Exercícios de Exame de lusíadas Exame de 2006, 2ª fase Grupo I 1. Na estrofe 78, Camões invoca as Ninfas, como é visto em “vós, Ninfas do Tejo e do Mondego”, utilizando a apóstrofe “vós”. A invocação é também visível quando o poeta, dirigindo-se para as Ninfas, pede a sua ajuda “vosso favor invoco” e “se não me ajudais”. 2. Ao longo do texto, o poeta caracteriza a sua vida. Esta caracterização é visível quando faz referência ao naufrágio que sofreu “Que o meu fraco batel se alague cedo”; aos trabalhos e problemas que a sua vida e o destino lhe trazem “A Fortuna me traz peregrinando/ Novos trabalhos vendo e novos danos”; à pobreza em que vive e à instabilidade de lugares onde viveu/vive “Agora, com problemas avorrecida,/Por hospícios alheios degradado”; e, por fim, às dificuldades que já passou “ não bastava/Que tamanhas misérias me cercassem” e à falta de reconhecimento que o povo português lhe dava. 3. Com a anáfora “agora” o poeta intensifica a variedade de problemas que sofreu. 4. Na estância 82, o poeta critica os portugueses por serem incultos e não darem valor aos escritores que os cantam e que, ainda para mais, lhes dão trabalhos “que engenhos de senhores/O vosso Tejo cria valerosos,/Que assi sabem prezar, com tais favores,/A quem os faz, cantando, gloriosos!”. Camões, evidencia que esta sociedade inculta e desinteressada serve como uma desmotivação para futuros escritores que não irão cantar os feitos de um povo que não lhes dá valor, fazendo com que não haja aparecimento de novos talentos, o que põe em causa a memória coletiva de passar a informação dos feitos de poderosos homens “Que exemplos a futuros escritores,/ Per espertar engenhos curioso,/ Pera porem as cousas em memória,/ Que merecem ter eterna glória!”
Exame de 2008, 1ª fase – feito em tpc
Exame de 2010, 1ª fase
Grupo I 1. Na primeira estrofe transcrita, o poeta descreve a chegada dos portugueses a Lisboa, com um tempo favorável à navegação e a entrega dos triunfos ao Rei. 2. O poeta interpela o Rei de modo a chamá-lo à atenção que é ele que tem de guiar o povo. Camões, por um lado, nas estâncias 145 e 146, critica os portugueses de serem incultos e não lhe darem o devido reconhecimento, reforçando que são rudes e cobiçosos “Não no dá a pátria, não, que está metida/ no gosto da cobiça e na rudeza”, mencionando ainda que a pátria se encontra mergulhada numa certa tristeza, apatia, que perdeu o ânimo e o dinamismo, tornando-se decadente. De seguida, o poeta interpela o Rei, posto no comando segundo as ordens de Deus “que por divino/ conselho estas régio sólio posto” alertando-o que deve guiar o seu povo “olhai que sois (e vede as outras gentes)/ senhor só de vassalos excelentes”. Aqui, Camões remete para as qualidades dos portugueses, salientando que, o Rei, tem um povo com inúmeras qualidades: explora por várias vias (terreste e marítima), que tem uma bravura e coragem como leões e bravos touros “Quais rompentes liões e bravos touros”, com espírito de sacrifício “Dando os corpos a fomes e vigias”, que se submete a perigos e adversidades extraordinárias (est. 147 vv.4-8), que está sempre disposta a lutar e que perante o seu Rei se mostra obediente e leal para o servir (est.148) e que por estas razões e muitas mais o Rei deve valorizar o seu povo e apoiá-lo. 3. Na estância 147, a enumeração presente nos versos 4 a 8 refere- se a todas as adversidades e perigos a que os portugueses se submeteram. Desta forma, o poeta mitifica o herói pois este supera adversidades e situações extraordinárias. 4. Ao longo do texto, o poeta sente-se, por um lado desmotivado e, por outro lado, orgulhoso e esperançoso. Nas estâncias 145 e 146, Camões sente se desmotivado para continuar a cantar os portugueses uma vez que os seus contemporâneos são incultos e não lhe dão o reconhecimento que ele merece. No entanto, à medida que o poeta continua a sua obra, esse sentimento vai desaparecendo, vindo o poeta a mostrar-se orgulhoso e esperançoso do seu talento e de ver que os portugueses continuam a lutar pelo seu Rei, esperando assim que, de alguma, o reconheçam. Exame de 2013, 2º fase Grupo I 1. O poeta recusa cantar: os que põe o seu interesse à frente do dos outros e do Rei (gananciosos) “A quem ao bem comum e do seu Rei/Antepuser seu próprio interesse”; os que desrespeitam as leis “Inimigo da divina e humana lei”; os ambiciosos que estão/ querem altos cargos apenas para servir os seus próprios interesses (est. 84 vv.5-8); as pessoas hipócritas e falsas (est.85 vv.1-4); aqueles que roubam o povo para benefício do próprio Rei(est.85 vv.5-8); aqueles que abusam da lei e do povo e desrespeitam ambos (est.86 vv.1-4); nem aqueles que exageram nos impostos e não trabalham (est86 vv.5-8). 2. Considerando as estrofes 85 e 86, apercebemo-nos que o povo tem que trabalhar de forma justa com a devida recompensa, ou seja, não ser explorado nem roubado, nem deve ser taxado excessivamente. 3. Com estes versos, o poeta explica quem vai cantar são aqueles que dão a própria vida a servir Deus, o Rei e bens maiores. 4. O poeta sente-se aliviado por ter desabafado e antecipa que o pedido de ajuda que fez a Apolo e às Musas vai ser atendido enquanto ele continua a obra com mais inspiração do que no início desta reflexão “me dobrarão a fúria concedida”.