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APLICADO
À EDUCAÇÃO
SUMÁRIO
SUMÁRIO ............................................................................................................................... 2
APRESENTAÇÃO .................................................................................................................. 7
Atividades.................................................................................................................. 16
Atividades.................................................................................................................. 23
Atividades.................................................................................................................. 29
Atividades.................................................................................................................. 35
Atividades.................................................................................................................. 39
Atividades.................................................................................................................. 48
Atividades.................................................................................................................. 57
8.4 Avaliação............................................................................................................. 64
Atividades.................................................................................................................. 68
Atividades.................................................................................................................. 72
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Ensino a Distância - ULBRA
Atividades.................................................................................................................. 80
REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 84
ANEXOS .............................................................................................................................. 88
GABARITO ........................................................................................................................... 93
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PDI Ulbra 2006-2016
Plano de desenvolvimento Institucional.
Mantida pela Comunidade Evangálica Luterana São Paulo (Celsp), a Universidade Luterana
do Brasil (Ulbra) tem uma história de conquistas. Desde a primeira escola, fundada em
1911, até hoje, a Ulbra caracteriza-se por ser uma instituição voltada para o futuro,
buscando sempre o melhor em todas as suas áreas de atuação. Assim, disponibiliza para
acadêmicos, profissionais e toda a comunidade serviços de qualidade em todas as áreas.
Missão
Visão
Ser uma instituição de referência no ensino superior de cada localidade em que atua e estar
entre as dez melhores do país.
Valores
Busca permanente da qualidade em educação, saúde e tecnologia;
Preocupação permanente com a satisfação das pessoas que fazem parte do
Complexo Ulbra;
Foco primordial no aluno e na qualidade acadêmica;
Foco no ser humano e na qualidade de vida em saúde e cultura;
Vivência e difusão dos valores e da ética cristãos;
Cultivo do convívio social em termos de mútuo respeito e cooperação, bem
como da consciência crítica da sociedade;
Promoção do bem-estar social por todos os meios legítimos;
Fidelidade ao lema: “A Verade Vos Libertará”;
Formação integral da pessoa humana em conformidade com a filosofia
educacional luterana, cuja existência se desenrola na presença de Deus, o
Criador;
Desenvolvimento do senso crítico e da autocrítica, sem perda dos valores
legítimos do amor, dos sentimentos, das emoções.
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APRESENTAÇÃO
O conteúdo dessa disciplina visa proporcionar aos futuros professores uma visão geral do
funcionamento do sistema educacional brasileiro, analisando-o de forma crítica nos seus
aspectos pedagógicos e administrativos.
Dessa forma, serão analisadas as mudanças que foram incorporadas à educação a partir
da promulgação da Constituição Federativa de 1988 e da implantação da nova Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN).
Esta obra está organizada em dez capítulos, cada um deles estruturados, a partir da
introdução, do desenvolvimento e do ponto final em que consta o fechamento do capítulo.
Desejo a todos os alunos que encontrem neste livro respostas que venham ao encontro
das dúvidas, referentes à disciplina Direito Aplicado à Educação, que porventura surgirem,
durante o curso de Pedagogia.
Bom trabalho!
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Ensino a Distância - ULBRA
SOBRE O AUTOR
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Ensino a Distância - ULBRA
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Líbia Maria Serpa Aquino
NOÇÕES FUNDAMENTAIS
1 SOBRE DIREITO
EDUCACIONAL
O homem, vivendo em sociedade, interage com outros indivíduos, podendo ou não haver
desavenças nessa interação. E é para delimitar essas relações que servem as normas
jurídicas. Dessa forma, os grupos sociais são fontes permanentes de intervenções e
evoluções das normas jurídicas que disciplinam essa interação, pois é necessária a
organização da sociedade.
Este capítulo inicial tem o objetivo de apresentar o significado dos termos legais utilizados
comumente na área do direito educacional, tanto nos textos específicos como na aplicação
cotidiana, sempre que houver necessidade. Cabe também esclarecer o conceito de direito
educacional, considerando o utilizado por Renato Alberto Teodoro Di Dio1, precursor do
direito educacional brasileiro, que afirma que o mais apropriado seria dizer direito da
educação, direito educacional ou direito educativo. Os puristas optariam por direito
educativo, uma vez que o adjetivo educacional soa a galicismo. De outro lado, no linguajar
comum, o termo educativo carrega a conotação de algo que educa, ao passo que
educacional seria o direito que trata da educação. Consciente das possíveis objeções, que,
segundo ele, podem ser feitas ao termo, usaremos a expressão direito educacional, à
espera que o uso e os especialistas consagrem a melhor denominação.
A norma jurídica decorre de um ato do poder público, podendo ser poder constituinte,
legislativo, judiciário, executivo etc. Ressalta-se que nem todo poder é estatal, pois
quaisquer instituições podem criar normas, além das normas gerais. Considera-se como
norma geral de um país a Constituição Federal. à medida que o objeto em estudo pela
instituição exige uma lei específica, esta pode vir a ser criada. Como exemplo pode-se
tomar uma instituição escolar que, frente à determinada situação, recorre ao estabelecido
em seu regimento escolar, nesse caso, considera-se norma além da norma geral da
educação que é a Lei de Diretrizes e Bases da educação Nacional e Educação Básica
(LDBEN).
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Constituição Federal
Lei
Segundo Nader4, lei é a norma editada pelo Poder Legislativo, é a forma jurídica escrita
emanada do Poder Público. Ou seja, é a norma escrita, elaborada por órgão competente,
com forma estabelecida, através da qual as regras jurídicas são criadas, modificadas ou
extintas. O autor esclarece, ainda, que as leis podem ser classificadas como:
b. Leis ordinárias: são leis comuns, formuladas pelo Congresso Nacional (área federal),
pela Assembléia Legislativa (área estadual) ou pela Câmara de Vereadores (área
municipal). Durante sua elaboração, a lei ordinária passa por três fases: iniciativa,
aprovação, sanção, promulgação e publicação e exige apenas maioria simples de
votos para ser aceita.
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c. Leis delegadas: nos artigos 59 e 68 da CF, ficou estabelecido que as leis delegadas
são um ato normativo elaborado pelo presidente do Brasil, com a autorização do
Congresso Nacional brasileiro, para casos de relevância e urgência, quando a
produção de uma lei ordinária levaria muito tempo para dar uma resposta à situação.
Atos Administrativos Normativos são atos que contêm um comando geral do Executivo,
visando a correta aplicação da lei. O objetivo de tais atos é explicar a norma legal a ser
observada pela Administração e pelos administrados. Eles expressam minunciosamente o
mandamento abstrato da lei, têm a mesma normatividade da regra legislativa e a ela se
equiparam para fins de controle judicial. Por outro lado, distinguem-se substancialmente
das regras legislativas por estarem a elas submetidos, uma vez que estão em uma escala
hierárquica inferior. Em hipótese alguma podem os atos administrativos normativos
contrariar a regra legislativa ou sequer ir além dela.
a
No direito constitucional brasileiro, a Medida Provisória (MP) é adotada pelo presidente da República,
mediante ato unipessoal, sem a participação do Poder Legislativo, que somente será chamado a
discuti-la em momento posterior. A medida provisória, assim, embora tenha força de lei, não é
verdadeiramente uma lei, no sentido técnico estrito deste termo, visto que não existiu processo
legislativo prévio à sua aformação, conforme esclarece Nader, 2002.
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Ponto final
Este capítulo apresentou, minimamente, os termos legais considerados imprescindíveis
para a compreensão do direito educacional. Haja vista seu papel de apresentar os termos
mais importantes ou imprescindíveis para a correta utilização da disciplina de direito
aplicado à educação.
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Indicações culturais
Atividades
1. Podemos citar como fontes do direito:
a. Fontes diretas são a lei e o costume; indiretas são a doutrina e a jurisprudência.
b. A doutrina e a jurisprudência.
c. A doutrina e o costume.
d. A jurisprudência e o costume.
e. Exclusivamente os costumes.
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Líbia Maria Serpa Aquino
Marjie Dee Weber Boopp
RETROSPECTIVA HISTÓRICA
2 DA EDUCAÇÃO NAS
CONSTITUIÇÕES
BRASILEIRAS
A Constituição de 1824
A Constituição de 1891
A Constituição de 1934
Considerada por muitos autores como a mais liberal de todas as constituições, surgiu
logo após a Revolução de 1930.
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A Constituição de 1937
Essa nova Carta deu um tratamento restrito à educação, traduzindo seu caráter ditatorial.
Preservava a gratuidade do ensino primário, porém, acrescentava a exigência do
pagamento de uma taxa mensal destinada à caixa escolar, por parte daqueles cidadãos
considerados mais abastados. Essa Constituição também não consagrava o direito à
obrigatoriedade do ensino para todos os cidadãos.
A Constituição de 1946
Além disso, consagrou o ensino primário como obrigatório e gratuito. O texto legal previu
a fonte de recursos para a manutenção e o desenvolvimento do ensino, estabelecendo um
percentual sobre a receita de impostos, nunca menos de 10% da União e nunca menos de
20% dos estados, municípios e Distrito Federal.
Outro aspecto relevante desse texto constitucional foi o retorno da competência da União
para legislar sobre as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, o que consolidou a futura
elaboração da LDBEN.
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A Constituição de 1967
Apesar disso, a Lei Maior, inspirada nos princípios de liberdade e igualdade, estendeu a
obrigatoriedade do ensino primário dos 7 aos 14 anos, não incluindo, porém, dispositivo
referente aos percentuais mínimos a serem investidos na educação.
A CF de 1988, considerada como a mais liberal e democrática que o Brasil já teve, trouxe
avanços em relação às constituições anteriores, principalmente no que diz respeito ao
direito à educação. Esse princípio é assegurado em vários artigos e regulamentado em
diversos textos legais posteriormente publicados.
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gratuita de ensino para os que a ele não tiveram acesso na idade própria. O texto legal teve
nova redação através da Emenda Constitucional nº 14, de 1996, por meio da qual ficou
estabelecida progressiva universalização do ensino médio gratuito. Essa Emenda
Constitucional garante, ainda, “atendimento educacional especializado aos portadores de
deficiência, preferencialmente, na rede regular de ensino”. E, de acordo com a redação
dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006, o Estado também deve garantir
“educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade”, bem
como – com redação original da CF – o “acesso aos níveis mais elevados do ensino, da
pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um; oferta de ensino
noturno regular, adequado às condições do educando; atendimento ao educando, no
ensino fundamental, através de programas suplementares de material didático-escolar,
transporte, alimentação e assistência à saúde”3.
Além disso, do primeiro ao terceiro parágrafo do art. 208, ficou estabelecido que “o
acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo e o seu não-oferecimento
pelo Poder Público, ou sua oferta irregular, é de responsabilidade da autoridade
competente”4. A educação, como direito público subjetivo, cria uma situação em que é
preciso haver escolas para todos, seguindo o disposto no regime jurídico constitucional e
dando maior realce ao Poder Judiciário nesse setor. Os indivíduos têm o direito de requerer
ao Estado a prestação educacional, porque o descumprimento desse dever traz como
conseqüência a responsabilização da autoridade competente, segundo o art. 208,
parágrafos 1º e 2º, da CF de 1988. Compete ao Poder Público “recensear os educandos no
ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela
freqüência à escola”5. Cabe esclarecer que o direito subjetivo e universal à educação é o
primeiro princípio a ser assegurado ao cidadão. Para isso, toda nação se estrutura a fim de
garanti-lo. O Estado e a família desempenham papéis fundamentais, sendo o Estado o
provedor e a sociedade a incentivadora da prestação desse serviço. De acordo com a CF,
em seu art. 205, fica estabelecido que “a educação, direito de todos e da família, será
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação
para o trabalho”6. Dessa forma aponta ao Estado, seu dever da oferta, e garantia de
recursos para sua realização; a família e a sociedade, por sua vez, deverão exigir o
cumprimento desta lei fundamental.
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Ensino a Distância - ULBRA
É obrigatório aos pais de crianças em idade escolar realizar a matrícula sob a pena de
abandono intelectual, salvo por justa causa. Essa obrigatoriedade visa garantir o direito
público subjetivo reconhecido como um direito fundamental definido pela CF, devendo ser
aplicado de imediato, logo que a criança complete a idade necessária.
O direito ao ensino fundamental, do qual todos são titulares (direito subjetivo), é um dever
do Estado (direito público). Daí porque o Poder Público é investido de autoridade para
impô-la como obrigatória a todos e a cada um.
Vale enfatizar também que, de acordo com o art. 206, são princípios constitucionais da
educação: a gestão democrática de ensino; a liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e
divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; bem como o pluralismo de idéias e de
concepções pedagógicas. Dessa forma, a CF de 1988 busca garantir a unidade e a
qualidade da ação pedagógica em âmbito nacional.
Por outro lado, Bopp9 acentua que ao Poder Judiciário compete garantir de todas as
formas o seu exercício. Para esse fim, obrigam-se os Poderes Públicos Federal, Estadual,
Municipal em colaboração, prever recursos e formas de sua manutenção, no sentido de
oferecer “programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e
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Ensino a Distância - ULBRA
Ponto final
Neste capítulo foi abordada a retrospectiva histórica da educação contida nas
constituições brasileiras, desde a CF de 1824 até a CF de 1988. Há também destaque ao
capítulo III da CF de 1988, que trata da educação, da cultura e do desporto com as
respectivas alterações a partir das emendas constitucionais de 1996 e 2006. Sendo que a
emenda 11/96 faculta às universidades admitirem professores, cientistas e técnicos
estrangeiros, em seus quadros. Outrossim a Emenda 14/96 modifica os arts. 34, 208, 211 e
212 da CF/88 e dá nova redação ao art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias. E, por último, a Emenda 53/2006 altera a duração da educação infantil
(primeira etapa da educação básica), amplia a idade para o ingresso no primeiro anos do
ensino fundamental, que antes era de 7 anos, passa para 6 anos de idade, bem como, a
duração do ensino fundamental, de 8 para 9 anos. Essa emenda cria também o Fundeb,
em substituição ao Fundef, assunto discutido no capítulo 8.
Indicações culturais
BRZEZINSKI, Iria (org.). LDB interpretada: diversos olhares se entrecruzam. São Paulo:
Cortez Editora, 2000.
SOUZA, Paulo Nathanael Pereira; SILVA, Eurides Brito. Como entender e aplicar a nova
LDB. São Paulo: Pioneira, 2002.
Atividades
1. A primeira e a última Constituição Federal datam, respectivamente, de:
a. 1834 – 1988
b. 1835 – 1988
c. 1861 – 1967
d. 1824 – 1988
e. 1937 – 1988
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Ensino a Distância - ULBRA
2. Qual das Constituições Federais que, no seu art. 205, ao abordar a educação,
aponta: “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida
e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento
da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o
trabalho.”
a. 1961
b. 1937
c. 1988
d. 1824
e. 1946
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Líbia Maria Serpa Aquino
Marjie Dee Weber Boopp
A ORGANIZAÇÃO DO
3 ENSINO BRASILEIRO
Sobre isso, Bopp2 afirma que, em colaboração com a sociedade e demais esferas
federativas, os órgãos educacionais nacionais, executivos e normativos vêm interpretando e
regulamentando os paradigmas curriculares de modo ousado e inovador.
Segundo Bopp3, a reforma curricular pauta-se por desafios que estão colocados para a
sociedade brasileira e, como não poderia deixar de ser, também para a educação escolar.
A educação é vista como um dos elementos essenciais para favorecer as transformações
sociais, fazendo recuar a pobreza, a exclusão e a submissão, democratizando o
conhecimento.
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Ensino a Distância - ULBRA
Sendo assim, a escola que se apresenta como ideal é aquela voltada para a construção
de uma cidadania, que propicie aos alunos alicerces que lhes proporcionem identificar e
posicionar-se, transcendendo da consciência ingênua para a consciência crítica, em busca
da transformação da sociedade.
Portanto, as atuais políticas da Secretaria da Educação Básica (SEB) têm como alicerce
a LDBEN e o PNE e, a partir desse pilar, foram construídos os eixos norteadores da política
que rege os Programas da SEB.
De acordo com o MEC, os eixos norteadores das atuais políticas da SEB devem ser a
redefinição da política de financiamento da educação básica – isto é, o Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização do Magistério (Fundeb) e o Fundo
Nacional de Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério (Fundef)
– a democratização da gestão educacional, a formação e valorização dos trabalhadores em
educação (professores e funcionários), a inclusão educacional e a ampliação do ensino
fundamental para nove anos, previsto na Lei nº 11.274 de 6 de fevereiro de 2006, que
aponta a obrigatoriedade dessa ampliação no prazo de cinco anos, isto é, até 2010, para
que os sistemas de ensino se adaptem à nova legislação federal.
a) por promoção, para alunos que cursaram, com aproveitamento, a série ou fase
anterior, na própria escola; b) por transferência, para candidatos procedentes de outras
escolas; c) independentemente de escolarização anterior, mediante avaliação feita pela
escola, que defina o grau de desenvolvimento e experiência do candidato e permita sua
inscrição na série ou etapa adequada, conforme regulamentação do respectivo sistema
de ensino.4
A LDBEN também estabelece que “poderão organizar-se classes, ou turmas, com alunos
de séries distintas, com níveis equivalentes de adiantamento na matéria, para o ensino de
línguas estrangeiras, artes, ou outros componentes curriculares”5. Quanto à freqüência, esta
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Ensino a Distância - ULBRA
“fica a cargo da escola, conforme o disposto no seu regimento e nas normas do respectivo
sistema de ensino, exigido a freqüência mínima de setenta e cinco por cento do total de
horas letivas para aprovação”6. Cabe também a cada instituição de ensino “expedir
históricos escolares, declarações de conclusão de série e diplomas ou certificados de
conclusão de cursos, com as especificações cabíveis”7.
Entre essas regras, vale relembrar que a carga horária mínima anual é estipulada no art.
24, inciso I, como “oitocentas horas, distribuídas pelo mínimo de duzentos dias de efetivo
trabalho escolar, excluído o tempo reservado aos exames finais, quando houver”8.
O aumento da carga horária para 800 horas e a duração mínima de 200 dias letivos
introduzido pela atual LDBEN é um ganho para o aluno e para o professor, pois o currículo
pode estender-se e ser desenvolvido de formas alternativas, se necessário. Convém
salientar que essa adição representa um acréscimo de 640 horas, no final das oito séries, o
que equivale a praticamente um ano de estudos.
Novos artigos foram incluídos na LDBEN ao longo de dez anos. Um exemplo que cabe
destacar é o art. 26-A, cujos parágrafos 1º e 2º foram introduzidos pela Lei nº 10.639, de 9
de janeiro de 2003, a qual preceitua que, nos estabelecimentos de ensino fundamental e
médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre história e cultura afro-
brasileira. O seu parágrafo 1º menciona que o conteúdo programático incluirá o estudo da
história da África e dos africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra-brasileira e o
negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas
áreas social, econômica e política pertinentes à história do Brasil; já o parágrafo 2º cita que
estes conteúdos referentes à história e à cultura afro-brasileira serão ministrados no âmbito
de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de educação artística e de literatura e
história brasileiras.
[a] a difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e deveres dos
cidadãos, de respeito ao bem comum e à ordem democrática; [b] consideração das
condições de escolaridade dos alunos em cada estabelecimento; [c] orientação para o
trabalho; [d] promoção do desporto educacional e apoio às práticas desportivas não-
formais.9
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Ensino a Distância - ULBRA
Além disso, em seu art. 24, a LDBEN preceitua que “nos estabelecimentos que adotam a
progressão regular por série, o regimento escolar pode admitir formas de progressão
parcial, desde que preservada a seqüência do currículo, observadas as normas do
respectivo sistema de ensino”10. Também estabelece um conjunto de critérios para a
verificação do rendimento escolar:
Ponto final
Após a apresentação da organização da educação nacional em seus dois níveis, básico e
superior, com suas respectivas etapas e modalidades de ensino, ainda cabe destacar que a
educação brasileira também inclui a educação profissional (básica, técnica e tecnológica) e
a educação de jovens e adultos, modalidades não abordadas neste capítulo e que não se
aplicam à educação infantil.
Indicações culturais
SOUZA, Paulo Nathanael Pereira; SILVA, Eurides Brito. Como entender e aplicar
a nova LDB. São Paulo: Pioneira, 2002.
Atividades
1. Quantos e quais os níveis que compõem a educação brasileira?
a. Três: educação infantil, ensino fundamental e ensino médio.
b. Dois: educação básica e educação superior.
c. Três: educação básica, educação infantil e educação de jovens e adultos.
d. Dois: educação infantil e educação de jovens e adultos.
e. Três: ensino fundamental, ensino médio e educação superior.
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Ensino a Distância - ULBRA
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Líbia Maria Serpa Aquino
Marjie Dee Weber Boopp
ALDBEN E A EDUCAÇÃO
4 BÁSICA
No âmbito federal, quando se trata de educação, a União está representada pelo MEC. A
organização do Sistema Federal de Ensino compõe-se do MEC, que é um órgão
representativo e tem como atribuições, em matéria de educação, formular e avaliar a
política nacional de educação, além de zelar pela qualidade da educação; e do Conselho
Nacional de Educação (CNE), seu órgão normatizador. Segundo Bopp2, o CNE é um órgão
normativo, deliberativo e de assessoramento ao ministro da Educação, criado para
assegurar a participação da sociedade no aperfeiçoamento da Educação Nacional. O
aprofundamento sobre o Sistema Federal de Ensino é encontrado nos documentos
elaborados pelo CNE denominados Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN), apresentadas
através de pareceres.
A Lei 9.131/95, que trata do CNE, preceitua em seu dispositivo legal, mais precisamente
em seu art. 9º, parágrafo C, que a Câmara de Educação Básica (CEB) deliberará sobre as
diretrizes curriculares propostas pelo MEC. Dessa forma, a competência legal da União,
estabelecida pela Lei 9.394/96, efetiva-se pela partilha de tarefas entre o MEC e o CNE.
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Ensino a Distância - ULBRA
A Câmara de Educação Básica do CNE tem como atribuição analisar e emitir pareceres
sobre procedimentos e resultados de processos de avaliação da educação infantil,
fundamental, média, profissional e especial, bem como deliberar sobre as diretrizes
curriculares propostas pelo MEC e também a atribuição de acompanhar a execução do
PNE.
Por conseguinte, no art. 4º, a LDBEN preceitua como deveres que o Estado deve
garantir:
I – ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram
acesso na idade própria; II – progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao
ensino médio; III – atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com
necessidades especiais, preferencialmente na rede regular de ensino; IV – atendimento
gratuito em creches e pré-escolas às crianças de zero a seis anos de idade; V – acesso
aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a
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Ensino a Distância - ULBRA
Ponto final
Neste capítulo foi introduzido o tema “educação básica”, fazendo-se necessários alguns
destaques conceituais sobre os fins da educação nacional, as faixas etárias nas respectivas
etapas, bem como o significado e funções do Conselho Nacional de Educação – órgão
encarregado de elaborar todas as Diretrizes Curriculares Nacionais, para os níveis, etapas
e modalidades da educação básica.
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Ensino a Distância - ULBRA
Indicações culturais
SOUZA, Paulo Nathanael Pereira; SILVA, Eurides Brito. Como entender e aplicar
a nova LDB. São Paulo: Pioneira, 2002.
Atividades
1. A educação básica, de acordo com a LDBEN, pode ser definida como:
a. Segundo nível da educação brasileira.
b. Modalidade de ensino.
c. Primeiro nível da educação nacional que compreende a educação infantil, o
ensino fundamental e o ensino médio.
d. Primeiro nível da educação nacional que compreende a educação especial e o
ensino médio.
e. Segunda etapa do ensino brasileiro.
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Líbia Maria Serpa Aquino
Marjie Dee Weber Boopp
ALDBEN E A EDUCAÇÃO
5 INFANTIL
Uma política nacional para a infância é um investimento social que considera as crianças
como sujeitos de direitos, cidadãos em processo e alvo preferencial de políticas públicas. A
partir dessa definição, além das próprias crianças de 0 a 5 anos e suas famílias, são
também alvo de uma política nacional para a infância, os cuidados e a educação pré-natal
voltados aos futuros pais. Além da Constituição Federal (CF) e da LDBEN, o Estatuto da
Criança e do Adolescente consagram os direitos das crianças de 0 a 5 anos.
Outra abordagem que exige destaque é a finalidade da educação infantil, que, de acordo
com o texto da LDBEN e das próprias DCN, aponta para o desenvolvimento integral da
criança com até 5 anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social,
complementando a ação da família e da comunidade.
Convém frisar, ainda, que a etapa inicial da educação básica, ou seja, a educação infantil,
possui suas próprias DCN, que visam a melhoria da qualidade da educação da criança
desta faixa etária, como será visto no Tópico 5.1, a seguir.
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Ensino a Distância - ULBRA
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Ensino a Distância - ULBRA
Ponto final
Este capítulo procurou apresentar a educação infantil de acordo com o disposto na
LDBEN de 1996, assim como está posta com destaque e alicerçada nas DCN para a
educação infantil, a importância dessa primeira etapa da educação básica. Acrescenta-se
também o significado e a importância do CNE na elaboração das DCN para todos os níveis
e etapas e a respectiva sintonia que se faz necessária entre os órgãos normatizadores dos
diferentes sistemas.
Indicações culturais
CRAIDY, Carmem; KAERCHER, Gládis. Educação infantil: pra que te quero? Porto
Alegre: 2001.
PÁTIO: educação infantil. Educando crianças de 0 a 3 anos. Porto Alegre: Artmed, n. 13,
mar./jun. 2007. Disponível em: http://www.revistapatio.com.br/numeros_anteriores_numero
.aspx?id=13>. Acesso em: 31 jan. 2008.
Atividades
1. É finalidade da educação infantil:
a. Cuidar das crianças pequenas.
b. Matricular todas as crianças em idade de 3 anos, independente da vontade da
família.
c. O desenvolvimento integral da criança até 5 anos de idade, em seus aspectos
físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da
comunidade.
d. O desenvolvimento integral da criança até os 7 anos em todos os seus aspectos.
e. Matricular todas as crianças em creches e pré-escolas no primeiro trimestre de
cada ano letivo.
39
Líbia Maria Serpa Aquino
Marjie Dee Weber Boopp
ALDBEN E O ENSINO
6 FUNDAMENTAL
Importa reiterar que, conforme o art. 208 da CF, inciso VII, parágrafo 1º, “o acesso ao
ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo”5. A saber, direito público é aquele
que disciplina os interesses da coletividade, e direito subjetivo é aquele que versa sobre a
possibilidade de o indivíduo invocar a norma a seu favor, isto é, exigir o cumprimento da lei,
tendo a regra ao seu lado, ou seja, facultas agendi. O não-oferecimento do ensino gratuito
pelo Poder Público, ou sua oferta irregular, reflete o não-cumprimento de deveres deixados
sob responsabilidade da autoridade competente.
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Ensino a Distância - ULBRA
educação. Para tanto, todas as instituições nacionais estruturam-se a fim de garantir esse
direito subjetivo e universal, tendo o Estado e a família papéis fundamentais: o Estado
como provedor e a família como fiscalizadora e usuária. A sociedade é chamada a
incentivar e a colaborar na prestação desse serviço. A nossa Carta Maior, a CF, ao
estabelecer a educação como um direito, assume o dever de oferecê-la. Nesse
comprometimento, o Estado, a família e a sociedade desempenham funções importantes,
pois serão os avalistas da obrigatoriedade decorrente. Ao Estado caberá o dever de
oferecer e garantir recursos para sua realização. A família e a sociedade deverão exigir a
disponibilidade desse benefício a toda a sociedade, em geral.
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Ensino a Distância - ULBRA
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Ensino a Distância - ULBRA
Para Bopp11, a atual lei não limita a idade para o ensino fundamental, ao contrário,
estende-a para a educação de jovens e adultos, ensejando, também, a presença do
trabalhador na escola. A expansão estabelecida legalmente representa uma conquista
social relevante, que pode gerar mudanças em curto prazo para a sociedade brasileira;
porém, é oportuno refletir sobre o problema da educação no Brasil. Ela está envolvida com
todos os demais segmentos sociais, o que representa um fator de risco diante de uma
perspectiva inerte, pois não se pode supor que a lei, por si só, seja de outros fatores
decisivos para transformar a realidade educacional e social brasileira, de forma
independente.
OBJETIVOS GERAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Caracterização da área
44
Ensino a Distância - ULBRA
Segundo a autora citada, a legislação surgida após a LDBEN busca garantir a unidade e
a qualidade da ação pedagógica em âmbito nacional, pois preceitua uma base comum
nacional, oportunizando atender às necessidades peculiares de cada região e estabelecer
uma parte diversificada, organizando estratégias de articulação entre o ensino fundamental,
a vida cidadã e os temas transversais. Os princípios nortearão uma política educacional em
todo o território nacional e deverão estar presentes nos planos dos estabelecimentos de
ensino, como preconizam a CF (em seu art. 206) e a LDBEN (em seu art. 3º), nos princípios
de:
45
Ensino a Distância - ULBRA
O PNE estabelece 30 objetivos e metas para o ensino fundamental, sendo que muitos
deles dependem da iniciativa da União e outros de sua colaboração entre eles:
Outro objetivo do PNE, regularizar o fluxo escolar em 50% em cinco anos, através do
controle das taxas de repetência e evasão, traduz a preocupação de garantir a
aprendizagem, seja através de programas de aceleração da aprendizagem ou de
46
Ensino a Distância - ULBRA
No que diz respeito à jornada escolar, a proposta do PNE visa implantar e expandir a
escola de tempo integral, ampliando progressivamente seu período de permanência diária,
abrangendo pelo menos sete horas, o que implicará, por sua vez, a previsão de professores
e funcionários em número suficiente para atender às necessidades dos alunos. Quanto às
escolas rurais, o PNE aponta para a previsão de maior flexibilidade na programação
curricular, bem como a adequada formação profissional dos professores, levando-se em
conta a especificidade do alunado e as exigências do meio. Com o objetivo de universalizar
a oferta do ensino obrigatório, o PNE também prevê estimular os municípios a realizarem
um censo educacional, viabilizando um mapeamento das crianças fora da escola, um
instrumento valioso para operacionalizar tais metas.
o PDE pretende mostrar à sociedade tudo o que se passa dentro e fora da escola,
realizando uma grande prestação de contas. Se as iniciativas do MEC não chegarem à
sala de aula e beneficiarem a criança, não se conseguirá atingir a qualidade que se
deseja à educação brasileira. Por isso, é importante a participação de toda a sociedade
no processo.17
Também foi criada uma avaliação para crianças dos 6 aos 8 anos de idade, com o
objetivo de “verificar a qualidade do processo de alfabetização dos alunos, que, segundo o
MEC, ainda é possível corrigir distorções e salvar o futuro escolar da criança”18. Além disso,
a criação de um piso salarial nacional dos professores [...], a ampliação do acesso dos
educadores à universidade, a instalação de laboratórios de informática em escolas rurais
47
Ensino a Distância - ULBRA
Para o MEC, esse plano inclui metas de qualidade para a educação básica. Isso contribui
para que as escolas e secretarias de Educação se organizem para o atendimento dos
alunos. Ele também cria uma base sobre a qual as famílias podem se apoiar para exigir
uma educação de maior qualidade. O plano prevê ainda acompanhamento e assessoria
aos municípios que apresentam baixos resultados quanto aos seus indicadores de ensino.
Ponto final
Neste capítulo, apresentou-se uma abordagem do ensino fundamental, a partir da
LDBEN/96 considerando-se os objetivos para o ensino fundamental. O capítulo também
expôs as Diretrizes Curriculares Nacionais, que estão em pareceres específicos para cada
nível ou etapa de ensino, bem como para as diferentes modalidades. E, para concluir o
capítulo, apresentaram-se os Parâmetros Curriculares Nacionais, o Plano Nacional da
Educação e o Plano de Desenvolvimento da Educação para o ensino fundamental, que são
documentos resultantes da Constituição Federal de 1988 e da LDBEN/96.
Indicações culturais
LIBÂNEO, José Carlos. Educação escolar: políticas, estrutura e organização. 2ª ed. São
Paulo: Cortez Ed., 2005.
Atividades
1. Como pode ser a organização do ensino fundamental, com base na LDBEN/96?
a. Como parte da educação básica, poderá organizar-se em séries anuais,
períodos semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudo.
b. Como parte da educação básica, poderá organizar-se em séries anuais,
períodos semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudo, grupos
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Ensino a Distância - ULBRA
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Líbia Maria Serpa Aquino
Marjie Dee Weber Boopp
Para Bopp1, o novo ensino médio busca uma transformação radical na visão hoje
predominante de preparação para atravessar a barreira de ingresso ao nível superior ou de
preparação visando apenas o mercado de trabalho. Dessa forma, já é possível pensar em
táticas e mecanismos de implementação de políticas, como materiais de apoio didático-
pedagógico e apoio à melhoria da gestão de sistemas e de escolas. A implementação da
formação inicial e continuada de professores é um sinal dessa nova fase de estratégias
políticas para a melhoria da qualidade do ensino no Brasil.
A LDBEN, em seu art. 26, define que os currículos do ensino fundamental e médio devem
propiciar uma base nacional comum, que será complementada pelos sistemas de ensino e
pelos próprios estabelecimentos escolares, por uma base diversificada, respeitando as
características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da clientela. A
escola é a agência que, especificamente, está dedicada à tarefa de organizar o
conhecimento e apresentá-lo aos alunos, de modo que seja apreendido através da
mediação das diversas linguagens. Ao professor cabe uma função insubstituível no domínio
mais avançado do conhecimento que o aluno vai constituindo.
Em 2003 foi introduzido um novo dispositivo legal na LDBEN: o art. 26-A, o qual afirma
que nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se
obrigatório o ensino sobre história e cultura afro-brasileira. E menciona que o conteúdo
programático incluirá o estudo da história da áfrica e dos africanos, a luta dos negros no
Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando
a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história
do Brasil, sendo esses conteúdos ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em
especial nas áreas de educação artística e de literatura e história brasileira.
51
Ensino a Distância - ULBRA
O ensino médio, etapa final da educação básica, tem duração mínima de três anos,
conforme preceitua a LDBEN em seu art. 35, e possui como finalidades:
52
Ensino a Distância - ULBRA
Interdisciplinaridade
Contextualização
Significa assumir que todo conhecimento envolve uma relação entre sujeito e objeto. O
conhecimento contextualizado é o recurso que a escola tem para retirar o aluno da
condição de espectador passivo. O cotidiano e as relações estabelecidas com o ambiente
físico e social permitem dar significado a qualquer conteúdo curricular, fazendo a ponte
entre o que se aprende na escola e o que se faz, vive e observa no dia-a-dia.
53
Ensino a Distância - ULBRA
A Figura 7.1 permite entender que, a partir da intepretação da Lei 9394/96, o conteúdo
político-pedagógico da educação básica volta-se para o exercício da cidadania e da
preparação do aluno para o mundo do trabalho. Por outro lado, o ensino médio,
considerado como a terceira etapa da educação básica, pode ser interpretado com o
caráter de terminalidade do primeiro nível da educação brasileira – o segundo nível é a
educação superior. Todavia, essa terminalidade subentendida no ensino médio não exclui o
prosseguimento dos estudos na educação superior. E, ainda, o ato a educativo pressupõe
um desenvolvimento equilibrado dos indivíduos, cuja efetividade está condicionada aos
quatro pilares da formação do educando, apresentados na Conferência Mundial de
Educação para Todos5, em Jomtien, na Tailândia em 1990.
Aprender a conhecer
Aprender a fazer
Aprender a conviver
Aprender a ser
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Ensino a Distância - ULBRA
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Ensino a Distância - ULBRA
Ponto final
O ensino médio, etapa final da educação básica, orienta-se através da Lei de Diretrizes e
Bases para a Educação Nacional/96, das Diretrizes Curriculares Nacionais, que são de
cumprimento obrigatório, dos Parâmetros Curriculares Nacionais elaborados pelo MEC, que
têm caráter propositivo, cabendo aos órgãos normativos dos sistemas de ensino
estabelecer normas complementares e políticas educacionais, considerando as
peculiaridades regionais ou locais.
Indicações culturais
56
Ensino a Distância - ULBRA
Atividades
1. Dentre as finalidades do ensino médio, destaca-se:
a. A formação da pessoa, de maneira a desenvolver valores e competências
necessárias à integração de seu projeto individual ao projeto da sociedade em
que vive.
b. A promoção direta para a educação superior.
c. O ensino de no mínimo duas línguas estrangeiras de forma obrigatória e duas
línguas estrangeiras optativas.
d. Formar cidadãos aptos para o ensino técnico.
e. A formação de pessoas exclusivamente para o mercado de trabalho.
2. Os PCN para o ensino médio estabelecem três áreas do conhecimento, que são:
a. Ciências, matemáticas e suas tecnologias.
b. Línguas, artes e suas tecnologias.
c. Linguagem, códigos e suas tecnologias; ciências da natureza, matemática e
suas tecnologias; ciências humanas e suas tecnologias.
d. Ciências humanas e suas tecnologias.
e. Linguagens, códigos e suas tecnologias; ciências da natureza e suas
tecnologias.
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Líbia Maria Serpa Aquino
Marjie Dee Weber Boopp
GESTÃO, AVALIAÇÃO E
8 FINANCIAMENTO DA
EDUCAÇÃO
59
Ensino a Distância - ULBRA
Para Mello,
Com a segunda etapa das reformas, no início dos anos 90, e com a promulgação da nova
LDB, foram resgatadas as preocupações pedagógicas em um novo contexto, dado às
escolas uma autonomia mais concreta: financeira, administrativa e pedagógica.
60
Ensino a Distância - ULBRA
A forma dessa lei está diretamente posta no art. 14. Mas, conseqüentemente, com a
educação nacional, reservou dois princípios que deverão ter caráter nacional e não poderão
deixar de constar das normas dos estados e dos municípios sobre o assunto, que são: a
participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola
e a participação das comunidades escolares e local em conselhos escolares ou
equivalente.
Por outro lado, a gestão democrática como princípio da educação nacional, presença
obrigatória em instituições escolares, é a forma não violenta que faz com que a comunidade
educacional se capacite para levar a termo um projeto pedagógico de qualidade e que
possa gerar “cidadãos ativos”, que participem da sociedade como profissionais
comprometidos e não se ausentem de ações organizadas que questionam a invisibilidade o
poder.
61
Ensino a Distância - ULBRA
essa preparação para a cidadania e o trabalho? [c] Quais os conteúdos curriculares que
deverão contribuir para a constituição dessas competências?
Esse mesmo plano vai explicitar a ligação entre gestão democrática e financiamento. Diz
a lei, na introdução ao capítulo da gestão e do financiamento, que ambos estão
indissoluvelmente ligados. A transparência da gestão dos recursos financeiros e o exercício
do controle social permitirão garantir a efetiva aplicação dos recursos destinados à
educação.
Desse modo, é pública a exposição de algo que pode ser diretamente assistido por
qualquer um. Ver e ser visto, conhecer e dar a conhecer são dimensões do ser público que
se opõem aos segredos daquilo que é privado.
62
Ensino a Distância - ULBRA
O PNE continua insistindo ao afirmar que, quanto à distribuição e à gestão dos recursos
financeiros, constitui diretriz da maior importância a transparência. Assim sendo, devem ser
fortalecidas as instâncias do controle interno e externo, órgãos de gestão nos sistemas de
ensino, como os conselhos de Educação.
Apontam ainda as DCN para o ensino fundamental – Parecer CNE/CEB nº 04/98 – que,
ao definir suas propostas pedagógicas, fica estabelecido que as escolas deverão explicitar
o reconhecimento da identidade pessoal de alunos, professores e outros profissionais e a
identidade de cada unidade escolar e de seus respectivos sistemas de ensino.
63
Ensino a Distância - ULBRA
Apresenta e exige, para tal, que em todas as escolas deverá ser garantida a igualdade de
acesso dos alunos a uma base nacional comum, de maneira a legitimar a unidade e a
qualidade da ação pedagógica na diversidade nacional.
Essa instituição, proposta nas DCN, de uma base nacional comum e sua parte
diversificada, supõe um novo paradigma curricular que articule a educação fundamental
com a vida cidadã.
8.4 Avaliação
Atualmente, a educação escolar brasileira, de acordo com Aquino7, conta com avaliações
nacionais nos três graus de ensino, que são: o Sistema de Avaliação da Educação Básica
(Saeb), no ensino fundamental; o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), no ensino
médio; e o Provão, no ensino superior.
As pesquisas sobre avaliação, no Brasil, tiveram início em 1930, e, desde aquela época
são identificados dois marcos interpretativos de avaliação.
64
Ensino a Distância - ULBRA
O Fundef, que vigorou até o ano de 2006, permitia investimentos apenas no ensino
fundamental nas modalidades regular e especial, ao passo que o Fundeb proporciona a
garantia da educação básica a todos os brasileiros, desde a creche até o final do ensino
médio, inclusive àqueles que não tiveram acesso à educação em sua infância.
65
Ensino a Distância - ULBRA
De acordo com essa lei, os percentuais serão elevados gradualmente, de forma a atingir
20% em três anos, quando o Fundeb estará plenamente implantado.
Observa-se que, no caso das receitas sobre as quais já era feito o desconto em favor do
Fundef (ICMS, FPE, FPM, IPI-Exp), o percentual passará de 15 para 20% em três anos, ou
seja, haverá um incremento de 1,66 ponto percentual a cada ano (5/3 = 1,66). No caso das
demais receitas de impostos e transferências que não integravam a base de contribuição
para o Fundef (IPVA, ITR, ITCMD), o percentual de contribuição passará de 0% para 20%
em três anos, com incremento anual de 6,66 pontos percentuais ao ano (20/3 = 6,66).
66
Ensino a Distância - ULBRA
aluno no âmbito do território estadual não atingia o mínimo nacional instituído por decreto
presidencial) e passa a ser progressiva. Nenhum imposto arrecadado pelo município
comporá o fundo. Entretanto, isso não desobriga que cada município utilize no mínimo 25%
desses tributos para manutenção e desenvolvimento do ensino – conforme estabelece o
art. 212 da CF9.
Ponto final
Este capítulo, ao abordar a gestão da educação, da avaliação externa e do financiamento
da educação, que tem seu embasamento na Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional/96 com as respectivas emendas e leis que se originaram a partir delas, procura
esclarecer o significado de temáticas como gestão, avaliação e financiamento, sob a ótica
da Legislação Nacional.
Indicações culturais
a
Educação quilombola refere-se a grupos organizados de afro-descendentes que residem em lugar
determinado. A sua educação escolar está flexibilizada na parte diversificada do currículo.
67
Ensino a Distância - ULBRA
LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão da escola. 5. ed. Goiânia: Alternativa, 2004.
Atividades
1. O Plano Nacional de Educação, ao abordar a gestão dos recursos financeiros,
aponta o que segue:
a. O Plano Nacional de Educação é omisso sobre a questão apresentada.
b. A gestão dos recursos financeiros é transferida diretamente para os municípios.
c. A transparência da gestão dos recursos financeiros e o exercício do controle
social permitirão garantir a efetiva aplicação dos recursos destinados à
educação.
d. Há uma incógnita no texto quanto à questão da gestão dos recursos financeiros
destinados à educação.
e. A referida gestão está a critério de cada equipe diretiva que assumirá os
resultados de suas ações.
68
Líbia Maria Serpa Aquino
Marjie Dee Weber Boopp
A FORMAÇÃO E A CARREIRA
9 DE PROFESSORES
Há expectativas, tanto da parte das instituições que recebem tais profissionais como da
parte destes últimos, de que realmente se execute uma formação nos moldes pretendidos
pelos documentos exarados do CNE, no que se refere à polivalência dos profissionais da
educação, como sendo uma exigência da escola brasileira deste século.
Para Mello,
não é justificável que um jovem recém-saído do ensino médio possa preparar-se para ser
professor de primeira a quarta série em um curso que não aprofunda nem amplia os
conhecimentos previstos para serem transmitidos no início do ensino fundamental. Nem é
aceitável a alegação de que os cursos de licenciatura ‘não sabem’ ou ‘não têm vocação’
para preparar professores de crianças pequenas.2
para lecionar até a quarta série do ensino fundamental, o professor domine os conteúdos
curriculares dessas séries apenas no nível médio, enquanto para lecionar a partir da
quinta em diante do ensino fundamental e médio seja necessário um curso superior de
quatro anos. Da mesma forma, é raro que os formadores de formadores justifiquem o
currículo de graduação das licenciaturas de futuros professores em função daquilo que
eles deverão ensinar nos níveis fundamental e médio. Na perspectiva de uma educação
básica que deverá ser de pelo menos 11 anos e universalizada para todos, essa divisão
70
Ensino a Distância - ULBRA
Sobre a formação dos profissionais da educação, a LDBEN/96, no seu Título VI, trata do
tema nos arts. 61 a 67, sendo que no art. 62 aponta a formação mínima, ao afirmar que “[...]
a formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em
curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de
educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação
infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na
modalidade normal”4.
Esse texto legal está interpretado posteriormente através das DCN para o curso normal
em nível médio e nas DCN para a formação de professores para atuar na educação básica,
mais especificamente nas diretrizes para o curso de Pedagogia.
Por outro lado, não há dúvida de que nada há que possa ser considerado na educação
brasileira como mais recorrente, mais duradouro e, ao mesmo tempo, mais paradoxal, mais
exposto a controvérsias do que o lugar que os intelectuais e o pensamento acadêmico-
pedagógico ocupam no campo educacional, sobretudo quando confrontamos o discurso
sobre a escola e a formação de professores e o que vem se processando, principalmente,
na escola pública e nos cursos de formação de professores.
A partir da DCN para a formação superior de professores, para atuar na educação básica,
está presente o indicativo para habilitar-se um pedagogo que domine o significado do
espaço escolar nos seus aspectos pedagógicos e administrativos, passando pela educação
infantil, séries iniciais do ensino fundamental e pelo nível médio, no que se refere à
formação de professores, de acordo com o estabelecido no art. 62 da LDBEN.
71
Ensino a Distância - ULBRA
Essa formação superior também deve estar voltada para aliar, realmente, a teoria e a
prática, de forma que o aluno dos cursos de Pedagogia tenha contato direto com a
realidade em que irá atuar, desde o primeiro semestre da faculdade, seja no formato de
pesquisa de campo, atividade de extensão ou estágio.
Ponto final
Ao concluir este capítulo, cabe destacar que o importante é compreender que, se o
magistério é uma profissão com características tão próprias, a ponto de não poder ser
comparada com outras funções técnicas, essa diferença precisa ser incorporada desde logo
ao processo de formação do professor. Assim, não se trata apenas de aproximar o aluno de
informações oriundas da pedagogia, da didática, da epistemologia, da psicologia, da
filosofia, da sociologia e assim por diante, mas assegurar que essas informações adquiram
significado, passando a integrar a própria identidade do aluno, seja ele um professor, que já
desempenha funções docentes, ou aluno sem prática pedagógica, que freqüenta a
educação superior, na busca da respectiva formação.
Indicações culturais
LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e pedagogias, para quê? 7. ed. São Paulo: Cortez,
2004.
MELLO, Guiomar Namo. Educação escolar brasileira: o que trouxemos do século XX?
Porto Alegre: Artes Médicas, 2004.
SOUZA, Paulo Nathanael Pereira; SILVA, Eurides Brito. Como entender e aplicar a nova
LDB. São Paulo: Pioneira, 2002.
Atividades
1. Enquanto a educação básica é um serviço principalmente do setor público, a
formação de professores para a educação básica é realizada com importante aporte
do setor privado. Tal afirmação permite perceber que há uma desvinculação entre:
a. Há, em contrapartida, um melhor ensino na escola privada de educação básica.
b. Há uma sintonia entre formação e atuação.
c. Há um anacronismo entre formação e atuação.
d. A ideologia de formação dos professores e o espaço de atuação nas redes
públicas.
e. A formação não interfere na atuação.
72
Ensino a Distância - ULBRA
73
Líbia Maria Serpa Aquino
Marjie Dee Weber Boopp
POLÍTICAS DE CURRÍCULO E
10 LEGISLAÇÃO
De acordo com Silva, o currículo aparece na década de 1920, como objeto de estudos e
pesquisas nos EUA. Isso aconteceu devido à preocupação das pessoas ligadas à educação
e teve uma ligação também com o processo da massificação da escolarização e com a
intensa industrialização.
Essas pessoas ligadas à educação queriam tornar o trabalho mais eficiente no processo
de construção do conhecimento e testagens de currículo. Como essa questão é de extrema
importância no processo educacional, começou a ser vista como um campo de estudos e
pesquisa.
Com esses estudos surgiram teorias para questionar e tentar explicar o currículo, sendo
que a idéia central é saber qual conhecimento deve ser ensinado e o que realmente é
importante, para assim poder fazer parte do currículo.
O currículo está relacionado a nós mesmos, ao que somos e ao que nos tornamos;
também engloba questões de poder, envolve relações de classes sociais, raciais, étnicas e
de gênero.
Dentre as teorias sobre currículo temos as tradicionais, que procuram ser neutras,
científicas e objetivas, e temos também as teorias críticas e pós-críticas, que envolvem
relações de poder e preocupação com as ligações entre saber, identidade e poder.
O currículo, sob essa perspectiva, era uma questão técnica, centrado na organização e
desenvolvimento, igualando o sistema educacional ao sistema industrial.
A questão principal das teorias tradicionais era baseada nos conteúdos, objetivos e
ensino destes de forma eficaz para ter eficiência nos resultados, não se importando com a
cidadania, e sim que estivesse tudo no seu devido lugar.
Para Althusser2, a escola é uma forma utilizada pelo capitalismo para manter sua
ideologia, pois envolve toda a população num longo período de tempo. Segundo ele, as
crianças de famílias desfavorecidas saíam cedo demais, e isso levava a serem submissas e
obedientes à classe dominante.
75
Ensino a Distância - ULBRA
A partir da teoria marxista, os autores com diversas ênfases apontam a escola como um
espaço de reprodução da sociedade capitalista.
Paulo Freire, por sua vez, também é destacado por Silva7, pois resumiu o currículo como
conceito de educação bancária, usando a analogia do ato de ensinar como um depósito
bancário, que o professor faz sobre o aluno. Sua teoria é claramente pedagógica. Silva
destaca Saviani, que faz a separação entre educação e política; é o único dos pensadores
que esquece a ligação entre conhecimento e poder.
No início da década de 1970 surgiu a Nova Sociologia da Educação (NSE). Sua proposta
era planejar as bases de uma sociologia do currículo, voltada para a obtenção de igualdade
para ambas as classes sociais. Ela cuidava do processamento das pessoas, e não do
conhecimento. Para Basil Bernstein8, a preocupação estava em saber como o currículo
estava estruturalmente organizado.
76
Ensino a Distância - ULBRA
Dentre os estudos feitos sobre currículo, pode-se perceber que o currículo oculto se
caracteriza por não fazer parte do currículo explicitamente, por não ser uma teoria e por não
ter incluso tudo o que ocorre no processo pedagógico, mas que está presente no dia-a-dia
da escola e no processo de ensino-aprendizagem, como valores, comportamentos e
atitudes que são o que podemos chamar de currículo oculto.
As relações de gênero são uma das questões abordadas pelas teorias críticas, pois dão
ênfase às desigualdades dentro do processo educacional, afinal, dentro do currículo as
disciplinas não eram as mesmas para homens e mulheres; certas profissões eram
exclusivas apenas para os homens e outras para mulheres. Segundo Silva9, a intenção era
fazer com que os currículos fossem iguais para ambos, que dessem valor a interesses,
experiências e atitudes das mulheres, assim como era dada aos homens.
As questões raciais e étnicas também começaram a fazer parte das teorias pós-críticas
do currículo. Ele devia considerar as diferenças como uma questão histórica e política,
dando os mesmos direitos, significados e valores a todos os grupos sociais. O autor,
anteriormente citado, ressalta que a raça e a etnia têm uma questão central de
conhecimento, poder e identidade, por isso passaram a ser vistas como partes importantes
a serem consideradas dentro do currículo.
A Teoria Queer surge nos EUA e na Inglaterra, como uma natureza de ligação dos
estudos gays e lésbicos. Essa teoria dá ênfase à questão da heterossexualidade como
identidade considerada normal, visa nos fazer pensar o impensável, o que é proibido
pensar, questionar todas as formas bem-comportadas de conhecimento e de identidade. A
teoria estimula que a questão da sexualidade seja seriamente tratada no currículo como
uma questão de conhecimento e de identidade.
As teorias do pós-modernismo destacam que vivemos uma nova fase histórica, com
novas implicações no campo educacional. O pós-modernismo tem como objetivo formar um
indivíduo racional e autônomo moldando-o na moderna democracia, pois, assim, este pode
chegar ao modelo ideal de uma sociedade racional, progressista e democrática. O pós-
modernismo, inspirado no pós-estruturalismo, diz que o sujeito não pensa, fala nem produz:
ele é pensado, falado e produzido.
77
Ensino a Distância - ULBRA
A análise pós-colonial busca examinar tanto as obras literárias escritas do ponto de vista
dominante quanto aquelas escritas por pessoas pertencentes às nações dominadas. Era
através da dimensão pedagógica e cultural que o conhecimento se ligava ao complexo das
relações coloniais de poder. Uma perspectiva pós-colonial exige um currículo multicultural,
que não separe questões de conhecimento e cultura de questões de poder, política e
interpretação.
A pedagogia como cultura e a cultura como pedagogia são outras questões destacadas
pelo autor, o qual enfatiza que todo conhecimento, na medida em que se constitui num
sistema de significação, é cultural. Tal como a educação, as outras instâncias culturais
também são pedagógicas, pois ensinam alguma coisa. Então, o cultural torna-se
pedagógico, e a pedagogia torna-se cultural. O currículo e a pedagogia das formas culturais
extra-escolares possuem imensos recursos econômicos e tecnológicos como exigência de
seus objetivos quase sempre mercadológicos, assim eles se apresentam de uma forma
sedutora e irresistível.
Depois das teorias críticas e pós-críticas, não podemos mais olhar para o currículo com o
mesmo olhar de antes, pois ele tem um significado muito amplo, indo além do que as
78
Ensino a Distância - ULBRA
teorias tradicionais nos delimitaram, pois conhecemos de forma mais complexa a sua
essência e as suas relações com o poder.
As teorias pós-críticas podem nos ter ensinado que o poder está em toda parte e se
apresenta de múltiplas formas. As teorias críticas não nos deixam esquecer que algumas
formas de poder são visivelmente mais perigosas e ameaçadoras do que outras, pois
existem questões que passam pelo currículo que devem ser analisadas com muita atenção,
pois determinam a nossa prática. A compreensão dessas teorias é importante para
entendermos a história e os interesses da construção do currículo para podermos com olhar
crítico saber o que ele traz, faz e em que precisa mudar.
Ponto final
Neste capítulo procurou-se abordar as teorias sobre o currículo, a partir de teóricos que
revelam a flexibilidade de sua compreensão e também a complexidade que se apresenta
para a análise simples do tema. Faz-se necessário o estudo das teorias do currículo e o
reconhecimento da legislação para a educação existente no País para que possamos
elaborar de forma objetivo o currículo escolar.
79
Ensino a Distância - ULBRA
Indicações culturais
COSTA, Marisa Vorraber (org.). O currículo nos limiares do contemporâneo. 2. ed. Rio de
Janeiro: DP&A, 1999.
_____. O currículo como fetiche: a poética e a política do texto curricular. 2. ed. Belo
Horizonte: Autêntica, 2001.
Atividades
1. Como podemos classificar as teorias do currículo?
a. Tradicionais, críticas e pós-críticas.
b. Tradicionais, contemporâneas e pós-críticas.
c. Tradicionais, tecnicistas e contemporâneas.
d. Tradicionais, pós-críticas e identitárias.
e. Pós-críticas, neo-liberais e construtivistas.
80
REFERÊNCIAS POR
CAPÍTULO
CAPÍTULO 1 6 Id
3 BOPP, 2004. 9 Id
2 Id. 5 Id.
3 Id. 6 Id.
4 Id. 7 Id.
5 Id. 8 Id.
Ensino a Distância - ULBRA
82
Ensino a Distância - ULBRA
9 BRASIL, 1988.
CAPÍTULO 9
2 Idem, p. 28.
3 Idem, p. 30.
4 BRASIL, 1996.
5 BRASIL, 2007.
CAPÍTULO 10
1 SILVA, 1995.
2 ALTHUSSER, 1983.
3 BOURDIEU; PASSERON,
1975.
7 SILVA, 1999.
8 BERNSTEIN, 1975.
9 Id.
10 SILVA, 1999.
11 BRASIL, 1988.
83
REFERÊNCIAS
AQUINO, Líbia Maria Serpa. Políticas sociais e legislação educacional. Canoas: Editora
ULBRA, 2007.
BERNSTEIN, Basil. Classes, códigos e controles. v. 3. Londres: Routledge and Kegan Paul,
1975.
85
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BRZEZINSKI, Iria (org.). LDB interpretada: diversos olhares se entrecruzam. São Paulo:
Cortez Editora, 2000.
COSTA, Marisa Vorraber (org.). O currículo nos limiares do contemporâneo. 2. ed. Rio de
Janeiro: DP&A, 1999.
GUSMÃO, Paulo Dourado de. Introdução ao estudo do Direito. 22a. ed. Rio de Janeiro:
Forense, 1997.
LIBÂNEO, José Carlos. Educação escolar: políticas, estrutura e organização. 2. ed. São
Paulo: Cortez, 2005.
MEIRELLES, Helly Lopes. Direito municipal brasileiro. São Paulo: Malheiros, 1993.
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Ensino a Distância - ULBRA
MELLO, Guiomar Namo. Educação escolar brasileira: o que trouxemos do século XX?
Porto Alegre: Artes Médicas, 2004.
NADER, Paulo. Introdução ao Estudo do Direito, 21. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2002.
PERES, José Augusto de Souza. O direito educacional: de suas origens remotas a uma
tentativa de sistematização. Salamanca: Universidade Pontifícia de Salamanca, 1997.
SOUZA, Paulo Nathanael Pereira; SILVA, Eurides Brito. Como entender e aplicar a nova
LDB. São Paulo: Pioneira, 2002.
TYLER, Ralph W. Princípios básicos de currículo e ensino. Porto Alegre: Globo, 1999.
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ANEXOS
Constituição Federal
Seção I – Da Educação
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e
incentivada com a colaboração da sociedade, visando o pleno desenvolvimento da pessoa,
seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
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Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a
assegurar formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e
regionais.
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Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de
impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e
desenvolvimento do ensino.
Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo ser dirigidos
a escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas, definidas em lei, que:
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§ 1º – Os recursos de que trata este artigo poderão ser destinados a bolsas de estudo
para o ensino fundamental e médio, na forma da lei, para os que demonstrarem
insuficiência de recursos, quando houver falta de vagas e cursos regulares da rede
pública na localidade da residência do educando, ficando o Poder Público obrigado a
investir prioritariamente na expansão de sua rede na localidade.
Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração plurianual, visando à
articulação e ao desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis e à integração das
ações do Poder Público que conduzam à:
I – erradicação do analfabetismo;
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GABARITO
CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 6
1. a 1. b
2. e 2. e
CAPÍTULO 2 CAPÍTULO 7
1. d 1. a
2. c 2. c
CAPÍTULO 3 CAPÍTULO 8
1. b 1. c
2. a 2. b
CAPÍTULO 4 CAPÍTULO 9
1. c 1. d
2. d 2. b
CAPÍTULO 5 CAPÍTULO 10
1. c 1. a
2. d 2. d