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Revisão de suspensão e direção:

Conforme os colegas citaram abaixo o uso de EPIs é essencial. Vejamos. Os elementos


de suspensão e direção estão sujeitos à grande variação térmica (basta pensarmos nos freios) e
à poeira, água e detritos afim. Esse esfria/esquenta/molha/seca costuma dificultar a retirada de
componentes (os terminais de direção ficam "colados" com frequência, por ex.). Assim é
necessário o uso de luvas e demais equipamentos de proteção para evitar acidente (e muita
paciência). Também é perigoso lidar com as molas do veículo. Estas, quando montadas, ficam
comprimidas mesmo com as rodas sem contato com o solo, portanto exigem ferramentas
adequadas e muito cuidado ao retirá-las.
O relato do cliente deve ser o guia na busca do problema, porém não podemos nos
limitar a ele. Dentre os motivos cito alguns exemplos. Devido ao isolamento acústico em alguns
veículos não dá para ouvir barulhos na suspensão. Noutros casos o problema é inaudível, sendo
perceptível no alinhamento da direção ou em pequenas oscilações na roda. Os semi eixos e a
dupla junta homocinética/trizeta, quando com defeito, faz o motorista pensar que se trata de
problema na suspensão, sendo que na verdade é um elemento de transmissão.
Por fim, cabe ressaltar a importância de seguir as especificações técnicas do fabricante
e, na medida do possível, recomendar o uso de peças originais. O uso de peças de baixa
qualidade ou fora da especificação pode ser um risco ao cliente e uma dor de cabeça ao
mecânico quando tiver de refazer o serviço em razão de falha do componente. E mesmo que
não apresente falha, o componente pode forçar o desgaste de outros elementos da suspensão e
direção.

Gestão de resíduos da oficina mecânica

Os veículos à combustão são poluentes pela emissão de gases nocivos. Isso é fato
notório, mas muitos se esquecem da poluição e impacto ambiental causado pelas peças e fluidos
usados. Feitos em aço, plástico, espuma, borracha, metais nobres, óleos etc. os componentes do
carro se transformam num desastre ambiental quando descartados em lugar inadequado. Como
ainda não existe veículo biodegradável, cada peça demora dezenas (em muitos casos centenas)
de anos para se decompor na natureza. E o pior: metais pesados, por ex. o chumbo (baterias) e
fluidos lubrificantes são extremamente tóxicos para fauna e a flora. Também é uma questão de
saúde pública, pois se agride os animais nós, seres humanos, somos vítimas ainda maiores de
nosso próprio lixo.
A Lei nº 12.305 de 2010 que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)
prevê em seu art. 1º, parágrafo primeiro: estão sujeitas à observância desta Lei as pessoas físicas
ou jurídicas, de direito público ou privado, responsáveis, direta ou indiretamente, pela geração
de resíduos sólidos e as que desenvolvem ações relacionadas à gestão integrada ou ao
gerenciamento de resíduos sólidos. Ou seja, pela lei o mecânico também é responsável pela
geração de resíduos sólidos ao substituir peças ou fluidos. Cabe a ele a gestão desse lixo, sob
pena de multa conforme a gravidade do caso.
A gestão do lixo na oficina mecânica começa pela separação dos materiais. O
CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) criou um código de cores para sinalizar
onde deve ser depositado cada peça conforme o material de construção (metal num recipiente,
plástico noutro, assim por diante). Uma vez separados, os componentes inutilizáveis podem ser
reciclados, através da venda da sucata. Os fluidos lubrificantes, óleo de freio e graxas também
são processados e transformados por empresas especializadas, desde que devidamente
separados e bem armazenados. Inclusive, o IQA (Instituto de Qualidade Automotiva)
recomenda a instalação nas oficinas de caixas decantadoras para separar o óleo da água de
lavagem das peças para evitar que o óleo chegue à rede de esgoto. Tais medidas, que reduzem
o possível impacto ambiental causado pela manutenção automotiva, estão fartamente
disponíveis na internet graças ao site O mecânico, fonte de informação para a pesquisa deste
trabalho.

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