Você está na página 1de 6

Universidade São Judas Tadeu

Faculdade de Tecnologia e Ciências Exatas


Cursos de Engenharia

Laboratório de Física
Mesa de Forças
Autor: Prof. Luiz de Oliveira Xavier


Fr ≠ Fr
F2
  
Fr = F1 + F2 ϕ α Fr
F2
Anel
β
Fr = F + F + 2 F1 .F2 . cos α
1
2
2
2 FE
F1

 
FE = − Fr

BANCADA: TURMA: Data:

Aluno R.A

- 2013 –
GRUPO: NOTA:

Mesa de Forças.

1. Introdução: O estudo científico das leis do movimento iniciou-se com os trabalhos de Galileu Galilei (1564-
1642). Galileu entrou na Universidade de Pisa em 1581 para estudar medicina, mas seus interesses voltaram-se
para a matemática. Deixou a Universidade de Pisa em 1585 sem obter nenhum diploma e retornou a ela em 1589
como professor de matemática. Fundador do método científico baseado na medida e na experimentação estudou
o movimento do pêndulo, a queda de objetos e o lançamento de projéteis. Foi o primeiro a reconhecer a lei da
Inércia, porém não a estendeu aos astros celestes, pois influenciado pelas idéias de Aristóteles acreditava que as
leis do movimento na Terra seriam diferentes das leis no céu onde os astros, na ausência de forças,
permaneceriam em movimento circular. Durante 30 anos de medidas diárias, o astrônomo dinamarquês Tycho
Brahe (1546-1641) observou a posição dos cinco planetas visíveis a olho nu no sistema solar. O astrônomo
alemão Johannes Kepler (1571-1630) dedicou muitos anos à análise dos dados de Tycho de quem foi assistente.
Kepler pôde descobrir três leis das quais a primeira diria que o movimento dos planetas é uma elipse (e não um
círculo) onde o Sol encontra-se em um dos focos. As outras duas leis de Kepler estão relacionadas com a
velocidade do planeta em sua posição com relação ao Sol. Foi o filósofo e cientista francês René Descartes (1596-
1650) com uma filosofia mecanicista que estabeleceu que as leis da física eram universais sendo as mesmas no
céu e na Terra, mas sua visão mecanicista não permitia forças de ação à distância como a gravidade e para
explicar o movimento elíptico dos planetas postulou que o espaço era preenchido por matéria invisível que se
movimentaria em vórtices e empurraria os planetas rumo ao Sol. Essa idéia foi de alguma forma recuperada pelas
teorias da física moderna em que as forças são intermediadas por partículas chamadas bósons virtuais. A lei da
inércia de Galileu foi finalmente universalizada pelos trabalhos do inglês Isaac Newton (1643-1727). Nascido no
ano seguinte ao da morte de Galileu, Isaac Newton é considerado um dos maiores e mais influentes cientistas de
todos os tempos. Entrou na universidade de Cambridge em 1661. Graduou-se em 1665 retirou-se por 18 meses
na fazenda de sua mãe fugindo da peste bubônica que assolava os grandes centros da Europa. Neste período
realizou o maior trabalho científico criativo de que se tem notícia. Baseado nas obras de Galileu, Tycho, Kepler,
Descartes, Copérnico, Gassendi e Fermat entre outros expoentes da revolução científica, Isaac Newton realizou
uma obra de síntese colossal denominada mecânica newtoniana e foi descrita em sua obra monumental
“Philosophiae Naturalis Principia Mathematica“ (1687) que se traduz para Princípios Matemáticos da Filosofia
Natural freqüentemente referida por Principia. Para tratar adequadamente a mecânica newtoniana incluindo a
gravitação dos planetas, Newton necessitava de uma matemática que realizasse operações com elementos
contínuos e baseado no conceito de derivada de Pierre de Fermat (1601-1665), Newton desenvolveu o cálculo
diferencial e integral. A obra de Newton inclui não só a lei da gravitação universal do inverso do quadrado,
conhecida como a lei da gravitação universal de Newton, mas também outras três leis sendo a primeira lei a da
inércia estabelecida inicialmente por Galileu para objetos em movimento na Terra e no céu onde a matemática
de Newton pôde descrever o movimento dos astros em órbita elíptica. A segunda lei relaciona a massa e a
aceleração de um corpo com a força resultante a que ele está submetido, normalmente conhecida como
 
∑ i = m.a . A terceira lei é conhecida como a lei da ação e reação e estabelece que os corpos que interagem
F
i
mutuamente submetem-se a forças de igual intensidade e sentidos opostos. Neste experimento você estudará
um sistema de forças em equilíbrio estático onde a força resultante é nula, ou seja, a aceleração também é nula.
Você verificará as três leis de Newton!

2. Material:
3 massas de 5 gramas, 3 massas de 10 gramas , 3 massas de 20 gramas e 6 massas de 1 grama (6 clips),
3 porta massas, 1 mesa de forças graduada, 1 anel de plástico e fios.

3. Arranjo experimental: A mesa de forças é um sistema adequado para verificar a força resultante que age
sobre um objeto. O objeto em questão é um anel de plástico que será amarrado a fios de linha e deverá
permanecer centralizado e em equilíbrio no centro da mesa. Na condição de equilíbrio o anel não deverá tocar
no pino fixo no centro da mesa. Duas forças colineares (forças que estão sobre a mesma linha) poderão
equilibrar o anel desde que tenham sentidos opostos. Não podemos esquecer que as forças possuem uma
natureza vetorial apresentando um sentido, uma direção e uma intensidade. Como exemplo podemos imaginar
a brincadeira do “cabo de guerra” onde dois grupos de pessoas puxam cada extremidade de um cabo. Se os dois
grupos puxarem o cabo com a mesma intensidade, o cabo permanecerá parado. Na mesa de forças o anel
permanecerá parado.

Figura 1 F2 F1
Vista de cima
Anel

Na mesa de forças, a intensidade das forças de tração F1 e F2 em cada fio é dada pela força peso da massa
amarrada à outra extremidade do fio que penderá verticalmente após o fio passar por uma polia leve e sem
resistência.

Polia Polia
Figura 2 Anel Vista de lado
F2 Mesa F1

Se as duas forças anteriores não forem colineares haverá a necessidade de uma terceira força para manter o anel
em equilíbrio no centro da mesa. Esta terceira força terá intensidade igual à força resultante entre as duas primeiras

forças, mas sentido oposto. Esta terceira força será chamada de Força de Equilíbrio ( FE ). Para que o sistema de três
forças possua força resultante nula, as forças deverão obedecer à seguinte equação vetorial que representa a 2a lei:
  
FE = −( F1 + F2 )

Observe o arranjo experimental para as três forças sobre a superfície da mesa, vista de cima:

Figura 3 – Regra do
Paralelogramo
F2

ϕ α Fr
F2
Anel
β
FE Vista de Cima
F1

Mesa

 
A soma das forças F1 e F2 pode ser obtida pela regra do paralelogramo conforme visualizada no desenho
acima. Utilizando uma escala, o tamanho de cada vetor será proporcional à intensidade de cada força. Assim, o
  
tamanho do vetor soma ( F1 + F2 ) fornecerá o tamanho do vetor da força de equilíbrio FE . Para obter-se o
  
equilíbrio, porém, FE deverá ter sentido oposto a ( F1 + F2 ) conforme mostra o desenho. Uma outra forma de obter

a intensidade de FE para equilibrar as forças na mesa é utilizando uma equação conhecida como a lei dos cossenos.
 
Para aplicar esta equação necessitaremos do ângulo α entre as forças F1 e F2 . Por este motivo a mesa circular
possui uma graduação em graus de 0º a 360º. A aplicação da lei dos cossenos fornece a intensidade da força
   
resultante entre a soma vetorial das forças F1 e F2 . Note bem que a soma vetorial da força F1 com a força F2 não
é nunca, jamais a soma direta das intensidades de F1 e F2. Observe que a lei dos cossenos no quadro abaixo utiliza o
ângulo α e as intensidades das forças ao quadrado:
 
LEI DOS COSSENOS FR = F1 + F2 = F12 + F22 + 2 F1 .F2 . cos α
4. Procedimento: Você deverá resolver dois ensaios de forças envolvendo três forças em cada ensaio,
aplicando a regra do paralelogramo e a lei dos cossenos. Em cada ensaio você deverá determinar o vetor força de

Equilíbrio FE e comprovar o resultado teórico experimentalmente com o uso da mesa de forças.

Você recebeu massas aferidas que serão utilizadas em cada porta massa. A massa de cada porta massa
equivale a 5 gramas. Recebeu ainda três polias e um anel de plástico que será usado na mesa de forças. O material é
frágil e delicado. Trate-o com cuidado e gentileza.

Para cada ensaio, você deverá fazer um desenho em escala do diagrama das forças na folha com graduação
circular de 0º a 360º que representa a mesa de forças. Para facilitar esta tarefa utilizaremos as forças em unidades
de grama-força (gf) que representa a força peso de uma quantidade de massa em gramas sujeita à aceleração da
gravidade local, ou seja, F = m.g . Assim, no sistema C.G.S. aqui no laboratório teremos 1gf = 1g x 978 cm/s2 = 978
dyn (força em dina). A equivalência de 1gf em dina muda se estivermos na Lua, pois apesar da massa inercial
continuar sendo 1g, a aceleração da gravidade na Lua é aproximadamente 1/6 do valor na Terra. Podemos, portanto
esquecer neste experimento o valor da gravidade local e os valores das forças em dina. Trabalharemos com os
valores das forças na unidade gf (grama-força). A intensidade da força é representada pelo tamanho do vetor
desenhado no diagrama de forças. Utilize a seguinte escala para o seu desenho: 5gf = 1cm. Assim, uma força
provocada por 25 gramas de massa terá intensidade de 25 gf e será desenhada por um vetor de comprimento 5 cm
no diagrama de forças utilizando a escala 5gf = 1cm , entende?

3.1 Primeiro ensaio de forças: Para este primeiro ensaio desenhe em escala o diagrama de forças para duas
forças de intensidade 25 gf separadas por um ângulo α de 120º. Determine a intensidade da força resultante
medindo com a régua o seu tamanho após desenhá-la utilizando o método do paralelogramo. Não esqueça que na
sua escala, 1 cm = 5 gf. Preencha a tabela abaixo, menos a última coluna por enquanto.

(4) TABELA 1: Primeiro ensaio de forças. Forças de intensidade 25 gf e ângulo de 120º entre elas.
Regra do paralelogramo Força de Equilíbrio FE Força de Equilíbrio FE
Força F1 Força F2
(F1 + F2 ) TEÓRICA ( régua) EXPERIMENTAL
Comprimento ______________
(cm) 5 cm 5 cm = =
Intensidade
(gf) 25 gf 25 gf = =
Direção
(graus )
0 00 1200

Monte agora o arranjo experimental conforme o desenho do seu diagrama de forças e determine
experimentalmente na mesa de forças a força de equilíbrio FE. Saiba que cada porta massa sozinho oferece uma
força peso de 5 gf. Anote o resultado na última coluna da tabela 1.

(1) Monte no quadro abaixo a expressão teórica com os valores para calcular a intensidade da força
   
F1 + F2 utilizando a lei dos cossenos: FR = F1 + F2 = F12 + F22 + 2 F1 .F2 . cos α .
 
O ângulo α é o ângulo entre as forças F1 e F2 . NÃO esqueça a unidade da força!

(1) Pense e responda:


A 1a lei, lei da inércia é obedecida para o anel neste experimento? SIM ( ) NÃO ( )

Se um dos fios rompesse durante o ensaio experimental o anel ficaria em inércia de movimento?
SIM ( ) NÃO ( )

Você afirmaria que a 3a lei, lei de ação e reação existe neste experimento devido a interação entre o anel e
os fios? SIM ( ) NÃO ( )

3.2 Segundo ensaio de forças: Para este segundo ensaio desenhe em escala o diagrama de forças para a
força F1 de intensidade 15 gf separada de um ângulo de 60º da força F2 de intensidade 25 gf. Determine a
intensidade da força resultante medindo com a régua o seu tamanho após desenhá-la utilizando o método do
paralelogramo. Utilize novamente a escala de 1 cm = 5 gf. Preencha a tabela abaixo, menos a última coluna por
enquanto.

(5) TABELA 2: Segundo ensaio de forças. Forças com intensidade de 15 gf e 25 gf e ângulo de 60º.
Regra do paralelogramo Força de Equilíbrio FE Força de Equilíbrio FE
Força F1 Força F2
(F1 + F2 ) TEÓRICA (régua) EXPERIMENTAL
Comprimento _______________
(cm) = =
Intensidade
(gf) = =
Direção
0
(graus )

Monte o arranjo experimental conforme o desenho do seu diagrama de forças e determine


experimentalmente na mesa de forças a força de equilíbrio FE. Anote o seu resultado na última coluna da tabela
acima.

(1) Monte no quadro abaixo a expressão teórica com os valores para calcular a intensidade da força
   
F1 + F2 utilizando a lei dos cossenos, FR = F1 + F2 = F12 + F22 + 2 F1 .F2 . cos α e calcule.
 
O ângulo α é o ângulo entre as forças F1 e F2 . NÃO esqueça a unidade da força!

   
O ângulo β é o ângulo entre o vetor força resultante FR = F1 + F2 e o vetor da força F1 . O ângulo ϕ é o
 
ângulo entre os vetores FR e F2 , conforme mostrado na Figura 3 do arranjo experimental. Estes ângulos podem ser
calculados pelas fórmulas abaixo. Monte as expressões com os valores e calcule os ângulos β e ϕ em cada
respectivo quadro:
 F2 .senα 
(1) β = arc sen 
 FR 

 F1 .senα 
(1) ϕ = arc sen 
 FR 

(1) Responda:
 
O ângulo α entre as forças F1 e F2 é igual à soma α = β + ϕ ? SIM ( ) NÃO ( )
 
Escreva no quadro abaixo a 2 lei de Newton para a situação de equilíbrio do anel, ∑ Fi = m.a , envolvendo
a

i
  
a somatória das três forças F1 , F2 e FE na mesa de forças.

Você acha que o espaço não é isotrópico (possui propriedades diferentes em todas as direções), ou seja,
girar ou mudar a posição do sistema de forças com todo o arranjo experimental afetaria o equilíbrio do sistema?
SIM ( ) NÃO ( )

Referência: Coleção de Exercícios de Física – Prof. Luiz de Oliveira Xavier – Editora Universidade São Judas.

Você também pode gostar