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1 questão -

Em primeiro lugar, é necessário entender o decaimento da idade média para


compreendermos a ascensão da modernidade, muitos acontecimentos levaram ao fim
dessa era. Com o renascimento urbano e comercial, surgiu novas técnicas agrícolas que
aumentaram a produção de alimentos garantindo crescimento populacional e do comércio,
resultando na circulação da moeda. É um tempo marcado por guerras e invasões, como a
dos turcos otomanos e à cidade de Constantinopla, essas guerras causaram muita fome
resultando na epidemia da peste negra que matou cerca de um terço da população
europeia. Iniciou também, a crise no sistema feudal, que era o sistema econômico da
época, essa crise se deu por conta do crescimento do poder dos reis em alguns países. O
enfraquecimento do feudalismo e o fortalecimento do comércio resultou no mercantilismo,
com esses fatos começou a consolidar o fim da era.
No entanto, levando em consideração todo o contexto do fim da idade média,
analisamos uma realidade diferente no início da modernidade com o comércio, economia,
cultura e no contexto histórico, político e jurídico. Entretanto, o homem passa a viver em um
sistema antropocêntrico (onde ele era o entro de todas as coisas) o que fundamenta esse
sistema é o absolutismo da razão, que rege todo o pensamento do homem moderno. Para
ele, tudo pode se explicar a partir da razão e passou a negar tudo que racionalmente não
pode ser explicado. A partir desse entendimento fica clara a noção de “penso, logo existo.”
Pois, a existência é uma condição do pensar, se você não pensa e não compreende logo,
você nega a existência. Então, o homem moderno tem uma dimensão não só racional,
emocional, espiritual e de desejos, eles supervalorizam a razão acima de todas as coisas.
Acreditando que a racionalidade projeta um modelo de vida que dar certo para todos,
promovendo uma paz social. No fim da idade média, o nascimento das monarquias
absolutistas que deram origem a centralização dos reinos, sendo um processo apoiado pela
burguesia, que precisava da segurança para comercializar, de uma moeda única e regra
única. O estado moderno surge da falência do sistema feudal (descentralizado, multiétnico e
linguístico) por conta dessa fragmentação do poder, existem rebeliões que ameaçam o
poder dos nobres e burgueses, fazendo com que eles se aproximem do rei o fortalecendo,
financiando um exército unificado e a construção de uma estrutura hierárquica que garanta
seus privilégios. E então, o acúmulo de capital na mão da burguesia proporciona uma
ingerência política à essa classe, que resulta na ascensão burguesa, para o início dessa
nova época. Entende-se a partir disso que, o estado moderno nasce de uma aliança entre
rei, nobreza e burgueses. No qual, o estado protege o interesse burguês que permite o
desenvolvimento do capitalismo, enriquecimento da burguesia.
Por conseguinte, o homem passa a viver em um sistema antropocêntrico (onde ele era o
entro de todas as coisas) o que fundamenta esse sistema é o absolutismo da razão, que
rege todo o pensamento do homem moderno. Para ele, tudo pode se explicar a partir da
razão e passou a negar tudo que racionalmente não pode ser explicado. A partir desse
entendimento fica clara a noção de “penso, logo existo.” Pois, a existência é uma condição
do pensar, se você não pensa e não compreende logo, você nega a existência. Então o
homem moderno tem uma dimensão não só racional, emocional, espiritual e de desejos,
eles supervalorizam a razão acima de todas as coisas. Acreditando que a racionalidade
projeta um modelo de vida que dar certo para todos, promovendo uma paz social.
2 questões –

Considerações iniciais sobre as diferenças entre o jusnaturalismo e juspositivismo:

O Jusnaturalismo e Juspositivismo foram correntes distintas com muitos pensadores e


mudanças de opinião ao longo do século. Visto isso, é necessária a divisão das escolas
para um melhor entendimento sobre suas diferenças.

1) Jusnaturalismo:

Em contexto geral, trabalhamos a obra Antígona, em que na peça teatral, questiona


“que direito é esse que me impede de enterrar meus mortos”, uma vez que, é proibida de
enterrar seu irmão e coloca um direito frente a outro. o direito imposto por uma autoridade e
o direito que acompanha a cultura e história do indivíduo, a partir disso nasce a ideia de
direito natural e direito imposto.
No entanto, é importante entendermos o meio em que o homem estava inserido, ele
vive em um contexto moderno que entende a razão como fonte de todo conhecimento,
considerando apenas as ciências exatas. Para entender a ciência do direito é necessário
um objeto de estudo. Os naturalistas, tomam como objeto a natureza humana, que era
considerada única e imutável, entendem que com esse conhecimento obteriam as
necessidades humanas e a partir disso poderiam ser estabelecidas regras de condutas
universais. O estudo da natureza tem que ser feito de maneira racional, buscando entender
a essência para poder fazer afirmações explicativas através da razão, que é chamado de
método racional demonstrativo. Já o jurista, não tem o objetivo de interpretar regras dadas,
ele é responsável por descobrir regras universais de conduta através do estudo da natureza
do homem.

Pensadores da escola do direito natural:

I. Thomas Hobbes

II. John Locke

III. Jean-Jacques Rousseau

I. Thomas Hobbes:

• Vive em um contexto de guerra

• Explica como se dar a vida motivada pela razão.

(*) Estado de natureza:


• Defende a segurança, a vida e a monarquia absolutista (a ausência de um
monarca gera caos)

• Hobbes imagina um estado de natureza sem hierarquias, leis, regras coisas que,
para ele, garantem a vida em sociedade.

• O homem é mau, egoísta e provoca desordem social vivendo em constantes


guerras e conflitos.

• Submete sua liberdade a um monarca em troca de uma sociedade segura.

(*) Contrato Social:

• O direito criado pelo monarca teria um elemento fundamental que era a vida.
Então o homem sede sua igualdade e liberdade para que por meio de regras hierarquizadas
isso se transforme em segurança. Garantindo a ordem acima de tudo.

• Para Hobbes os súditos têm o direito de se rebelar quando a ordem não for
garantida.

II. John Locke:

(*) Estado de natureza:

• O estado de natureza não é ruim. O homem vive em paz e sossegado, mas é


um estado que demanda de um problema, a disputa por propriedade. O que o torna um
lugar instável e de possível conflito.

Estado de sociedade civil:

• Locke defende uma monarquia parlamentarista, que concentra a


racionalidade humana como fruto no estudo da natureza. Para ele, é preciso proteger a vida
e a propriedade, pois a natureza humana demanda essa proteção. consegue chegar a essa
conclusão, pois também estuda o homem em um estado de natureza (estado fictício usado
como forma de reflexão e exemplo para justificar o direito)

(*) Contrato Social:

• O estado surge para proteger os direitos naturais (propriedade e vida)

III. Jean-Jacques Rousseau


(*) O homem no estado de natureza:

• Ao contrário de Hobbes, Rousseau fala que um homem sem hierarquias,


autoridades e regras ele vive feliz, livre e em paz.

• Para ele o homem é bom por natureza e ele fazia essa afirmação a partir das
referências que tinha sobre os índios e as crianças, que eram ingênuas e a inocentes.

(*) O estado de sociedade civil:

• Viver em sociedade corrompe o homem e o faz perder a inocência.

• Para viver em sociedade e ser “livre”, a solução para Rousseau é o homem sair de
um regime monarca e passar a viver em uma república democrática. Então, o regime
democrático faria com que o homem recuperasse o que perdeu no estado de natureza (a
liberdade).

(*) Contrato Social:

• Ele é defensor da democracia participativa onde o povo deve atuar diretamente na


política.

• O contrato de Rousseau oferece a garantia da liberdade civil.

Em suma, o direito moderno é resultado de um estudo voltado a natureza do homem que


tem como objetivo entender o que o homem precisa e o que é elemento fundamental da sua
natureza para estabelecer um direito único e universal. Pela leitura dos teóricos se
sobressai: O direito à vida, o direto a propriedade, e o direito à liberdade e igualdade. Em
que, o estado deveria criar um direto imutável a partir dessa percepção da natureza.

2) Juspositivismo:

Várias situações provocam a crise do jusnaturalismo e o nascimento do positivismo.


Com a guerra fraticida que ocorria na França, em que os burgueses lutam por igualdade,
defesa à vida, propriedade e o processo de separação da igreja e do estado na revolução
francesa. Esse conflito ocasiona um país fragilizado necessitando o apoio à Napoleão, por
parte da burguesia, que reúne juristas para codificação e criação do código civil francês
(código de Napoleão), sendo assim a primeira legislação moderna do ocidente. Com esse
código, se passa a estudar como aplicá-lo e entendê-lo, com isso cria-se uma nova forma
de estudar o direito. E Então nesse contexto nasce a escola da exegese (interpretação) que
foi uma das primeiras correntes de pensamento juspositivista, e se baseia na codificação do
código Napoleônico. Ultrapassado as fronteiras do seu país de origem, disseminando-se por
toda a Europa. Contudo, esse código é baseado no direito natural e o positivismo quer
eliminar esse direito.

A corrente positivista nasce no séc. 19 e tem seu apogeu no séc. 20 com “a teoria pura do
estado” de Hans Kelsen. O pensamento, recusa ideia de direito natural e traz a ideia de
direito positivo como único existente. Visto isso, os positivistas tomam como objeto de
estudo o conjunto de normas postas (ou seja, o direito posto pelo estado através do
ordenamento jurídico) e tem sua ciência baseada no estudo sobre esse ordenamento,
trazendo também o método interpretativo, em que o jurista tem o objetivo de interpretar
regras de condutas criadas pelo estado.

Teóricos positivistas:

I. Ihering

II. Jellinek

III. Hans Kelsen

I. Ihering

- Teoria da amoralização psicossocial

- Afirma que o Fundamento do direito não está na natureza do homem, mas sim está no
fator psicossocial do interesse geral garantido pelo poder coercitivo do Estado.

II. Jellinek

- Teoria da amoralização político-estatal

- Funda o direito positivo no poder soberano do Estado que, por voluntária autolimitação e
auto-regulamentação, concede aos cidadãos direitos subjetivos de ordem pública, que
constituem a base de todos os direitos subjetivos de ordem privada.

III. Hans Kelsen

Hans Kelsen diferente dos outros dois teóricos não fundamenta o direito em algo
externo, e sim no próprio direito. Para ele, o que fundamenta o direito é o sistema
normativo, a norma deve ser moralmente justa e essa justiça não pode ser estudada pela
ciência jurídica. De acordo com sua obra “a teoria pura do direito” a pureza do direto está
em extrair dele tudo que não o pertence, nesse caso sobrando apenas o ordenamento
jurídico.
 O ordenamento, para o teórico, se organiza em um sistema piramidal que há
hierarquia e relações de paridade, para validação das normas. A constituição está
no topo da pirâmide, onde apenas uma norma hipotética pode validá-la (o
ordenamento existe e precisa ser obedecido) visto isso, toda constituição deve ser
obedecida independente de suas características.

 Sistema Estático:
Uma norma que nasce em um patamar hierárquico ela morre nesse mesmo
patamar.

 Sistema Dinâmico:
Normas são criadas e revogadas todo tempo

 Ordenamento jurídico autopoiético:


Visto que, o sistema circulatório funciona sem que haja interferência, para o teórico o
ordenamento jurídico, estudado, organizado, interpretado sistematicamente traz
solução para todos os problemas dele, sem precisar de uma interferência externa.

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