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FUNDAMENTOS DE ENGENHARIA DE

PETRÓLEO

Prof. Dr. Eliezer Ladeia Gomes


2º semestre de 2016
Universidade Federal de São Paulo
Setor de Engenharia Química

AULA 3B - Continuação

Leia Bíblia: “Faze para ti uma arca da madeira


de gofer; farás compartimentos na arca e a
betumarás por dentro e por fora com betume”.
Gênesis 6:14
4.4. FLUIDOS DE PERFURAÇÃO
4.4. FLUIDOS DE PERFURAÇÃO
4.4. FLUIDOS DE PERFURAÇÃO
4.4. FLUIDOS DE PERFURAÇÃO

 São misturas complexas de sólidos, líquidos,


produtos químicos e, algumas vezes, gases.
 Dependendo do estado físico dos componentes, do
ponto de vista químico os fluidos podem
apresentar aspectos de:
 Suspensão
 Dispersão coloidal
 Emulsão

 Os fluidos devem ser especificados de forma a


garantir uma perfuração estável e segura.
4.4. FLUIDOS DE PERFURAÇÃO
 É desejável que o fluido apresente as seguintes
características:
 Ser estável quimicamente;
 Estabilizar as paredes do poço, mecânica e quimicamente;
 Facilitar a separação dos cascalhos na superfície;
 Manter os sólidos em suspensão quando estiver em
repouso;
 Ser inerte em relação a danos às rochas produtoras;
 Aceitar qualquer tratamento físico e químico;
 Ser bombeável;
 Apresentar baixo grau de corrosão e abrasão em relação à
coluna de perfuração e demais equipamentos de circulação;
 Facilitar interpretações geológicas do material retirado do
poço;
 Apresentar custo compatível com a operação.
4.4. FLUIDOS DE PERFURAÇÃO

 Funções do fluido de perfuração


 Limpar o fundo do poço dos cascalhos gerados pela
broca e transportá-los até a superfície;
 Exercer pressão hidrostática sobre as formações, de
modo a evitar o influxo de fluidos indesejáveis (kick) e
estabilizar as paredes do poço;
 Erodir a frente de perfuração;
 Resfriar e lubrificar a coluna de perfuração e a broca.
4.4. FLUIDOS DE PERFURAÇÃO
4.4.1. PROPRIEDADES DOS FLUIDOS DE PERFURAÇÃO
 Propriedades:
 Físicas: genéricas e são medidas para qualquer fluido:
 Densidade
 Pressão de poros (pressão de fluido no espaço poroso da rocha) =
limite mínimo
 Pressão de fratura (pressão na qual a rocha fratura) = limite máximo

 Parâmetros reológicos
 Perdas de carga na tubulação

 Velocidade de transporte de cascalhos

 Forças géis (inicial e final)


 Alguns fluidos são tixotrópicos (estado semi-rígido em repouso e
estado de fluidez quando em movimento)
 É a força que indica o grau de gelificação devido à interação elétrica
entre as partículas dispersas.
 Parâmetros de filtração
 Reboco ou torta

 Filtrado

 Teor de sólidos
 Deve ser mínimo. Implica em modificação de outros parâmetros
físicos
 Alto teor de sólidos está relacionado à desgaste de equipamentos e
danos à coluna de perfuração.
4.4.1. PROPRIEDADES DOS FLUIDOS DE PERFURAÇÃO
 Propriedades:
 Químicas: mais específicas e são determinadas para distinguir certos tipos de fluidos:
 pH

 Mantido entre 7 e 10 com o objetivo de reduzir a taxa de corrosão de equipamentos e

evitar a dispersão das formações argilosas.


 Alcalinidades

 Considera espécies carbonatos (CO3--) e bicarbonatos (HCO3-) dissolvidos no fluido

além das hidroxilas


 Alcalinidade parcial do filtrado

 Alcalinidade da lama

 Alcalinidade total do filtrado

 Teor de cloretos ou salinidade

 Titulação de íons cloreto (NaCl equivalente)

 São usados para:

 Identificar o teor salino da água de preparo do fluido

 Controlar a salinidade de fluidos inibidos com sal

 Identificar influxos de água salgada

 Identificar a perfuração de uma rocha ou domo salino

 Teor de bentonita* ou de sólidos ativos

 Teste azul de metileno (MBT) para indicar quantidade de sólidos ativos ou


bentoníticos
 Mede a capacidade de troca de cátion (CTC) das argilas e sólidos ativos.

 Excesso de cal (determinada nos fluidos tratados por cal hidratada)

 Teor de Ca e Mg

 Concentração de H2S

 Concentração de K (testada nos fluidos inibidos por gesso**)


4.4.2. CLASSIFICAÇÃO DOS FLUIDOS DE PERFURAÇÃO

 Baseada em sua composição


 Principal fase contínua ou dispersante
 Líquidos
 Base de Água

 Base de Óleo

 Mistura Gás-Líquido

 Gás

 Base de Ar ou Gás (N2)


4.4.2. CLASSIFICAÇÃO DOS FLUIDOS DE PERFURAÇÃO

a) Fluidos à base de água


 Considera principalmente a natureza da água e os aditivos
químicos empregados na preparação do fluido;
 A proporção entre os componentes básicos e as interações
entre eles provoca sensíveis modificações nas propriedades
físicas e químicas do fluido;
 Composição  controle das propriedades;
 Água é a fase contínua principal
 Doce = salinidade  1000 ppm de NaCl equivalente;
 Salgada = salinidade  1000 ppm de NaCl equivalente (água do mar ou
salgada com a adição de NaCl, KCl ou CaCl2);
 Dura = presença de Ca e Mg dissolvidos (altera o desempenho dos
aditivos químicos);
 A principal função da água é prover o meio de dispersão
para os materiais coloidais;
 Os fatores a serem considerados na seleção da água de preparo
são:
 Disponibilidade
 Custo de transporte e tratamento
 Tipos de formações geológicas
 Produtos químicos que comporão o fluido
4.4.2. CLASSIFICAÇÃO DOS FLUIDOS DE PERFURAÇÃO

 Composição do fluido à base de água


 80% de água com diferentes salinidades
 6% óleo diesel (lubricidade)
 6% de sólidos de alto peso específico – ADENSANTES.
 5% de sólidos inativos de baixo peso específico –
aumentam viscosidade e densidade
 3% sólidos ativos (afetados pela presença de água) de
baixo peso específico – VISCOSIFICANTES
4.4.2. CLASSIFICAÇÃO DOS FLUIDOS DE PERFURAÇÃO

b) Fluidos à base de óleo


 Quando a fase contínua ou dispersante é constituída
por uma fase óleo, geralmente de hidrocarbonetos
líquidos.
 Pequenas gotículas de água ou de solução aquosa
constituem a fase descontínua desses fluidos.
 Sólidos coloidais (orgânicos ou inorgânicos) podem
compor a fase dispersa.
 Os fluidos podem ser emulsões água/óleo (teor de
água  10%) ou emulsão inversa (teor de água de 10%
a 45%).
4.4.2. CLASSIFICAÇÃO DOS FLUIDOS DE PERFURAÇÃO

 Características dos fluidos à base de óleo


 Devido ao alto custo inicial e grau de poluição, os fluidos à
base de óleo são empregados com menor frequência do que
os fluidos à base de água.
 Possuem grau de inibição elevado em relação às rochas
ativas (que interagem quimicamente com o fluido de
perfuração).
 Baixíssima taxa de corrosão.
 Grau de lubricidade elevado.
 Baixíssima solubilidade de sais inorgânicos.
 Propriedades controláveis até  260 oC.
 Nos últimos anos muitos progressos têm sido alcançados
em relação à pesquisa de novos sistemas à base de óleo,
como óleos minerais e sintéticos, menos poluentes do que o
óleo diesel.
4.4.2. CLASSIFICAÇÃO DOS FLUIDOS DE PERFURAÇÃO

 Composição do fluido à base de óleo


 54% óleo diesel
 30% água
 9% sólidos de alto peso específico
 4% CaCl2 ou NaCl – inibidor de argilas
 3% sólidos de baixo peso específico – aditivos de
fluido.
4.4.2. CLASSIFICAÇÃO DOS FLUIDOS DE PERFURAÇÃO

c) Fluidos à base de ar
 Quando ar ou gás, como um todo ou em parte, é usado
como fluido circulante na perfuração rotativa.
 Recomendados em zonas com perda de circulação
severas e formações produtoras com pressão muito
baixa ou com grande susceptibilidade a danos.
 Recomendados em formações muito duras como o
basalto ou o diabásio e em regiões com escassez de
água ou regiões glaciais com camadas espessas de
gelo.
 Perfuração com ar puro: (ar comprimido ou
nitrogênio) aplicação limitada a formações que não
produzam elevadas quantidades de água, nem
contenham hidrocarbonetos.
4.4.2. CLASSIFICAÇÃO DOS FLUIDOS DE PERFURAÇÃO

 Perfuração com névoa: uma mistura de água


dispersa no ar é empregada quando são encontradas
formações que produzam água em quantidade
suficiente para comprometer a perfuração com ar
puro.
 Em geral é executada em conjunto com a perfuração com ar.
 Perfuração com espuma: é uma dispersão de gás
em um líquido, com a fase contínua constituída por
um filme delgado de uma fase líquida estabilizada
através de um tensoativo chamado espumante.
 O emprego é justificado quando se necessita de uma
eficiência elevada de carreamento de sólidos, uma vez que
ela apresenta alta viscosidade.
4.5. OPERAÇÕES NORMAIS DE PERFURAÇÃO

 Durante a perfuração de um poço, que se


caracteriza pela aplicação de peso e rotação na
broca enquanto circula o fluido de perfuração,
uma série de operações desempenham papel
importante no processo.
 Alargamento e repassamento
 Conexão, manobra e circulação
 Revestimento do poço
 Cimentação do poço
 Perfilagem
 Movimentação da sonda
4.5.1. ALARGAMENTO E REPASSAMENTO

 Esta operação consiste em reperfurar o poço com


uma broca de diâmetro maior que a utilizada
para a sua perfuração.
 Para economizar tempo é possível que as
operações de perfuração e alargamento sejam
feitas simultaneamente com um alargador
posicionado acima da broca.
 Repassamento = caracteriza-se por baixo peso e
baixa rotação na broca para evitar seu desgaste
prematuro.
4.5.2. CONEXÃO, MANOBRA E CIRCULAÇÃO
 Quando o topo do kelly (ou o motor, no caso do top drive) atinge a mesa rotativa,
é necessário acrescentar um novo tubo de perfuração da coluna.
 Figura a: tubo a ser conectado é colocado em local apropriado junto à mesa rotativa;
 Figura b: Eleva-se o kelly até o primeiro tubo de perfuração aparecer e coloca-se a
cunha na coluna para que seu peso fique sustentado pela mesa rotativa. Desconecta-se
o kelly da coluna e o conecta ao tubo de perfuração a ser adicionado;
 Figura c: eleva-se o conjunto kelly-tubo de perfuração e o conecta novamente à coluna;
 Figura d: Retira-se a cunha e desce-se a coluna até o kelly encaixar na mesa rotativa
e volta-se a perfurar.
 No caso do top drive a operação é semelhante.
4.5.2. CONEXÃO, MANOBRA E CIRCULAÇÃO

 Retirada da coluna se faz elevando-se a coluna e colocando a


cunha para que o seu peso seja sustentado pela mesa rotativa.
 Desconecta-se a seção (geralmente 3 tubos) e a estaleira do
mastro (Figura 4.36). A descida é uma operação idêntica na
sequência inversa.
 Circulação: manter a broca pouco acima do fundo do poço e
apenas circular o fluido de perfuração para remover os
cascalhos do espaço anular. É feita antes de executar a
manobra, perfilagem ou descida do revestimento.
4.5.2. CONEXÃO, MANOBRA E CIRCULAÇÃO

Observar:
1) OPERAÇÃO:
Retirada de tubo
de perfuração
2) Mesa rotativa;
3) Cunha para DP;
4) Tubo de
perfuração (forma
e conexão);
5) Operadores e
equipamentos de
segurança;
6) Chave flutuante;
7) Desrosqueamento
do tubo;
8) Engate de
proteção do tubo.
4.5.3. REVESTIMENTO DE UM POÇO DE PETRÓLEO

 Revestimento de poços: total ou parcialmente


para proteger suas paredes.
 Antigamente: alvenarias, madeira tubos de ferro
fundido
 Hoje: revestimento constituído de tubos de aço
especial.
 Poço é perfurado em fases
 Depende das características das zonas a serem
perfuradas;
 Profundidade final prevista;
 Geralmente são 3 ou 4 fases, podendo chegar a 8 em
certos casos.
 Cada uma das fases é concluída com a descida de
uma coluna de revestimento e sua cimentação
(Figura 4.37)
4.5.3. REVESTIMENTO DE UM POÇO DE PETRÓLEO

 Revestimento do poço é uma das parcelas mais


expressivas do custo de perfuração de um poço.
 15 a 20% no mar
 50% em terra

 Número de fases e comprimento das colunas de


revestimento
 Função das pressões de poros e de fraturas previstas
 Estes parâmetros indicam o risco de prisão da coluna por
diferencial de pressão, ocorrência de kicks, desmoronamento
das paredes do poço ou perda do fluido de perfuração
para as formações.
 A composição da coluna é função das solicitações
previstas durante sua descida no poço e ao longo de
sua vida útil.
 API => normas e padrões para produção e manuseio de
tubos de revestimento.
4.5.3. REVESTIMENTO DE UM POÇO DE PETRÓLEO

a) Funções das colunas de revestimento


 Prevenir o desmoronamento das paredes do poço;
 Evitar contaminação da água potável dos lençóis freáticos
mais próximos à superfície;
 Permitir o retorno do fluido de perfuração à superfície;
 Prover meios de controle de pressões dos fluidos;
 Permitir a adoção de sistema de fluido de perfuração
diferente;
 Impedir a migração de fluidos das formações;
 Sustentar os equipamentos de segurança da cabeça de
poço;
 Sustentar outra coluna de revestimento;
 Alojar os equipamentos de elevação artificial;
 Confinar a produção ao interior do poço.
4.5.3. REVESTIMENTO DE UM POÇO DE PETRÓLEO

b) Características essenciais das colunas de


revestimento
 Ser estanque;
 Ter resistência compatível com as solicitações;
 Ter dimensões compatíveis com as atividades futuras;
 Ser resistente à corrosão e à abrasão;
 Apresentar facilidade de conexão;
 Ter a menor espessura possível.
4.5.3. REVESTIMENTO DE UM POÇO DE PETRÓLEO

c) Classificação das colunas


de revestimento
 Condutor
 É o primeiro revestimento
do poço, assentado a
pequena profundidade (10
a 50 m);
 Finalidade: sustentar
sedimentos superficiais
não consolidados;
 Pode ser assentado por
cravação, por jateamento
(no mar) ou por
cimentação em poço
perfurado;
 Diâmetros típicos: 30”, 20”,
13 3/8”.
4.5.3. REVESTIMENTO DE UM POÇO DE PETRÓLEO

 Revestimento de Superfície
 Comprimento entre 100 e 600 m;
 Visa proteger os horizontes
superficiais de água e prevenir
desmoronamento de formações
inconsolidadas;
 Serve como base de apoio para os
equipamentos de segurança de
cabeça de poço;
 É cimentado em toda a sua
extensão para evitar flambagem
devido ao peso dos equipamentos
e revestimentos subsequentes;
 Diâmetros típicos: 20”, 18 5/8”,
16”, 13 3/8”, 10 ¾” e 9 5/8”.
4.5.3. REVESTIMENTO DE UM POÇO DE PETRÓLEO

 Revestimento Intermediário
(não mostrado)
 Comprimento entre 1.000 e 4.000
m;
 Visa isolar e proteger zonas de
alta e baixa pressão, zonas de
perda de circulação, formações
desmoronáveis, formações com
fluidos corrosivos ou
contaminantes de lama;
 É cimentado somente na parte
inferior ou, em alguns casos, num
trecho intermediário adicional;
 É sustentado na superfície por
cunhas apropriadas, apoiadas na
cabeça do poço;
 Diâmetros típicos: 13 3/8”, 9 5/8”
e 7”.
4.5.3. REVESTIMENTO DE UM POÇO DE PETRÓLEO

 Revestimento de
Produção
 Tem a finalidade de
permitir a produção do
poço, suportando suas
paredes e possibilitando o
isolamento entre os vários
intervalos produtores;
 Seu emprego depende da
ocorrência das zonas de
interesse;
 Diâmetros típicos: 9 5/8”,
7”, 5 ½”.
4.5.3. REVESTIMENTO DE UM POÇO DE PETRÓLEO

 Liner
 Coluna curta de revestimento que
é descida e cimentada no poço
visando cobrir apenas a parte
inferior deste, o poço aberto;
 Topo fica ancorado um pouco
acima da extremidade inferior do
revestimento anterior e é
independente do sistema da
cabeça do poço;
 Seu uso é crescente devido à
economia, versatilidade e rapidez
de operação, podendo ser usado
em substituição ao revestimento
intermediário (liner de
perfuração) e ao revestimento de
produção (liner de produção);
 Diâmetros típicos: 13 3/8”, 9 5/8”,
7”, 5 ½”.
4.5.3. REVESTIMENTO DE UM POÇO DE PETRÓLEO

 Tie Back
 Complementação de uma coluna de liner até a superfície,
quando limitações técnicas ou operacionais exigirem
proteção do revestimento anterior;
 Diâmetros típicos: 9 5/8”, 7”, 5 ½”.
4.5.3. REVESTIMENTO DE UM POÇO DE PETRÓLEO

d) Esforços atuantes na coluna e seu


dimensionamento
 Dimensionamento de colunas de revestimento
 Considera resistência mínima que os tubos devem
apresentar para suportar as solicitações de tração, pressão
interna e colapso;
 Estas solicitações são estimadas considerando-se condições
adversas que ocorrerão durante a instalação e vida útil das
colunas;
 Aplicam-se fatores de segurança;
4.5.3. REVESTIMENTO DE UM POÇO DE PETRÓLEO

 Ao se dimensionar uma coluna de revestimento,


os parâmetros considerados são:
 Volume de gás que deve ser considerado como tendo
invadido o poço;
 Pressão de poros da formação a ser perfurada;

 Pressão de fratura da formação a ser perfurada;

 Tipo de fluido que ficará no anular do revestimento e em


seu interior;
 Conhecimento prévio sobre as características da área;

 Possibilidade de perdas de circulação;

 Variações de inclinação do poço;

 Posição do topo do cimento;

 Presença de fluidos corrosivos nas formações, etc ...


4.5.4. CIMENTAÇÃO DE POÇOS DE PETRÓLEO

 Após a descida da coluna de revestimento,


geralmente o espaço anular entre a
tubulação de revestimento e as paredes do
poço é preenchido com cimento, de modo a
fixar a tubulação e evitar que haja migração de
fluidos entre as diversas zonas permeáveis
atravessadas pelo poço, por detrás do
revestimento;
 É realizada basicamente mediante o bombeio de
pasta de cimento e água, que é deslocada
através da própria tubulação de revestimento;
 Após o endurecimento da pasta, o cimento deve
ficar fortemente aderido à superfície
externa do revestimento e à parede do poço,
nos intevalos definidos.
4.5.4. CIMENTAÇÃO DE POÇOS DE PETRÓLEO

a) Tipos de cimentação
 Cimentação primária
 É a cimentação principal, realizada após a descida de
cada coluna no poço.
 A qualidade da cimentação primária geralmente é
avaliada após a cura do cimento por perfis acústicos.
 Objetivo: posicionar uma pasta de cimento íntegra
(água, cimento e aditivos especiais) no espaço anular
de revestimento – formação.
4.5.4. CIMENTAÇÃO DE POÇOS DE PETRÓLEO

 A pasta de cimento é um fluido a ser bombeado até a


sua posição final, e então, em repouso, adquirir
resistência compressiva suficiente para:
 Restringir o movimento de fluidos entre as diferentes
formações atravessadas (por exemplo, zonas de diferentes
pressões, isolar aquíferos, etc.);
 Prover aderência entre o cimento e a formação;

 Prover suporte mecânico para o revestimento.


4.5.4. CIMENTAÇÃO DE POÇOS DE PETRÓLEO

 Cimentação secundária
 Destina-se é utilizada para se fazer correções na
cimentação primária e operações de completação,
como por exemplo:.
 Recimentação de zonas que ficaram com falhas durante a
cimentação primária (recimentação);
 Reparar vazamentos encontrados no revestimento;
 Fechar (tamponar) zonas produtoras canhoneadas
(canhoneios = perfurações realizadas no revestimento), a fim
de eliminar a produção de fluidos indesejáveis.
 Tamponar o poço no caso de abandono do mesmo (operações de
completação e de workover), no combate de perdas de
circulação e desvio de fundo.

 Quando não é possível a circulação da pasta, realiza-se a


compressão de cimento ou squeeze, visando corrigir
defeitos localizados na cimentação primária ou sanar
vazamentos na coluna de revestimento.
4.5.4. CIMENTAÇÃO DE POÇOS DE PETRÓLEO

b) O cimento
 Produzidos a partir de uma mistura de calcário e
argila.
 Composição química de um cimento Portland:
 Cal (CaO) 60 a 67%
 Sílica (SiO2) 15 a 25%
 Alumina (Al2O3) 3 a 8%
 Óxido de Ferro (Fe2O3) 0,5 a 6%

 A composição química é alterada de acordo com as


necessidades físico-químicas de cada zona perfurada
e temperaturas e pressões envolvidas.
4.5.4. CIMENTAÇÃO DE POÇOS DE PETRÓLEO

 Considerando para efeito prático, Cal = C, Sílica = S,


Alumina = A, e óxido de ferro = F, teremos compostos
mais complexos originados da cura do cimento que
têm grandes impactos no processo de cimentação:
 Aluminato tricálcico (C3A): comtrola a pega inicial e o
tempo de endurecimento da pasta. Responsável pela baixa
resistência aos sulfatos (a não ser que o cimento tenha 
3% C3A);
 Ferro-aluminato tetracálcico (C4AF): controla a
resistência à corrosão química do cimento;
 Silicato tricálcico (C3S): controla a resistência inicial do
cimento (até 28 dias). É o composto mais abundante no
cimento;
 Silicato dicálcico (C2S): possui uma baixa resistência
mecânica inicial, porém confere ao cimento um aumento
da resistência no longo prazo.
4.5.4. CIMENTAÇÃO DE POÇOS DE PETRÓLEO

 Classificação do cimento:
4.5.4. CIMENTAÇÃO DE POÇOS DE PETRÓLEO

c) Ensaios com pastas de cimento


 Simulam pressão, temperatura, tempo previsto de operação e
regime de fluxo durante o deslocamento.
 Consitometria ou tempo de espessamento: é o mais importante
por indicar o tempo em que a pasta tem fluidez para ser
bombeada, nas condições de pressão e temperatura do poço.
4.5.4. CIMENTAÇÃO DE POÇOS DE PETRÓLEO

d) Principais aditivos para a cimentação


4.5.4. CIMENTAÇÃO DE POÇOS DE PETRÓLEO
4.5.4. CIMENTAÇÃO DE POÇOS DE PETRÓLEO
4.5.4. CIMENTAÇÃO DE POÇOS DE PETRÓLEO
4.5.4. CIMENTAÇÃO DE POÇOS DE PETRÓLEO
4.5.4. CIMENTAÇÃO DE POÇOS DE PETRÓLEO
e) Acessórios para cimentação
4.5.4. CIMENTAÇÃO DE POÇOS DE PETRÓLEO
4.5.4. CIMENTAÇÃO DE POÇOS DE PETRÓLEO
4.5.4. CIMENTAÇÃO DE POÇOS DE PETRÓLEO
4.5.4. CIMENTAÇÃO DE POÇOS DE PETRÓLEO

f) Sequência operacional de uma cimentação


primária típica
 Montagem das linhas de cimentação;
 Circulação para condicionamento do poço.
Preparação do colchão de lavagem;
 Bombeio do colchão de lavagem;
 Testes de pressão da linha de cimentação,
usualmente feito com as linhas cheias de colchão
de lavagem. As linhas são testadas até uma
pressão superior à máxima pressão prevista
durante a operação;
 Lançamento do tampão de fundo (opcional);
 Mistura da 1ª pasta, mais leve, devendo cobrir o
intervalo programado;
4.5.4. CIMENTAÇÃO DE POÇOS DE PETRÓLEO

 Mistura da 2ª pasta, de maior


densidade e de maior resistência à
compressão que normalmente cobre
100 a 150 m da extremidade inferior
da coluna. É mais cara, mas garante
cimentação mais eficiente da
extremidade inferior;
 Lançamento do tampão de topo;
 Deslocamento com fluido de
operação;
 Pressurização do revestimento para
teste de vedação do tampão de topo.

 Após a pega do cimento é descida a


coluna com a broca para cortar as
partes internas dos acessórios e
condicionar o revestimento. Se
houver prosseguimento da
perfuração, corta-se também o
cimento residual entre o colar e a
broca.
4.5.4. CIMENTAÇÃO DE POÇOS DE PETRÓLEO

g) Compressão de cimento ou squeeze


 Operação muito frequente, com os seguintes
objetivos:
 Corrigir a cimentação primária;
 Tamponar canhoneados em zona produtora, para
reduzir ou eliminar a produção de fluidos
indesejáveis;
 Reparar vazamentos no revestimento.
4.5.5. CIMENTAÇÃO DE POÇOS DE PETRÓLEO

 Compressão da pasta contra rocha


permeável: ocorre um processo de
filtração com deposição de reboco
de cimento na superfície da rocha
e penetração do filtrado nos
poros.
 Squeeze: pasta de cimento
bombeada através da coluna de
produção, sendo deslocada até a
posição desejada para haver
tamponamento hidrostático.
 A pasta é então comprimida em
intervalos regulares,
aumentando-se gradativamente a
pressão.
 Na superfície, o registro na carta
de pressão permite o
acompanhamento da operação.

(APRESENTAR ANIMAÇÃO POÇO


MARITMO)
4.5.5. PERFILAGEM

 Será abordada no cap. 5.


4.5.6. MOVIMENTAÇÃO DA SONDA

 Terminado o poço, é necessário mudar a sonda


para uma nova locação.
 Em terra esta operação é chamada DTM
(desmontagem, transporte, montagem) e
consiste em desmontar a sonda em diversas
partes, transportá-la a uma nova locação por
caminhões ou helicópteros e em seguida, montá-
la.
 No mar, a operação é DMM (desmobilização,
movimentação, mobilização) e consiste na
preparação da UPM (unidade de perfuração
marítima). A movimentação é através de
rebocadores ou por propulsão própria e, em
seguida, seu posicionamento na nova locação.
4.6. OTIMIZAÇÃO DA PERFURAÇÃO
 Escolher parâmetros para uma perfuração econômica
e segura.
 Maiores custos:
 Programa de revestimento;
 Programa de fluido;
 Programa de brocas.

 Principais elementos de interesse:


 Número de fases;
 Tipo e profundidade de assentamento de revestimento;
 Tipo de fluido de perfuração e suas propriedades;
 Tipo de broca, peso e rotação sobre a broca (parâmetros
mecânicos);
 Pressão, vazão e diâmetro dos jatos (parâmetros
hidráulicos).
4.6.1. PROGRAMA DE REVESTIMENTO

 Programa de revestimento é selecionado de


acordo com:
 Pressões nos poros;
 Pressão de fratura;
 Estabilidade do poço.
 Pressão hidrostática do fluido > pressão dos poros
(para evitar que o fluido na formação invada o
poço)
 Pressão hidrostática do fluido < pressão de
fratura
4.6.2. PROGRAMA DE FLUIDO DE PERFURAÇÃO

 Programa é escolhido de acordo com as formações


e o tempo em que ficarão expostas, objetivando
evitar problemas de inchamento das argilas,
desmoronamentos, alargamentos excessivos, etc.
 Propriedades do fluido mais importantes
(influenciam na taxa de penetração e no custo):
 Densidade;
 Teor de sólidos;
 Filtrado;
 Viscosidade.
4.6.3. PROGRAMA DE BROCAS

 A escolha do momento certo para trocar a broca é baseada


no acompanhamento do custo métrico em intervalos de
tempo pré-determinados.
 Quando este custo começar a aumentar é um bom
indicativo da necessidade de troca da broca.
 Outros parâmetros para troca de broca: perda de torque e
taxa de penetração.
4.6.4. PARÂMETROS MECÂNICOS

 Parâmetros mecânicos (peso e rotação):


 Determinados através de poços de correlação ou
modelos matemáticos para a taxa de penetração ou
desgaste da broca.
 Pela seleção de modelos podem ser escolhidos
parâmetros que minimizam o custo do metro
perfurado.
 Perfurabilidade das formações:
 Estimada através de diversos procedimentos – o mais
utilizado é chamado Drill Off set, que consiste em
medir o tempo necessário para a diminuição de um
determinado valor de peso sobre a broca quando
estiver utilizando o freio a guincho.
4.6.5. PARÂMETROS HIDRÁULICOS

 Má utilização da energia hidráulica


 Ação deficiente da broca sobre a rocha;
 Retrabalho dos cascalhos pela broca;
 Formação de colchão de cascalhos.
 Ponto ótimo dos parâmetros hidráulicos (teorias):
 Máxima velocidade dos jatos, utilizando máxima pressão
permissível na bomba (pouco utilizada);
 Máxima potência nos jatos, utilizando máxima pressão
permissível na bomba;
 Máxima força de impacto;
 Máxima força de impacto efetiva.
 Melhoramento das condições hidráulicas:
 Tamponamento de um dos jatos da broca;
 Extensão dos jatos até mais perto da formação;
 Formações plásticas: brocas com 4 jatos para evitar
acúmulo de fragmentos de rocha entre os dentes da broca.
4.7. OPERAÇÕES ESPECIAIS DE
PERFURAÇÃO

 Durante a perfuração de um poço, várias


operações especiais podem ocorrer:
 Kicks
 Operações de pescaria
 Testemunhagem
 Teste de formação
4.7.1. CONTROLE DE KICKS
4.7.1. CONTROLE DE KICKS
4.7.1. CONTROLE DE KICKS
4.7.1. CONTROLE DE KICKS
4.7.1. CONTROLE DE KICKS
4.7.2. PESCARIA
4.7.2. PESCARIA
4.7.2. PESCARIA
4.7.3. TESTEMUNHAGEM

 Processo de obtenção de uma amostra real de


rocha de subsuperfície, chamado testemunho,
com alterações mínimas nas propriedades das
rochas.
 Através de sua análise obtém-se informações
referntes à geologia, engenharia de reservatórios,
completação e perfuração (litologia*, textura,
porosidade, permeabilidade, saturação de óleo e
água, etc.)
 Tipos de testemunhagem:
 Barrilete convencional
 Cabo
 Lateral

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