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Instituto Superior de Ciências e Educação à Distância

CENTRO DE RECURSOS DE CHIMOIO

3º Ano 2020

1. O estudante:

Nome: Paulo Agostinho Tomas Gulamala. Cell 823861600 /846369759

Curso: Direito Código do Estudante: 51180058


o
Ano de Frequência: 3 ANO/2020

2. O trabalho

Trabalho de: Direito Processual Penal Código da Disciplina:

Tutor: Msc Nelson Raul Nº de Páginas: 15

Data da Entrega: 25 de Outubro de 2020


Registo de Recepção
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Índice

1.Introdução .................................................................................................................................. 3
1.1.Objectivos................................................................................................................................ 3
1.1.2.Metodoligia .......................................................................................................................... 3
2.Elementos do Processo Penal .................................................................................................... 3
2.1.Sujeito Processuais .............................................................................................................. 3
Os Participantes processuais são: ............................................................................................. 4
2.1.2Constituição da República de Moçambique ......................................................................... 4
2.1.3.Ministerio Público – competência e funções ....................................................................... 5
A função do MP localiza-se no domínio da administração da justiça porque .......................... 5
2.1.4. O juíz e o Tribunal ............................................................................................................... 5
Competência ............................................................................................................................. 5
2.1.5.Arguido ................................................................................................................................. 6
2.2.Sistemas Processuais Penais................................................................................................ 6
2.2.1. Sistema Processual Penal Inquisitório............................................................................. 7
2.2.2.Sistema processual penal acusatório ............................................................................... 7
2.2.3.Sistema Processual Penal Misto ....................................................................................... 7
2.3.Ação Penal ....................................................................................................................... 7
2.3.1.Inquérito Policial .......................................................................................................... 8
2.3.2.Competência Jurisdicional........................................................................................... 8
2.3.3.Meios de Prova............................................................................................................. 9
3.4.Modalidades de Prisão .......................................................................................................... 11
3.4.1. Prisão Preventiva....................................................................................................... 11
2.4.2.Prisão Domiciliar ........................................................................................................ 12
2.4.3.Liberdade Provisória .................................................................................................. 12
2.5.Princípios envolvidos nos recursos ....................................................................................... 12
2.6.Espécies de Recursos............................................................................................................. 13
2.6.1. Apelação ........................................................................................................................ 13
2.6.2.Embargos de Declaração ................................................................................................ 13
Habeas corpus ..................................................................................................................... 14
2.7.1Revisão Criminal .............................................................................................................. 14
Mandado de Segurança .......................................................................................................... 14
3.Conclusão ................................................................................................................................. 15
4.Bibliografia ............................................................................................................................... 16
1.Introdução
Neste presente trabalho debruçar-me-ei sobre os elementos do processo penal no seu
todo. O processo penal regulamenta a relação jurídica processual e a investigação, a
apuração, a instrução e o julgamento de delitos. O Direito Processual Penal ou Direito
Processual Criminal é o ramo de estudo tradicionalmente voltado à atividade
de jurisdição de um Estado soberano no julgamento do acusado de praticar um crime. O
procedimento de legitimação do direito de punir estatal, chamado de processo penal, é o
universo de estudos do Direito Processual Penal.

1.1.Objectivos
Geral:

 Conhecer os elementos do processo penal.

Especificos:

 Descrever os elementos envolvidos nos processos penais ou criminais;


 Conhecer e descrever os sistemas processuais penais;
 Falar das competências e funções dos elementos envolvidos nos processos
criminais.

1.1.2.Metodoligia
Para a realoização deste trabalho, recorreu-se a diversas fontes deão, com a
finalidade de reunir informações satisfatórias e de fácil compreensão através de
consulta de obras, revisões bibliográficvas e pesquisas efetuadas no endereços
eletrónicos da Web, que versam sobre o tema em destaque (elementos do
processo penal) nas quais vem mencionados no fim do trabalho.

2.Elementos do Processo Penal

Para o seu regular desenvolvimento, deve o Processo Penal abranger necessariamente


quatro momentos distintos (de seu início ao seu final): acusação, a defesa, a produção de
provas e a decisão so juíz.

2.1. Sujeito Processuais

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São os participantes a quem competem direitos e deveres autónomos, no sentido de
que, através das suas próprias decisões podem co-determinar, dentro de certos limites, a
concreta tramitação do processo (PGR, Março 2016).

Os sujeitos processuais

Os sujeitos processuais são:

 Tribunal;
 MP;
 Outros órgãos públicos encarregados da instrução e titulares da própria
acusação;
 Arguido;
 Defensor;
 Ofendido;
 Assistentes.

Os Participantes processuais são:


 Testemunhas;
 Declarantes;
 Peritos;
 Interpretes;
 Etc…

2.1.2 Constituição da República de Moçambique


O conceito de processo pemal constitucional é a visualização do processo penal a partir
dos postulados estabelecidos pela constituição da Republica, no contexto dos direito e
garantias humanas fundamentais, adaptando o codigo penal.

Art. 133º - Os tribunais são órgãos de soberania e através deles o estado exerce o poder
judicial.

Art. 212º - “ Os tribunais têm como objetivo garantir e reforçar a legalidade como facto
de estabilidade jurídica, garantir o respeito pelas leis, assegurar os direitos e liberdades
dos cidadãos, assim como os interesses jurídicos dos diferentes órgãos, assim como os
interesses jurídicos dos diferentes órgãos e entidades com existência legal”.

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Art. 217o – Imdependência

 Perante os restantes poderes do Estado;


 Perante quaisquer grupos da vida publica;
 Perante a organização hierárquica da burocracia judicial- o juiz só recebe ordens
e instruções dos seus superiores, devendo-lhes obediência em matéria de
organização e fiscalização dos serviços judiciais;
 Perante outros Tribunais pois os juizes são entre si independentes, no sentido
que não se encontram ligados nas suas decisões por correntes ou orientaçoes
jurisprudenciais que não partilhem ( distinto de acatamento de decisões de
Tribunais Superiores).

2.1.3.Ministerio Público – competência e funções


Pedra basilar na separação entre a entidade que investiga e a que decide, assim se
visando obter a objectividade e imparcialidade do julgamento.

A actividade do MP está submetida ao princípio estrito da legalidade, desenvolvida


de acordo com a imposição de colaboração com o tribunal na descoberta da verdade
material e realização do Direito.

A função do MP localiza-se no domínio da administração da justiça porque


- É um orgão autónomo da administração da justiça indenpendente dos tribunais,
embora com eles material e funcionalmente conexionado

- Tem uma estrutura e organização próprias que se não reconduzem nem ao poder
executivo nem ao poder judicial.

2.1.4. O juíz e o Tribunal


Principio do Juiz natural

Direito fundamental dos cidadãos a que uma causa seja julgada por um Tribunal
previsto como competente por lei anterior, e não criado ad hoc ou tido como
competente.

Competência
Cada caso penal concreto apenas pode ser deferido a um único tribunal

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1. Qual o tribunal que, segundo a sua espécie deve conhecer de um determinado
caso penal de certa natureza competência material
2. Qual o tribunal que, enter os da mesma espécie materialmente competentes para
o caso deve, segundo a localização do terrotório, decidir o caso competência
territorial.
3. Qual o tribunal que, entre os da mesma especie, materialmente e territorialmente
competentes para o caso, deve segundo a hierarquia, decidir o desenvolvimento
Processo. Ou de actos singulares processuais, fora da actividade cognitiva da da
primeira instância, para certas fases da prossecução penal competência
hierárquica ou funcional.

2.1.5.Arguido
É um sujeito passivo, por contraposição ao lado activo de acção penal, constituido pela
acusação.

- Esta obrigado as ordens do tribunal, a sofrer medidas coativas, a sofrer na sua pessoa a
investigação.

- É distinto do suspeito.

- Arguido é a pessoa contra a qual recai uma forte suspeita de ter cometido uma
infracção, cuja existência esteja suficientemente comprovada- art. 251o CPP.

2.2.Sistemas Processuais Penais

O sistema processual penal é o conjunto de princípios e regras constitucionais, de


acordo com o momento político de cada estado, que estabelece as diretrizes a serem
seguidas para a aplicação do direito penal a cada caso concreto. Existem dois tipos de
sistemas processuais penais, o acusatório e o inquisitório, podendo-se falar ainda em um
misto. São características do sistema das partes, como características do sistema
inquisitório há a gestão das provas e iniciativa probatória nas mãos do juiz e a ausência
de separação das funções de acusar e julgar.

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2.2.1. Sistema Processual Penal Inquisitório

O sistema processual penal de viés inquisitório é identificado como aquele em que o


órgão julgador concentra os atos de gestão da instrução criminal. Por isso mesmo, pode-
se dizer que o sistema inquisitório, regido pelo princípio inquisitivo, tem como principal
característica a extrema concentração de poder nas mãos do órgão julgador, o qual
detém a gestão da prova. No sistema inquisitória, há “violação do princípio ne procedat
fudex officio, pois o juiz pode atuar de oficio”, sem previa invocação ou provocação.

2.2.2.Sistema processual penal acusatório


O sistema de processo penal acusatório confere ao cidadão um processo, mas
condizente com o estado democrática de direito, como garantir contra os arbítrios estais.
São características do sistema acusatório:

 Tratamento igualitário das partes;


 Publicidade do procedimento;
 Possibilidade de impugnar as decisões (por recurso).

2.2.3.Sistema Processual Penal Misto


O sistema de processo penal misto contempla as características de ambos os
sistemas supracitados, A primeira fase é a de instrução penal, realizada por um juiz de
instrução, o que difere da prática Moçambicana, na qual a fase pré-processual é
realizada em forma de inquérito pela autoridade policial, não sendo, portanto,
considerado par te do processo. É por essa diferença que se a firma que nosso
sistema não é misto, pois não dispomos de juizado de instrução e m nossa
regulamentação p nal.

2.3.Ação Penal
Para Aury Lopes Júnior, referência do na obra da disciplina, há quatro condições
essenciais para a existência de uma ação penal.

As condições de existência da acção penal, segundo L opes Júnior, são:

 Prática de fato aparentemente criminoso ( fumus comissi delicti ).


 Punibilidade concreta.

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 Legitimidade de parte.
 Justa causa.

A ação pena l de iniciativa pública p ode ser classificada como condicionada ou


incondicionada, ou seja, quando depender ou não, segundo determinação
expressamente prevista em lei, de representação do ofendido ou de que m tiver
qualidade para representá-lo.

Denomina-se acção penal de iniciativa pública incondicionada a promoção


ministerial da acusação por meio de denúncia que não depende de requisição ou
de representação.

A ação penal de iniciativa privada é a ação penal na qual a legitimidade ativa


para a causa será exclusivamente do ofendido ou de quem seja seu representante.
Os crimes cujo processo dependem de queixa-crime (acção penal de iniciativa
privada) têm prazo para instauração da acção, portanto o direito de exercer a
acção penal de iniciativa privada decai em 6 meses.

2.3.1.Inquérito Policial
Pode-se entender o inquérito policial com o conjunto de diligências realizadas pela
autoridade policial que visa à apuração das circunstâncias e das condições em que se
deu a prática de uma conduta considerada delituosa, buscando, assim, evidenciar
a autoria e a materialidade delituosas. Porém, não é obrigatória a instauração de
inquérito policial; o Ministério Público pode dispensá-lo se não for necessário
para obter informações acerca da materialidade e da autoria da conduta
considerada delituosa, por exemplo, se já tiver informações e documentos obtidos
por outras fontes.

2.3.2.Competência Jurisdicional
Todos os juízes exercem jurisdição, que é o poder-dever de realização de Justiça
Estatal por órgãos especializados do Estado .

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A competência é uma fração do que cada juiz pode exercer do poder
jurisdicional, portanto, um juiz não tem competência para julgar todos os crimes.
Para se definir competência há alguns critérios, são eles:

 Lugar da infração penal


 Domicílio ou residência do réu.
 Natureza da infração penal (por exemplo: o f ato de ser delito econômico,
patrimonial, contra a vida etc.).
 Distribuição.
 Conexão.
 Continência.

2.3.3.Meios de Prova
Os meios de prova não são tarifados na processualística pena Moçambicano, isto
é, não apresentam previamente valoração definida como preponderante sobre
qualquer outra modalidade de prova. Nesse sentido, o órgão julgador tem a
prerrogativa funcional de formar sua convicção do que foi alegado pela parte de
forma livre, isto é, pela livre apreciação da prova.

A decisão de arquivamento implica a ponderação da existência de indícios suficientes


da verificação do crime e da identidade dos seus agentes. Estando o Ministério Público,
titular da acção penal, sujeito a um estrito dever de objectividade, parece compreensível
que, tanto quanto possível, a prossecução criminal só seja exercida nos casos em que os
indícios recolhidos permitam efectuar um juízo de razoável probabilidade de
constituírem prova em julgamento e, consequentemente, determinarem a condenação do
agente da infracção. Com efeito, é em sede de julgamento que toda a prova tem que ser
produzida, contraditada e examinada, sobre ela se fundando então a decisão do tribunal.
Sobre o conceito de indícios suficientes, o Código de Processo Penal da Moçambique
não estabelece a sua definição, contrariamente ao Código de Processo Penal português
que no seu art. 283.º, n.º 2 estabelece: “Consideram-se suficientes os indícios sempre
que deles resultar uma possibilidade razoável de ao arguido vir a ser aplicada, por força
deles, em julgamento, uma pena ou medida de segurança”.

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O tribunal e a produção da prova
O tribunal ordena, oficiosamente ou a requerimento, a produção de todos os meios de
prova cujo conhecimento lhe afigure necessário à descoberta da verdade e à boa decisão
da causa (cfr. art. 443 do CPP), inclusive, a produção de prova superveniente sempre
com respeito pelo contraditório. Concisa e lapidarmente MIGUEL TERRECH define o
princípio da verdade material como sendo aquele «em que o julgador penal tende a
adequar o seu pensamento com os factos tais como foram ou como são na realidade
histórica».
No mesmo sentido segundo, o Professor JORGE FIGUEIREDO DIAS refere que «a
adução e esclarecimento do material de facto não pertence aqui exclusivamente às
partes, mas em último termo ao Juiz: é sobre ele que recai o ónus de investigar e
esclarecer oficiosamente o facto submetido a julgamento». E mais adiante refere que a
precipitação desse princípio «só significa ao contrário do que sucede com o princípio
da discussão – actividade investigatória do tribunal não é limitada pelo material de facto
aduzido pelos outros sujeitos processuais, antes se estende autonomamente a todas as
circunstâncias que reputar-se relevantes»
.
Receptáculo deste princípio pode-se considerar o normativo contido no art. 443.º
quando impõe que o tribunal, oficiosamente, ordene a produção de todos os meios de
prova cujo conhecimento se lhe afigure necessário à descoberta da verdade e à boa
decisão da causa.
Deve entender-se que os requerimentos de produção de prova serão objecto de
indeferimento, designadamente nos seguintes casos:
− Inadmissibilidade legal da prova ou do seu meio de obtenção;
− lrrelevância das provas;
− Inadequação, impossibilidade ou de duvidosa obtenção do meio de prova;
− Quando tenha uma finalidade meramente dilatória.

Podemos fazer uma síntese conceitual sobre prova e meio de prova, onde:

 Interrogatório

O interrogatório do acusado é um dos meios de prova admitidos e um dos mais


importantes momentos processuais para o exercício da ampla defesa. Portanto, o

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interrogatório é o comparecimento do acusado perante a autoridade judiciária (no
curso do processo que tem por finalidade a apuração de sua responsabilidade
penal) para esclarecer os fatos que lhe são imputados. O interrogado pode
preferir guardar silêncio, sem qualquer prejuízo.

Testemunha

Ter o cuidado de esgotar o interrogatorio relativamente a todos os factos relevantes


sobre os quais a testemunha possa prestar depoimento, tenmdo em conta as varias
solucoes possiveis.

Manter a testemunha separada dos restyantes, desde do inicio ate ao fim da audiencia de
julgamento ou de qualquer outra diligencia.

A lei não estabelece condição, requisito ou pressuposto normativo que possa


identificar ou estabelecer qualidade especial para uma pessoa ser considerada
como testemunha; logo , toda pessoa poderá ser testemunha.

A protecção das testemunhas e demais sujeitos em processo penal princípios gerais e


enquadramento à luz da Lei 15/2012 de 14 de Agosto, publicada no Boletim da
República.

3.4.Modalidades de Prisão

3.4.1. Prisão Preventiva


A regra é que qua lquer restrição de liberdade seja feita som ente após o trânsito
em julgado de sentença pena condenatória. Na prática, porém, as medidas
cautelares são muito utilizadas, tais como recolhimento do miciliar, co
mparecimento periódico em juízo. O acusado que descumpre essas medidas reiter
ada e injustificadamente, pode ter decretada pelo juiz sua prisão preventiva.

Esta secção trata de alguns dos principais conceitos relevantes para os sistemas de
direito civil, pois alguns leitores podem estar mais familiarizados com os sistemas de
common law. Detenção é o acto de prender alguém e levá-lo em custódia. As detenções
podem ser feitas em flagrante delito, quase flagrante delito ou fora do flagrante delito.
Flagrante delito é “ um acto punível que está sendo cometido ou acaba de ser

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cometido”. O significado literal de flagrante delito é “ofensa óbvia”. Prender alguém em
flagrante delito significaria prender alguém no acto de cometer um crime, ou no
começo, no meio ou no fim. O artigo 288 do Código de Processo Penal estabelece que
“reputa-se também flagrante delito o caso em que o infractor é, logo após a infracção,
perseguido por qualquer pessoa, ou foi encontrado a seguir à prática da infracção com
objectos ou sinais que mostrem claramente que a cometeu ou nela participou”. Nesse
caso, a ofensa seria comumente chamada quase flagrante delito. Portanto, quase
flagrante delito ocorre quando a pessoa for apanhada após perseguição por agentes da
lei, vítima ou qualquer outra pessoa enquanto estava na posse de bens que não lhe
pertencem. A perseguição deve ser ininterrupta. Quase flagrante delito é uma definição
comumente usada na comunidade jurídica, mas, como tal, não aparece no Código de
Processo Penal.

2.4.2.Prisão Domiciliar
A prisão domiciliar é normativamente descrita como o recolhimento do indiciado
ou acusado em sua residência, da qual apenas poderá se ausentar mediante
expressa e específica autorização judicial. Essa modalidade de prisão poderá ser
judicialmente determinada em substituição à prisão preventiva quando o agente
for maior de 80 anos, est iver extremamente debilitado por motiv o de doença grave
etc.

2.4.3.Liberdade Provisória
A liberdade provisóri a pode ser judicialmente concedida mediante a prestação ou
não de fiança . Há regras legais que justificam a denegação da fiança; tais como
a quebra injustificada da fiança, descumpr imento injustific ado das obri gações
impostas, prisão civil ou militar, bem como por ocorrência dos motivos
autorizadores da prisão preventiva.

2.5.Princípios envolvidos nos recursos


A existência dos recursos é aplicada desde sua base na Constituição Federal de
1988, que estabelece os recursos como possibilidade à disposição das partes
envolvidas no processo.

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Os recursos são impugnações contr a decisão judicial (sentença penal) que as
partes, no processo penal, podem interpor quando forem sucumbentes e não
concordarem com a resolução final prolatada pelo órgão julgador. Como pres
supostos do recurso, há o cabimento e a adequação; o recurso deve ser cabível e
adequ ado, o que significa dizer , que o cabimento implica que o recurso seja
previsto em lei e a adequação implica que o recurso deve ser o previsto para a
de cisão contra a qual é interposto

2.6.Espécies de Recursos
2.6.1. Apelação
O recurso de apelação deve ser interposto no prazo legal de 5 dias a partir da
intimação da decisão judicial prolatada pelo órgão julgador. Esse recurso é
cabível às sentenças definitivas de condenação ou de absolvição. O conhecimento de
recurso de apelação pelo Tribunal independe da prisão do réu, mesmo que tenha
prisão preventiva dec retada contra ele . Ou seja, o facto de estar foragido não
prejudica seu direito à ampla defesa.

2.6.2.Embargos de Declaração
A decisão judicial que discrepar da racionalidade jurídica, das circunstâncias
fáticas, dos argumentos e fundamentos legal e legitimamente aduzidos, dos mei
os de prova, enfim, de toda uma lógica democraticamente construída para a
resolução de um determinado caso concreto, certamente pode ser havida como
contraditória. O recurso específico adequado com vistas a sanar uma decisão
judicial contraditória são os embargos de declaração, que servem para sanar
ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão.

2.7.Ações autônomas de impugnação: Habeas corpus, revisão criminal e mandado


de segurança

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Habeas corpus
No processo penal brasileiro, além dos recursos, há vias impugnativas autônomas,
isto é, ações próprias que visam a atacar algum acto, mas que não são recursos,
como o habeas corpus, que é um instituto jurídico-processual penal que se
destina a assegurar o direito de ir e vir, estar ou permanecer, sendo então
cabível sempre que alguém sofrer ou se achar na iminência de sofrer violação
ou coação ilegal na sua liberdade.

2.7.1 Revisão Criminal


Ela é uma ação própria, cujo regime determina sua natureza jurídica distinta,
impondo-lhe atendimento de requisitos legais.

Mandado de Segurança
O mandado de segurança é cabível “para proteger direito líquido e certo, não amparado
por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de
poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
atribuições do Poder Público .”

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3.Conclusão
A estrutura do sistema processual vigente em Moçambique é basicamente acusatoria, se
bem que integrada por um principio de investigação. Inplicando assim, que o Tribunal
só possa intervir quando solicitado por uma acusação formulada por entidade dele
distinta e independente. Desde a introdução da decisão, há pelo menos a percepção de
que os procedimentos e condições relacionados à detenção melhoraram e as violações
dos direitos humanos nessa fase diminuíram. No entanto, os problemas estão longe de
serem resolvidos. A polícia continua abusando dos seus poderes e os procuradores
parecem hesitar em estabelecer mecanismos eficazes de responsabilização ao nível das
esquadras. A divulgação de dados sobre o desempenho do sistema de justiça criminal e
violações de direitos seria muito importante fortalecer a transparência e construir
novamente a confiança do público no sistema de justiça criminal.

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4.Bibliografia
Assad, D. (s.d.). Passei direto. Acesso em 12 de outubro de 2020, disponível em
https://www.passeidireto.com/arquivo/52974512/estudo-dirigido-elementos-de-
processo-penal-pdf

Manual do ISCED- de DIreito Processual Penal.

MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de Direito Penal. 18ª ed. São Paulo: Atlas, 2002.

Código Penal.

GARCIA, Flúvio Cardinelle Oliveira. Noções de direito processual penal à luz

de alguns de seus princípios. Editora. Intersaberes, 2 Ed. 2013, p 27.

CENTRO DE ESTUDOS JUDICIARIOS.

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