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PROBLEMA 4: Condenar o inocente ou soltar o culpado?

Anne Barbara Michie Anderson, Lisa Anne Bero e Kay Dickersin


desenvolveram uma série de estudos. Os projetos foram escritos, aprovados por
Comitês de Ética em Pesquisa e registrados nas bases de registros de estudos para
garantir a transparência em pesquisa.
Alguns desfechos ainda serão coletados, enquanto outros já foram coletados.
Mas é chegada a hora de analisar os dados. Após ler e discutir alguns artigos com
John Ioannidis [e.g.: DOI https://doi.org/10.1038/s41562-017-0189-z; DOI
http://dx.doi.org/10.18601/01245996.v20n39.13 (tradução do original em inglês: DOI
https://doi.org/10.1371/journal.pmed.0020124)] e em meio ao processo surge uma
série de questões: Qual o tamanho da amostra para demostrar o evento? Como
organizar o banco de dados? Quais os tipos de variáveis? Quais as distribuições das
variáveis? Como fazer um resumo dos achados por meio da estatística descritiva
(medidas de tendência central e de variabilidade)? Quais testes de hipótese aplicar?
Quais programas usar?
Anne irá realizar um estudo observacional transversal e Lisa pretende realizar
um estudo experimental. Anne e Lisa usam a mesma ferramenta e possuem variáveis
continuas que podem ser dicotomizadas por pontos de corte descritos na literatura.
Anne realizou um estudo piloto com 7 sujeitos (S) e obteve os seguintes dados: S1 =
22.1; S2 = 14.8; S3 = 24.1; S4 = 28.0; S5 = 13.5; S6 = 31.6; S7 = 38.8. Lisa verificou na
literatura que um estudo randomizado similar já foi realizado e após a intervenção o
grupo experimental (n = 7) teve média (𝜇̅ ) ± desvio padrão (𝜎̅) de 25.8 ± 7.5 e o grupo
controle (n = 7) obteve 23.0 (𝜇̅ ) ± 5.8 (𝜎̅); a diferença média entre os grupos foi de 2.8
± 7.1 (N = 14). O ponto de corte descrito na literatura é de 15 unidades e Anne calculou
sua proporção e Lisa verificou que o estudo reportava as proporções de 3/7 e 5/7,
respectivamente, para o grupo experimental e controle. Anne e Lisa irão realizar o
cálculo do tamanho da amostra para desfechos contínuos e dicotômicos assumindo
um nível de significância de 0,5% e um poder de 80% para um teste de hipótese
bicaudal.
Kay já coletou todos os seus dados. Ela conduziu um estudo experimental
randomizado pragmático com dois grupos (G1 e G2). Antes da intervenção ser
aplicada foram observados os resultados para G1 (S1 = 14; S2 = 20; S3 = 16; S4 = 24;
S5 = 25; S6 = 11; S7 = 31; S8 = 24; S9 = 18) e para G2 (S1 = 16; S2 = 15; S3 = 22; S4 =
26; S5 = 14; S6 = 15; S7 = 29; S8 = 13; S9 = 26; S10 = 32; S11 = 22); após 12 meses de
seguimento novas avaliações foram feitas levando em consideração que o tempo (t)
de duração da intervenção foi de 6 a 12 meses para G1 (S 1 = 10, t = 7; S2 = 11, t = 9;
S3 = 12, t = 8; S4 = 9, t = 12; S5 = 16, t = 10; S6 = 12, t = 6; S7 = 14, t = 12; S8 = 16, t =
10; S9 = 9, t = 11) e para G2 (S1 = 17, t = 7; S2 = 14, t = 12; S3 = 20, t = 8; S4 = 24, t =
9; S5 = 13, t = 11; S6 = 12, t = 12; S7 = 32, t = 12; S8 = 17, t = 6; S9 = 28, t = 10; S10 =
30, t = 12; S11 = 16, t = 6). Kay sabe que terá que usar o teste t para amostras
independentes e pareado. Embora no projeto esteja previsto usar anova ou manova,
para explorar os dados irá aplicar o teste de correlação de Pearson para saber se o
tempo de duração da intervenção se correlaciona com a diferença entre o valor de
antes da intervenção e após 12 meses. Ela irá usar mesmo ponto de corte que Anne
e Lisa (15 unidades) e irá aplicar o teste de qui-quadrado, razão de chance, risco
relativo, diferença de risco e número necessário para tratar. Kay pretende determinar
o P-valor, bem como os intervalos de confiança de 95% para ajudar a interpretar os
resultados.
De posse dos resultados do estudo que Lisa achou e do estudo que Kay
conduziu, John e Anne irão realizar metanálises.
Os pesquisadores terão que explorar os programas BioEstat, RevMan,
G*Power e os sites http://www.lee.dante.br/ e http://www.openepi.com para aprender
a usá-los e realizar suas análises. Sabem também que podem usar o Excel e o R.

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