência” não foi
um fenômeno tipicamente revolucionário ou nacionalista, o que obriga a autora
a separar a formação da nossa nacionalidade no começo do século XIX daquele
modelo clássico de colônia contra a metrópole.
P.8  Reconstrução historiográfica da Independência: Abordagem de duas obras de Caio
Prado Jr quanto a episódio da emancipação em 1822, que são Formação do Brasil
Contemporâneo (1944) e Tamoio e a politica dos Andrada. A autora considera que
as bases da historiografia sobre a “independência” saíram da primeira obra.

 Formação do Brasil Contemporâneo estudou o objetivo comercial/mercantil da


colonização lusitana, ou seja, uma ocupação territorial que visava o
enriquecimento do Estado de Portugal no contexto do Capitalismo Mercantilista, e
outros aspectos como a composição da colonização ser produtora e fiscal
(produção de gêneros e tributação), as questões geográficas ou territoriais que
levaram a descentralização do poder na colônia, e a ausência de uma
ligação/elo moral na América Portuguesa que é uma marca do “Brasil” entre o fim
do século XVIII e começo do XIX. Havia também problemas internos, como
alguns paradoxos e brigas sociais dentro da sociedade colonial que inibiram a
formação de um nacionalismo, e uma revolução que mudasse a sociedade e que
fizesse dela uma nação ou país ou qualquer coisa que o valha.
 O ensaio Tamoio e a politica dos Andrada: Caio Prado Jr estuda os grandes medos
sociais desencadeados pela difusão do pensamento liberal-constitucional na
colônia por parte da Revolução do Porto em 1820, levando a um caos e um
sentimento geral de insegurança, gerando uma reação conservadora ou
reacionária por parte das elites, conservadorismo este que é a marca dos
acontecimentos que vão se desenrolar no Brasil a partir disso.

 O caráter conservador da emancipação: Os homens de ideário constitucionalista


precisavam continuar presos a Portugal, uma vez que enxergavam dentro do
reino lusitano os laços que os mantinham presos à civilização européia, que
fornecia as suas idéias internacionais de “progresso” e “renovação”. A ruptura
causada pelas cortes do Porto suscitou um sentimento conservador de contra-
revolução e a característica do partido absolutista.
P.9  Os estudos de Sérgio de Buarque de Holanda e Emilia Viotti da Costa:
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