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Tópicos Intregradores I -

Engenharias
UNIDADE IV
Sumário

MOMENTO ANGULAR.................................................................................................. 3
CONSERVAÇÃO DO MOMENTO ANGULAR.............................................................. 4
FLUIDOS.......................................................................................................................... 5
MASSA ESPECÍFICA E PRESSÃO............................................................................... 6
Massa específica....................................................................................................................... 6
Pressão........................................................................................................................................ 8
EMPUXO E O PRINCÍPIO DE ARQUIMEDES.............................................................. 12
Diagrama de corpo livre............................................................................................................ 14
Fluidodinâmica............................................................................................................................ 14
A EQUAÇÃO DE BERNOULLI........................................................................................ 16

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Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida ou transmitida de
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por escrito, do Grupo Ser Educacional.

Edição, revisão e diagramação: Equipe de Desenvolvimento de Material Didático EaD

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Junior, Elias Arcanjo da Silva.


Tópicos Integradores I - Engenharia : Unidade 4 - Recife: Grupo Ser Educacional, 2019.

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Grupo Ser Educacional


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CEP: 50100-160, Recife - PE
PABX: (81) 3413-4611

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Para início de conversa

Olá, aluno (a)!

Chegamos a quarta unidade da disciplina de tópicos integradores I e desta forma esta-


mos caminhando para o fim de nossa disciplina. Espero que esteja tendo uma experiên-
cia gratificante com a busca de novos conhecimentos.

Preparado (a) para iniciar a última etapa dessa jornada?

Acredito que sim.

Orientações da Disciplina

Bem-vindo (a) ao guia de estudo da quarta unidade da disciplina tópico integradores


da sua graduação a distância (EAD). A finalidade deste guia de estudo é facilitar sua
compreensão dos assuntos que compõem esta importante disciplina de seu curso de
graduação.

Iniciaremos esta unidade com o estudo do momento ângulo e apresentaremos a con-


dição para a conservação do momento angular. Se você julgar necessário, antes de
começar a leitura deste guia faça uma pequena revisão de torque no guia de estudo da
unidade III.

Nesta unidade também iniciaremos o estudo da mecânica dos fluidos, definiremos ini-
cialmente os conceitos de massa específica e pressão, que são fundamentais para a
análise dos fluidos.

Na hidrostática mostraremos como calcular a pressão exercida por líquidos em repouso


e apresentaremos o princípio de pascal e o princípio do empuxo.

Por fim, iniciaremos o estudo da hidrodinâmica para a apresentação das equações da


continuidade e a equação de Bernoulli.

Lembre-se: Após o término de cada unidade, realize as atividades avaliativas que estão
disponibilizadas no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA).

Caso tenha alguma dúvida, consulte o seu tutor. Ele está à sua disposição para ajudá-lo
(a) no que for necessário.

Vamos começar?

Bons estudos!

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MOMENTO ANGULAR

Meu caro (a), de acordo com o que foi estudado do movimento de rotação e dos corpos rígidos, observa-
mos que para todas as grandezas que descrevem o movimento retilíneo sempre há uma grandeza angular
análoga. No caso do momento angular, este raciocínio não é diferente. Vamos partir da definição do
torque realizado por uma força

O termo entre parênteses na equação anterior é chamado de momento angular, dado no Sistema Interna-
cional de Unidades (SI) em kg · m²/s e designado por:

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Assim podemos escrever:

que também é conhecida como a segunda lei de Newton para rotações. O torque apresentado na equação
da segunda lei de Newton representa o torque resultante. Observe a similaridade desta equação com a
segunda lei de Newton para o estudo do movimento de translação .

Palavras do Professor

Fique atento!

A aplicação de um torque externo sobre o sistema altera tanto a aceleração angu-


lar quanto o momento angular. Entretanto, há situações em que não há aplicação de
torques externos ou a soma é nula! Nestes casos, temos a conservação do momento
angular, conforme veremos na próxima seção.

CONSERVAÇÃO DO MOMENTO ANGULAR

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Essa equação representa a conservação do momento angular, cujo resultado é obtido apenas na ausência
de torques externos. A equação da conservação do momento angular pode ser escrita em termos do
momento de inércia e da velocidade angular, ou seja,

indicamos que a velocidade angular muda quando alteramos o momento de inércia de um sistema. Ima-
gine o seguinte experimento: um homem está sobre um banco giratório, segurando dois halteres, e inicia
uma rotação com velocidade angular constante.

Faça este teste! Se você não tem halteres disponíveis, realize este experimento apenas abrindo e fechan-
do os braços. Caso queira, use pesos similares como garrafas com água.

FLUIDOS

Palavras do Professor

Meu caro (a), nas unidades anteriores, estudamos a cinética e a cinemática dos corpos rígidos, que repre-
senta uma idealização de corpos sólidos. Nessa quarta unidade, vamos estudas a mecânica dos fluidos,
que compreendem tanto líquidos como gases.

Um corpo sólido tem geralmente volume constante e forma bem definida, que sofre pequenas deforma-
ções quando estão sob ação de forças externas. Um líquido tem volume constante, mas a forma do líquido
amolda-se ao recipiente que o contém. Já um gás não possui nem volume nem forma constante. Quando
em um recipiente, o gás expande-se ocupando todo o volume do recipiente, ou seja, o volume do gás não
é constante é sempre igual ao volume do recipiente que o contém. Os líquidos e os gases têm em comum,
devido sua facilidade de deformação, a propriedade de poderem se escoar ou fluir facilmente, conceden-
do-lhes o nome de fluidos.

A diferença fundamental entre os sólidos e os fluidos está na forma de responder a forças tangenciais
à sua superfície. Um sólido sob ação de uma força tangencial a sua superfície deforma-se até que se-
jam produzidas tensões tangenciais internas que equilibrem as forças externas; depois permanecem em
equilíbrio, ou seja, em repouso. Se a força externa não for suficientemente grande, o sólido sofrerá uma
deformação elástica, ou seja, quando a força for retirada o corpo voltará a forma inicial. As deformações
elásticas são geralmente muito pequenas em comparação com as dimensões do corpo sólido.

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O fluído, por outro lado, não consegue equilibrar as forças tangenciais as superfícies, por menores que
sejam. Quando uma força tangencial é aplicada a um líquido, ele se escoa, permanecendo em movimento
até que a força seja retirada.

MASSA ESPECÍFICA E PRESSÃO

Na análise da mecânica dos corpos rígidos nossa atenção estava na massa dos corpos e nas forças sobre
eles. Já no estudo da mecânica dos fluidos, onde não temos uma forma definida, é mais útil falar em
massa específica e pressão do que em massa e força.

Caro (a) aluno (a), gostaria de deixar registrado que embora seja útil desenvolver uma formulação especial
das Leis de Newton para os fluídos, não é necessário introduzir nenhum novo princípio fundamental.

Massa específica

Definimos a massa específica ou densidade de um fluido como:

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??? Você sabia?

Você sabia que os sólidos e os líquidos possuem baixo coeficiente de expansão com o aumento da tem-
peratura quando comparado com os gases? Pois é, além disso, contraem muito pouco quando submetidos
ao aumento da pressão externa. Isso é válido para a grande maioria desses estados da matéria. Como a
variação do volume é desprezível mediante essas condições, tratamos a massa específica dessas subs-
tâncias como independentes da temperatura e da pressão. Por outro lado, a massa específica de um gás
depende fortemente desses parâmetros; portanto, a temperatura e a pressão devem ser sempre informa-
das quando tratarmos a massa específica de um gás.

Por convenção, estabelecemos 0 °C e a pressão atmosférica ao nível do mar como as medidas normais de
temperatura e pressão, configurando a Condição Normal de Temperatura e Pressão (CNTP).

A substância com maior densidade encontrada na superfície terrestre é o ósmio. Contudo, substâncias
que formam as estrelas de nêutrons e as estrelas nomeadas anãs brancas possuem densidade ainda
maior.

Exemplo

1. Calcule a massa e o peso do Ar no interior de uma sala que tem altura de 3,0 m com a área do piso de
4,0 × 5,0 m. Em seguida, calcule também a massa e o peso de água para o mesmo volume e compare os
valores obtidos.

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Solução

Com esses dados, podemos calcular o volume do ambiente utilizando a equação para o cálculo do volume
de um paralelepípedo: V =abc, onde a, b e são as arestas desse paralelepípedo. Considerando que a = 3,0
m e b = 4,0 m e c = 5,0 m, temos:

isso indica que o peso de uma quantidade de água que ocupa 60 m³ é aproximadamente 833 vezes maior
que o peso de uma quantidade de Ar que ocupa o mesmo volume.

Pressão

Meu caro (a), quando o fluido está contido em um recipiente, ele exerce uma força nas paredes deste
invólucro. Caso haja algum corpo imerso no fluido, este também sofrerá a ação desta força. O fluido, mes-
mo em repouso, tem suas moléculas interagindo e se movimentando microscopicamente. Imagine uma
pequena placa imersa em um fluido. Essa placa sofreria uma força originada pelas moléculas do fluido em
toda a sua área. Conforme descrito pela Figura 1, dividimos esta placa em pequenos elementos de área
e definimos a pressão de um fluido sobre um corpo como o elemento de força exercida sobre o elemento
de área do corpo:

em que p é dado em N/m². Essa unidade é definida como Pascal (Pa): 1 Pa = 1 N/m2.

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Se a pressão exercida pelo fluido é constante ao longo de todo o corpo:

Além do Pascal, utilizamos outras unidades de medida para pressão. Uma delas é a atmosfera (atm). A
atmosfera é uma unidade de referência aplicada para caracterizar a pressão atmosférica ao nível do mar,
que vale 1 atm. Em Pascal, uma atmosfera é igual a 1,013 · 105 Pa.

Guarde essa ideia!

É importante saber que em um fluido com distribuição uniforme de massa, ou seja, em um fluido em que
sua densidade é constante, a pressão variará de acordo com a profundidade em que se considere esse
fluido. Isso significa que, em um recipiente contendo um fluido, quanto mais próximo estiver do fundo
deste recipiente, maior será a pressão. Para verificar esta situação, vamos analisar a Figura 2. Nela,
observamos uma coluna de água na forma cilíndrica de área A e altura . Para suportar o peso do líquido
em condição de equilíbrio, a pressão na base da coluna deve ser maior que a pressão no topo da coluna.
O peso da coluna é:

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que é diretamente proporcional à altura . A equação (4) é válida apenas para constante.

O resultado de que a pressão de um fluido varia linearmente com a profundidade é válido para um líqui-
do em qualquer recipiente, e a pressão é sempre a mesma em qualquer ponto de mesma profundidade.
Essas condições estabelecem as propriedades necessárias para enunciar a lei de Pascal: “uma variação
de pressão aplicada em um fluido confinado é transmitida, sem redução, a todos os pontos e às paredes
do recipiente”.

Exemplo

2. Um êmbolo com uma seção reta a é usado em uma prensa hidráulica para exercer uma pequena força
de módulo f sobre um líquido que está em contato, por meio de um tubo de ligação, com um êmbolo maior
de seção reta A, figura abaixo. (a) Qual é o módulo F da força que deve ser aplicada ao êmbolo maior para
que o sistema fique em equilíbrio? (b) Se os diâmetros dos êmbolos são 4,0 cm e 32,0 cm, qual é o módulo
da força que deve ser aplicada ao êmbolo menor para equilibrar uma força de 6400 N aplicada ao êmbolo
maior?

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Solução

a) Nesse problema temos uma prensa hidráulica, cujo princípio de funcionamento é explicado pelo princí-
pio de Pascal. Quando uma força é aplicada ao embolo a, uma pressão P é exercida uniformemente em
todos os pontos do fluido. Considerando a área da seção reta do embolo como A1, podemos escrever que:

Considerando o embolo A tem área A2 e está submetido a mesma pressão que no embola a, podemos
escrever:

Igualando as duas equações acima, seremos capazes de determinar a força exercida em um dos êmbo-
los para equilibrar a força do outro embolo, ou seja,

Assim a força F que deve ser aplicada ao êmbolo maior para equilibrar a força f aplicada ao êmbolo me-
nor é

Sendo A2 > A1, temos que a força sobre o êmbolo A será maior que a força sobre o embolo a. E é assim
que funciona os macacos hidráulicos.

b) Vamos determinar o valor da força , força essa aplicada ao menor êmbolo para equilibrar a força
aplicada ao maior embolo de intensidade 6400 N:

Observe que a força aplicada no embolo menor para equilibrar a força sobre o embolo menor é 64 vezes
menor.

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Exemplo

3. O tubo em forma de U da figura abaixo contém dois líquidos em equilíbrio estático: no lado direito
existe água, de massa específica ρa (=998 kg/m³), e no lado esquerdo existe óleo, de massa específica
desconhecida ρx. Os valores das distâncias indicadas na figura são Qual é
a massa específica do óleo?

Solução:

A pressão no interior de um líquido é diretamente proporcional a profundidade, logo, dois pontos que
estão a mesma profundidade, em um mesmo líquido, estão submetidos a mesma pressão. Assim, para
determinar a densidade do óleo, podemos escolher dois pontos a uma mesma profundidade e no mesmo
líquido, pois estarão sob a mesma pressão. Para o nosso objetivo escolheremos o ponto na interface
água óleo, cuja pressão depende apenas da pressa atmosférica e da pressão devido a coluna de óleo,
e um ponto, no lado direito, com a mesma profundidade, que está submetido a mesma pressão do lado
esquerdo, mas que sua pressão só depende da pressão atmosférica e da pressão da coluna de água.
Matematicamente podemos escrever:
Págua/óleo = Págua

Eliminando a pressão atmosférica e a gravidade que é comum nos dois lados da equação temos:

EMPUXO E O PRINCÍPIO DE ARQUIMEDES

Pela experiência do cotidiano, você já observou e/ou experimentou o fenômeno do empuxo. Durante o
banho em uma banheira ou uma piscina, observamos que o volume de água aumenta quando entramos
e diminui quando saímos. Durante nossa permanência na banheira ou na piscina, sentimos também uma
sensação de leveza, isto é, temos a impressão de que nosso corpo está aparentemente mais leve.

Essa impressão é causada porque o líquido em que você está submerso oferece uma resistência para não
deixar você afundar. Essa resistência é chamada de empuxo. Quando um corpo é imerso em um líquido, o
peso é parcialmente ou totalmente compensado por uma força de empuxo.

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Quando mergulhamos um material com massa específica menor que a massa específica do líquido, ob-
servamos que ao liberarmos o corpo, ele é acelerado em direção à superfície do fluido. Esse resultado
evidencia claramente a existência desta força. A intensidade da força de empuxo é igual ao peso da quan-
tidade de fluido deslocado quando o corpo é imerso. Essa afirmação enuncia o princípio de Arquimedes:
“um corpo total ou parcialmente mergulhado sofre uma força de empuxo de baixo para cima igual ao peso
do fluido por ele deslocado”. Podemos representar o princípio de Arquimedes por meio de uma equação
matemática da forma:

O volume do fluido deslocado é igual ao volume imerso do corpo mergulhado no fluido. Dessa forma po-
demos reescrever a força de empuxo como:

Exemplo

5. Na figura abaixo, um cubo, de aresta L = 0,600 m e 450 kg de massa, é suspenso por uma corda em
um tanque aberto que contém um líquido de massa específica 1030 kg/m3. Determine a tração da corda.
(Considere g = 10 m/s²)

Solução

Exemplo 4: Como o bloco está em equilíbrio, podemos afirmar que a força resultante sobre ele é zero. Para
facilitar a resolução do exercício, vamos desenhar o diagrama de corpo livre do bloco. Para isso, devemos
isolar o bloco e identificar todas as forças que estão atuando no bloco.

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Diagrama de corpo livre

A força T é a força de tração orientada de cima para baixo, a força P é a força peso (P = mg) e a força E é
a força de empuxo ( E = µfVig).

Aplicando a condição de equilíbrio

Fr = 0
T–P+E=0
T=P–E
T = mg - µfVig
T = 65010 - 10300,6³10
T = 4275, 2N

Fluidodinâmica

Até o momento estudamos os fluidos estáticos e suas propriedades. Neste tópico, utilizaremos esses
conceitos para estudar a fluidodinâmica: a física dos fluidos em movimento.

Podemos notar o escoamento de um fluido observando a fumaça de uma fogueira ou as correntezas de um


rio. Porém, esses casos são tão complexos que vamos deixá-los de lado e estudar modelos simplificados
que consideram um fluido com distribuição uniforme de massa (densidade constante) e desconsideram a
existência de forças não conservativas, como o atrito. Além disso, a partir do momento em que assumi-
mos constante a densidade de um fluido, estamos considerando-o um fluido incompressível. Os líquidos,
em primeira aproximação, são quase sempre tratados como fluidos incompressíveis.

Na fluidodinâmica, as partículas de um fluido possuem a capacidade de sofrer um deslocamento no espa-


ço, e o movimento coletivo dessas partículas é chamado de escoamento. Assim, antes de estudar a dinâ-
mica de um fluido, precisamos estabelecer qual o tipo de escoamento que aquele fluido sofrerá. Dentre os
principais, temos o escoamento laminar e o escoamento turbulento. O escoamento laminar ocorre quando
as partículas de um fluido estão escoando por uma trajetória bem definida, por exemplo, em um tubo.

No escoamento turbulento, as partículas do fluido não se movem ao longo de trajetórias bem definidas.
Isso significa que as partículas descrevem trajetórias irregulares (movimento aleatório), como em uma
correnteza de um rio ou na fumaça liberada por um cigarro aceso.

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Para investigar a dinâmica dos fluidos, observe a Figura 3a, que mostra um tubo cheio de fluido com um
afunilamento. As seções retas da esquerda e da direita possuem áreas A1 e A2, respectivamente, em que
A1 > A2. Suponha que o fluido escoa sem turbulência da esquerda para direita, em que a área sombreada
representa uma porção do fluido com massa ∆m1 que atravessou a área A1 no intervalo de tempo ∆t.
Considerando que a massa específica do fluido é ρ1 e a velocidade com a qual ∆m1 atravessou A1 é v1,
podemos escrever que ∆m1 da seguinte:

∆m1 = ρ1∆V = ρ1 A1 ∆x,

em que ∆x é o comprimento da coluna cilíndrica que pode ser expressa em função da velocidade v1. Le-
vando-se em conta que a massa ∆m1 escoa em velocidade constante: ∆x = v1∆t. Assim:

∆m1 = ρ1 A1 v1 ∆t.

O termo ρ1 A1 v1 é chamado de vazão mássica do fluido:

I∆m1 = ρ1 A1 v1

que é dada em kg/s e representa quantidade de fluido que atravessa a seção reta por unidade de tempo.
Similarmente, podemos escrever que a quantidade de massa ∆m2 que atravessa a área A2 é dada por:

∆m2 = ρ2A2v2∆t,

em que a vazão mássica é dada por:


I∆m2 = ρ2A2v2.

A diferença entre as duas vazões mássicas é igual à taxa de variação de massa acumulada na região
delimitada entre as áreas A1 e A2:

que é chamada de equação da continuidade. Quando as vazões mássicas são iguais, temos um escoamen-
to estacionário. Isso significa que, em determinado instante de tempo t, a quantidade de massa que entra
pela área A1 é a mesma quantidade de massa que sai pela área A2. Assim, = 0 e:

I∆m1 = I∆m2

Para um fluido incompressível, temos ρ1 = ρ2 e a equação acima fica escrita como:

A1v1 = A2v2,

em que os termos Av são chamados de vazão volumétrica (dada em m3/s) e representam a quantidade de
volume de massa que atravessa uma seção reta de área A por unidade de tempo.

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Pela equação A1v1 = A2v2, podemos escrever a velocidade v2 como:

Como A1 > A2, temos que Em consequência direta deste resultado, observamos que a velocidade
do fluido no lado direito (região afunilada) é maior que a velocidade do fluido na região da esquerda!

A EQUAÇÃO DE BERNOULLI

A equação de Bernoulli meu caro (a) aluno (a), é utilizada para descrever o comportamento dos fluidos
em movimento no interior de um tubo e relaciona a pressão, a altura e a velocidade com a qual um
fluido escoa. Para utilizar esta equação no estudo da fluidodinâmica, precisamos considerar algumas
simplificações no modelo.

Esta equação, considera que o fluido tenha viscosidade nula e apresente um escoamento estacionário.
Durante o escoamento estacionário, as partículas do fluido se movem por meio de linhas de corrente que
são caminhos retilíneos ou levemente curvos. Em todas as situações, as linhas nunca se cruzam, o que
caracteriza um escoamento laminar. Podemos deduzir a equação de Bernoulli aplicando a segunda lei de
Newton para a situação ilustrada na Figura 4.

Nesta figura, temos uma pequena quantidade de massa m pertencente ao fluido e que se desloca ao longo
de uma linha de corrente de uma região de maior pressão para uma região de menor pressão. Isso ocorre
porque na região de menor pressão a força aplicada sobre a seção reta do corpo é menor que a força
aplicada na região de maior pressão. Assim, o corpo sofre um deslocamento da esquerda para direita.
Pela segunda lei de Newton:

em que m = ρ∆V = ρA∆l e F é a força resultante aplicada sobre o corpo:

F = PA – (P + ∆P)A = –A∆P,
tal que o sinal negativo indica uma redução da pressão. Assim: A P

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Para uma variação uniforme de pressão, podemos dizer que uma variação ∆P está para um comprimento
∆l assim como uma variação dP está para um comprimento dx:

que usaremos para escrever a equação diferencial separável:

em que . Integrando ambos os lados da equação com os limitantes apropriados e considerando


a densidade do fluido constante, obtemos a expressão geral para a equação de Bernoulli:

que descreve o escoamento de uma linha de corrente horizontal. No caso de uma linha de corrente não
horizontal, a equação deve ser reescrita como:

em que a diferença representa a altura da linha de corrente considerada.

A equação de Bernoulli mostra que a pressão de um fluido em movimento possui três contribuições. A pri-
meira contribuição P é uma pressão inicial exercida naturalmente pelo sistema ou causada por um agente
externo. O segundo termo refere-se à pressão exercida pela altura da coluna de fluido considerada,
conforme estudamos no princípio de Pascal, e o terceiro termo é a pressão exercida pelo movimento do
fluido.

Exemplo

6. Um cano horizontal de calibre variável, ver figura, cuja seção reta muda de A1 = 1,2 x 10-3 m² para A2 =
A1/2, condiz um fluxo de etanol, de massa específica ρ = 719 kg/m³. A diferença de pressão entre a parte
larga e a parte estreita do cano é 4120 Pa. Qual é a vazão RV de etano?

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Solução

Vazão
Nosso problema é determinar a vazão do fluido. A vazão é dada pelo produto da velocidade do fluido em
uma dada seção transversal pela área dessa seção, ou seja,

Como não conhecemos a velocidade do fluido, usaremos a equação de Bernoulli para nos auxiliar na
resolução do problema.

Equação de Bernoulli

A equação de Bernoulli representa a equação da conservação de energia na mecânica dos fluidos. Mate-
maticamente é dada por:

Como podemos observar h1=h2, assim a equação acima por ser escrita na forma:

E como o escoamento de Fluidos Ideais obedece à equação da continuidade, podemos escrever:

Substituindo as equações acima na equação de Bernoulli, temos:

Isolando a vazão temos:

Palavras do Professor

Então meu querido estudante, chegamos ao final de sua disciplina de Tópicos Integra-
dores I – Engenharia.
Espero que tenha aproveitado cada página de informações aqui apresentada para seu
crescimento acadêmico.

Desejo sucesso e quem sabe nos encontraremos em outra oportunidade.


Caso precise de ajuda, fale com seu tutor, ainda dá tempo de tirar algumas dúvidas.

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