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Aluno: Ronaldo Adriano da Silva

Disciplina: Arte e Ensino III

Prof. Felipe Caldas

Atividade: Autoestudo I

Resenha I

Apresentação do Tema: Aprendizagem pelo sensível.

No livro “Fundamentos Estéticos da Educação” Duarte JR. (1988),


apresenta a relação direta entre sentimento e simbolização, experiência e
compreensão.
Para ele, toda construção do conhecimento humano está estruturada
na linguagem e nos símbolos que ganham significados através das experiências,
experiências essas que só são possíveis a partir daquilo que é sentido,
experimentado, vivido.
Nesse sentido, o autor entende que o saber sensível contribui
diretamente na formação do conhecimento, sendo um elemento indispensável na
concepção e formação da razão humana e é através dos sentimentos que a nossa
razão toma a direção, aprende e processa tudo que já foi sentido como relevante à
nossa vida.
No artigo em questão, o autor busca demonstrar que mesmo o
conhecimento racional tem suas bases nos sentimentos e emoções. Para isso,
apresenta uma hipótese sobre a origem da linguagem. Segundo a teoria, acredita-se
que a linguagem é desenvolvida e construída partindo de sentimentos humanos
como gritos e interjeições das mais variadas.
Conclui que, a linguagem é o produto elementar da comunicação,
porém, por mais objetiva que ela seja sempre carrega consigo alguma forma de
expressão.
Na seqüência, o autor vem trazendo uma abordagem acerca dos
conceitos Arte e Expressão Artística. Um objeto artístico é a maior expressão de
sentimento de um artista, porém, diferentemente de um grito, de um gesto, é a sua
alma, sua voz, sua identidade quase em forma de símbolo.
Ao produzir uma obra para ser apreciada, o artista estampa nela
grande parte de seus sentimentos, nesse sentido é que uma arte se aproxima de um
símbolo, pois ela é singular, representa unicamente o sentimento que lhe é peculiar,
original.
Para finalizar, a autor aborda ainda sobre a experiência estética,
apreciação da beleza, o modo de perceber e qual a influência da sociedade. Trata
também da Educação através da Arte, a educação do sensível, tão primordial para
as futuras gerações, porém tão esquecida pelo modo de vida que enfrentamos na
modernidade contribuindo diretamente para a deseducação.
Resenha II

Apresentação do Tema: Educação do sensível, entre a razão e a emoção.

Em seu outro livro “A Montanha e o Videogame” Duarte JR. (2010),


prossegue dialogando sobre o saber sensível. Aqui ele trás uma abordagem crítica
muito forte aos atuais mecanismos de educação que privilegia uma classe com
interesses exclusivamente financeiros.

Inicia falando sobre a importância de se discutir a perda da


sensibilidade que ocorre nas instituições acadêmicas por conta de um sistema
mecânico de ensino que visa outros objetivos, não o de educar. Acrescenta que
vivemos numa sociedade anestesiada, abertos a negação, a incapacidade de sentir,
de se sensibilizar.

Tantas foram às mudanças em nossos hábitos sociais que até mesmo


nossas casas se tornaram “máquinas de morar”, se fizeram pequenas, vazias, sem
sonhos, exercendo somente sua função prática. As famílias não se sentam mais a
mesa na hora da refeição, os filhos estão presos, fechados em seus quartos refém
das mais variadas tecnologias. Os passeios nos parques, lagos, jardins e natureza
onde a relação com o sensível é permanente, foram trocados pelas compras nos
shoppings.

O autor continua apresentando aspectos que nos afasta cada vez mais
do sensível. Por exemplo, o alimentar-se que se tornou cada vez mais rápido em
nosso cotidiano, perde-se o prazer do paladar, da companhia dos amigos e da
família reunida à mesa em troca dos fast food, pois o tempo é muito escasso para se
perder com coisas tão simples do dia a dia.

No trabalho, Duarte JR. também aponta o quanto vamos nos


distanciando do sensível. Tornamos-nos escravos das funções, tudo não passa de
mero desempenho que precisamos cumprir, as linhas de montagens estão repletas
de robôs humanos com os braços e pernas desconectados de emoção e
sentimentos.

Concluindo, o autor mais uma vez chama a atenção para a


necessidade de uma educação pelo sensível, podendo a arte-educação ser uma
grande aliada nesse desafio. Para tanto, Duarte JR. tece críticas ao modo como
nossos professores de Arte tem trabalhado suas disciplinas, perdem tempo com
teorias, explicações, e interpretações de obras famosas, utilizam-se de métodos
massivos, lógicos que, apesar de ter sua importância, pouco contribui no
desenvolvimento da sensibilidade que necessita ser instigadas com experiências
sensíveis.

Para ele, as experiências não se resumem somente à simples


apreciação de obras de arte, é necessário que o educando se relacione com os
sentidos e a realidade ao seu redor. Por fim, nos deixa um desafio ante a sociedade
anestesiada, que como educadores possamos nos contrapor a tal estado, que
estimulemos nossos alunos a sensibilidade necessária de que nosso corpo é
dotado.
Resenha III

Apresentação do Tema: Experiências, símbolos e aprendizagem.

No texto “Por que Arte-Educação? ” Duarte JR. (1953) vem abordar de


forma incisiva conceitos de como se dá o processo de ensino-aprendizagem,
apresenta alguns exemplos e semelhanças entre o homem e o animal no processo
de aprender. A partir das leituras dos textos é possível perceber que eles se
complementam entre si, e apontam sempre no mesmo caminho, o do saber
sensível.

O autor inicia a leitura apresentando a teoria da “caixa de Skinner”,


nela ratos são colocados com fome ou sede e a partir daí são condicionados a fazer
algum esforço para obter água e alimento. Esse novo comportamento se dá única e
exclusivamente pela sobrevivência, não que ele aprendeu, mas foi adestrado a uma
ação em troca de alimento. Qualquer processo que seja alterado, ele precisará
aprender tudo de novo.

Partindo desse exemplo, Duarte JR. mostra que a mesma experiência


não se aplica aos seres humanos pois estes são dotados de uma dimensão maior, a
dimensão dos símbolos, das palavras. Pela palavra o homem se liberta do seu corpo
físico, mergulha no mundo humano que se distancia muito além daquilo que nos
cerca. Podemos pensar, refletir, interpretar, temos consciência do ontem, do hoje e
planejamos o amanhã, diferentemente dos animais preso a seu corpo e ao presente.

Para embasar suas ideias, cita o filósofo francês Merleau-Ponty que


enxerga o comportamento humano como um comportamento simbólico. Afirma que
os animais reagem a estímulos físicos onde está inserido, enquanto o homem pela
linguagem e seus significados.

A partir daqui o ator vai discorrendo mais e mais sobre os conceitos


experiência, significação, sensação, símbolos, sentimentos, vivencias e
outros que fazem parte da nossa essência humana. Apresenta as diferenças entre
adestramento e aprendizagem e os mecanismos do aprender. Fala sobre como
nossa mente é seletiva, aprendemos apenas aquilo que percebemos como
importante para nossa existência, por fim, reforça que uma educação preocupada
apenas em transmitir significados que não fazem parte do cotidiano dos alunos, não
propicia aprendizagem alguma.

Podemos observar que as obras de João Francisco Duarte JR.


dialogam entre si, se complementam umas às outras levando o leitor a compreender
de modo bastante clara suas ideias. Faz isso com propriedade, de forma simples e
prática, porém muito bem fundamentado.
Referências:

DUARTE JR. João F. Por que Arte Educação? Campinas, SP: Papirus, 1953.

DUARTE JR. João F. Fundamentos Estéticos da Educação. Campinas, SP: Papirus,


1988.

DUARTE JR. João F. A Montanha e o Vídeo Game. Campinas, SP: Papirus, 2010.

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