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Direito e Feminilidade
Direito e Feminilidade
Comitê editorial da
Orci Paulino Bretanha Teixeira, Ministéro Público do Estado do Rio Grande do Sul
φ
Direção editorial: Liane Tabarelli
Marcia Andrea Bühring
Orci Paulino Bretanha Teixeira
Voltaire de Lima Moraes
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt_BR
CAPÍTULO 1 .............................................................................................. 22
APRESENTANDO OS ESTUDOS DECOLONIAIS
1.1. OUTRA FORMA DE VER O MUNDO: um olhar A PARTIR DA AMÉRICA
LATINA ..................................................................................................... 23
CAPÍTULO 2 .............................................................................................. 67
A CONSTRUÇÃO DA/S FEMINILIDADE/S: AS VISÕES DAS IDENTIDADES FEMININAS
e O DISCURSO JURÍDICO DA COLONIALIDADE
2.1 A questão da/s identidade/s feminina/s ............................................... 68
31 “Na disputa pela identidade está envolvida uma disputa mais ampla
por outros recursos simbólicos e materiais da sociedade. A afirmação da
identidade e a enunciação da diferença traduzem o desejo dos diferentes
grupos sociais, assimetricamente situados, de garantir o acesso
privilegiado aos bens sociais. A identidade e a diferença estão, pois, em
estreita conexão com as relações de poder. A identidade e a diferença,
nunca, são inocentes”. (SILVA, 2000, p.81).
32 “Uma das principais características da sociedade patriarcal pode ser
circunscrita na definição do termo androcentrismo, postura segundo a
qual, todos os estudos, análises, investigações, narrações e propostas são
88 | DIREITO E FEMINILIDADE
...................................................................................”
(NR)
Art. 3o Esta Lei entra em vigor na data da sua
publicação. (BRASIL, 2015).
Note-se que o Brasil coloca o feminicídio apenas
como circunstância agravante do homicídio, e, no sentido de
demonstrar a pobreza do texto legislativo, traz-se dispositivo
elaborado por El Salvador81, que criou lei específica para
tratar do tema, o qual refere a dimensão política do crime:
Art. 9º […] b. forma extrema de violencia de género
contra las mujeres, producto de la violación de sus
derechos humanos, en los ámbitos público y
privado, conformada por el conjunto de conductas
misóginas que conllevan a la impunidad social o del
Estado, pudiendo culminar en feminicidio y en otras
formas de muerte violenta de mujeres. (EL
SALVADOR, 2012).
Também na exposição de motivos que inaugura o
Decreto 520/2012 está expressamente colocado que todas
as agressões voltadas contra mulheres estão imbricadas com
a distribuição díspar de poder por força do estabelecimento
de relações assimétricas entre homens e mulheres na
sociedade. (EL SALVADOR, 2012).
Da mesma forma, o Decreto 22/2008, norma
específica criada pela Guatemala para tratar do assunto, traz
em seu artigo 3º a referência à morte violenta de mulher
ocasionada no contexto de relações desiguais de poder entre
homens e mulheres e o exercício do poder de gênero contra
as mulheres. Semelhantemente ocorre com o Decreto
520/2012, de El Salvador. (GUATEMALA, 2008).
81 El Salvador, conforme mencionado anteriormente é o campeão em
assassinatos de mulheres na América Latina e, talvez, por este mesmo
motivo seus legisladores tenham elaborado uma lei mais completa, dada
a necessidade de discutir as assimetrias de poder entre homens e
mulheres.
152 | DIREITO E FEMINILIDADE
<www.tec.ac.cr/equidad/.../Femicidio%20en%20Centro
%20america.pdf>. Acesso em 20 de agosto de 2015.
<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-
73312009000400008&script=sci_arttext>. Acesso em 15
de outubro de 2014.
<
http://www.unsa.edu.ar/histocat/hamoderna/grosfoguel
castrogomez.pdf>. Acesso em 03 de agosto de 2015.
0104-026X2005000200003&lng=en&nrm=iso&tlng=pt>.
Acesso em 30 de outubro de 2015.