Você está na página 1de 36

1

INTRODUÇÃO

Vender um negócio sempre será uma grande decisão! Um proprietário leva muito
tempo, às vezes anos, considerando seus prós e contras. E o problema nunca será apenas
dele. A venda de uma empresa desperta muitas paixões, envolvendo a todos: família,
sócios, empregados etc. Os valores envolvidos são muito altos, sendo comum que a maior
parte da fortuna da família seja representada pelo negócio.

A formação dos preços de venda dos produtos ou serviços obedece a várias técnicas
e estratégias; porém, quando vamos analisar e elaborar o preço de venda de uma empresa
todos os grandes especialistas no assunto, em todo o mundo, conseguem concordar em
apenas um ponto: não existe fórmula, teoria ou índice que reflita de modo ideal o valor de
aquisição de uma empresa.

Atualmente, mais do que nunca, o valor de mercado de uma empresa não depende
apenas do seu patrimônio físico controlado pela contabilidade. O patrimônio físico é apenas
uma fração do valor de mercado da empresa, em muitos casos o valor patrimonial tangível é
ínfimo comparado com os demais valores que compõem o valor total da empresa.

A contabilidade tradicional enxergava a empresa como uma “caixa preta”, examinava


os recursos que entravam, os produtos que saiam e os mercados que essa empresa
participava. Hoje as informações que embutem avaliação estão sendo dirigidas para um
número cada vez maior de interessados. Ao verificar casos reais de empresários que,
mesmo experientes, perderam parte do patrimônio na venda de sua empresa, nota-se que
em quase todas as vezes isto poderia ter sido evitado com um melhor aconselhamento e
preparação.
2 2

Como disse VIEIRA (2000:15):

“é uma negociação muito importante para ser efetuada de forma descuidada.


Como tem características únicas, a falta de atenção ou de conhecimento
necessário sempre irá significar prejuízo. Esses cuidados já devem começar
quando se está pensando em vender a empresa.”

A conseqüência óbvia é a crescente insatisfação dos usuários com os relatórios


divulgados. Estamos colocados numa nova fase da economia, que exige do profissional
contábil e até da ciência contábil uma revisão crítica do que seu usuário necessita e como
chegar em valores confiáveis de patrimônios muito pouco mensuráveis.

Como disse MARTINS (2001:19):

“...o profissional que embute avaliações deveria:

1) familiarizar-se com as várias opções de avaliação existentes, evitando julgamentos


preconcebidos sobre sua utilidade;
2) familiarizar-se com as necessidades dos usuários, procurando compreender suas
motivações e evitando impor-lhes o que considera idealmente adequado; e
3) atender adequadamente ao maior número de usuários.”

Diante do exposto acima, formula-se a seguinte questão problema: Como a


contabilidade pode ajudar os usuários a chegar no melhor preço de venda de uma
determinada empresa?

Como uma resposta provável neste momento, pode-se dizer que será necessário o
estudo aprofundado dos princípios contábeis no que se refere a mensuração do patrimônio
(Ativo / Passivo) bem como dos valores intangíveis constante na elaboração do preço.

Objetiva-se neste estudo, efetuar uma análise dos métodos e teorias contábeis hoje
existentes que podem ajudar na avaliação do preço total de uma empresa.
Este estudo pode ser considerado relevante na medida em que ele abordará a
necessidade de uma nova postura do contador, em relação as novas exigências dos
usuários de contabilidade. O serviço de avaliação de empresas ainda é muito pouco
explorado pelo profissional contábil, achando-se assim, um grande campo de atuação para
o mesmo. Por outro lado os usuários de contabilidade estão necessitando de pareceres
mais confiáveis, e os “intermediários” que prestam estes serviços muitas vezes tem pouco
conhecimento técnico. Se o profissional contábil que é o mais indicado para este tipo de
serviço, visto sua gama de conhecimentos técnicos, não fizer, quem o fará?
3 3

Para este estudo foi utilizada a pesquisa bibliográfica. Foram levantados grandes
números de obras de vários autores, relacionado ao assunto enfocado. E esperamos com
isso que este trabalho sirva de soma aos interessados no assunto.
2

MÉTODOS USUAIS DE AVALIAÇÃO DE EMPRESAS

Existem vários modelos de avaliação de empresas, não existindo o ideal, devendo


sua escolha considerar o propósito da avaliação e as características próprias do
empreendimento. Para o avaliador, o grande desafio consiste em escolher o mais
apropriado método e atentar para suas limitações. Na prática, o avaliador geralmente aplica
vários modelos e pondera seus resultados para o caso concreto.

Não querendo esgotar o assunto, faz-se necessário o estudo dos diversos métodos
de avaliação existentes hoje nas estruturas conceituais e de mercado, como podemos
verificar a seguir:

2.1. Avaliação patrimonial contábil

Como foi falado na introdução, fixar um valor para a entidade que é um organismo
complexo não é um trabalho fácil. Os empresários de um modo geral tem um respeito muito
grande pelo conceito de lucro, mas veremos a seguir que na prática o importante é o
conceito de caixa.

O valor total de uma empresa pode ser verificado pela soma dos valores de seus
ativos menos a soma dos seus passivos, totalizando o saldo do patrimônio liquido. Podemos
verificar com isso, que este método isoladamente é muito pouco utilizado visto que ele
desconsidera o valores intangíveis da empresa. Como praticamente não existe uma
entidade em que o Goodwill seja de pouco importância, este método é muito pouco utilizado.

De qualquer maneira a avaliação de uma empresa tem seu início pelas


demonstrações contábeis, pois partindo dela podemos fazer ajustes no que refere-se a
depreciação, estoques, ativos intangíveis, leasing e outros itens patrimoniais.
5 5

Figura 1 – Valor da Empresa pelo método contábil


Valor da Empresa Ativos Passivos exigíveis Patrimônio
= - =
contábeis contábeis Liquido
Fonte: MARTINS (2001:269) Avaliação de Empresas: Da Mensuração Contábil a Econômica

2.2. Avaliação patrimonial pelo mercado

Este método de avaliação patrimonial consiste na mensuração do conjunto de ativos


e passivos exigíveis com base no valor de mercado de seus itens específicos. Para tanto
precisaremos conceituar os métodos de conversão que são: valores de entradas e valores
de saída.

Valores de entrada segundo MARTINS (2001:27) “são aqueles obtidos nos


segmentos de mercado de compra da entidade e refletem a importância associada à
obtenção dos recursos”. Isso quer dizer que o Ativo vale o que a entidade esta disposta a
pagar, visando com isso seus resultados futuros. Estes valores ainda são os mais utilizados
pelo contabilistas em função de sua fácil aplicabilidade.

Disse também IUDÍCIBUS (2000:139):

“Considera-se que os valores de entrada são mais adequados do que os valores


de saída como base geral de avaliação, do ativo, pois podem representar o valor
máximo para a empresa ou por que muitas vezes não existe um mercado para
valores de venda. Considera-se também que os valores de entrada são mais
“objetivos” e não permitem o reconhecimento de receita antes que seja “realizada”.

Esta é uma abordagem muito interessante, pois o aumento da tecnologia acelera


cada vez mais a depreciação dos ativos em bens obsoletos. Assim fica difícil comparar
aquele patrimônio (que hoje praticamente não existe no mercado) pelos valores de saída. É
importante salientar que os valores de entrada podem ser tratados da seguinte maneira:
custo histórico, custo histórico corrigido pelas variações do poder aquisitivo da moeda, custo
corrente e custo corrente corrigido pelas variações do poder aquisitivo da moeda.

Valores de Saída segundo MARTINS (2001:27) “refletem a importância dada pelo


mercado aos recursos de que a empresa dispõe”. Com isso fica clara e evidenciada a
diferença dos conceitos de custo corrente (compra) e preço corrente (venda) que por muitos
são confundidos.
6 6

O modelo de avaliação patrimonial pelo mercado embora válido para um número


maior de situações específicas, e sendo um modelo mais próximo da realidade do que o
modelo de avaliação patrimonial contábil, tem por desvantagem o costume de desconsiderar
os benefícios líquidos futuros que o conjunto de ativos e passivos exigíveis seria capaz de
gerar.

Como exemplo de conversão dos ativos em valor de mercado pode-se citar:

• Estoques de matérias-primas / avaliado pelo custo de reposição;


• Estoque de produtos acabados / avaliado pelo valor líquido de realização;
• Contas a receber / avaliado pelo valor presente do recebimento futuro;
• Passivo exigível / ajustado a seu valor de mercado, de acordo com as condições de
crédito e taxas de juros acordadas; etc.

Como já foi citado o ideal seria que o avaliador aplicasse vários modelos, como pode
ser verificado a seguir, e ponderar seus resultados, alcançando assim um valor mais
concreto e/ou próximo da realidade. No entanto verifica-se um problema na avaliação de
uma entidade que é a questão da assimetria de informações, ou seja, a disponibilidade
desigual de informações entre as partes envolvidas.

Figura 2 – Valor da Empresa pelo Mercado


Passivos exigíveis
Valor da Empresa = Ativos Ajustados -
ajustados
Fonte: MARTINS (2001:269) Avaliação de Empresas: Da Mensuração Contábil a Econômica

2.3. Modelo dos múltiplos de faturamento

É um dos métodos que na prática é muito utilizado, mesmo carente de conceitos, em


virtude de sua simplicidade. Ele consiste na substituição do lucro contábil pelo faturamento
da empresa multiplicado por uma icognita “X”. Esta opção pode surtir efeito satisfatório
naqueles empreendimentos que não possuem um sistema contábil ou que nele não
possamos confiar. Este método parece compatível com pequenos negócios (padarias,
bares, farmácias, pequenos comércios etc.) em que existe uma forte homogeneidade no
setor.

Como curiosidade podemos destacar que este método é de longe o mais utilizado na
compra e venda de escritórios de contabilidade, onde nota-se que, os ativos tangíveis são
7 7

ínfimos se comparados aos benefícios futuros que uma nova carteira de clientes pode
trazer. Como disse o contabilista FILHO (2002) no XVIII encontro das Empresas de Serviços
Contáveis do Estado de São Paulo, depois de quatro aquisições utilizando este método ele
em nenhuma sentiu-se prejudicado.

Porem, segundo VIEIRA (2000:72):

“Mesmo parecendo semelhantes, não existem dois negócios iguais. A localização,


o estado dos equipamentos, as melhorias incorporadas ao imóvel, o volume de
estoques, a qualidade e os salários dos funcionários, o tipo de clientela atendida, a
forma como é feita a administração dos custos, tudo isso modifica o retorno, ou
lucro, que o proprietário tem mensalmente, e modificará o volume de
investimentos que o novo dono terá que realizar a curto prazo.”

Sendo assim o maior problema deste método de avaliação, é ferir um ponto


importantíssimo tanto para o vendedor como para o comprador que fica sem saber se o
preço é justo ou não. Da forma como são colocados, os índices multiplicadores de
faturamento podem levar um proprietário a erros fatais de avaliação, vendendo o negócio
muito barato ou caro.

Outro ponto importante é que ninguém sabe dizer claramente quem instituiu um certo
índice multiplicador e o que representa. São geralmente inventados por pessoas que
trabalham em venda de empresas destes ramos, o que agride grandemente os conceitos
contábeis.
Figura 3 – Valor da Empresa pelo método de múltiplos de faturamento
Valor da Empresa = Faturamento “X”
*

2.4. Modelo dos múltiplos de fluxo de caixa

Há alguns anos, os múltiplos de fluxo de caixa tem substituído os múltiplos de


faturamento, e os múltiplos de lucros (modelo que não foi estudado pela familiaridade com o
sistema de múltiplos de faturamento) na avaliação de empresas. O uso dos multiplicadores
apresentam indiretamente a idéia de períodos para o retorno do investimento, e é, a
exemplo do modelo dos múltiplos de faturamento aplicável aos setores econômicos
semelhantes.

No entanto como chegar ao valor da geração de caixa? Normalmente é utilizado o


EBITDA (Lucros Antes dos Juros, Impostos sobre o lucro, Depreciação, Amortização e
Exaustão) e segundo MARTINS (1998:3-4):
8 8

“o que se quer, com o EBITDA, é o valor do caixa, ou melhor, do potencial de


geração do caixa (portanto valores antes de se considerarem as depreciações)
produzido pelos ativos genuinamente operacionais (excluindo-se então as receitas
financeiras que, neste caso, não são o objetivo da empresa), sem os efeitos
decorrentes da forma de financiamento da empresa (portanto, excluindo-se
também as despesas financeiras) e antes dos efeitos dos tributos sobre o
resultado (Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o lucro no caso
brasileiro)”.

Segue exemplo simplificado, apresentado a seguir, considerando um múltiplo de 10.


Ele parte da seguinte demonstração do resultado:

Figura 4 – Demonstrativo de Resultado


Demonstração do resultado do exercício (em R$)
Descrição Valores
Vendas 2.000
Custo das Vendas (500)
Despesas Operacionais (que afetam o caixa) (200)
Lucro antes dos juros, tributos sobre o lucro, depreciação, 1.300
amortização e exaustão (EBITDA)
Depreciação, amortização e exaustão (400)
Resultado financeiro (150)
Lucro antes dos tributos sobre o lucro 750
Imposto de Renda + Contribuição Social (300)
Lucro Líquido 450
Fonte: MARTINS (2001:273) Avaliação de Empresas: Da Mensuração Contábil à Econômica

Considerando que a empresa possui $ 100 em aplicação financeira e $ 1.000 em


dívidas, o valor da empresa seria:

Figura 5 – Valor da Empresa pelo método de múltiplos de fluxo de caixa


Descrição Valor
EBITDA 1.300
Multiplicador 10
Subtotal 13.000
Aplicações financeiras 100
Dívidas 1.000
Valor da empresa 11.900
Fonte: MARTINS (2001:273) Avaliação de Empresas: Da Mensuração Contábil à Econômica
9 9

Observa-se que a escolha do multiplicador influencia bastante o valor estimado da


empresa. Um cuidado especial, portanto, deve ser atribuído a essa tarefa, pois cada
segmento econômico tende a ter seu próprio multiplicador em função da estrutura da
formação de seu resultado e da taxa de retorno requerida.
Precisa ser observado também que muitas vezes o fator de multiplicação é muito
genérico e não representado muitas vezes a realidade de retorno esperado do investidor.

2.5. Fluxo de Caixa Descontado

Entre todos os modelos, o fluxo de caixa é tido como o que melhor revela a efetiva
capacidade de geração de riqueza de determinado empreendimento. O conceito de lucro
contábil geralmente deixa a desejar nesse aspecto, como já foi falado no capítulos
anteriores. Esse modelo evidencia a eficiência esperada de geração de riqueza de
determinado negócio. Ele propõe-se a retratar o potencial econômico dos itens patrimoniais
de determinado empreendimento, inclusive o Goodwill. Portando verifica-se que o
aprofundamento neste assunto é necessário.

2.5.1. Valor da empresa e valor para os acionistas

Analisando este modelo de avaliação necessita-se diferenciar valor econômico da


empresa e valor para os acionistas. Para MARTINS (2001:275):

“o valor econômico da empresa representa o potencial de geração de riqueza que


os ativos da empresa propiciam (ou, espera-se, venham a propiciar),
independentemente da forma com que esses ativos são financiados. ... Já o valor
para os acionistas representa o fluxo líquido, após computados os efeitos de todas
as dívidas tomadas para completar o financiamento da empresa fluxos de caixa
vinculados aos juros, amortizações, novos rendimentos.”

Para ambos os casos não se deve computar os valores das dívidas de


funcionamento (fornecedores, contas, salários, impostos e outras dívidas operacionais a
pagar), já que seus valores em termos de reflexo no caixa já estão computados.
10 10

Figura 6 – Demonstrativo de Valor Empresa / Valor Acionista

Valor econômico Valor presente Valor de mercado Valor de mercado


=
da empresa do fluxo de caixa + dos ativos não - das dívidas
operacional operacionais financeiras

Valor para o Valor presente do fluxo Valor de mercado dos


= +
acionista líquido de caixa ativos não operacionais

Fonte: MARTINS (2001:273) Avaliação de Empresas: Da Mensuração Contábil à Econômica

Pode-se afirmar que esta distinção entre ambos os critérios faz-se necessária se
estudarmos a qualidade dos passivos do empreendimento. Se uma empresa possui dívidas
extremamente beneficiadas, como no caso de alguns empréstimos subsidiados, ou a prazos
muito longos e com taxas vantajosas, boa parte de seu valor econômico (da sociedade)
pode estar extremamente comprometido nesse tipo de passivo. Nem por isso uma empresa
que possui dívidas excessivamente onerosas é um mau negócio, ou vale menos. Nesse
caso, é possível que o adquirente em potencial da empresa tenha condições de substituir
essas dívidas, pois possui maior capacidade financeira ou mais garantias que convençam
os credores a melhorarem as condições do passivo.

Note que, por causa dessa influencia do valor das dívidas, muitas empresas tem
seus valores de mercado aumentado ou diminuído quando entram em concordata.

Pode ser citado cinco principais variáveis neste modelo de avaliação:

1. fluxo relevante de caixa: a empresa vale aquilo que consegue geral de caixa no futuro;
2. período de projeção: esse caixa deve ser projetado de uma maneira confiante num
determinado espaço de tempo;
3. valor da perpetuidade ou residual: depois do período da projeção o fluxo de caixa deve
ser quantificado (vide capítulo 2.5.4.);
4. as condições do endividamento financeiro; e
5. taxa de desconto: essa taxa deve ser aquela que reflita o melhor índice de custo de
oportunidade e os risco para descontar o fluxo de caixa ao seu valor presente;
11 11

2.5.2. Fluxo de Caixa Livre

No que se refere a avaliação das empresas, o uso do fluxo de caixa livre é muito
interessante. Ele consiste no valor apurado após a dedução dos impostos, investimentos
permanentes e variações esperadas no capital circulante líquido.

BROWN apud MARTINS (2001) esclarece que o fluxo de caixa livre disponível aos
donos do capital não deve ser confundido com o fluxo de caixa tradicional. Ocorre que o
primeiro conceito é gerado pelas operações correntes e está disponível para a distribuição,
sem que ela afete o nível de crescimento do empreendimento. Então, o termo livre é
considerado o excedente de caixa disponível para a distribuição ou aumento de capital.

Um aspecto que merece atenção é a exclusão das despesas de depreciação,


amortização e exaustão. Elas são indispensáveis, para o processo de avaliação, pois o que
importa são os efeitos que ocorrerão no fluxo futuro de caixa. Esses investimentos já feitos
não interessam mais, assumindo relevância somente aqueles que impactarão o fluxo de
caixa no futuro. MARTINS (1998a:4) esclarece que:

“A avaliação de uma empresa se faz do ponto de vista de um comprador em


perspectiva. Para este, não interessa qualquer recuperação de investimento que
outro tenha feito antes dele. Esses [valores de depreciação, amortização e
exaustão] e outros itens, que afetarão o resultado da empresa no futuro mas não
representarão mais entrada ou saída de dinheiro, só interessam pelos seus
reflexos fiscais, porque ai sim estarão influenciando o fluxo de caixa da empresa
pelo pagamento de Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o lucro.”

O Fluxo de Caixa Livre é apurado da seguinte forma:

• Receitas líquidas de vendas


(-) Custo das Vendas
(-) Despesas operacionais
(=) Lucro antes dos juros e tributos sobre o lucro (Ebitda)
(+) Ajuste das despesas operacionais que não provocam a saída de caixa
(=) Lucro antes dos juros, tributos sobre o lucro, depreciação, amortização e
exaustão (Ebitda)
(-) Imposto de Renda / Contribuição Social
(=) Geração de caixa operacional
(-) Investimentos (ou desinvestimentos):
• Permanente
12 12

• Circulantes
(=) Fluxo de caixa livre

Fonte: MARTINS (2001:273) Avaliação de Empresas: Da Mensuração Contábil à Econômica

2.5.3. Período de projeção

Nada mais é do que o período compreendido (anos, trimestres, meses, etc.) de


tempo sobre os quais podemos projetar os fluxo de caixa com um nível razoável de
esperança de concretização. Ele esta diretamente ligado a natureza do negócio e o grau de
previsibilidade das variáveis relevantes.

As projeções exigem a identificação dos componentes relevantes e o


desenvolvimento de hipóteses e perspectivas que sirvam de base para o estabelecimento
dos cenários prováveis que serão experimentados pela empresa. Na prática, usa-se as
projeções num período que variam de cinco a dez anos, isso varia dependendo do grau de
previsibilidade das variáveis.

2.5.4. Valor da perpetuidade

O valor da perpetuidade é àquele que o negócio possuirá após o período de


projeção, em termos atuais. Na maioria das vezes ele é usado com base no fluxo de caixa
livre do último período de projeção e incrementado pela expectativa de crescimento. Sua
equação seria da seguinte forma:

Figura 7 – Fórmula para Perpetuidade


FCL(t) * (1+g)
Perpetuidade = _________________
CmePC – g

Em que:

FCL (t) – fluxo de caixa livre do último período de projeção;


CMePC – custo médio ponderado de capital; e
g – taxa de crescimento.

Fonte: MARTINS (2001:273) Avaliação de Empresas: Da Mensuração Contábil à Econômica


13 13

Em determinadas situações, grande parte do valor de uma empresa é explicado por


esse conceito. Por isso a perpetuidade pode ser considerado um dos elementos mais
relevantes para a avaliação de uma empresa, como disse MARTINS (2001). Verificou-se
também que alguns métodos alternativos de cálculo da perpetuidade aplicam
multiplicadores sobre alguns indicadores específicos, tais como: lucro operacional, fluxo de
caixa e outros.

2.5.5. Taxa de desconto

O fluxo de caixa livre e o valor da perpetuidade devem ser apresentados em valores


presentes, mediante o uso de uma taxa de desconto que funcione como o custo de
oportunidade. Normalmente a taxa escolhida é usualmente o custo médio ponderado de
capital, pois este tem capacidade de incorporar os riscos associados a determinado negócio.

Uma das críticas a esse modelo é que esses componentes geralmente são variáveis
ao longo do tempo. Algumas análises usam taxas diferentes para o desconto da
perpetuidade e dos fluxos de caixa operacionais. Isso é justificado na hipótese de que, após
o período de projeção, a incerteza aumenta, provocando a exigência por maiores retornos.

Para exemplificar a definição pode-se definir uma taxa de desconto com as seguintes
variáveis (valores fictícios):

Figura 8 – Exemplo de Taxa de Desconto


A Taxa média dos T. Bonds (30 anos) 7,24
B Retorno da carteira de mercado (DOW JONES) 14,55
C Prêmio pelo risco de mercado (A-B) 7,31
D Coeficiente Beta 0,81
E Remuneração pelo risco da empresa 5,92
F Inflação dos USA 3,19
G Custo de oportunidade do capital próprio puro (E-F) 9,11
H Risco Brasil 5,5
I Custo de oportunidade do capital próprio (G+H) 14,61
3

FATORES NÃO-MENSURÁVEIS NA FORMAÇÃO DO PREÇO

Verificou-se que existem vários métodos e formas de avaliar o preço de um negócio,


com um grau maior ou menor de dificuldade. Mas nenhum deles consegui apurar com
exatidão o exato valor da entidade. É esta dificuldade que será tratada neste capítulo pois
muitas vezes os valores não mensuráveis da empresa são maiores que os que
conseguimos verificar no capítulo anterior.

Como disse VIEIRA (2000:88) “muitas vezes um comprador prefere uma firma com
menos rentabilidade no papel, mas da qual ele tenha gostado em razão de outros fatores,
não quantificáveis.”

É importante citar que os fatores não mensuráveis, tanto existem para o ativo como
para o passivo, embora sejam muito mais discutidos os itens do ativo, ora denominado
intangível. São estes fatores subjetivos que vamos ver a seguir.

3.1. Risco e Incerteza

A avaliação econômica de uma empresa está diretamente ligada aos eventos futuros
que afetarão o empreendimento. Esse eventos podem ser caracterizados por um resultado
final praticamente certo, todavia, também inclui situações que envolvem total incerteza sobre
os resultados futuros de determinado evento associado ao objeto avaliado.

Temos alguns fatores que influenciam diretamente na avaliação de uma determinada


empresa, e estão diretamente associados aos eventos futuros que afetarão o
empreendimento.
15 15

A contabilidade tradicional, que é respaldada na objetividade, normalmente


demonstra resistência ao uso do conhecimento probabilístico, especialmente no que se
refere às avaliações dos ativos. Sobre esse assunto, Horngren (1985:355) faz o seguinte
comentário:

“Muitos profissionais da contabilidade e administradores ficam arrepiados


diante da idéia de recorrer a probabilidade subjetivas para quantificar coisas
supostamente “intangíveis”, “incomensuráveis”, “qualitativas” ou “não-
quantificáveis”. Entretanto, sua posição é fraca, simplesmente porque as decisões
tem que ser tomadas. As tentativas dos estatísticos, matemáticos e dos
contadores modernos de medir o incomensurável são uma tarefa antiga e natural
que vem sendo executada há séculos pelos cientista. O uso de probabilidade
subjetivas simplesmente formaliza as opiniões intuitivas e os palpites que os
administradores muitas vezes tem. Obriga quem vai tomar a decisão a expor e
avaliar o que pode Ter sem se dar conta anos e anos.
Muitos estatísticos e contadores diretamente a quem vai tomar a decisão.
Outros, primeiro dividem as informações numa classificação tríplice, como
otimistas, médias e pessimistas. Outros, ainda, dão medidas resumidas de
dispersão, como o desvio-padrão ou o coeficiente de variação. De qualquer
maneira, provavelmente o contador reconhecer’[a formalmente a incerteza e as
distribuições de probabilidades em duas informações. Desta maneira, as
informações retratarão os fenômenos que as explicam de modo mais realista, e
não como se só houvesse certeza.”

Pelo exposto, fica claro que mesmo na atualidade o profissional contábil ainda dispõe
de resistência para as projeções. E é este aspecto que muitas vezes atrapalha o
desempenho dele, visto que os usuários estão cada vez mais necessitando deste tipo de
avaliação.

3.1.1. Risco

Na atualidade convive-se com diversas formas de risco. Todas as decisões que são
tomadas envolvem um certo grau de risco, do pessoal ao profissional passando inclusive
pelo empresarial. No que se refere a avaliação de uma empresa, devemos assumir que o
risco é indesejado, assim, ele apenas é aceito quando existe um prêmio associado. De uma
maneira geral se o riso do negócio é alto devemos exigir um retorno elevado e vice verso.

MARTINS (2001), nos orienta que ao iniciarmos o processo de avaliação, devemos


eleger a variável quantitativa que nos conduzirá ao valor da empresa. Ele denomina esta
variável de “variável-objeto”. Esta variável-objeto esta diretamente influenciada pelas
condições do risco econômico, na qual não entraremos no mérito neste estudo em virtude
de sua complexidade.
16 16

3.1.2. Risco e Tempo

Quando é assumido que a avaliação de uma entidade está voltada para o futuro,
verifica-se que a influencia do ambiente sócio-político-econômico sobre a variável-objeto fica
mais acentuada. Segundo GITMAN (1984:138), “o risco não deve ser considerado apenas
em relação ao período de tempo presente, mas como função crescente do tempo”
.
Verifica-se portanto que as variáveis se dispersam mais ao longo do tempo, devido à
dificuldade de estimar valores e probabilidade de eventos que deverão ocorrer num futuro
mais distante.

3.1.3. Cenários e probabilidades

Como já foi verificado a avaliação econômica de uma empresa esta diretamente


ligada ao seu desempenho futuro. Para MARTINS (2001:316-317):

“As características do ambiente (nível de inflação, tendências políticas,


concorrência, estado da economia, ânimo social etc.) influenciam as premissas,
parâmetros e eventos associados ao desempenho da empresa. Por via da
conseqüência, os valores estimados da variável-objeto e sua distribuição de
probabilidade são afetados.”

O avaliador, baseado em sua experiência pessoal e/ou de especialistas, pode


estabelecer probabilidade subjetiva da variável, bem como do risco no decorrer do tempo.
Porem é importante salientar que as qualidades técnicas dos denominados “especialistas”
deixam muito a desejar. VIEIRA (2000) alerta que o profissional avaliador deve ter muitos
conhecimentos e estar em constante reciclagem, por isso é uma profissão muito difícil,
desgastante, desmotivante e até mal remunerada, na medida em que se pode ficar meses
sem uma receita.

3.2. Intangível

Num contexto de crescente competitividade, em que freqüentemente ocorrem


privatizações, aquisições e fusões, avaliar uma empresa é um trabalho difícil. O processo de
avaliação como verificou-se envolve uma série de decisões subjetivas. As percepções dos
agentes perante um empreendimento pode variar. Logo, a identificação do valor de uma
empresa depende tanto do sujeito que a avalia quanto do objeto avaliado. Existem vários
17 17

pontos que afetam o preço de qualquer empresa, mesmo que não possam ser mensurados
de uma forma exata. A soma destes itens, chamada por alguns autores de Capital
Intelectual da empresa, pode ser tão ou mais importantes que os Ativos formais, como
prédios, máquinas, equipamentos e estoques, para a projeção de seu futuro. Segundo
VIEIRA (2000) os itens que são importantes para a empresa podem ser considerados como:
todos os assuntos da companhia. Isso quer dizer que não se trata de algo específico, mas
sim de uma atitude geral, de uma postura dos sócios, gerentes e funcionários em relação a
empresa.

No geral observa-se que as demonstrações contábeis são geralmente inadequadas


para a identificação do valor econômico de um empreendimento. Por isso torna-se
necessário estudarmos os aspecto que na atual economia de conhecimento esta mais em
voga, o dito intangível.

Completando este assunto, não se pode esquecer dos Passivos Intangíveis.


Geralmente relegados a segundo plano quando se comenta o assunto, serão também
fundamentais na avaliação da empresa por um possível investidor. Um exemplo típico é o
Passivo Ambiental. Muito comum em indústrias, especialmente químicas. Ele pode ser
observado no reflexo de uma série de pequenos desleixes em relação ao ambiente, como
tambores de resíduos tóxicos apodrecendo ao ar livre no terreno atrás da fábrica ou o
tratamento inadequado das águas utilizadas no processo produtivo. Mesmo que não exista
perigo de multas imediatas, qualquer interessado pela empresa verá que esta é uma
situação que não foi resolvida, e que fatalmente acarretará no futuro algum tipo de custo.

Como exemplo de itens intangíveis podemos citar: Clientela, Tempo de permanência


no mercado, motivo da venda do proprietário, rentabilidade, funcionários, grau de risco,
localização, crescimento, concorrência, novos competidores, tecnologia, potencial do ramos
de negócio.

3.2.1. Conceito de Ativo

É tão importante o estudo do ativo que pode-se dizer que é o capítulo fundamental
da Contabilidade. Sua definição e avaliação estão ligadas a multiplicidade de
relacionamentos contábeis que envolvem receitas e despesas.

Vários são os conceitos do ativo, estes podem ser divididos segundo o aspectos em
que são considerados. Assim seleciona-se alguns exemplos.
18 18

Ativo segundo FRANCO (1996:26) é:


“a classificação mais importante para a contabilidade é a que divide os bens em
corpóreos e incorpóreos, também chamados materiais e imateriais, ou tangíveis e
intangíveis. Como bens materiais, podemos citar imóveis, móveis, máquinas,
mercadorias etc. Como imateriais, os créditos (valores a receber de terceiros),
marcas patentes etc.”

Já para D’AUREA apud IUDÍCIBUS (2000:129) “o ativo é, finalmente o conjunto de


meios ou a matéria posta à disposição do administrador para que este possa operar de
modo a conseguir os fins que a entidade entregue à sua direção tem vista...;”

Segundo SPROUSE e MOONITZ, no ARS, do AICPA, de 1962, apud IUDÍCIBUS


(2000:129) “ativos representam benefícios futuros esperados, direitos que foram adquiridos
pela entidade como resultado de alguma transação corrente ou passada...”

MEIGS e JOHNSOM apud IUDÍCIBUS (2000:130) definem ativo “como recursos


econômicos possuídos por uma empresa”.

PATON apud. IUDÍCIBUS (2000:130) considera que “ativo é qualquer


contraprestação, material ou não, possuída por uma empresa específica e que tem valor
para aquela empresa...”

Todas estas definições estão incompletas, embora se completam. Sendo assim


pode-se assim defini-lo: Ativo representa os bens que tem valor para a entidade, material ou
não, gerando benefícios futuros como resultado de alguma transação presente ou passada.

Verifica-se então que a maioria das definições de ativo inclui o intangível, porem a
contabilidade tradicional fica amarrada a delimitação da objetividade.

3.2.2. Conceito de Passivo

Por outro lado o passivo, neste caso o intangível, embora visto com menos ênfase
não tem grandes problemas em sua avaliação, mas sim quando reconhece-lo e registra-lo?

Passivo segundo a definição de IUDÍCIBUS (2000:145) pode ser considerado:

“Num sentido restrito, exigibilidades...são subtrandos dos ativos, ou ativos


negativos. Seria lógico, portanto, preparar um balanço na qual as exigibilidades
totais fossem subtraídas dos ativos totais, deixando no lado direito do balanço
meramente os itens que representam a propriedade”
19 19

IUDÍCIBUS (2000) também diz que existe a teoria dos fundos que poderia ser
interpretada de forma diferente, como reservas ou restrições aos ativos. Estas restrições
estão respaldadas em restrições legais, eqüitativas, econômicas e gerenciais. Ele afirma
que a entidade continua sendo vista como o organismo com vida própria e por isso o
patrimônio liquido pertencente aos proprietários, na continuidade, na realidade pertencem à
entidade.

3.2.3. Mensuração dos Intangíveis

Já verificou-se que a mensuração tanto do ativo intangível como do passivo pela


contabilidade tradicional são impedidos pelo convenção da objetividade. Diversos autores
são catedráticos em dizer que a contabilidade dificilmente conseguira mensurar com
precisão o intangível.

3.2.3.a Ativo

Pelo fato de os ativos serem recursos econômicos alocados às finalidades do


negócio, dentro de um período específico de tempo, e sendo agregados de potenciais de
serviços disponíveis ou benéficos para as operações da entidade, o significado de alguns
ativos somente podem ser relacionados aos objetivos da entidade e dependerá da
continuidade desta.

Assim o problema consiste em “traduzir” os potenciais de serviços em “reais


equivalentes”. O próprio IUDÍCIBUS (2000:131) traz a seguinte definição:

“Conceitualmente, a medida de valor de um ativo é a soma dos preços futuros de


mercado dos fluxos de serviços a serem obtidos, descontados pela probabilidade
de ocorrência e pelo fator juro, a seus valores atuais. Entretanto, este conceito de
valor é uma abstração que tem bases práticas limitadas para a quantificação.
Consequentemente, a mensuração dos ativos é normalmente realizada por outros
métodos mais práticos.”

Em sentido mais tradicional, o problema da avaliação do ativo tem sido dividido em


duas partes fundamentais: ativos monetários (disponibilidades) e assemelhados, que
deveriam ser expressos em termos de entradas esperadas de caixa, ajustadas pelo prazo
de espera de recebimento, sempre que relevante, e os itens não monetários que são os
inventários, instalações e equipamentos, investimentos de longo prazo e ativos deferidos.
20 20

Tais ativos seriam tipicamente determinados ou avaliados pelo custo de aquisição ou algum
conceito derivado.
Verifica-se que de todas as teorias para a mensuração dos ativos, se encontra a
vontade de que a avaliação represente a melhor quantificação possível dos potenciais de
serviços que o ativo apresenta para a entidade.

Pode-se dar como exemplo o empresário que opta pela compra de uma máquina.
Assim, escolheu determinada estrutura patrimonial entre várias possibilidades. Supõe-se
que as receitas liquidas esperadas no fim de cada ano sejam da seguinte ordem:

- Primeiro ano - $ 500.000,00


- Segundo ano - $ 800.000,00
- Terceiro ano - $ 350.000,00
- Quarto ano - $ 220.000,00

O valor da aquisição é de $ 1.500.000,00 e espera-se vender a máquina no fim de


sua vida útil (no fim do quarto ano) por $ 300.000,00. O plano não prevê reposição de
fatores e extingue-se no fim do quarto ano. A taxa adequada de desconto escolhida foi de
12% a.a.

O valor subjetivo da máquina, dado pelo valor atual das receitas liquidas futuras, é:

$ 500.000,00 $ 800.000,00 $ 350.000,00 $ 520.000,00


VS = _____________ + ___________ + ___________ + ____________
___ 1,12 (1,12)2
_____ (1,12)3
_____ ____(1,12)4
VS = $ 446.428,57 + $ 637.755,10 + 249.123,08 + 330.469,41
VS = $ 1.663.776,00

Nota-se que o valor subjetivo no momento zero é superior ao valor de aquisição do


equipamento, o qual, em caso contrário, não seria adquirido, dada a taxa de retorno
desejada de 12% a.a.

Como disse IUDÍCIBUS (2000: 133):

“Uma das críticas mais freqüentes ao método de avaliação individual é que vários
ativos contribuem, conjuntamente, para a produção de fluxos de receitas liquidas,
sendo difícil determinar a contribuição individual de cada ativo e, mesmo que
possível, a soma dessas contribuições individuais não seria igual ao valor dos
ativos como um todo, em virtude dos fatores intangíveis não individualizados
(organização etc.) que provocam uma receita liquida maior (ou menor) que a soma
21 21

das contribuições individuais. Uma fórmula interessante de reconciliar as duas


posições foi a idealizada por Eliseu Martins, que consiste basicamente em avaliar
a empresa como um todo pelo processo descontado e, em seguida, avaliar cada
ativo por sua contribuição individual. A diferença seria o goodwill, positivo ou
negativo.”

Como verificou-se, essas mensurações baseadas em fluxos descontados tem,


entretanto, algumas limitações derivantes da dificuldade da escolha de uma taxa adequada
de juros e outros fatores subjetivos.

Na verdade, o ativo, sua conceituação e avaliação configuram-se, talvez, como o


capítulo mais importante da teoria contábil. É extremamente relevante conceituar bem o
ativo, em suas características básicas, pois muitos problemas na prática brasileira contábil
derivam de aceitação sem discussão das classificações legais, sem terem sido atentados
para o significado intrínseco de cada ativo.

Portando pode-se dizer que a característica fundamental do ativo é sua capacidade


de prestar serviços futuros de produção, capazes de se transformar, direta ou indiretamente
em uma promessa futura de caixa. No que se refere à avaliação, a forma conceitual que
mais se aproxima seria sua mensuração a valores atuais de fluxos descontados futuros de
caixa. Entretanto, esta metodologia, apesar de seus méritos conceituais e das luzes que
insere na questão do ativo, apresenta algumas dificuldades de ordem prática para poder ser
geralmente utilizada, na prática, no estágio atual.

Mesmo que a prática venha a aconselhar uma conceituação mista para a avaliação
dos ativos, o contabilista levará muita vantagem se tiver entendido bem o sentido profundo
do que vem a ser o ativo e de suas formas principais de avaliação.

3.2.3.b Passivo

Para as exigibilidades monetárias, o valor de balanço deveria ser determinado pelo


valor presente dos mandantes a serem pagos no futuro. Entretanto, no que se refere às
exigibilidades a curto prazo, se o montante do desconto não for relevante, poderiam ser
deixadas pelo valor nominal. É preciso notar, todavia, que, se pudermos pagar as
exigibilidades anteriormente ou na data do vencimento, com o desconto, o valor atual da
alternativa de menor valor deverias ser o valor corrente das exigibilidades. No caso de
exigibilidade de longo prazo, o valor do desconto é normalmente relevante e, a rigor, o valor
presente de tais vencimentos futuros deveria ser calculado.
22 22

Usualmente, deveria existir uma data conhecida de vencimento da exigibilidade ou a


expectativa de que o pagamento será requerido em algum momento específico de tempo,
embora o exato momento não seja conhecido no presente.

3.2.3.c Resumo

SVEIBY (1997), preocupado com o aspecto de uma importante riqueza das


empresas que não se encontra evidenciada nos relatórios contábeis tradicionais, propõe a
inclusão de um novo grupo de itens patrimoniais. Segundo o autor, a contabilidade está
concentrada exclusivamente nos capitais físicos e monetários, ignorando um dos capitais
mais relevantes dos empreendimentos contemporâneos, ou seja, o capital intelectual.

A ilustração a seguir pretende sintetizar os conceitos concebidos por SVEIBY (1997).


Ela evidencia uma parte visível (contas geralmente expostas nas demonstrações contábeis)
e outra submersa, constituída pelo capital intelectual.

Figura 9 – Demonstrativo de Ativos “Visíveis” / “Invisíveis”


Ativos “Visíveis” Passivos “visíveis”
Caixa Dívidas de Curto
Prazo
Contas a receber Exigível a longo
prazo
Ativos Patrimônio
Permanentes Liquido (visível)

Estrutura Passivo
Externa (invisível)
Estrutura Interna Patrimônio
Liquido (invisível)
Competência
das pessoas

Ativos “Invisíveis” Passivos “Invisíveis”


Fonte: SVEIBY

3.2.4. Goodwill

Não espera-se esgotar o assunto sobre a abordagem do Goodwill neste trabalho.


Esta matéria tem sido a atenção de estudiosos há muito tempo, e consenso praticamente é
uma exceção da regra. IUDÍCIBUS (2000:211) considera o Goodwill “um assunto dos mais
complexos em Contabilidade”, por isso não será tratado sua evolução história nem se
23 23

aprofundará nesta matéria. Objetiva-se aqui a estudar alguns conceitos e com exemplos
aprofundar-se no conhecimento.

3.2.4.a Conceito

Para IUDÍCIBUS (2000:211), o Goodwill tem sido considerado sobre tripla


perspectiva:

“1. Como o excesso de preço pago pela compra de um empreendimento ou


patrimônio sobre o valor de mercado de seus ativos líquidos;
2. nas consolidações, como o excesso de valor pago pela companhia-mãe por sua
participação sobre os ativos líquidos da subsidiária; e
3.como o valor atual dos lucros futuros esperados, descontados por seus custos
de oportunidade.”

Pelo exposto, verifica-se que o item 1 e 2 são registrados na Contabilidade, enquanto


o de tipo 3, origina-se de expectativas subjetivas sobre a rentabilidade futura do
empreendimento.

Pelo aspecto conceitual do Ativo, Goodwill para MARTINS (1972:78):

“tem sido genericamente aceito como o fruto da existência de diversos fatores que
a Contabilidade não aceita formalmente como o elemento do Ativo, quer sejam ele
a organização interna da empresa, o bom relacionamento com o empregados, a
condição monopolística, a localização da firma, ou outros quaisquer.”

Pelo exposto verifica-se que vários são os motivos para o surgimento do Goodwill, e
pode-se classificar o mesmo em: comercial, industrial, financeiro, político, pessoal,
profissional, “capital intelectual” numa notação mais recente, nome ou marca etc. Desta
maneira, CANNING apud por Martins (1972:63), entende que:

“Cada elemento componente do ativo possui um certo valor também econômico.


Mas nem todos os elementos, recursos, direitos e fatores que possuem valor
econômico são facilmente identificáveis. Por isso o “Goodwill” representa tão
somente o valor agrupado desses elementos que tem em comum a única
característica: dificuldade de sua individualização.”

Verifica-se então a dificuldade de avaliação do valor econômico de cada ativo, o que


se dirá então da dificuldade de mensuração do valor econômico da junção de diversos
ativos? Visando responder a essa pergunta, MARTINS (1972:46-47) nos próximos sete
parágrafos nos trouxe um exemplo simples e objetivo:
24 24

“Consideremos exemplificadamente o caso de um profissional que, para prestar


seus serviços, necessite de equipamentos, como o caso de um mecânico que
efetua consertos. Se esse profissional possuir apenas um equipamento “A” (torno,
por exemplo), terá ele oportunidade de efetuar diversos trabalhos; isso dará um
certo resultado econômico a tal equipamento, digamos de “X”.

Se possuir ele, por outro lado, apenas o equipamento “B” (aparelho de solda, por
exemplo), provavelmente terá um resultado econômico “Y”; e este pode ser igual
ou diferente de “X”.
Mas se tiver ambos os equipamentos, poderá prestar os serviços que necessitem:

a) só do equipamento “A”;
b) só do equipamento “B”;
c) de “A” e de “B”.

Dependendo das circunstancias, tais como o mercado para cada uma das
alternativas, capacidade e qualidade dos equipamentos etc., várias coisas podem
acontecer. Primeiro, talvez o profissional possa conseguir, com a existência dos
dois equipamentos, serviços que demandem o uso de ambos, e que de outra
maneira não lhe viriam às mãos. E isso pode provocar um resultado econômico
total de “z” maior do que a soma dos resultados isolados “X” e “Y”.

Segundo, talvez a diversidade dos serviços diminua a eficiência do profissional


nessa hipótese da existência de ambos os equipamentos; ou então poderia ele
Ter custos adicionais superiores à receita marginal obtida. E poderia Ter, por esse
motivo, um resultado econômico total de “W”, menos que (X + Y).

E, finalmente, poderia haver coincidência de existir um resultado do econômico


total de “V” exatamente a soma de “X” e “Y”.

A única conclusão a que podemos chegar é que o Valor Econômico do Ativo Total
nem sempre corresponde à soma dos Valores Econômicos de cada um dos seus
elementos componentes.”

Observa-se então a falta de consenso entre os estudiosos. Isso ocorre nas duas
partes que deveriam ser combinadas, ou seja:

1. sobre as opções para dimensionar a empresa em sua totalidade; e


2. sobre as opções para dimensionar os itens individuais.

Para MARTINS (2001:125) “o Goodwill difere dos demais ativos identificáveis e


separáveis, que podem ser transacionados individualmente, pois ele tem sua existência
vinculada à empresa, dela não podendo ser separado e vendido.” E nesse aspecto que
pode-se perceber o nível de complexidade ao estudo do Goodwill.

3.2.4.b Aspecto Contábil

Verificou-se que a contabilidade tem notado a existência do Goodwill. Mas, na


prática, só o tem reconhecido quando uma entidade adquire parte ou a totalidade de uma
outra. E isso sucede em inúmeras situações como segue:
25 25

1. quando uma pessoa física adquire parte de uma empresa, pagando um valor em
excesso ao que seria o valor proporcional dessa quota, caso mensurada pelo seu valor
contábil ou pelo valor de mercado dos elementos individuais componentes do seu Ativo
Contábil;
2. quando um entidade adquire ativos de uma outra, pagando pelo total um valor superior
com relação à soma dos valores individuais (de mercado) de cada um dos seus
elementos;
3. quando uma entidade adquire uma parte ou o todo do Patrimônio líquido de uma outra, e
esse aquisição é feita por um valor maior do que o da diferença entre a soma dos
valores individuais dos elementos do Ativo Contábil e a soma dos valores individuais dos
do Passivo.

No item 1 existem um Goodwill que é reconhecido apenas na contabilidade pessoal


do adquirente. Nos demais itens o reconhecimento aparece apenas na escrituração contábil
da entidade adquirente. Depois da aquisição

3.2.4.c Vantagens

Se direcionarmos o Goodwill como o resíduo de valor não identificável, verificável na


conciliação entre os valores global e dos itens do patrimônio de uma entidade. Pode-se dizer
que esta característica é tida como muito importante no que se refere à identificação das
expectativas de geração de riqueza. Pode ser que essa seja a informação mais desejada
pelos proprietários, gestores e usuários externos das demonstrações contábeis.

O grande esforço que esta sendo feito no estudo do “Capital Intelectual”, nada mais
representa do que a tentativa de conseguir explicar as parcelas desse intangível. Sendo
assim, cada vez mais aumenta o número de empresas que tem no Goodwill seu maior
elemento patrimonial. Daí a necessidade de sua mensuração, da identificação de suas
origens (até onde possível) e a determinação de sua possível vida útil econômica.

3.2.4.d Desvantagens

O Goodwill pode constituir-se num repositório de valores associados a


diversos outros itens patrimoniais, dificultando uma análise proveitosa dessa informação.
Por isso, aspectos importantes podem permanecer camuflados, tornando a gestão menos
efetiva.
26 26

Do ponto de vista dos conceitos da objetividade e praticabilidade, o Goodwill pode


ser bastante questionável, dependendo das opções de avaliação adotadas. Parece existir
uma relação inversa entre eles e a utilidade. Isso que dizer que, quando mais úteis são as
informações, mais subjetivas e difíceis de serem obtidas.

Observa-se também que o seu valor (no tocante a utilidade), pode ser questionado
se não for observado os conceitos usados para as avaliações dos itens individuais e da
empresa como um todo e do rigor da análise sobre o Goodwill.
4

ESTUDO DE CASO

4.1. Descrição do Caso

O caso refere-se a uma empresa de prestação de serviços contábeis situada na


capital de São Paulo. Seu nome e os valores serão alterados por uma questão de sigilo de
seus proprietários.

4.1. Informações da Empresa

DADOS CADASTRAIS

Razão Social SS Organização Contábil SC Ltda.


Forma Jurídica Sociedade Civil
Endereço Rua Eduardo, 52 – Tremenbé
Telefone 6203-7742
Site Www.ss.com.br
E-mail ss@ss.com.br
Fundação Julho de 1968
Registro CRC/SP 2SP004299/0-5

QUADRO SOCIETÁRIO
NOME PARTICIPAÇÃO
Elimar da Silva 50%
Edmilson da Silva 50%
28 28

DESCRIÇÕES DAS ATIVIDADES DE EXECUÇÃO

➢ Desenvolvimento de Demonstrativos Contábeis Gerenciais e Fiscais


➢ Planejamento Tributário
➢ Desenvolvimento de todos relatórios e impostos para Municípios, Estado e
Federação.
➢ Desenvolvimento de todos relatórios e obrigações inerentes ao Departamento
Pessoal

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DE ASSESSORIA

➢ Departamento Próprio para elaboração de contratos e alterações, bem como


solicitação de Certidões junto aos órgãos Federais, Estaduais e Municipais.
➢ Esclarecimentos sobre Legislação Contábil, Fiscal e Trabalhista através de telefones
ou visitas programadas com profissionais treinados e atualizados.
➢ Atendimento a Fiscalizações na própria empresa como também em Postos de
Fiscalização
➢ Acompanhamento em todo processo de desligamento de funcionário através de
acerto rescisório em nosso escritório ou em Sindicatos e Delegacias do Trabalho
➢ Atendimento Semanal através de nosso representante para fins de entregar e retirar
documentos e outros
29 29

4.2. Patrimônio da Empresa

Foi verificado que a empresa em 30/06/2002 possuía os seguintes dados:

Balanço Patrimonial

SS Organização Contábil S/C Ltda.


ATIVO R$ PASSIVO R$
Circulante Circulante Exigível a
Curto Prazo
Caixa 186,60 Obrigações Fiscais e 1.936,09
Trabalhistas
Banco 1.815,00 Fornecedores 1.550,00
Clientes 2.550,00 Patrimônio Líquido
Permanente Capital Social 5.000,00
Imobilizado 10.550,00 Lucros Acumulados 1.720,02
Depreciação e Prejuízo Acumulado (530,39)
Amortização (6.215,51)
Prejuízo Líq. Demonst.
Resultado do Período (789,63)
Total do Ativo 8.886,09 Total do Passivo 8.886,09

• Comentários:
O Balanço acima demonstra que a empresa vem demonstrando constantes maus
desempenhos “prejuízos acumulados”, o que deixa transparecer uma má administração de
suas operações.
30 30

D.R.E
SS Organização Contábil S/C Ltda.
Receita Bruta de Serviços 35.910,10
Impostos incidentes s/ serviços (1.310,72)
(=) Receita Líquida 34.599,38
(-)Despesas Operacionais
Remuneração a dirigentes Pró-Labore (6.000,00)
Despesa C/Pessoal (13.149,13)
Encargos Sociais (7.493,14)
(-)Despesas Gerais Administrativas
Alugueis (5.100,00)
Condomínios (1.110,00)
Telefone (337,32)
Energia Elétrica (254,16)
Material de Escritório (399,30)
Refeições e Lanches (254,90)
(-)Despesas Gerais Financeiras
Juros e Multas s/Impostos (0,42)
(-)Impostos. Taxas e Contribuições
Imposto predial e territorial (195,96)
Contribuição Sindical Patronal (39,68)
(-)Depreciação e Amortização
Depreciação (1.055,00)
(=) Prejuízo Operacional (789,63)

• Comentários:
Conforme a Demonstração de Resultados acima:
A empresa está passando por um desajuste operacional, pois 77% da sua receita
líquida está comprometida com o pagamento de salários, pró labore e encargos e mais
quase 18% está comprometido em aluguel e condomínio.
31 31

DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA-MÉTODO DIRETO


Fluxo de Caixa Proveniente : $
baixa
1.Dasproveniente
Atividades Operacionais

Recebimento de:
Clientes 35.910,10
Receitas Financeiras 0,00

Pagamento de:
Impostos e contribuições (1.546,36)
Salários e encargos (26.642,27)
Devedores diversos (7.456,10)
Acréscimo de caixa originado das atividades operacionais (265,37)
2.Das atividades de investimentos

Receita da venda de:


Imobilizado 0,00

Aquisições de :
Imobilizado (1.550,00)

Diminuição de caixa originada das atividades de investimentos (1.550,00)

3.Das atividades financeiras

Integralização de Capital 0,00


Novos empréstimos e financiamentos 0,00
Dividendos pagos 0,00

Acréscimo de caixa originado das atividades financeiras 0,00

1+2+3 = Decréscimo de caixa no período (1.284,63)

+ Saldo Inicial 3.286,23

= Saldo Final 2.001,60

• Comentários
Analisando a DFC referente ao período encerrado em 30/06/2002, pode-se dizer
que: a geração de caixa pelas atividades operacionais foi positiva. Isto significa que a
empresa teve capacidade suficiente de geração de caixa para suprir seus gastos
operacionais. Houve uma defasagem de recursos pela aquisição de um computador.
32 32

4.3. Fatores Não-Mensuráveis

Fatores Descrição / Fator Valor para o


Quantidade Multiplicador Comprador R$
Tempo de Empresa 32 anos 0 0,00
Motivo da Venda Aposentadoria 0 0,00
Rentabilidade (789,63) 10 (7.896,30)
Custo Reposição Funcionários 2.191,52 4 (8.766,09)
Competência Funcionários 2.191,52 6 13.149,12
Localização Tremembé / 0 0,00
Capital
Potencial de Crescimento 10% ano 71.820,00 7.182,00
Concorrência / Perca 20% 71.820,00 (14.364,00)
Tecnologia Software Prosoft 0 0,00
Clientes Ativos 110 100 11.000,00
Clientes Ocasionais 20 25 500,00
Faturamento Mensal 5.985,02 10 59.850,16
Nome / Marca SS 0 0,00
Valor Subjetivo Total 60.654,89

4.4. Fixação do Preço

Inicialmente o vender havia solicitado 10 (dez) vezes o faturamento bruto mensal, ou


seja, R$ 59.850,16. Após estudo um pouco mais detalhado o escritório comprador aceitou a
proposta e adquiriu o escritório com todos os seus equipamentos, funcionários por R$
60.000,00.
5

CONCLUSÃO

O objetivo deste trabalho foi o de se efetuar uma análise dos métodos e teorias
contábeis hoje existentes que podem ajudar na avaliação do preço total de uma empresa.
Com este estudo pode se concluir diversos pontos, conforme segue:

• É impossível chegar no valor correto de uma empresa, apenas podemos nos


aproximar do valor “justo”;
• Não é possível analisar e decidir o valor de uma empresa apenas analisando sua
contabilidade, devemos observar os fatores Não-Mensuráveis e subjetivos da
mesma;
• A contabilidade tradicional é, e sempre será a base inicial de qualquer estudo para
avaliação de empresa, portando fica inviável uma avaliação sem a mesma;
• Não existe método ideal, mas deve-se analisar a empresa sob a ótica dos diversos
métodos, pondera-los e, assim apurar um valor justo;
• Um método de avaliação não substitui o outro, eles apenas se complementam;
• O método de “Fluxo de Caixa Descontado”, cientificamente parece ser o mais aceito,
mas tem dificuldade de aplicabilidade nas médias e pequenas empresas;
• Na era do conhecimento os valores intangíveis superam em muito os valores
tangíveis da empresa, como pudemos analisar no estudo de caso;

Conclui-se também que a divergem de opiniões dos diversos estudiosos no assunto


do Goodwill demonstra a dificuldade que o mesmo apresenta. Mas de qualquer maneira o
seu estudo no abre um leque de possibilidades e raciocínio muito amplo.

Concluiu-se finalmente que o profissional contábil precisa ter maior conscientização


para o seu verdadeiro papel, qual seja: fornecer informações úteis e oportunas, de forma a
auxiliar o usuário em seu processo de decisão, por meio da aplicação de modelos que
34 34

propiciem, aos empreendedores das diversas empresas, informações claras, objetivas e


eficientes para se chegar a valor mais próximo e justo da empresa.
6

BIBLIOGRAFIA

FILHO, Fábio Oliveira. Avaliação de Empresas Contábeis. São Paulo: 2001 Painel Técnico
da XVIII Encontro das Empresas de Serviços Contábeis do Estado de São Paulo.

FRANCO, Hilário. Contabilidade Geral. São Paulo: Editora Atlas, 1989.

GITMAN, Lawrence Jeffrey. Princípios de Administração Financeira. São Paulo: Editora


Harbre, 1984

HORNGREN, Charles T. Introdução a Contabilidade gerencial. Rio de Janeiro: Editora


Prentice-hall do Brasil, 1985

IUDÍCIBUS, Sérgio d. Teoria da Contabilidade. São Paulo: Editora Atlas, 2000

MARTINS, Eliseu. Avaliação de Empresas: Da Mensuração Contábil à Econômica. São


Paulo: Editora Atlas, 2001.

_______________. “EBITIDA”: O que é isso? IOB, São Paulo, Boletim 6/1998, 1998,
Temática contábil, p. 1-7

_______________. Avaliando a empresa (I). IOB, São Paulo, Boletim 10/98, 1998 ª Temática
Contábil, p. 1-6
36 36

_______________. Contribuição à avaliação do ativo intangível. Dissertação de Doutorado


apresentada à Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da
universidade de São Paulo, 1972

SVEIBY, K.E. The new organizational wealth: managing and measuring knowledge-based
assets. San Francisco : Berrett-Koehler, 1997

VIEIRA, Celso Prado. Como Vender sua Empresa com Sucesso. Rio de Janeiro: Editora
Campus, 2000.

Você também pode gostar