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HERMENÊUTICA – AULA 2

Teocentrismo Medieval
Antropocentrismo Renascentista – Capela Sistina Michelangelo

A partir do Renascimento fixaram-se três tipos básicos de técnica de interpretação:


- hermenêutica teológica;
- filosófico-filológica (profana);
- jurídica (júris) – Jurisprudência (Doutrina)

A cristianização dos clássicos


- Interpretação Teológica da Bíblia – Literalidade unívoca. O todo para interpretar o individual e
o individual para interpretar o todo. Circularidade. Compreensão através do contexto.

- O todo como contexto e o momento histórico como contexto e suas particularidades.


A história como “O Grande Livro Obscuro”

Interpretação Filológica (philos – Logos) – é o estudo da linguagem em fontes históricas escritas,


incluindo literatura, história e linguística. É mais comumente definida como o estudo de textos
literários e registros escritos, o estabelecimento de sua autenticidade e sua forma original, e a
determinação do seu significado.

Friedrich Schleiermacher – Deixou de lado as “regras de compreensão”, buscando a natureza


do próprio compreender.
- Fim da instrumentalidade da hermenêutica.

Teoria Geral da Interpretação

O que significa “Compreender corretamente o discurso de um outro?”


- Linguagem: Designa toda espécie de comunicação: Discursos, gestos, símbolos, etc.
- Relatividade do Saber em razão da relatividade da linguagem, pois é impossível a identidade
absoluta da linguagem, já que a mesma é construída historicamente.
- Ausência de entendimento como regra fundamental para a interpretação.
- Unidade do pensamento e Linguagem
- A hermenêutica geral deveria ser capaz de estabelecer os princípios gerais de toda e
qualquer compreensão e interpretação de manifestações lingüísticas.
- A hermenêutica é uma análise da compreensão a partir da natureza da linguagem e das
condições basilares da relação entre o falante e o ouvinte.

- “Arte” e “Má Compreensão”

- Dialética de Schleiermacher – Universal e particular, ideal e o histórico. O universal jamais


se oferece em si, sempre irá se mostrar sob uma forma particular. O particular, por sua vez,
simultaneamente não se deixa subsumir inteiramente pelo universal, pois contém em si algo
que vai além da sua particularidade e assim, manifesta a presença do universal.

- Psicologismo - Interpretação gramatical(Objetivo) e psicológica(subjetivo).

- Círculo Hermenêutico - a parte quando isolada possui apenas um significado indeterminado e


múltiplo, para que essa parte (isolada) alcance um sentido unívoco, necessita estar no interior
do todo, ou seja, correlacionada com as outras partes coordenadas.

“o sentido de uma palavra em uma determinada passagem deve ser determinado a partir do
contexto onde ela ocorre”, pressupondo que “cada parte do discurso, material ou formal, é
indeterminada em si”, isto demonstra que a determinação do sentido de uma parte depende de
sua correlação com as outras partes concomitantes. O que nos leva a conclusão que “o sentido
não está nos elementos isolados, mas apenas em sua concatenação”, não sendo, portanto, a
simples soma dos significados das partes. (SCHLEIERMACHER, 1999, p.17)

- Historicidade do Real - “O rigor no uso dos conceitos requer um conhecimento de sua


história para não sucumbir ao capricho da definição ou à ilusão de poder estabelecer uma
linguagem filosófica vinculante. O conhecimento da história dos conceitos converte-se assim
em um dever crítico.” (GADAMER, 2002, p. 563).

Método Comparativo e Método Divinatório - dois métodos de eliminação do estranho, sendo


que no método divinatório busca-se apreender o individual imediatamente, ou seja, no primeiro
momento apenas a parte. O método comparativo parte do genérico e procura detectar o
particular por contraste.

Sem o método comparativo, o método divinatório é fantasioso.

“o que se deve compreender não é, obviamente, a auto-interpretação reflexiva, mas a intenção


inconsciente do autor.” (GADAMER, 1990, p. 197).

PRINCÍPIOS GERAIS DA HERMENÊUTICA DE SCHLEIERMACHER


1. Linguisticidade do pensamento – O indivíduo é condicionado em seu pensamento
através da linguagem comum e pode apenas pensar os pensamentos que tem
designação em sua linguagem.
2. Efetividade do tempo em relação ao pensamento e a racionalidade – quebra da
racionalidade com o eterno, imutável, divino, com consequente ligação com as
condições históricas do trabalho do pensamento (historicização do transcendental).
3. Revalorização da experiência: Tanto aos aspectos de regularidade e repetibilidade
quanto para a singularidade e novidade irrepetível.
4. Finitude Humana – A hermenêutica reduz o humano e sua razão à história horizontal
dos hominídeos, cortando e anulando a relação vertical para cima com o divino e para
baixo com a animalidade.
5. Caráter Autopoiético da Razão, da Cultura, do Conhecimento e do Homem: significa
atribuir duas propriedades: primeiro, a sua existência não é referida a um outro ser;
segundo, as características atuais dessa entidade resultam de uma acumulação e
transformação de características anteriores por meio de atos dessa mesma entidade
em confronto com o estranho.

Wilhelm Dilthey
- Todo conhecimento deve basear-se na experiência como base de existência das coisas e como
forma de compreender as razões dos indivíduos. Nossa consciência e o mundo externo são
conectados pela experiência.
- Toda ciência e filosofia é experiencial.
- A análise psicológica demonstra o mundo real dado na experiência, não sendo apenas fruto de
auto-representação ideal; o mundo real é dado como algo distinto do ser pensante. O real e o
“self” são dados na totalidade da vida psíquica. Tanto o mundo externo afeta nossa mente
quanto esta afeta o mundo externo. Logo, é impossível a re-experiência ou a reprodução de uma
cognição de terceiro.
Dimensão Cultural da Vida(dinâmica)
Compreensão se torna método que permite a reconstrução do processo de objetivação ou
exteriorização da atividade humana, e não a busca da reconstrução das experiências.
Objetivação: processo no qual o espírito humano experimenta uma alienação de sua real
natureza subjetiva, projetando-se em objetos e construindo a realidade externa.
Hermenêutica e historiografia
A hermenêutica como Teoria Compreensiva das Ciências do Espírito

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