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A definição do tema direciona o desenvolvimento do texto. O título deve ser bem pensado,
para chamar a atenção do leitor. Também é importante que os fatos ou ideias sejam
apresentados de forma coerente, em parágrafos adequadamente estruturados, de modo que
o leitor compreenda o texto com facilidade.
Como você pode observar, título é diferente de tema. O título é mais curto, podendo ou não
sintetizar a idéia-núcleo (ideia central do texto). Já o tema é a idéia-núcleo do texto a
respeito da qual se escreve.
Se fosse dado como título, por exemplo, "O computador", o tema para discussão poderia ser:
"A substituição do homem pela máquina vem aumentando o índice de desemprego", "O uso
do computador cria fonte de recursos para o trabalho humano", entre outros.
Sintetizando:
No texto dissertativo, cada parágrafo deve ser organizado e ordenado em torno de uma ideia
principal. A necessidade de sequência lógica e coerência leva a ideias secundárias que, por
fim, constroem o todo do texto. Outros recursos que facilitam ao iniciar parágrafos são:
recorrer a alusões históricas, apresentar perguntas, dados, etc.
Parágrafo: é uma unidade de texto de tamanho variável em que, a partir de uma ideia
principal, desenvolvem-se ideias secundárias relacionadas entre si. É indicado pela
mudança de linha e por um pequeno espaço deixado na margem esquerda do texto.
"Quem vive em São Paulo e no Rio de Janeiro, as duas maiores metrópoles do país, conhece
bem seus problemas: desemprego, custo de vida elevado, favelização, poluição, caos no
trânsito, precariedade no atendimento de saúde e aumento da violência urbana. Boa parte
deles foi causada pelo crescimento desordenado das cidades e pela falta de planejamento
urbano. Só em São Paulo, estima-se que haja cerca de 1,6 mil favelas,a maioria localizada
em bairros da periferia. No Rio de Janeiro, enormes favelas convivem lado a lado com os
bairros nobres da Zona Sul. […]
a) O parágrafo acima foi elaborado a partir de uma ideia principal. Qual é essa ideia?
b) O que ocasionou o fato a que se refere esse parágrafo?
c) Numa folha separada, ou num documento do Word, elabore um parágrafo a partir do que
você leu acima e outro relacionado à tira.
Avaliação: Releia os dois parágrafos e sublinhe a ideia principal de cada um. Depois corrija
o que for necessário.
b) Novas leis são propostas como punição aos traficantes de drogas, cujo comércio ilegal
acarreta corrupção e violência.
Avaliação: Verifique se há adequação do título ao tema proposto. Se não houver, elabore
outro.
Avaliação: Verifique se o tema está condizente com o título. Se não estiver, elabore outro.
4. Veja as tiras e a charge abaixo. Numa folha separada, defina o tema e crie um título para
cada uma. Depois elabore um parágrafo a partir do tema.
Avaliação: Verifique se o tema, o título e o parágrafo têm relação entre si e reelabore o que
for necessário.
Um poema dissertativo
"Velhice
é um modo de sentir frio que me assalta
e uma certa acidez.
O modo de um cachorro enrodilhar-se
quando a casa se apaga e as pessoas se deitam.
Divido o dia em três partes:
a primeira pra olhar retratos,
a segunda pra olhar espelhos,
a última e maior delas, pra chorar.
Eu, que fui loura e lírica,
não estou pictural.
Peço a Deus,
em socorro da minha franqueza,
abrevie esses dias e me conceda um rosto
de velha mãe cansada, de avó boa,
não me importo. Aspiro mesmo com impaciência e dor.
Porque sempre há quem diga no meio da minha alegria:
'põe agasalho'
'tens coragem?'
'por que não vais de óculos?'
Mesmo rosa sequíssima e seu perfume de pó,
quero o que desse modo é doce, o que de mim diga: assim é.
Pra eu parar de tremer e posar pra um retrato, ganhar uma poesia em pergaminho."
Traçar um roteiro (planejamento do que será escrito) com algumas ideias a ser
apresentadas em uma sequência organizada.
Relacionar palavras e frases importantes, concernentes ao tema da dissertação, que
vão se transformar em parágrafos no desenvolvimento do texto.
Definir a tese e fundamentá-la com argumentos que a sustentarão.
Apresentar pontos de vista e opiniões diversas que se contrapõem e enfatizar seu
ponto de vista ou posicionamento crítico.
Verificar se o texto tem as partes principais: introdução, desenvolvimento, conclusão.
Concluir retomando o que foi falado no início.
Inserir um título sugestivo, se necessário.
Violência epidêmica
"A violência urbana é uma enfermidade contagiosa. Embora possa acometer indivíduos
vulneráveis em todas as classes sociais, é nos bairros pobres que ela adquire características
epidêmicas.
A prevalência varia de um país para outro e entre as cidades de um mesmo país, mas, como
regra, começa nos grandes centros urbanos e se dissemina pelo interior. A incidência nem
sempre é crescente, mudança de fatores ambientais e medidas mais eficazes de repressão,
por exemplo, podem interferir em sua escalada.
As estratégias que as sociedades adotam para combater a violência flutuam ao sabor das
emoções, raramente o conhecimento científico sobre o tema é levado em consideração.
Como reflexo, a prevenção das causas e o tratamento das pessoas violentas evoluíram muito
pouco no decorrer do século 20, ao contrário dos avanços ocorridos no campo das infecções,
câncer, diabetes e outras enfermidades.
A agressividade impulsiva é consequência de perturbações nos mecanismos biológicos de
controle emocional. Tendências agressivas surgem em indivíduos com dificuldades
adaptativas que os tornam despreparados para lidar com as frustrações de seus desejos.
A violência urbana é uma doença com múltiplos fatores de risco, dos quais os mais
relevantes são a pobreza e a vulnerabilidade biológica.
Os mais vulneráveis são os que tiveram a personalidade formada num ambiente desfavorável
ao desenvolvimento psicológico pleno. A revisão dos estudos científicos já publicados
permite identificar três fatores principais na formação das personalidades com maior
inclinação ao comportamento violento:
Na periferia das cidades brasileiras vivem milhões de crianças que se enquadram nessas três
condições de risco. Associados à falta de acesso aos recursos materiais, à desigualdade
social, à corrupção policial e ao péssimo exemplo de impunidade dado pelos chamados
criminosos de colarinho-branco, esses fatores de risco criam o caldo de cultura que alimenta
a violência crescente nas cidades.
Na falta de outra alternativa, damos à criminalidade a resposta do aprisionamento. Embora
pareça haver consenso de que essa seja a medida ideal e de que lugar de bandido é na
cadeia, não se pode esquecer que o custo social de tal solução está longe de ser
desprezível. Além disso, seu efeito é passageiro: o criminoso fica impedido de delinquir
apenas enquanto estiver preso.Ao sair, estará mais pobre, terá rompido laços familiares e
sociais e dificilmente encontrará quem lhe dê emprego. Ao mesmo tempo, na prisão, terá
criado novas amizades e conexões mais sólidas com o mundo do crime.
Construir cadeias custa caro; administrá-las, mais ainda. Para agravar, obrigados a optar por
uma repressão policial mais ativa, aumentaremos o número de prisioneiros a ponto de não
conseguirmos edificar prisões na velocidade necessária para albergá-los.As cadeias
continuarão superlotadas, e o poder dentro delas, nas mãos dos criminosos organizados.
Seria mais sensato investir o que gastamos com as cadeias em educação, para prevenir a
criminalidade e tratar os que ingressaram nela. Mas, como reagir diante da ousadia sem
limites dos que fizeram do crime sua profissão sem investir pesado no aparelho repressor e
no aprisionamento, mesmo reconhecendo que essa é uma guerra perdida? Estamos nesse
impasse!
Na verdade, não existe solução mágica a curto prazo. Precisamos de uma divisão de renda
menos brutal, motivar os policiais a executar sua função com dignidade, criar leis que
acabem com a impunidade dos criminosos bem-sucedidos e construir cadeias novas para
substituir as velhas, mas isso não resolverá o problema enquanto a fábrica de ladrões
colocar em circulação mais criminosos do que nossa capacidade de aprisioná-los.
Só teremos tranquilidade nas ruas quando entendermos que ela depende do envolvimento de
cada um de nós na educação das crianças nascidas na periferia do tecido social. O
desenvolvimento físico e psicológico das crianças acontece por imitação. Sem nunca ter
visto um adulto, ela andará literalmente de quatro pelo resto da vida. Se não estivermos por
perto para dar atenção e exemplo de condutas mais dignificantes para esse batalhão de
meninos e meninas soltos nas ruas pobres das cidades brasileiras, vai faltar dinheiro para
levantar prisões.
Enquanto não aprendemos a educar e oferecer medidas preventivas para que os pais evitem
ter filhos que não serão capazes de criar, cabe a nós a responsabilidade de integrá-los na
sociedade por meio da educação formal de bom nível, das práticas esportivas e da
oportunidade de desenvolvimento artístico."
Televisão em casa
Elaborar a introdução.
A partir de uma pesquisa realizada entre pessoas de diferentes classes sociais, concluiu-se
que, de fato, em geral os telespectadores absorvem boa parte do que é apresentado na
tela.
Tanto as novelas como as propagandas veiculadas nos intervalos exercem muita influência
sobre as pessoas.Ao difundir modelos de comportamento, reforçam-se estereótipos ligados a
raças e classes sociais, o que contribui para que imagens distorcidas da sociedade continuem
a ser propagadas.
Resta saber se recorrer ao controle-remoto para mudar de canal resolveria o problema.
Aliás, antes disso, é preciso saber se as pessoas querem mudar de canal.
Texto 2
O Brasil hoje
A realidade brasileira deixa claro que nosso país é palco de grandes contradições sociais,
culturais e económicas. A origem disso pode ser procurada, e provavelmente será
encontrada, na exploração do Brasil pelas grandes potências, que contavam com o apoio de
nossa elite e com a falta de voz ativa dos menos favorecidos.
Elaborar o desenvolvimento.
Diante de todas essas contradições, de todas essas injustiças, os brasileiros precisam parar
para se perguntar qual é,de fato, o significado do dia 7 de setembro para o nosso país.
Texto 3
Meio ambiente
Existem dezessete países no mundo que reúnem em seu território 70% de toda a
biodiversidade global. Nenhum deles, porém, chega perto do Brasil, que abriga
aproximadamente 20% de todas as espécies animais do planeta. Na Floresta Amazônica está
boa parte da riqueza natural do país: são 5,5 milhões de quilómetros quadrados com um
terço de todas as espécies vivas do planeta. Mas até quando?
Todos esses números acabam por atrair a atenção de pessoas e corporações com interesses
duvidosos, que põem o desejo de lucro acima de qualquer outra consideração de ordem
ética, promovendo um desmatamento sem limites e acelerando a extinção de diversas
espécies animais.
O comércio ilegal de aves também tem se intensificado, o que revela tanto um certo
descaso das autoridades como a cumplicidade de uma parte da população que, ao comprar
uma dessas aves em uma loja, terá contribuído com a matança de outras 99 da mesma
espécie. Isto é sério.
Elaborar a conclusão
Avaliação: Troque seu texto com um(a) colega para verificar se foi feito o que se solicitou
nos textos 1, 2 e 3.
Faça comentários e sugestões por escrito indicando se os parágrafos apresentam-se em uma
sequência lógica e ordenada.
Se necessário, reescreva seu texto a partir dos comentários e sugestões do(a) colega.
"A taxa de mortalidade infantil em São Paulo caiu para o menor nível de toda a história da
saúde pública no Estado, como revela pesquisa feita pela Fundação Estadual de Análise
(Sead-SP). Em 2000, a taxa de mortalidade já havia recuado bastante, para 16,97 óbitos de
crianças de até I ano de idade para cada mil nascidas vivas. No ano passado, recuou ainda
mais, para 15,8 óbitos a cada mil nascimentos. Isso representa menos da metade da taxa
nacional de mortalidade infantil. A taxa ainda é alta, quando comparada com as de países
desenvolvidos, mas sua queda representa importante conquista, dado o complexo perfil
demográfico do Estado, que recebe fortes fluxos migratórios e registra significativos
movimentos populacionais no interior.
Os dados divulgados pela Sead revelam fortes disparidades entre as regiões do Estado e até
mesmo dentro de uma mesma cidade. Nos bairros centrais de Santos, por exemplo, morrem
56 crianças de até I ano por mil nascidas vivas, enquanto na Ponta da Praia a taxa cai para
pouco mais de 10 mortes por mil nascimentos. [...]"
Reúna-se com alguns colegas para redigir um texto a partir da crítica social expressa na
charge de Angeli e dos dados apresentados no texto jornalístico.
Não se esqueçam do título.
Avaliação: Troquem seu texto com outro grupo. Indiquem os trechos em que há referência à
charge e ao texto jornalístico.
Escrevam sugestões para o texto ficar mais claro, coeso e conciso.
Depois cada grupo vai ler as sugestões apresentadas e reescrever seu texto, acatando as
ideias
que julgar convenientes.
Organizem um mural com os demais grupos e coloquem as redações nele, para que todos
possam ler os textos.