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O Livro de Urântia

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O Livro de Urântia

O Livro de Urântia

The Urantia Book (1955)

Autor(es) Fundação Urântia

Idioma Inglês

Assunto Revelações para a humanidade

Gênero Religioso

Lançamento 12 de outubro de 1955 (65 anos)


Páginas 2097

O Livro de Urântia é uma obra narrativa a qual integra elementos


de história, ciência, filosofia e religião para revelar a verdade universal para os
seres humanos que habitam o planeta Terra, chamado no livro de esfera
"Urântia".
A obra é composta por 197 documentos escritos originalmente em inglês e
traduzidos recentemente para outros idiomas, entre eles o português.
Lemos no "Livro de Urântia" que Reveladores vieram à Terra em missão e com
propósitos específicos. Havia um plano ordenado para que cada filho em auto-
outorga executasse seu programa de elevação da vida evolutiva e transmitisse
novas verdades espirituais.
Acredita-se que havia um plano-mestre para o Livro de Urântia, dirigiam o
conteúdo, a qualidade, a publicação e a proteção da Quinta R Suas
características eram específicas. Elas evelação de Época. O plano determinava
o estabelecimento e as funções da Fundação Urântia e da Fraternidade
Urântia. A mais alta autoridade planetária aprovou a constituição da
Fraternidade Urântia. O relacionamento entre a Fundação e a Fraternidade foi
determinado. É neste aspecto que acredito não terem sido seguidas as
diretrizes do plano, daí surgindo os problemas subseqüentes que perturbaram
tanto a Fundação quanto a Fraternidade.
O plano foi transmitido pelos Reveladores aos Comissários de Contato, que o
compartilharam com os grupos conhecidos como os Setenta e o Fórum. Os
comissários tinham liberdade para compartilhar elementos do plano com
pessoas chegadas subseqüentemente e dotadas de potencial de liderança. As
mensagens originais, que descreviam o plano, não foram publicadas como
parte da Revelação e foram eventualmente destruídas. Os ex-membros do
Fórum que se tornaram líderes da Fraternidade e conselheiros da Fundação
levaram consigo o conhecimento de como a Revelação deveria progredir.
Entretanto, devido ao cisma recente, ocorreu uma descontinuidade na
transmissão dessa informação.
O plano jamais foi apresentado como uma lista detalhada de pontos a observar
e a evitar. Se existe discernimento, as facetas do plano surgem, como ocorreu
junto a cada membro do Fórum e líder da Fraternidade. Assim como foi
verdade em revelações anteriores, no domínio do planejamento revelatório, a
rima é essencial.
Desenvolvimento dos Documentos de Urântia
Os Reveladores começaram a planejar o conteúdo dos Documentos de Urântia
na Idade Média. O propósito da Revelação era preparar o planeta para a
próxima ordem de filiação divina. Ela foi incentivada e aprovada pelo próprio
Micael, como "a Palavra feita Livro". Embora não seja parte de uma missão de
auto-outorga ou de emergência, o Livro de Urântia é um empreendimento
corretivo e elevador; um grupo de seres celestiais residentes e visitantes foi
convocado para essa tarefa de serviço revelatório. Os seres celestiais atuaram
como diretores invisíveis, nos bastidores dos Comissários de Contato, os
confiáveis receptores humanos que possibilitaram completar-se o projeto.
O primeiro documento de Urântia foi lido para o Fórum em 18 de janeiro de
1925. Ele continha respostas de ABC, o Ser Intermediário, a 181 perguntas
escritas sobre a Deidade e o Cosmo. Essas perguntas haviam sido compiladas
dentre centenas de perguntas solicitadas pelos reveladores ao Fórum em
dezembro de 1924. As perguntas foram classificadas e as duplicatas
eliminadas, sendo então apresentadas à Comissão Reveladora. Mais
perguntas e documentos se seguiram. Ao todo 57 documentos compunham a
primeira série e consistiam em pelo menos 1700 páginas datilografadas. Essa
fase se prolongou até 1929 (vide notas 1.1 & 4.1).
Os primeiros 57 documentos foram depois ampliados com a apresentação de
mais perguntas pelo Fórum. "As primeiras três partes foram completadas e
certificadas para nós em 1934 AD. Os documentos sobre Jesus não nos foram
entregues até 1935" (1.1). Esta segunda série, mais os documentos sobre
Jesus, totalizaram cerca de 4500 páginas datilografadas (4.1). "O fórum foi
então convidado a rever os 196 documentos e apresentar perguntas sobre o
esclarecimento de conceitos e a remoção de ambigüidades". "Durante esse
período, muito pouca informação nova foi oferecida. Somente correções
menores foram feitas nos documentos. Algum material foi acrescentado, algum
removido, mas houve pouca revisão ou ampliação do texto." (1.1).
Os documentos originais foram recebidos em inglês, manuscritos pela
personalidade de contato não-identificada (1.2 & 2.1). Os documentos
manuscritos nunca foram vistos pelo Fórum (4.2). Cada um deles foi
datilografado em máquina Underwood; os documentos foram datilografados
pelo menos três vezes (3.1).
A Personalidade de Contato
SOBRE O INDIVÍDUO HUMANO: "Sua vida era exemplar e inspiradora, caso
contrário não teria sido escolhido para tarefa tão importante pela Comissão
Reveladora" (3.2). "Nós fomos advertidos a evitar discutir a identidade da
Personalidade de Contato e, depois da publicação do Livro, a não fazer
qualquer declaração, em qualquer momento, sobre se o "indivíduo" estava vivo
ou morto" (1,1). "O indivíduo humano era necessário para qualquer
comunicação escrita e para os Documentos de Urântia" (1.2).
Atuação dos Comissários de Contato
As pessoas incumbidas da responsabilidade de coletar as perguntas e de
comparar o texto datilografado com o manuscrito original vieram a ser
conhecidas como "Comissários de Contato". Somente esses Comissários de
Contato assistiam às reuniões de "contato" e recebiam comunicações por
intermédio da personalidade de contato (1.1).
"Os Comissários eram os guardiões do Manuscrito de Urântia, guardando a
cópia em carbono dos textos transcritos em um cofre à prova de fogo. Eles
também foram investidos com a responsabilidade de supervisionar todos os
detalhes referentes à publicação do Livro, assegurar os direitos autorais, etc".
"Os documentos foram publicados exatamente como os recebemos. Os
Comissários de Contato não tinham autoridade editorial. Nosso trabalho se
limitava à ortografia, pontuação e maiúsculas (1.1).
"Durante esses anos iniciais os Comissários de Contato receberam muitas
comunicações e instruções por escrito..." "Entre 1939 e 1955, oito
comunicações escritas foram feitas aos Setenta pelo Serafim de Progresso
ligado ao Governo Supra-Humano Planetário de Urântia" (1.1). A última
comunicação escrita foi lida para o Fórum em 1952 (vide abaixo) (8.1). Quase
todas essas mensagens continham uma nota de rodapé na última página,
instruindo: "para ser destruída pelo fogo antes da edição dos Documentos de
Urântia". Era desejo de nossos amigos invisíveis evitar o aparecimento de
"Apócrifos de Urântia" depois da publicação do Livro de Urântia (1.1). O Dr.
Sadler e Christy foram autorizados a conservar várias das comunicações
depois da publicação, mas ela foi instada a destruí-las antes de sua morte
(3.1). Em 1982, na fase final de sua doença, Christy supervisionou sua
destruição por dois associados de confiança (9.1).
A presença da personalidade de contato não era necessária para contatos
verbais entre a Comissão Reveladora ou seus sucessores, a Comissão de
Seres Intermediários, e os Comissários de Contato. Os contatos verbais, que
tinham começado vinte anos antes dos documentos aparecerem, continuaram
até o início dos anos 80 (1.2 & 1.3 & 3.1). "Os Seres Intermediários eram muito
reais para nós - conversávamos freqüentemente com eles durante nossos
vários contatos. Entendíamos perfeitamente que os Seres Intermediários
Secundários supervisionavam os contatos" (1.1). Quando lhe perguntaram por
que certas palavras exclusivas do Livro de Urantia eram pronunciadas de certa
maneira, o Dr. Sadler respondeu que "nós ouvimos algumas delas
pronunciadas". Os contatos verbais não foram restabelecidos desde a morte do
último Comissário de Contato (9.1 & 9.2).
A Demora na Publicação do Livro de Urântia
Caso a II Guerra Mundial não tivesse começado, o Livro poderia ter sido
publicado em 1940 ou 1941. Entendia-se que quando a guerra terminasse seria
concedida a permissão para publicar o Livro de Urântia (4.2). A guerra mal
havia terminado em 1945, quando uma nova ameaça surgiu, adiando o sonho
de paz mundial e regeneração espiritual. Em janeiro de 1946 os
Melquisedeques declararam guerra ao comunismo. Eles viam o comunismo
como uma das "maiores ameaças à religião de Jesus e à liberdade do homem",
em dois mil anos. "Os defensores seráficos do passado (Anjos das Igrejas) e
do futuro (Anjos do Progresso) receberam ordens para abandonar suas
perspectivas tradicionais e juntarem-se ombro a ombro em defesa do
presente". Os Melquisedeques prometeram: "Os ensinamentos do Mestre em
Urmia prevalecerão em algum momento. A irmandade dos homens começará
algum dia. Mesmo se necessária uma década ou um século, nós
prevaleceremos contra as forças do retrocesso e da escravidão". Eles
expressaram a esperança de que poderiam prevenir uma guerra global. Mas
acima de tudo desejamos incentivar um despertar espiritual de seus
companheiros mortais" (10.2). O curso do comunismo era observado enquanto
os Melquisedeques trabalhavam nos bastidores. Finalmente, em vez de adiar-
se até a queda daquele sistema ateu e opressivo, a autorização foi concedida
em agosto de 1952, para a publicação dos Documentos em 1955.
Atribuição de Responsabilidades
As seguintes instruções foram lidas para o Fórum em novembro de 1951. Elas
estavam dirigidas "aos Comissários de Contato (os guardiões da revelação de
Urântia), de parte do regente pessoal do Príncipe Planetário em exercício de
Urântia:
"Desejo informá-los a respeito de certas decisões e determinações formuladas
pelo governo planetário, referentes aos assuntos do Livro de Urântia e da
subseqüente Fraternidade Urântia. No dia de hoje estou convocando um
conclave planetário supremo, para registrar minha criação da Suprema Corte
de Urântia. Mantive recentemente uma reunião com todas as pessoas e grupos
afetos à revelação de Urântia. Como resultado dessa conferência tomei certas
decisões e estou proclamando as seguintes diretivas:

1. Por quinhentos anos, a partir de 11 de fevereiro de 1935, a coordenação


geral e a direção do Livro de Urântia estarão a cargo dos Serafins de
Progresso;
2. A gestão imediata da Revelação de Urântia - de década a década - (pelo
menos pelos próximos cem anos) estará confiada aos Serafins das
Igrejas. Instruí esse grupo a criar uma comissão especial para levar
adiante o trabalho;
3. Os aspectos humanos do Livro de Urântia estarão nas mãos dos
Conselheiros da Fundação Urântia, sujeitos à supervisão e poder de
veto da Comissão Reveladora dos Seres Intermediários Unidos de
Urântia;
4. Por enquanto a mediação entre a supervisão geral e supra-humana
dessa Comissão e a atuação diretamente humana dos Conselheiros da
Fundação Urântia estarão a cargo da Comissão dos Seres
Intermediários, sucessores da original Comissão Reveladora de Urântia.
Esta Comissão continuará a operar como consultora, tanto para os
Supervisores Seráficos quanto para os Conselheiros da Fundação
Urântia, porém seus poderes de veto se estenderão apenas às decisões
e atos dos Conselheiros humanos;
5. Na falta de intervenção pelos Seres Intermediários depois de 11 de
fevereiro de 1954, os Conselheiros da Fundação Urântia procederão de
acordo com o seu próprio entendimento (10.4).
"A presente comunicação representa minhas diretivas, até esta data, a respeito
de seu Fórum, dos Setenta, do Livro de Urântia, da Fundação Urântia e da
proposta Fraternidade Urântia:"

1. Seu Fórum continuará sob a supervisão da Comissão de Contato,


conforme estabelecido em 24 de junho de 1933.
2. A Fraterninade Urântia. O plano de organização (constituição), conforme
existente nesta data, fica por este instrumento provisoriamente
aprovado para a inauguração da Fraternidade. O plano já contém
provisões sobre sua emenda subseqüente.
3. O início da Fraternidade. O lançamento da Fraternidade será deixado a
critério dos Conselheiros da Fundação Urântia. Eles agirão
pessoalmente - extra-oficialmente - e não serão feitos registros de tal
ação nos assuntos da Fundação Urântia. Eles assumirão total e
completa responsabilidade pela organização e inauguração da
Fraternidade Urântia.
4. O Livro de Urântia. Por mandato da Suprema Corte de Urântia... a
guarda completa do Livro de Urântia foi colocada em minhas mãos.
Proclamo agora as seguintes diretivas:
1. Eu, e somente eu, decidirei sobre o tempo de publicação do Livro
de Urântia;
2. Se eu não der outras instruções até 1º de janeiro de 1955 ou
antes, os Conselheiros da Fundação Urântia deverão levar
adiante os planos de publicação de acordo com seu próprio
entendimento;
3. Estou de acordo com seu plano de publicar o índice do Livro de
Urântia em volume à parte.
5. Os Setenta. Este é um projeto que terminará com o lançamento da
Fraternidade. Continuarei a presente supervisão. Se por qualquer
motivo tal supervisão deva ser interrompida, ordeno aos Conselheiros
da Fundação Urântia, agindo extra-oficialmente, a indicar um novo líder
que atuará a partir da inauguração da Fraternidade Urântia.
"Eu compartilho suas aspirações, concorro com os seus desejos, ministro às
suas limitações e de todo coração abençôo os seus empreendimentos" (10.5).
A Cronologia do Livro de Urântia
Em abril de 1955 William S. Sadler Jr. preparou um texto, "A Cronologia do
Livro de Urântia", "para os arquivos do Comitê Executivo", inspirado em "certos
comentários e conselhos sábios". Sabia-se que esses "sábios dizeres" eram
comunicações originais dirigidas aos comissários de contato. Tínhamos ouvido
sua leitura em 1951, em sua forma original. Bill havia adaptado a linguagem
para consumo "público" e também leu esse documento para o Fórum:
"Vemos o Livro de Urântia como um aspecto da evolução progressiva da
sociedade humana. Ele não se assemelha aos episódios espetaculares de uma
revolução de época, embora possa aparentemente estar sintonizado para
aparecer no início de uma tal revolução na sociedade humana. O Livro
pertence à era imediatamente seguinte à conclusão da presente luta
ideológica. Então chegará o dia em que os homens estarão desejosos de
procurar a verdade e a retidão. Quando tiver passado o caos da presente
confusão, será mais fácil formular o cosmo de uma nova e melhorada era de
relacionamentos humanos. E é para essa melhor ordem de acontecimentos na
Terra que o Livro foi proporcionado.
"Mas a publicação do Livro não foi adiada para aquela (possivelmente) algo
remota data. A publicação atual do Livro foi proporcionada para que ele esteja
disponível para o treinamento de líderes e professores. Sua presença é
também necessária para atrair a atenção de pessoas de meios que possam ser
assim levadas a oferecer os recursos necessários à tradução para outros
idiomas. Vocês que dedicam suas vidas ao serviço do Livro e da Fraternidade
mal podem imaginar a importância de suas ações. Vocês sem dúvida vivem e
morrem sem compreender plenamente que estão participando do nascimento
de uma nova era da religião neste mundo.
"O futuro não está aberto à sua compreensão mortal, mas vocês farão bem se
estudarem diligentemente a ordem, o plano e os métodos de progresso,
conforme interpretados na vida terrestre de Micael, quando a Palavra se fez
carne. Vocês estão sendo atores de um episódio subseqüente, quando a
Palavra se faz Livro. Grande é a diferença entre essas dispensações da
religião, porém muitas são as lições que podem ser aprendidas com o estudo
da era anterior.
"Vocês podem novamente estudar os tempos de Jesus na Terra. Devem
cuidadosamente tomar nota de como o reino dos Céus foi inaugurado no
mundo. Teria ele evoluído lentamente e se desdobrado naturalmente? Ou veio
como uma súbita demonstração de força e com espetacular exibição de poder?
Foi evolucionário ou revolucionário?
"Vocês devem aprender a controlar suas almas com paciência. Estão
associados a uma revelação da verdade que é parte da evolução natural da
religião neste mundo. Um crescimento excessivamente rápido seria suicida. O
Livro está sendo dado àqueles que estão prontos para ele, muito antes do dia
de sua missão mundial. Milhares de grupos de estudo devem ser criados e o
Livro deve ser traduzidos para muitas línguas. Dessa forma o Livro estará
disponível quando a batalha pela liberdade do homem estiver finalmente ganha
e o mundo for um lugar seguro para a religião de Jesus e a liberdade da
humanidade" (10.5).
As Placas do Livro de Urântia
"Antes de sua morte em agosto de 1939, a Dra. Lena Kellog Sadler havia
angariado cerca de vinte mil dólares para o fundo de publicação e essa
importância foi utilizada para tipografar e preparar as placas para a impressão
do Livro".
"Foram essas placas do Livro de Urântia que constituíram a base para a
formação da Fundação Urântia. Essa Fundação, estabelecida sob as leis de
Illinois, completou-se em 11 de janeiro de 1950. A primeira Junta de
Conselheiros foi: William M. Bales, Presidente, William S. Sadler, Jr, Vice-
Presidente, Emma L. Christensen, Secretária, Wilfred C. Kellog, Tesoureiro, e
Edith Cook, Secretária-Assistente".
"Soube-se que um dos membros ricos do fórum desejava oferecer cinqüenta
mil dólares para a publicação do Livro. Esta oferta foi rejeitada, segundo as
instruções recebidas, porque seria preferível dar a todas as partes envolvidas
uma oportunidade de contribuir para o fundo de publicação".
"Nesse termos foi feita uma campanha para angariar os US$ 50,000.00
destinados a cobrir as despesas de impressão de dez mil exemplares. A
resposta foi imediata. A quantia angariada foi superior a quarenta e nove mil
dólares" (1.1).
As placas originais foram destruídas em 1971, entre a segunda e a terceira
impressões do Livro de Urântia. A nova tecnologia de impressão em off-set
havia tornado obsoletas as velhas placas em linotipo (9.5).
A Publicação do Livro de Urântia pela Fundação Urântia
Ao ser admitida no Fórum, em janeiro de 1939, Marian Rowley se lembra de ter
lido os Documentos em sua forma datilografada. Depois que o Livro foi
tipografado - em algum momento da Segunda Guerra Mundial -, uma
funcionária da Donnely Printing Company, Mary Penn, lia as provas dos
Documentos e, quando tinha dúvidas a respeito de certos itens, vinha à sede
em 533 Diversey para consulta aos Comissários de Contato (5.1). A coleção
final de provas lidas pelo Fórum no final dos anos '40 e início dos anos '50
apresentava o carimbo "provas lidas por Oppy" (7.0).
Quando a Fundação Urântia publicou o Livro em 12 de outubro de 1955, não o
apresentou como livre de erros. Os múltiplos processos de transcrição dos
manuscritos para páginas datilografadas; a cópia dessas páginas por duas a
cinco vezes à máquina; e dos textos datilografados para tipografados,
ofereciam oportunidades para a entrada de erros nos documentos, que
escaparam mesmo a duas revisões (3.1). No dia da publicação, Christy e
Marian já haviam colecionado uma lista de erros percebidos por membros do
Fórum dotados de visão especialmente aguçada (8.1). Os Seres Intermediários
não indicavam a localização de erros, apenas davam a informação de que
havia erros no texto publicado (3.1).
Nos anos seguintes à publicação, os erros trazidos à atenção de Christy ou
Marion eram bem-vindos. A Fundação desejava que o Livro ficasse perfeito.
Christy, entretanto, era categórica - nenhuma alteração poderia ser feita
arbitrariamente. Entre 1955 e 1982 as correções e modificações propostas
eram submetidas por um ou dois dos Comissários de Contato aos
Reveladores, para autorização (3.1).
Os Conselheiros da Fundação Urântia não participaram do processo de
correção do texto do Livro de Urântia. Seu trabalho era publicar o Livro com
quaisquer modificações recentemente autorizadas pelos Seres Intermediários.
Eles deviam manter o texto inviolável, apoiando-o com direitos autorais (9.1). A
Fundação deveria esclarecer aos leitores que as correções feitas depois de
1982 foram aparentemente feitas sem a autorização dos Seres Intermediários
(8..2). Pois é sabido que, ao publicar sua última edição, a Fundação está
eliminando as modificações introduzidas depois de 1982 (9.3).
Um Livro de Urântia "Limpo"
Os reveladores se preocupavam em evitar que o Livro se tornasse um meio
para o engrandecimento pessoal dos humanos a ele associados. A principal
razão para não revelar a identidade da "Personalidade de Contato" é que os
Reveladores Celestes não desejam que qualquer ser humano - qualquer nome
humano - seja em qualquer momento associado com o Livro de Urântia. Eles
desejam que essa revelação se sustente por suas próprias declarações e
ensinamentos. Estão determinados a conseguir que as futuras gerações
tenham o Livro completamente livre de quaisquer ligações mortais, não
desejam um São Pedro, São Paulo, Lutero, Calvino ou Wesley. O Livro nem
mesmo contém a marca do editor que o trouxe à existência" (1.1). Eles não
desejavam que qualquer pessoa obtivesse renome ou dinheiro para si com o
Livro de Urântia (2.2).
Os Reveladores tinham opiniões definidas a respeito de qualquer coisa que
pudesse presumir explicar ou por outro lado obscurecer o Livro. Enquanto o
Livro estava sendo preparado para sua publicação inicial, um dos comissários
de contato propôs à Comissão Reveladora escrever uma introdução para
preparar o caminho para o Livro. Eles rejeitaram essa oferta, comentando:
"como poderia uma vela iluminar o caminho de um poderoso feixe de luz?" O
comissário mais tarde afirmou: "assim sendo, não escrevi meu livro" (1.3).
Eles tinham idéias firmes sobre a forma que os documentos deveriam ter. Em
janeiro de 1954 Bill Sadler redigiu uma versão simplificada do prólogo e dos
primeiros cinco documentos, que ele intitulou: "A Versão dos Gêmeos Alfeu
para os Documentos de Urântia". Ele leu cada capítulo em sucessivos
domingos para a aprovação e encorajamento pelo Fórum. Na semana seguinte
anunciou que não podia continuar seu projeto. Os Seres Intermediários o
haviam censurado, dizendo-lhe para desistir. Eles não desejavam que uma
versão simplificada da revelação competisse com a versão original (2.2, 5.1 &
8.1). "Bill jamais desejou que seus Apêndices fossem publicados; eles eram
apenas exercícios mentais seus" (3.1).
Após a publicação, quando foram apresentadas idéias para mapas, gráficos,
auxílios de estudo, brochuras, trabalhos artísticos ou material interpretativo, a
resposta padronizada era que os Seres Intermediários não desejavam nada
ligado ao Livro, ou com ele associado, que desvalorizasse a revelação. "Eles
tinham sido categóricos no sentido de que não houvesse qualquer adendo"
(3.1, 1.3 & 8.1). Somente material da mais alta qualidade poderia ser
considerado pelos conselheiros e então, se aprovado, publicado
separadamente.
Protegendo o Nome "Urântia"
Uma mensagem bem conhecida é o conselho sobre a proteção do nome
"Urântia":
"Vocês não fizeram o suficiente para salvaguardar seu nome (o nome
"Urântia"). Façam-no com segurança para uma geração, de modo a evitar o
esvaziamento do nome "Urântia".
"Numa empresa de direito comum vocês asseguram o nome. Também o fazem
para uma corporação. Uma corporação tem um "status" legal. Vocês também o
fazem em relação aos direitos autorais. Vocês devem cuidadosamente registrá-
lo na agência governamental que indiquei, a qual controla as relações
comerciais. Obtenham a marca registrada e assim estarão protegido pelo
direito comum em relação a uma associação voluntária como a que planejam,
da Fraternidade Urântia. De todas essas maneiras devem vocês salvaguardar
o nome. ESTA É UMA DE SUAS TAREFAS MAIS IMPORTANTES.
"Dentro de 50, 75 ou 100 anos o nome estará francamente seguro. Vocês o
salvaguardam por uma geração e ele então se cuidará por si mesmo (eles se
referem ao nome "Urântia") (10.1).
"Deverá haver uma Fraternidade Urântia. Grupos de estudo poderão chamar-
se "grupos de estudo do Livro de Urântia" (10.6 & 3.3). "Outros grupos
religiosos aflorarão dos ensinamentos de Urântia. O Livro de Urântia, a
Fraternidade Urântia, a Fundação Urântia e as Sociedades Urântia serão os
detentores exclusivos do nome "Urântia", mas eles não poderão declarar-se os
detentores exclusivos da verdade" (10.7 & 3.3).
A Fraternidade Urântia
"Era inevitável que algum tipo de irmandade surgisse dos ensinamentos do
Livro de Urântia.Todas as pessoas interessadas podiam ver que os
ensinamentos de Urântia se opunham ao sectarismo dos fiéis cristãos. Estava
claro, contudo, que não era propósito da Revelação de Urântia começar uma
nova igreja" (1.1).
"Era responsabilidade dos conselheiros planejar a Fraternidade (3.3). Essa
organização receberia a tarefa de disseminar o Livro de Urântia e seus
ensinamentos. Embora não devesse tornar-se uma igreja, necessitaria de
alguma organização eficiente. Em consulta com autoridades externas sobre
organizações, adotou-se para a Fraternidade uma estrutura similar à da Igreja
Presbiteriana (2.2).
"Os Artigos para a Constituição da Fraternidade Urântia foram lidos para os
Setenta em novembro de 1950. O esquema organizacional foi apresentado aos
Setenta um mês depois. O Preâmbulo para a Constituição da Fraternidade e
outras disposições da Constituição foram lidos para os Setenta em dezembro
de 1951 (4.1). Deve-se lembrar que esse "plano de organização" foi
"provisoriamente aprovado (em agosto de 1952) para a inauguração da
Fraternidade" pelo recentemente instalado Príncipe Planetário (10.5).
"No domingo, 2 de janeiro de 1955, às 12:00 horas, houve uma reunião de 36
membros no salão do Fórum, com o propósito de organizar a Fraternidade
Urântia. O Dr. Sadler inicialmente leu uma comunicação sobre quais deveriam
ser os procedimentos, em seguida Bill Hales presidiu e chamou à frente cada
um dos 36 presentes, para assinarem a constituição. (Depois das eleições) a
reunião foi encerrada com um Pai Nosso e considerada concluída. Creiam-me,
foi algo emocionante! Todos estávamos profundamente impressionados -
alguns choravam e eu tremia. Tínhamos esperando tanto tempo, e isso às
vezes nos tinha parecido quase impossível" (5.2).
Em 7 de março de 1955 William S. Sadler Jr distribuiu um memorandum
dirigido ao Comitê Executivo da Fraternidade Urântia, com cópias colocadas
junto ao livro de notas de cada secretário do comitê. Uma vez mais, o papel
havia sido adaptado de comunicações escritas e foi lido para o Fórum. Portava
o título "Alguns Problemas para uma Nova Organização Religiosa" e começava
nestes termos:
"Parece muito apropriado trazer à atenção do Comitê Executivo certos
comentários e conselhos sábios, coletados durante algum tempo, sobre os
futuros problemas da Fraternidade Urântia e de suas sociedades constituintes
(2.2).
"É certo que vocês provavelmente sabem que o melhor governo do mundo é
aquele que menos governa, e que o propósito último do governo é superar a
governança, e que o governo que evita a maior parte do governar é melhor
porque deixa o indivíduo livre, permite-lhe suas liberdades e direitos
inalienáveis - mas evita que grupos predatórios interfiram com tais liberdades.
Quando as pessoas são movidas por propósitos espirituais, elas não mais
precisam de um governo, como ocorre em Havona. "A melhor organização é
aquela organizada de forma a evitar qualquer outra organização".
"Quando alguém se aproximar de vocês a propósito do Livro de Urântia e da
Fraternidade Urântia e lhes disser que, já que os Ajustadores do Pensamento
estão aqui e habitam a todos, e que o Espírito da Verdade foi derramado sobre
toda a carne, é desnecessário ter uma organização, bastando confiar em Deus,
etc., não discutam com ele. Ele está certo... Se empreendermos este trabalho
sem uma organização teremos, apenas no mundo de fala inglesa, o surgimento
de cinqüenta outras organizações, todas reclamando o direito de usar o nome
Urântia; cada uma proclamando ser a única verdadeira e original "Fraternidade
Urântia". Seria a mais triste coisa no mundo, desde os dias iniciais da
Cristandade. Desde o evangelho de Jesus, nunca apareceu na terra um núcleo
tão dinâmico sobre o qual pudessem ser erigidas tantas organizações e que
atraísse tantos homens com motivações diversas - bons, maus e indiferentes.
"Devemos criar uma organização cujo maior propósito seja evitar outras
organizações, e portanto a mais adequada. Criar uma organização que
organizará o mínimo e portanto evitará todas outras organizações, com sua
tirania e inconveniência e suas influências antagonizantes... Temos uma
organização... (ela é organizada) para permitir tanta liberdade quanto possível.
Quando chegar o momento em que acharmos que ela pode ser melhorada, já
teremos a experiência necessária para fazê-lo.
"Devemos engendrar uma organização que dará a todos o direito à sua própria
crença e interpretação, mas uma organização que previna confusão,
antagonismo e desgraça. Devemos ter uma organização que controle a minoria
agressiva que poderia buscar a desgraça do próprio objetivo para o qual o Livro
foi dado ao mundo. Se não tivermos uma organização para salvaguardar o
nome, então aparecerá uma organização para apoderar-se dele...
"Alguns idealistas se juntarão a nós, mas depois seguirão seu próprio caminho,
como Abner. Eles farão um bom trabalho e nos despediremos amavelmente
deles, porque temos uma organização que evita restrições ou inibições a
qualquer um.
"Poderíamos perguntar a um idealista se ele acha que o Livro de Urântia deve
ser protegido por direitos autorais, ou simplesmente deixado aos cuidados do
Espírito da Verdade. Os idealistas estão para uma organização como os
cometas estão para o sistema solar. Eles são espetaculares, mas não
merecem confiança. Não se pode planejar receber de um idealista uma quantia
regular para uma organização social, embora às vezes ele possa até conseguir
um milhão de dólares de repente.
"Em nosso trabalho deveremos lidar com muitas coisas que não são ideais.
Quando este livro for publicado, se idealistas o controlarem, eles não terão uma
organização e logo um bom número de pessoas egoístas começarão a tirar
proveito dele. Lúcifer, Satanás e Caligástia eram idealistas no início. Mas eram
algo mais. Eram egoístas. Combinem idealismo e egoísmo, e terão uma
combinação fatal.
"Abner era um idealista, um homem maravilhoso ... Paulo era um homem de
idéias. Ele tinha idéias e foi pena que elas não funcionassem em conjunto, pois
teriam criado uma religião para o Oriente e uma melhor religião para o
Ocidente. Se idealistas e homens de idéias pudessem trabalhar juntos, poupar-
se-ia muito tempo e muitas vidas. Um deles recusou-se a ter uma organização;
foi pouco prático. O outro (Paulo) construiu uma organização e sabia está-la
construindo de maneira prática. Podemos amar Abner, mas devemos respeitar
Paulo ... Vocês terão um bom número de pessoas se aproximando. Alguns
homens de idéias, mas principalmente idealistas.
"Vocês devem cuidadosamente levar em conta a organização que Jesus criou
antes de deixar o planeta. Era uma organização destinada a evitar a confusão,
a ordenar a justiça, a salvaguardar as maiorias contra minorias. Ele não deixou
a hierarquia eclesiástica que cresceu depois. Mas deixou uma simples
organização social que podia seguir adiante e evitar a confusão...
"Não conseguir organizar provocaria, creio, o mais terrível fracasso para o Livro
de Urântia. Permitiria o surgimento de todo tipo de grupos e organizações, que
utilizariam o nome de Urântia para prostituir os ensinamentos do Livro de
Urântia e ditar suas políticas.
"Debatemos e discutimos muitas coisas ao longo dos anos. Pensamos e
descartamos muitas coisas anos atrás, mas depois admitimos novas pessoas
que não sabem o que houve antes...
"Pensem por um momento no grande número de afrontosas e antagônicas
organizações que existiriam se não controlássemos o nome de Urântia e não
garantíssemos algum reconhecimento autorizado... Pensem no futuro: um
milhão... de pessoas confusas e uma dezena de organizações diferentes
desejando fazer alguma coisa por elas em torno do Livro de Urântia. Eles
recebendo literatura de vários grupos diferentes, cada um deles proclamando
ser o único verdadeiro... Isso ocorreria se não ocupássemos o campo com um
grupo organizado.
"A melhor organização é a que coordena a maior parte enquanto organiza
menos".
Uma vez mais, em 2 de maio de 1955, William Sadler Jr. preparou um
memorandum para o Comitê Executivo, com material adaptado de "certos
comentários e conselhos sábios". A primeira parte estava intitulada como
"Testes Passados e Presentes". O memorandum foi igualmente lido para o
Fórum:
"Se nosso primeiro teste foi suportar a demora, o segundo foi o da unidade.
Estamos ainda submetidos a esse teste... Nossa missão particular é operar
efetivamente através desse período de transição que está testemunhando a
materialização do Livro e que conduzirá àqueles tempos futuros em que as
atividades sociais dos fiéis de Urantia começarão a operar na organização mais
formal da Fraternidade. Para fazê-lo efetivamente deveremos enfrentar o teste
de fé e confiança. Devemos evitar a suspeita, como se fosse um veneno
espiritual mortífero. Devemos adotar a prática de cortar a suspeita no
nascedouro. Devemos assegurar-nos de evitar todos os curtos-circuitos de
dúvida e suspeita. Dessa maneira poderemos manter intacta a influência de
nosso grupo".
A segunda parte estava intitulada "Nosso Batismo de Alegrias e Tristezas". Foi
igualmente lida para o Fórum em maio de 1955:
"Fomos chamados a fazer um grande trabalho e é nosso o transcendente
privilégio de apresentar os Documentos aos povos de nosso tumultuado
mundo.
"Cientistas sisudos nos ridicularizarão e alguns poderão mesmo acusar-nos de
conspiração e fraude. Religiosos bem-intencionados nos condenarão como
inimigos da religião cristã e nos acusarão de difamar o próprio Cristo. Milhares
de almas espiritualmente famintas nos abençoarão pela mensagem do Livro, e
milhares de outros nos condenarão por perturbarmos sua complacência
teológica.
"Estamos nós preparados para o batismo de alegrias e tristezas que
certamente se seguirão à distribuição inicial do Livro de Urântia?
"Muitos "ismos" estranhos e grupos exóticos procurarão ligar-se ao Livro de
Urântia e à sua influência de longo alcance. Nossas experiências mais
desafiadoras serão com tais grupos que proclamarão estridentemente a sua
crença nos ensinamentos do Livro, e que persistentemente procurarão ligar-se
ao movimento. Será necessária muita sabedoria para proteger a Fraternidade
Urântia contra a influência distorsiva e desviante desses grupos multifacetados,
assim como de indivíduos igualmente distorsivos e desviantes, alguns bem-
intencionados, outros sinistros, que se esforçarão para tornar-se parte dos
eleitos autênticos do movimento de Urântia.
"Podemos realmente prever muito pouco sobre a reação da presente geração
aos ensinamentos do Livro de Urântia. Mas podemos reduzir grandemente a
nossa perseguição e ridicularização com um exercício razoável de clarividência
e sabedoria. Nossos problemas serão grandemente reduzidos se evitarmos
qualquer discussão sobre a origem do Livro. Deveremos estar determinados a
saber apenas uma coisa: a mensagem perene do Livro" (10.1.a).
A Confiança Extraordinária
"Durante o período inicial a ênfase foi colocada sobre o estudo sério dos
Documentos. Em 1939 alguns de nós achamos que era chegado o tempo de
formar uma classe para dedicar-se ao estudo mais sério e sistemático dos
Documentos de Urântia. Esse projeto foi apresentado ao Fórum e quando se
contaram os que desejavam integrar tal grupo, descobriu-se que apenas 70
pessoas desejavam ingressar nesse estudo. Assim foi que por diversos anos
essa classe foi denominada de "Os Setenta". Dois ou três anos antes da
formação dos Setenta, um grupo informal havia estado a reunir-se nas noites
de quarta-feira.
"Os Setenta levaram adiante um sistemático estudo dos Documentos de
Urântia de 5 de abril de 1939 até 1956. Foram os precursores da que viria a ser
a "Escola da Fraternidade Urântia".
"Durante aqueles anos os Setenta matricularam 107 alunos. Os Setenta
fizeram seu trabalho de estudo, redação de teses e prática de ensino por 17
anos (1.1).
Para a associação aos Setenta eram feitas exigências estritas. O candidato
deveria ter lido todos os Documentos antes de ser aceito e a freqüência era
controlada, sendo necessária uma boa justificativa para a ausência às aulas de
quarta-feira à noite (1.2 & 4.2).
A seguinte comunicação foi lida para os Setenta e para o Fórum. Ela provinha
do regente do Príncipe Planetário em exercício:
"Tenho grande interesse pessoal pelo seu grupo e profunda afeição por vocês
como indivíduos. Cumprimento-os pela lealdade, mas estou algo surpreso pela
sua relativa indiferença quanto à importância da missão que foi confiada às
suas mãos. Seu grupo de Setenta pode parecer demonstrar mais interesse,
porque vocês são selecionados e porque estão submetidos a certa disciplina.
Mas a maioria de seu Fórum me choca pela sua falta de entusiasmo... Desejo
adverti-los a estarem sempre alertas para a importância da extraordinária
confiança colocada entre suas mãos" (10.4).
Fiquei surpresa ao ouvir esse "doloroso parágrafo", como o descreveu Bill
Sadler. Eu considerava o Fórum como o mais dedicado grupo de seres
humanos que já havia encontrado. Esta foi uma reveladora indicação sobre
quanto era esperado dos detentores humanos da Revelação de Urântia (8.2).
Treinamento de Professores de Líderes
Assim como originalmente contemplada, a Escola da Fraternidade Urântia foi
concebida como um programa de verão, tendo lugar em Pine Lodge, Beverly
Shores, Indiana. O Dr. Sadler adquiriu a propriedade com a idéia de que os
estudantes vivessem em cabanas da propriedade, enquanto se preparavam
para sair pelo mundo como professores e líderes da nova Revelação.
Eventualmente se percebeu que apenas professores ou aposentados podiam
dedicar verões inteiros a tal programa. Era desejo dos organizadores recrutar o
corpo de professores e líderes de um amplo espectro de fiéis (1.2).
"Dentre as atividades iniciais da Fraternidade estava a organização da Escola
da Fraternidade, que começou sua primeira sessão em setembro de 1956... "
"O plano de estudo estava concebido para cobrir uma educação-seminário de
três anos. No momento (1966), somente trabalho de meio-expediente e
proporcionado às noites de Quarta-feira..." "O número de alunos matriculados
nos cursos tem sido em média de trinta. Um número equivalente de "ouvintes"
assistem às aulas..." "O diploma concedido após três anos de estudo é o de
"Professor Ordenado". Um curso mais rápido de estudos atribui a condição de
"Líder Certificado" (1.1)."
O currículo era amplo: Doutrinas do Livro de Urântia; Ciência no Livro de
Urântia, Estudos Tópicos, Vida e Ensinamentos de Jesus, Estudos Analíticos
das Partes 1 e 2; História da Bíblia - Antigo e Novo Testamentos, Livros da
Bíblia, Denominações, Seitas e Cultos; Filosofia Antiga e Moderna; Religiões
Mundiais; Harmonia dos Evangelhos; Fraternidade Urântia - Organização e
Constituição; Psicologia Educacional. Com o tempo, a Escola não mais tinha
alunos da área de Chicago. A Primeira Sessão de Estudos de Verão se
realizou em Chicago, em 1968. A Sessão de três dias atraiu estudantes de
todos os Estados (12.0). As sessões de verão continuaram por mais alguns
anos. Em 1975, durante reunião especial presenciada por cinqüenta líderes,
logo antes da Primeira Conferência Geral em Evanston, o foco da "Escola
Fraternidade" mudou de um conceito institucional para uma idéia mais difusa.
"Vemos a Escola Fraternidade Urântia como um termo genérico que designa
atividades educacionais em qualquer lugar da Fraternidade Urântia. Vemos
indivíduos, grupos de estudo e sociedades como os canais básicos para a
atividade educacional. Assim como a Fraternidade Urântia não aspira tornar-se
uma igreja institucional, a Fraternidade Urântia tampouco planeja tornar-se uma
instituição educacional... O Comitê de Educação planeja pesquisar e definir
padrões de excelência para professores e atividades educacionais, que
auxiliarão os professores em sua auto-avaliação e crescimento, assim como
fornecerão critérios para avaliar a efetividade educacional de grupos e
instituições... De uma forma geral, não deveríamos envolver-nos com a luta
pela mudança social, com o estabelecimento de centros de aprendizagem ou
com a construção de uma instituição educacional estruturada" (6.0).
O programa de treinamento de professores perdeu prioridade depois de 1975.
Os seminários e grupos de trabalho, a Escola de Boulder e a Escola de Los
Angeles sobre Significados e Valores foram válidas realizações, embora não
tanto quanto desejado pelos primeiros líderes ou, eu suspeito, pelos
Reveladores.
A Fraternidade deve reativar-se como instituição educacional e incentivar o tipo
de treinamento de professores e líderes que era desejado pelos Reveladores.
Sociedades poderiam ser induzidas a patrocinar programas de treinamento
educacional em suas áreas locais, se fossem desenvolvidos currículos
adequados (8.2).
As Relações entre a Fraternidade e a Fundação
Não houve menção à Fundação Urântia na Constituição original da
Fraternidade. Nem houve menção à Fraternidade Urântia na Declaração de
Responsabilidade da Fundação. Certa vez perguntei a Christy por quê. Ela
disse apenas que não deveria haver qualquer ligação entre as duas
organizações (8.1).
Lembre-se o leitor de que "o lançamento da Fraternidade será deixado a cargo
dos Conselheiros da Fundação Urântia. Estes agirão pessoalmente - extra-
oficialmente - e não aparecerá registro de tal ação nos assuntos da Fundação
Urântia. Eles assumirão total e completa responsabilidade pela organização e
inauguração da Fraternidade Urântia" (10.5). A primeira ligação pública dos
Conselheiros com a Fraternidade foi feita em carta de 1970: "A Fraternidade
Urântia foi organizada pelos Conselheiros da Fundação Urântia, sob a direção
e guia das autoridades planetárias governantes". Essa declaração estava
cuidadosamente redigida de forma a cobrir a ligação Fraternidade-Fundação. A
referida carta continuava: "Embora a Fundação Urântia e a Fraternidade
Urântia trabalhem juntas, são duas organizações distintas e separadas, com
diferentes responsabilidades, deveres e prerrogativas" (9.4).
Essas diferentes responsabilidades foram objeto do "Memorandum Interno de
William S. Sadler Jr" em 1958, descrevendo como, em 1937, a Fundação e a
Fraternidade começaram conceptualmente como uma organização. Como
devia haver duas funções dissimilares, duas organizações separadas foram
então concebidas. O memorandum de Bill enfatizava áreas de perigo potencial
no relacionamento entre as duas organizações:
"Salvo se conduzida com sabedoria, a Fundação poderá gerar dissensão com
a Fraternidade. Não há lugar na Fundação Urântia para ingenuidade ou
qualquer exibição de direitos de proprietário em relação aos Documentos de
Urântia:

1. A Fundação é um grupo autocrático. Seus cargos não são eletivos. Sua


autoridade se baseia na dos falecidos comissários de contato, que eram
um corpo autocrático, autocrático no sentido de que não devia qualquer
satisfação a votantes. A velha comissão foi incumbida da
responsabilidade pela guarda dos Documentos de Urântia. Seu corpo
secundário, a Fundação, herdou a responsabilidade continuada pela
integridade e disseminação do Livro de Urântia.
2. Embora a Fraternidade se tenha originado da Fundação, ela está
crescentemente destinada a tornar-se uma instituição republicana. Está
conformada para refletir os propósitos e desejos de seus membros. Tem
todas as fortalezas e fraquezas de uma organização democrática. Mas
a Fraternidade oferece aos seus membros algo mais que a Fundação
jamais poderá oferecer, ou seja, o sentimento de participar e o
sentimento de pertencer. Ela também oferece aos seus membros um
sentimento de responsabilidade; no futuro distante, as decisões oficiais
da Fraternidade refletirão a vontade, os propósitos e as intenções de
seus membros.
3. Quando um corpo autocrático coopera funcionalmente com um corpo
democrático, a fricção pode ser evitada entre as intenções e os
propósitos somente se o corpo autocrático exibir sabedoria... O
problema de evitar fricção com a Fraternidade permanece quase
completamente sobre os ombros dos Conselheiros da Fundação
Urântia".
"Sendo um corpo eletivo, a Fraternidade é vulnerável. Uma conspiração
verdadeiramente inteligente poderia destruir a Fraternidade ou pelo menos
desviar ou perverter sua missão. Tal vulnerabilidade é inerente a um corpo
auto-governado.
"Idealmente, a Fundação deveria permanecer em segundo plano... Deveria
aparecer pouco aos olhos do público. Para o público a Fraternidade é a
organização importante. Na medida em que conseguirmos que a Fraternidade
faça o trabalho do movimento Urântia, teremos tido êxito em manter-nos em
reserva; assim procedendo, minimizaremos a fricção potencial" (2.3).
Aparando as Arestas entre a Fraternidade e a Fundação
Jamais acreditei, por um momento sequer, que uma "conspiração inteligente"
perverteu a Fraternidade em sua missão. Entretanto, acredito sim que ela foi
desviada em 1975 de seu papel primário de incentivar o "estudo sério e
sistemático", o treinamento formal de professores e líderes e a disseminação
do Livro de Urântia e seus ensinamentos. Assim ficou a porta aberta para que a
Fraternidade se preocupasse com três áreas de atuação:

1. A interminável reavaliação de seus propósitos;


2. A sintonia fina de sua organização;
3. Os aspectos materiais do Livro, sua distribuição, atribuição de preço e
concepção da capa. A ênfase mudou em meados dos anos '70, do
estudo para a comercialização do Livro.
Este terceiro item invadiu o território da Fundação. Os Conselheiros aceitaram
com reclamações os elementos da Fraternidade. Em retrospectiva, a Fundação
deveria ter estabelecido comitês "ad hoc" sujeitos aos seus próprios
parâmetros, em vez de trabalhar com comitês "ad hoc" da Fraternidade (8.2). A
Fundação passou a rejeitar todos os elementos oferecidos pela Fraternidade
sobre esses assuntos em 1987, usando seus direitos de licenciamento como
argumento (9.6).
Finalmente, de 1950 a 1956 a Fundação permaneceu em segundo plano. O
escritório da Fundação estava ainda localizado à 333 N. Michigan Avenue em
Chicago, em vez de 533 Diversey, para onde se mudou mais tarde e
permanece até hoje. Com o tempo as duas organizações pareceram fundir-se
por meio de atividades compartilhadas: uso conjunto de pessoal (não havia
suficientes funcionários qualificados para ocupar todas as posições); coleta de
fundos em conjunto; convite a membros da Fraternidade para apoiarem em
ações judiciais; apresentação de Conselheiros em reuniões patrocinadas pela
Fraternidade; o acordo confirmatório de licenciamento de todos os aspectos
das atividades da Fraternidade e o uso e exibição de marcas; e normas sobre
direitos autorais detalhando como todo material citado deveria ser utilizado.
Tudo isso criou a imagem de duas organizações inter-relacionadas.
O Documento conjunto da Fraternidade e da Fundação em 1983, "Declaração
sobre Disseminação e Publicidade" foi um esforço da Fraternidade para
formular uma política aceitável para a mais conservadora Fundação. Este foi
bastante bem-sucedido, mas a Fraternidade deveria ter-se sentido livre para
prosseguir com a disseminação de acordo com sua própria experiência e
sabedoria. Mais tarde, o pedido da Fundação para que a Fraternidade
eliminasse pessoal inaceitável para a Fundação, e o envolvimento da
Fundação na revisão da emenda da Fraternidade para a remoção de
conselheiros, avançou além dos limites de sua autoridade, e para o domínio do
controle de proprietário. Por alguns anos os Conselheiros voltaram ao segundo
plano e somente apareceram para elevar o preço do Livro ou para fechar
canais de acesso ao Livro.
O assunto interno da renúncia simultânea de três Conselheiros, e a reação da
Fraternidade na ocasião, resultaram na desautorização da Fraternidade. Sob
nova administração a Fundação, em período relativamente curto, evoluiu para
redimir-se com a publicação de traduções, uma versão em áudio, uma versão
computadorizada edições em brochura, com equilibradas liquidações e
descontos. Embora não tenham satisfeito a todos os seus críticos com respeito
à coordenação de novos leitores, merecem elogios (8.2).
Disseminação do Livro de Urântia
O Dr. Sadler escreveu sobre a disseminação do Livro de Urântia:
"No momento da publicação do Livro de Urântia recebemos muitas sugestões a
respeito dos métodos que deveríamos empregar no trabalho de distribuição.
Essas instruções podem ser resumidas assim:

1. Estudar os métodos empregados por Jesus para introduzir seu trabalho


sobre a Terra. Observar como ele trabalhou discretamente a princípio.
2. Fomos aconselhados a evitar quaisquer esforços para atingir
reconhecimento prematuro e espetacular.
"Entretanto, uma coisa deveria ficar bem clara: nada deverá ser feito para
estorvar os esforços enérgicos e entusiásticos de qualquer indivíduo para levar
o Livro de Urântia a seus variados contatos e sua associações humanas" (1.1).
A julgar pela leitura de mensagens anteriores, o tempo para o Livro de Urântia
está chegando. Qualquer esforço para artificialmente tornar mais lenta a
divulgação ou para suprimir o Livro neste momento o faria perder seu ingresso
oportuno na corrente evolucionária.
É uma falácia acreditar que quem controla o Livro controla o movimento. Em
vez disso, quando os fiéis demonstrarem mais entusiasmo pelos assuntos
acadêmicos e mais entusiasmo pela disseminação pessoal do Livro e de seus
ensinamentos, haverá um grande aumento na venda de Livros. Quando mais
professores e líderes forem treinados ou se treinarem, mais avançarão os
grupos de estudo. Quando houver melhores grupos de estudo, eles atrairão e
reterão mais estudantes; e mais estudantes comprarão mais Livros. Isso
funcionou nos velhos tempos! (8.2).
Revisão de Fatos Claros e Incontroversos

1. Os Anjos das Igrejas, os Anjos do Progresso, a Comissão de Seres


Intermediários e o Príncipe Planetário detêm a autoridade máxima sobre
os assuntos do Livro de Urântia.
2. A cadeia de autoridade para a administração do Livro de Urântia foi
inicialmente colocada nas mãos dos Comissários de Contato Humanos,
pela Comissão Reveladora, e depois delegada aos Conselheiros da
Fundação Urântia pelo Príncipe Planetário invisível. De acordo com sua
Declaração de Responsabilidade, os Conselheiros assumiram a
exclusiva responsabilidade de manter a integridade do texto e cuidar da
publicação de todas as edições, inclusive traduções.
3. Supunha-se haver direitos autorais sobre o Livro de Urântia.
4. Os reveladores instruíram os Comissários de Contato a protegerem o
nome "Urântia". Os Comissários de Contato passaram essa
responsabilidade para a Fundação.
5. Os reveladores advertiram que deveria haver somente uma organização
oficial "Urântia" de alcance social - democrática mas minimamente
organizada - para ocupar o campo.
6. Embora os conselheiros tenham planejado e lançado a Fraternidade, os
reveladores aconselharam que as duas organizações - a editora e a
social - fossem organicamente desligadas uma da outra. Sob esse
plano, cada uma delas desempenharia sua missão sem interferência ou
responsabilidade da outra.

Índice

• 1Estrutura do livro
o 1.1Parte I
o 1.2Parte II
o 1.3Parte III
o 1.4Parte IV
• 2A fonte
• 3Descrição das revelações
• 4Crítica
• 5Ver também
• 6Bibliografia
• 7Ligações externas
Estrutura do livro
O Livro de Urântia possui 2097 páginas e divide-se em 4 partes, a saber:

• Prefácio - apresenta-se como guia para as palavras e conceitos religiosos e


filosóficos presentes ao longo da obra.
• Parte I - O Universo Central e os Super-universos
• Parte II - O Universo Local
• Parte III - A História de Urântia
• Parte IV - A Vida e os Ensinamentos de Jesus
Parte I
Consta de 31 documentos que descrevem a natureza da Divindade, a realidade
do Paraíso e a organização astronômica-cosmológica e o funcionamento
do universo central e dos super-universos, as personalidades do grande
universo e o destino elevado dos mortais evolucionários. O Paraíso é descrito
como o centro eterno do universo dos universos e a residência do Pai
Universal, do Filho Eterno, do Espírito Infinito e dos seus associados e
coordenados divinos. Descreve-se um universo de hierarquia organizada e
povoado por um número quase infinito de seres. O conjunto da criação é
descrito como incluindo milhões de planetas, evolucionários em todas as
etapas de evolução geológica, biológica, intelectual, social e espiritual e esferas
arquitetônicas – mundos feitos sob medida. Esses documentos foram
promovidos, formulados e colocados em inglês por uma comissão constituída
de 24 administradores de Orvônton, atuando por mandato dos Anciães dos
Dias de Uversa, a capital do super-universo de Orvônton.
Parte II
Consta de 25 documentos autorizados por Gabriel de Sálvington, que
descrevem a evolução dos universos locais e o desenvolvimento progressivo
das naturezas e capacidades físicas, intelectuais e espirituais das múltiplas
criaturas que habitam as variadas ordens de esferas compreendidas em um
universo local. Falam da fonte da matéria e da energia, do plano divino para a
criação, o desenvolvimento e o governo dos universos locais,
das constelações, dos Espíritos Ministrantes dos universos locais, das
Hostes Seráficas, da rebelião de Lúcifer, dos problemas da rebelião, das
esferas de Luz e Vida.
Parte III
Consta de 63 documentos que foram promovidos por um Corpo de
Personalidades do Universo Local, atuando por mandato de Gabriel de
Sálvington, e tratam da origem de Urântia, o planeta Terra, que há 1 000 000
000 de anos atingiu aproximadamente o seu tamanho atual, em um universo
local chamado Nébadon. Os documentos compreendem a história do
desenvolvimento geológico da Terra, do estabelecimento da vida nele, do
surgimento do homem, das civilizações, governos e instituições, dos níveis da
realidade universal, da verdadeira natureza da religião, da outorga dos
Ajustadores do Pensamento. O desenvolvimento da civilização, da cultura,
do governo, da religião, da família e de outras instituições sociais é descrito a
partir do ponto de vista dos observadores supra-humanos. A história é contada
de tal maneira que os acontecimentos relacionados com a evolução religiosa
humana ganham nova vida, estabelecendo as fundações sobre as quais um
maior desenvolvimento espiritual, moral e cultural pode ocorrer. Descrevem o
destino eterno do homem, os mundos que habitaremos imediatamente após
a morte, ao sobreviver a alma por nossa escolha pessoal de fazer a vontade do
Pai Universal.
Parte IV
Os 77 documentos, com mais de 700 páginas, que ocupam um terço do Livro,
foram promovidos por 12 intermediários de Urântia, atuando sob a supervisão
de um diretor revelador Melquisedeque, o qual foi designado para essa tarefa
por Gabriel de Sálvington. Nesses documentos relata-se a vida de
Michael/Miguel de Nébadon como Jesus de Nazaré, toda a sua infância,
adolescência e vida adulta. É o relato mais completo sobre Jesus até hoje
escrito. Os três primeiros capítulos apresentam a preparação de Michael
(Jesus) para descer a Urântia na semelhança da carne mortal, e o clímax do
Livro de Urântia é atingido, nessa última parte, com preceitos da vida religiosa
ideal do Mestre, que instrui e edifica todo um universo, e é a inspiração para
todas as vidas em todos os mundos e para todas as gerações futuras. Essa
parte do livro é vista como uma nova Revelação, uma nova face descrita de
maneira tocante, de um Deus feito Homem, que em um exemplo
de Amor, Fé e Serviço, sem dogmas, mostra à humanidade o caminho da
evolução espiritual pessoal, o caminho do homem até Deus.

A fonte
O Livro de Urântia é composto por 197 documentos, que se diz terem sido
entregues entre 1928 e 1934 a um grupo de 70 pessoas, em Chicago, Illinois,
Estados Unidos. Os autores que escreveram esses documentos têm seus
nomes indicados no livro, junto com seus respectivos escritos. Os seres
humanos aos quais os escritos foram entregues em mãos já faleceram e o
modo pelo qual os escritos foram materializados ainda não foi plenamente
explicado e dificilmente o será.

Descrição das revelações


Há uma explicação nas mesmas páginas do Livro sobre sua origem e como os
197 documentos foram entregues aos seres humanos, que constituem
a Quinta Revelação de Urantia. Diz o Livro de Urântia que a revelação foi
entregue por um mandato emitido pelos Anciães dos Dias de Uversa e que foi
redigida por numerosas personalidades supramortais. É chamada de "A Quinta
Revelação de Época", pois houve outras quatro grandes revelações no planeta.
São elas:

• Dalamátia - O livro descreve com pormenor a chegada e o estabelecimento


de um Príncipe Planetário em Urântia. Nessa altura fundou-se a cidade de
Dalamátia e suas escolas começaram a revelar ao mundo a verdade sobre
o Pai Universal - O Deus Único. Foi a primeira revelação organizada da
verdade, há cerca de 500 mil anos, e persistiu por mais de trezentos mil
anos, até que foi subitamente interrompida pela secessão planetária e pela
ruptura do regime de ensino.
• Adão e Eva - Adão e Eva chegaram ao nosso mundo há quase 38 mil
anos, e se estabeleceram no Jardim do Éden. Os ensinamentos de Adão e
Eva constituem a segunda revelação do Pai Universal às raças humanas. A
interrupção do primeiro Éden deteve o curso da revelação adâmica, antes
que ela tivesse começado plenamente.
• Melquisedeque de Salém - Maquiventa, um Filho da Ordem dos
Melquisedeques, geralmente conhecidos como filhos emergenciais, que
aceitou a missão de vir a esse mundo, pois a verdade revelada esteve
ameaçada de extinção durante os milênios que se seguiram ao malogro da
missão adâmica em Urântia. Maquiventa outorgou-se neste mundo no ano
de 1973 a.C. durante o tempo de Abraão e foi conhecido como
Melquisedeque, o sábio de Salém. Ele ensinou a doutrina de um único
Deus, uma Divindade universal, um Criador celeste, um Pai divino, o Pai de
todos, e a quem ele apresentou a Abraão como um Deus que podia aceitar
o homem nos termos da simples fé pessoal.
• Jesus de Nazaré - O Filho Criador do nosso universo local nasceu
em Belém no ano 7 a.C.. Viveu como um modelo para todos nós, dando o
exemplo de vida, até chegar a sua hora de revelar ao mundo a grande
verdade de que todos somos filhos de um único Pai, sem distinção de raça,
cor, credo ou condição física ou social. Jesus apresentou a Urântia, pela
quarta vez, o conceito de Deus como o Pai Universal, e esse ensinamento
tem perdurado, em geral, desde então. Essa foi a quarta revelação da
verdade em nosso mundo. Jesus é, agora, o Príncipe Planetário de Urântia.

Crítica
O Livro é aparentemente uma extensão do sistema hebraico e da mitologia
Abraâmica, uma obra em partes imparcial, mas em sua totalidade parcial, a
favor do cristianismo; embora a obra seja canônica e aparentemente ter sido
revelada por entidades supra-humanas.

Ver também
• Glossário do Livro de Urântia

Bibliografia
• O Livro de Urântia. Fundação Urântia, 2002
• O Plano de Revelação do Livro de Urantia. Escrito por Carolyn B. Kendall
• Elstrott, Kelly: La quinta revelación, la síntesis del libro de Urantia. Ed.
Obelisco, Barcelona, 2001
• Gardner, Martin: Urantia, revelación divina o negocio editorial. Ed. Susaeta,
Madrid, 1997
• Carrera Ibáñez, David: "Réplica al libro de Martin Gardner titulado "Urantia:
¿Revelación o negocio editorial?". Editora Bubok, 2002. revisado 2010.

Ligações externas

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