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A Missão e Os Ministérios Da Igreja
A Missão e Os Ministérios Da Igreja
1. ASSEMBLEIA
A assembleia, é formada pelos membros da igreja, e deve se reunir ordinariamente no
mínimo uma vez por mês, para deliberar sobre assuntos previamente divulgados e constantes de uma
pauta, e extraordinariamente para tratar de assuntos prementes e inadiáveis, e pode ser convocada
em qualquer momento em que a igreja se achar reunida, simplesmente com um pedido do presidente.
Ambas assembleias, ordinária e extraordinária, tratarão de assuntos inerentes a vida da comunidade
cristã e consequentemente decidir os destinos da igreja local.
A condução da reunião em assembleia, também chamada de cessão de negócios, deve ser
pautada pelo espírito democrático, que deve nortear toda a vida eclesiástica. Deste modo
democraticamente os assuntos devem ser tratados. Quem deve presidir a assembleia é o pastor, que é
o Presidente da Diretoria da igreja. A Diretoria da igreja por sua vez é constituída e aprovada em
Assembleia ordinária, realizada uma vez por ano para escolher ou referendar e aprovar os nomes dos
novos diretores dos diversos ministérios da igreja, inclusive do presidente, como acontece em algumas
denominações, para o exercício das atividades durante o novo ano eclesiástico.
A assembleia é soberana, e as suas decisões devem ser respeitadas por todos os membros da
igreja. A maior autoridade na igreja não é o pastor ou nenhum outro componente da diretoria ou de
qualquer um dos ministérios. Cristo que é cabeça do corpo constituído de muitos membros que é a sua
igreja. Cristo é a maior autoridade no seio da Igreja. A igreja é o corpo de Cristo na terra, e como tal,
tem em Cristo o seu Senhor. A Igreja é porta-voz da vontade de Cristo, porque ela tem a mente de
Cristo, e deve pensar como Cristo pensou. A Assembleia deve decidir à luz da Palavra de Deus, na
unção do Espírito Santo, motivo pelo qual a igreja reunida em assembleia ou reunião de negócios, não
deixa de estar prestando um culto a Deus. A assembleia está decidindo em nome do Reino de Deus do
qual faz parte como seu povo. A assembleia deve estar atenta para as formas pelas quais os assuntos
são colocados para evitar que venha a ser induzida a votar e aprovar assuntos não esclarecidos
devidamente, e consequentemente enganar-se nas decisões tomadas.
Todo os membros da igreja devem participar ativamente das assembleias da igreja, de modo
que venha a exercer o seu direito democrático de voto nas decisões da igreja.
O pastor que preside a assembleia deve se pautar de toda a imparcialidade, se limitando a
exposição dos assuntos a serem votados, sem expressar o seu ponto de vista. Deste modo o pastor não
deve expressar a sua opinião pessoal, para que não venha influenciar nas decisões. A posição do
presidente manifestada em algumas discussões poderá inibir pessoas que porventura estariam
pensando diferentemente dele, a não ser que a assembleia deseje ouvir a sua posição.
O pastor não deve agir com autoritarismo, pelo contrário deve ser aberto, transparente e
democrático dando toda margem para que a assembleia decida com toda a liberdade.
O método de votação não deve ser secreto, mas transparente de modo que todos possam
assumir pelas suas decisões diante da igreja e de Cristo do qual é serva. Nada de votação do tipo os
que são a favor levantem as mãos. E, os contrários fiquem de pé. Este tipo de condução nas votações
inibe os que são contrários, porque se apresentar de pé, tem ficado provado que é constrangedor. A
tendência nestes casos é a pessoa se manter neutra, não expressando a sua vontade, para não se
sentir envergonhada diante da maioria. É bom que se diga que em muitas votações ou em muitas
eleições, nem sempre a maioria tem razão. Pode ocorrer que a minoria esteja agindo com maior
equilíbrio e com maior conhecimento de causa.
2. DIRETORIA DA IGREJA
A Diretoria da Igreja é eleita normalmente ao final de cada ano, em assembleia ordinária,
convocada para esta finalidade, cujo mandato vigerá para o exercício do ano seguinte. É constituída
basicamente de Presidente e Vice-Presidente; 1º e 2º Tesoureiros; 1º e 2º Secretários; Conselho Fiscal,
que é constituído de um Relator e dois membros auxiliares.
Em algumas denominações evangélicas o Vice-Presidente é também denominado de Vice-
Moderador.
Acrescentam-se à diretoria acima, os Presidentes ou Diretores dos demais Departamentos da
Igreja. Por exemplo: Diretor do Departamento de Missões, Diretor de Evangelismo, Diretor da Escola
Bíblica Dominical, Diretor de Patrimônio, Diretor de Música, Diretor de Som e Imagem etc.
Uma vez tomado posse, a nova diretoria está apta a exercer o seu trabalho sob o comando do
seu Presidente, que é o Pastor da Igreja. A Diretoria tem função primordial para o bom exercício da
missão e dos ministérios da Igreja. Sem uma Diretoria unida e coerente com os ensinos da Palavra de
Deus, é impossível dar-se boa condução aos negócios do Reino de Deus na terra.
3. MISSÃO DA IGREJA
Ao nosso ver existem dois fatores principais pelos quais podemos afirmar que a missão da
igreja são: a adoração e a proclamação, que veremos mais detalhadamente a seguir.
3.1 ADORAÇÃO
A adoração, é um dos principais fundamentos da existência da igreja. Quando a igreja presta
culto a Deus, ela se oferece em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que o Apóstolo Paulo disse
tratar-se do culto racional (Rom 12:1). A igreja não deve se conformar com o mundo, mas deve
transformar-se a cada dia pela renovação do entendimento, de modo que possa experimentar como é
boa, agradável e perfeita a vontade de Deus. (Rom. 12:2). De modo que a adoração é uma das razões
da própria existência da Igreja. Segundo a Bíblia Deus criou o homem para o louvor da sua glória,
contudo o pecado afastou o homem de Deus, frustrando os propósitos do Criador no Jardim do Éden.
Em Cristo, o homem se reconcilia novamente com Deus, e uma vez restaurado e reconciliado,
o homem deve glorificar ao Senhor e somente a Ele prestar um verdadeiro, e sincero louvor. É preciso
que os verdadeiros adoradores, adorem ao Senhor em Espírito e em verdade. Adorar e prestar culto
racional ao Senhor é a mais fundamental das missões. Quando dizemos que a Igreja está cultuando ao
Senhor, equivale dizer que o corpo de Cristo está glorificando a Deus “o Pai”. “Portanto ofereçamos
sempre por Ele a Deus sacrifício de louvor, isto é o fruto dos lábios que confessam o Seu nome” (Heb.
13:15).
3.1.1 Ministério do Culto
“Mas faça-se tudo decentemente e com ordem” (I Cor. 14:40). O culto cristão deve ser
pautado com toda a decência e acima de tudo com ordem. Algumas denominações, não tem atinado
para a seriedade do culto que deve ser prestado ao Senhor, e muitas vezes tem deixado muito a
desejar em matéria de organização e reverência. Devemos tratar a obra do Senhor com toda a
seriedade e com todo o zelo.
3.1.1.1 Serviço de Comunicação
A comunicação deve ser clara e transparente nos cultos da igreja. Muitas recorrem ao sistema
de boletins, que ao meu ver é muito interessante e mais apropriado. A grande vantagem dos boletins é
que as pessoas podem ter em suas mãos em qualquer momento na igreja ou em casa, a programação
da igreja, para as atividades durante a semana. Quando as informações ou avisos à igreja são feitas
diretamente do púlpito, costumam ser cansativos, desinteressantes e demorados, muitas vezes
postergando o término do culto, uma vez que ficam sempre para o final. A vantagem neste tipo de
comunicação é que a pessoa que comunica tem a vantagem de enfatizar bastante o assunto. Por outro
lado tem a desvantagem de haver ruído em sua comunicação, não somente provocando distorções nas
informações, como também, esquecimento por parte das pessoas ao saírem do templo.
3.1.1.2 Serviço de Som
O serviço de som deve estar em perfeita sintonia com o ambiente acústico do templo, por
mais simples que ele seja. Deve ser preparado antes do início dos cultos, principalmente a afinação de
instrumentos, para que se evite quaisquer transtornos durante o início dos trabalhos. As igrejas devem
incluir em seus orçamentos a manutenção e melhora de seus equipamentos de som, por ser o principal
instrumento para a comunicação no templo.
3.1.1.3 Serviço de Ornamentação
A ornamentação do templo é muito importante. Jarros, flores, caqueiros, plantas etc, dá um
caráter saudável ao ambiente cristão. Na maioria das igrejas esta atividade fica a cargo das senhoras.
3.1.1.4 Serviço de Recepção e Introdução
A igreja não deve negligenciar a recepção das pessoas, e principalmente dos visitantes.
Alguns irmãos são suficientes para darem as boas-vindas aos que estão chegando, e para introduzirem
às pessoas para as suas devidas acomodações durante os cultos. Ao término do culto igualmente faz-se
imperiosa a necessidade da presença do pastor na entrada do templo, para despedir-se dos membros
da igreja e dos visitantes.
3.2 PROCLAMAÇÃO
Quando a igreja proclama o Reino de Deus, ela está obedecendo ao mandado de Jesus, que
ao falar aos onze discípulos na Galileia, disse: “...É me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto
ide, ensinai as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo; Ensinando-as a
guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a
consumação dos séculos. Amém. (Assim seja feito)” (Mat. 28:16-20). Proclamar o evangelho, é manter-
se ao alcance da promessa de Cristo, de estar com a igreja, até a consumação dos séculos. O livro de
Atos dos Apóstolos, registra o último encontro de Jesus com os onze. Nesta oportunidade, Jesus,
recomendou-lhes que permanecessem em Jerusalém, à espera do Consolador, que Ele haveria de
enviar da parte do Pai. “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós e ser-me-
eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra (Atos
1:8)”. Em seguida, Jesus sobe para os céus na presença de seus discípulos, deixando esta
recomendação mais uma vez, de que, a igreja deve primar pela proclamação do evangelho. A
proclamação virá sempre em primeiro lugar, se antecedendo a adoração na ordem dos fatores da
missão da igreja. Somente pessoas convertidas, regeneradas e restauradas pelo sangue de Cristo
poderão adentrar no Santo dos Santos e adorar a Deus em espírito e em verdade.
Jesus mencionou mais a proclamação do evangelho do que a própria adoração, praticamente
a adoração como ensino de Jesus tem poucos registros. No encontro com a mulher samaritana Jesus
foi abordado por ela sobre a questão da adoração. “...Nossos pais adoraram neste monte, e vós dizeis
que é em Jerusalém o lugar onde se deve adorar”. (João 4:20). Tendo Jesus se manifestado sobre o
assunto, dizendo: “...a hora vem, em que nem neste monte nem em Jerusalém se deve adorar. Vós
adorais o que não sabeis; nós adoramos o que sabemos porque a salvação vem dos judeus. Mas a hora
vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o
Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito e importa que os que o adoram o adorem em
espírito e em verdade (João 4:21-24). É, interessante notar, que em seguida, a mulher samaritana faz
uma confissão de fé, dizendo que acredita que quando o Messias vier, Ele anunciaria tudo. E, Jesus faz
pela primeira vez, a grande confissão de seu ministério. A mulher crê pela fé, que o Messias anunciará
tudo. E, Jesus, o Messias, diz: Eu sou, eu que falo contigo” (João 4:25-26).
É importante mencionar que em Mateus 28, Jesus disse ter todo o poder no céu e na terra,
motivo pelo qual outorgava-lhe o direito de enviar os discípulos por todo o mundo para proclamar o
evangelho ensinando-o a todas as nações. Já em Atos, Jesus afirma que os discípulos receberiam a
virtude ao descer sobre eles o Espírito Santo. Em algumas traduções diz que os discípulos receberiam
“o poder ao descer sobre vós o Espírito Santo”. Fica bem claro que antes do pentecoste o poder estava
tão somente sobre Jesus. Agora, não. Agora o poder para proclamar o evangelho já está sobre a sua
igreja. “Porque não sois vós quem falará, mas o Espírito de vosso Pai é que fala em vós” (Mat 10:19).
3.2.1 Ministério da Evangelização
Evangelizar, é obedecer a grande comissão de Mateus 28:18. A igreja deve ter a
evangelização como algo prioritário. Deve ser a grande meta e objetivo da igreja, evangelizar a tempo e
a fora de tempo (II Tim. 4:2). É necessário portanto que todo o corpo de Cristo abrace esse ideal que é
apresentar a salvação a um mundo sem Deus e sem salvação. Em Mateus 9:35-38, relata que Jesus
depois de percorrer cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas dos judeus, pregando e curando todas
as enfermidades e moléstias entre o povo, vendo a multidão, teve grande compaixão, porque andavam
desgarrados e errantes, como ovelhas que não tem pastor. A pergunta que fazemos é esta: mudou
muita coisa de lá para cá? Não são em nossos dias as mesmas multidões? Claro que sim e agora muito
maiores. “Convém que eu faça as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando
ninguém pode trabalhar” (João 9:4).
3.2.1.1 Serviço de Evangelização Dominical
Este serviço pode ser feito de diversas maneiras: Cultos ao ar-livre em locais previamente
marcados. Visitando hospitais, presídios, pessoas interessadas ao evangelho. Distribuindo folhetos e
convidando pessoas.
3.2.1.2 Serviço de divulgação
Esta tarefa consiste em divulgar à comunidade os trabalhos e eventos da igreja, através de
faixas, cartazes, folhetos, convites etc.
3.2.1.3 Serviço de Expansão
A igreja deve estar preocupada com a sua expansão, criando espaços para novas frentes
evangelísticas e missionárias. Enviando e sustentando obreiros de modo que o Reino de Deus se
propague em todos os cantos e recantos.
3.2.1.4 Serviço de Integração
A igreja deve estar totalmente integrada, tanto interiormente como exteriormente. Diria que
interiormente todos os departamentos da igreja devem gozar de santa comunhão. Perfeitamente
integrados, como membros do corpo de Cristo. Exteriormente, deve ter atuação ímpar, de modo que
seja a luz do mundo, e o sal da terra, como Jesus se referiu. Devemos manter boas relações com a
comunidade onde estamos inseridos, com as autoridades constituídas e com as demais denominações
que nos cercam. Não devemos participar do mundo, contudo devemos nos identificar com ele. É tendo
empatia com o mundo, que nos identificamos com o ele, tomando conhecimento de seus problemas, de
suas dificuldades, das suas dores, dos seus anseios, e das suas angústias. É diante do mundo, que a
igreja terá a oportunidade de testemunhar de Cristo de tal modo que o mundo veja em cada crente um
discípulo autêntico. E o que é o discípulo? Discípulo é aquele que se parece com o seu mestre. Assim,
cada crente deve parecer-se com Jesus.
3.3 ENSINO
O ensino na igreja é fundamental. Muitas igrejas se acham anêmicas espiritualmente, porque
não tem dado ênfase ao estudo da Palavra. Por falta de Profeta o povo se corrompe. O crente que não
conhece a Bíblia, está propenso a deixar-se levar por qualquer vento de doutrina que passa. O apóstolo
Paulo tinha grande preocupação com relação a questão do ensino. Em Romanos 12:7, ele chamou a
atenção escrevendo: “Se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar haja dedicação ao ensino”.
3.3.1 Ministério da Educação Cristã
O ministério da educação cristã está associado com o ensino da Palavra de Deus no seio da
igreja. Deste modo, é preciso que se tenha obreiros devidamente preparados e treinados para o
exercício deste ministério.